País económico edição de janeiro de 2017

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CEARÁ QUER SER A PRINCIPAL PORTA DE ENTRADA DE INVESTIMENTOS NO BRASIL

Nº 171 › Mensal › Dezembro 2016 › 2.20# (IVA incluído)

Aníbal Reis Costa Presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo

Francisco Mateus Presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana

Arialdo Pinho Secretário de Turismo do Ceará

SABSEG quer liderar seguros no Mundo

Lusófono

Miguel Machado, presidente da SABSEG, Corretor de Seguros com forte presença em Portugal, Brasil, Moçambique, Angola e Espanha, quer crescer na Península Ibérica, e assumir-se como referência nos seguros no Mundo Lusófono. Os sectores do desporto e da economia social estão na vanguarda de um corretor de seguros que contribui para o desenvolvimento económico e social dos países onde está presente. Dezembro 2016 | PAÍS €CONÓMICO › 1


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Editorial

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Exportações versus Internacionalização

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xistem muitas pessoas que entendem que a exportação de um qualquer bem ou serviço constitui uma internacionalização. Mas, não é exatamente assim. Naturalmente que quando uma empresa exporta alguma coisa, está a concretizar um processo de externalização de uma parte daquilo que faz. Mas, não é precisamente um verdadeiro processo de internacionalização. A grande maioria das empresas portuguesas que vendem produtos e/ou serviços para o estrangeiro, apenas se limitam a essa ação, indiscutivelmente meritória e altamente importante, não apenas para cada empresa que assim procede, mas também para a própria economia portuguesa no seu conjunto. E é preciso destacar e sublinhar que nos últimos anos as exportações foram importantes, mesmo decisivas para amortecer a crise económica que abalou Portugal, e possibilitar às empresas e ao conjunto da economia nacional que tivessem uma válvula de escapa não apenas para sobreviver, mas em muitos casos, igualmente para se desenvolver e crescer, ao mesmo tempo que garantia ainda assim muito empregos no próprio território português. Entretanto, exportar não significa, como referimos acima, internacionalizar. A internacionalização significa essencialmente um processo estratégico de uma empresa criar uma estrutura empresarial no exterior do país, passando lá a desenvolver uma atividade autónoma, independentemente da natural articulação estratégica e funcional com a empresa matriz no território nacional. Naturalmente que muitas empresas portuguesas não dispõem da capacidade, e em muitos casos, nem interesse, em avançarem para um verdadeiro processo e internacionalização. Mas, é preciso que cada vez mais empresas portuguesas assumam que a internacionalização é fundamental no quadro da economia global que assistimos no presente, e que a melhor forma de assegurar o desenvolvimento e crescimento do seu negócio passa por ter uma presença efetiva e física no exterior do país. A escolha da localização para concretizar um processo de internacionalização empresarial deverá naturalmente levar a uma reflexão estratégica sobre os objetivos fundamentais de cada empresa na sua atuação externa. Todavia, afigura-se de grande importância, quando isso for possível, que haja alguma diversificação nas apostas de cada empresa, não deixando de referir, por não ser moda nesta altura, que as empresas portuguesas não devem deixar de apontar as fortes potencialidades e oportunidades, apesar dos momentos difíceis em que vivem economicamente, para países como o Brasil, Angola e Moçambique. JORGE GONÇALVES ALEGRIA

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Índice Grande Entrevista Miguel Machado, presidente da SABSEG, em entrevista exclusiva à PAÍS €CONÓMICO, aborda o imparável crescimento da seguradora portuguesa ao longo dos últimos seis anos, onde a inovação, a qualidade e a confiança dos colaboradores, agentes e sobretudo dos clientes, colocaram a empresa entre as que mais crescem em Portugal. Mas, a SABSEG não está só em Portugal, e enquanto cresce na vizinha Espanha e evolui para ser uma referência nos seguros na Península Ibérica, assume cada vez mais um papel de liderança no espaço do Mundo Lusófono. Com um plano estratégico bem definido e ambiciosos até 2020, a SABSEG quer reforçar a presença no Brasil, Angola e Moçambique, pois «queremos constituir a grande referência no Mundo Lusófono do sector segurador», sublinha o presidente da empresa.

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Ainda nesta edição…

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Bikes Europa vai produzir bicicletas em Águeda MB Capital Group a maior referência no Real Estate na Amazónia Madeira é novamente o melhor destino insular do Mundo IKEA inova no futuro espaço comercial no Algarve Pará cresce na escolha dos brasileiros como destino de férias Confeitaria Nacional chegou a Riade e vai estabelecer-se em Miami Codelpor cresce no comércio de eletrodomésticos em Portugal Câmara de Penedono incentiva empresários locais a exportar Grupo ETE comemora 80 anos e quer reforçar a internacionalização México é destino cada vez maior das exportações portuguesas Science4You vai construir fábrica no estrangeiro Vivafit vai ter terceiro ginásio no Uruguai Autoeuropa comemorou 25º aniversário e vai construir novo modelo Grupo Pestana vai construir segundo hotel em Nova Iorque

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Grande Plano Quem apanha o voo da TAP em Fortaleza, capital do estado brasileiro do Ceará, demora apenas 6.40 horas a chegar a Lisboa. É a mais pequena distância entre um ponto na costa brasileira e a capital portuguesa. O Ceará quer capitalizar essa vantagem e assumir-se tanto como uma porta de entrada dos investimentos portugueses e europeus no Brasil, assim como uma porta de saída dos produtos brasileiros para o exterior. A ZPE Ceará, a primeira a ser criada no país, assume a dianteira como localização estratégica para as exportações cearenses e brasileiras. Os interesses portugueses no Ceará são relevantes, como atesta as entrevistas nesta edição com Armando Abreu, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Portugal no Ceará, e Jorge Rebelo de Almeida, presidente do Grupo Vila Galé, cujo primeiro investimento no Brasil foi precisamente em Fortaleza.

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› GRANDE PLANO Expolog animou discussão sobre a logística no Nordeste brasileiro

Ceará tem condições para ser a porta de entrada e saída do Brasil

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om a construção da Zona Portuária, Logística e Indústria do Pecém, a cerca de 60 quilómetros de Fortaleza, a capital do Ceará, a que acresce o potencial de movimentação do histórico Porto do Mucuripe, em Fortaleza, o estado brasileiro do Ceará quer assumir-se como a privilegiada porta de entrada ou de saída para os produtos brasileiros ou importados do estrangeiro. A Expolog, que nos dias 30 de novembro e 1 de dezembro reuniu em Fortaleza diversos agentes das áreas logística, portuária e industrial do Ceará e de outros estados do Nordeste brasileiro, além de contar com o forte apoio e participação da Câmara de Comércio Brasil-Portugal no Ceará, que contribuiu de forma importante na área da discussão sobre o desenvolvimento das energias renováveis no Ceará.

A integração das várias vertentes modais afigura-se como o principal desafio a evencer, apontaram diversos participantes nos diferentes seminários e palestras que aconteceram no âmbito dos dois dias da

Expolog, afigurando-se que a finalização do projeto de implementação da Transnordestina, a ferrovia já em construção num traçado global com 1.753 quilómetros, e que ligará o interior do vizinho estado do Piauí com os portos do Pecém, no Ceará, e de Suape, em Pernambuco, constituirá um elemento fundamental para o sucesso da integração logística e acrescentar valor ao posicionamento estratégico do estado do Ceará, não apenas no contexto logístico regional e nacional, mas inclusivamente no âmbito mais geral enquanto porta de entrada ou de saída de mercadorias vindas não apenas do Ceará mas de várias zonas da região nordeste do Brasil. Para André Montenegro, presidente do Sindicato do Sinduscon-CE, a conclusão deste projeto será «um grande passo e fomentará a atuação do empresariado». ‹

Aeris Energy expande-se no Ceará A Aeris Energy, companhia de energia eólica, inaugurou no passado dia 6 de dezembro, na zona do Pecém, uma nova fase da sua expansão no Ceará. A construção de um terceiro galpão no local onde a empresa já produz pás eólicas, acrescentará mais 500 empregos aos já 2.500 funcionários que laboravam nas instalações da Aeris. Segundo Bruno Vilela, presidente da Aeris Energy, «recebemos convites de outros estados, mas escolhemos o Ceará devido às condições que o Governo nos permitiu. Além disso, a mão de obra

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que tivemos aqui foi uma grande surpresa e é o que nos faz fincar cada vez mais as raízes em solo cearense». Para o Governador do Ceará, Camilo Santana, o investimento da Aeris significa que «é a quarta empresa que se expande ou se instala no nosso Estado nas últimas semanas. Isso é motivo de muito orgulho para nós, principalmente em um momento de crise económica no país. O Ceará mostra que tem potencial para receber novos investidores e aumentar a geração de empregos para os cearenses». ‹

ZPE do Ceará atrai empresas exportadoras A ZPE do Ceará foi a primeira do seu género a ser implementada no Brasil. Localizada numa área de 6.182 hectares, na Zona Portuária e Logística do Pecém, onde está uma das mais importantes zonas portuárias, industriais e logísticas do Nordeste brasileiro, a ZPE do Ceará dista apenas 56 quilómetros de Fortaleza, e pela legislação brasileira, podem nela atuar indústrias que operam sobretudo viradas para a exportação e beneficiam em termos tributários, cambiais e administrativos. Mário Lima, presidente da ZPE do Ceará refere que os principais objetivos do espaço que lidera apontam para a atração de investimentos nacionais e estrangeiros voltados para as exportações, a criação de empregos, aumentar o valor agregado das exportações e favorecer a balança comercial, difundir novas tecnologias e práticas mais modernas de gestão bem como o de corrigir desequilíbrios regionais. Os critérios para a instalação de empresas na ZPE do Ceará, determinam que sejam apenas projetos de natureza industrial, que tenham no mínimo 80% da receita oriunda da exportação de produtos, definir o local da sua implementação de acordo com o Governo do Estado do Ceará, além da empresa ter um novo CBPJ ao se instalar na ZPE Ceará. Neste momento já existem quatro importantes empresas instaladas na ZPE Ceará, e que são a Companhia Siderúrgica do Pecém, um investimento de 5,4 biliões de dólares, repartidos entre a brasileira Vale, a sul-coreana Dongkuk e a Posco, a Valé Pecém, que investiu no local 96,7 milhões de dólares, a White Martins, que investiu 356,8 milhões de dólares e criou 480 empresas, e finalmente a Phoenix Brasil, com um investimento de 198 milhões de dólares e a criação de 500 empregos. ‹

Transnordestina vai avançando devagar A Transnordestina, a via ferroviária que parte do interior do Estado do Piauí, e que encaminhará a produção agrícola e agroindustrial dos estados do Piauí, Pernambuco e Ceará para os portos de Suape (Pernambuco) e do Pecém (Ceará), continua a caminha no seu processo de construção, mas muito mais lentamente do que a inicialmente prevista. Atribuída a sua construção à CSA – Companhia Siderúrgica Nacional, a obra que

deverá ter uma extensão de 1.753 quilómetros tem registado sucessivos atrasos na sua construção. Começando em Eliseu Martins, no Piauí, prosseguirá em direção aos portos de Suape e do Pecém. Entretanto, neste momento, o projeto apenas se encontra finalizado numa área dentro do Piauí já quase na fronteira com Pernambuco, mas ainda faltam concluir os últimos 25 quilómetros até chegar a Sua-

pe. Na parte do Ceará, apenas está concluído um pequeno troço em Missão Velha, apesar de já estarem outros troços da linha em obras, tanto no próprio Ceará como no Piauí. Algumas fontes contatadas apontam para a finalização da Transnordestina já no próximo ano, mas outras entidades estão mais céticas e referem que antes de 2018 aquela via férrea estruturante não estará concluída. ‹

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› GRANDE PLANO Como avalia o estado atual do relacionamento económico e empresarial entre o Ceará e Portugal?

Armando Abreu, Presidente da Câmara de Comércio Brasil-Portugal no Ceará

Ceará é porta de entrada na economia brasileira A distância de apenas 7 horas entre Lisboa e Fortaleza, capital do Ceará, ligadas por voos diários da TAP, deverá constituir uma forte alavanca com que empresários portugueses e cearenses deverão olhar com mais atenção para desenvolverem negócios entre os dois lados do Atlântico. Armando Abreu, empresário português com atuação na área das energias renováveis no Ceará e noutros pontos do Brasil, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Portugal no Ceará (CBPCE) em entrevista à País Económico, sublinha mesmo que «usar o Ceará como porta de entrada no Brasil tem o mesmo apelo que usar Portugal como porta de entrada na Europa». O presidente da CBPCE sublinha que existe potencial na economia cearense e brasileira para os empresários portugueses continuarem a olhar com muita atenção para o Brasil e enfatiza que a Câmara está «aqui para ajudar todos os que quiserem vir para estruturarem no Ceará os seus negócios». TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › ARQUIVO 8 › PAÍS €CONÓMICO | Dezembro 2016

O relacionamento económico entre o Ceará e Portugal é pequeno, embora pudesse ser muito melhor. Hoje continuamos a ter investimento português, nas áreas da Hotelaria, Energia, Restauração, Imobiliária e no pequeno varejo (comércio). A maior parte deste investimento deu-se nos últimos dez anos, embora nos últimos dois destes dez tenha sido quase nula. Não conheço e penso que não existe investimento produtivo cearense em Portugal, exceto algumas compras de imóveis por causa dos vistos gold. A crise económica brasileira, que dura há dois anos, tem constituído um travão ao desenvolvimento desse relacionamento? Concerteza, muitos portugueses têm hoje medo de investir no Brasil, por causa da grave crise política que originou uma gravíssima crise económica. O que tem feito a Câmara de Comércio Brasil-Portugal no Ceará para o desenvolvimento das relações entre os dois lados do Atlântico? A CBPCE, tem incentivado o contato e o relacionamento entre empresas e empresários dos dois lados, tentando mostrar o que cada um tem de melhor e tentando desmistificar a crise existente. Missões económicas em 2017 Estão previstas ações para o próximo ano no sentido de dinamizar o comércio e os investimentos entre Portugal e o Ceará?

