“queremos ser a voz comum das renováveis na lusofonia”

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entrevista

“queremos ser a voz comum das renovĂĄveis na lusofoniaâ€? A recĂŠm-criada Associação LusĂłfona de Energias RenovĂĄveis pretende ser uma plataforma qualificada para promover o setor nos paĂ­ses onde a lĂ­ngua portuguesa oferece vantagens de integração. Em entrevista Ă "renovĂĄveis magazine", Isabel Cancela de Abreu, fundadora do projeto, explica como as RenovĂĄveis com know-how

negócios no espaço da lusofonia. por Carlos Alberto Costa

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“renovĂĄveis magazineâ€? (rm): Em que contexto surge a ALER e como ĂŠ que o projeto começa a ser desenvolvido? Isabel Cancela de Abreu (ICA): A ALER surge de uma iniciativa da minha parte. Estive 5 anos na Associação Portuguesa de Energias RenovĂĄveis e cerca de um ano na EREC, a Associação Europeia de Energias RenovĂĄveis. ApĂłs essa experiĂŞncia nacional e internacional fiquei com interesse em explorar outra dimensĂŁo das energias renovĂĄveis, nomeadamente em paĂ­ses onde elas pudessem ter mais impacto. Em Portugal e na Europa, o trabalho estĂĄ bastante avançado. Quis continuar a utilizar os conhecimentos adquiridos em paĂ­ses onde pudessem fazer uma maior diferença. Em Portugal existem jĂĄ muitas empresas com assinalĂĄvel conhecimento na ĂĄrea e grande interesse em expandir os negĂłcios e exportar para outros paĂ­ses. Os paĂ­ses lusĂłfonos sĂŁo sempre um destino Ăłbvio das empresas portuguesas e verifica-se que, no âmbito da energia, ainda tĂŞm grandes necessidades destas soluçþes, pois com o crescimento demogrĂĄfico aumenta tambĂŠm a procura de energia. Portanto, havia aqui um casamento perfeito entre oferta e procura e surgiu a ideia de criar uma associação lusĂłfona que promovesse as energias renovĂĄveis. A ideia foi testada com alguns dos principais stakeholders, acolheu um apoio e a associação acabou por ser criada em dezembro de 2014, contando com 15 associados fundadores e entretanto jĂĄ duplicamos o nĂşmero de associados, entre os quais os Governos de Portugal, Moçambique, Cabo Verde, SĂŁo TomĂŠ e PrĂ­ncipe e, mais recentemente, Angola.

rm: Quais são os objetivos da ALER? ICA: O nosso objetivo principal Ê fazer a promoção das energias renovåveis nos países lusófonos, fazendo a ponte entre o setor público e o setor privado. A ALER pretende ser um facilitador de negócios procurando garantir que existe um enquadramento regulatório favoråvel e promover a recolha e a partilha de informação entre os associados. Queremos funcionar como a voz comum das energias renovåveis na Lusofonia fazendo uma agregação dos interesses de todos os stakeholders. rm: A ALER pode ser uma espÊcie de AICEP para a energia? ICA: Queremos atrair investimentos estrangeiros para estes países, mas tambÊm dinamizar o tecido nacional. Nós não temos serviços específicos de apoio ao investimento, mas facilitamos os contactos e damos outro tipo de apoios. A CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) agrega 9 países. Desses, consideramos Portugal e Brasil como mercados de apoio. Ou seja, não Ê objetivo da ALER desenvolver as energias renovåveis nestes dois países pois elas jå estão muito desenvolvidas em ambos e jå existem estruturas apropriadas para o fazer. O que faremos Ê aproveitar a experiência e o conhecimento adquirido nesses dois países para aplicar nos restantes 7. TambÊm apoiamos entidades de outros países desde que o seu objetivo seja promover energias renovåveis nestes 7 países prioritårios da ALER.


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