TCC arqurbuvv Pole Dance: Do preconceito à aceitação social por meio da arquitetura

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pole dance DO PRECONCEITO À ACEITAÇÃO SOCIAL POR MEIO DA ARQUITETURA

CAROLINE GUASTI MACHADO DE VICTA


UNIVERSIDADE DE VILA VELHA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

CAROLINE GUASTI MACHADO DE VICTA

POLE DANCE: DO PRECONCEITO À ACEITAÇÃO SOCIAL POR MEIO DA ARQUITETURA

VILA VELHA 2016


CAROLINE GUASTI MACHADO DE VICTA

POLE DANCE: DO PRECONCEITO À ACEITAÇÃO SOCIAL POR MEIO DA ARQUITETURA

Tese apresentada a Universidade de Vila Velha como pré-requisito do programa de Graduação em Arquitetura e Urbanismo para obtenção de grau em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Professor Clovis Aquino de Freitas Cunha.

VILA VELHA 2016



Dedico esta tese a um amor.


AGRADECIMENTOS Palavras não descrevem a felicidade que tenho desta conquista. Sem o apoio de amigos, familiares e profissionais que me auxiliaram, nada disso seria possível. Cada braço estendido me ergueu para subir o próximo degrau cada vez mais próximo do topo, que resultaria na nova jornada da vida que está por vir. Cada momento, sorriso, choro, risada, angustia, amor, todos os sentimentos, independentes de qual sejam, foram fundamentais para meu crescimento e minha vitória. Gostaria de agradecer especialmente a toda a comunidade de Pole Dance. As funcionárias (os), proprietárias, professoras e alunas (os) das academias, Studio Metrópole e Studio Camila Fortunato by Juliana Muniz – Unidade de São Bernardo do Campo, que contribuíram para as pesquisas e me receberam com muito amor e carinho em São Paulo. A professora Camila Fortunato por aceitar a fazer parte da comissão examinadora. Aos meus amigos que me acolheram em minhas viagens, especialmente a Aryane Vigato, amiga de infância. A todas as minhas amigas de faculdade e todo o suporte e carinho que me deram por estes 5 anos. Ao orientador e professor Clovis Aquino e a professora doutora Simone Neiva que me apoiaram e incentivaram desde o início da faculdade até este momento, e que sempre me ajudaram quando mais precisei. Aos meus pais, José Guilherme e Wilmara Cristina, que por mais difícil que seja os momentos da minha vida, sempre me dão novas oportunidades de crescer. As minhas irmãs de consideração, Loren Simonassi, Bruna de Victa e Luana Barros, por sempre estarem comigo, seja perto ou longe. Ao meu melhor amigo e companheiro Willian Kenji, por sempre me amparar, encorajar a seguir em frente e estar ao meu lado. Agradeço também ao meu amigo Vinicius Galhardo pelas ilustrações da capa e da marcação dos capítulos. Obrigada a cada um de vocês.


“Nenhum artista está à frente do seu tempo. Ele é o seu tempo. Acontece apenas que outros estão por trás do tempo. ” Martha Graham


RESUMO

As mudanças de hábitos e a falta de tempo proporcionou a sociedade um modo de vida sedentário. Profissionais preocupados com o novo estilo de vida populacional, tendo em vista o aumento de problemas de saúde, físicos e mentais, e estresse constante, têm buscado novas formas de demonstrar a importância da prática do esporte na vida do ser humano. Mas foi possível perceber que alguns esportes não são aceitos, além de serem pré-julgados pela sociedade, por seu histórico proveniente de estereótipos criados e impostos pelo meio em que vivemos. Durante anos o Pole Dance foi, e ainda é julgado e marginalizado como “dança de boate”. Sendo assim, esta monografia visa à concepção de um anteprojeto arquitetônico de um estúdio de pole dance, a ser instalado na Região Metropolitana de Vitória. Com seu desenvolvimento baseado em pesquisas bibliográficas, entrevistas com usuários e profissionais da prática de Pole Dance, estudos de referências e análise dos condicionantes projetuais, a proposta consiste em desconstruir seu estereotipo através da arquitetura e seus conceitos. Proporcionando um espaço mais atrativo e agradável a fim de apresentar o Pole Dance como esporte, dança e arte ao qual ele é. A proposta arquitetônica foi conduzida pela prioridade em estabelecer por meio da função estética e sensorial, relação com outras atividades associadas ao pole, estabelecendo uma ligação entre o Pole Dance e a comunidade que estimulem o convívio social e a prática de exercícios e que venham a contribuir com o bem-estar físico e mental do ser humano.

Palavras-chave: Pole dance. Dança. Estereótipo. Estúdio. Arquitetura.


ABSTRACT

Habit change and lack of time have provided society with a sedentary way of life. Professionals concerned with the new population way of living, because of the increasing amount of health, physical and mental issues and high stress levels, have sought new ways to demonstrate how important is the sport practicing in life. Otherwise, these researches has made it possible to realize that some sort of sports are not accepted, instead, they are prejudged by society, by its history and the stereotypes that comes jointly or due to civilization imposition. For years, the pole dance was, and still is, judged and put on the edge as "nightclub dance". Thus, this essay aims to arrange an architectural pole dance studio, in order to be equipped in the Metropolitan zone of Vitรณria. As its development based on bibliographical researches, interviews with drillers and professional Pole Dancers, reference studies and analysis of the design conditioning, the bid consists in deconstructing its stereotype through the architecture and its concepts. Providing a more attractive and pleasant place in order to present the pole dance as sport, dance and art, which its real status is. The architectural bid was driven by the priority to establish through aesthetic and sensorial function, nexus with other activities associated with Pole Dance, establishing a connection between the Pole Dance and the community that stimulate the social life and the practice of exercises contributing With the physical and mental weal of the human being.

Keywords: Pole dance. Dance. Stereotype. Studio. Architecture.


LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Diagrama de modalidades e suas combinações ..................................... 20 Figura 2 – Desenhos e dimensões do pole mallakhamb .......................................... 21 Figura 3 – Desenhos e dimensões do pole mallakhamb .......................................... 21 Figura 4 – Base em "X" do mallakhamb ................................................................... 21 Figura 5 – Execução de movimento do Pole Mallakhamb ........................................ 21 Figura 6 – Desenhos e dimensões do Hanging Mallakhamb.................................... 22 Figura 7 – Movimentos de Hanging Mallakhamb...................................................... 22 Figura 8 – Movimentos de Hanging Mallakhamb...................................................... 22 Figura 9 – Desenho e dimensões do Rope mallakhamb .......................................... 23 Figura 10 – Execução de um dos exercícios do Rope Mallakhamb ......................... 23 Figura 11 – Execução de um dos exercícios do Rope Mallakhamb ......................... 23 Figura 12 – Vestimenta tradicional masculina .......................................................... 24 Figura 13 – Vestimenta tradicional feminina ............................................................. 24 Figura 14 – The Founder of Mallakhamb .................................................................. 24 Figura 15 – Chinese pole - Estructure of poles......................................................... 26 Figura 16 – Chinese Pole (Cirque du Soleil)............................................................. 26 Figura 17 – Pole Dance - Execução do movimento iron x ........................................ 26 Figura 18 – Capa da música “Beautiful Bells” por Thompson in the Blondes ........... 28 Figura 19 – Retrato de Lydia Thompson .................................................................. 28 Figura 20 – Ann Corio .............................................................................................. 29 Figura 21 – Mae West em Go West, Young Man de 1936 ....................................... 30 Figura 22 – Gypsy Rose Lee .................................................................................... 30 Figura 23 – Dita Von Teese em sua performance “The Champagne Glass” ............ 30 Figura 24 – Violet Chachiki, ganhadora da sétima temporada do RuPaul Drag's Race .......................................................................................................................... 30 Figura 25 – Fawnia Dietrich, também conhecida como Sky ..................................... 31 Figura 26 – Andrew Bergman ................................................................................... 32 Figura 27 – Cartaz do Filme Striptease .................................................................... 32 Figura 28 – Cena da Demi Moore dançando Pole Dance no filme Striptease .......... 33 Figura 29 – Sheila Kelley .......................................................................................... 33 Figura 30 – Flávia Alessandra como Alzira na novela “Duas Caras” ........................ 34 Figura 31 – Grazzy Brugner ..................................................................................... 34


Figura 32 – Anastasia Sokolova ............................................................................... 35 Figura 33 – Anastasia Sokolova em na primeira etapa do Ukrania’s Got Talent ...... 35 Figura 34 – Vladimir Karachunov ............................................................................. 36 Figura 35 – Natasha Wang ....................................................................................... 36 Figura 36 – Evgeny Greshilov .................................................................................. 36 Figura 37 – Felix Cane ............................................................................................. 36 Figura 38 – Vanessa Costa, presidente da Federação Brasileira de Pole Dance, sendo homenageada ................................................................................................. 37 Figura 39 – Venn-Diagrama que ilustra a influência de outras atividades artísticas e esportivas no pole ..................................................................................................... 38 Figura 40 – Tipo de roupas adequada na prática de Pole Fitness ........................... 39 Figura 41 – Diferenciação de roupa em apresentação de Pole Dance .................... 39 Figura 42 – Categoria adulto no Pole World Cup Brasil ........................................... 40 Figura 43 – Categoria infantil do Pole World Cup Brasil ........................................... 40 Figura 44 – Divulgação do 4º (Quarto) edição do Pole World Cup Brasil que ocorreu em abril de 2016........................................................................................................ 40 Figura 45 – Pole Dance Sensual e vestuário............................................................ 41 Figura 46 – Modalidade Street Pole ......................................................................... 42 Figura 47 – Modalidade Street Pole ......................................................................... 42 Figura 48 – Modalidade Acqua Pole ......................................................................... 43 Figura 49 – Modalidade Flying Pole ......................................................................... 43 Figura 50 – Modalidade Flying Pole ......................................................................... 44 Figura 51 – Localização do Studio Metrópole com trajeto saindo da estação Consolação ............................................................................................................... 50 Figura 52 – Croqui de setorização ............................................................................ 50 Figura 53 – Salto neon para pole dance ................................................................... 51 Figura 54 – Estrutura de metal própria na base superior para dar apoio as barras de pole ........................................................................................................................... 52 Figura 55 – Sistema de trava da barra de pole ......................................................... 52 Figura 56 – Sala de aula com 5 barras de Pole Dance e parede de espelho ........... 52 Figura 57 – Caixas de som dispostas acima do espelho .......................................... 53 Figura 58 – Ventilador e caixas de frutas usadas como ninho, dando suporte ao som e objeto dos professores ........................................................................................... 53 Figura 59 – Espaço específico para depósito de materiais de auxílio ...................... 53


Figura 60 – Tatames organizados ............................................................................ 53 Figura 61 – Liliane Varanda...................................................................................... 54 Figura 62 – Logo do Studio Metrópole ..................................................................... 54 Figura 63 – Porta de aço automática ........................................................................ 55 Figura 64 – Detalhe da porta de aço automática ...................................................... 55 Figura 65 – Graffiti na porta de aço automática ........................................................ 56 Figura 66 – Graffiti na porta de aço automática ........................................................ 56 Figura 67 – Detalhe do revestimento de tijolo em parede ........................................ 56 Figura 68 – Detalhe do revestimento em madeira no piso ....................................... 57 Figura 69 – Detalhe do revestimento em madeira no teto ........................................ 57 Figura 70 – Iluminação de LED rosa na parte inferior dos espelhos ........................ 57 Figura 71 – Detalhe da iluminação de LED .............................................................. 57 Figura 72 – Localização do Studio Camila Fortunato ............................................... 58 Figura 73 – Croqui de setorização ............................................................................ 59 Figura 74 – Recepção do estúdio ............................................................................. 60 Figura 75 – Exposição de produtos à venda ............................................................ 60 Figura 76 – Sala principal de pole dance ................................................................. 61 Figura 77 – Vista dos fundos da sala principal de pole dance .................................. 61 Figura 78 – Materiais de apoio as aulas, parede de escalada e lira americana ....... 61 Figura 79 – Estrutura de metal para apoiar as barras de pole dance ....................... 61 Figura 80 – Estante de apoio para os professores e televisão para som. ................ 62 Figura 81 – Sala secundária de Pole Dance com outros materiais de apoio e acesso a sala do administrativo. ............................................................................................ 63 Figura 82 – Cantina com mesas de apoio, acesso aos sanitários de funcionários e clientes ...................................................................................................................... 63 Figura 83 – Lavabo, lockers e acesso ao depósito de materiais .............................. 63 Figura 84 – Acesso ao mezanino e área de descanso ............................................. 64 Figura 85 – Salão de beleza ..................................................................................... 64 Figura 86 – Mezanino com academia feminina ........................................................ 64 Figura 87 – Localização do museu de MoMA........................................................... 66 Figura 88 – Pole dance, vista aérea ......................................................................... 66 Figura 89 – Pole dance, vista aérea ......................................................................... 67 Figura 90 – Sentidos humanos ................................................................................. 68 Figura 91 – Pessoas interagindo com os poles e o parque urbano .......................... 69


