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Diagnóstico de avarias em motores de indução
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O motor de indução Ê um dos tipos de motores mais utilizados nos diversos tipos de acionamento /movimentação de cargas em todo o tipo de indústria do setor primårio e secundårio.
A Figura 1 mostra-nos as partes integrantes de um motor de in !
" estĂŁo alojadas as bobinas), caixa de bornes de ligação, o rotor e o veio que serĂĄ acoplado Ă mĂĄquina/recetor que serĂĄ acionado. O estator, constituĂdo por chapas ferromagnĂŠticas, pos-
Adelino Santos Mestre em Engenharia EletrotÊcnica, Automação e Sistemas ISEP – Instituto Superior de Engenharia do Porto TÊcnico de Formação do CENFIM – Núcleo da Trofa
nota tĂŠcnica
sui um conjunto de cavas onde serĂŁo alojadas as bobinas. As O seu tipo de construção e princĂpio de funcionamento faz
bobinas tipicamente sĂŁo de cobre que possui uma camada de
verniz que garante o isolamento elĂŠtrico entre espiras e en-
necessidades de manutenção. O comando de um motor de
tre a bobina e o estator. Entre o estator e o rotor existe uma
indução Ê simples podendo recorrer-se a equipamentos ele-
zona preenchida por ar chamada entreferro. Pelo entreferro
tromecânicos ou eletrónicos.
circulam as forças de campo magnÊtico resultantes da inte-
Durante dÊcadas, o motor de indução era apenas utiliza-
ração magnÊtica das bobinas do estator e do circuito elÊtrico
do para acionamentos em que o motor rodava a velocidades
do rotor. Entre as bobinas do estator e o circuito elĂŠtrico do
constantes (desprezando o escorregamento), sendo a regu-
rotor nĂŁo existe contacto fĂsico nem continuidade elĂŠtrica.
lação de velocidade realizada por sistemas mecânicos. Em sistemas ou mĂĄquinas com necessidade de regulação de velocidade era muito utilizado o motor de Corrente ContĂnua, dado ser mais fĂĄcil de controlar a sua velocidade, mas estes possuem uma manutenção muito dispendiosa comparativamente com o motor de indução.
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Com o avançar da tecnologia e o aparecimento dos Variadores de Velocidade (inversores de frequĂŞncia) para motores de indução foi permitido utilizar, em grande escala, estes motores em sistemas e mĂĄquinas com necessidade de regulação de velocidade substituindo os motores de Corrente ContĂnua.
Figura 2. Constituição de um motor de indução (em corte).
Neste artigo pretende-se abordar mÊtodos de diagnóstico de avarias em motores de indução, assim como tarefas de
O rotor dos motores de indução ĂŠ, geralmente, constituĂdo
manutenção preventiva.
por uma "gaiola de esquilo" ou entĂŁo bobinado.
Para diagnosticar avarias torna-se imprescindĂvel que o
O rotor em gaiola de esquilo (Figura 3) ĂŠ, basicamente,
tĂŠcnico de manutenção conheça a constituição e princĂpio de
constituĂdo por dois anĂŠis nos topos e um conjunto de barras
funcionamento do motor de indução. Neste artigo pretende-
a unir os anÊis. A interligação das barras com os anÊis cria
-se relembrar alguns conceitos.
um circuito elĂŠtrico que quando submetido ao campo mag-
Os motores de indução quanto ao tipo de tensão de ali-
nĂŠtico induzido produzido pelas bobinas do estator, cria uma
mentação dividem-se em motores monofåsicos e motores
corrente elĂŠtrica no rotor que produz um campo magnĂŠtico
trifĂĄsicos. O motor trifĂĄsico possui melhores rendimentos e
induzido que irĂĄ interagir com o das bobinas do estator, fa-
-
zendo com que o rotor entre em rotação. Para maximizar o
ção fĂsica e ao sistema trifĂĄsico das tensĂľes de alimentação
rendimento e minimizar as perdas magnĂŠticas, as barras do
que faz com que o motor entre em funcionamento sem ne-
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cessidade de componentes externos.
eletromagnĂŠticas que compĂľem o rotor.
Figura 3. & ' " !
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O motor de indução com rotor bobinado possui um princĂpio Figura 1. Constituição de um motor de indução.
de funcionamento idĂŞntico, mas o seu rotor possui alojadas