Energia eólica na prática

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investigação e tecnologia

energia eólica na pråtica A popularidade crescente da energia eólica para produzir eletricidade com uma reduzida pegada de carbono levou à instalação de turbinas eólicas que são cada vez maiores. Neste momento hå uma pequena empresa na Suíça que estå a caminhar numa outra direção, produzindo energia eólica mais silenciosa e numa escala mais terra-a-terra. Michael Lawton Fotos: Maurizio Camagna

A energia eĂłlica ĂŠ a forma mais eficaz de produzir eletricidade com uma maiores. Mas Hans Wepfer, um inventor inveterado na Suíça, desenvolveu uma unidade pequena e eficiente que se encaixa na perfeição nas casas de uma aldeia ou entre os edifĂ­cios de uma zona industrial. Wepfer construiu uma empresa, a Wepfer Technics of Andelfinger perto de Zurique, pela sua prĂłpria atividade inventiva. Ele desenvolveu maquinaria para cortar relva, para colher bagas de espinheiro amarelo e para chanfrar tanto o exterior como o interior de tubos num Ăşnico procedimento. “AlguĂŠm vem ter connosco e diz que necessita de algo que nĂŁo existeâ€?, explicou ele, “e nĂłs inventamosâ€?. Ele tem vĂĄrias patentes no nome dele, e alguns dos seus produtos sĂŁo distribuĂ­dos em todo o mundo. O conceito para a turbina eĂłlica derivou do seu conhecimento e compreensĂŁo das hĂŠlices de aviĂŁo. Wepfer tem uma licença de piloto, e se ele utiliza algo ele necessita de o compreender. “Sou um homem completamente mecânicoâ€?, brinca. Dada a necessidade de fontes de energia com emissĂľes de carbono reduzidas, parecia evidente que ele devia utilizar o seu conhecimento de hĂŠlices para desenvolver uma turbina eĂłlica. Para fazer isso, ele teve de desenvolver os conhecimentos necessĂĄrios para conceber o produto, fazendo ele prĂłprio o equipamento necessĂĄrio para fabricar os componentes. Mas a sua pesquisa sobre estas questĂľes indicou-lhe o caminho oposto ao seguido atualmente na indĂşstria das turbinas eĂłlicas. Ele explicou: “VocĂŞ tem de pesquisar tudo o que faz, e por vezes a sua investigação leva-o do conhecido para o desconhecido.â€? Enquanto a restante indĂşstria tem desenvolvido unidades cada vez maiores – atualmente, existem turbinas eĂłlicas com 60 metros de comprimento de pĂĄs e 140 metros de altura dos mastros, produzindo atĂŠ 7 MW – o seu protĂłtipo de turbina produz apenas 83 kW e as suas pĂĄs de 7 metros estrutura de suporte produz um total de 250 kW, encontrando-se numa zona industrial na cidade vizinha de Schaffhausen e ĂŠ operada pela empresa local de eletricidade, EKS, que a nomeou de “Windmill3 Hansâ€? em homenagem ao seu inventor. ! " # orientarem-se ao vento, mas sĂŁo tĂŁo silenciosas que nĂŁo perturbam os trabalhadores. Na realidade, um protĂłtipo inicial estava a apenas a 30 metros da janela do prĂłprio quarto de Wepfer. â€œĂ noiteâ€?, relembra ele, “eu tinha de me levantar e verificar se ela ainda estava a trabalhar. Isto porque nĂŁo a conseguia ouvir.â€? A sua turbina eĂłlica foi concebida tendo como base um design inovador do rotor – as suas seis pĂĄs sĂŁo cada uma mais ampla e plana do que $ % & 36

pĂĄs, a velocidade de ponta do rotor ĂŠ metade do que um rotor similar em % ' $ # ! () # # a uma conversa tranquila. A sua operação silenciosa ĂŠ uma das razĂľes que Wepfer considera que torna mais fĂĄcil obter aprovação da planificação. Ele espera que as suas unidades sejam colocadas em aldeias ou parques industriais porque estas nĂŁo vĂŁo interferir com os arredores. Isto permite uma produção descentralizada de eletricidade, que evita perdas de transmissĂŁo e retira um pouco da carga da rede. As pĂĄs amplas e planas sĂŁo inofensivas para aves e tambĂŠm para mor * ' isso nĂŁo se aproximam. AtĂŠ agora nĂŁo hĂĄ animais que tenham morrido em colisĂľes com o protĂłtipo, mas a EKS compara os nĂşmeros de aves e morcegos existentes antes e depois da instalação. Pode acontecer que eles simplesmente evitem a ĂĄrea por completo, agora que estes grandes “discosâ€? estĂŁo no seu caminho aĂŠreo. + / “Podemos começar a gerar eletricidade quando o vento estĂĄ a soprar a uma velocidade de 1,5 m/s, enquanto as turbinas eĂłlicas convencionais necessitam de 3 a 3,5 m/sâ€?, referiu Wepfer. “AlĂŠm disso nĂŁo precisamos de desligar a turbina durante uma tempestade. Apenas temos de ajustar o passo para manter o nĂ­vel de geração planeado.â€? O desenvolvimento de uma conceção tĂŁo inovadora nĂŁo foi efetuado sem problemas. O principal revĂŠs surgiu quando uma pĂĄ do rotor se soltou do protĂłtipo e vĂĄrios aspetos do projeto tiveram de ser novamente


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