Estão previstas duas missões de negócios, uma na área de energia e outra na área da metalomecânica. Por outro lado, no setor da logística de transportes, pretendemos internacionalizar a EXPOLOG, que se realiza no final de novembro, há já onze anos no Ceará, através da apresentação deste evento em Portugal, no primeiro trimestre de 2017.

que com a crise imobiliária no Brasil, este setor continue a despertar o interesse dos portugueses no Brasil. Ceará é porta de entrada para o Brasil Que argumentos aduziria para conven-

Quais são os setores da economia cea-

cer uma empresa portuguesa a apostar

rense com mais potencial para a econo-

no Ceará?

mia e as empresas portuguesas?

Entrar num mercado de 200 milhões de pessoas, num estado mais perto de Portugal, com toda uma estrutura de Portugue-

Continua a ser a Hotelaria, Energia, Restauração e o Pequeno Varejo. Não vejo

ses, já existente, que poderão ajudar na implantação de novos negócios. Hoje, é mais fácil e muito mais barato, iniciar um pequeno negócio no Ceará, do que em São Paulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte, e depois expandir de acordo com o crescimento do mesmo. Não podemos esquecer que estamos a 7 horas de viagem com voos diários. Usar o Ceará como porta de entrada no Brasil tem o mesmo apelo que usar Portugal como porta de entrada na Europa. ‹

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› GRANDE PLANO Ana Cristina Pedroso, Vice-Cônsul de Portugal em Fortaleza (Ceará)

O Ceará é muito interessante para as empresas portuguesas Chegou no início deste ano a Fortaleza para assumir o posto de vice-cônsul de Portugal na capital cearense. Ana Cristina Pedroso é a responsável diplomática portuguesa em Fortaleza, e ao chegar deparou-se com uma importante e ativa comunidade portuguesa e luso-cearense, que desempenha um papel social e económico na sociedade cearense que não são despicientes. A diplomata portuguesa pretende dinamizar a coesão entre os portugueses no Ceará, mas também estimular o crescimento do intercâmbio nas relações sociais, culturais, económicas e empresariais entre o Ceará e Portugal, que naturalmente

A

os voos diários da TAP entre as duas capitais facilitam. TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › ARQUIVO

na Cristina Pedroso assumiu o posto de Vice-Cônsul de Portugal em Fortaleza já em 2016, assegurando que os interesses da comunidade portuguesa no Ceará estão assegurados, assim como o apoio ao desenrolar das relações económicas e empresariais, bem como no desenvolvimento das relações sociais e universitárias entre os dois lados do Atlântico, que a diplomata portuguesa assegura serem cada vez mais fortes. Aliás, na breve entrevista que realizámos com Ana Cristina Pedroso à margem da Expolog, certamente que se realizou no Centro de Eventos do Ceará. A diplomata portuguesa destacou precisamente «a fase muito positiva em que se está a desenvolver o intercâmbio entre a Universidade Federal do Ceará e várias universidades portuguesas, onde destaco o papel das universidades de Aveiro, Coimbra, Beira Interior e de Lisboa, onde muitos estudantes universitários cearenses têm realizado especializações nessas universidades portuguesas». Ana Cristina Pedroso destaca também a evolução das relações empresariais entre

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o Ceará e Portugal, não tanto ao nível do comércio, «que infelizmente continua a ser diminuto», mas essencialmente dos investimentos portugueses que têm aportado desde há duas décadas ao Ceará, e que depois de alguns de grande porte no início desse ciclo, se tem concentrado fundamentalmente nos últimos anos em pequenos investimentos de micro e pequenos empresários, sobretudo nas áreas da restauração e do comércio. A Vice-Cônsul de Portugal no Ceará acredita no potencial do estado em continuar a ser um destino para o investimento português no Brasil, «pela proximidade do Ceará com Portugal, muito facilitadas pelo voo diário da TAP entre Lisboa e Fortaleza, pela existência do porto do Pecém, que facilita as trocas comerciais por navio, e essencialmente porque acredito que o Ceará dispõe de forte potencial em várias áreas como a hotelaria, energias renováveis, agronegócio, materiais de construção, para constituir uma área internacional de forte interesse para as empresas portuguesas», concluiu. ‹

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› GRANDE PLANO Arialdo Pinho, Secretário do Turismo do Governo do Ceará

Ceará investe para ser o point do turismo no Brasil Aproveitámos a nossa estadia em Fortaleza para entrevistra Arialdo Pinho, o Secretário do Turismo do Governo Estadual do Ceará, um homem com um longo e reconhecido trajeto na área do turismo cearense, além do desempenho político firme e eficiente como Chefe da Casa Civil no anterior governo cearense. Reconhecendo que a crise económica brasileira tem colocado mais dificuldades à obtenção de recursos e à própria capacidade dos cidadãos em se deslocarem entre as diferentes zonas do Brasil, ainda assim «o Governo do Ceará tem realizado vários investimentos nas diferentes regiões turísticas do estado, seja na capital, nas zonas litorais ou ainda no interior». A concessão futura do Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, que poderá trazer para Fortaleza o desejado Hub da Latam, será a ‘cereja em cima do bolo’ para a dinamização definitiva do

A

Ceará como o ‘point’ do turismo brasileiro e da América do Sul. TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › CEDIDAS PELA SETUR-CE

s expetativas do Secretário do Turismo do Ceará para a denominada Alta Estação do turismo brasileiro, que decorrerá entre o final de dezembro e o Carnaval, que ocorrerá no final de fevereiro do próximo ano. Reconhecendo que a falta de promoção por parte do governo cearense nos últimos seis meses dificultou a consolidação do destino, ainda assim, Arialdo Pinho acredita que a demanda pelos hotéis e praias cearenses vai corresponder às expetativas dos agentes turísticos e económicos. Entretanto, o responsável pelo turismo cearense assegurou que a questão da promoção está praticamente resolvida e no início do ano o governo vai dispor das condições para voltar a apostar na promoção do destino Ceará enquanto um dos mais importantes destinos internos do turismo brasileiro. O desenvolvimento do turismo no Ceará depende em elevado grau da consolidação da malha aérea do próprio estado. O governante cearense referiu que existe uma forte expetativa por parte do Governo do Ceará e de todos os agentes económicos de que o Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, venha a ser o escolhido pela Latam para constituir o futuro Hub da companhia aérea brasileira-chilena no Nordeste do

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Brasil. O aeroporto de Fortaleza ‘luta’ com os seus homólogos de Natal e de Recife, mas Arialdo Pinho acredita que, com as condições criadas pelo Governo do Ceará e com a concretização do próprio processo de concessão do aeroporto da capital cearense, Fortaleza disporá das melhores condições para receber essa decisão da Latam. «Agora, o que importa é que no próximo dia 16 de março seja efetivamente concretizado o processo de concessão do Aeroporto Pinto Martins. Dessa forma, estamos muito convictos de que o Hub vai ser uma realidade no Ceará e estaremos em melhores condições para podermos desenvolver o turismo em Fortaleza e no Ceará», sublinhou o responsável pelo turismo no governo do Ceará. Por outro lado, se o desenvolvimento do aeroporto da capital é fundamental, o reforço das infraestruturas de outros aeroportos regionais existentes no Ceará, afigura-se igualmente como elementos determinantes para estender o turismo a outras partes do estado. A construção do aeroporto de Jericoacoara foi outros grande investimento por parte do Governo do Ceará e segundo o Secretário Arialdo Pinho já regista um desenvolvimento bastante acentuado para aquela que foi recentemente consi-

Praia de Jericoacoara eleita a Melhor da América do Sul A praia de Jericoacoara, no Ceará, foi eleita como o destino número um na América Latina, segundo a classificação anual do “Choice Awards Travelers”, promovido por este que é o maior site de reservas do mundo. O site avaliou 43 destinos no mundo, com incidência nos setores de hospedagens, restaurantes e atrações e locais turísticos. Jericoacoara foi a mais votada em toda a América Latina, e atingiu a terceira posição mais elevada a nível mundial, cujo primeiro lugar foi obtido San José del Cabo, no México. ‹

derada o melhor destino na América do Sul e a terceiro a nível mundial (ver caixa). A crise económica brasileira ainda não permitiu uma clara rentabilização do novíssimo Centro de Eventos do Ceará (onde decorreu esta entrevista), «mas constitui um belíssimo equipamento, que tenho a completa certeza será um elemento âncora no desenvolvimento, não apenas no turismo de negócios, mas igualmente para o desenvolvimento de toda a economia do Ceará, além de ser também um instrumento muito importante na economia do Nordeste brasileiro». A finalizar, e tendo constatado que a companhia aérea portuguesa TAP reforçou os voos entre Fortaleza e Lisboa, passando a partir de 1 de dezembro de seis para sete voos semanais, «com uma taxa de ocupação bastante elevada, mas também com a prática de preços mais elevados do que para outras cidades brasileiras», estranhou Arialdo Pinho, que ainda assim mostrou a grande importância do voo diário da TAP, pois permite sustentar internacionalmente o desenvolvimento do Kitsurf, onde o Ceará se destaca como um dos grandes locais para a prática desta modalidade. ‹

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› GRANDE PLANO Jorge Rebelo de Almeida, Presidente do Grupo Vila Galé, reforça apostas no Brasil e em Portugal

Eu acredito no Brasil «Existem sempre muitas aves agoirentas que por tudo e por nada dizem mal do Brasil. Eu acredito no Brasil!». Foi assim mesmo que Jorge Rebelo de Almeida, presidente do Grupo Vila Galé, o segundo maior grupo hoteleiro português, atualmente com 20 unidades em funcionamento em Portugal e 7 no Brasil, se refere à crise económica brasileira, mas fundamentalmente à capacidade brasileira em ultrapassar a crise e voltar a uma fase de crescimento. O líder do grupo Vila Galé concedeu esta entrevista à País Económico no Vila Galé Fortaleza, simbolicamente, a primeira unidade inaugurada pelo grupo em outubro de 2001, arrancando a partir daí para a construção e gestão de outras seis unidades no Brasil, respetivamente duas na Bahia, duas no estado do Rio de Janeiro, uma delas na própria ‘Cidade Maravilhosa’, uma outra em Pernambuco e a sexta também aqui no Ceará, localizada em Cumbuco. Cumbuco onde finalizou no passado mês de novembro o projeto VG Sun, e promete no próximo erigir um novo empreendimento imobiliário/residencial. Para o início de janeiro de 2017, está aprazado o arranque do futuro resort Vila Galé Touros, no estado do Rio Grande do Norte, no que será o maior empreendimento turístico deste estado do Nordeste brasileiro. TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › ARQUIVO Estamos no Hotel Vila Galé Fortaleza, simbolicamente, a primeira unidade que o grupo que lidera inaugurou em outubro de 2001. No presente, o grupo possui sete hotéis no Brasil, incluindo quatro resorts, área em que é líder no país. Entretanto, no passado dia 26 de novembro, aqui bem próximo, junto ao

ro dispensado pelo nosso vizinho Hotel Vila Galé Cumbuco, reconhecido pelo seu alto padrão de qualidade e serviço, também se salienta devido à enorme área verde de que dispõe e que encheu de satisfação todos os que, e foram muitos, nos visitaram e adquiriram apartamentos neste magnífico empreendimento.

vosso hotel no Cumbuco, entregaram as chaves do novo emresidencial e qual é a dimensão deste empreendimento agora

Mais um empreendimento residencial no Cumbuco em 2017

entregue?

Sabemos que já projetam um novo empreendimento para a vas-

Realmente, é de forte simbologia estarmos a conceder esta entrevista no Vila Galé Fortaleza, uma magnífica unidade hoteleira e que foi o nosso primeiro hotel no Brasil, como bem recordou. Relativamente ao VG Sun, cujas chaves entregámos aos seus proprietários no passado dia 26 de novembro, no fundo, é um aparthotel com oito blocos e nos quais construímos 352 unidades residenciais, tanto para primeira como para segunda residência. Estas residências variam entre os 99 metros quadrados e os 39 metros quadrados, além de bengalôs com 26 apartamentos, de 70 a 139 metros quadrados. O VG Sun possui também uma ampla área de lazer, restaurante, bar, quadra de ténis e polidesportiva, fitness, sauna, piscinas de adulto e infantil, além de um clube para crianças. Gostaria, contudo, de referir a importância que atribuímos neste empreendimento VG Sun ao seu elevado padrão de conceção e construção, pois ao contrário da grande maioria de empreendimentos semelhantes construídos no Ceará, o nosso projeto agora entregue no Cumbuco para além de dispor de um serviço hotelei-

ta área que o grupo Vila Galé possui no Cumbuco.

preendimento VG Sun. Qual é o conceito desse novo condomínio

14 › PAÍS €CONÓMICO | Dezembro 2016

É verdade. Temos previsto o lançamento entre março e abril de 2017 de um novo empreendimento no Cumbuco, igualmente no domínio residencial e igualmente com elevado padrão, mas concebido de forma diferente. Em lugar de construirmos todo o projeto, no próximo apenas avançaremos com as infraestruturas do empreendimento, ficando depois para os compradores a responsabilidade da construção das suas próprias moradias, embora como se compreende, dentro dos padrões arquitetónicos previamente concebidos e que apontarão naturalmente para mais um empreendimento de elevada qualidade. O Brasil tem vivido nos últimos dois anos uma grave crise económica e ultimamente também de natureza político-institucional. Esse estado do país e da própria economia brasileira não constituem dificuldades acrescidas para quem quer continuar a investir no Brasil, como é o caso do Grupo Vila Galé?

Indiscutivelmente que o momento por que vive a economia brasileira não facilita a quem, como nós, continuamos a empreender e

Dezembro 2016 | PAÍS €CONÓMICO › 15


› GRANDE PLANO

a investir no Brasil. Devo adiantar, relativamente ao novo projeto residencial que deverá emergir futuramente no Cumbuco, que temos essa previsão de arrancar com esse projeto em março/abril de 2017, mas se verificarmos que a economia do país não sai do patamar de crise em que vive atualmente, é óbvio que poderemos adiar esse lançamento para uma data mais propícia. Brasil precisa de avançar com reformas Não prevê uma melhoria da economia brasileira em 2017?

Não existe nenhuma base sustentável para afirmar que a economia brasileira registará melhorias em 2017. É evidente que temos expetativas de que assim possa acontecer, oxalá aconteça, naturalmente, até para que o empresariado brasileiro e aqueles que, como nós, viemos de fora, mas que hoje já estamos devidamente agregados à economia brasileira, possamos continuar a realizar os investimentos que este país tanto precisa para se desenvolver económica e socialmente.

