Impacto dos variadores electrónicos de velocidade nos motores e na rede elétrica (2.ª parte)

Page 1

Investigação e Desenvolvimento

Impacto dos Variadores Eletrónicos de Velocidade nos Motores e na Rede Elétrica (2.a Parte) (Continuação na edição anterior) Fernando J. T. E. Ferreira Departamento de Engenharia Eletrotécnica, Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), Coimbra, Portugal Instituto de Sistemas e Robótica, Universidade de Coimbra (ISR-UC), Coimbra, Portugal , fernandoferreira@ieee.org

Resumo – Os Variadores Eletrónicos de Velocidade, devido às suas vantagens técnico-económicas, são cada vez mais utilizados para controlar a velocidade e o binário dos motores de indução trifásicos. Porém, têm também associados alguns aspetos negativos. Neste artigo, de uma forma breve, discute-se o seu impacto nos motores de indução trifásicos e na rede elétrica.

V. VARIADORES ELETRÓNICOS DE VELOCIDADE Os VEVs convertem a tensão alternada da rede numa tensão contínua e, em seguida, sintetizam uma tensão alternada de frequência e

Figura 12-B. Topologia básica de um VEV constituído por um retificador trifásico

amplitude variáveis, sob controlo externo do utilizador. Tipicamen-

de 6 impulsos com díodos e um inversor de fonte de tensão de 2 níveis. Formas

te, a frequência fundamental da tensão produzida à saída pode va-

de onda típicas da corrente à entrada do retificador e da tensão e corrente à

riar entre 0 e 150 Hz.

saída do inversor.

Os VEVs mais comuns (Figura 12-A e 12-B), na sua forma mais sim-

Tipicamente, o retificador dos VEVs é trifásico10, de ponte comple-

ples, integram um conversor unidirecional AC-DC (retificador), um

ta (6 impulsos) e com díodos (não controlado). Porém, podem ser

barramento DC e um conversor bidirecional8 DC-AC/AC-DC (inver-

usados outros tipos de retificadores, sendo este tópico abordado

sor). Tal como referido anteriormente (ver 1.a parte do artigo), na

na Secção VIII.

7

maioria dos modelos comerciais, o inversor é do tipo VSI-PWM. Os VSIs mais usados são de 2 níveis, estando também disponíveis no

À entrada do retificador pode instalar-se um filtro indutivo (input/

mercado VSIs de 3 níveis para aplicações especiais. Os dispositivos

line reactor), por forma a reduzir a distorção harmónica da corrente

semicondutores mais utilizados nos inversores de Baixa Tensão são

à entrada do VEV.

9

os IGBTs . A frequência de comutação utilizada na modulação da tensão varia tipicamente entre 2 e 16 kHz (na maioria dos modelos

O barramento DC incorpora uma capacidade (constituída por um ou

este parâmetro pode ser definido pelo utilizador).

vários condensadores) e, opcionalmente, uma indutância (DC-link/ bus choque/reactor) que, à semelhança do filtro indutivo à entrada do VEV, tem por objetivo atenuar a distorção harmónica da corrente absorvida. No barramento DC, existe ainda um “chopper” (IGBT) com uma resistência em série (Td e Rd na Figura 12-B) que serve para dissipar a

Figura 12-A. Topologia não regenerativa (a energia gerada pelo motor é dissipada

energia devolvida pelo motor em regime de frenagem (frenagem

numa resistência instalada no barramento DC).

dissipativa), atuando sempre que a tensão do barramento DC excede um valor pré-definido.

7

Fluxo de potência num único sentido, da rede para o barramento DC.

8

Fluxo de potência nos dois sentidos, do barramento DC para o motor e

9

10

10

Refira-se que nos VEVs de saída trifásica, o retificador pode ser mono-

vice-versa.

fásico, permitindo alimentar motores trifásicos (mais eficientes do que

Insulated-Gate Bipolar Transistor.

os monofásicos) a partir de uma rede monofásica.

elevare


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.