Figura 92 – Pessoas interagindo com os poles e o parque urbano .......................... 69 Figura 93 – Performances ao ar livre ....................................................................... 70 Figura 94 – Antes da execução do projeto .............................................................. 71 Figura 95 – Pole dance, planta baixa ....................................................................... 71 Figura 96 – Esquema da estrutura dos poles ........................................................... 72 Figura 97 – Rede que se conecta a todos os poles.................................................. 72 Figura 98 – Estrutura principal.................................................................................. 73 Figura 99 – Estrutura principal projetada para suportar todos os esforços futuros... 73 Figura 100 – Pessoas interagindo na areia .............................................................. 73 Figura 101 – Trabalho visual apartir das cores......................................................... 73 Figura 102 – Vista geral representando o trabalho visual das cores e altura dos poles ......................................................................................................................... 74 Figura 103 – Nebulizadores de água do parque urbano .......................................... 74 Figura 104 – Pessoas interagindo na piscina do parque urbano .............................. 75 Figura 105 – Aplicativo que controla as músicas via wifi .......................................... 76 Figura 106 – Aplicativo que controla as músicas via wifi .......................................... 76 Figura 107 – Layout - Distância entre barras de pole dance .................................... 78 Figura 108 – Layout - Distância entre barras de pole dance .................................... 78 Figura 109 – Corte - Apoio sobre laje de concreto ................................................... 79 Figura 110 – Corte - Apoio sobre viga metálica........................................................ 79 Figura 111 – Corte - Apoio sobre viga metálica........................................................ 80 Figura 112 – Prolongador de gesso ......................................................................... 80 Figura 113 – Prolongador de gesso ......................................................................... 80 Figura 114 – Barra de Pole Dance desmontável ...................................................... 81 Figura 115 – Barra de Pole Dance articulada ........................................................... 81 Figura 116 – Palco desmontável .............................................................................. 81 Figura 117 – Palco desmontável .............................................................................. 81 Figura 118 – Sistema de travamento de rolamento Standart ................................... 82 Figura 119 – Sistema de travamento de rolamento Quick Lock ............................... 82 Figura 120 – Barra estática ...................................................................................... 82 Figura 121 – Barra de Aqua Pole ............................................................................. 83 Figura 122 – Barra de Aqua Pole ............................................................................. 83 Figura 123 – Corte - Barra para Fly Pole .................................................................. 83 Figura 124 – Localização do município de Vila Velha .............................................. 89


Figura 125 – Localização da subdivisão do bairro Centro de Vila Velha, a Prainha . 89 Figura 126 – Localização do entorno do terreno na Prainha .................................... 89 Figura 127 – Zoneamento Urbanístico ..................................................................... 91 Figura 128 – Atividade a ser implantada no terreno ................................................. 91 Figura 129 – Cone Visual do Convento da Penha.................................................... 92 Figura 130 – Tabela de índices urbanísticos ............................................................ 92 Figura 131 – Tabela de índices urbanísticos ............................................................ 93 Figura 132 – Barreira Física dos altos gabaritos ...................................................... 93 Figura 133 – Visual do Convento da Penha no terreno ............................................ 94 Figura 134 – Mapa de uso e ocupação do solo ........................................................ 95 Figura 135 – Mapa viário do entorno ........................................................................ 96 Figura 136 – Croqui inicial do gabarito ..................................................................... 98 Figura 137 – Croqui da setorização inicial ................................................................ 99 Figura 138 – Planta de situação ............................................................................. 100 Figura 139 – Tabela de vegetação ......................................................................... 101 Figura 140 – Implantação ....................................................................................... 102 Figura 141 – Pátio frontal ....................................................................................... 103 Figura 142 – Setorização do pavimento térreo ....................................................... 104 Figura 143 – Administrativo .................................................................................... 105 Figura 144 – Perspectiva acesso da recepção ....................................................... 106 Figura 145 – Perspectiva da entrada principal a edificação ................................... 106 Figura 146 – Perspectiva acesso café .................................................................... 107 Figura 147 – Perspectiva acesso artes .................................................................. 107 Figura 148 – Lojas comerciais ................................................................................ 108 Figura 149 – Academia .......................................................................................... 109 Figura 150 – Café Fitness ...................................................................................... 110 Figura 151 – Perspectiva acesso do Café Fitness ................................................. 111 Figura 152 – Pátio Central ...................................................................................... 112 Figura 153 – Perspectiva acesso ao pátio pelas lojas ............................................ 113 Figura 154 – Perspectiva acesso ao pátio pela academia ..................................... 113 Figura 155 – Perspectiva do pátio central, vista do palco ...................................... 114 Figura 156 – Perspectiva do pátio centra, vista aérea ............................................ 114 Figura 157 – Primeiro pavimento............................................................................ 115 Figura 158 – Primeiro pavimento e setorização ..................................................... 116


Figura 159 – Vestiário para atletas ......................................................................... 117 Figura 160 – Sala de Pole Dance principal............................................................. 118 Figura 161 – Sala circense ..................................................................................... 119 Figura 162 – Sala ................................................................................................... 120 Figura 163 – Sala circense ..................................................................................... 121 Figura 164 – Tabela de materiais ........................................................................... 122 Figura 165 – Perspectiva para a fachada das salas de dança ............................... 123 Figura 166 – Perspectiva aérea da esquina da edificação ..................................... 123 Figura 167 – Louge café e vivência ........................................................................ 124 Figura 168 – Perspectiva cobertura do café ........................................................... 124 Figura 169 – Jardim Terraço .................................................................................. 125 Figura 170 – Jardim Terraço ZOOM ....................................................................... 126 Figura 171 – Perspectiva deck do jardim terraço ................................................... 127 Figura 172 – Perspectiva playground do jardim terraço ......................................... 127 Figura 173 – Planta de Cobertura e áreas técnicas ............................................... 128 Figura 174 – Planta de Cobertura e áreas técnicas das salas de dança ................ 129 Figura 175 – Planta de Cobertura e áreas técnicas do louge do café e do palco do pátio central ............................................................................................................. 130 Figura 176 – Planta de Cobertura e área técnica da sala circense ........................ 131 Figura 177 – Corte AA ............................................................................................ 132 Figura 178 – Corte BB ............................................................................................ 133 Figura 179 – Corte BB ZOOM ................................................................................ 134 Figura 180 – Corte BB ZOOM ................................................................................ 135 Figura 181 – Elevação lateral ................................................................................. 136 Figura 182 – Elevação principal ............................................................................. 137 Figura 183 – Elevação principal ZOOM .................................................................. 138 Figura 184 – Elevação principal ZOOM.................................................................. 139 Figura 185 – Perspectiva acesso da recepção ....................................................... 140 Figura 186 – Processo de estudo para placa de aço corten .................................. 140 Figura 187 – Perspectiva acesso da recepção ....................................................... 141


SUMÁRIO 1.

INTRODUÇÃO .................................................................................................... 16

2.

O QUE É POLE DANCE? ................................................................................... 19

2.1. COMO SURGIU O POLE DANCE? ..................................................................... 19 2.1.1.

MALLAKHAMB ............................................................................................. 19

2.1.2.

CHINESE POLE ........................................................................................... 25

2.1.3.

O POLE DANCE NO OCIDENTE ................................................................. 27

2.1.3.1.

HOOCHIE COOCHIE DANCER ................................................................ 27

2.1.3.2.

MOULLING ROUGE, BURLESQUE E CABARÉS .................................... 28

2.1.3.3.

DO STRIP POLE E “HOLLYWOOD”, ATÉ O POLE DANCE ARTÍSTICO E

FITINESS 31 2.1.4.

POLE DANCE NAS OLIMPÍADAS ................................................................ 37

2.2. MODALIDADES DO POLE DANCE..................................................................... 37 2.2.1.

POLE FITNESS ............................................................................................ 38

2.2.2.

POLE SENSUAL OU POLE GLAMOUR ....................................................... 41

2.2.3.

STREET POLE ............................................................................................. 41

2.2.4.

ACQUA POLE .............................................................................................. 42

2.2.5.

FLYING POLE .............................................................................................. 43

3.

A PERCEPÇÃO EQUIVOCADA DA MAGIA DO POLE DANCE ........................ 46

4.

ESTUDO DE CASO ............................................................................................ 49

4.1. STUDIO METRÓPOLE – SÃO PAULO, SP ......................................................... 49 4.1.1.

LOCALIZAÇÃO ............................................................................................ 49

4.1.2.

SETORIZAÇÃO DO ESPAÇO E INTEGRAÇÃO DE ATIVIDADES QUE SE

RELACIONAM COM O POLE DANCE ....................................................................... 50 4.1.3.

ESTÉTICA ARQUITETÔNICA ...................................................................... 54

4.2. STUDIO CAMILA FORTUNATO – UNIDADE DE SÃO BERNARDO DO CAMPO BY JULIANA MUNIS – SÃO BERNARDO DO CAMPO, SP ............................................. 58 4.2.1.

LOCALIZAÇÃO ............................................................................................ 58


4.2.2.

SETORIZAÇÃO, NECESSIDADES DO ESPAÇO E INTEGRAÇÃO DE

ATIVIDADES QUE SE RELACIONAM COM O POLE DANCE ................................... 59 4.3. POLE DANCE BY SO - IL AT MOMA PS1 YOUNG ARCHITECTS PROGRAM .. 65 4.3.1.

LOCALIZAÇÃO E FICHA TÉCNICA DO PROETO ....................................... 65

4.3.2.

CONCEITO DO PROJETO ........................................................................... 68

4.3.3.

O PARQUE URBANO .................................................................................. 70

4.4. ANÁLISE DOS ESTUDOS DE CASO .................................................................. 76 4.5. ANÁLISE ERGONOMÉTRICA DO POLE DANCE ............................................... 77 5.

DIRETRIZES PARA O PROJETO ARQUITETÔNICO ........................................ 86

5.1. PROGRAMA DE NECESSIDADES ..................................................................... 86 6.

TERRENO E SUAS CONDICIONANTES ............................................................ 89

6.1. PARÂMETROS URBANÍSTICOS E CONDICIONANTES AMBIENTAIS.............. 90 7.

PROJETO ........................................................................................................... 98

7.1. CONCEITO.......................................................................................................... 98 7.2. PARTIDO............................................................................................................. 98 7.3. MEMORIAL DESCRITIVO ................................................................................. 100 8.

CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 143

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 144


1 INTRODUÇÃO


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1. INTRODUÇÃO

Atualmente profissionais preocupados com a saúde de uma sociedade fragilizada pela falta de tempo, com doenças psicossomáticas relacionadas as atividades diárias de cada indivíduo, buscam incentivar a práticas de exercícios capazes de melhorar a qualidade de vida da mesma. Dessa forma, as pessoas procuram realizar atividades que lhe tragam benefícios, não só no âmbito físico, mas também no psicológico, em um ambiente prazeroso e harmonioso que remetam a experiências cognitivas relevantes. Partindo desse entendimento, o tema proposto para este Trabalho de Conclusão de Curso é o Projeto de Arquitetura de um estúdio destinada à prática de exercícios de Pole Dance. O propósito é contribuir para melhor qualidade de vida e desmistificação da prática dessa dança, que também é uma arte e um desporto. O desejo de tentar propiciar uma ideia diferente de um estúdio surgiu da experiência pessoal, na prática de Pole Dance como solução para o estresse enfrentado com as pressões do curso de graduação e preconceitos encontrados no percurso desta prática. Além disso, a consciência de casos de preconceitos e abusos na sociedade de todo mundo quanto a prática do Pole Dance, situação que aponta claramente para a dificuldade das pessoas de mudança nos conceitos e práticas sociais, mesmo com a evolução da tecnologia e conhecimento globalizado. No Brasil não encontramos com frequência academias especializadas na prática e desenvolvimento do Pole Dance. As existentes ainda não possuem as características necessárias para derrubar os preconceitos inerentes de uma percepção equivocada sobre o assunto. Mesmo no âmbito bibliográfico não se encontra com facilidade publicações a respeito do tema. Em pesquisa realizada sobre o tema verificou-se que boa parte das publicações é encontrada em meios eletrônicos. Diante dos problemas enfrentados, debater o assunto em redes sociais, em razão de conceitos equivocados encontrados em larga escala em discussão sobre o tema, optou-se pela pesquisa sobre o Pole Dance. A intenção é propor, por meio da criação de um novo conceito sensorial, um projeto arquitetônico irreverente que venha a quebrar estes tabus. O objetivo geral é criar um espaço que incentive o convívio social e a prática desse novo esporte, oferecendo aos usuários uma nova percepção de seu corpo e alma, contribuindo para sua saúde física e mental, por meio de espaço físico


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adequado, que contenha equipamentos e atividades relacionados ao estímulo de exercícios e a busca pela integração com a sociedade. Para a construção deste trabalho foram seguidas as etapas: análise de projetos direcionados a prática do Pole Dance, quanto à sua concepção, funcionamento e estética; estudo sobre as necessidades específicas da prática do pole dance; e estudos elaborados a fim de definir a justificativa e os ideais projetuais. A fim de atingir os objetivos propostos e levando em consideração o objeto de estudo definido, metodologicamente o trabalho foi desenvolvido da seguinte forma: pesquisa bibliográfica, com estudo da literatura referente ao tema; entendimento das necessidades da prática do pole dance, por meio do contato com usuários e profissionais da área (entrevistas); realização de estudos de casos; descrição das diretrizes projetuais e desenvolvimento do anteprojeto.