Mas, para além dos empresários poderem cumprir o seu papel, na minha visão, considero também de primordial importância que o governo brasileiro avance decisivamente com algumas das grandes reformas que têm sido referenciadas, como sejam as reformas previdenciária, trabalhista e fiscal, além da urgente reforma política que empreste uma verdadeira governabilidade política ao país e que poderá passar, por exemplo, pela diminuição do número de partidos representados no Congresso brasileiro. Esses serão passos muito positivos para o progresso do Brasil. O Grupo Vila Galé também está a investir na ampliação dos seus grandes resorts Vila Galé Marés, em Guarabuja, na Bahia, e aqui no Ceará, mais propriamente em Cumbuco. Quais são os números dessa ampliação?

No que respeita ao Vila Galé Marés, na Bahia, que é uma espetacular unidade hoteleira e na qual temos muito orgulho, realmente já procedemos a uma primeira ampliação, com a construção de mais 60 unidades, elevando a capacidade do hotel para mais de

520 apartamentos hoteleiros. A procura em muitos momentos tem sido intensa e justificou plenamente essa primeira ampliação, e de tal forma que já temos projetada também uma segunda ampliação na outra ala do empreendimento, onde construiremos mais 80 apartamentos, o que elevará a capacidade do Vila Galé Marés para cerca de 600 apartamentos. Já no que respeita ao Vila Galé Cumbuco, ainda não tem uma taxa de ocupação tão elevada como o seu homónimo Marés, mas, ainda assim, regista um crescimento que considero sustentado e acredito que deveremos aproveitar este momento no Brasil para fazer os investimentos necessários até porque a construção nesta altura tem um custo menor do que em momento em que o mercado da construção está mais aquecido. No Cumbuco, em momento oportuno, construiremos mais 70 apartamentos, que se juntarão aos 462 já em funcionamento, elevando o seu número global para mais de 530 apartamentos. Vila Galé Touros, no RN, vai começar Com previsão para começar já no início de 2017 estará a construção do novíssimo Vila Galé Touros, no Rio Grande do Norte. Confirma o início desse projeto nessa altura?

Provavelmente, e de forma apenas simbólica, até poderemos fazer uma cerimónia no dia 28 de dezembro para a colocação de uma primeira pedra do empreendimento. O Prefeito de Touros, que deixa o cargo agora no final de 2016 teve um papel importante na aprovação deste projeto para o seu município, e esta será também uma forma de reconhecimento que fazemos enquanto ainda desempenha o cargo de prefeito de Touros. No Brasil, na maior parte das ocasiões, a obtenção das licenças de construção dos empreendimentos, mesmo quando se cumprem

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todas as regras e etapas, demora muito tempo. Dito isto, e cumprindo nós todos esses procedimentos, acredito que no início de 2017, poderemos efetivamente avançar com a construção do nosso novo resort, o Vila Galé Touros, que será o maior resort do estado do Rio Grande do Norte, e acreditamos que constituirá um grande elemento dinamizador do turismo e da economia daquele estado brasileiro, além da importância que terá no emprego e na própria economia local da região onde se insere o município de Touros. O investimento deverá ascender a cerca de 100 milhões de reais (cerca de 28 milhões de euros) e terá 466 unidades residenciais. Continua, pois, a acreditar no Brasil enquanto destino fundamental para o crescimento do Grupo Vila Galé?

Não tenho dúvidas disso. Existem sempre muitas aves agoirentas que por tudo e por nada dizem mal do Brasil. Eu acredito no Brasil! É um país com mais de 200 milhões de pessoas, com um potencial fantástico, e certamente também com uma capacidade para dar a volta a esta situação de crise que está a viver. Mas, aproveito esta oportunidade, enquanto empresário que investe no turismo brasileiro, que o turismo deve ser encarado no país como sendo um indiscutível contributo para o seu desenvolvimento, como um setor estratégico, e que por isso mesmo precisa de ter uma estratégica clara e assumida, precisa de ter responsáveis no governo com peso, capacidade e meios financeiros para implementar uma estratégia turística para o país. O turismo não será o salvador da pátria para a economia brasileira, mas certamente poderá e deverá dar um maior contributo à sua economia e à sua sociedade, como está a acontecer em Portugal, que pode desse modo constituir um bom exemplo para os nossos irmãos brasileiros. ‹

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› GRANDE PLANO

Emmanuel Athayde, vice-presidente da MB Capital, Jorge Rebelo de Almeida, presidente da Vila Galé, Márcio Bellesi, presidente da MB Capital, Rogério Tavares, administrador da Solys, e José António Bastos, diretor de operações da Vila Galé no Brasil.

Grupo MB Capital na liderança do Real Estate na Amazónia brasileira

Grupo paraense quer parceria com empresas portuguesas O Presidente do grupo empresarial MB Capital, Márcio Bellesi, deslocou-se no final de novembro a Fortaleza, onde conversou com Jorge Rebelo de Almeida, presidente do grupo hoteleiro português Vila Galé. O tema da conversa entre os dois empresários, a que assistiram elementos pertencentes aos staffs de ambos os grupos, incidiu sobre potencialidades e oportunidades de desenvolverem parcerias estratégicas no território brasileiro, fundamentalmente no estado do Pará, de onde é originário a MB Capital, grupo que se assume como líder na área do Real Estate na Amazónia brasileira, realçando o portfólio consolidado no desenvolvimento de empreendimentos que vão desde a hotelaria, complexos multiusos, shopping centres, malls e parques logísticos. A conversa entre os dois empresários, segundo apurou a País Económico, decorreu em ambiente francamente cordial e propiciador de novas conversas no futuro que poderão vir a levar à realização de algumas parcerias, pois projetos com potencial interesse parecem não faltar. TEXTO › JORGE ALEGRIA

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| FOTOGRAFIA › CEDIDAS PELA MB CAPITAL

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Grupo MB Capital, com sede em Belém, capital do estado do Pará, é presentemente uma grande referência na área do real estate, não apenas neste próprio estado do Norte do Brasil, mas também em toda a Amazónia brasileira. Liderado pelo empresário Márcio Bellesi, o grupo paraense começou a sua atividade há 13 anos, e rapidamente demonstrou que através da inovação e ousadia, princípios essenciais da sua atuação, poderia atingir uma posição relevante no mercado regional da parte norte do território brasileiro. E sem bem o concebeu, melhor o executou, pois ao longo dos referidos 13 anos, o Grupo MB Capital desenvolveu um impressionante portfólio de empreendimentos que ajudaram a modificar e modernizar a paisagem urbana da cidade de Belém, e que agora se estende cada vez mais para outras cidades paraenses e mesmo dos estados circunvizinhos ao Pará. Por exemplo, no domínio do investimento e construção hoteleira em Belém, o Grupo MB Capital, em parceria com a InterContinental Group, está a desenvolver o projeto de construção do futuro Hotel Holiday Inn República, junto ao famoso Teatro da Paz, o qual será certamente uma unidade

de referência hoteleira na capital paraense. Mas, em Belém, o grupo empresarial liderado por Márcio Bellesi já desenvolveu outros projetos hoteleiros que ficaram autênticos ícones na hotelaria da capital do Pará, como foram os hotéis Soft Inn Plus, Soft Inn Hangar, Tulip Inn Hangar ou o Tulip Inn Batista Campos. No entanto, o grande projeto para o futuro que o Grupo MB Capital pretende desenvolver vai acontecer no Município de Santa Bárbara, localizado a 38 quilómetros da Belém. O projeto Reserva Santa Bárbara será um grande complexo imobiliário e turístico, que contemplará equipamentos como um parque temático, marina, pista de pouso, equipamentos de desporto, hotel, unidades imobiliárias unifamiliares e multifamiliares, além de uma ampla oferta de serviços e lazer, com segurança e infraestrutura a condizer com aquilo que a vida moderna exige. Este megaprojeto implicará investimentos globais na ordem dos 600 milhões de reais (cerca de 168 milhões de euros) e deverá gerar a criação de cerca de dez mil empregos. O projeto foi desenvolvido numa parceria entre o arquiteto Fábio Mello e a IMAGIC, que é a maior empresa de

arquitetura do conteúdo da América Latina, cuja sede é em São Paulo. De referir que este empreendimento possui um forte apoio e empenho do Governo do Estado do Pará e da própria Prefeitura de Santa Bárbara, com os quais o Grupo MB Capital assinou protocolos de entendimento e colaboração. Com base no vasto conjunto de empreendimentos já desenvolvidos e que ascendem nestes 13 anos de atividade à construção de mais de 400 mil metros quadrados de unidades hoteleiras, complexos multiuso, shoppings centres e parques logísticos, o Grupo MB Capital sempre privilegiou o desenvolvimento de parcerias para muitos dos seus projetos. O grupo possui vários projetos em desenvolvimento e outros para desenvolver no futuro, e entende que o Grupo Vila Galé, enquanto grupo hoteleiro líder na área dos resorts no Brasil, poderá constituir uma forte mais-valia para contribuir para a concretização de projetos que o Grupo MB Capital pretende realizar no Pará, bem como noutras partes do território brasileiro. A primeira conversa decorreu de forma positiva, e outras se deverão seguir nos próximos meses. ‹

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› GRANDE PLANO

Noble Store quer exportar para a Europa e para África

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Noble Store, empresa com 14 meses de atividade e que integra o designado polo moveleiro do Ceará, e que se localiza na cidade de Marco, quer aproveitar o desenvolvimento das suas capacidades industriais e de design inovador para ultrapassar os limites físicos do Ceará e do próprio Brasil, para fazer entrar o seu mobiliário nos mercados europeus e africanos. Portugal deverá constituir “porta de entrada” do mobiliário produzido pela empresa cearense. A País Económico conversou à margem da Expolog, em Fortaleza, com Maria Socorro Lima, administradora da Noble Store, que sublinhou que a empresa dispõe presentemente de 14 colaboradores, mas possui capacidade para aumentar exponencialmente a sua força laboral caso haja a necessidade de aumentar a produção da unidade industrial localizada na cidade de Marco, a cerca de 260 quilómetros de Fortaleza. Segundo Maria Socorro Lima, «produzimos atualmente cerca de cinco mil peças

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por ano, mas, possuímos a capacidade para produzirmos até 50.000 peças por ano, além de que, com novos investi-

mentos que venham a ser eventualmente necessários, poderemos aumentar a capacidade para produzir cem mil peças por ano». No que respeita à capacidade atualmente instalada, a responsável da Noble Store adiantou «temos máquinas de solda, tornos, viradeiras, máquinas de lixar, máquinas de polir, compressores, gabaritos, cortadeiras, além daquilo que consideramos de mais valioso, os nossos trabalhadores, que são muito dedicados e profissionais de elevada capacidade e know how». Toda a estrutura da Noble Store foi concebida e está preparada para responder às mais elevadas exigências dos seus clientes, «felizmente, cada vez em maior número», sublinhou a responsável da empresa. «A Noble Store nasceu para produzir móveis de qualidade com preços que agradem ao consumidor, utilizando para o efeito modelos criativos do nosso sócio Olívio Silva», referiu Maria S. Lima. Aliás, a figura de Olívio Silva, fundador da empresa, tem uma história curiosa e

que merece ser resumidamente contada. «O Olívio Silva iniciou a empresa com um maço de fibra, em que produziu uma cadeira, nessa sequência, vendeu a cadeira, depois comprou cinco maços de fibra e agora após 14 meses de atividades, adquire presentemente em média três mil maços de fibra. E agora, com os projetos em andamento, onde pretendemos aumentar o número de funcionários, atualmente em 14, para 35 funcionários», contou a administradora da empresa. Os diferentes tipos de mobiliário da Noble Store são produzidos a partir de matériasprimas como fibra sintética, cipó, tubo industrial, alumínio, madeira e esponja para estofado e tecidos. Ainda segundo Maria S. Lima, «a Noble Store possui

um projeto para fazermos a reciclagem e aproveitamento de toda a fibra utilizada, projeto esse ecologicamente correto, em que além de contribuir para a melhoria do meio ambiente, contribuirá também para a redução de custos, além de evitar desperdícios». Queremos exportar Como referido inicialmente, a Noble Store pretende exportar o seu mobiliário para a Europa e a África, entendendo que Portugal poderá constituir «a porta de entrada na Europa e na própria África», salienta Maria S. Lima, adiantando «acreditamos que temos uma magnífica linha de mobiliário, adaptada às condições e gostos dos portugueses e de outros povos europeus,

assim como entendemos que o nosso mobiliário também pode encontrar compradores em vários locais de África, incluindo de países que falam português nesse continente». A empresa ainda é nova, «mas está a registar um sólido crescimento, por isso entendemos já termos as condições para marcar uma presença nos mercados externos. Aliás, a Noble Store admite fazermos uma parceria que faça integrar novos investidores no capital acionista da nossa empresa, pois dessa forma estaremos em melhores condições para contribuirmos para o desenvolvimento dos nossos colaboradores e do nosso estado e do nosso país», finalizou Maria Socorro Lima. ‹

Fakiani lança projeto Pecém Truck Service A Fakiani – Nordeste Construtora e Incorporadora, através da CF – Participações, apresentou recentemente o projeto da construção do Pecém Truck Services, que pretende se constituir como um importante apoio logístico ao fluxo de caminhões no Ceará, em particular, todos aqueles, e são muitos, que entram e/ou saem do Complexo Portuário, Logístico e Industrial do Pecém, localizado junto à cidade de São Gonçalo do Amarante, e que dista apenas cerca de 60 quilómetros de Fortaleza, a capital do estado do Ceará. Só este ano são cerca de 600 os caminhões que diariamente demandam o Pecém. Da necessidade de ter respostas em prestação

de múltiplos serviços de que necessitam os condutores desses caminhões, surgiu a oportunidade de lançar um projeto que correspondesse precisamente às necessidades referidas. Numa área de 180 mil metros quadrados, junto à rodovia CE-422, a apenas 6 quilómetros do Porto do Pecém e vizinho da gigantesca instalação industrial da Companhia Siderúrgica do Pecém, vai nascer o Pecém Truck Service, que terá 16 postos de abastecimento de combustível, espaço para troca de pneus, mudança de óleo, lavagem de veículos e loja de conveniência. O espaço de estacionamento poderá comportar até 500 caminhões. ‹

