Sistema de diagnóstico para caldeiras e fornalhas: utilizando CFD e redes neuronais (1.ª Parte)

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Sistema de diagnĂłstico para caldeiras e fornalhas Utilizando CFD e redes neuronais

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Hugo Calisto1 e Nelson Martins2 1 hcalisto@ua.pt, 2 nmartins@ua.pt Departamento de Engenharia Mecânica – Universidade de Aveiro, Portugal

ARTIGO CIENTĂ?FICO

(1.a Parte)

RESUMO Um sistema de diagnĂłstico e supervisĂŁo adequado ĂŠ essencial em qualquer processo industrial, especialmente considerando os custos de aquisição e operação dos equipamentos. Um sistema de diagnĂłstico para caldeiras e fornalhas deve ser capaz ocorrĂŞncia de fugas de vapor, fatores de evidente importância na operação de instalaçþes de geração de energia tendo em Modelos analĂ­ticos padrĂŁo tĂŞm sido utilizados em casos mais ou menos simples mas a sua aplicabilidade diminui com o aumento da complexidade de sistemas e processos, principalmente devido Ă ocorrĂŞncia de comportamentos nĂŁo-lineares ou transitĂłrios, tornando atraentes tĂŠcnicas e abordagens de modelização alternativas. Foram entĂŁo utilizadas ferramentas CFD (Computational Fluid Dynamics – Dinâmica de Fluidos Computacional) de modo a criar um modelo “virtualâ€? de uma caldeira. Este modelo foi validado com base num dispositivo existente e utilizado na geração de dados referentes tanto a condiçþes ! " inputs para o sistema de diagnĂłstico, representando as leituras dos sensores virtuais, que por sua vez caraterizam os vĂĄrios padrĂľes de falha. TĂŠcnicas baseadas em redes neuronais ( # $ % & ' *

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de modo a processar adequadamente a base de dados obtida e a efetuar o reconhecimento de padrão necessårio à identi + / * 0 diagnóstico deve tambÊm ser capaz de avaliar a probabilidade de ocorrência de cada uma, fundamentando deste modo o diagnóstico. A aplicabilidade deste tipo de sistema diagnóstico Ê especialmente relevante tanto do ponto de vista da manutenção preventiva ou preditiva, como na ótica da otimização dos ciclos de sopragem de vapor para limpeza das superfícies de troca de calor. Palavras-chave: Sistemas de Diagnóstico, Dinâmica de Fluidos Computacional, Reconhecimento de Padrão, Redes Neuronais, Manutenção Preditiva.

1. INTRODUĂ‡ĂƒO

ar com a utilização do equipamento, o

em aplicaçþes que utilizem carvão pul-

Um sistema de diagnĂłstico e supervi-

que implica a deteção e a compreensão

verizado ou biomassa. Por poluentes

sĂŁo adequado ĂŠ essencial em qualquer

da natureza da falha ou avaria.

entendem-se essencialmente outros

processo

industrial,

especialmente

compostos que nĂŁo o CO2 inerente ao

considerando os custos de aquisição

Um sistema de diagnĂłstico para caldei-

processo de combustĂŁo, com especial

e operação dos equipamentos. Um

ras e fornalhas deve ser capaz de ava-

incidĂŞncia em quĂ­micos como NOx, SO2,

-

liar pelo menos três parâmetros essen-

CO, hidrocarbonetos nĂŁo-queimados e

bilidade ĂŠ assim eminentemente dese-

partĂ­culas sĂłlidas. O controlo da quan-

/

tidade e tipo de emissĂľes poluentes ĂŠ

econĂłmicos, especialmente conside-

a ocorrĂŞncia de fugas de vapor, fatores

cada vez mais um tema de atualidade

rando as terrĂ­veis consequĂŞncias huma-

de evidente importância na operação

atendendo à legislação cada vez mais

nas que qualquer acidente industrial

de instalaçþes de geração de energia.

draconiana, estando a formação dos

grave pode ter. Exceto nestes casos

A formação de poluentes Ê uma con-

poluentes intimamente relacionada

extremos ĂŠ necessĂĄrio algum mecanis-

sequĂŞncia direta tanto do processo de

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mo de reparação que permita continu-

queima de combustĂ­vel, especialmente

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