Dossier: Eletrónica e Conetividade
Desenvolvimento Tecnológico dos Elevadores Carlos Gens Pinto & Cruz Elevadores e Instalações
O elevador tornou-se, sem dúvida, um dos
dispositivos eletromecânicos simples que
to de “coletivo” é utilizado como a forma que
sistemas de transporte mais utilizados e se-
recorriam a relés e contactores com con-
o elevador tem de colecionar e organizar as
guros do mundo. Neste artigo vou, de for-
tactos de grafite. Nos edifícios com poucos
chamadas na mesma direção. A partir daqui
ma resumida, explicar um pouco a evolução
pisos era possível estes terem um funcio-
evoluiu-se para o conceito de “duplex” que
deste equipamento ao nível do seu controlo
namento automático em manobra universal
consistia em chamar no piso o elevador mais
e o seu atual estado da arte.
(uma chamada por utilizador) e as motoriza-
próximo dos dois, com recurso a uma boto-
ções eram, regra geral, motores assíncro-
neira de chamada para os dois elevadores.
nos de uma velocidade. Nos edifícios com
Em alguns casos utilizava-se apenas a técni-
muitos pisos e com muito tráfego os co-
ca do par e impar, ou seja um elevador servia
mandos eram um pouco mais complicados
pisos pares e o outro servia pisos ímpares
já que na altura só existia a possibilidade de
mas havia sistemas bem mais complexos
regular a velocidade das máquinas através
que recorriam a matrizes de díodos e relés
de Corrente Continua com recurso a reósta-
para alcançar o objetivo de otimização.
tos, e assim cada elevador tinha um grupo gerador e uma máquina de tração de Cor-
Os comandos a relés ainda hoje são utiliza-
rente Continua. Ao nível da lógica de contro-
dos mas em situações muito específicas e
lo recorria-se a um manobrador, chamado
muito simplificadas.
de ascensorista que controlava a paragem, a velocidade e o atendimento, e cada vez que O elevador, segundo reza a história, é um
um utilizador carregava num botão acendia
equipamento já utilizado no tempo dos egíp-
uma luz de um quadro de alvos dentro do
cios mas, nessa altura, este seria apenas
elevador e aí o ascensorista sabia que tinha
para transporte de carga e era acionado por
de ir buscar alguém ao piso marcado. Esta
mão-de-obra escrava. Foi à cerca de 150
era a forma mais eficaz de juntar várias pes-
anos que Elisha Graves Otis numa feira da
soas que se deslocavam para a mesma dire-
época cortou a corda que suportava a pla-
ção de destino, a aceleração, desaceleração
taforma onde se encontrava e demonstrou
e velocidade eram controlados por uma ala-
assim a sua invenção, o elevador seguro,
vanca existente na cabina à semelhança da
perante o olhar estupefacto da assistência.
existente nos Carros Elétricos.
A partir daí o mundo dos elevadores evoluiu imenso com a possibilidade de se chegar
Entretanto a evolução continuou e com a
cada vez mais alto e mais rápido.
redução do tamanho dos componentes eletromecânicos, nomeadamente os relés, foi
Construíram-se elevadores com depósitos
possível construir elevadores mais autóno-
de água com nível variável no contrapeso,
mos e, consequentemente, substituiu-se o
com tração a vapor e pouco tempo mais tar-
ascensorista por enormes quadros a relés
de passamos para o acionamento elétrico, e
localizados nas casas das máquinas. Assim
é a partir daqui que todo um manancial de
nasceu aquilo que hoje chamamos de Cole-
equipamentos se desenvolve. Os comandos
tivo à Descida (CD) ou Subida (CS) e Coletivo
elétricos dos elevadores inicialmente eram
Seletivo Subida e Descida (CSD). Este concei-
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elevare