CAPÍTULO 2


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2. O QUE É POLE DANCE?

2.1. COMO SURGIU O POLE DANCE?

O Pole Dance que conhecemos atualmente existe a mais tempo do que podemos imaginar. Seu passado, um misto de experiências culturais de diversas etnias, carrega marcas impactantes para a concepção atual, e vem sendo fragmentada por sua luta pela legitimação do Pole Dance como esporte e arte como sempre foram. Esta dança é a junção de culturas dos dois lados do mundo. Provindo do oriente, o pole trouxe características da Índia (Mallakhamb) e da China (Chinese Pole). Já do o ocidente, o pole possui um passado provindo dos circos europeus, além das danças itinerantes da depressão americana pós-guerra (proporcionando a vertente mais erótica do pole dance) (IPDFA, 2016).

2.1.1. MALLAKHAMB

Mallakhamb é um dos esportes tradicionais mais antigos da Índia, também conhecido como “a mãe do esporte na Índia antiga”. Na tradução literal, “Malla” denota “Lutador” e “Khamb” denota “Pole”, ou seja, “Lutadores do Pole”, o que nos remete a um dos esportes associado a este nome: a arte marcial. Pode-se dizer que mallakhamb seria uma luta entre o homem e o pole. Uma vez que os atletas executam complexos exercícios acrobáticos, que requerem destreza, agilidade, equilíbrio, flexibilidade, coordenação motora e reflexos rápidos, são conhecidos como “ginastas do pole”, por terem seus treinos similares as diversas modalidades daquela arte (IPDFA, 2016). Envolvendo a maior quantidade de músculos possíveis, na maior quantidade de exercícios e na menor quantidade de tempo, enfrenta o seu real desafio que é a gravidade. A execução de exercícios que sobem e descem controlados pela força e resistência humana, e sustentados pelo próprio corpo, contribuem para uma melhor circulação sanguínea e condicionamento físico. Esta prática oferece o bem-estar físico


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e mental em virtude da relação da prática às atividades físicas como a yoga, a ginástica e as artes marciais (SHARMA, 2015). Outros benefícios proporcionados aos praticantes desta arte são: flexibilidade, equilíbrio, resistência e potência física, força muscular, coordenação motora, agilidade, aumento da eficiência cardiovascular, paciência, concentração, saúde mental e física do indivíduo (SHARMA, 2015). Apesar de possuir várias modalidades, somente três são utilizadas em suas competições: Pole Mallakhamb, Hanging Mallakhamb e Rope Mallakhamb. Figura 1 – Diagrama de modalidades e suas combinações

Fonte: http://www.mallakhamb-usa.org/mallakhamb-fed-usa/Home/Mallakhamb (2015)

 Pole Mallakhamb: Consiste no esporte executado em uma tora de madeira de teca ou sheeshum esculpida, polida e fixada ao chão, onde a escolha do tipo de madeira é dada pela dureza e suavidade proporcionada. O pole de madeira possui 2,25 metros de altura, com 55 centímetros de circunferência na base, chegando a 30 centímetros na parte superior, e no seu topo possui uma “cabeça” que se chama Knobe com raio de 13 centímetros. (Fig. 2) (Fig. 3) (SHARMA, 2015).


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Figura 2 – Desenhos e dimensões do pole mallakhamb

Figura 3 – Desenhos e dimensões do pole mallakhamb

Fonte: SHARMA, 2015

Fonte: SHARMA, 2015

Para suportar os esforços do corpo humano no pole e pelo pole de mallakhamb ser pesado, ele possui uma base em “X” de metal (Figura 4). Evitando qualquer tipo de acidente e dando segurança ao equipamento. Durante a prática do esporte, é passada uma lubrificação no pole, deixando a superfície lisa para a facilidade na execução dos movimentos e evitar que a pele machuque (Fig. 5) (SHARMA, 2015). Figura 4 – Base em "X" do mallakhamb

Figura 5 – Execução de movimento do Pole Mallakhamb

Fonte: http://gopoleorgohome.blogspot.com.br/2012/03/f riday-fun-mallakhamb.html

Fonte: http://www.mallkhambindia.com/gallery.html#P hotos


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 Hanging Mallakhamb (suspenso): Esta modalidade é uma versão menor do pole de mallakhamb. Suspenso por uma corda, sua base não é fixada no chão, o deixando solto como um pêndulo. Os exercícios se tornam mais difíceis de serem executados e exige maiores esforços e habilidades para que executem todas as sequências exigidas em um período de no máximo dois minutos (SHARMA, 2015). Figura 6 – Desenhos e dimensões do Hanging Mallakhamb

Fonte: SHARMA, 2015

Figura 7 – Movimentos de Hanging Mallakhamb

Figura 8 – Movimentos de Hanging Mallakhamb

Fonte: http://adamwhawa2011.blogspot.com.br/2014/07/ blog-post_12.html

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=PUByKqq6 qpw


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 Rope Mallakhamb: Esta modalidade acontece em uma corda de algodão com 2,50 metros de altura, suspensa do chão. Ele substitui o pole de madeira, onde todos os exercícios são executados sem atar a corda ou embolar-se na mesma. Por ser um esporte cultural, é proibido encostar a sola do pé na corda, sendo considerado desrespeito a Hanuman (um Deus com fisionomia de macaco do hinduísmo), já que o rope mallakhamb simboliza a sua calda. Sendo assim, a única forma de escalar a corda é segurando-a com as mãos e dos dedos dos pés (SHARMA, 2015). Figura 9 – Desenho e dimensões do Rope mallakhamb

Fonte: SHARMA, 2015 Figura 10 – Execução de um dos exercícios do Rope Mallakhamb

Figura 11 – Execução de um dos exercícios do Rope Mallakhamb

Fonte: http://www.deshpandeuday.com/Photos/rope/index. html

Fonte: http://dawnlaod.blogspot.com.br/2014/07/blo g-post_71.html


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Cada modalidade possui uma classe para as performances, o pole mallakhamb e o hanging mallakhamb são modalidades exclusivas para homens e garotos, já o rope mallakhamb permite homens, garotos, mulheres e garotas. Também existe tradição nas vestimentas. Pessoas do sexo masculino utilizam uma sunga laranja (Fig. 12), enquanto pessoas do sexo feminino utilizam um collant vermelho de manga cumprida (Fig. 13). Atualmente é comum ver atletas do mallakhamb com outros tipos e cores de vestimentas, uma vez que esta prática esportiva se popularizou mundialmente, com o passar dos anos. As classificações são diferenciadas por montagens e desmontagens das peças, exercícios de pegadas e desmontes, além de elementos acrobáticos que são executados de acordo com a modalidade e classe escolhida (SHARMA, 2015). Figura 12 – Vestimenta tradicional masculina

Figura 13 – Vestimenta tradicional feminina

Fonte: http://thecitystory.com/mumbai/

Fonte: http://teakdoor.com/famousthreads/86577-world-news-in-pictures1025.html

Sendo uma arte milenar, que durante anos ficou adormecida, o mallakhamb foi revivido no século XIX por Balambhatta Dada Deodhar, conhecido como fundador do Mallakhamb (SHARMA, 2015). Figura 14 – The Founder of Mallakhamb

Fonte: http://www.newpunegymkhana.org/mallakhamb_info.html


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Apesar de ser um esporte antigo, tradicional e cultural, a primeira aparição do Mallakhamb em uma competição nacional foi no National Gymnastics Championships (Campeonato Nacional de Ginástica), realizado no Estádio Pahadganj, Delhi, em 1958, recebendo o reconhecimento da Gymnastic Federation of India (Federação de Ginástica da Íncia). O primeiro campeonato nacional foi realizado como parte integrante do National Gymnastics Championships (Campeonato Nacional de Ginástica), em 1962, em Gwalior, Madhya Pradesh. Entre 1968 a 1969, o Mallakhamb foi introduzido na Inter University Gymnastic Championships (Campeonato de Ginástica InterUniversidades), em toda a Índia (SHARMA, 2015). Em 1980 foi criada uma associação que em 1981 passou a se chamar Mallakhamb Federation of India (Federação de Mallakhamb da Índia). A partir de então, os eventos começaram a ser organizados por diferentes associações estaduais filiadas à federação. Atualmente o mallakhamb é um esporte reconhecido que busca difundir a cultura e tradição indiana pelo mundo inteiro, proporcionando escolas, campeonatos e federações em diversos países diferentes (SHARMA, 2015).

2.1.2. CHINESE POLE

O Chinese Pole é uma dança acrobática ao entorno de um mastro vertical de tubo de aço, fixos ou giratórios originados por volta do século XII nos circos da China. As dimensões do mastro variam de 3 a 9 metros de altura e, no mínimo, 5mm de espessura e diâmetro aproximado de 52mm-60mm para melhor pegada da mão ao pole. São estruturados por cabos de aço de, no mínimo, 6mm de diâmetro. Geralmente são cobertos por “neoprene” (as mesmas usadas em barras de windsurfers), que facilita os movimentos dos acrobatas nas barras, podendo ser usado outros tipos de materiais como fitas e borrachas. Estes materiais, por serem abrasivos, podem proporcionar queimaduras por atrito em diversas partes do corpo. Para evitar estes acontecimentos e alguma contusão muitos acrobatas utilizam várias camadas de roupas (FEDEC, 2010; JANDO; IPDFA). Na grande maioria, as apresentações ocorrem com mais de 1 (um) acrobata, proporcionando movimentos em duo, trio ou em grupo. Para estes tipos de apresentações, os poles são fixados em pisos ou palcos específicos proporcionando uma maior conexão e estrutura de acordo com a quantidade e dimensões de cada


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pole. Além disso, são conectados com cabos extras, uns aos outros (Fig. 15) (FEDEC, 2010; JANDO; IPDFA). Figura 15 – Chinese pole - Estructure of poles

Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e0/Chinese_Pole_Dance.jpg

A necessidade de uma estrutura adequada e com segurança é essencial, pois os movimentos exigem força e resistência dos acrobatas, e como outras danças e esportes antecedentes do Pole Dance ou vertentes do mesmo, são perigosos e necessitam sempre de segurança (FEDEC, 2010; JANDO; IPDFA). Um dos movimentos mais famosos no Chinese Pole é o “Classic Flag”, conhecido no mundo do Pole Dance como “Iron X”. Na figura 16 podemos ver uma execução do movimento Classic Flag com sustentação de outro atleta em uma apresentação em duo no Cirque du Soleil. Figura 16 – Chinese Pole (Cirque du Soleil)

Figura 17 – Pole Dance - Execução do movimento iron x

Fonte da imagem: http://spectaclemagazine.com/?page_ id=2868

Fonte da imagem: https://s-media-cacheak0.pinimg.com/736x/5a/e7/fa/5ae7fa3b3a911f1f86f3a004 ed0d02c9.jpg


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2.1.3. O POLE DANCE NO OCIDENTE Assim como o Chinese Pole, outros circos também se influenciaram na pratica do pole com atividades semelhantes, outras adotaram o próprio Chinese Pole, ou se apropriaram de referências culturais de outras atividades e modalidades físicas. Com isso, a pratica do pole veio para o ocidente tendo influências que o caracterizaram com o estereótipo mais conhecido mundialmente, o preconceito. A ideia equivocada sobre esse esporte no ocidente vem de encontro as raízes já descritas e sua evolução na atualidade. Uma vez que a prática do Pole Dance não se restringe somente as mulheres e surge, em sua evolução, novas modalidades. 2.1.3.1.

