Central Skate Mag

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COMERCIAL: centralskatemag@gmail.com EDITOR PORTAL: Felipe Henrique S.A PROJETO GRÁFICO: Diego Almeida CAPA: Jéssica Florencio - Flip Foto: Ana Paula Negrão

FOTOGRAFIA: Diego Almeida Júlio Tio Verde Dennes Ferreira Camilo Neres REDAÇÃO: Jeny Choe Renata Oliveira César Bulcão Alberto Santos Alessandro Mcgregor COLABORARAM NESSA EDIÇÃO: Estêfania Lima, Pablo Vaz, Fernando Menezes Ana Paula Negrão, Fernando Arata, Patrícia Spier, Alexandre Santos, Jerri Rossato, Eliaber Dias Kelven Douglas, Ana Clara, Anairam de Leon, Lari Pina Roniel Fonseca, Naw Miranda e Helton Belo.

As matérias publicadas não refletem necessariamente a opinião da revista e sim de seus autores.

FOTO: FERNANDO ARATA

PERÍODICIDADE: Bimestral



FERNANDO MENEZES ALESSANDRO MCGREGOR

Desde que o mundo é mundo, a busca das mulheres por igualdade de gênero tem sido uma luta constante. Dos textos sagrados antigos até os dias de hoje, essa luta por equidade tem se mantido como pauta, na busca de desmistificar o sexo frágil. Frágil? Eu nunca entendi. Nessa busca, as mulheres vem desbravando numa luta desenfreada, galgando seu espaço e no skate não seria diferente. Eu vi muitas dessas gurias , principalmente as primeiras, irem para campeonatos sem saberem se teria a categoria feminina, se iam correr com os caras ou se correriam com duas ou três garotas numa disputa meio que quebra galho, em algumas vezes sendo tiradas pelos caras que andavam de skate. Nunca entendi o skatista que sofre preconceito a vida toda, ser preconceituoso... E ainda assim muitas dessas mulheres nunca desistiram sempre foram resistência. E não são só as que andam, porém as que estavam nas internas brigando para que a coisa mudasse, para que o machismo, não só dos skatistas, mudasse. Muitas mulheres, muitas que me sinto honrado em conhecer e vivenciar, chegaram, tomaram o espaço que era de direito e pavimentaram o caminho que foi criado até os dias de hoje. Com muito atraso é verdade, em um esporte, tido como masculino, romper as fronteiras do preconceito acaba sendo mais tardio e também mais custoso, porém nunca omisso. Uma edição só para elas é parte desse respeito que nutrimos por todas. Estamos falando de dar o mínimo para todas elas que deram e dão a cara a tapa na categoria feminina para chegar onde estão hoje. Eu acho, sem estender muito, que estamos fazendo muito pouco, mas esse pouco tem respeito, gratidão e mantendo a história fresca do universo feminino, para que ela não se perca, como a história do skate masculino que já está anestesiada e muita coisa se perdeu. Uma edição de mulheres não é oportunismo, é um afago, é um abraço simbólico, um OBRIGADO GURIAS POR NUNCA DESISTIREM.


Natural de Ribeirão Preto – SP, Ana Paula Negrão começou a fotografar em meados dos anos 90, quando ainda usavam filmes e as coisas não funcionavam de uma forma tão ágil. Além da fotografia de Skate, Ana atuou no ramo da moda, atualmente residindo em Los Angeles, batemos um papo sobre toda essa trajetória na fotografia.

RENATA OLIVEIRA


Quando você sentiu o interesse ou a necessidade de fotografar skate? Como foi esse start? Eu comecei a andar de skate em Ribeirão Preto que era a cidade que eu morava, onde não tinha muitas pistas, revistas, era tudo em São Paulo e os meninos não tinham ninguém que filmava, fotografava, então eu comecei a fazer foto deles. Íamos para campeonatos e uma vez eu fiz uma foto e um menino fez uma camiseta com essa imagem, era um Flip lá em Araraquara, a foto ficou muito boa e todo mundo, lá em Ribeirão, quis que eu fosse a fotógrafa. Comecei a fotografá-los e eu me interessei bastante pela fotografia, fiz alguns cursos ainda em Ribeirão e foi assim que tudo começou, fazendo foto dos meninos de minha cidade Quais foram as maiores dificuldades no início? Desde equipamentos, dificuldade em sair para fotografar, etc... No começo era bem difícil, porque eu não tinha uma câmera boa, era filme ainda na época. Eu tinha uma Zenit que era a melhor câmera da época, lógico que tinha a Canon A1 que era a melhor câmera, mas eu não tinha condições de comprar essa câmera, então eu comecei fotografando com uma Zenit, aprendi a revelar filme, era preto e branco e colorido, equipamento era bem difícil de chegar, flash, essas coisas com o tempo foi evoluindo até chegar no digital.


