artigo tĂŠcnico JoĂŁo Carlos Taborda Amaral Craveiro*
Manutenção, uma oportunidade para Portugal
Apresentação A Manutenção ĂŠ determinante no mecanismo de formação de Custo de Ciclo de Vida dos equipamentos, produtos e dos serviços; nessa perspectiva constitui uma parcela significativa para a produtividade, e consequentemente determinante para a rentabilidade e sobrevivĂŞncia das empresas. O Custo de Ciclo de Vida ĂŠ a forma integrada de caracterizar globalmente equipamentos e instalaçþes e nesta perspectiva, a maior eficiĂŞncia de produção consegue-se com equipamentos que tenham custos de ciclo de vida tĂŁo baixos quanto possĂvel. O Ciclo de Vida, revela a importância da Manutenção e ĂŠ constituĂdo por parcelas associadas Ă exploração, manutenção, incidentes, energia, pessoal, materiais, etc. abarcando a sucessĂŁo de fases, desde o fornecimento atĂŠ ao abate. A influĂŞncia da manutenção nos processos produtivos ĂŠ essencial e decisiva, sendo muitas vezes por esta vertente que os processos perdem competitividade ou se tornam obsoletos. Todavia, o seu impacto ou o da sua falta, manifesta-se de forma indirecta e lenta, facto que leva a que a manutenção seja muitas vezes encarada como ĂĄrea menor, nĂŁo lhe sendo atribuĂda a importância devida. Para optimizar a Manutenção, hĂĄ que adequar os planos de Manutenção ao risco de indisponibilidade que se pretende assumir, para o que ĂŠ indispensĂĄvel compreender e equacionar em conjunto, os mecanismos de exploração, manutenção e qualidade, e esta aproximação requer capacidades de engenharia para
* Presidente da Direcção da APMI
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que, de forma transversal, se considere a interacção entre disponibilidade, fiabilidade, manutibilidade e segurança. Estas capacidades requerem que haja um domĂnio tecnolĂłgico dos processos, ou seja que haja conhecimento das tecnologias construtivas e das formas como os equipamentos sĂŁo explorados, em suma que haja domĂnio do projecto. Com base neste conhecimento ĂŠ entĂŁo possĂvel configurar os planos e intervençþes de manutenção ao nĂvel pretendido de serviço e Ă s capacidades e competĂŞncias que se pretendam ter disponĂveis. A Manutenção ou os seus requisitos, sĂŁo, em geral, predominantemente decididos na fase de projecto, quer seja na Ăłptica de um produto quer seja na Ăłptica de uma instalação. Para poder configurar os custos de manutenção ao nĂvel adequado, hĂĄ que ter capacidades de engenharia para analisar o projecto, mesmo que a actividade de projecto jĂĄ nĂŁo se inclua no âmbito da actividade. Neste contexto, a manutenção requer um domĂnio tecnolĂłgico sobre os objectos a manter (mesmo que nĂŁo se projectem,‌ mesmo que nĂŁo se construam‌). Actualmente, fruto do desenvolvimento tecnolĂłgico, nomeadamente pelo grande incremento do cĂĄlculo automĂĄtico, o tempo de conceptualização e maturação dos projectos ĂŠ menor e o domĂnio sobre o respectivo Custo do Ciclo de Vida maior. A evolução tecnolĂłgica tem disponibilizado meios que permitem maior domĂnio tecnolĂłgico para prever o Custo do Ciclo de Vida, o que permite definir intervençþes mais simplificadas e espaçadas no tempo, do modo mais adequado Ă s capacidades e competĂŞncias existentes. Assim, em paralelo com equipamentos cada vez mais sofisticados, integrando componentes cada vez mais fiĂĄveis, com maior disponibilidade e recorrendo
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