DO ZA LI UA AT
apresenta
RAIMUNDO_RODRIGUEZ
O Olho Elétrico do Lince Raimundo Rodriguez Quem vê só o visivel, vê pouco. Uma das qualidades mais impressionantes num artista é a capacidade de surpreender a qualquer um com sua linguagem. No caso de Raimundo Rodriguez é em alta voltagem a sua ligação com a invenção, a criação diária, o tempo todo. “Dentro da minha proposta de trabalho só me interessa aquilo que não interessa a mais ninguém. Não tem disputa, não gosto de disputas, então pego o que ninguém quer mais.” Transformando os materiais (seja o que for), dando-lhes um conceito novo, um jeito artístico. Sua arte está no espirito maior onde as possibilidades ficam infinitas. Ou como conceitua Amélia Zaluar : “Um artista talentoso que se interessa pelo rejeito, pelo material desprezado, pelas sobras...”Raimundo Rodriguez passa isso na concepção e realização do seu trabalho e espalha uma capacidade incrivel do fazer, que é a essência da poesia, da arte em si. Seu jeito de movimentar, seu olhar transformador, seus passos de dançarino, onde o que era opaco vira luminoso. O construir, o exercitar, o nominar as coisas em si é tarefa embriônica da sua via como artista. Sua via de luz: saber que a arte existe é para fazer transformações na sensibilidade, no meio ambiente, no todo cultural. A curadora Renata Gesomino diz: “Esses objetos – todo tipo de material rejeitado, gasto, descartado etc. – ganha nova vida através da ressignificação – com uma técnica de abrir latas encontradas no entorno da Baixada fluminense, o artista cria painéis coloridos, onde as latas são pregadas umas as outras, e as cores são resultantes da fixação da tinta no interior das latas que foram abertas.” Esse é o seu experimental: não deixar que o vácuo, o vazio nos tome por inteiro levando a vida por caminhos baixos. Não. Ele é um lutador, um guerreiro do conhecimento. O seu exercitar funciona como o felino que vê através das paredes. Que vê mais, que vê e faz a visão se abrir para outros, muitos. “Meu trabalho é criar um pouco de fantasia e levar poesia ao cotidiano, a vida das pessoas.” Raimundo Rodriguez traz em si uma imaginação curtida de vivências pelo imaginário brasileiro: vindo de terras do interior do Brasil cheio de estórias fantásticas e malabarismos ricos de sobrevivência ele coloca na sua arte esse aprendizado aliado as novas experiências de cidades, locações, temperamentos. Ou como fala Renata Gesomino: “Existe um efeito onírico e transformador que emana da obra de Raimundo Rodriguez.” O jato de luz que ele injeta na cena das artes plásticas brasileira contemporânea é paralelo aos grandes artistas que o Brasil tem e fomenta – são explosões, diamantes, flores enormes que nos coloca na vanguarda das maiores expressões planetárias atuais. Perguntado pelo seu trilhar, ele responde: “Luta, luta, luta, sem fim.” Jorge Salomão poeta, escritor e compositor.
O ID ND VE Série Latifúndio, 2011 112 x102 cm, técnica mista R$ 7.500,00
O ID ND VE
Série Latifúndio, 2011 130 x 105 cm, técnica mista R$ 8.300,00
Série Latifúndio, 2011 163 x 92 cm, técnica mista R$ 9.000,00
Série Latifúndio, 2011 163 x 92 cm, técnica mista R$ 9.000,00
Série Latifúndio, 2011 163 x 92 cm, técnica mista R$ 9.000,00
Série Latifúndio, 2011 163 x 92 cm, técnica mista R$ 9.000,00
O ID ND VE Série Latifúndio, 2011 93 x 51 cm, técnica mista R$ 4.000,00
O ID ND VE
Série Latifúndio, 2011 93 x 51 cm, técnica mista R$ 4.000,00
Série Latifúndio, 2011 163 x 92 cm, técnica mista R$ 9.000,00
Série Latifúndio, 2011 100 x 155 cm, técnica mista R$ 8.800,00
O ID ND VE Série Latifúndio, 2011 278 x 180 cm, técnica mista R$ 20.000,00
O ID ND VE
Série Latifúndio, 2011 130 x 105 cm, técnica mista R$ 8.300,00
O ID ND VE Série Latifúndio, 2011 93 x 51 cm, técnica mista R$ 4.000,00
O ID ND VE
Série Latifúndio, 2011 105 x 130 cm, técnica mista R$ 8.300,00
Série Latifúndio, 2011 163 x 92 cm, técnica mista R$ 9.000,00
O ID ND VE
Série Latifúndio, 2011 163 x 92 cm, técnica mista R$ 9.000,00
Série Latifúndio, 2011 163 x 92 cm, técnica mista R$ 9.000,00
Série Latifúndio, 2011 163 x 92 cm, técnica mista R$ 9.000,00