Lacey Baker - Ss Heelflip


O que você acha do avanço das mídias e de como as atualizações acontecem de forma rápida, uma vez que rolamos o feed e temos acesso a tudo que aconteceu ou está acontecendo na sessão? Eu passei por todas essas fases, eu comecei a fotografar era preto e branco, revelação, sequência, hoje em dia na era digital é tudo bem mais fácil, meio que até acabou a fotografia de sequência no skate que tinha bastante na época. Fotografia pra zine, a gente fazia um fanzine de skate feminino Check It Out, fazíamos a revistinha e colaborávamos para Tribo, Cemporcento Skate e passou bem rápido esse processo, depois foi só adaptação. Hoje é tudo mídia digital, você faz uma manobra e posta no Instagram, todo mundo já vê, a fotografia continua, mas atualmente, um Iphone consegue fazer uma foto super legal, não de moment, porém hoje a galera prefere mais vídeo, então você tendo acesso a um telefone bom, você consegue entregar o que as pessoas querem. Eu vejo que entre uma foto publicada e um vídeo, a foto tem bem menos visualizações do que a imagem de vídeo. Acredito que seja o momento que estamos vivendo, onde as pessoas querem tudo bem mais rápido, filmes eles querem ver e não apreciam tanto uma imagem de arte, tipo um retrato, como era antigamente que demorava, sei lá, meses para sair numa revista.

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Como foi o processo de adaptação em outro país? Foi bem de boa. Quando eu cheguei aqui, eu vi várias escolas de fotografia, foi legal, eu fiz vários cursos e acompanhei bastante o processo que era filme e passou para digital, foi bem na época da transição, então foi bem legal pra eu aprender tudo isso da nova era digital. E eu nunca falei: Ah, não, vou ficar só no filme, eu sempre achei bacana a evolução, assim como skate, a fotografia também é evolução, então eu acho que a gente tem que se adaptar, tanto no skate com as manobras novas como na era digital, a nova forma de social mídia é só uma nova forma, um novo mecanismo e a adaptação foi bem legal, bem rápida, fiquei feliz em estar aqui e poder acompanhar todos os lançamentos digitais, fazer parte, estudar, isso eu gostei e me ajudou muito já estar em outro país.


E no mercado de trabalho? No Brasil, eu comecei fotografando para as revistas de skate e fiz bastante contato, então mesmo eu estando aqui eu trabalhava bastante para as revistas do Brasil, isso no skate. Fora do skate também, eu tenho uma amiga que é escritora e ela me chamou para ser fotógrafa, ela fazia várias matérias e eu fotografava. No cinema também tinha um pessoal que conheci lá na escola de fotografia que eles faziam um festival brasileiro de cinema e eu conheci muita gente, então eu fazia foto desse pessoal, então foi basicamente todos os meus contatos que eu já tinha aí do Brasil com os que eu fiz aqui, que eu me inserir nesse mercado. O que você diria para as meninas que querem investir na fotografia de skate?

Leticia Bufoni - Flip // Anúncio Crail Trucks

É bem difícil o mercado do skate, mas não é impossível. Eu fiz foto de tudo, de cinema, de casamento, de moda, trabalhei para várias revistas, Caras, Capricho... Mas a minha paixão é a fotografia de skate, porque eu acho que é a mais difícil é a que me dá mais orgulho, porque você fotografar uma pessoa pulando uma escada, arriscando se machucar, se você perde o moment é bem mais complicado que uma fotografia de moda que você coloca num Studio, fica lá 3, 4h até você chegar na foto perfeita, já no skate você não tem isso, você tem que acertar porque é a vida da pessoa ali, ela pode se machucar se você ficar pedindo muitas vezes para ela acertar. Se você realmente quer fotografar skate só coloca em mente que você tem que investir bastante tempo, no começo não vai ter muito dinheiro, muito retorno, então você tem que realmente gostar de fotografar skate para você fotografar skate.


Karen Jonz - Fs Melon

Qual o momento mais marcante seja como skatista ou fotógrafa? Nesses anos todos tem vários momentos marcantes, cada foto que eu faço que vire um anuncio, que eternize uma capa de uma revista, é um momento marcante, eu não sei nem contar quais que foram. Quando você cria uma foto e fica feliz com o produto, marca pra sempre! Tem vários momentos legais em minha carreira que eu gosto e eu que me lembre, acho que só de você fazer uma foto, está feliz com ela e o moment ser legal, já é um momento marcante. Uma mensagem para geral... Uma mensagem que eu quero deixar pra galera é que nada vem fácil, você tem que trabalhar pelo que você quer e você tem que gostar do que você faz. O dinheiro não é importante, o importante é você fazer uma coisa que você está feliz e que você goste.


RENATA OLIVEIRA

Andar de skate é um ato revolucionário Se você é mulher isso vai além, Porque só de sonhar Já tem muitos olhos a julgarem Muitas bocas a questionarem e é como se você tivesse sempre algo a provar Mas nos mantemos firmes e fortes Colocando o dedo na ferida O universo é masculino, machista, porém somos Fridas, sofridas, margaridas Abrindo janelas, derrubando portas Como é mesmo aquela frase? “Tem que ser muito diva para aguentar o skate na canela” Mulher sim, skatista também e isso que importa E olliezinho é o CA*R%... Fica aqui o primeiro recado, espero que esteja bem dado.