HOOCHIE COOCHIE DANCER

Na década de 20, os Estados Unidos da América sofreram um colapso em sua economia conhecido como a depressão americana. Nessa época feiras itinerantes viajavam de cidade a cidade, conhecidos como “Tour Fair Shows”. Shows business derivados dos tours dos circos da época. Estas feiras buscavam entreter o povo americano com suas grandes apresentações nas tendas principais e em uma destas tendas possuíam shows de entretenimento adulto, conhecidas como Hoochie Coochie Dancer. O nome Hoochie Coochie Dancer provém do balanço e movimento proporcionado pelo quadril das dançarinas, provindos do famoso Belly Dance (Dança do Ventre). Seus movimentos eram misturas de danças consideradas sensuais. Para seus números as dançarinas utilizavam acessórios, como por exemplo, grandes leques de plumas, que acrescentavam beleza e sensualidade aos seus shows (PARRIZI, 2014). As tendas dos espetáculos eram sustentadas por estruturas de pole e as dançarinas apresentavam em um palco não tão grande que as Hoochie Coochie Dancers acabavam fazendo suas performances ao entorno destes poles estruturais, tendo, assim, o início da idealização de danças em postes (PARIZZI, 2014).


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2.1.3.2.

MOULLING ROUGE, BURLESQUE E CABARÉS

Originado no início da era Vitoriana, em 1840, o Burlesque é um dos estilos mais renomados das últimas décadas. Sua história é conectada à Comédia dell’arte, uma peça teatral onde personagens carregavam bastões de ponta almofadada, chamados de “burle”, usados para bater em outros personagens com a finalidade cômica, ao qual ingluenciou em várias performances de diversas áreas artísticas que conhecemos atualmente (PARIZZI, 2014). O Burlesque se destacou como arte, entre os americanos, através das performances de Lydia Thompson (Fig. 19). Thompson e sua trupe, The Brutush Blondes, trouxeram um novo fenômeno em sua chegada a New York em 1868, misturando músicas, comédias, sátiras sociais e sensualidade. Sua turnê pelo país despertou o interesse da população a este novo estilo que estava por vir (MCCAGHY, 2013). Figura 18 – Capa da música “Beautiful Bells” por Thompson in the Blondes

Figura 19 – Retrato de Lydia Thompson

Fonte: https://library.osu.edu/projects/women-intights/beginnings.html

Fonte: https://library.osu.edu/projects/women-intights/beginnings.html

O estilo Buslesque, hoje, também é conhecido popularmente como uma dança exótica e erótica, já que o Moulin Rouge, famosa entre os cabarés de París desde 1889, teve grande influência neste estilo no quesito sensual e erótico, levando esta arte performática por todo o mundo. Mas na verdade é uma arte que mistura estilos,


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conhecimentos, culturas e diversas performances, sendo assim, dificultando sua caracterização como algo único e o tornando uma arte conjunta e também um estilo de vida. Ao longo do tempo o seu crescimento proporcionou o aumento de seu público, sendo sua maioria do sexo masculino da classe trabalhadora, já que as performances exibiam a sensualidade da forma feminina. A performance Ann Corio (Fig. 20) descreveu em seu livro “This Was Burlesque” que o estilho Burlesque talvez tenha sido a forma de entretenimento mais barato do teatro, mas foi uma das que tornou mais próximo o contato com o público (MCCAGHY, 2013). Figura 20 – Ann Corio

Fonte: http://eefus.deviantart.com/art/Ann-Corio-2-510846263

Estas atitudes eram muito impactantes para a população americana do século XIX, proporcionando rótulos. Então quando se falavam de artistas femininas de qualquer tipo, todas eram convencionalmente comparadas com prostitutas. Mas a autoconfiança e determinação das performances Burlesques, mantiveram-se o controle dos acontecimentos e suas imagens pública, continuando a exibição do corpo feminino, falando livremente e desafiando a audiência. Este cenário abriu espaço para grandes estrelas femininas da época, fortes e independentes, que impactaram e conquistaram os palcos, como Mae West (Fig. 21) e Gypsy Rose Lee (Fig. 22) (MCCAGHY, 2013).


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Figura 21 – Mae West em Go West, Young Man de 1936

Figura 22 – Gypsy Rose Lee

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:West,_Mae_(G o_West_Young_Man).jpg

Fonte: http://brandypurdy.blogspot.com.br/2014/03/ american-rose-nation-laid-bare-life-and.html

Atualmente, o estilo Burlesque continua forte e é representado por estrelas de grande nome, como Dita Von Teese (Fig. 23) e drags renomadas como Violet Chachki (Fig. 24), ganhadora da sétima temporada do RuPaul Drag's Race. Assim como outras atrizes, Dita mantém características do estilo da época. Sendo assim, se tornou um ícone não só do Burlesque, mas também do estilo “pin up”. Este estilo se originou naquela época, pelas roupas, características, culturas e posturas. Figura 23 – Dita Von Teese em sua performance “The Champagne Glass”

Figura 24 – Violet Chachiki, ganhadora da sétima temporada do RuPaul Drag's Race

Fonte: http://www.dita.net/femmefatale/burlesque/#t

Fonte: https://www.instagram.com/violetchachki/


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2.1.3.3.

DO STRIP POLE E “HOLLYWOOD”, ATÉ O POLE DANCE

ARTÍSTICO E FITINESS O Pole Dance se desenvolveu gradualmente desde as tendas de circo até os bares como o estilo Burlesque nos anos 50. O primeiro registro de Pole Dance como conhecemos hoje, foi em 1968 com a performance de Belle Jangles no clube de striptease Mugwump, em Oregon e o Pole Dance moderno começou a ser documentado somente a partir dos anos 80 no Canadá (PARRIZI, 2014).

Não existem muitos registros e documentos sobre o Pole Dance da década de 60 até a década de 80. Os registros e relatos remetem ao crescimento popular do Pole Dance e strip-tease como dança erótica e de boate, principalmente no Canadá e nos Estados Unidos da América, na década de 80. Fawnia Dietrich (Fig. 25) é a pioneira no ensino do pole dance, buscando mostrar que essa dança também é um esporte e uma alternativa para condicionamento físico, além de trabalhar a autoestima das pessoas. Em 1994, lançou o primeiro DVD instrutivo, produzindo 7(sete) ao total, além de ter ensinado várias mulheres de todo o mundo. Atualmente Fawnia possui sua própria academia chamada Pole Fitness Studio, em Los Angeles na Califórnia, que oferece, além de aulas, cursos profissionalizantes e de capacitação. De acordo com sua descrição em seu site oficial, Fawnia Dietrich possui um pseudônimo chamado “Sky”. Figura 25 – Fawnia Dietrich, também conhecida como Sky

Fonte: http://www.polefitnessstudio.com/


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Em 1996, Andrew Bergman (Fig. 26) escreveu e dirigiu um dos filmes de comédia estadunidenses mais famosos da época. Striptease (Fig. 27), estrelado por Demi Moore. O filme conta a história de uma striper chamada Erin (Demi Moore), que se tornou dançarina de boate por ter perdido seu antigo emprego por culpa de seu exmarido, Darrell, além da guarda da filha ao qual tenta recuperar a qualquer custo. David Dilbeck, um político famoso e religioso, se apaixonou por Erin em uma de suas visitas a boate. Com isso buscou conquista-la a qualquer custo para satisfazer seus desejos sexuais. Usando assim, argumentos envolvendo a custódia da filha para conseguir o que quer. Mas em todo o filme Erin deixa claro que seu trabalho é apenas de dançarina e nada mais que isso. Figura 26 – Andrew Bergman

Figura 27 – Cartaz do Filme Striptease

Fonte: http://www.imdb.com/name/nm0000921/

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Striptease_(filme)

É possível perceber que mesmo em todo o contexto do filme, a personagem de Demi Moore mostra que nem toda dançarina é garota de programa ou prostituta. Um estereótipo ainda muito vivo entre leigos quando se referenciam ao pole dance. E mesmo que o filme tenha tentado passar uma imagem diferente das dançarinas de Pole Dance e stripers, que nem todas fazem programas e que são somente dançarinas, muitas pessoas não desconectaram a imagem de Pole Dance e danças sensuais a prostituição. Algumas pessoas que não possuíam este argumento em mente, começaram a se levar por este estereótipo fundado por toda a história que o Pole Dance possui e reforçado pelo entendimento equivocado da sociedade.


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Figura 28 – Cena da Demi Moore dançando Pole Dance no filme Striptease

Fonte: http://imgur.com/q7Jvp

Outra pioneira do Pole Dance na prática foi Sheila Kelley (Fig. 29), que nos anos 2000 estrelou em um filme muito famoso chamado “As Divas do Blue Iguana” como dançarina de Pole Dance. Sheila Kelley percebeu a sua responsabilidade de mostrar que o strip-tease e o Pole Dance são artes de empoderamento feminino, fazendo com que as mulheres acreditem mais em si e em sua beleza natural. Escritora do livro “The S-Factor: Strip Workouts for Every Woman”, Kelley já palestrou em eventos altamente conceituados como o TED-X. Figura 29 – Sheila Kelley

Fonte: http://www.minneapolisjobstoday.com/


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No início do século XXI as modalidades Pole Dance cresceram, o que permitiu às mulheres começarem a praticar esta arte e esporte dentro de suas rotinas diárias e rotinas fitness. No Brasil o Pole Dance atingiu o seu ápice em 2007, onde a atriz Flávia Alessandra (Fig. 30), coreografada por Alexandra Valença (uma das pole dancers pioneiras no brasil), estrelou como Alzira na novela “Duas Caras”. Divulgando esta dança pelo país. Em 2008 surgiu a primeira academia exclusiva de pole dance, inaugurada em Curitiba por Grazzy Brugner (Fig. 31), responsável pelo Campeonato Brasileiro de Pole Dance que acontece desde 2008 (PARRIZI, 2014). Figura 30 – Flávia Alessandra como Alzira na novela “Duas Caras”

Figura 31 – Grazzy Brugner

Fonte: http://entretenimento.uol.com.br/famosos/fla via-alessandra/

Fonte: http://www.poleartstudio.com/pole-dance2/#prettyPhoto

Com o passar dos anos o Pole Dance foi crescendo mundialmente e começou a ser mais aceito pela sociedade, visto que trabalha ginásticas acrobáticas trazendo benefícios psicológicos, fisiológicos e sociais. O Pole Dance ganhou visibilidade, com isso federações e institutos estaduais, nacionais e internacionais foram criados, além de campeonatos. A luta pela aceitação do Pole Dance marcou até programas de televisão internacionais, criando nomes mundialmente conhecidos, como Anastasia Sokolova (Fig. 32). Uma ucraniana, considerada por atletas do pole e a população mundial como a melhor pole dancer do mundo, após chamar a atenção de todos na


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temporada de 2013 do Ukrania’s Got Talent (Fig. 33). Anastasia ficou em segundo lugar no final do programa. Sua fama foi tão grande, que até pessoas que não praticam Pole Dance sabem quem ela é, ou pelo menos já viu seus famosos vídeos que circularam e ainda circulam a internet. Figura 32 – Anastasia Sokolova

Fonte: http://blogcuzehra.blogcu.com/dunyani n-en-iyi-direk-danscisianastasia/20057735

Figura 33 – Anastasia Sokolova em na primeira etapa do Ukrania’s Got Talent

Fonte: https://youtu.be/-sVCZ8GsLTU

Sendo assim, academias começaram a se formar em todo o mundo e grandes nomes no pole dance, tanto homens quanto mulheres, começaram a aparecer como Felix Cane (Fig. 37), Jenyne Butterfly, Oona Kivela, Carlos França, Vanessa Costa, Anastasia Skukhtovora, Bendy Kate, Natasha Wang, Evgeny Greshilov e Vladimir Karachunov, por exemplo.


