Sistemas de informação para a manutenção
M
O presente artigo aborda os Sistemas de Informação para a Manutenção no âmbito do Estado da Arte e das novas tendências, algumas jå na fronteira da transferência de neste âmbito que Ê feita uma breve resenha dos CMMS (Computerized Maintenance Management System), e da sua extensão para uma abordagem EAM (Entreprise Asset Management) e ainda a integração das novas tecnologias de comunicação, designadamente a Internet das Coisas e o Big Data.
acompanhamento do seu ciclo de vida e, por consequência, do seu Ciclo de Vida Económico (LCC – Lyfe Cycle Cost). Pelas razþes precedentes, os CMMS ampliaram o seu âmbito de atuação a todo o ciclo de vida dos activos, isto Ê, deixaram de ter o seu foco apenas na vertente da manutenção, tendo -o ampliado às vertentes da aquisição e da substituição e/ou renovação, passando a designar-se por EAM (Entreprise Asset Management).
2. ESTADO DA ARTE Os sistemas de informação para manutenção tiveram a sua gÊnese em paralelo com os sistemas de informação para apoio às outras åreas industriais. Contudo, os primeiros, de
JosĂŠ Torres Farinha
dossier › gestão, organização e manutenção na indústria farmacêutica e hospitalar
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A tecnologia, na qual ĂŠ cada vez mais difĂcil distinguir o hard-
forma geral, tiveram sempre um apoio secundĂĄrio por par-
ware do software, estĂĄ intrinsecamente ligada, de forma
te dos decisores das empresas, por razĂľes que se poderĂŁo
biunĂvoca, Ă s vertentes da normalização, designadamente
equacionar de vĂĄrias formas, mas que passam por aspetos
na componente organizacional, onde se destacam as nor-
como:
mas ISO 55000 e a NP 4492, bem como as vĂĄrias vertentes
da manutenção de condição, onde a anålise de vibraçþes
siderada um mal necessĂĄrio, pelo que era deixada sem-
lidera em termos de normas de suporte.
pre para n-ĂŠsimo plano e o mesmo para os correspondentes investimentos;
SĂŁo estes temas que sĂŁo tratados de forma integrada
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A atividade manutenção, durante muito tempo, era con-
no presente artigo, o qual procura dar uma visĂŁo alargada
A implementação dos CMMS Ê muito complexa, designa-
da sua conjugação na perspetiva do seu potencial valor
damente porque implica uma adequada elaboração dos
acrescentado para as empresas, sejam estas de manufatura
dossiĂŞs dos ativos, o que obriga ao seu levantamento no
ou de serviço.
terreno, ao seu carregamento e atualização e, como tal,
Palavras-chave: CMMS; EAM; Big Data; eMaintenance; Maintenance 4.0.
ĂŠ deixado para mais tarde. O precedente aspeto tem sido fatal para muitas empresas, atendendo a que a exigĂŞncia des inerentes ao processo sĂŁo tais que levam a que, ao
1. INTRODUĂ‡ĂƒO
Atualmente, a utilização de Sistemas de Informação na
o mesmo ĂŠ descontinuado ou, no mĂĄximo, subutilizado.
Manutenção (CMMS) Ê algo tão natural como hå alguns
Sobre este assunto o autor vem, desde hĂĄ muitos anos,
anos era a utilização do papel no apoio a esta atividade,
publicando artigos e livros, dos quais se destacam as re-
pelo que toda a abordagem feita ao longo do presente
ferĂŞncias [1-8].
artigo assume este pressuposto; contudo, a evolução tem sido tão råpida que estes sistemas se tornaram apenas nu-
A ĂĄrea de conhecimento e de atividade da Engenharia de
ma ferramenta de base no apoio à gestão de manutenção,
Manutenção tem evoluĂdo a um ritmo alucinante nas Ăşl-
e apenas isso.
timas dĂŠcadas, quer em termos endĂłgenos quer como
Neste momento, as empresas pretendem ir muito mais
longe nas ferramentas de apoio que exigem Ă gestĂŁo e ma-
tecnolĂłgicos dos ativos produtivos, e ainda da necessidade
nutenção dos seus ativos fĂsicos, pretendendo uma gestĂŁo
!
-
que começa no momento da decisão da sua aquisição e vai
tata um novo mercado na oferta de produtos e serviços,
atÊ ao instante da sua substituição e/ou renovação como
designadamente na vertente dos sistemas de informação e
novo, e inĂcio de um novo ciclo.
tecnologias associadas, tal como se pode constatar em ape-
Adicionalmente, com a disponibilidade de novas tec-
nas dois produtos de grande implantação, como o MAXIMO
nologias, quer em novas possibilidades quer em minia-
e o DATASTREAM, os quais, inclusive, jĂĄ apresentam o seu
turização e baixo preço, tornou -se possĂvel acompanhar
âmbito alargado aos EAM [9 -10].
online o estado de saúde das instalaçþes e equipamentos
Adicionalmente, espera -se ainda que este tipo de sis-
e, inclusivamente, dos seus componentes, o que se tornou
temas se possa integrar em redes industriais para recolher
numa nova realidade que veio permitir um grande rigor no
dados de funcionamento dos ativos, bem como receber