Fotovoltaico– uma onda de potencial que se agiganta

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editorial

fotovoltaico – uma onda de potencial que se agiganta Cláudio Monteiro Diretor

Com todos estes sinais positivos, parece que estamos na iminência de uma explosão e instalação de fotovoltaico, uma onda de potencial que se agiganta mas que tarda em chegar. A razão desta timidez de mercado é essencialmente devido a uma cautela dos investidores, esperando ainda uma maior viabilidade dos projetos.

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São cada vez mais fortes os sinais de que o solar fotovoltaico será uma das mais importantes fontes de energia no futuro próximo. Recentemente uma análise da “Bloomberg” indicava, tal como vários outros estudos, que o solar fotovoltaico será a fonte de energia mais barata do planeta na próxima década. Efetivamente o preço da energia produzida com fotovoltaico desceu mais de 60% desde 2010, atingindo atualmente preços competitivos relativamente às fontes mais baratas nas regiões onde o recurso solar é mais abundante. É de esperar que, durante a próxima década, o custo de produção de fotovoltaico desça para metade, o que quebraria por completo a barreira da competitividade com as fontes energéticas convencionais. Também no âmbito nacional, sendo Portugal o país de vanguarda no setor das renováveis, com um especial recurso solar, é de esperar que estejamos bem atentos a esta nova oportunidade. O Secretário de Estado da Energia deu recentemente sinais positivos sobre investimentos na rede elétrica nacional do sul do país para integrar uma maior produção fotovoltaica de grande escala. Estes sinais positivos dão resposta às grandes empresas do setor e os investidores em renováveis que já evidenciam, há alguns anos, através de pedidos de licenças, que o grande interesse da próxima década será o solar fotovoltaico, mesmo sendo remunerado sem qualquer subsidiação. Também na vertente do autoconsumo a legislação já libertou completamente os consumidores para que possam fazer os investimentos nas instalações fotovoltaicas integradas nas suas próprias instalações de consumo, produzindo a sua própria eletricidade, o que na maior parte dos casos já resulta em energia mais barata do que a comprada à rede. Na verdade é na vertente do consumidor que deveria estar a prioridade e não na vertente da grande produção centralizada, evitando-se investimentos desnecessários na rede elétrica que, inevitavelmente, onerará os consumidores, como é habitual. Mas sigamos adiante e que o sol brilhe. Com todos estes sinais positivos, parece que estamos na iminência de uma explosão de instalação de fotovoltaico, uma onda de potencial que se agiganta mas que tarda em chegar. A razão desta timidez de mercado é essencialmente devido a uma cautela dos investidores, esperando ainda uma maior viabilidade dos projetos. Ao contrário do que acontecia com o modelo subsidiado FIT (Feed-in Tariff ), em que a oportunidade era volátil devido à permanente perspetiva de descida da subsidiação. Com os atuais modelos de autoconsumo ou remuneração em mercado grossista os investidores só tem a ganhar em esperar mais um pouco, esperando que os custos do fotovoltaico desçam e que os preços da energia da rede e do mercado subam. Além disso existe a perspetiva de levantamento das restrições anti-dumping da Europa aos produtos chineses que, sendo levantadas, fariam cair os preços do fotovoltaico de forma decisiva. Ou seja, apesar da envolvente de mercado ser atualmente mais interessante, o modelo atual incentiva a retardar as decisões ao contrário do modelo anterior de subsidiação que apressava as decisões. É apenas uma questão de tempo! É necessário ter paciência e esperar até porque essa paciência será benéfica para todos. Não há grandes dúvidas que esta onda de potencial fotovoltaico se agiganta, ela chegará no tempo mais oportuno.


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