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Figura 34 – Vladimir Karachunov

Figura 35 – Natasha Wang

Fonte: https://www.facebook.com/VladimirKarachunov/

Fonte: https://www.facebook.com/NatashaWang Pole/

Figura 36 – Evgeny Greshilov

Figura 37 – Felix Cane

Fonte: https://www.facebook.com/Evgeny-Greshilov248202948561995/timeline

Fonte: https://www.facebook.com/TheOfficial-FELIX-CANE-Fan-Page114814635207185/?fref=photo


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2.1.4. POLE DANCE NAS OLIMPÍADAS

Atualmente as federações e associações buscam incluir o Pole Dance nos Jogos Olímpicos, a alguns anos a campanha era pelas competições de 2016. KT Coates, fundador do International Pole Dance Fitness Association (IPDFA) e Ania Przeplasko iniciaram a campanha e apoiaram fortemente esta ideia, dando sempre destaque a esta causa nas entrevistas. O IPDFA luta para que o Comité Olímpico Internacional reconheça o Pole Dance como um esporte (IPDFA, 2016). Em 2011, a presidente da Federação Brasileira de Pole Dance Vanessa Costa recebeu uma homenagem em um evento na Itália por escrever o livro de arbitragem de Pole Dance que definiria as novas regras para a modalidade nos campeonatos (Fig. 38). Figura 38 – Vanessa Costa, presidente da Federação Brasileira de Pole Dance, sendo homenageada

Fonte: http://globoesporte.globo.com

2.2. MODALIDADES DO POLE DANCE

A sensualidade sempre foi um tabu para o ser humano. Isso é perceptível ao estudar toda a trajetória do Pole Dance e das danças sensuais e como foi a reação, mentalidade e atitude da população. Algo que não deveria, já que a sensualidade e sexualidade são da natureza humana. O que muitas pessoas não sabem é que a pratica de artes sensuais valorizam o corpo humano, melhoram a nossa autoestima, nossos humores, valores e nos trazem benefícios para toda a vida. Sejam para homem ou mulher, adultos, jovens ou idosos. O Pole Dance é uma prática que busca


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valorizar tudo o que temos de melhor no interior e exterior do nosso corpo aprimorando nossa essência emocional. Outro paradigma criado pela população através da história é que o Pole Dance é somente uma dança erótica e que só é praticada por mulheres que fazem programas. Bom, é com grande felicidade que toda a comunidade do Pole Dance pode afirmar que: Não! O Pole Dance não é dança de mulheres de programa. De fato, o Pole Dance tem uma modalidade sensual que também pode ser praticada por pessoas do sexo masculino, mas necessariamente não significa que todas as pessoas que praticam o pole sensual são prostitutas. Há garotas de programa e strippers que utilizam o Pole Dance no seu trabalho, mas também existe a pratica do Pole Dance em busca de melhorar a vida sexual entre seus parceiros, seja marido ou esposa, namorado (a), noivo (a), companheiro (a) ou para prazer da própria pessoa. E com seu crescimento, ao longo dos anos, novas modalidades surgiram apresentando o lado fitness e a artístico (Fig. 39). Figura 39 – Venn-Diagrama que ilustra a influência de outras atividades artísticas e esportivas no pole

Fonte: http://www.studiocamilafortunatogru.com.br/

2.2.1. POLE FITNESS

O Pole Fitness está entre as duas modalidades mais reconhecidas do pole dance, que busca o bem-estar, físico e mental, além da boa forma física da atleta proporcionada pela atividade esportiva. O Pole Fitness assim como a ginástica artística, trabalha uma sequência de movimentos e acrobacias coreografadas. A diferença de outros esportes é que seus movimentos são executados em uma barra


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vertical. O Pole Fitness busca trabalhar com o condicionamento físico, flexibilidade, força e resistência muscular, coordenação motora e estética. Esta modalidade é dividida em níveis, do básico ao master, e a cada nível a dificuldade se torna maior e é exigida maior disciplina e dedicação do aluno para execução dos movimentos. É importante destacar que o Pole Fitness deve ser praticado com segurança e com ajuda ou supervisão de profissionais da área por possuir movimentos que, se executados de maneira errada, podem provocar lesões. No Pole Fitness é apropriado usar roupas curtas pela necessidade de atrito com o pole, já que a pele em contato com o metal proporciona a aderência para a execução de movimentos. Sendo assim, as atletas utilizam shorts, tops e dançam descalços. Não é permitida a utilização de nenhum acessório que possa arranhar o pole (Fig. 40). Nas apresentações é comum a utilização de figurinos e maquiagens artísticas (Fig. 41).

Figura 40 – Tipo de roupas adequada na prática de Pole Fitness

Fonte: http://poledanceparis.com/12_repertoire/index.html

Figura 41 – Diferenciação de roupa em apresentação de Pole Dance

Fonte: https://s-media-cacheak0.pinimg.com/564x/38/e6/f2/38e6f21e96c22f864c8 db2ee5f444f4f.jpg


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Existem campeonatos regulamentados para esta modalidade em todo o mundo com divisão de categorias, dividindo os atletas por idade e níveis, e uma banca de jurados que avaliará a execução dos movimentos e coreografia realizados por atletas. Um dos campeonatos mais famosos é o Pole World Cup Brasil (Fig. 44) que acontece em um dos maiores eventos esportistas do mundo, uma vez por ano aqui no Brasil, o Arnold Classic. Figura 42 – Categoria adulto no Pole World Cup Brasil

Figura 43 – Categoria infantil do Pole World Cup Brasil

Fonte: https://www.facebook.com/pole.world.cup

Fonte: https://www.facebook.com/pole.world.cup

Figura 44 – Divulgação do 4º (Quarto) edição do Pole World Cup Brasil que ocorreu em abril de 2016

Fonte: https://www.facebook.com/pole.world.cup


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2.2.2. POLE SENSUAL OU POLE GLAMOUR

O Pole Sensual é a uma das modalidades mais conhecidas do Pole Dance. Além dos benefícios do Pole Fitness, o Pole Sensual busca elevar a autoestima e sensualidade. São práticas semelhantes, mas com características diferentes. Por exemplo, no Pole Sensual é comum a utilização de saltos, principalmente saltos com mais de 15 cm de altura. As roupas e figurinos são mais sensuais e buscam valorizar o corpo de forma deslumbrante (Fig. 45). O strip não possui ligação direta com o Pole Sensual. O Pole Sensual visa dança e arte em sua modalidade, mas também não existe proibição da execução do strip no Pole Sensual, fica a gosto do artista. O Pole Sensual não é praticado em de todos os campeonatos, mas um exemplo de campeonato que enquadra esta modalidade é o Miss Pole Dance. Figura 45 – Pole Dance Sensual e vestuário

Fonte: http://b-lyzgbzir.lagrangesystems.net/media/em_slideshow/x1421191478_0_slider-baamy1.jpg.pagespeed.ic.VtteOrOE5U.jpg

2.2.3. STREET POLE

O Street Pole não é uma modalidade participante de campeonatos. Como o próprio nome já remete, o Street Pole é uma modalidade executada nas ruas. Não existem restrições para roupas, mas é comum a utilização de shorts e calças jeans, tennis e camisas comuns, para proteger o corpo. Já que os movimentos são executados em mobiliários e equipamentos urbanos, em um ambiente externo e exposto (Fig. 46).


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Atualmente a pratica do Street Pole está diretamente ligada a uma intervenção urbana e mobilização social para a legitimação do Pole Dance como esporte (Fig. 47). Vale ressaltar que no Brasil, academias de todo o estado tem aderido ao projeto a cada ano, em apoio a legitimação. Figura 46 – Modalidade Street Pole

Figura 47 – Modalidade Street Pole

Fonte: https://br.pinterest.com/pin/561190803538258691/

Fonte: Acervo pessoal

2.2.4. ACQUA POLE

O Acqua Pole é uma das modalidades mais novas e que só apareceu no Brasil recentemente. Mais conhecido nas performances e fotografias artísticas, agora o Acqua Pole se integra nas academias. As aulas são misturas do Pole Fitness e da hidroginástica buscando uma prática com menos atrito, além de uma alternativa saudável para melhor qualidade de vida. Assim como o Pole Fitness, qualquer pessoa e de qualquer idade pode praticar o Acqua Pole (Fig. 48). As roupas são as mesmas usadas em aulas de hidroginástica, natação e piscinas. Dando preferência a roupas que não possuem amarração para não sair na execução dos movimentos. Já no caso


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das performances e fotografias artísticas, é comum a utilização de figurinos e maquiagens artísticas. Figura 48 – Modalidade Acqua Pole

Fonte: http://www.karenpsport.it/wp-content/uploads/2013/05/fad39-001.jpg

2.2.5. FLYING POLE

Oriundo de atividades circenses e remetendo ao Hanging Mallakhamb, o Flying Pole (Fig. 49) é uma modalidade artística comumente usada em apresentações e shows, onde o pole é preso a um cabo de aço no teto e possui um apoio removível no piso. Sendo assim as execuções dos movimentos são feitas com o pole em forma de pêndulo ou em círculos com um eixo central, podendo ser mudados a qualquer momento durante as apresentações (Fig. 50). As vestimentas desta modalidade são figurinos e maquiagens artísticas. Figura 49 – Modalidade Flying Pole

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=ptK9G8wOvrI


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Figura 50 – Modalidade Flying Pole

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=ptK9G8wOvrI


CAPÍTULO 3


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3. A PERCEPÇÃO EQUIVOCADA DA MAGIA DO POLE DANCE

Considerando a evolução histórica do Pole Dance e suas influências, pode-se dizer que a sensualidade e sexualidade caracterizaram o seu passado, formando um estereótipo distorcido dessa dança, que é uma arte e também um esporte. Proporcionando, assim, uma percepção equivocada de grande parte da sociedade pautada em sensações não experimentadas. A repercussão de tal ideia é tão grande que atualmente o pole dance, os atletas e os dançarinos possuem rótulos como: “dança de prostituta e stripper”, “dança de boate”, “pau de puta”, “exibição sexual”, “mulher da vida”, “garota de programa”, “dançarina de bordel”, entre outros apelidos pejorativos. Este paradigma de exclusão é mencionado por Sterrett (2011) quando cita a opinião de um apresentador britânico em seu livro: David Mitchell em um artigo para The Guardian que decorreu em abril de 2010, criticou a decisão da Universidade de Cambridge de oferecer aulas de Pole Dance só de mulheres. Ele sugeriu que as aulas de Pole Dance patrocinadas pela universidade são um grande passo na direção errada para as mulheres. Mas Mitchell se baseia em equívocos sobre a comunidade do pole dance, bem como alguns mitos profundamente enraizados e preconceitos para com as mulheres e sexualidade para fazer seu ponto. Por exemplo, ele refere-se a uma mulher que possa estar interessada em uma aula de Pole Dance como "estúpido e impressionável". Ele sugere que a única razão pela qual as mulheres podem tomar essas classes é para ser "cobiçada" por homens. Ele também argumenta que as aulas de dança são sexistas, porque excluem os homens. De acordo com as opiniões da sociedade, Michel tenta marginalizar as mulheres da comunidade de Pole Dance (STERRETT, 2011, tradução nossa).

Em mesma publicação, Marty Klein expressa (apud STERRETT,2011): "Não é comum que muitos de nós se sentem desconfortáveis sobre a sexualidade. É a relação que os indivíduos e a cultura possuem com esse desconforto. O desconforto não é discutido honestamente, nem a maioria das pessoas sentem, de forma alguma, obrigado a resolver esses sentimentos. Em vez disso, o desconforto é considerado normal e fixa, e os objetos de desconforto - palavras sexuais, música, arte e expressão - são as coisas consideradas dispensáveis " (KLEIN, apud STERRETT, 2011, tradução nossa).

A ideia equivocada desta dança, muitas vezes baseada na ignorância e medo, reforça o preconceito que toda a comunidade do Pole Dance sofre. Incluindo o público masculino, idoso e infantil, uma vez que a prática do Pole Dance não se restringe somente as mulheres adultas.


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A prática do Pole Dance tem crescido mundialmente, apesar de se tornar mais valorizada e apreciada em uns locais do que outros. Como na Europa e nos EUA, por exemplo. No Brasil, esta prática cresce a cada dia, mas é perceptível que a maior concentração de escolas e academias especializadas se encontram nos principais estados do País e com foco em dança, como Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. No Espírito Santo existem três escolas conhecidas, duas em Vila Velha e uma em Vitória, com espaços comerciais que buscaram se adaptar adequadamente as exigências desta prática esportiva. Uma destas escolas, a Ritmo Sensual, existente desde 2009, foi o marco do Pole Dance no estado em 2011, sendo a pioneira do Espírito Santo e associada a Federação Brasileira de Pole Dance (FBPD). Mas mesmo assim, aqui no estado, ainda existe um preconceito muito forte contra a prática. Prejudicando o crescimento dos espaços já existentes ou o incentivo da criação de novos empreendimentos de pole dance. Desmistificar este conceito e mostrar os benefícios que o Pole Dance pode trazer às experiências vividas pela sociedade moderna, ocorridas em meio a ausência de tempo, é o que impulsionou a criação deste projeto, ao qual prevê a desconstrução dos estereótipos criados. Fazendo o uso da função social e prática, descritas por Lobach (2001), visto que são conceitos que se conectam e se relacionam com as análises feitas a partir dos estudos de caso, por meio da construção de uma arquitetura direcionada especificamente para este empreendimento, se pretende incentivar a prática esportista e artística do Pole Dance. A inspiração deste projeto deu-se através da experiência pessoal da autora com o Pole Dance. A mesma descobriu esta dança em seu período de graduação. Ao ingressar na atividade física, sofreu preconceito e abusos verbais de diversas pessoas ao qual não imaginava, além do estresse diário pela junção da rotina de estudos e trabalho, não possuindo tempo para si, ficando ansiosa e com baixa autoestima. Com a prática do Pole Dance conseguiu superar estas barreiras, tanto físicas quanto emocionais. Sendo assim percebeu a necessidade de um espaço com um projeto inovador e que atraísse as pessoas, de forma que desconstruíssem a imagem existente do Pole Dance e que proporcionasse uma nova alternativa para a população se libertar do estresse diário e buscar uma nova alternativa para uma vida saudável e feliz, melhorando a forma física e emocional das pessoas.