Yndiara Asp - Fs Feeble//

Julio Tio Verde


O segundo começa agora Nos fortificamos, nos apoiamos Somos uma só e não mais umas contra as outras Não aceitamos mais ser a cota em campeonatos As notas em formato pequeno nas revistas Aquela mina que vocês falavam: - Só veio magazinar na pista. Piscou e você nem viu o feeblezinho Opa, preste atenção locutor Foi um feeble no corrimão Minha amiga ali filmou Porque agora é assim: Tem mina com a câmera na mão Tem mina na foto, no vídeo, na arte Crews por toda parte Porque cansamos de esperar Fizemos acontecer Não pisca de novo para não perder. Março, ano 21 Depois do cansaço de um ano incomum Essa edição não é um marco É reparação histórica Mudar a retórica não é fácil Mas ser mulher também não Ser trans também não Ser lésbica também não Ser mulher negra então... Desistir também não é uma opção Mesmo que umas fiquem durante o caminho Sempre haverá outra remando, indo contra, indo pra cima

E essa aqui é por nós, por TODAS nós.


RENATA OLIVEIRA

ARQUIVO DIVAS SKATERAS

O ano era 2006 e surgia uma comunidade no falecido Orkut, por trás dela, uma jovem skatista que queria se conectar com outras jovens skatistas Brasil a fora, sim, Estefânia Lima, direto de Cuiabá MT, não tinha noção de quanto aquela comunidade cresceria e a conectaria com o mundo, não só ela, mas muitas outras garotas. Surgia o Divas Skateras, um dos maiores coletivos de skate feminino do país. O ano é 2021 e o Divas está debutando, claro que muitas coisas mudaram e que nem sempre foi um mar de rosas, mas entre remadas, conversas online e muito, mas muito skate na canela, os 15 anos chegaram!!


Como surgiu a ideia do Divas? Eu nunca parei e pensei: bom, hoje vou criar uma comunidade para fomentar o skate feminino. Através do extinto site “Skate para Meninas” eu conheci muitas outras skatistas, e me veio o desejo de que todas elas se conhecessem. Foi aí que, ingenuamente, criei um grupo no orkut, o nome veio depois, através das nossas piadas internas, mas que até hoje fazem sentido, pois tem que ser muito diva pra aguentar o skate na canela e toda podridão que existe nesse meio.


Este ano, Divas completa 15 anos, nessa trajetória, quais foram os momentos cruciais pra você? Quando eu comecei a questionar até que ponto valeria a pena dedicar meu tempo, o que mais tenho de valioso, nisso tudo. Por exemplo, eu e outras companheiras varávamos madrugadas criando concursos de vídeo online para o Divas em troca de material para premiar as skatistas, e muitas vezes nem todas participavam, isso também deve ser dito. A falta de reconhecimento das próprias minas da cena, e a sobrecarga que deixam para nós que estamos à frente de coletivos e mídias. Como se fosse apenas nossa obrigação.

Como você consegue manter o projeto há tantos anos sem retorno financeiro ou patrocinador fixo? A resposta é fácil, do próprio bolso. Tenho condições graças a Deus, e a mim que desde meus 18/19 anos trabalho para pagar meus mimos, viagens e afins. Venho de uma geração que infelizmente tinha que aceitar migalhas para conseguir articular ações para o skate feminino. Lá atrás, outras mulheres como Liza Araújo, trocava com organizadores, anúncio na sua revista por inclusão da categoria feminina nos eventos. As coisas eram bem mais difíceis. Foi preciso passarmos por isso, são processos, para hoje em dia as mulheres serem devidamente valorizadas e remuneradas por seus trabalhos. Muita gente que nem faz o mínimo suga descaradamente do skate, por que quem faz acontecer lindamente não pode ter retorno financeiro?


Ao longo desses anos houve muita parceria tanto com marca, quanto com skatistas, mas sempre a carga maior foi em cima de você, como você se sente com relação a isso? O cansaço é mais mental do que físico, sabemos que lidar com todo tipo de pessoa é exaustante, quem não aguenta perde a lucidez. Eu sempre procurei tratar a todes com respeito, paciência e empatia. Mas tem dias que é foda, muita coisa acontece pra te testar. Eu também sou humana, e já errei tanto tentando agradar geral, demorei a entender que por mais que você faça, nunca terá feito o bastante para algumas pessoas. E está tudo bem nisso. A diferença é que tenho minha rede de apoio, formada por mulheres fortes e de responsa, que sabem me elogiar, mas também criticam construtivamente se for preciso. Isso ajudou a formar o meu caráter.


Os vídeos do Divas mostram que quando há força de vontade é possível sim fazer acontecer, já que as meninas mandam suas partes e você faz a edição das imagens. Na sua visão por que ainda é tão difícil que as marcas invistam mais nos coletivos e insistam em manter o skate sempre no eixo Sul e Sudeste? Acho que faltam mais mulheres dentro das marcas, homens por mais que tentem vão ver mas nunca enxergar a importância desse suporte. De criar um relacionamento mesmo com o coletivo e facilitar os projetos dos mesmos. Afinal, são os coletivos que carregam o skate feminino nas costas, esse trabalho é imprescindível. Em contrapartida temos que passar a fazer consumo consciente, fortalecer apenas as marcas que somam. Que investem na gente.