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› NOTÍCIAS

› A ABRIR

LUÍS FIGUEIREDO O Administrador do Grupo ETE foi unanimemente elogiado, tanto pelo presidente do próprio grupo, bem como pelo Presidente da República, no evento da comemoração dos 80 anos da existência daquele que é o maior grupo marítimoportuário português. Mantendo uma linha de investimentos em Portugal, o grupo acelera na internacionalização, tanto na América Latina, como em África, onde se prepara para gerir os estaleiros de construção naval em Cabo Verde. ‹

Madeira ganha de novo prémio de melhor destino turístico insular do Mundo

Turismo madeirense de vento em popa Pelos segundo ano consecutivo, a Região Autónoma da Madeira ganhou o título de segundo melhor destino turístico insular do mundo, em prémio atribuído pela WTA – Wold Travel Awards, considerado os ‘Óscares do Turismo’ a nível mundial. Depois de ter vencido este mesmo prémio no ano passado, ano em que recuperou também o título de melhor destino insular da Europa, a Madeira firma-se assim como a grande excelência mundial do turismo insular em todo o planeta. Segundo Eduardo Jesus, Secretário da Economia, Turismo e Cultura, «esta é, sem dúvida, a melhor forma de encerrarmos aquele que deverá ser o melhor ano de sempre para o setor do turismo», sublinhando ainda que «estes dois prémios reconhecem internacionalmente a qualidade deste destino». Reafirmando que «2016 aponta para que seja um ano fantástico para a Madeira», Eduardo Jesus destacou que «esta confirmação coloca a Madeira ao patamar das Maldivas e das Maurícias, que são outros dois destinos insulares que conseguiram esta proeza, em dois anos consecutivos». ‹

Heliflex cria unidade no leste europeu Depois do início do seu processo de internacionalização iniciado em 2008, com a abertura das filiais Heliflex Angola e Heliflex Moçambique, a empresa portuguesa do distrito de Aveiro acabou de criar em setembro deste ano a Heliflex East Europa, fruto da implementação de uma unidade produtiva na Ucrânia, projeto criado em conjunto com parceiro locais, e que tem por objetivo a produção de mangas para rega agrícola e a comercialização de toda a gama de produtos da Heliflex. Este novo projeto, segundo a empresa, representa um significativo passo no seu processo de internacionalização, com os países da Europa de Leste no seu horizonte. ‹

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RIU é a cadeia hoteleira mais rentável na Madeira A RIU Hotels & Resorts recebeu o primeiro prémio do setor da hotelaria na categoria com melhor rentabilidade na Madeira, em prémio do Diário de Notícias. O prémio foi entregue por Paulo Câmara, presidente da secção regional da Ordem dos Contabilistas Certificados, tendo também participado Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira. Da parte da RIU, o prémio foi recebido por Manuel Cid, direto do Riu Palace Madeira, tendo referido na ocasião que «é uma honra receber este prémio, que nos motivará para continuar a lutar para oferecer a melhor qualidade nos nossos hotéis e para voltar a sermos merecedores de estar entre as 500 maiores empresas da Madeira». Instalado na Madeira desde 2001, o Riu Palace Madeira é um resort de quatro estrelas situado no Caniço de Baixo, e que inclui a opção de serviço exclusivo “All Inclusive by RIU”. Conta com 327 quartos, duas piscinas exteriores, ginásio e um centro de saúde e beleza que oferece vários tratamentos. ‹

IKEA investe no Algarve

MAR Shopping Algarve com a maior área de lazer em shopping português O MAR Shopping Algarve vai introduzir um novo conceito de lazer, pelo que integrado no novo centro comercial que o grupo está a construir entre Faro e Loulé, no Algarve, vai nascer numa área de 8.000 metros quadrados, ao ar livre, um novo conceito de lazer, o “shopping family friendly”. A nova área de lazer ao ar livre terá muito mais do que apenas zonas verdes. Tubos de som, pontes suspensas, bombas de água, caminhos de pedra, moinho de água, túneis nas árvores, cavernas, slides ou escalada são algumas das atividades que concretizam do ponto de vista das infraestruturas um projeto que será único a nível nacional e um dos mais modernos projetos da IKEA Centres a nível mundial. Convidativo pelo exterior e interior, o MAR Shopping Algarve irá integrar esta zona ao ar livre à oferta de 110 lojas do centro comercial, salas de cinema, zona de restauração e serviços, inseridos numa área total de 82.000 metros quadrados, que inclui um Designer Outlet Algarve (também com 110 lojas) e uma loja IKEA totalmente integrada. Com previsão de abertura para o verão de 2017, o MAR Shopping Algarve representará um investimento de 200 milhões de euros e permitirá criar 3.000 postos de trabalho diretos e indiretos. Segundo Ana Machado, diretora de marketing do IKEA Centres, «todo o projeto foi desenvolvido com o objetivo de converter este complexo no mais importante destino que alia a oferta de compras e lazer do Algarve, com uma oferta em ambos os níveis diversificada e ajustada às caraterísticas da região». ‹

ARMANDO ABREU O Presidente da Câmara de Comércio BrasilPortugal no Ceará está a imprimir uma nova dinâmica nas relações económicas e empresariais entre Portugal e o Ceará, além de há dezena e meia de anos ter sido o principal impulsionador dos investimentos portugueses no setor das energias renováveis no Brasil. No próximo ano, a CBPCE trará algumas missões empresariais cearenses a Portugal e lutará pela renovação de investimentos portugueses naquele estado do Nordeste brasileiro. ‹

LUÍS MIRA AMARAL O ex-ministro da Indústria e Energia foi o grande impulsionador da constituição da Autoeuropa há 25 anos, empresa que revolucionou a indústria automóvel em Portugal e foi decisiva para a constituição de um cluster automóvel no nosso país. A justiça veio pela declaração do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que na cerimónia do 25º aniversário deixou esse testemunho sobre o papel do antigo ministro da Indústria do segundo governo de Cavaco Silva. ‹

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› GRANDE ENTREVISTA críticos de sucesso que destaca no vosso percurso?

Miguel Machado, Presidente da SABSEG

SABSEG – a Corretora de Seguros de Referência do Mundo Lusófono A SABSEG ultrapassou todos os objectivos a que se propôs para 2016, e acredita que em 2017 não vai ser diferente. Miguel Machado, Presidente da SABSEG, destacou a evolução

Desde a nossa criação, em 1999, que a dedicação e o foco nos clientes sempre foi uma marca da nossa diferenciação. No entanto, a estratégia delineada em 2009/2010, num contexto de chegada da crise financeira, centrada na capacidade de atrair talento dentro do sector e aumentar a capilaridade da nossa presença, foram factores importantes. Nos últimos 6 anos realizamos 18 aquisições de empresas de mediação e hoje estão todas integradas numa única empresa a SABSEG CORRETOR DE SEGUROS. A facilidade de integração e a estratégia de negócio multi-segmento permitiram-nos potenciar a estratégia de aumento de presença. Simultaneamente, construímos uma rede de parceiros SABSEG que hoje conta com mais de 600 agentes em todo o país. A capacidade de distribuição é muito grande. Destaco também as parcerias estratégicas com a Federação Portuguesa de Futebol, com a Liga Portuguesa de Futebol Profissional, com as Associações Distritais de Futebol, com a União das Misericórdias Portuguesas, com a Liga de Bombeiros de Portugal, com as Associações Comerciais e Industriais em vários Distritos, entre outras como forma de estar presente no quotidiano da sociedade Portuguesa. Mas não posso deixar de destacar também a nossa expansão internacional. Em 2010/2011 a presença em Espanha, Brasil, Angola e Moçambique foi muito importante para a manutenção e conquista de um conjunto de grupos empresariais que viram na internacionalização a melhor resposta à estagnação no mercado português. Esta presença integrada no Mundo Lusófono ajudou-nos a ser mais fortes. Quais são para a SABSEG os principais desafios para o futuro?

muito positiva em Portugal, não só na concretização do plano estratégico de negócios do

De uma forma sintética posso responder: chegar a cada vez mais pessoas e cativá-las para clientes da SABSEG.

grupo, mas igualmente na formação e inovação com que o grupo segurador aposta para

Mas, como estão a pensar fazê-lo?

se afirmar e evoluir no Mercado. Até 2020, a SABSEG quer atingir a liderança no Mundo Lusófono e deter uma relevante presença na Península Ibérica. TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › CEDIDAS PELA SABSEG Aproveitamos esta ocasião para entrevistar o Presidente do Conselho de Administração do Grupo SABSEG e começamos por lhe pedir um balanço sobre a actividade em 2016.

Para nós o ano de 2016 vai ficar na nossa memória por termos ultrapassado todos os nossos objectivos, apesar das dificuldades económicas não só em Portugal como em todo o Mundo Lusófono. A dedicação e a persistência de todos os nossos colaboradores e parceiros permitem-nos atingir em Portugal um Volume de Negócios na ordem dos 140.000.000€ em prémios de Seguro e nos

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países onde estamos presentes, Brasil, Angola e Moçambique, apesar da profunda crise que se instalou temos atingido níveis de rentabilidade muito satisfatórios. Em Espanha a nossa Joint– Venture com a RSM está em desenvolvimento e com boas novidades para 2017. É um momento de festejar e reforçar os níveis de confiança e motivação para o próximo triénio. A Pais Económico realizou reportagens em 2011 e 2014 sobre a SABSEG e a dinâmica demonstrado era notória. Agora verificamos que atingiram os objectivos propostos. Quais os factores

É incontornável que todo o desenvolvimento da Economia Digital vai ter um forte impacto no sector da Corretagem de Seguros. Por outro lado, está em curso a revisão da Lei que enquadra a Mediação de Seguros em Portugal e que vai no sentido de reforçar a profissionalização do sector. Juntando estes dois factores a uma presença que pretendemos cada vez mais próxima dos nossos clientes e parceiros temos as linhas mestras para o desenvolvimento futuro.

e sermos os mais inovadores nas novas formas de distribuição, complementando uma forte presença física com uma robusta oferta multicanal. Ao nível da evolução política e económica de Portugal e do Mundo Lusófono. Como vê o desenvolvimento?

Vou dividir em três a resposta à sua pergunta. Em Portugal e Espanha, o desenvolvimento futuro será determinado essencialmente pela evolução e resiliência do Euro. Todos desejamos que seja ultrapassada esta forte crise e que a União Europeia se fortaleça para bem dos valores democráticos e estabilidade das sociedades. O contrário desta evolução poderá ser o desconhecido. É uma mensagem de esperança aquela que quero transmitir. No que respeita ao Brasil, o optimismo impera. Sabemos que é um mercado difícil e cheio de ratoeiras. Sabemos que é um país que vai da euforia à depressão em tempo recorde. Mas é um país continental de 200.000.000 de pessoas e repare que é um dos mais democráticos do mundo. Veja o número de presidentes que foram depostos utilizando mecanismos democráticos previstos na Constituição. Tenho a convicção que a SABSEG vai ser muito feliz no Brasil. Quanto à África Lusófona, temos que compreender que a juventude destes países e os primeiros passos que estão a dar rumo aos sistemas democráticos têm custos associados. Actualmente estão a passar problemas graves com a convertibilidade da moeda e com impacto relevante ao nível das trocas internacionais. Mas se encararmos a presença no médio e longo prazo, são economias que vão evoluir e com enorme potencial em várias áreas. Como resumiria, numa palavra ou expressão, o significado actual de SABSEG?

SABSEG quer ser líder no Mundo Lusófono Como vê a SABSEG em 2020?

Um grupo líder no Mundo Lusófono e com uma presença relevante na Península Ibérica. Temos como objectivo ultrapassar no mercado português os 200.000.000€ de Prémios de Seguro

A nossa assinatura é “Construímos Relações Seguras” e é intemporal é muito ligada ao nosso ADN de multiplicarmos a presença nos vários sectores da sociedade portuguesa. Mas, respondendo à sua questão, a expressão que escolho é OPTIMISMO E CONFIANÇA NO FUTURO. ‹

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› GRANDE ENTREVISTA

SABSEG Vitória de Guimarães

SABSEG ABC

Para a SABSEG Seguros a presença no Desporto é Estratégica

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SABSEG Seguros tem assumido uma nova estratégia no Desporto em Portugal, apoiando e contribuindo para o desenvolvimento de várias modalidades. Nesta nova estratégia de Comunicação a SABSEG Corretor de Seguros, S.A. demonstra ser uma empresa eclética ao apostar em várias atividades desportivas, como por exemplo futebol, andebol, basquetebol, hóquei, entre outras. O Presidente do Conselho de Administração da SABSEG, Miguel Machado, afirma “apoiamos várias modalidades e isso só demonstra a versatilidade que nos carac-

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teriza, não só no Desporto, como também em todas as nossas áreas de atividade”. Miguel Machado acrescenta “entre todas as modalidades, o futebol é a que possui mais peso nesta estratégia, pois sendo o Desporto-Rei em Portugal, reúne todos os segmentos e, como tal, faz todo o sentido estarmos mais presentes. A nossa parceria estratégica com a Federação Portuguesa de Futebol e com a Liga Portuguesa de Futebol Profissional tem já vários anos e tem sido permanentemente consolidada”. Neste contexto a SABSEG, companhia multinacional especializada no aconselhamento e gestão de risco de pessoas e

bens, e parceira da Liga Portugal desde há vários anos, celebrou um conjunto de acordos de patrocínio com diversos clubes da Liga NOS e LEDMAN Liga Pro, reforçando a estratégia da marca para os próximos anos e procurando contribuir para o desenvolvimento dos clubes. Segundo Miguel Machado, Presidente do Conselho de Administração do Grupo SABSEG, “estes acordos proporcionam contrapartidas vantajosas para ambas as partes, para os Clubes onde todo o apoio financeiro directo ou indirecto é fundamental e para o Grupo que vê assim alargada a sua área de atuação”, acrescenta

ainda que “a SABSEG irá contribuir com todo o seu profissionalismo, para o desenvolvimento e progresso dos Clubes, proporcionando-lhes a criação de receitas recorrentes para a sua gestão, e remata afirmando que “apesar da nossa presença internacional, a SABSEG é um Grupo Português e como tal faz todo o sentido apoiar o Desporto-Rei em Portugal”. Assim através desta estratégia, a SABSEG tornou-se o patrocinador com maior mancha nesta modalidade, estando presente em 21 clubes da Liga NOS e da LEDMAN Liga Pro. Com esta abordagem para os próximos anos, a SABSEG procura não só a visibilidade da marca, como o seu reconhecimento junto dos adeptos e a comunicação dos valores que a regem. Esta abordagem permite que o Corretor de referência no Mundo Lusófono intensifique a relação com públicos de diferentes idades, géneros, regiões e classes sociais, que têm em comum a paixão pelo desporto. Além do Futebol Profissional, também no Futebol Amador nos vários escalões de formação, a SABSEG também tem uma forte presença através da parceria estabelecida com a A.F LISBOA, A.F. BRAGA, A.F. AVEIRO, A.F. ÉVORA, A.F. SETUBAL, A.F. COIMBRA, A.F. MADEIRA, A.F VISEU e A.F LEIRIA. O Presidente da SABSEG afirma “Esta é uma estratégia com base no reforço dos relacionamentos e dos valores emocionais da SABSEG’’, sublinhando “O objetivo é precisamente assegurar uma maior proximidade aos nossos clientes e potenciais clientes”. Miguel Machado termina “Queremos viver o desporto e construir relações seguras e duradouras com todos os intervenientes: clubes e adeptos”. ‹

