dossier sobre solar tĂŠrmico e fotovoltaico
Brasil: um paĂs inovador em autoconsumo e geração distribuĂda O mundo caminha em busca da sustentabilidade e autonomia energĂŠtica. Thereza Neumann Santos de Freitas Engenheira Eletricista | Engenheira de Segurança do Trabalho com Especializaçþes em GestĂŁo PĂşblica e GestĂŁo de Cidades Diretora de Relaçþes Institucionais da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) | Vice-Presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado do CearĂĄ (Senge – CE)
E o fenômeno global do crescimento exponencial de energias renovåveis encontra respaldo na busca de oportunidades de investidores privados em novos modelos de negócios sustentåveis e contribuição de iniciativas gover
gĂŠtica dos paĂses comprometidos com o meio ambiente e acesso Ă energia pela população. Neste campo, o Brasil vem sendo apontado como um dos paĂses que contribuirĂĄ muito, com este panorama nos prĂłximos anos. Segundo estudos do Instituto de Economia e AnĂĄlise Financeira de Energia (IEEFA, na sigla em inglĂŞs), o potencial brasileiro de geração eĂłlica ĂŠ de 880 gigawatts (GW),
JĂĄ com base nos compromissos assumidos pelo Brasil atravĂŠs do Acordo de Paris, resultado da 21.ÂŞ ConferĂŞncia das Partes da Convenção-Quadro das Naçþes Unidas sobre as Mudanças ClimĂĄticas (COP21), que trata da redução da emissĂŁo de gases de efeito estufa (GEE) e que entrou em vigor em novembro de 2016, a matriz energĂŠtica do paĂs atĂŠ 2030, terĂĄ 45% de energias renovĂĄveis. Neste contexto, segundo a Empresa de Pesquisa EnergĂŠtica – EPE e planejamento do governo, a meta prevista para energia solar fotovoltaica ĂŠ de 30 gigawatts (GW), passando de 0,01% para 10% da matriz geral. Segundo dados do Resultado de 2016 da Aneel, a Geração DistribuĂda no Brasil, em termos de potĂŞncia acumulada (KW), aumentou 360% em um perĂodo de 12 meses. Sendo a fonte solar fotovoltaica responsĂĄvel por 98,4% das micro e minigeraçþes. O Brasil ĂŠ detentor de imenso potencial para geração alternativa de energias limpas, alĂŠm da hĂdrica, podendo-se considerar, duas opçþes que estĂŁo em fase de expansĂŁo: a solar fotovoltaica e eĂłlica, sendo favorecidas por caracterĂsticas predominantes, onde citamos os extraordinĂĄrios nĂveis de irradiação solar e ventos estĂĄveis, sem rajadas em terras planas, que asseguram altos Ăndices de produtividade e consequentemente, atratividade para investidores internos e externos de todo o mundo. Outros aspectos importantes tambĂŠm estĂŁo baseados na polĂtica regulatĂłria e legislação brasileiras, que implementaram diversas modalidades para geração distribuĂda desde a publicação da Resolução Normativa nÂş 687/2015, revisando a Resolução n.Âş 482/2012 da Aneel - AgĂŞncia Nacional de Energia.
nismos criativos de compensação de energia. As micro e minigeraçþes distribuĂdas, que sĂŁo centrais geradoras conectadas Ă rede de distribuição por meio de instalaçþes de unidades consumidoras, tiveram suas potĂŞncias instaladas alteradas para atĂŠ 75 quilowatts (kW) e acima de 75 kW e menor ou igual a 5 MW (sendo 3 MW para a fonte hĂdrica), respectivamente. JĂĄ,
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o surgimento da geração distribuĂda em condomĂnios (empreendimentos de mĂşltiplas unidades consumidoras), autoconsumo remoto, em que um 32
mesmo titular tem oportunidade de utilizar o excedente de energia gerada em outras propriedades, com endereços diferentes, mas na mesma ĂĄrea de concessĂŁo e a geração compartilhada que criou a condição para que vĂĄrios consumidores (pessoas fĂsicas ou jurĂdicas) se reĂşnam em forma de consĂłrcio ou cooperativas e produzam suas prĂłprias energias, de forma conjunta, mas com distribuição fracionada, proporcionalmente a cada parte ou
# Um dos grandes diferenciais do Brasil para outros paĂses que tĂŞm geração distribuĂda estĂĄ na possibilidade de consumo em atĂŠ 60 meses, do excedente de energia gerada e injetada na rede de distribuição da concessionĂĄria, podendo abater o consumo da unidade produtora, em meses subseqĂźentes, ou de outras contas de energia, do mesmo consumidor. A rede funciona como uma bateria, armazenando o excedente atĂŠ o momento em que a unidade consumidora necessite de energia complementar da distribuidora. O Brasil no intuito de ampliar oportunidades de investimentos e crescimento interno em geração distribuĂda com foco na energia solar fotovoltaica, vem atravĂŠs do Governo Federal promovendo a isenção de impostos
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para os trabalhadores, atualmente, do FGTS – Fundo de Garantia do Tempo '
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*! tinados Ă produção de energia elĂŠtrica em suas residĂŞncias ou mesmo atravĂŠs de programas governamentais de habitação, nos moldes de Minha Casa Minha Vida. Com sinalizaçþes para novas polĂticas pĂşblicas atravĂŠs do MinistĂŠrio de Minas e Energia – MME e Governos Estaduais, priorizando a energia solar fotovoltaica,
Figura 1 Mapa de grau de oportunidade em FV nos paĂses do Sunbelt – previsĂľes para o mercado mundial. Fonte: relatĂłrio EPIA 2014/2018