15 anos depois a cena de crews femininas é totalmente outra em nosso país, como você enxerga essa articulação feminina? Novas praticantes surgiram e junto a isso a necessidade que cada região tem de fomentar a cena local, já não somos meia dúzia de gatos pingados por Estado. Criamos força. O que antes era utopia, hoje é realidade, ver tanta skatista se descobrindo e elevando o nível no audiovisual, no designer, na gestão de eventos, etc. E aplicando tudo isso no skate, consequentemente inspirando mais e mais mulheres. Nós por nós.


Quais são os projetos para esse ano comemorativo? São muitos, iremos lançar o novo vídeo compilado “Brilha”, em parceria com a Vans Brasil. O collab com a Amee “Sim! Nós podemos” e há mais coisas por vir, que se eu contar perde a graça. Tem pretensão em futuramente lançar o Divas Skateras como uma marca de skate feminino? Sim, será uma forma do Divas que já é debutante, se auto sustentar. Sabemos que o universo do skate é predominantemente masculino, como foi ganhar espaço dentro desse mundo? Engolindo muito sapo. Olho para trás, lembro de um skatista me dizer que nunca mandaria flip na vida, outro ficando puto porque participei de campeonato na mesma categoria e andei mais que ele. Isso tudo me deu impulso para provar a mim mesma que eu podia qualquer coisa que eu quisesse. Nisso, todos me viram levando o skate a sério. Passaram a me motivar emprestando fita VHS da Toy Machine onde tive minha primeira referência feminina, Elissa Steamer, gravando dvd com a parte da Louisa Menke no Colorblind vídeo para me presentear. Hoje em dia, fiz amigos por todo Brasil que também apoiam o Divas. Por vezes pensamos que nos relacionarmos com algum skatista será mais fácil, mais compreensivo, mas nem sempre temos essa troca. Fazemos parte de grupos femininos de skate e vemos a quantidade de relatos de relacionamentos abusivos dentro do meio do skate. Você já passou por algum relacionamento assim? Numa época em que pouco se falava sobre relacionamento abusivo, eu estava em um e não sabia. Inclusive, nunca falei abertamente sobre. Eu tinha vergonha por ter me sujeitado a isso. Mas hoje consigo ver claramente mulheres dentro do skate passando por situações parecidas, sendo manipuladas assim como eu já fui. Existe a necessidade de falarmos cada vez mais sobre e nos fortalecermos. Talvez​se mais pessoas tivessem compartilhado suas experiências, eu teria me alertado mais cedo. Os relacionamentos abusivos sugam nossa energia, nossa essência. No meu caso, me​fez afastar de todos meus amigos, do skate, consequentemente do Divas que estava em plena ascensão.


SKAT RENATA OLIVEIRA


TE

Desde o primeiro carrinho a última remada, há muitas coisas que passam em nossa mente: O skate não é a primeira opção quando se pensa em um presente para meninas, por muitas vezes esse contato se dá apenas na adolescência, além disso, há muitas cobranças dentro do universo feminino fora do skate (e dentro também), há muitas mudanças de acordo com cada estado, cada região, cada um vive o skate de um jeito, porém há algo muito maior que interliga sexo, raça, regionalidade, rompe as fronteiras: a UNIÃO. O skate tem esse dom de aproximar as pessoas, afinal quem aqui não lembra daquele incentivo ao tentar incontáveis vezes a mesma manobra? E a vibração ao acertá-la! Essa edição foi toda dedicada ao skate feminino, fomos atrás de mulheres que fizeram e fazem história, seja em cima do skate ou não, fizemos a mesma pergunta para cada uma delas e pudemos nos emocionar ao ler como o skate tocou e transformou a trajetória de cada uma.

DE QUE FORMA O SKATE REFLETIU E/OU REFLETE EM SUA VIDA?


PATRÍCIA SPIER

helga

(RS/SP)

O skate estava na minha vida e eu nem percebia. Como jornalista, por anos, trabalhei diretamente com música. Cheguei à São Paulo em 1987, quando o movimento hip hop começou a surgir no Brasil. Eu fazia um programa de Arte na TV Cultura de SP, e logo comecei a me aproximar da novidade. Rap, Dj, Grafite, B.Boys (eram poucas as B.Girls naquele comecinho) e sempre tinha por perto o Skateboard. Eram, e são, símbolos consagrados das ruas.


Por quase duas décadas mexi com este universo. Quando saí da TV Cultura nos anos 2000, fui contratada pela ESPN Brasil. Na época, o canal dava muito espaço à produção de programas nacionais. Não demorou muito e eu estava mergulhada no universo do Skateboard. Começou nos X Games Latinos e logo eu comandava um programa dirigido ao mundo do skate. O Skate Paradise. A partir daí minha vida mudou. Aprofundei o sentimento de que a cultura nascida nas ruas era a mais real e verdadeira que existe. Nas ruas, desta vez com o skate, comecei a enxergar a cidade de outra forma. A observar que, o que era hostil – como uma mureta criada pra separar a propriedade pública ou privada, das pessoas que passam por ela - poderia se tornar um suporte à arte de andar de skate. Era uma barreira quebrada. O skate transformava o concreto, o cimento, o duro em movimento, em prática, em orgânico.