SABSEG Merelinense

SABSEG Hóquei Clube de Braga

SABSEG Sporting Clube de Braga e Rio Ave Futebol Clube

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› GRANDE ENTREVISTA

União das Misericórdias Portuguesas reforça o Cartão Saúde Social

Parcerias com a SABSEG e a AdvanceCare

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União das Misericórdias Portuguesas (UMP) reforça o seu Cartão de Saúde Social, que envolve o universo das instituições e agentes que operam na área da economia social. O Cartão de Saúde das Misericórdias é um cartão de acesso, com uma tabela de preços própria – Preços Sociais. Disponível nas versões Social e Social +. O cartão permite, por apenas 3,1 Euros mensais (versão social para famílias/entidades), aceder a uma rede de mais de 400 hospitais e clínicas em todo o país, Rede Hospitalar das Misericórdias e Rede Social da Advancecare. A adesão pode ser feita online em www.ump.pt, ou em toda a rede comercial da SABSEG.

Benefícios para os utentes da economia social As vantagens associadas ao Cartão são o preço das consultas de atendimento permanente, que custará ao beneficiário apenas 20 Euros, a possibilidade de requerer um médico ao domicílio (25 Euros) e o seguro de internamento até 5.000 Euros, com o subsídio diário de 25 Euros/dia. Segundo o presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, «hoje, numa misericórdia, uma consulta de espe-

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cialidade custa à volta dos 50 Euros e com este cartão as pessoas vão pagar só 27,5 Euros. Fica logo mais de metade do cartão pago», adiantando também que «não tem idade de entrada nem de saída, porque é vitalício», referiu o presidente da UMP.

António Tavares (provedor da Santa Casa das Misericórdia do Porto), Miguel Machado (Presidente do conselho de administração da Sabseg), Manuel Lemos (Presidente da União das Misericórdias Portuguesas) Luis Drummond (CEO AdvanceCare) e Humberto Carneiro (Membro do Conselho Estratégico do Grupo Misericórdias Saúde e Provedor da SCM da Povoa do Lanhoso)

UMP chega diariamente a 150 mil portugueses A União das Misericórdias Portuguesas é uma entidade de economia social cuja missão é orientar, coordenar, dinamizar e representar as Misericórdias, defendendo os seus interesses e organizando serviços de interesse comum. Por dia, entre apoio social e de saúde, as Misericórdias acompanham mais de 150 mil portugueses em todo o território nacional. Na área da saúde, entre outras atividades, destaque para hospitais de agudos, meios complementares de diagnóstico e tratamento de unidades de cuidados continuados. Para o presidente da UMP, «o reforço deste cartão de saúde vem pela via da economia social facilitar o acesso das pessoas a cuidados de saúde de qualidade», sublinhou a terminar Manuel Lemos. ‹

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› LUSOFONIA

Brasileiros reforçam procuram por destinos turísticos internos

Belém e cidades de Carajás das mais procuradas Numa pesquisa realizada pela Skyscanner, líder global em passagens aéreas, hotéis e aluguer de carros, os brasileiros pretendem cada vez mais conhecer destinos no próprio país ou em países vizinhos. As cidades de Carajás, no Pará, bem como a capital do Estado, Belém, estão entre os destinos mais procurados. A pesquisa apontou para um aumento em 35% referente às cidades da região de Carajás, onde desponta a belíssima praia de Alter do Chão, situado no rio Tapajós, é segundo o diário britânico Guardian, a mais bonita praia de água doce do mundo, apontando muitos esta região como o “Caribe Amazónico”, bem como para a subida de Belém, a capital paraense, com um aumento de procura na ordem

dos 29%. Belém é referida pela mistura de “tradição, gastronomia excêntrica e modernidade”. Os inquiridos referiram como os motivos principais de escolha a riqueza cultura dos destinos paraneses, tendo a biodiversidade da Amazónia como elemento preponderante, acrescentando também a riqueza e diversidade gastronómica. Segundo o gerente da Skyscanner para a América Latina, «o crescente interesse nas buscas para o Pará foi uma agradável surpresa, já que o destino tem um imenso potencial, não só pelas suas florestas e rios, como também pelas praias preservadas, culinária exótica com muitos temperos e frutos brasileiros e um bom custo-benefício». ‹

São Tomé e Príncipe vende mais cacau São Tomé e Príncipe encaixou entre janeiro e setembro do presente ano, cerca de 5,7 milhões de dólares na venda de cacau, o que representou 95,4% da venda de produtos agrícolas pelo país da África Ocidental. Por outro lado, em termos de quantidade exportada, também se registou um crescimento significativo, passando de 1.320 toneladas de 2015 para 2.000 toneladas nos primeiros nove meses deste ano. Nos 4,6% de produtos exportados por São Tomé e Príncipe estiveram o café, a pimenta, as flores e o óleo de copra. O país liderado por Patrice Trovoada exporta principalmente para Portugal, Países Baixos e Bélgica. ‹

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› AUTARQUIAS Aníbal Reis Costa, Presidente da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo

Ferreira do Alentejo é uma marca muito valorizada As obras da Auto Estrada do Baixo Alentejo, entre o nó de Grândola Sul e o entroncamento do IP 8 que vira para a localidade de Malhada Velha, marca o renovar simbólico da esperança num presente e sobretudo num futuro melhor para as populações e para a economia do concelho de Ferreira do Alentejo. Aníbal Reis Costa, presidente da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, em entrevista à PAÍS €CONÓMICO, realizou um balanço, embora ainda não definitivo, pois ainda faltam praticamente onze meses para terminar o seu terceiro e último mandato à frente dos destinos do município ferreirense, mas aproveitou para elencar os projetos de investimento que o município começou a lançar em 2016 e que se estenderão em 2017. «Cumpriremos todas as promessas eleitorais que prometemos aos cidadãos de Ferreira do Alentejo», assevera o edil local, que aproveita para realçar a abertura e o interesse dos seus executivos em receberem de braços abertos o investimento privado «que trouxesse riqueza e emprego para o nosso concelho». Com orgulho, Ferreira do Alentejo é hoje a Capital do Azeite em Portugal, frutos dos maiores investimentos que o país já assistiu no domínio do olival. Por isso, e por muitos mais investimentos que aportaram nos domínios do turismo e das energias renováveis, sobretudo solar fotovoltaica, «Ferreira do Alentejo é presentemente uma marca muito valorizada», enfatiza Aníbal Reis Costa. TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS Está à menos de um ano de terminar o seu terceiro e último mandato como presidente da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo. Um período já de onze anos em que muita coisa mudou, sobretudo no panorama económico e empresarial do concelho, com a chegada de grandes e médios investimentos e o colocar Ferreira do Alentejo como a indiscutível Capital do Azeite em Portugal. Qual é o balanço, embora ainda não definitivo, naturalmente, que faz destes onze anos à frente do município de Ferreira do Alentejo?

Um balanço inequivocamente positivo, porque tenho a perfeita noção do trabalho que realizámos durante estes onze anos para colocar o concelho de Ferreira do Alentejo no elevado patamar económico e social, mas igualmente nos domínios social, cultural e infraestrutural, como os que hoje alcançámos. No entanto, se me permite, gostaria de puxar um pouco o filme atrás, e recordar algumas situações mais gerais por que passámos ao longo deste período, sempre rico e enriquecedor, mas sempre

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tendo como lema ajudar a desenvolver Ferreira do Alentejo, um concelho que acreditamos mesmo estar no centro do que acontece em muitos setores empresariais em Portugal. A região viveu um período até 2009/2010 em que registou a concretização de elevados investimentos públicos, como foram a implantação do perímetro de rega do Alqueva, o início da construção da Auto Estrada do Baixo Alentejo e a concretização da construção do Aeroporto de Beja. Estes investimentos da esfera pública trouxeram uma forte confiança não só aos empresários da nossa região, como sobretudo induziram muitos empresários nacionais e estrangeiros a olharem de outra forma para esta zona do Alentejo e a acreditarem estarem aqui criadas condições muito favoráveis ao investimento. E apesar dos atrasos nas obras da auto estrada e do aeroporto ainda não ter uma utilização compatível com o seu potencial, mas acredito que terá no futuro, a verdade é que muitos milhões de euros foram investidos no Baixo Alentejo, e muito em particular no concelho de Ferreira do Alentejo, repito,

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› AUTARQUIAS inicialmente por via do investimento público, depois com a vinda maciça do investimento privado. Quando tomámos posse no primeiro mandato, a situação financeira do município não era a mais favorável, e posso adiantar-lhe que de 2007 a 2015 não tivemos quaisquer hipóteses de recorrer a endividamento para poder realizar investimentos, apenas podemos recorrer ao PAEL – Programa de Apoio à Economia Local, visando o reequilíbrio financeiro do município. Veja que esta autarquia chegou a ter quase 300 funcionários e presentemente possui menos 70 do que nessa altura. O executivo a que tenho a honra de presidir, em boa hora, tomou sempre decisões que apontaram para a aplicação de uma gestão rigorosa das finanças municipais o que nos permitiu irmos paulatinamente conseguindo um equilíbrio financeiro cada vez maior e posso assegurar-lhe hoje temos quase todas as dívidas da autarquia liquidadas, e assim voltámos em 2016 a poder contrair empréstimos específicos para concretizarmos investimentos que consideramos de grande importância para a melhoria das condições de vida das populações do concelho de Ferreira do Alentejo. Os dados são inequívocos. No Anuário das Autarquias de 2015, no que se refere ao Alentejo, a Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo está no Top 10 das mais sustentáveis do ponto de vista económico/financeiro. Quais foram os momentos mais marcantes do mandato ao longo de 2016?

Neste ano que estamos a terminar, e em virtude da tal referida nova capacidade de endividamento que o município voltou a obter, repito, para podermos realizar novos investimentos, a Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, podemos informar que com o apoio de fundos comunitários em 80% vamos requalificar o Salão de Festas do Mercado Municipal, que é uma questão bastante importante para as pessoas que vivem neste concelho, permitindo que tenhamos um espaço qualificado e em condições excelentes para receber eventos de forte impacto e dignidade. Por outro lado, vamos requalificar as duas entradas – sul e norte do concelho, dando mais dignidade e atratividade a quem passa, bem como vamos construir uma ciclovia, que acreditamos constituirá um elemento importante e estruturante para a melhoria da vida e do bem-estar das pessoas deste concelho. Por outro lado, vamos também avançar na requalificação das escolas do primeiro ciclo existentes no concelho, começando pelas escolas de Ferreira do Alentejo e de Figueira dos Cavaleiros, estendendo-se depois às restantes escolas do nosso concelho. Fomos daqueles que nunca quisemos avançar para a construção de um centro escolar na sede do concelho, porque acreditamos que muitas das escolas existentes em diversas freguesias ainda estão em boas condições e com algumas obras de requalificação poderiam ser utilizadas com benefício para os estudantes e para as populações de cada uma das localidades deste mesmo concelho. Finalmente, gostaria de sublinhar também o projeto de requalificação de vários espaços desportivos existentes nas nossas escolas, pois o nosso município foi um dos três do Baixo Alentejo que

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assumiu a responsabilidade pela gestão e qualificação dos espaços desportivos existentes no concelho de Ferreira do Alentejo. Vamos fazer várias obras dessa natureza e será mais um marco desta gestão na melhoria da prática desportiva em Ferreira do Alentejo. Parque de Empresas vai crescer em 2017 No plano do desenvolvimento empresarial, o que prevê fazer no próximo ano?

Em primeiro, já começámos o estudo conducente à concretização da ampliação do nosso Parque de Empresas, que no período entre 2007 e 2010 registou uma procura descomunal por empresas que vindo de fora se queriam instalar em Ferreira do Alentejo, muitas delas induzidas pelo boom do investimento público da altura, recordo, o perímetro de rega de Alqueva, a Auto Estrada do Baixo Alentejo e o Aeroporto de Beja. No entanto, com o surgir da crise económica do país em 2011 e o atraso nas obras da auto estrada, além do não aproveitamento de todo o potencial induzido pelo aeroporto em Beja, deu-se uma natural retração da procura de novas empresas pelo parque empresarial. Mas, essa situação está em vias de ser alterada, e já surgem novamente diversos pedidos de análise de espaços para empresas virem para esta localização às portas de Ferreira do Alentejo. Então, a Câmara Municipal decidiu avançar com o estudo e o projeto de ampliação do Parque de Empresas e constitui um dos nossos projetos prioritários em 2017. Mas, quero sublinhar a importância da recente instalação e já em laboração da Migdalo, um investimento concretizado pela família Sevinate Pinto no nosso Parque de Empresas, e que ajudará a aproveitar os emergentes investimentos na área da produção de amêndoa, tanto em Ferreira do Alentejo como noutros concelhos desta região. Quero aproveitar esta oportunidade para sublinhar que temos praticamente já concluídos todos os compromissos eleitorais que apresentámos à população do concelho nas eleições de 2013, e os que ainda não concretizámos, serão implementados em 2017, ficando o nosso projeto efetivamente concluído. A trilogia da Agricultura, do Turismo e da Energia Falou da ampliação do Parque de Empresas, mas hoje a realidade empresarial do concelho de Ferreira do Alentejo é bastante mais lata do que o conjunto de empresas localizadas nesse espaço. Muito apropriadamente, Ferreira do Alentejo é denominada a Capital do Azeite em Portugal, fruto dos elevados investimentos empresariais nacionais e internacionais que chegaram ao concelho. Como viu esse investimento?

