Modelação dos parâmetros meteorológicos para a otimização da gestão de congestionamentos na transmis

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modelação dos parâmetros meteorológicos para a otimização da gestão de congestionamentos na transmissão de potência renovåvel

LNEG Andreia Medeiros, Ângelo Casaleiro, Joaquim Duque, Ana Estanqueiro

A integração de elevados níveis de produção de energias renovåveis variåveis no tempo, especialmente eólica e fotovoltaica, no sistema eletroprodutor nacional passa, normalmente, pela necessidade de construção de novas linhas elÊtricas e/ou reforço das existentes para escoar a produção renovåvel e evitar possíveis congestionamentos das linhas em períodos de maior produção. Em muitos casos, os novos investimentos em linhas elÊtricas podem ser evitados (ou adiados) recorrendo à determinação da capacidade dinâmica de transporte das linhas (Dynamic Line Rating) que permite avaliar, em cada instante, o valor limite de corrente no condutor e aumentar, temporariamente, a potência transmitida para valores superiores aos de dimensionamento eståtico que, por norma e princípio de segurança, usam valores mais restritivos que correspondem às piores condiçþes meteorológicas possíveis. A caraterização da capacidade dinâmica, aliada à monitorização da rede e das variåveis climåticas permitem adiar, ou atÊ dispensar, novos investimentos na ampliação da rede, mantendo os níveis de qualidade e segurança operacional. Neste trabalho apresenta-se uma ferramenta desenvolvida em ArcGISŽ para a modelação da capacidade dinâmica de transporte da rede elÊtrica numa região com elevada penetração renovåvel (eólica e hídrica). Esta ferramenta Ê aplicåvel ao estudo de congestionamentos na rede, facilitando a aquisição e gestão de dados distribuídos para os locais e regiþes desejados, permitindo o planeamento de novas centrais renovåveis (como por exemplo, fotovoltaico) cuja operação sinergÊtica com a produção eólica e o consumo dispensarå, em muitas situaçþes, a construção de novas interli

causa permite desenvolver um conjunto alargado de estudos em diversas åreas como no apoio à migração das redes elÊtricas convencionais para redes inteligentes. Palavras-chave: capacidade dinâmica de transporte de energia; redes inteligentes; otimização de redes elÊtricas; monitorização de variåveis meteorológicas, recursos renovåveis, produção distribuída.

I. INTRODUĂ‡ĂƒO Um dos factos que mais marcam a atualidade ĂŠ o crescimento global do consumo de energia que, aliado a uma combustĂ­veis fĂłsseis, constitui um fator de crescente preocupação para a sociedade. A manutenção das atuais taxas de crescimento do consumo energĂŠtico terĂĄ, a mĂŠdio prazo, graves consequĂŞncias a nĂ­vel ambiental, econĂłmico e social, nomeadamente atravĂŠs da sua contribuição para as alteraçþes climĂĄticas, o que se traduz pela urgĂŞncia na alteração do paradigma energĂŠtico a nĂ­vel mundial, necessidade urgente essa reconhecida pelas maiores economias mundiais. Em Portugal a situação ĂŠ idĂŞntica Ă de outros paĂ­ses, pese embora apresente pequenas nuances no que respeita ao anos um decrĂŠscimo do consumo de eletricidade [1], [2], [3], decrĂŠscimo esse que, no perĂ­odo 2009/14, se pode atri ! "##$%#& ciĂŞncia energĂŠtica preconizadas pelas Diretivas Europeias e pelo SET-Plan, revertidas para Portugal atravĂŠs do PNAEE ' ( ) * + * 5 6$7 [5]). Apesar da recente redução de consumo, a intensidade energĂŠtica do paĂ­s mantĂŠm-se elevada, sendo previsĂ­vel que, com a retoma da economia, regressem os consumos crescentes de energia elĂŠtrica diretamente indexados Ă variação do Produto Interno Bruto (PIB) [3]. Contextualizado pelo novo paradigma energĂŠtico, alĂŠm + 5 = 8

lado do consumo) o atual enquadramento legal visa endogeneizar a produção de energia, aumentando a contribuição das fontes de energia renovåveis (FER) nos sistemas eletroprodutores, como previsto no Plano Nacional de Ação para as Energias Renovåveis (PNAER) [4]. Malgrado pouco evidente para o consumidor de eletrici 5 > ? no que respeita à simultânea minimização dos consumos + 5 temente, do forte incentivo ao crescimento das FER. De facto, numa perspetiva de planeamento e gestão convencional, o crescimento da participação de FER variåveis no tempo (como eólica e fotovoltaica) no mix energÊtico de um país (ou região) deverå estar indexado ao crescimento do consumo, pois se tal não acontecer, somente o armazenamento ou o aumento da capacidade de transporte de energia para outros países (ou regiþes) poderå escoar a produção. Portugal tem um elevado potencial para o aproveitamento dos recursos renovåveis, como energia eólica, hídrica e solar, que representam uma valiosa alternativa aos combustíveis fósseis, permitindo a redução da dependência energÊtica do exterior (com inegåveis vantagens para o reequilíbrio da balança de pagamentos de Portugal) e que levou à existência de um clima muito favoråvel ao aproveitamento dos recursos renovåveis para produção de energia elÊtrica nos últimos anos. Nesse enquadramento, a produção eólica em Portugal foi a tecnologia com maior crescimento em potên 6@7 G H#JK LO


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