Aquilo começou a virar minha cabeça. O skate era (e é) muito mais que o ato de andar de skate. O skate, assim como o Hip Hop, é revolução. Por meio dele, preconceitos são rompidos e conceitos são formados pensando-se no que é pra ser “usado” por todos nas grandes cidades. O corrimão não é mais um equipamento de segurança para o pedestre. É também um suporte para a expressão física e criativa de gerações que precisam se relacionar com um mundo cada vez mais refratário, cada vez mais voltado pro consumo, onde o protagonista deixa de ser a pessoa, mas o quanto ela tem, o quanto ela pode comprar. Claro que este é só um aspecto. Ainda tem o capítulo Amizade. Ah, este merece um livro, não só um comentário. Pra ser rápida: você chega em qualquer lugar do mundo. Não precisa saber a língua, não precisa conhecer pessoas de antemão, não precisa ter onde ficar. Se você está com o skate embaixo do braço ou em cima dele, tenha certeza, você terá alguém que vai te reconhecer como um igual e te acolher.

Como não amar este mundo transformador e revolucionário?


PABLO VAZ

(PR)

O skate apareceu na minha vida em uma fase de transição, a adolescência. Eu

agradeço ao skate por ter me ajudado na minha formação. Dentro do skate

conquistei minhas melhores amizades que seguem até hoje, conheci lugares, culturas, tive a possibilidade de ter ídolos reais, que conviviam com a gente. O skate me ensinou muito e mesmo 22 anos depois do início continuo me intitulando skatista de alma. O skate me traz felicidade e me mostrou que o mundo é muito o coletivo e não o próprio umbigo. Desconstruiu medos e preconceitos. Hoje mesmo sem andar de skate todos os dias, eu consumo skate, minhas amizades são do skate, meu trabalho tem a ver com o skate (atualmente atuo como Juíza e tenho um programa de treinamento físico voltado para a longevidade ao skate). Costumo dizer que nunca conheci um ex skatista, vai muito além de um rótulo.

Seguimos embalando...


ALEXANDRE SANTOS

(RJ/SP)

Eu ando de skate desde os 7 para 8 anos de idade, hoje tenho 21 anos, ou seja, tenho

mais tempo em cima do skate do que vivendo sem ele (rs), logo o skate teve bastante influência em quem eu sou hoje, nos meus gostos musicais, artísticos, amizades e na forma como vejo o mundo. Aprendi bastante coisa com ele, uma delas é que o skate vê caráter, então não é somente sobre dar boas manobras, nunca foi só isso. Com o tempo a gente vai vendo que manobras todo mundo dá, mas ter umas ideias da hora, que só as vivências e humildade proporcionam é para poucos e são desses poucos que eu procuro estar cercada, ter como inspirações.


(SP)

JERRI ROSSATO

Eu já disse que o skate salvou minha vida. Não é exagero.

Até os 13 anos, eu era uma criança relativamente feliz, serena, educada e doce. Era ótima aluna de um colégio estadual que eu amava. Quando fiz 14, meu mundo caiu. Passei o início do inferno que conhecemos como adolescência fazendo o colegial numa escola particular que eu odiava. Sofria muito com apelidos maldosos, uma perseguição horrível de frustrados que se odiavam e tinham que diminuir alguém para se sentirem melhores consigo. Eu fugia de salões de beleza e nunca fiz a unha desde que nasci. Não assistia novela, não gostava das trilhas sonoras, nem via os filmes horríveis que a Globo passava à tarde e odiava Bee Gees.


Mas adorava filmes de kung fu, já era apaixonada pelo Oriente e ouvia muito rock inglês. Eu simplesmente não tinha assunto com ninguém da minha idade. Acordava toda manhã com vontade de morrer, ia pra escola ser massacrada, voltava pra casa, ouvia música e dormia o dia inteiro. Comecei a fumar e beber, mentia descaradamente e repeti de ano em todas as matérias. Até que, num dia abençoado, conheci meu amado Hatsuo Pop, freestyler que cantava rock em japonês. Um luxo! A convite dele, fui no dia seguinte conhecer os outros Ibira Boys no parque mais gostoso de São Paulo. Eu nunca tinha visto ninguém andar tão bem de skate e eram muitos. Não só eles escutavam o mesmo som que eu [!], mas odiavam as mesmas coisas [!!] e amavam kung fu [!!!].

(RS/SP)

Naquele dia, conheci as primeiras pessoas que chamo até hoje de meus melhores amigos. Meus companheiros de estrada, donos de personalidades únicas, ao contrário do gado em volta. Pessoas geniais, de todas as cores, idades e classes sociais. E continua assim. Não para de chegar gente nova e os mais velhos, graças a Deus, não largam o skate. Essa energia só aumenta, cada vez que conheço alguém. Comecei a contar estas histórias em 1985 e não parei até hoje. Sim, meu amor pelo skate é, diriam alguns, brega. Eu me declaro mesmo, caio a seus pés, me arrasto sem o menor pudor. E choro... muito. Sempre. Porque o skate foi meu motivo pra acordar, comer, respirar e nunca mais pensar em suicídio.

