A Síndrome do Edifício Enfermo

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A Síndrome do Edifício Enfermo Arq. Viviane Martins A Síndrome do Edifício Enfermo (SEE) foi caracterizada pela OMS, Organização Mundial de Saúde, nos anos 80, quando da investigação

de

edificações

comercias

onde

boa

parte

dos

trabalhadores apresentam repercussões na saúde sem uma causa aparente e de forma recorrente ao longo do tempo. A síndrome está, primeiramente,

associada

à

falta

de

ventilação

natural

e

impossibilidade da edificação de dispersar emissões poluentes. Essa doença ambiental não se restringe a edifícios comerciais e ataca também

residências

e

edificações

de

qualquer

natureza

que

apresentem os mesmos sintomas. O incremento da indústria química dos materiais de construção disponibiliza ao mercado da construção civil tintas, pigmentos a base de metais pesados, colas, vernizes sintéticos e solventes voláteis hostis ao ser humano e a saúde do planeta. Tais produtos emitem COVs (Compostos Orgânicos Voláteis), partículas ou toxinas que são altamente nocivas ao meio ambiente e a saúde humana. Ocorre que ambientes herméticos, cuja ventilação se dá de forma artificial, além de consumirem altos níveis de energia não renovável, não permitem a renovação do ar, por conseqüência, não dispersam esse tipo de poluição. Dessa forma os seres humanos ficam expostos a um ar contaminado e viciado. Essa realidade se agrava tendo em vista que a maioria dos sistemas de ventilação e condicionamento de ar artificial não recebem manutenção e limpeza

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periódicas, imprimindo temperaturas irregulares e aumentando a contaminação do ar devido a proliferação de bactérias e vírus causadores de alergias e perturbações respiratórias, vários estudos já comprovaram a presença de restos de comida e pequenos animais em decomposição nas tubulações. Outro fator relevante para a saúde dos ambientes é uso de revestimentos plastificantes que impermeabilizam paredes impedindo a transpiração dos vapores d’água e o equilíbrio da umidade do ar. A umidade excessiva nos ambientes também contribui na proliferação de fungos e bactérias. Já níveis baixos de umidade ambiental podem gerar fenômenos eletrostáticos. A energia elétroestática é a carga elétrica presente em um corpo, onde os átomos apresentam um desequilíbrio em sua neutralidade, ou seja, mais carregado de elétrons com carga positiva ou

negativa.

equipamentos

Os

ambientes

em

eletro-eletrônicos,

na

que sua

vivemos grande

estão

cheios

maioria

não

aterrados, e os ambientes são revestidos de materiais isolantes do piso ao teto, mantendo o lugar cada vez mais carregado. O excesso de cargas elétricas, de pólo negativo ou positivo, produzidas por esses aparatos, carrega o ambiente eletricamente e acabam sendo absorvido pelos seres humanos, por nossa natureza altamente condutora, tendo em vista que somos composto por cerca de 70% de água. Como também temos estado “isolados” por conta de nossas roupas e sapatos sintéticos, acabamos acumulando essa energia estática e, por vezes, descarregamos o excedente, através de

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choques, quando encostamo-nos a algum objeto condutor ou em outra pessoa. Da

mesma

eletromagnéticos humano,

forma que

causando

esses

interagem

debilidades.

aparelhos com

o

Sabe-se,

emitem

campo por

campos

eletromagnético

exemplo,

que

a

exposição a campos eletromagnéticos interferem na atividade da Glândula

Pineal,

responsável

pelo

sistema

de

imunidade

do

organismo, e reduz o tônus muscular. A correta exposição à luz solar é um indicador de saúde a seres humanos e ambientes. Edificações cuja iluminação é artificial, além do

alto consumo desnecessário de energia não-renovável,

são

absolutamente insalubres. O sol da manhã, a leste no Hemisfério Sul, é altamente profilático aos ambientes, capaz de matar germes e bactérias indesejáveis, além de ser absolutamente saudável para o metabolismo humano, sendo recomendado à saúde a exposição direta de 10 a 15 minutos diários, auxiliando na produção de vitaminas, depósitos de cálcio e prevenção de diversas doenças. Entre as contaminações de nível mais sutil e de origem natural, estão

as

redes

eletromagnéticas

da

Terra,

as

emanações

provenientes de veios d’água e falhas geopáticas, cujos cruzamentos são extremamente nocivos à saúde humana. Apesar de não serem tema corrente da maioria das discussões sobre a “Síndrome do Edifício Enfermo”, a geobiologia tem se preocupado com esse tipo de contaminação e a compreende no conjunto complexo dessa doença ambiental.

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Sobre a detecção dos problemas Os sintomas de ordem mais física podem ser detectados desde uma

investigação

aos

materiais

utilizados

na

construção,

sua

composição, possíveis emissões, a observação das condições de ventilação e iluminação natural, níveis de umidade do ar, verificação de aterramento de equipamentos e instalações até a inspeção de dutos e sistemas de ventilação e condicionamento de ar. Campos

eletromagnéticos

naturais

e

artificiais

podem

ser

verificados através de uma prospecção geobiológica com o uso de radiestesia e aparatos eletrônicos para esses fins. Sobre a solução de problemas Na verdade, a melhor solução é produzir ambientes saudáveis, otimizando a ventilação e iluminação natural, além dos demais recursos que a natureza podem oferecer, utilizar materiais mais saudáveis na construção, estando atento as emissões que podem ocorrer.

Localizar

terrenos

geobiobiologicamente

saudáveis

e

equilibrados para a localização das edificações, respeitar a vocação do lugar e projetar a nova edificação de forma a estar integrada com a natureza. Edifícios saudáveis são mais eficientes energeticamente, sendo ambientalmente mais sustentáveis. No entanto, a grande maioria das edificações modernas estão doentes. Jacques La Maya (1994) menciona que pesquisadores nórdicos apontam que cerca de 60% das habitações exercem um impacto mais ou menos acentuado na saúde dos seres humanos, já o autor aposta que esse número alcance 95% dos casos. Não se sabe http://www.arqcasasaudavel.blogspot.com/


ao certo qual é essa proporção, no entanto, sabemos que essa Síndrome é crescente e real. A cura dos ambientes enfermos exigiria uma troca de sistemas artificiais

de

ventilação

e

iluminação

para

soluções

naturais,

substituição de revestimentos de origem química e tóxica por ecoprodutos e produtos com certificações “verdes”, já disponíveis no mercado brasileiro. No caso de não ser possível a substituição dos sistemas artificiais, a medida possível é a manutenção adequada e limpeza freqüente

das

tubulações, dutos

e filtros. Os

equipamentos

e

instalações devem estar devidamente aterrados e isolados. Após a prospecção geobiológica devem ser realizadas as curas e compensações

adequadas

de

forma

a

equilibrar

a

intensidade

vibratória do lugar e o nível biótico; mapeados os cruzamentos e zonas alteradas, mesas de trabalho (comércio), camas (casas) e demais locais de longa permanência devem ser realocados de forma a proteger as pessoas de emissões nocivas. Referências Bibliográficas CERRILLO, Antonio; GUTIÉRREZ, Maite. El síndrome de la oficina enferma jornal La Vanguardia, de Barcelona-ES LA MAYA, Jacques. Medicina da Habitação. São Paulo: Editora Roca, 1994.

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