vida útil de uma turbina eólica: estratégias de final de vida

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case-study

vida Ăştil de uma turbina eĂłlica: estratĂŠgias de Uma turbina eĂłlica ĂŠ projetada para funcionar durante 20 anos. Nuno Jorge M.Sc. -- Eng.Âş Asset Management and Optimisation Services, AO&M DNV GL - Renewables Advisory

Ă€ medida que os aerogeradores se vĂŁo aproximando do final da sua vida Ăştil torna-se premente uma avaliação rigorosa do estado dos mesmos que permita adotar estratĂŠgias de otimização no plano de Operação e Manutenção (O&M) ou que permita a correta avaliação dos ativos eĂłlicos com vista Ă sua venda/compra por terceiros. Em 2020, um quarto dos aerogeradores instalados em Portugal terĂŁo mais de 15 anos de funcionamento. Neste contexto, uma avaliação rigorosa do estado atual e da esperança de vida de um ativo eĂłlico torna-se numa ferramenta Ăştil para um promotor, investidor ou financiador, que pretenda definir atempadamente a estratĂŠgia a adotar para esses mesmos ativos. Nesse contexto, a DNV GL desenvolveu uma metodologia que procura dar resposta a essa necessidade, atravĂŠs de um conjunto de anĂĄlise numĂŠricas e de inspeçþes locais. A expetativa de um investidor ĂŠ que um aerogerador funcione, sem problemas significativos, durante pelo menos 20 anos. Durante a fase de projeto de um parque eĂłlico, as condiçþes climatĂŠricas a que os aerogeradores estarĂŁo sujeitos sĂŁo comparadas com os parâmetros de projeto do aerogerador proposto. Nesse estudo, velocidades mĂŠdias e extremas, perfis verticais de

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parâmetros, sĂŁo avaliados por forma a assegurar que o aerogerador tenha sido projetado para operar em condiçþes mais adversas do que aquelas que vai encontrar no local. É habitual, nestes estudos, sempre sujeitos a alguma incerteza, que sejam aplicados fatores de segurança. É entĂŁo expetĂĄvel que um nĂşmero significativo de turbinas eĂłlicas possa vir a operar por um perĂ­odo mais extenso do que aquele para o qual foi inicialmente projetado – prolongando-se a vida Ăştil de projeto. Tratando-se de um investimento de capital intensivo, ĂŠ interessante do ponto de vista financeiro, que se tente prolongar a vida Ăştil dos aerogeradores uma vez que continuarĂŁo a gerar receita sem recurso a investimentos avultados. No entanto, hĂĄ que ponderar os custos de manutenção acrescidos de equipamento obsoleto, dificuldades de acesso a peças de origem para substituição ou ainda riscos acrescidos de segurança para o equipamento e pessoal que opera as turbinas eĂłlicas. É difĂ­cil, ou mesmo impossĂ­vel, determinar com exatidĂŁo o nĂşmero de anos atĂŠ Ă ocor Acresce ainda que a prĂłpria definição de vida Ăştil permite vĂĄrias interpretaçþes, podendo ser

uma falha grave de um componente estrutural ou o período atÊ que a operação de uma turbina eólica seja economicamente inviåvel. Não se podendo abordar a questão de uma forma determinística, sobra a forma probabilís dessas mesmas falhas, atravÊs de estudos aeroelåsticos, Ê calculada. Para tal, as cargas a que o aerogerador esteve sujeito durante o período de operação são comparadas com os níveis de fadiga para o qual o equipamento foi projetado. Na DNV GL, este estudo probabilístico Ê feito atravÊs de modelaçþes numÊricas e de inspeçþes de campo: Anålise numÊrica de componentes estruturais: avaliação de dados SCADA em conjunto com um modelo aeroelåstico; mediçþes de carga ou sinais de alta resolução; ! Pås, caixa multiplicadora, rolamentos, fundaçþes; Anålises de óleo; Termografia, vídeoscopia. A quantidade de dados disponíveis numa turbina eólica Ê muito vasta. O processamento desses mesmos dados por forma a extrair-se informação relevante Ê em si um desafio e exige


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