Espaço Opinião
Portugal sem investimento é um país sem futuro Reis Campos, Presidente da CPCI – Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário
O compromisso entre o governo e a confederação portuguesa da construção
são a realidade diária de um setor à beira do colapso.
e do imobiliário é essencial para a retoma do crescimento.
O processo de destruição do tecido empresarial encerra consequências dramáticas, que não se esgotam em números como a perda de 394 mil postos de trabalho desde
Mais de 11 anos volvidos desde a última vez
2002, ou o encerramento de 13 mil empre-
que, em Portugal, se registou um acrés-
sas e os mais de 6 mil milhões de euros de
cimo da produção da Construção e Imobi-
crédito malparado. Está em causa a sus-
liário, e após se ter atingido um valor do
tentabilidade económica do País e, tal como
investimento em construção que é o mais
temos repetidamente afirmado, não pode-
reduzido dos últimos 32 anos, é consensu-
mos ficar à margem de uma Europa que
almente reconhecido que o setor foi o mais
vê, nesta atividade, a chave para combater
atingido pela situação que o país atraves-
a crise instalada, promover o emprego e
destaca a importância da construção e do
sa. Os nossos empresários enfrentam um
atingir as metas que estabeleceu em ma-
imobiliário, responsável por 10% do PIB eu-
cenário de rutura e as falências, o crédito
téria de competitividade e desenvolvimento
ropeu e 20 milhões de empregos, enquanto
malparado, o desemprego, as dificuldades
sustentável. Veja-se, a esse propósito, a Es-
instrumento propulsor da manutenção e
de tesouraria, a falta de trabalho, o desin-
tratégia Europeia para o Setor, apresentada
criação de postos de trabalho e do cresci-
vestimento e os atrasos nos pagamentos,
há um ano pela Comissão Europeia e que
mento sustentável da economia em geral. Em Portugal, e após um período de excessivo enfoque em políticas de austeridade, que ignoraram a necessidade de promover o crescimento económico e, em particular, de inverter o défice de investimento que se verifica, existe, finalmente, um reconhecimento consensual que é necessário encontrar soluções efetivas para recolocar a economia numa trajetória de sustentabilidade. Iniciativas como a Resolução da Assembleia da República n.º 58/2013, pela qual todos os partidos com assento parlamentar vieram recomendar a adoção de medidas para o relançamento do setor, revelam a unanimidade quanto à necessidade de salvaguardar o tecido empresarial da construção e do imobiliário e de dinamizar o investimento, tanto público, como privado. Foi nesse contexto que o Governo formalizou, no passado dia 8 de março, com a
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elevare