Manutenção de sistemas de tratamento de resíduos hospitalares perigosos

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Manutenção de sistemas de tratamento de resíduos hospitalares perigosos

M

Uma Unidade de Saúde produz vårias dezenas de toneladas de Resíduos Hospitalares Perigosos regulamentada por lei, bem como os processos de tratamento e/ou eliminação a que terão de ser submetidos.

Em Portugal tambÊm existem processos de desinfeção química, mas com muito pouca difusão. O objetivo dos processos de tratamento Ê eliminar ou reduzir para limiares seguros, o risco associado a cada tipologia de resíduo. Os resíduos de Grupo III apresentam risco biológico, ou seja, apresentam contaminação resultante da presença de micro -organismos, potenciais

Pedro Rompante Eng.Âş Mecânico SUCH – Serviço de Utilização Comum dos Hospitais

dossier › gestĂŁo, organização e manutenção na indĂşstria farmacĂŞutica e hospitalar

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causadores de infeçþes. O processo de autoclavagem Ê adequado ao tratamento deste tipo de resíduos, uma vez que a utilização de pressão e temperatura garante a destruição destes micro -organismos. No caso dos resíduos do 6 7> 2

5 ? 4@2 A 8 *mico e físico, pelo que o processo de eliminação se resume à incineração.

2. PROCESSO DE TRATAMENTO DOS RHP DO GRUPO III, POR AUTOCLAVAGEM

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O tratamento por autoclavagem utiliza vapor saturado para promover a desinfeção tÊrmica dos resíduos. Trata -se,

assim, de um processo de desinfeção tÊrmica que consiste

linha, onde os RHP sĂŁo tratados com o objetivo de reduzir/

em submeter os resĂ­duos a temperatura e pressĂŁo durante

eliminar a sua perigosidade, salvaguardo quaisquer riscos

um determinado perĂ­odo de tempo, o que reduz a carga de

para a SaĂşde PĂşblica.

contaminação biológica abaixo de um limite considerado seguro. Após tratamento estes resíduos são equiparados a resíduos urbanos.

1. INTRODUĂ‡ĂƒO

O processo de autoclavagem envolve a utilização de

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autoclaves. Estes equipamentos permitem aplicar tempe-

Hospitalares como “resĂ­duos resultantes de atividades de pres-

ratura e pressĂŁo nos resĂ­duos, durante um perĂ­odo de ex-

tação de cuidados de saúde a seres humanos ou a animais, nas

posição de 15 minutos, para obter um teor de desinfeção

åreas da prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação ou

seguro. A utilização de autoclaves requer a existência de

investigação e ensino, bem como de outras atividades envolven-

vårias instalaçþes tÊcnicas de apoio, nomeadamente para

do procedimentos invasivos, tais como acupuntura, piercings e

a produção de vapor, de ar comprimido, sistemas mecâni-

tatuagens+ ) ! %-%$01 '# 2

cos de movimentação e compactação de resíduos, entre

os vĂĄrios tipos de RHP. Estes sĂŁo divididos em ResĂ­duos Pe-

outros.

rigosos e ResĂ­duos NĂŁo Perigosos. Os ResĂ­duos Perigosos

A produção de resíduos nas unidades de saúde Ê regular

4 2 5 6 777 *

pelo que as unidades de tratamento estĂŁo sujeitas a uma

que apresentam risco biolĂłgico e Grupo IV para os resĂ­duos

grande procura. Os resĂ­duos do Grupo III vĂŞm acondiciona-

8 *

dos em contentores reutilizĂĄveis. Estes contentores deve-

Neste artigo, vou abordar os problemas da Manutenção associados ao tratamento dos RHP do Grupo III.

rão ser libertados, higienizados e devolvidos ao produtor para reutilização.

Os RHP do Grupo III podem ser tratados pelos seguin-

2 K L 8 L 8 -

tes processos: desinfeção tÊrmica, desinfeção química e

mentos na Unidade de Tratamento obriguem Ă paragem da

incineração.

atividade de tratamento dos RHP. Neste processo ĂŠ impe-

O processo de desinfeção tÊrmica mais comum em Por-

rativo, não apenas a redução dos tempos de paragem dos

tugal ĂŠ por autoclavagem. No caso dos resĂ­duos do Grupo

equipamentos, mas tambÊm a redução do custo associado

IV, o Despacho 242/96 determina que o processo de trata-

a cada intervenção de Manutenção por forma a garantir a

mento Ê a incineração.

rentabilização económica do processo.


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