Dossier: Eletrónica e Conetividade
Sistemas e Tecnologias para Elevadores Miguel Tato EFALIFT - Sistemas e Tecnologias para Elevadores
Este artigo pretende descrever a forma
com um componente que, entre outras fun-
como os circuitos eletrónicos têm vindo
ções, pode funcionar como um comutador
a substituir os circuitos eletromecânicos
extremamente rápido, barato, fiável, extre-
nos quadros de comando para
mamente pequeno e com um baixíssimo
elevadores, e de que modo essa
consumo energético. Depressa se chegou
substituição traz vantagens para todos:
à conclusão que toda a lógica baseada em
para o utilizador, para o instalador e,
eletromecânica poderia ser substituída por
indiretamente, para todos através da
este novo conceito de interruptor sólido com imensas vantagens.
otimização da eficiência energética. Desde que foi inventado no fim do sécu-
O elevador como transporte seguro de pes-
Os quadros de comando para elevadores
lo XIX, o elevador seguro para transporte
soas começou a ser amplamente utilizado
não foram exceção a esta revolução: da
vertical de pessoas dependia quase exclu-
desde a sua invenção e proporcionou o ar-
utilização de dezenas de dispositivos de co-
sivamente de dispositivos eletromecâni-
ranque da construção em altura em larga
mutação podia agora passar-se facilmente
cos para a implementação da sua lógica de
escala. Com o passar do tempo e o aumen-
para as centenas ou milhares e ainda assim
funcionamento.
to do número de utilizadores, as exigências
poupando em espaço e consumo energéti-
no funcionamento do elevador foram cada
co. As restrições que condicionavam o au-
Tal acontece porque a eletricidade é um fe-
vez maiores e pressionaram fortemente a
mento de complexidade deixaram de existir
nómeno físico que revela particular apetên-
melhoria da lógica do seu funcionamento. O
e abriram-se as portas para novos níveis de
cia para a aquisição de ordens, para o pro-
sempre crescente aumento de tráfego e da
lógica de funcionamento até então vedados.
cessamento lógico dessas ordens e para a
dimensão dos edifícios, aliada a uma socie-
realização de comandos baseados nessas
dade que, ao modernizar-se, se tornava cada
ordens processadas: é fácil implementar
vez mais exigente e apressada, requeria
uma ordem com um contacto elétrico, é fácil
cada vez mais complexidade na gestão das
processar essa ordem usando uma “lógica
chamadas de forma a otimizar o tempo de
de contactos”, e é fácil realizar um coman-
espera. Essa complexidade era conseguida
do usando um sinal elétrico num atuador
pelos projetistas através da utilização cria-
adequado.
tiva de mais e mais dispositivos eletromecâ-
«O estabelecimento de protocolos rápidos e seguros de comunicação eletrónica foi outro fator de melhoria»
nicos, interligando-se numa rede de lógica A utilização de eletricidade como força mo-
de contactos progressivamente maior. Os
A crescente miniaturização do transístor
triz é também bastante vantajosa quer pela
quadros de controlo dos elevadores come-
abriu caminho para outra invenção que im-
facilidade de construção de máquinas elétri-
çaram assim a tornar-se grandes e comple-
pulsionou ainda mais o desenvolvimento do
cas capazes de a produzir, quer pelo elevado
xos, utilizando quantidades consideráveis de
comando do elevador: o microprocessador.
rendimento energético que essas máquinas
energia apenas para o controlo.
Com um microprocessador, a lógica deixou de ser implementada com contactos e pas-
conseguem. De algumas décadas para cá a eletrónica é,
sou a ser programável. Passou-se de uma
Da conjunção de todos estes fatores não é
talvez, a disciplina tecnológica que mais tem
situação onde o quadro de comando era fei-
de admirar que o processo de eleição para o
vindo a evoluir. A invenção do transístor em
to à medida para cada caso para uma outra
comando de um elevador seja, desde há mais
1947 potenciou, de forma extraordinária,
em que o quadro é standard, e apenas se al-
de um século, feito através da eletricidade.
essa evolução, já que dotou os projetistas
teram parâmetros específicos à instalação.
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