Apesar dos constrangimentos de investimento por que passou a autarquia ao longo de vários anos, e que felizmente estão quase ultrapassados, sempre nos preocupámos em proporcionar um bom clima para o investimento privado em Ferreira do Alentejo, porque sempre entendemos que o investimento empresarial aportaria riqueza e criação de postos de trabalho ao concelho.

Dessa forma, ao longo destes onze anos que presido à Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo incentivámos e aprovámos um forte conjunto de investimentos privados naquilo a que denominamos a trilogia do investimento – ATE – ou seja, Agricultura, Turismo e Energia. Na agricultura, para além de mais de cinco mil e quinhentos hectares de olival irrigados, recebemos o investimento de cinco grandes lagares que se instalaram no concelho, e que além de receberem azeitona da produção do concelho recebem também produções de concelhos circunvizinhos. Somos, sem sombra de dúvida, o concelho com maior produção de azeite de Portugal e por isso muito justamente somos considerados a Capital do Azeite em Portugal. No domínio do turismo, nos últimos cinco anos, surgiram no concelho de Ferreira do Alentejo 16 pequenas e médias unidades turísticas, que trouxeram um impulso muito forte à atividade do turismo no concelho e deram também um forte contributo para sustentar o Alentejo como região turística de excelência. Por último, no capítulo da energia, recordo que entre 2007 e 2010, certamente também beneficiando de tarifas de energia bastante favoráveis aos investidores, o que é certo é que se instalaram vá-

rios projetos na área do solar fotovoltaico no concelho de Ferreira do Alentejo, com a construção na altura de 33 MW de potência instalada, e depois de algum arrefecimento, voltou nos últimos tempos a existir um interesse na instalação de novos projetos, e sublinho que estão neste momento mais 6,7 MW de energia solar fotovoltaica a ser instalada. Com tudo isto, posso afirmar que o concelho de Ferreira do Alentejo é o segundo maior produtor nacional em energia solar fotovoltaica, só superado por Moura, neste caso em virtude da situação única da grande potência instalada na central da Amareleja. Gostaria de finalizar, e se ainda me permite, de destacar o quanto os nossos executivos municipais sempre se pautaram com o objetivo de valorizarem a marca Ferreira do Alentejo. Penso que não será arrogância da minha parte poder afirmar sem dúvida que no presente Ferreira do Alentejo é uma marca muito valorizada, e isso tem sido marcante na escolha que muitas empresas portuguesas e internacionais, principalmente espanholas, têm feito por instalarem os seus projetos empresariais em Ferreira do Alentejo. É um sinal de confiança no concelho e estamos certos de que assim irá continuar no futuro, pois como dizemos somos “um Concelho no Centro do que é importante”. ‹

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› EMPRESARIADO Francisco Mateus, Presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana

«Queremos contribuir para o engrandecimento dos vinhos do Alentejo» Criada em 1989 (há 27 anos atrás) a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, também denominada por CVR Alentejana é o organismo que certifica, controla e protege os Vinhos DOC Alentejo e os Vinhos Regional Alentejano. Mas a par desta missão também lhe cabe promover os vinhos do Alentejo no mercado nacional e nos mercados internacionais. Em entrevista à PAÍS €CONÓMICO, Francisco Mateus, presidente da CVR Alentejana sublinhou que a entidade a que preside quer continuar a engrandecer os vinhos do Alentejo e que tudo fará para que esse objetivo seja alcançado. «Ao nível da certificação, desde 2012 que temos vindo a reduzir gradualmente o nosso prazo de resposta junto dos agentes económicos, e a prova disso é que já em 2015 e apesar do muito trabalho que todos os dias temos pela frente, conseguimos chegámos aos 5 dias», salientou Francisco Mateus.

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TEXTO › VALDEMAR BONACHO

á pouco mais de um ano à frente dos destinos da CVR Alentejana, Francisco Mateus diz que a sua preocupação é, através da entidade a que preside, continuar o trabalho de afirmação dos vinhos do Alentejo não só no mercado nacional mas também nos mercados alvos internacionais. «Somos uma associação privada que tem 27 colaboradores e tem um número apreciável de produtores e de empresas que trabalham connosco e que olham para nós como sendo uma entidade que deve observar o mercado, perceber o que nele se passa e perceber também o que é que se passa com os vinhos do Alentejo. Temos neste momento cerca de 250 entidades a certificar vinhos do Alentejo e em termos de produtores de uva temos cerca de 1900 viticultores», esclareceu o presidente da CVR Alentejana, que a este propósito adiantou que «há aqui um conjunto de pessoas que olham para a CVR Alentejana como uma entidade que não é só uma prestadora de serviços, mas que é também uma representante dos Vinhos do Alentejo».

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| FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

Francisco Mateus fez questão de esclarecer que a missão da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana inclui perceber o que se passa nos mercados, recolhe dados e partilhá-los com o sector. «E isso em 2016 foi feito e é algo que damos particular atenção. Julgamos que o nosso produto é o resultado da nossa prestação de serviços. É essencial que isso aconteça para que as pessoas percebam o que é que se está a passar no mercado com os vinhos certificados com o nome da Região do Alentejo», deixou claro Francisco Mateus, não deixando entretanto de sublinhar uma outra ação protagonizada pela CVR Alentejana e que já vinha do passado, e que se traduziu numa aproximação às entidades do Turismo. «Avançámos com esta medida a pensar mais na componente do Enoturismo, para implementarmos projetos de promoção focados no Enoturismo do Ribatejo e do Alentejo. Isso foi algo que conseguimos fazer já este ano, o projeto foi aprovado em Outubro e teremos agora dois anos para trabalharmos em conjunto e procurarmos elevar a oferta enoturistica re-

gional», esclareceu o presidente da CVR Alentejana, dizendo a propósito desta iniciativa que a sua ambição é tudo fazer para que a qualidade dessa oferta seja transmitida também lá fora. «Para isso estamos a trabalhar com a Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo, um parceiro com o qual temos mantido uma relação muito estreita e proveitosa em termos de partilha de informação, única forma que vemos para podermos trabalhar de forma mais articulada», enfatizou o presidente da CVR Alentejana. Boa informação para uma boa gestão Com um vastíssimo know-how neste campo de atividade, Francisco Mateus obteve ao longo da sua vida o grau de bacharel em Engenharia de Indústrias Agro-Alimentares (ramo Vinhos), uma licenciatura em Gestão e uma pós graduação em Direção de Empresas, esta última pela AESE/ IESE Business School da Universidade de Navarra, e reconhece que o seu estilo de trabalho é diferente do da sua antecesso-

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› EMPRESARIADO da uva, obviamente que estaremos a falar de pessoas com uma visão muito apurada, que não têm medo de arriscar e que acreditam nas enormes potencialidade do Alentejo, também nesta área», salientou o presidente da CVR Alentejana, que teceria palavras muito elogiosas ao aparecimento de jovens que decidiram abraçar esta promissora atividade. «Vejo como muito positivo o surgimento destes jovens, porque gente nova é gente com ideias, são pessoas que têm mais rasgos de informação e mais músculo para o investimento, e o desenvolvimento da região também se faz com essas pessoas», enfatizou o presidente da CVR Alentejana. Referindo-se ainda à área da certificação de vinhos, Francisco Mateus avançou com alguns registos interessantes que revelam o impacto que esta atividade tem no seio da CVR Alentejana. «De Outubro de 2015 a Setembro de 2016 certificámos 95 mi-

ra, afirmando-se defensor da informação de gestão. «Para gerir esta Casa e para dar a conhecer o que se passa a nível do Alentejo é preciso ter um conjunto de dados que proporcione uma boa partilha de informação que possa por sua vez ser lida, ser interpretada e nos permita tomar decisões importantes. A par de tudo isto é também muito relevante estar sempre atento ao rigor da execução orçamental. Temos de saber utilizar os recursos disponíveis da melhor forma, tentando meter as poupanças onde elas mais se justifiquem e canalizar essas poupanças para opções estratégicas que consideremos serem as mais importantes, e esta ação também é um marco deste meu primeiro ano como presidente da CVRA», referiu Francisco Mateus. Produção sustentável com menores custos Neste primeiro mandato, Francisco Mateus também aprofundou o Plano de Sus-

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tentabilidade dos Vinhos do Alentejo, um plano inédito já que em Portugal não existe nada de parecido. «Este plano significa garantir que a promoção do vinho do Alentejo é efetuada com o maior respeito pelos recursos naturais. O Alentejo está numa região com várias temperaturas, sujeito a pressões ao nível das opções climáticas, sujeito a pressões eventualmente até ao nível da diversificação, e é uma região que tem pouca água. Esta escassez de água e as variações de temperaturas implicam um custo muito elevado na produção de vinhos. Para resolver a colmatar esta situação começou-se a implementar em 2015 o Plano de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo cujo objetivo visa precisamente que os produtores do Alentejo tenham uma produção sustentável, uma produção que tenha menos custos», referiu Francisco Mateus, que para justificar o sucesso deste Plano de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo referiu: «Dados de 2015

lhões de litros de vinho, o que é significativo», evidenciou o presidente da CVR Alentejana. Em relação ao mercado nacional o presidente da CVR Alentejana referiu que segundo dados referentes até Setembro de 2016, «comparativamente a 2015 estamos a vender ligeiramente menos vinho, mas estamos a subir no preço médio, o que não deixa de ser uma boa notícia». Angola, Brasil e EUA são mercados importantes Relativamente ao mercado externo, os grandes mercados alvo dos Vinhos do Alentejo continuam a ser Angola e Brasil. «Em Setembro de 2015 os mercados de Angola e Brasil no seu conjunto representavam qualquer coisa como 58 por cento das exportações da Região do Alentejo fora da Europa, o que é muito. Quando aqui chegámos, olhávamos para aquilo que se passava em cada região e tínhamos

a percepção que o Alentejo estava a seguir um caminho em que apostava muito num novo tipo de mercados para a exportação. E estava com um foco muito grande em Angola e no Brasil, mercados onde de facto o Alentejo tem quotas muito interessantes. Mas hoje Angola está com problemas ao nível do petróleo e a economia ressentiu-se. E o Brasil também está com dificuldades ao nível da incerteza política, mas mesmo assim o Brasil continua a ser o nosso principal mercado, seguido dos EUA e Angola que em 2015 era o nosso primeiro mercado passou a ser o nosso terceiro mercado fora da Europa. Na Europa os nossos principais mercados são a França, Polónia e a Alemanha», sublinhou Francisco Mateus, referindo que o Japão e a China começam a ser visto como mercados interessantes e a levar em conta no futuro, e como estes muitos mais. ‹

diziam-nos que hoje em dia cerca de 4000 hectares de vinha (20 por cento do total do Alentejo) já são tratados dentro destes padrões de sustentabilidade». Gente que arrisca e acredita no Alentejo Francisco Mateus disse que este é um plano com uma grande margem de progressão e cujo desafio no futuro próximo passa por «sermos mais eficazes para chegarmos junto dos nossos agricultores». Relativamente ao investimentos que têm vindo a ser realizados no Alentejo ao nível deste sector, Francisco Mateus não se esquivou à pergunta, referindo que em termos de vinhas metade das vinhas do Alentejo foi plantada desde 2000/2001, há cerca de 15 anos. «Significa que tem havido muito investimento nessas vinhas. Conseguir instalar novas vinhas (qualquer coisa como 10 mil hectares de vinhas em 15 anos), olhando para essas vinhas como sendo a alavanca de um produto derivado

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› EMPRESARIADO

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Rui Castanheiro Viana, Administrador da Confeitaria Nacional

Queremos aprofundar a internacionalização A Confeitaria Nacional é uma empresa portuguesa que nasceu há 187 anos pela mão de Balthazar Roiz Castanheiro, precisamente em 1829. Mas, nos últimos tempos, o nome da Confeitaria Nacional veio mais ao de cima devido ao início do seu processo de internacionalização, com a abertura de duas lojas já este ano em Riade, capital da Arábia Saudita. Rui Castanheiro Viana, administrador da Confeitaria Nacional, é já o representante da sexta geração à frente da quase bi-centenária, que além do processo iniciado na Arábia Saudita e que se deverá estender aos restantes países do Golfo, também vai acontecer ainda no primeiro trimestre de 2017 na cidade norte-americana de Miami. A Europa também poderá receber a insígnia Confeitaria Nacional, começando pela cidade suíça de Genebra. Para ajudar a sustentar a aposta na internacionalização, a empresa está a construir uma nova unidade industrial em Muge, concelho de Salvaterra de Magos, onde investe 3 milhões de euros e cria 33 postos de trabalho. TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS 40 › PAÍS €CONÓMICO | Dezembro 2016

o final de outubro foi notícia a abertura da segunda loja com a marca Confeitaria Nacional em Riade, capital da Arábia Saudita, onde já no início de 2016 tinha sido inaugurada a primeira loja da marca portuguesa. Rui Castanheiro Viana refere que o processo começou já há dois anos quando um empresário saudita passou pela loja da Confeitaria Nacional na Praça da Ribeira, em Lisboa, e gostou do que viu e provou. Depois enviou a Lisboa um seu colaborador francês, responsável pela área alimentar, que entabulou conversações que redundaram na assinatura de um contrato com esse empresário saudita que assumiu o papel de master franchising não apenas para o mercado saudita bem como para os restantes países do Golfo Arábico. Segundo o líder da Confeitaria Nacional já estão duas lojas abertas na capital saudita, mas estão previstas novas aberturas nos próximos anos, assim como a extensão a outros países da região. Segundo Rui Castanheiro Viana, nas duas lojas sauditas todos os produtos expostos para consumo «obviamente que não tem quaisquer vestígios de álcool assim como são concebidos segundo a certificação Halal. Eu diria neste momento que 70% dos produtos vendidos nas lojas sauditas são produzidos em Portugal, onde temos formado pessoas do nosso parceiro saudita, enquanto cerca de 30% são produzidos nos próprios locais em Riade», referiu. Referindo que a empresa portuguesa não realizou nenhum investimento financeiro na Arábia Saudita, todo assumido pelo master franchising, o administrador da Confeitaria Nacional admite que outros negócios poderão acontecer naquela parte do mundo, mas relacionados com a área