A poesia visual dis-tinta das latas. Se o mundo inteiro pudesse ser pensado apenas pela geometria espacial, poder-se-ia afirmar que as latas não são mais do que cilindros. Os cilindros, quando sólidos, transmutam-se em infinitos objetos do dia-a-dia francamente reproduzidos em escala industrial. Tem-se um universo repleto de cores, rótulos, tamanhos, funções. Mas, as latas, mais especificamente as latas de tinta, representam um universo (afetivo) à parte. Elas simbolizam o universo interior do pintor que ainda compreende a pintura como ofício, técnica e procedimento, ainda que autoreferencial, e, apesar de todas as mudanças promovidas pela revolução industrial - aquela revolução das bisnagas de tinta óleo para as latas de tinta acrílica, automotiva, etc., anunciam irreversivelmente o nascimento de uma nebulosa de possibilidades plásticas. Frank Stella, ainda na década de 60, declarava sua paixão pelos cilindros coloridos querendo (re)produzir uma pintura com uma aparência tão boa quanto às das latas. Nas últimas obras de Raimundo Rodriguez, apresentadas na exposição “Obras Inéditas”, percebe-se um processo semelhante, exceto pelo fato de que a pintura que se vê é diretamente resultante da sobra das tintas na superfície interna das próprias latas. Não há muitas interferências do artista, e o que se vê é de fato aquilo que de outra forma, não seria possível ser visto. Esse conjunto de obras que se dividem entre pinturas, esculturas, objetos e instalações, foi construído a partir de uma visão espacial que procura conciliar forma e conteúdo. As latas, que re-latam um tempo já perdido na ferrugem das intempéries, oferecem-se como cores desgastadas de uma palheta indócil. Mas, as latas coletadas, mantidas, e reutilizadas por Raimundo Rodriguez, são muito mais que cores, são formas a serem decompostas em planos. E, é assim que cilindros circulares transformam-se em bases, (tampas), superfícies laterais (tiras retangulares com diversas espessuras, algumas cortadas, outras mantidas a partir do eixo original das latas) e áreas totais. Esses círculos, semicírculos, quadrados, retângulos, losangos, são reordenados em composições que revelam épocas dis-tintas. As obras mais coloridas são também as mais recentes, e as tintas das sobras apresentam-se mais ralas, pois não tiveram tempo de se amontoar. As catalogações das cores pardacentas e com grande fatura, revelam obras mais antigas, como numa escavação geológica. Quanto mais profundas são essas amostras, mais sóbrias são as cores e mais grossos seus relevos e ainda mais complexas suas formas geometrizadas. As latas são muito mais do que meros cilindros. O artista maneja um concretismo anacrônico brasileiríssimo, que percorre tanto a dureza do universo masculino quanto a suavidade do universo feminino simultaneamente. Percorre estilos artísticos eruditos e populares. Dos eruditos: flerta com os instrumentos de construção da Minimal Art tais como: o ferro, aço, lata, prego, furadeira, tapumes de madeira, backlights, etc, encontrados também em abundância nas obras de Carl André, Donald Judd, Dan Flavin, etc,. Dos populares: recorda, através da padronagem colorida basicamente com cores primárias, e do caimento que remete às ondulações do tecido pespontado, da atividade artesanal das mulheres anônimas de todos os cantos do país com suas ricas colchas de retalhos. Para cada retalho de pano um plano, para cada retalho de lata uma data, uma hora, pra sempre perdidos e resgatados infinitamente e continuamente na vastidão das poéticas visuais elaboradas pelo artista. Renata Gesomino Crítica de arte e curadora independente, doutoranda pelo PPGAV-UFRJ. 12/01/12.
Série Latifúndio, 2011 92 cm diâmetro, técnica mista R$ 5.200,00
O ID ND VE
Série Latifúndio, 2011 82 x 42 cm, técnica mista R$ 3.500,00
Série Latifúndio, 2011 70 x 70 cm, técnica mista R$ 4.000,00
Série Latifúndio, 2011 70 x 70 cm, técnica mista R$ 4.000,00
O ID ND VE Série Latifúndio, 2011 50 x 250 cm, técnica mista R$ 10.500,00
Série Latifúndio, 2011 50 x 30 x 13 cm, técnica mista R$ 2.000,00
Série Latifúndio, 2011 40 x 40 x 19 cm, técnica mista R$ 1.900,00
O ID ND VE Série Latifúndio, 2011 dimensões variadas, técnica mista R$ 1.200,00
Esculturas Planas - Série Latifúndio, 2011 18 x 18 cm, técnica mista R$ 800,00 cada
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Obras Inéditas - Raimundo Rodriguez de 18 de Fevereiro a 03 de Março de 2012 Caza Arte Contemporânea raimundorodriguez.blogspot.com fotos: Sandra Moraes
Rua do Rezende, 52. Lapa - Rio de Janeiro cazaartecontemporanea@gmail.com cazaartecontemporanea.blogspot.com facebook.com/cazaartecontemporanea Janeiro/2013