CAPÍTULO 4


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4. ESTUDO DE CASO Para entender melhor a necessidade de integrar uma escola de Pole Dance na sociedade e desconstruir seu estereótipo, foi realizada uma pesquisa em escola e academia renomadas na região metropolitana de São Paulo. Foram feitas avaliações das necessidades arquitetônicas, avaliações de integração de atividades da área artística, circense, esportiva e estética para valorização e desconstrução de estereótipos do pole dance, além de avaliações sociais a partir de entrevistas com empresários, professores e alunos. O estudo objetivou orientar a elaboração das necessidades e diretrizes para o projeto do Centro de Pole Dance proposto neste trabalho.

4.1. STUDIO METRÓPOLE – SÃO PAULO, SP

Para este estudo de caso

1

foi avaliado os fatores arquitetônicos e

características principais que o Studio Metrópole busca oferecer a seus alunos. Buscando aferir se o planejamento arquitetônico e de interiores podem influenciar na desmistificação do pole dance.

4.1.1. LOCALIZAÇÃO

Localizado dentro da região metropolitana de São Paulo, o estúdio encontra-se na rua Maceió, loja 77B, 1° andar, no bairro Consolação em São Paulo capital. Uma das formas mais fáceis de acesso ao local é pelo metro com o destino final na estação Consolação, linha amarela, e percorrer um trajeto de aproximadamente 10 minutos até o Studio Metrópole (Fig. 51).

1

Elaborado nos dias 22 e 24 de abril de 2016


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Figura 51 – Localização do Studio Metrópole com trajeto saindo da estação Consolação

Fonte: Google Maps

4.1.2. SETORIZAÇÃO DO ESPAÇO E INTEGRAÇÃO DE ATIVIDADES QUE SE RELACIONAM COM O POLE DANCE Figura 52 – Croqui de setorização

Fonte: Próprio autor

O Studio Metrópole supre as necessidades básicas de uma escola de dança possuindo uma estrutura arquitetônica de porte pequeno. Seu acesso é por uma


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escadaria que chega a circulação horizontal ao qual conecta as duas salas de aulas, recepção e o vestiário (Fig. 52). A recepção é parte integrante da circulação, sendo assim, possui a mesma largura. Espaço suficiente para comportar uma mesa e cadeira, e aos fundos um armário de apoio, para recepcionar os clientes. Além disso, o espaço também conta com bancos de espera, duas caixas de frutas recicladas que se localizam a frente da porta das salas de aula para os alunos depositarem seus sapatos e não entrarem com os mesmos no ambiente de ensino, além de um pequeno expositor de produtos da loja do estúdio. É importante destacar que a venda de produtos para Pole Dance no estúdio é uma integração de atividade que colabora na valorização do espaço e da dança. Visto que existem vários artigos específicos para pole dance, como por exemplo os grips (produto para melhor aderência ao pole) e outros que também podem ser utilizados para outras necessidades como roupas de treino, que podem ser utilizadas em outras atividades físicas, e os famosos saltos para pole, que por sua beleza extraordinária muitas mulheres compram para utilizar em seus looks (Fig. 53). Figura 53 – Salto neon para pole dance

Fonte: https://spiceup.com.au

O estúdio não possui uma sala administrativa visto que estas atividades, dividida entre os sócios, são realizadas em sua grande maioria em casa, na recepção e na rua, quando necessário. A falta deste ambiente não afeta os funcionários e nem os sócios, visto que a dinâmica de trabalho foi elaborada para cada um realizar suas atividades dentro de seu horário disponível, por possuírem horários diferentes e mais de um emprego. O vestiário possui um depósito de limpeza do espaço, um sanitário unissex, um filtro de água, alguns bancos, um espelho, um trocador para os alunos se sentirem


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mais confortável e os clientes experimentarem as vestimentas que são vendidas na loja do estúdio, além dos lockers para os alunos guardarem seus pertences. O acesso do vestiário é ao lado da recepção. Para atender os alunos o espaço conta com 2 salas de aula, divididas por uma porta de aço automática, onde cada uma possui:  5 barras de pole giratórias e fixas, ao qual a troca do modo é a partir de um sistema de travas na parte inferior (Fig. 55) ao qual permitem a troca com maior facilidade de acordo com a preferência do aluno. Possuem distância de 2m uma das outras e altura aproximadamente 3,30m de altura e uma estrutura feita por encomenda de metal para apoio das barras de pole, por não possuir uma laje ou estrutura própria para receber a base superior;  Figura 54 – Estrutura de metal própria na base superior para dar apoio as barras de pole

Figura 55 – Sistema de trava da barra de pole

Fonte: Acervo pessoal

Fonte: Acervo pessoal

 Uma parede de espelho da altura dos poles; Figura 56 – Sala de aula com 5 barras de Pole Dance e parede de espelho

Fonte: Acervo pessoal


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 1 rádio com 2 caixas de som, dispostas acima do espelho, além de um ventilador e ar condicionado;  2 caixas de frutas usadas como nichos para dar suporte aos objetos dos professores e ao rádio (Fig. 58); Figura 58 – Ventilador e caixas de frutas usadas como ninho, dando suporte ao som e objeto dos professores Figura 57 – Caixas de som dispostas acima do espelho

Fonte: Acervo pessoal

Fonte: Acervo pessoal

 Materiais de auxílios para as aulas, como tijolinhos, colchões amortecedores, tatames, entre outros, geralmente ficam guardados na sala 1 (Fig. 59) por possuir um armário alto, além de possuir um espaço específico para que os objetos não obstruam o ambiente. Os tatames usados na sala 2 (Fig. 60) ficam organizados na parede da mesma. Figura 59 – Espaço específico para depósito de materiais de auxílio

Figura 60 – Tatames organizados

Fonte: Acervo pessoal

Fonte: Acervo pessoal


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4.1.3. ESTÉTICA ARQUITETÔNICA É comum os estúdios de Pole Dance focarem na integração de todas as características como atividade física, mas este empreendimento buscou enfatiza-lo na visão artística. Transparecendo, não só em suas aulas e metodologias diferenciadas, mas também em seu espaço físico. Chamando a atenção, não somente por seu trabalho, mas também por seu design de interior diferenciado, sendo descrito pelo próprio site como “[...] oásis no centro da maior cidade do Brasil: São Paulo. ” (Studio Metrópole, 2016). Liliane Varanda, uma das sócias e professora do estúdio (Fig. 61), em entrevista feita durante visita ao local 2 , descreve que uma das intenções era transparecer a ideia de metrópole, visto que o espaço se localiza em uma, de forma a mostrar o poder que os alunos podem ter e crescer dentro de si. Além de transparecer a modernidade vivida por todos na atualidade, seguindo os padrões exigidos, priorizando a segurança, o conforto e privacidade dos alunos; planejando cada aspecto e característica interior a fim de alcançar estas necessidades. Figura 61 – Liliane Varanda

Figura 62 – Logo do Studio Metrópole

Fonte: http://www.studiometropole.com.br/

Fonte: http://www.studiometropole.com.br/

A visita ao local teve como principal objetivo avaliar o espaço físico do estúdio e seu conceito, no qual a ideia de metrópole se tornou perceptível logo ao entrar no

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Realizada nos dias 22 e 24 de abril de 2016


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estúdio, principalmente dentro das salas de aula, sendo este a base do objeto de estudo. Observa-se que o design de interior é uma das características marcantes do local. Quatro itens que proporcionaram essa idealização possível foram: porta de aço automática, arte em graffiti dos dois lados da mesma porta e os revestimentos de tijolo, utilizados na parede, e madeira, utilizados no piso e forro, além das iluminações de LED rosa na parte inferior do espelho. Visto que são elementos marcantes e muito presentes no meio urbano ao qual se encontra. É importante destacar também que cada um deles possui sua função específica, além da releitura das características urbanas. Sendo assim:  A porta de aço automática faz a releitura dos comércios ao entorno, mas sua utilização não possui a mesma função tradicional de fechar os estabelecimentos e protege-los. A ideia do estúdio foi de utilizá-la para dividir a grande sala de aula em duas salas menores (Fig. 63). Normalmente a divisória é aberta em casos de aulas especiais ou turmas grandes. Figura 63 – Porta de aço automática

Figura 64 – Detalhe da porta de aço automática

Fonte: Acervo pessoal

Fonte: Acervo pessoal

 Graffiti é uma das artes urbanas mais famosas no mundo inteiro e que caracterizam e remetem a essência das cidades. É possível perceber essa arte por toda São Paulo, em muros, paredes, calçadas, etc. Nessa releitura de arte urbana, dentro das salas de aula do Studio Metrópole, é importante destacar que, por mais que sejam os mesmos desenhos, eles foram diferenciados pelas cores vibrantes que marcam e caracterizam cada ambiente (Fig. 65). Proporcionando a fácil identificação da sala de aula.


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Figura 65 – Graffiti na porta de aço automática

Figura 66 – Graffiti na porta de aço automática

Fonte: Acervo pessoal

Fonte: Acervo pessoal

 Os revestimentos mais utilizados são o tijolo, na parede, e a madeira, no piso e forro. Eles são características de elementos construtivos mais comuns nas edificações e a composição destes elementos remete a característica rústica da cidade. Pensando não só na estética, mas também no conforto e saúde dos alunos, o piso de madeira flutuante amortece as quedas e reduzem o impacto proporcionado por movimentos de saltos e desmontes. Evitando futuras lesões corporais. O piso de madeira é o mais comum entre as academias dos mais diversos estilos de dança do mundo por esta característica física. Figura 67 – Detalhe do revestimento de tijolo em parede

Fonte: Acervo pessoal


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Figura 68 – Detalhe do revestimento em madeira no piso

Figura 69 – Detalhe do revestimento em madeira no teto

Fonte: Acervo pessoal

Fonte: Acervo pessoal

 A luz de LED rosa proporciona a releitura dos letreiros luminosos, luzes neons e iluminações diversas da vida noturna de uma metrópole (Fig. 70). Uma característica bastante visível em São Paulo. Também possibilita as mais diversas sensações e diversificações de experiências, vivências e emoções dentro dos ambientes. Transformando as salas de aulas em cenas diferentes, de acordo com as necessidades das classes. Desfrutando da imaginação e sensibilidade lúdica de cada um. Figura 70 – Iluminação de LED rosa na parte inferior dos espelhos

Figura 71 – Detalhe da iluminação de LED

Fonte: Acervo pessoal

Fonte: Acervo pessoal


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4.2. STUDIO CAMILA FORTUNATO – UNIDADE DE SÃO BERNARDO DO CAMPO BY JULIANA MUNIS – SÃO BERNARDO DO CAMPO, SP

Por tratar-se de um estúdio com mais de uma integração de atividades diferentes que correlacionam com o pole dance, sejam físicas e comerciais3, foram avaliadas as características principais as quais o Studio Camila Fortunato busca oferecer a seus alunos. Buscando aferir, principalmente, se o planejamento arquitetônico e a integração de atividades diferentes que correlacionam com o Pole Dance podem influenciar na desmistificação do pole dance.