de trading que o empresário português também desenvolve fora do âmbito da Confeitaria Nacional. Abertura em Miami e aposta posterior na Europa Ainda no domínio da internacionalização, a Confeitaria Nacional prepara-se também para entrar nos Estados Unidos, preparando-se igualmente em parceria com um empresário português radicado nos EUA abrir até ao final do primeiro trimestre de 2017 uma loja em Miami. Rui Castanheiro Viana acredita no elevado potencial do mercado norte-americano e o reforço do turismo dos EUA em Portugal também deverá ajudar a melhor conhecer os produtos portugueses e sobretudo aqueles que são produzidos pela Confeitaria Nacional. Mas, com o processo de internacionalização em forte aceleração, a Confeitaria Nacional não desvaloriza o mercado europeu, antes pelo contrário. O administrador da empresa adianta que existem

contactos, sendo os mais adiantados referentes a uma possível abertura futura na cidade suíça de Genebra. «Queremos estar na Europa e possivelmente entraremos através da Suíça. Mas existem outras possibilidades», deixou como nota Rui Castanheiro Viana. Para suportar todo o processo de internacionalização, visto que a produção que será consumida nas lojas internacionais será em boa parte produzida em Portugal, a Confeitaria Nacional está a avançar com um projeto de construção de uma nova unidade industrial em Muge, no concelho ribatejano de Salvaterra de Magos. A existência na região de três escolas de hotelaria, respetivamente Salvaterra de Magos, Santarém e Coruche, além do forte apoio e empenho da própria Câmara de Salvaterra de Magos, constituíram fortes argumentos para a empresa avançar com o investimento e que concentrará a grande maioria da produção que será depois comercializada nas lojas portuguesas e nas lojas internacionais. Serão investidos 3 milhões de euros e a criação de 33 empregos naquela região ribatejana. A empresa também investiu numa embarcação turística que faz cruzeiros turísticos no Tejo, onde a marca também possui duas lojas de venda dos mesmos produtos que podem ser encontrados na histórica loja do nº 18 da Praça da Figueira, na capital portuguesa. ‹

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› EMPRESARIADO Luís Vasco Cunha, Presidente da Codelpor, SA

«Integração da Ubaldi na Expert é uma excelente notícia» Embora tenha a sua sede em Benavente, a Codelpor, SA, do Grupo Susiarte, é uma empresa com raiz açoriana que este ano completa 34 anos de vida. É a detentora em Portugal da Expert, uma marca de grande prestígio mundial na área dos electrodomésticos e da electrónica, e encontra-se atualmente numa fase de grande expansão em Portugal. Em entrevista que concedeu à PAÍS €CONÓMICO, Luís Vasco Cunha, presidente da Codelport, SA e da Expert Portugal congratulou-se com o grau de crescimento da sua empresa no mercado nacional, e quando questionado sobre a recente aliança do Grupo Expert com o Grupo Ubaldi, foi bem claro. «O Grupo Expert vai ficar ainda mais forte e a abordagem inovadora e diferenciadora das lojas Ubaldi será

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certamente uma mais-valia que pode ser aproveitada por todo o Grupo». TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

onvirá realçar desde já que a Expert é uma das maiores cadeias retalhistas de electrodomésticos e de electrónica de consumo do mundo, e acaba de se tornar mais forte com a sua integração no Grupo Ubaldi, líder incontestado no mercado do sudoeste de França, que dispõe 12 lojas que oferecem um abrangente leque de produtos e uma bem-sucedida abordagem de natureza multicanal. No seu portefólio, conta com produtos de entretenimento, electrodomésticos, produtos de TI e de gaming, assim como soluções para cozinha, para jardins e até brinquedos. Nesta entrevista à PAÍS €CONÓMICO, Luís Vasco Cunha lembra com o tudo começou. «Quando adquirimos a maioria do capital da Codelpor, SA foi em 2009 e na altura a empresa tinha licença de utilização da marca Expert para Portugal, mas hoje (ao contrário de outros países) temos um a quota na Expert Internacional», revela o nosso entrevistado. No entender de Luís Vasco Cunha a aliança que o Grupo Expert acaba de fazer com

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o Grupo Ubaldi é uma boa decisão em termos estratégicos. «Tudo o que seja crescimento é benéfico para nós», lembra, para dar um exemplo. «Já há dois anos em Itália houve uma aquisição que proporcionou ao Grupo Expert ser líder de mercado e a situação do Grupo em França é similar. Em meu entender esta integração da Ubaldi no Grupo Expert proporciona-lhe mais força. Em termos de grupo ficaremos mais fortes», refere o presidente da Expert Portugal, que não esconderia o seu otimismo em relação ao comportamento da sua empresa no mercado nacional, nomeadamente em Portugal Continental e nas lojas que possui nos Açores (em Ponta Delgada e em Praia da Vitória). Crescer 32% este ano «Em 2015, comparativamente a 2014, tivemos um grande crescimento, na ordem dos 30 por cento. Para este ano a nossa expetativa é de que haja uma certa estabilização do mercado que nos permita manter o mesmo volume de vendas que

registámos o ano passado. Deveremos registar um crescimento de 2 e 3 por cento em relação a 2015, o que significa que esse crescimento será da ordem dos 32 a 33 por cento. Temos vindo a crescer de uma forma sustentada ao longo dos últimos anos», referiu Luís Vasco Cunha que atribuiu este crescimento à penetração da marca em novos postos de vendas, ao aperfeiçoamento da forma como trabalham, sem esquecerem a inovação dos produtos e qualidade dos mesmos. O presidente da Codelpor/Export sabe que o comportamento atual do mercado é bem diferente do que era há oito ou dez anos atrás. «Hoje teremos de reforçar grandemente as vendas para atingirmos volumes de faturação a condizerem com os objectivos da empresa, e isso é compreensível se levarmos em conta que um computador há dez anos atrás tinha um preço muito mais elevado do que tem agora. Há hoje uma grande dificuldade em aumentarmos os nossos volumes de vendas, porque é verdade que cada vez vendemos

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› EMPRESARIADO

Câmara de Penedono e NERVIR promovem programa Exportar +

mais, mas a faturação não sobe assim tanto…», esclareceu. Faturar 54/55 milhões em 2016 Mesmo assim – disse-nos Luís Vasco Cunha – o valor consolidado da sua empresa em 2015 foi à volta dos 52 milhões de euros e em 2014 esse mesmo valor foi de certa de 40 milhões de euros. «Este ano deveremos andar pelos 54 ou 55 milhões de euros de faturação consolidada. Luís Vasco Cunha entender que o facto da Expert ou mesmo de a Ubaldi patentearem uma preocupação constante em apresentarem lojas atraentes, recheadas de bom gosto, apelativas e com espaços diferenciados não pode ser interpretado como um conceito concorrencial, mas terá de ser, sim, visto como uma obrigação da própria marca. «Nós temos que saber acompanhar a evolução, porque estarmos atualizados será a única forma de sobrevivermos. Este é um mercado muito ávido de novidades e, como tal, temos de estar a par de tudo o que de mais avançado existe em todo o mundo para diversificarmos a valorizarmos a nossa oferta», sublinha o presidente da Codelpor e da Expert Portugal. O crescimento do Grupo Expert Para melhor se avaliar a dimensão do Grupo Expert, dizer que é um grupo quer atua no campo dos bens de consumo técnicos e que termos internacionais está presente em mais de 3500 lojas especializadas localizadas em mais de duas dezenas de países. E mais: Nos últimos 50 anos (foi

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criado em 1967 e tem sede na Suíça) a Expert tornou-se uma forte marca internacional com um volume de negócios em constante crescimento. Luís Vasco Cunha também entende que por vezes as crises são geradoras de oportunidades. E adiantou um exemplo. «Em 2007, um pouco antes da grande crise que afetou Portugal, nós estávamos muito satisfeitos porque atingíramos pela primeira vez um volume de faturação de 10 milhões de euros. Entretanto, passamos a crise e o nosso volume de negócios quintuplicou. É verdade que a crises existem, mas temos de saber enfrentá-las com coragem e sem desalentos, aproveitando ao mesmo tempo a oportunidades que delas advém», sublinhou o presidente da Codelpor e Expert Portugal. A força está na rede de distribuição É verdade que a Codelpor defende a marca Expert em lojas localizadas no Pingo Doce, Bela Vista (Lisboa), em Ponta Delgada e Praias da Vitória (Açores), mas Luís Vasco Cunha aproveitou o ensejo para nos dar um esclarecimento precioso. «O nosso negócio principal não é as nossas lojas, o nosso negócio principal é a distribuição que nós fazemos através dos nossos 70 a 80 associados. Estas lojas fazem parte do nosso negócio», refere o nosso entrevistado, lembrando que a sua empresa «nasceu ao contrário». «Nós nascemos da venda a público e derivámos para a distribuição», rectificou Luís Vasco Cunha, que mesmo assim fez questão de referir que o conjun-

to das 3 lojas da Codelpor/Expert representam hoje algo com o 15 por cento do volume total da empresa. Quanto à hipótese de alargarem o número de lojas Expert no espaço continental português, Luís Vasco Cunha não podia ser mais preciso. «Está sempre na nossa perspectiva estarmos atentos ao mercado, e abrir mais lojas vai depender da forma como o mercado for evoluindo. Neste momento a nossa maior preocupação em termos de novas lojas depende muito da estabilização da loja do Pingo Doce/Bela Vista, que foi inaugurada em Maio de 2016. É um fator a levar em conta», justificou o presidente da Codelpor/Expert Portugal, que classifica o cliente português do setor que explora como gente muito exigente e muito conhecedora. «Cada vez mais as pessoas informam-se antes de comprarem os produtos», sublinhou. A entrevista a Luís Vasco Cunha, presidente da Codelpor/Expert Portugal estava praticamente no seu término, mas ainda com tempo para uma opinião do nosso entrevista sobre as razões porque escolheu representar a marca Expert. «A marca Expert em Portugal era detida por uma empresa espanhola, as coisas não estavam a correr muito bem e em 2009 surgiu a oportunidade de adquirirmos quota na Expert Internacional e passarmos a representar a Expert. Foi uma boa oportunidade até porque esta parceria enquadrava-se perfeitamente na nossa estratégia de desenvolvimento. Foi um casamento que tem decorrido na perfeição», reconheceu Luís Vasco Cunha. ‹

A Câmara Municipal de Penedono, em parceria com a NERVIR – Associação Empresarial, com sede em Vila Real, promoveram no passado dia 30 de novembro, uma sessão de apresentação do projeto Exportar +, uma iniciativa que visa potenciar a internacionalização das PME da região de Terras de Trás-os-Montes, Douro e Alto Tâmega. A sessão contou com a presença de diversas empresas do concelho de Penedono e de agentes económicos, que se reuniram para um olhar crítico sobre os objetivos e atividades do projeto, e em conjunto com as entidades envolvidas debater sobre a importância de um melhor conhecimento sobre os mercados e estímulos a iniciativas coletivas de cooperação interempresarial para a internacionalização dos bens e serviços produzidos na região. Para além disso, as empresas presentes passam a ter a oportunidade de serem avaliadas por consultores especializados acerca do seu potencial de exportação. O Presidente da Câmara de Penedono, Carlos Esteves, reforçou a importância da dinamização desta iniciativa como mais-valia para as empresas penedonenses que já operam nos mercados internacionais e também para as que têm como objetivo iniciar o processo de exportação. «A apresentação do projeto Exportar + é o continuar, por parte do executivo municipal, da vontade de caminhar junto aos seus empresários e promotores. Sendo a economia de mercado uma ação extremamente dinâmica, urge informar os empresários acerca de todos

os mecanismos passíveis de contribuir para o sucesso da sua internacionalização». O projeto Exportar + é desenvolvido pela NERVIR e pela NERBA – Associação Empresarial do Distrito de Bragança, com o apoio da ACISAT – Associação Empresarial do Alto Tâmega, e em colaboração com as Comunidades Intermunicipais do Alto Tâmega, Douro e Terras de Trás-os-Montes, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, e o Instituto Politécnico de Bragança. ‹

Aflex vai aumentar capacidade produtiva A Aflex Portugal – Indústrias de Borrachas, localizada na Zona Industrial de Penso, no concelho de Melgaço, anunciou que pretende aumentar a capacidade produtiva na ordem dos 30% já durante o ano de 2017. A empresa produz tubos de borracha para várias aplicações como aspiração, hidráulica, pneumático e para várias indústrias como o automóvel, agrícola, hospital, náutica e obras públicas, contando atualmente com 53 colaboradores. Segundo Fernanda Carvalho, Diretora Geral da Aflex Portugal, «se a conjuntura económica não se alterar prevemos um aumento da capacidade produtiva na ordem dos 30%, o que implica a criação de uma dezena de postos de trabalho ao longo do ano de 2017». A responsável da empresa de Melgaço adiantou também que neste momento a empresa apenas fabrica tubos de borracha mas a produção de tubos em silicone será uma aposta no futuro. ‹

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› EMPRESARIADO Grupo ETE comemorou 80 anos com a presença do Presidente da República

Aposta em Portugal e na Internacionalização Fundado pelo comandante Luiz Figueiredo em 1936, a então Empresa de Tráfego e Estiva (ETE) deu lugar ao longo destes 80 anos de existência ao Grupo ETE, que comporta no presente mais de três dezenas de empresas espalhadas por três continentes – Europa, África e América Latina. As presenças do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e dos ministros do Mar (Ana Paula Vitorino) e do Ambiente (João Matos Fernandes), prestigiaram uma data tão importante para o maior grupo marítimo-portuário português. Reforçar a presença no setor em Portugal, mas sobretudo impulsionar o movimento de internacionalização do grupo ETE constituem os grandes

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objetivos até 2020, conforme sublinhou Luís Nagy, presidente do Grupo ETE. TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

emblemático Cais da Rocha do Conde de Óbidos, na zona ribeirinha de Lisboa, engalanou-se para comemorar os 80 anos da fundação do Grupo ETE, presentemente o maior e mais relevante grupo marítimo-portuário português, que além da presença em todos os principais portos portugueses, também se internacionalizou e desenvolve operações em países como Cabo Verde, Moçambique, Uruguai e Colômbia.