Por isto ele é o grande amor da minha vida. Ele me fez amá-la.


ELIABER DIAS

(GO)

O skate refletiu e reflete em minha vida! Após ter tido meu contato com a prática do skateboard, tive a oportunidade de ampliar meu ponto de vista e estilo de vida. Nosso olhar com relação ao mundo muda, quando temos ou tivemos contato com o skate. Pude observar que passei a buscar vencer os desafios que a vida propõe, assim como as manobras nos levam a insistirmos até acertarmos. É preciso ser destemido para ser skatista e muito perseverante também! Agradeço por toda a jornada e amizades que tenho por causa do skateboard. Certamente me fizeram uma pessoa melhor!


KELVEN DOUGLAS

t at i almeida

(CE)

O skate mudou a minha forma de ver o mundo, através dele tive a oportunidade de viajar, conhecer pessoas, conhecer “mundos” diferentes. Creio que o skate influencia positivamente na minha vida... Tudo de bom que está relacionado ao skate, me fez ser uma pessoa melhor. Amadureci bastante com as vivências que tive nesse caminho e pude fazer escolhas que me levaram para o caminho do bem. Gratidão

ao skate por tudo!


HELTON BELO

CLEO VIDAL (AM)


Muito louco refletir sobre o que o skate significa para mim, pois aos meus 36 anos, sendo 20 anos só de skate e devendo contar mais uns três anos somente de encantamento, estes, os quais foram tomados de admiração pelo skate livre e rebelde que via nos videoclipes da MTV e os skatistas que cruzavam meu caminho à escola. Se eu parar uns segundos, consigo voltar no tempo e recordar com riqueza de detalhes o abençoado dia que fui a uma skateshop com dinheirinho contado, comprar meu primeiro skate. Lembro-me do vendedor, das marcas de cada peça selecionada, do cheirinho da madeira, rodinhas e da textura da lixa. Era primeira vez que sentia minhas mãos ásperas como uma palha de aço, apenas por segurar um skate, mas era o meu skate.

Essas, minhas primeiras sensações são inesquecíveis até hoje. Tenho absoluta certeza que

nem meu primeiro carro deixou tantas lembranças como meu primeiro carrinho. Esse sim foi um dia especial, pois a partir daí um mundo de novas experiências, sensações e desafios surgiram. Quando penso na minha vida, o skate tá junto sempre, tipo arroz com feijão. Nas primeiras e desengonçadas remadas, ainda tímidas, aprendi que o skate, além das manobras, tratava-se de relações interpessoais, baseada em confiança, parceria, afeto e humanidade. Afinal, quem nunca teve a ajuda de uma mãozinha para aprender a dropar uma rampa, quando isso acontecia, o sentimento de satisfação preenchia meu peito e eu sabia que estava no lugar certo. Meus amigos de hoje são os mesmo de

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vinte anos atrás e que sorte a minha. Por isso, agradeço

ao

skateboard por todas essas conexões.

DEPOIMENTOS EM NOSSO SITE.


Empreendedorismo no skate: Amee Skate Arte ESTÊFANIA LIMA

ANA CLARA

Tat Marques é lenda viva do skate brasileiro, marketeira, empresária, designer e streeteira. Foi também vice-presidente da extinta Associação Brasileira de Skate Feminino, que tanto lutou por melhorias para a categoria. Eu, na minha pacata cidade, via ela através das revistas, e sem sombra de dúvidas, ela se tornou referência para uma geração de minas no carrinho. Por ironia do destino, minha ídola se tornou minha amiga confidente, e eu não canso de agradecer por seguir nos inspirando e somando na cena. Quando surgiu a ideia de criar uma marca? Eu sempre trabalhei com criação de produtos em outras marcas do mercado street/ skate e também era skatista patrocinada por essas marcas e eu sentia muita falta de roupas pensadas e direcionadas para a mulher. No skate, as marcas femininas, eram uma extensão do masculino e muitas vezes não eram bem trabalhadas as modelagens, tecidos e artes e a partir disso veio a vontade e a certeza de criar a minha marca. De onde surgiu o nome Amee? O nome Amee veio da frase “Ame a ti próprio para saber amar o próximo”. É uma mensagem e uma lembrança importante sobre o amor próprio e a importância de nos conhecermos e nos valorizarmos. Muitas vezes amamos e nos dedicamos mais às outras pessoas do que a nós mesmas. A valorização tem que começar por nós mesmas e o amor a gente só conhece fazendo a escola do amor próprio.