4.2.1. LOCALIZAÇÃO

O Studio Camila Fortunato Unidade de São Bernardo do Campo by Juliana Muniz é uma das filiais da rede Studio Camila Fortunato. As outras unidades localizam-se em Guarulhos e Santo André. Localiza-se dentro de São Bernardo do Campo, uma das cidades do ABC Paulista, o estúdio encontra-se na Rua Alameda Glória, número 517 no bairro Centro São Bernardo do Campo. O estúdio fica próximo à via de ônibus de São Bernardo do Campo, av. Brg Faria Lima, ao qual conecta as cidades vizinhas, além dos bairros da própria cidade. (Fig. 72) Figura 72 – Localização do Studio Camila Fortunato

Fonte: Google Maps 3

Este estudo de caso foi elaborado no dia 25 de abril de 2016


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4.2.2. SETORIZAÇÃO, NECESSIDADES DO ESPAÇO E INTEGRAÇÃO DE ATIVIDADES QUE SE RELACIONAM COM O POLE DANCE

Diferente do Studio Metrópole, ao qual sua arquitetura é de porte pequeno e busca atender as necessidades prioritárias de um estúdio de Pole Dance com seu foco para o lado mais artístico, o Studio Camila Fortunato possui uma arquitetura de maior porte (Fig. 73), com suporte para mais de uma atividade ao qual se integram ou podem agregar valores ao Pole Dance, além do foco no pole fitness. Figura 73 – Croqui de setorização

Fonte: Próprio autor


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O acesso ao estúdio é pela recepção, sendo o primeiro ambiente ao entrar. Possui um grande balcão, os quais ficam dois funcionários quando necessário, podendo atender mais de um cliente ao mesmo tempo para informações sobre as aulas ou venda de produtos de academia e Pole Dance que ficam disponíveis na própria recepção. Todos os produtos ficam expostos nas estantes e vitrines, facilitando o cliente a escolhê-los. Alguns dos prêmios conquistados pelo estúdio também ficam expostos nas prateleiras da loja, compondo na organização e chamando a atenção do comprador para os méritos do mesmo (Fig. 75). Figura 74 – Recepção do estúdio

Figura 75 – Exposição de produtos à venda

Fonte: Acervo pessoal

Fonte: Acervo pessoal

Ao passar pela recepção defronta-se com o grande salão do estúdio, onde contempla a maior parte de suas atividades e conecta a outros setores do mesmo. O primeiro ambiente é a sala principal de pole dance, onde há:  9 barras de pole giratórias e fixas, ao qual possui uma estrutura feita por encomenda de metal para apoio das barras de pole por não possuir uma laje ou estrutura própria, além apresentar uma grande altura a ser vencida pelo pé direito duplo existente. A troca do modo da barra de pole é a partir de um sistema de travas na própria estrutura de apoio. Possuem distância de 1,5m uma das outras e altura de 4m;  1 parede de espelho;  1 televisão conectada a duas caixas de som, dispostas nos cantos da sala, além de ventiladores e uma estante para apoio dos materiais dos professores;


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 Materiais de auxílios para as aulas, ao qual ocupam mais espaço, como colchões amortecedores, e camas elásticas para aulas de jump.  Piso de madeira laminada, visto que o mesmo reduz o impacto proporcionado pelos exercícios evitando dos alunos se machucarem.  Parede de escala e lira americana para outras atividades físicas exercidas no estúdio. Figura 76 – Sala principal de pole dance

Figura 77 – Vista dos fundos da sala principal de pole dance

Fonte: Acervo pessoal

Fonte: Acervo pessoal

Figura 78 – Materiais de apoio as aulas, parede de escalada e lira americana

Figura 79 – Estrutura de metal para apoiar as barras de pole dance

Fonte: Acervo pessoal

Fonte: Acervo pessoal


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Figura 80 – Estante de apoio para os professores e televisão para som.

.

Fonte: Acervo pessoal

Ao lado da sala principal, encontra-se a sala secundária de pole (Fig.81), que possui metade do tamanho da sala principal. Os ambientes não possuem divisórias e em alguns momentos acontecem aulas simultâneas com professores diferentes. Para os alunos e professores, não é um problema visto que eles se programam para colocar atividades que não irão se conflitar e ocasionar problemas ou tirar a atenção dos alunos. As características do espaço são semelhantes, sendo suas diferenças:  5 barras de pole giratórias e fixas, fixadas na laje do mezanino, com o sistema de travas fica na parte inferior das barras de pole dance. Possuem

distância

de

2

metros

uma

das

outras

e

altura

aproximadamente de 3 metros;  Uma parede de espelho;  Não possui som próprio, visto que divide o som com a sala principal;  Materiais de auxílios para as aulas, ao qual ocupam menos espaço, como colchões, barras, bolas e pesos de ginástica;  Piso de madeira laminada; Ao lado da sala secundária é possível perceber a sala do setor administrativo, onde a maior parte dos serviços internos é resolvida, onde são realizadas as reuniões e a onde ficam os registros e documentos importantes dos alunos.


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Figura 81 – Sala secundária de Pole Dance com outros materiais de apoio e acesso a sala do administrativo.

Fonte: Acervo pessoal

Nos fundos do salão, ainda mantendo a integração dos ambientes, é possível perceber uma copa, para alunos e funcionários, onde também é utilizada como cantina para venda de alimentação saudável (Fig. 82). Esta atividade possui a intenção de auxiliar na qualidade de vida e saúde do atleta, pois além dela, o estúdio disponibiliza acompanhamento nutricional com profissionais qualificados. A frente a copa, foi pensado em um espaço com mesas e cadeiras para auxiliar a mesma, e outro com pufes para descanso e espera. O sanitário de funcionários localiza-se ao lado da copa e do vestiário dos alunos. O vestiário possui cabines sanitárias e chuveiros ao seu lado direito. Ao lado esquerdo encontra-se os lockers para os alunos, onde as chaves ficam disponíveis no balcão da recepção, lavabo, espelhos e espaço para troca de roupas com um banco para auxílio. O acesso ao depósito de materiais é pelo lado esquerdo do vestiário, onde se encontra os lockers (Fig. 83). Figura 82 – Cantina com mesas de apoio, acesso aos sanitários de funcionários e clientes

Figura 83 – Lavabo, lockers e acesso ao depósito de materiais

Fonte: Acervo pessoal

Fonte: Acervo pessoal


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Como citado anteriormente, o estúdio possui pé direito, devido a existência do mezanino onde ocorrem duas atividades distintas ao pole dance: Academia feminina e salão de beleza (Fig. 85). Assim como a atividade de venda de produtos de beleza, alimentação e acompanhamento nutricional, atividades como estas também colaboram para proporcionar melhor qualidade aos alunos, além e atrair outros fregueses. O fato de estes espaços estarem inseridos dentro do estúdio incentiva os novos clientes a conhecerem o espaço e proporciona o interesse a prática do pole dance. O estúdio também oferece acompanhamento de personal trainer, tanto para as práticas esportivas de Pole Dance quanto a outras atividades físicas presentes na academia, aulas de Twerk, flexibilidade, ginástica funcional, pole fitness, pole kids, pole glamour, entre outras atividades físicas. Figura 84 – Acesso ao mezanino e área de descanso

Figura 85 – Salão de beleza

Fonte: Acervo pessoal

Fonte: Acervo pessoal

Figura 86 – Mezanino com academia feminina

Fonte: Acervo pessoal


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É importante destacar que a venda de produtos para Pole Dance no estúdio é uma integração de atividade que colabora na valorização do espaço e da dança. Visto que existem vários artigos específicos para pole dance, como por exemplo, os grips (produto para melhor aderência ao pole) e outros que também podem ser utilizados para outras necessidades como roupas de treino, que podem ser utilizadas em outras atividades físicas, e os famosos saltos para pole, que por sua beleza extraordinária muitas mulheres compram para utilizar em seus looks. O vestiário possui um depósito de limpeza do espaço, um sanitário unissex, um filtro de água, alguns bancos, um espelho, um trocador, para os alunos se sentirem mais confortável e os clientes experimentarem as vestimentas que são vendidas na loja do estúdio, além dos lockers para os alunos guardarem seus pertences. O acesso do vestiário é ao lado da recepção.

4.3. POLE DANCE BY SO - IL AT MOMA PS1 YOUNG ARCHITECTS PROGRAM

MoMA PS1 Young Architects é um evento anual que consiste em montar uma proposta para o pátio do museu MoMA de New York. Em 2010, a Solid Objectives Idenburg Liu (SO - IL) foi a vencedora com a proposta de paisagem urbana utilizando o Pole Dance como objeto principal do projeto, sendo exibida entre 25 de junho a setembro do mesmo ano. Trata-se de um projeto em área externa, em um dos museus mais famoso e conceituado do mundo, onde qualquer pessoa poderia interagir. O projeto mostra como o Pole Dance pode influenciar na arquitetura, sua importância, além de buscar valorizar esta arte e esporte desmistificando seu preconceito através da arquitetura. Este estudo de caso busca aferir, principalmente, os ideais e os conceitos utilizados pelos arquitetos.

4.3.1. LOCALIZAÇÃO E FICHA TÉCNICA DO PROETO Este projeto foi concebido no museu de MoMA, localizado na cidade Long Island, no estado de New York, ao qual faz parte de da Região Metropolitana de New York. O museu encontra-se na rua Jackson Ave (Fig. 87).


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Figura 87 – Localização do museu de MoMA

Fonte: Google Maps, 14/04/2016

 Ficha técnica: Figura 88 – Pole dance, vista aérea

Fonte: http://so-il.org


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Figura 89 – Pole dance, vista aérea

Fonte: http://so-il.org

Cliente: MoMAPS1 Programa: Outdoor interactive environment Área: 1.400 m² Estatus: Competição, primeiro lugar, completo em 2010. Equipe: Florian Idenburg, Jing Liu, Ilias Papageorgiou, Ted Baab, Iannis Kandyliaris, Daniel Kidd, Eric Lane, Ryan Madson, Kenzo Nakakoji, Cheon-Kang Park, Liz Shearer Collaborators: Structural Engineer: Buro Happold Instalação do som interativo: Arup Aplicativo móvel, gráficos, identidade: 2×4 Consultor de gestão de construção: Sciame


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4.3.2. CONCEITO DO PROJETO

A arquitetura na atualidade busca trabalhar com as formas, materiais e ideias mais diversificadas e inusitadas possíveis, tendo sempre em foco a sustentabilidade e muitas vezes aplicam-se os conceitos da arquitetura sensorial para criar espaços mais relaxantes, agradáveis e interativos, tanto em ambientes externos, quanto internos, trabalhando os sentidos humanos como: visão, audição, olfato, gosto e tato. Figura 90 – Sentidos humanos

Fonte: http://www.artofliving.org/br-pt

Os arquitetos consideraram o requisito de arquitetura temporária e definiram que, para a elaboração deste projeto, seria necessário realizar duas tarefas contraditórias: trazer calmaria e ser inebriante. Para isso, consideraram a coreografia como conceito, ao invés de objetos. “Imaginamos um ambiente participativo que reformula a relação conceitual entre a humanidade e a estrutura, interligando sistemas constantemente afetados por ação e ambientais fatores humanos, como chuva e vento” (SO - IL, 2010). É importante destacar que o mundo da dança é bastante vasto e muito conhecido mundialmente, sendo esta informação de conhecimento comum a todos, visto que a dança sempre foi presente na história da humanidade. Sendo assim, inúmeras possibilidades poderiam ser trabalhadas neste projeto. Mas apesar da grande variedade de danças, os arquitetos responsáveis pelo projeto buscaram utilizar somente uma, aos quais seus elementos integrassem com a arquitetura, formando-os em um só, de forma que proporcionassem a interação que buscavam entre a humanidade e a estrutura.


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Figura 91 – Pessoas interagindo com os poles e o parque urbano

Fonte: http://so-il.org

"No Pole Dance continuamos nossa exploração do potencial da arquitetura, para criar ambientes carregados sensorialmente, ao invés de formas finitas. "(SO – IL, 2010). Por ser tratar, não somente de uma dança, mas também de uma arte, um esporte, estar crescendo e precisar de visibilidade social, devido sua trajetória marcante e estereótipos que existem até atualmente, o Pole Dance foi optado para integrar a este projeto. Visto que os arquitetos perceberam o valor que o Pole Dance pode proporcionar na arquitetura sensorial, acreditando ser uma peça chave como uma nova ferramenta para possibilitar novos ambientes, lúdicos e inusitados, que conformam espaços relaxantes e agradáveis para a população, que atualmente busca por alternativas agradáveis que criam boas energias para a harmonia de seus sentidos e emoções (Fig. 92). Os sentidos humanos mais utilizados neste projeto foram: a visão, o tato e a audição. Figura 92 – Pessoas interagindo com os poles e o parque urbano

Fonte: http://momaps1.org


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É indispensável destacar que, além do conceito buscar integrar o Pole Dance como alternativa a ser explorada na arquitetura sensorial, também buscou integra-lo na sociedade, não só como esporte, mas principalmente como uma dança artística. Este fato pode ser constatado pelo projeto estar inserido dentro de um dos museus mais famosos do mundo e também por ter dado a oportunidade da população poder assistir a performances ao ar livre, em um ambiente completamente lúdico e diferente do conceito que as pessoas possuem ou conhecem (Fig. 93).

Figura 93 – Performances ao ar livre

Fonte: http://www.archdaily.com

4.3.3. O PARQUE URBANO

O terreno disponibilizado pelo museu é sua área externa que dá acesso da rua a edificação. Com 1.400 m² e formato geométrico, o espaço para criação não possuía nenhum elemento fixo, dando a total liberdade de criação (Fig. 94).