Destacando os legados transmitidos pelo fundador do Grupo ETE (Comandante Luiz Figueiredo), e depois pelo seu sucessor (Tenente-Coronel António Figueiredo), o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa destacou a importância da «novíssima geração de acionistas do Grupo ETE, que fez o que tinha de ser feito para assegurar a continuação de um grupo tão importante para Portugal», enfatizou o Chefe do Estado português.

Luís Figueiredo, administrador do Grupo ETE, Ana Paulo Vitorino, ministra do Mar, Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, e Filipa Pacheco de Carvalho, administradora do Grupo ETE

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Mais do que comemorar as oito décadas do passado, o Grupo ETE olha com confiança para a próxima década da sua presença em Portugal e no Mundo. Luís Nagy, Presidente do Conselho de Administração do grupo referiu que «inaugurámos a nona década de vida do Grupo ETE com uma forte aposta na internacionalização da nossa operação, a qual tem estado a crescer e que esperamos, daqui a 5 anos, represente 40-40% do nosso volume de negócios, contra os atuais cerca de 10%. Estamos especialmente focados em mercados onde podemos levar valor, explorando áreas onde detemos grande experiência e conhecimento, como é o caso da operação fluvial». Internacionalização ganha peso A América Latina é uma das regiões prioritárias para o Grupo ETE. Na Colômbia, onde o grupo entrou em 2012, acaba de iniciar uma nova operação no rio Magdalena, que consiste no transporte fluvial, ao longo de quase 100 km, de agregados para a construção de infraestruturas. Adicionalmente, tem ainda em curso operações portuárias com gruas flutuantes, transporte fluvial, apoio a obras marítimas e portuárias e ainda atividades de logística internacional através de parcerias locais. No Uruguai, com a Transfluvial, tem em operação o transporte fluvial de madeira, em contrato continuado, para a maior fábrica de papel do mundo, operações de transbordo de carga a granel e transporte marítimo. Cabo Verde é outro dos mercados em que o Grupo ETE está a investir. De acordo com Luís Nagy, presidente do grupo português, «recentemente qualificámo-nos em primeiro lugar no concurso público internacional para a privatização da CABNAVE, os estaleiros navais na ilha de S. Vicente, em Cabo Verde. A próxima etapa será a negociação financeira e dos termos finais do contrato de concessão para um período de 30 anos». Aliás, a aposta nos estaleiros navais em Cabo Verde surge no seguimento da aposta bem-sucedida do grupo na gestão e desenvolvimento dos seus dois estaleiros navais em Portugal, respetivamente, o do Cais da Rocha, em Lisboa, e o da Navaltagus, no Seixal. Deste último estaleiro saiu já este ano um rebocador-empurrador que ajuda embarcações a subirem e descerem o rio Tejo entre Lisboa e as zonas interiores do rio até ao futuro Cais de Castanheira do Ribatejo, onde o Grupo ETE projeta construir e gerir um cais fluvial de apoio à plataforma logística de Lisboa Norte aí existente e que deverá possibilitar a redução da circulação rodoviária entre 250 a 750 camiões/dia. O Grupo ETE, segundo Luís Nagy, «sempre apostou em servir Portugal, colaborando, e prestando serviços às indústrias nacionais, servindo as populações portuguesas, dando emprego e formação a trabalhadores portugueses, assim participando no desenvolvimento do país», recordando ainda o líder do grupo que «mantém a grande maioria dos seus navios em Bandeira Convencional Portuguesa e tripulados por marítimos portugueses», recordando, ainda que «o Grupo ETE é uma organização única em Portugal, por dispor de empresas que atuam em todas as áreas da cadeia de valor do Transporte Marítimo, do Transporte Fluvial e do Se-

tor Portuário, setores que têm um importância vital na economia portuguesa». Todavia, para que haja um verdadeiro desenvolvimento da economia do mar, e olhando diretamente para a Ministra do Mar, Luís Nagy sublinhou que é preciso que «o Estado Português defina e implemente com urgência uma estratégia nacional que contribua para projetar o seu enorme potencial. Existem entidades como o Grupo ETE focadas no crescimento e na internacionalização deste hipercluster, mas para isso o Estado tem que oferecer às empresas nacionais a operar na Operação Portuária, condições e apoios semelhantes aos existentes nos restantes países comunitários. O Grupo ETE precisa deste contexto competitivo para manter e continuar a investir nas atividades que desenvolve em Portugal, mas também para exportar o seu conhecimento e a sua operação para outras geografias, contribuindo assim para fortalecer o peso de Portugal na economia do mar». ‹

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› INTERNACIONALIZAÇÃO

Setor da Cortiça quer ultrapassar os mil milhões de vendas

“Roteiros Millennium Exportação” aponta grande potencial de aumento das exportações portuguesas para o México

México é destino prioritário das empresas portuguesas André Navarro, diretor coordenador da banca de investimento do BCP, no decorrer do seminário “Roteiros Millennium Exportação”, especialmente dedicada ao mercado mexicano, referiu que existe um potencial de crescimento nas exportações portuguesas para o México de 463%, bastando para o efeito que os interesses portugueses consigam elevar as quotas naquele mercado até aos níveis médios que Portugal regista em todos os outros mercados internacionais. Segundo André Navarro, «há um potencial de 463% nas exportações portuguesas para o México só nos produtos onde a quota natural de Portugal é hoje inferior à quota dessas exportações

Cobermaster distinguida em Espanha A Cobermaster, empresa metalomecânica portuguesa, venceu o Prémio de “Melhor Stand” na feira “Construtec”, realizada em Madrid. O prémio que distinguiu a empresa portuguesa aconteceu em competição com mais 170 candidatos. Segundo Frederico Albergaria, CEO da Cobermaster, «esta distinção reconheceu o investimento que a empresa efetou em novos métodos de fabrico e produtos». A Cobermaster possui uma unidade industrial em Oliveira de Azeméis, equipada com um centro de serviços de transformação metálica que permite a produção de grandes e pequenas séries de componentes metálicos e de peças únicas de prototipagem. Produzem para o mercado interno e para mercados externos como sejam a Espanha, França, Angola, Moçambique, Brasil, Argentina, Marrocos, Argélia, Alemanha, além de outros. Os seus principais clientes são empresas de dimensão mundial da indústria e das energias renováveis. ‹

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para o Mundo», adiantando que esses 463% poderão traduzir-se em mais 1006,2 milhões de euros de potencial de vendas para o mercado mexicano. Nesses cálculos o responsável do banco português identificou como setores em que Portugal deve aumentar as quotas no México nomeadamente as «peças e acessórios, combustíveis minerais, pneumáticos, moldes, cabos e fios, além de veículos e componentes automóveis». ‹

Science4You prepara nova fábrica em 2017 México, Coreia do Sul ou Japão poderão ser um dos destinos que receberá a nova unidade de produção industrial da empresa portuguesa Science4You, que produz brinquedos educativos. Quase a completar 10 anos de existência, a empresa prepara-se para ampliar as atuais instalações no MARL, próximo de Lisboa, mas segundo Miguel Pina Martins, CEO da Science4You, a empresa «precisa de mais espaço para a comodar a entrada em novos países e o primeiro ano de presença nos Estados Unidos. Para além de estar a preparar a expansão da sua capacidade produtiva em Portugal, a Science4You pretende também entrar em mercados como a Coreia do Sul, Japão e México. «São mercados relativamente grandes e que ainda nos faltam», aponta Miguel Pina Martins, sublinhando que a marca deverá estar em mais de 40 países até ao final de 2017, mais cinco do que os 35 registados no final do ano de 2016. As vendas em 2016 deverão ter ultrapassado os 18 milhões de euros, estando a meta de 2017 na obtenção de um volume de negócios de 25 milhões de euros. ‹

Reunidos em evento da celebração do 60º aniversário da APCOR – Associação Portuguesa de Cortiça, empresários portugueses do setor corticeiro sublinharam que a indústria nacional do setor atingirá este ano vendas na ordem dos 950 milhões de euros, esperando que no próximo se ultrapasse a marca histórica dos mil milhões de euros. Na ocasião, cerca de 200 empresários do setor corticeiro português reuniram-se no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, onde discutiram temas como o paradigma das alterações climáticas e a sua influência no montado, além de várias outras questões relacionadas com a indústria. A inovação é uma delas, e Carlos Melo Brito, pró-reitor da Universidade do Porto, destacou que «não basta ter bons produtos se ninguém estiver disponível e interessado a pagar por eles, defendendo a importância que o Marketing e a Comunicação têm na

geração de valor e na competitividade das empresas corticeiras». António Rios Amorim, presidente da Corticeira Amorim, principal empresa portuguesa e mundial do setor corticeiro, referiu que «os desafios têm de ser vistos como novas oportunidades para cresce e confiar no futuro». Já João Rui Ferreira, presidente da APCOR, declarou que o setor cria riqueza e gera mais-valias para a economia, o quanto faz parte da cultura de regiões e de um povo. Fundada em 1956, a APCOR é a única associação patronal do setor em Portugal e conta atualmente com 270 empresas, responsáveis por 85% das exportações portuguesas de cortiça. ‹

Lusiaves anuncia investimentos de 200 milhões

Vivafit expande-se no Uruguai

O Grupo Lusiaves, o maior produtor nacional de carne de aves, anunciou recentemente pela voz do seu fundador e presidente, Avelino Gaspar, um conjunto de investimentos que ascenderão nos próximos anos a cerca de 200 milhões de euros. Os objetivos desta expansão visam essencialmente aumentar a capacidade de produção e apostar na internacionalização. Segundo Avelino Gaspar, «vamos continuar a apostar naquilo que sabemos fazer e vamos continuar a fazer mais do mesmo, com mais qualidade, inovação, novos produtos, e alargando mercados e geografias». Neste domínio, ainda segundo o líder da empresa com sede em Marinha das Ondas, na Figueira da Foz, a Lusiaves pretende internacionalizar-se «em primeiro lugar para Espanha, onde já temos uma presença comercial significativa. As nossas exportações são para Espanha e fará sentido a curto, médio prazo, termos lá uma presença física». Além de exportar para diversos mercados europeus, a Lusiaves já exporta para Macau, Hong Kong, Brasil e Perú, além de alguns países africanos. Em 2015, a Lusiaves registou uma faturação de 390 milhões de euros, e em 2016 continuará a crescer. ‹

O grupo Vivafit continua a expandir-se no Uruguai e assinou a instalação do seu terceiro ginásio neste país da América do Sul. O ginásio ficará localizado no histórico bairro de Parque Batlle, em Montevideo, capital do país. O contrato foi assinado na presença do embaixador de Portugal no Uruguai, Nuno de Mello Belo, entre o Master Franchisado do Uruguay, Ulises Fontanini e os empresários Gonzalo Labiuza e Andrés Bustelo. O novo ginásio da marca portuguesa Vivafit abrirá as portas em fevereiro de 2017, mesmo junto ao mítico estádio de futebol Centenário. O plano da Vivafit aponta para a abertura de 20 espaços no Uruguai nos próximos cinco anos. O Grupo tem operações em Portugal, Singapura, Índia, Taiwan, Espanha, Abu Dhabi, Dubai, Omã, Arábia Saudita, Paquistão e Uruguai. ‹

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› A FECHAR

Autoeuropa comemorou 25 anos da fábrica de Setúbal

Motor da economia portuguesa No passado dia 9 de dezembro comemorou-se o 25º aniversário da Autoeuropa, a principal fábrica portuguesa de produção automóvel, cuja fábrica se localiza em Quinta do Anjo, concelho de Palmela. Momento para que o atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa expressar que «o nascimento da Autoeuropa é uma lição da visão do Governo há 25 anos. Um agradecimento devido ao engenheiro Mira Amaral que foi um grande ministro da Indústria. E é justo agradecer a Cavaco Silva, por lançar, apoiar e ajudar um projeto pioneiro num novo cluster que hoje é fundamental para o nosso país», sublinhou o Chefe de Estado português.

Desde o início da produção da fábrica, a 26 de abril de 1995, saíram das linhas de montagens da Autoeuropa 2,3 milhões de viaturas. O atual Diretor-Geral, Miguel Sanches, salientou que «nesta caminhada, temos contado sempre com a confiança do grupo Volkswagen e o apoio do Estado português». O responsável garantiu também que a partir de julho do próximo ano, a Autoeuropa começará a produzir o novo modelo SUV compacto da VW, prevendo contratar cerca de 1.500 trabalhadores e produzir mais de 200 mil viaturas anuais, mais do dobro das que produz atualmente. ‹

TAP lança novos destinos A TAP anunciou o lançamento de seis novos destinos para o próximo ano, com início previsto para 10 de junho. Os novos destinos serão, respetivamente, Toronto (Canadá), Budapeste (Hungria), Bucareste (Roménia), Estugarda (Alemanha) e para dois novos destinos em Espanha, isto é, Las Palmas e Alicante. Ao mesmo tempo, a companhia aérea portuguesa reforça também a sua operação para Madrid (a partir da cidade do Porto), Manchester, Moscovo, Dusseldorf e Faro. ‹

Porto de Sines cresce O Porto de Sines aumentou em 14,5% o volume de mercadorias nos primeiros dez meses de 2016, atingindo os 42,1 milhões de toneladas, e reforçou a liderança com 54,5% do total de quota de mercado. Segundo o relatório da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), os portos comerciais do continente movimentaram até outubro 77,3 milhões de toneladas de carga, o valor mais elevado de sempre registado nos períodos homólogos, excedendo em 3,6% o do ano anterior. ‹

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Grupo Pestana vai abrir segundo hotel em Nova Iorque O Grupo Pestana vai avançar com a construção de um segundo hotel na cidade de Nova Iorque, com localização prevista na famosa zona de Manhattan. A futura unidade do grupo liderado por Dionísio Pestana será a quarta em território dos Estados Unidos. As obras deste novo hotes arrancarão já em janeiro de 2017 e a abertura está prevista para o Verão do ano seguinte. Recorde-se que o grupo em parceria com Cristiano Ronaldo já possui uma unidade em Nova Iorque, o que permitirá elevar para 500 o número de quartos em unidades nos EUA. Segundo José Roquette, responsável pela área de desenvolvimento internacional, a nova unidade «vem abrir as portas de um mercado com um potencial de crescimento tremendo». ‹

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