Quais são os principais desafios para empreender no skate até o momento? O skate. Esse é o desafio (rsrs). O mercado do skate é extremamente complicado por diversos fatores mas os maiores na minha opinião, é o ego, falta de profissionalismo e falta de investimento. Já é difícil empreender no Brasil em qualquer área. No skate o nível é mais hard. Houve algum momento em que você pensou em desistir? Houve momentos que sim. Mas o amor e a fé que tenho pelo projeto é maior. Quais são os planos para o futuro? É aumentar o mix de produtos, aumentar a distribuição e aumentar as ações com os skatistas e artistas... Continuar a fazer o que fazemos e ir melhorando cada vez mais (tanto nos produtos, como nós mesmos) para espalhar ainda mais a mensagem da Amee. Como você vê o mercado nacional do skate atualmente? Está muito melhor do que há 10 anos. Hoje o skate ganhou um status de esporte (diferente de anos atrás que era visto como prática de marginal), e melhor do que isso, esporte olímpico. Está relacionado com saúde e estilo de vida moderno e jovem. Quais foram os principais projetos desenvolvidos pela Amee? O principal projeto da Amee foram os nossos primeiros shapes e o shape pro model da skatista profissional Ligiane Xuxa. Ela tinha passado para a categoria profissional e isso era muito novo no skate feminino. Juntamos a história da Amee e a conquista da Xuxa como skatista profissional e fizemos um pro model com o desenho da própria skatista. Isso foi muito importante para a Amee e também para o skate feminino mostrando que é sim possível mulheres assinar produtos e ganhar para isso como profissionais dentro do skate. Pois isso só era possível e permitido para homens. Quais conselhos daria para quem quer começar a sua própria marca? Pesquise, persista e crie sua história com suas características. Seja autêntico! Qual a importância de mulheres consumirem marcas feitas por mulheres? É um ciclo que acaba ajudando outras mulheres e cada vez mais mulheres. Porque através disso a marca pode investir mais no esporte, cultura, arte, evento também produzido por mulheres. A cena precisa dessa rede de apoio, desse fortalecimento.


A Amee Skate Arte e Divas Skateras são parceiras desde muito tempo, nos conte um pouco sobre o processo que fez florir essa collab? Floresceu da mesma visão e da mesma causa na necessidade de inclusão de mais mulheres na cena do skate, também de encorajálas a fazerem coisas onde o sexo masculino é predominante seja na arte, fotografia, filmagem, edição de vídeos, produção e locução de eventos, empreendedorismo... Não só na cena do skate, mas em todos os esportes e profissões. É importante a igualdade de gênero e nós

Luddy Lourenço - Ollie

apoiamos essa causa. Sim!

Nós Podemos!


CAROLINA FACHIN FERNANDO ARATA

Oi, sou a Carolyna Fachin de Souza, no skate sou conhecida como “Carolzinha”. Primeiro gostaria de agradecer essa importante oportunidade que foi me dada de estar aqui na Central nesse mês das mulheres, apesar de que todo dia é nosso dia, e não devemos abaixar a cabeça. Sempre sigo de cabeça erguida, não vejo por que devemos ser tratadas de maneira diferente, essa história de “sexo frágil” não existe, nunca existiu! Sou de São Paulo capital, estou com 16 anos. Comecei a me equilibrar no skate quando tinha 6 anos, desde então o “carrinho” sempre esteve presente em minha vida. Em 2019 comecei a competir, conseguindo importantes conquistas, fui vice campeã paulista e terceira colocada no campeonato brasileiro, na categoria bank’s, a qual eu tenho me dedicado, apesar que gosto também de street. Bom, em 2020 a pandemia nos pegou de surpresa, mas mesmo assim eu consegui me manter ativa, treinando e sempre mantendo os cuidados. Esse ano espero que tudo isso se resolva, que consigamos vencer para podermos ter novamente a nossa liberdade de poder seguir nossas vidas. Meu objetivo é me profissionalizar e para isso tenho me dedicado, tenho fé que com o skate eu ainda irei conhecer o mundo e fazer muitas amizades.




09/03/2021

Tainá.jpg

FERNANDO MENEZES

Tainá


09/03/2021

Vitória Bortolo - Fs Ollie

Vitória Bortolo


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09/03/2021

Fabi Santos

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09/03/2021

Atali Mendes - Varial Heelflip.jpg

https://drive.google.com/drive/u/1/folders/1Ud6FhaHLsFHPbgJjqqyYMvADt7ykzfpz

Atali Mendes - Varial Heelflip

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Gabrielle Francynne - Varial Flip


Ana Júlia - Bean Plant


RENATA OLIVEIRA

A palavra profissionalização gera muitas questões dentro do skate feminino: Como se profissionalizar? Precisa ser federada? Só passa pra Pro quem tem model? Recebe salário? Pensando nisso e em outras coisitas, batemos um papo com duas skatistas profissionais com uma longa trajetória no universo do skate. Débora

Badel e Marina Veiga, a Mah!

