Jornadas de manutenção: ponto de encontro dos maiores especialistas na área

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Reportagem

Por: Helena Paulino

Jornadas de Manutenção: ponto de encontro dos maiores especialistas na área O Departamento de Engenharia Mecânica do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL) organizou, a 17 e 18 de Março, a 1.ª edição das Jornadas de Engenharia de Manutenção em Lisboa. Este evento contou com a presença de cerca de 300 participantes e a revista “manutenção” não podia deixar de estar presente!

Durante dois dias, especialistas de várias empresas e universidades desenvolveram vários temas dentro da Manutenção. António Abreu, do ISEL, desenvolveu o tema das redes dinâmicas de cooperação, como uma nova estratégia para a gestão da manutenção. Começou por definir cooperação, acentuando a sua importância na manutenção, de como pode aumentar a competitividade, responder às necessidades, e simultaneamente, diminuir o custo e aumentar a qualidade. António Abreu, em jeito de conclusão, referiu que as empresas para serem competitivas, têm de valorizar os produtos e os serviços.

é abordado no âmbito da prevenção de ocorrências, incidentes e acidentes com aeronaves. Ditou que há três tipos de riscos (Hazards): o baixo, o aceitável, o médio que poderá ser aceitável e o alto ou inaceitável. Na área da aviação o risco nunca é “zero” - os acidentes ocorrem devido ao erro humano (70%) e à manutenção (5%). Para diminuir estes incidentes foi criado o SMS – Safety Management Systems, um sistema que identifica e elimina, atenua e gere riscos e assegura a sua acção eficiente.

Implementação de variadas soluções de manutenção António Rosmaninho do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC) abordou a manutenção de electrobisturis, da concepção do planeamento à sua concretização. Começou por explicar que um electrobisturi é um aparelho que corta autonomamente, e explicou como deve ser utilizado e quais os seus princípios. Abordou alguns dos acidentes que já ocorreram, e o que implementaram num hospital para diminuírem os acidentes utilizados por esta tecnologia. E recomenda aos fabricantes de equipamento que inspeccionem o electrobisturi, os acessórios e os componentes internos, verifiquem a função REM, testem o gerador, confirmem as saídas, verifiquem as correntes de fuga e a resistência de terra.

Lopes dos Santos da Integridade falou na manutenção na óptica da optimização ao longo do ciclo de vida. Defendeu que o outsourcing apareceu como uma solução: há uma redução de custos fixos, o risco de negociar não é a primeira preocupação e reduziu-se a articulação entre o gestor e o operador. Também falou do reequilíbrio do sistema, em que normalmente há uma visão economicista que leva a uma redução de custos, mas que nem sempre é feita de forma sustentada. A crise financeira e económica não foi esquecida, e aconselhou que, no futuro, é necessário reconhecer os principais actores neste processo, incluindo as associações na área da manutenção, clientes e prestadores de serviços. Jorge Leite, Director de Qualidade da TAP – Manutenção e Engenharia falou da gestão de segurança operacional, ou Safety, como

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Avelino Rabaça do Grupo Sousa Pedro falou da implementação de um programa de controlo de condição do sistema de climatização do Aeroporto de Lisboa. Abordou como deve ser feita a selecção das máquinas tendo em conta o risco pessoal, o factor ambiental e os custos; bem como as técnicas de monitorização, desde os parâmetros sensíveis aos danos onde analisaram as causas da avaria, e posteriormente apresentar as medidas efectuadas. Jorge Vilhena do ISEL apresentou o retrofitting de máquinasferramenta, que envolve a incorporação de novas tecnologias ou características que não constavam nas características técnicas originais das máquinas quando foram adquiridas. O retrofitting mais comum neste equipamento envolve a aplicação da tecnologia CNC a máquinas sem este comando. Esta actividade de manutenção reconstrutiva actualiza equipamentos obsoletos, dando-lhe uma vida útil mais longa e reduzindo o investimento em equipamentos


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