Marina Veiga é natural de São José dos Pinhais – PR, mas atualmente reside em Maringá. Tem 28 anos de idade, desses, quase 15 anos são dedicados ao skate, acabou de se profissionalizar, tornando-se a primeira skatista na categoria Street a passar pra Pro no estado do Paraná. É conselheira Fiscal na AFSK, colaboradora do Divas Skateras e Vice-Presidente na Associação dos Skatistas de Maringá. Atualmente conta com os patrocínios da Jah Light e Vaca Louca Café Vegano. Débora de Oliveira, mas conhecida como Débora Badel, tem 30 anos de idade e 16 anos de skate, de Jabaquara, Zona Sul de SP, sua manobra preferida é o frontside feeble e seu lugar favorito para andar é o Vale do Anhangabaú. Débora foi a primeira skatista negra a se profissionalizar no Brasil, praticante assídua da modalidade street, atualmente compete também nas modalidades bowl e park, onde tem boas performances e resultados. Integrante da equipe de Skate profissional do esporte clube Corinthians, Badel agora está em 10° lugar no ranking brasileiro do circuito nacional STU 2021, que abre a janela classificatória para as próximas olimpíadas em Tóquio. Lutando por uma vaga para representar nosso Brasil.


Badel - Fs Feeble Stall //

Anairam de Leon



Mah Veiga - Ollie //

Roniel Fonseca


Quais as dificuldades antes e depois da profissionalização? Badel: Antes, como amadora, a maior dificuldade foi conseguir um patrocinador real que pudesse somar de verdade com meu trabalho. Corria vários campeonatos, porque ganhava premiação e acabava vendendo tudo. Era assim que sobrevivia. Hoje como profissional não mudou muita coisa... As marcas não patrocinam porque na maioria das vezes não querem pagar um salário. Para elas é mais fácil patrocinar uma amadora que acaba fechando contrato apenas pra receber poucos produtos, do que investir em uma profissional. E em relação a campeonatos profissionais, aqui no Brasil acontecem poucos, dá pra contar nos dedos de uma mão. Aí na maioria das vezes ficamos sem patrocínio algum e sem poder participar da categoria amadora nos campeonatos já que somos profissionais. Mah: Como iniciei em uma época em que o skate feminino

amador raramente era valorizado, não ouvíamos falar de skate profissional entre as mulheres e sentindo hoje, a preferência pelas novas gerações dentre os patrocinadores, se tornam praticamente as mesmas dificuldades de 10 anos atrás. A única diferença é que o campo de trabalho para a mulher profissional dentro do esporte se tornou um pouco acessível, mas ainda tendo que ser ocupado quase que com um pé na porta rs!

Vocês conseguem viver somente do skate? Quais os corres paralelos para se manter? Badel: Infelizmente não. Sempre preciso fazer uma faxina ou

outra, lavar louça em restaurantes, ou trabalhar vendendo algo na praia aqui no verão. Só assim pago meu aluguel e me mantenho como atleta.

Mah: Atualmente estou conseguindo manter peças e

alimentação saudável, boletos ainda estão em outra dimensão infelizmente rs. E como não moro com minha família há muito tempo, tudo é analisado antes, desde a manobra mais elaborada num pico, até mesmo a ida a um evento com inscrição alta. Sem renda fixa para se manter como atleta, tudo é um fator de risco para continuar se jogando no skate, pois a qualquer momento nossa vida pode mudar.


Badel - F/S Grind to Switch Crooked //

Lari Pina


Sabemos que no mercado de trabalho ainda temos uma diferença salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função. Vocês percebem alguma diferença em relação a assistência das marcas entre homem e mulheres? Badel: Sim, existe muita diferença ainda. São poucos patrocinadores que pagam salário ou ajuda de custo para mulheres. Já para os homens, às vezes o amador já recebe pela marca, enquanto o feminino mal chega à cota do mês. Mah: Já passei muitas vezes, tanto em diferença salarial, quanto

de cota. “Menina anda menos’’ e blablabla as velhas desculpas... Esse é um dos motivos que vemos poucas meninas com patrocínio/ apoios ou até mesmo dentro do skate, pois além de terem que se virar com pouco, tem que representar igual os caras, se não mais ainda, pois o público que mais consome é o feminino, as marcas e empresas preferem exibir nossos rostos ou corpos para chamar a atenção, e recebendo de forma injusta, nos sentimos além de desvalorizadas, usadas.

Mah Veiga - Fs 50-50 //

Roniel Fonseca


Confira a matéria completa em nosso site. Badel - F/S Boneless //

Naw Miranda



RENATA OLIVEIRA/ALBERTO SANTOS

Abuso emocional ou mental e abuso psicológico são termos usados para definir relacionamentos em que há situações de violência não física, que

acontecem de uma ou de diversas maneiras. São situações em que há no mínimo duas pessoas, uma sendo a vítima e a outra exercendo o papel de abusador. Envolve o uso regular e deliberado de uma variedade de palavras e ações não físicas com o propósito de controlar emocional e socialmente uma pessoa ao manipular, ferir, enfraquecer ou assustar, provocando um choque mental e emocional.

Confira a matéria completa em nosso site.


ASSIM COMO NO SKATE, NA VIDA, O EQUILÍBRIO É ATIVO. Encontrar o equilíbrio não é uma tarefa fácil e nem passiva. Exige de nós coragem para enfrentar diversos monstros que nos acompanham e nos sugam a energia de vida diariamente.

SIGA NAS REDES SOCIAIS PSICOLOGIA_RADICAL Alberto Santos - Skatista e especialista em Psicologia do Esporte.


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