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Figura 94 – Antes da execução do projeto

Fonte: https://www.flickr.com

Os arquitetos elaboraram uma grade de 4,88x4,88 m de poles com 9,14 m de altura cada. Um total de aproximadamente 50 barras de Pole Dance fixadas somente por uma base estrutural resistente ao qual foi enterrado no solo para resistir aos futuros esforços. Todo o sistema foi montado a partir de materiais prontos ao qual facilitou na divisão de materiais a serem reutilizados após o termino do período da estrutura temporária e os outros componentes ao qual não seria possível esta reutilização. Figura 95 – Pole dance, planta baixa

Fonte: http://so-il.org


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Sobre de todo o pátio foi instalado uma rede de cordas elásticas, ao qual foram conectadas com todos os poles, ocasionando ondulações e movimentos conjuntos ocasionados por este entrelaçamento, conformando todas as estruturas em um único objeto (Fig. 97). Os mesmos são controlados pela elasticidade dos cabos, auxiliando na estrutura dos poles e proporcionando maior segurança (Fig. 96). A ideia da coreografia como conceito é representada por estes movimentos aleatórios que seriam proporcionando por fatores naturais, como por exemplo, o vento, ou fatores externos, como por exemplo, crianças brincando. Dando a impressão de que toda a estrutura estivesse dançando de acordo os acontecimentos.

Figura 96 – Esquema da estrutura dos poles

Figura 97 – Rede que se conecta a todos os poles

Fonte: http://so-il.org

Fonte: https://www.flickr.com

Os movimentos também poderiam ser vistos, não só pelo meio interno, mas também por qualquer transeunte da região, uma vez que a altura de quase 10 metros de barras de pole dance, permitia a visibilidade de seus movimentos por cima dos muros e assim atrair novas pessoas pela curiosidade e o desconhecido por trás dos portões do museu (Fig. 98). Esta ideia atua diretamente na sensação da visão, uma das mais impactantes, pois a mesma pode sentir a distância, sendo atraída pela mesma.


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Figura 98 – Estrutura principal

Figura 99 – Estrutura principal projetada para suportar todos os esforços futuros

Fonte: https://www.flickr.com

Fonte: https://www.flickr.com

Ainda chamando a atenção da visão do espectador, interno e externo, por cima das rede foi colocado várias bolas coloridas, onde além de se moverem de acordo com as circuntâncias, conformavam sombras e proporcionava aparência de possíveis jogos de regras inventadas (SO - IL, 2010). A estrutura também conta com redes para deitar, bancos lúdicos e luzes ambientes dispostas pelo espaço, todos eles coloridos para se constratar com a cor natural do pátio e harmonizar com as bolas que proporcionam sombreamento (Fig. 101). Figura 100 – Pessoas interagindo na areia

Fonte: http://so-il.org

Figura 101 – Trabalho visual apartir das cores

Fonte: http://so-il.org


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Figura 102 – Vista geral representando o trabalho visual das cores e altura dos poles

Fonte: http://momaps1.org

Buscando um elemento que proporcionasse alívio e relaxamento, os arquitetos pensaram na utilização da água, sendo assim istalaram nebulizadores pelo ambiente e uma piscina oval (Fig. 103), com o mesmo tom da paleta de cores usadas nos outros elementos coloridos, no meio da maior área do pátio, onde o piso de concreto não foi modificado e evitando a entrada de areia na mesma. Visto que no outro ambiente do pátio a areia foi utilizada em todo ambiente, trazendo aspécto de praia e sendo outro elemento de alívio e relachamento, além de proporcionar novas formas de lazer. Todos esses elementos físicos e texturas diferentes, trabalham com o tato humano. Figura 103 – Nebulizadores de água do parque urbano

Fonte: http://so-il.org


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Figura 104 – Pessoas interagindo na piscina do parque urbano

Fonte: http://so-il.org

A audição foi o terceiro sentido humano mais utilizado neste projeto, ao qual não foi somente aguçada, mas também buscou interagir com as pessoas e o ambiente como um todo, criando um conjunto de quadros de atmosféras dinâmicas de forma indeterminada. Esta interação funcionava através de um aplicativo de celular que controlava os sons dentro das instalações (Fig. 105). Oito barras de pole possuiam acelerômetros que convertiam os movimentos em tons especificamente compostas para a instalação (Fig.106). O som, de forma mais simples, era gerado pelo balançar das estruturas de acordo com os ventos. Mas quando o espaço se preenchia de pessoas interagindo entre si e com o meio, os sons eram desencadeados em sua forma mais ocilante. A instalação permitia a participação de até oito pessoas na criação dos efeitos sonoros, transformando a estrutura em um instrumento multiusuário. O aplicativo permitia a votação do público de forma colaborativa para a alteração do som ambiente, além de recolher os movimentos interativo dos poles, e dentro das instalações, e visualizar a atividade dinâmica em tempo real (SO - IL, 2010).


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Figura 105 – Aplicativo que controla as músicas via wifi

Figura 106 – Aplicativo que controla as músicas via wifi

Fonte: https://www.flickr.com

Fonte: https://www.flickr.com

4.4. ANÁLISE DOS ESTUDOS DE CASO

De acordo com Lobach (2001), quando se investiga, por meio de entrevistas diretas, o público de um produto consegue-se obter melhor as necessidades estéticas e reduzir o risco da não aceitação no mercado, levando em conta as necessidades do usuário e determinando funções estéticas e simbólicas ao uso dos produtos. Trazendo este conceito para a arquitetura, tornou-se perceptível a necessidade de estudos de casos e entrevistas diretas aos profissionais na área de Pole Dance. Estas pesquisas proporcionaram conhecimentos e ponderações indispensáveis a influenciar o objeto de estudo, mostrando suas características positivas em conluio a proposta dos aspectos avaliados. Cada espaço avaliado traz a seus usuários experiências cognitivas, sensoriais, funcionais e estéticas. Priorizando, de sua maneira, os conceitos e necessidades perceptivas no uso do espaço. Com a ideia de atrair novos públicos, integrar, valorizar e apresentar o Pole Dance da forma não conhecida simbolicamente. Sendo assim, buscam formar uma nova visão sobre esta prática ao qual tem crescido cada vez mais no mundo inteiro. Em todos os casos, a estética sempre é fundamental. Buscando atrair visualmente novos membros ou admiradores. “A função estética dos produtos é um aspecto psicológico da percepção sensorial durante o seu uso.” LOBACH (2001, p.59-60)


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A partir dos depoimentos das alunas, Thuane Araújo e Marcela Orthega, do Studio Metrópole foi possível confirmar a análise estética realizada sobre o estúdio. Onde as entrevistadas dizem que uma das coisas que mais a atraíram, além da receptividade dos profissionais, foi a estética espacial que o estúdio buscou oferecer e também a beleza da própria dança. E tratando-se de visão, é possível associar também a percepção sensorial, fator determinante para particularidade do parque urbano de Pole Dance projetado pelo escritório SO - IL, ao qual buscou ultrapassar as barreiras sociais e conceituar a importância do Pole Dance como objeto na arquitetura sensorial. A constatação deste conceito aplicado pelo escritório SO - IL foi, não somente a conquista do primeiro lugar do concurso MoMA PS1Young Architects Program, mas também o êxito da execução do projeto percebido por vídeos e fotografias divulgadas em diversos sites, onde aparece claramente as pessoas interagindo no local. Enquanto a função estética é percebida em primeira mão, a função prática só pode ser percebida através do uso (LOBACH, 2001). Por esta razão foi avaliado como funciona a associação de atividades, físicas ou não, que poderiam correlacionar com a prática do Pole Dance de forma atrativa. Por conseguinte, foi possível descobrir que esta relação seria possível se as atividades tivessem algum vínculo, mesmo que pequeno, com esta dança. Visto que no Studio Camila Fortunato, esta relação não só atrai novas pessoas na comunidade do Pole Dance, mas também pode trazer inúmeros benefícios aos alunos existentes, como qualidade na vida, saúde e maior disposição física.

4.5. ANÁLISE ERGONOMÉTRICA DO POLE DANCE

A partir dos dados coletados nos estudos de caso, pesquisas e entrevistas, foi possível desenvolver a análise ergométrica do Pole Dance, visto que é uma atividade física que exige espaços e estruturas específicas. Não só na sala de aula, mas também em palcos de apresentações, são utilizadas duas barras de Pole Dance, pelo menos. Para que não haja colisão do atleta com a barra, parede, mobiliários ou outros atletas próximos, é necessário manter uma distância mínima de pelo menos 2 m. Em estúdios pequenos nem sempre é possível manter este espaçamento. A fim de auxiliar e facilitar a visão do aluno com o espelho


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e visão do professor para os alunos, foi possível notar dois layouts mais usuais para a distribuição das barras de Pole Dance. Percebeu-se que estas formas de layout contribuem para que os espaços consigam se nortear para cumprir as distâncias mínimas entre as barras de Pole Dance (Fig. 107e 108). Figura 107 – Layout - Distância entre barras de pole dance

Fonte: Próprio autor Figura 108 – Layout - Distância entre barras de pole dance

Fonte: Próprio autor

Como as barras de Pole Dance suportam cargas e esforços muito grandes, seus apoios precisam de uma estrutura firme e rígida, como lajes e estruturas de apoio (Fig. 109). Sendo assim, não se deve apoia-las em forros ou coberturas tênues,


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principalmente instáveis. Ao comprar uma barra de Pole Dance os fabricantes informam e orientam onde não se deve instalar a fim de promover a segurança física do cliente. Figura 109 – Corte - Apoio sobre laje de concreto

Fonte: Próprio autor

Quando o espaço possuir quaisquer forros ou coberturas tênues, é necessário prever uma estrutura de apoio específica para atender as necessidades dos esforços exercidos em uma barra de Pole Dance. O método mais comum é a execução de vigas metálicas que irá servir de suporte unicamente para as barras (Fig. 110). Figura 110 – Corte - Apoio sobre viga metálica

Fonte: Próprio autor


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Atualmente o mercado conta com uma nova solução, a empresa Gaia Pole Fitness lançou prolongadores de gesso (Fig. 111, 112 e 113). Contudo, esta peça pode ser feita por qualquer empresa que trabalhe com estruturas e suportes metálicos. Por se tratar de uma peça simples. Figura 111 – Corte - Apoio sobre viga metálica

Fonte: Próprio autor

Figura 112 – Prolongador de gesso

Figura 113 – Prolongador de gesso

Fonte: http://loja.gaiapolefitness.com.br/

Fonte: http://loja.gaiapolefitness.com.br/


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Por se tratar de um esporte que possui várias modalidades, descritas no capítulo 1, o Pole Dance consta com mais de um modelo de barras, podendo ser desmontáveis (Fig. 114), removíveis, fixas, articuladas (Fig. 115), ou mesmo palcos portáteis (Fig. 116 e 117). Figura 114 – Barra de Pole Dance desmontável

Figura 115 – Barra de Pole Dance articulada

Fonte: http://loja.gaiapolefitness.com.br/

Fonte: http://loja.gaiapolefitness.com.br/

Figura 116 – Palco desmontável

Figura 117 – Palco desmontável

Fonte: http://loja.gaiapolefitness.com.br/

Fonte: http://loja.gaiapolefitness.com.br/

Para as modalidades que se utilizam as barras convencionais, existe as barras estáticas e as giratórias. A diferença é que a barra giratória possui um sistema de


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rolamento interno ao qual permite movimentos giratórios dentro de um eixo. Podendo ser travado para que a barra mantenha-se estática. O mercado oferece também sistemas de travamento de rolamento diferenciados para atender as necessidades de cada cliente (Fig. 118 e 119). Já as barras estáticas, não possuem o rolamento interno (Fig. 120). Figura 118 – Sistema de travamento de rolamento Standart

Figura 119 – Sistema de travamento de rolamento Quick Lock

Fonte: http://loja.gaiapolefitness.com.br/ Fonte: http://loja.gaiapolefitness.com.br/ Figura 120 – Barra estática

Fonte: http://loja.gaiapolefitness.com.br/

Existem também barras específicas para as modalidades de Aqua Pole e Fly pole. Visto que elas necessitam de uma estrutura de suporte maior e mais elaborado para comportar os mesmos.


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As barras de Aqua Pole (Fig. 121 e 122) possuem ventosas em sua base, para aderir à superfície, e sua altura deve ser proporcional a profundidade da piscina. Devendo ser entre 1,2m a 1,5m. Figura 122 – Barra de Aqua Pole Figura 121 – Barra de Aqua Pole

Fonte: http://loja.gaiapolefitness.com.br/

Fonte: http://loja.gaiapolefitness.com.br/

Já as barras para Fly Pole possuem um cabo de aço com uma das extremidades presa na laje, com o eixo no apoio de piso, e a outra na parte superior da barra. Somente sua base é fixada no chão, a parra é solta como um pêndulo e apoia na base para orbitar entorno de seu eixo (Fig. 123). Figura 123 – Corte - Barra para Fly Pole

Fonte: Próprio autor


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É importante ressaltar que as barras, suportes e estruturas para Pole Dance podem ser confeccionadas ou compradas em lojas específicas, tanto no Brasil como em outros países. Sendo que a grande maioria exporta para qualquer lugar do mundo. É possível encontrar barras com diversas alturas, cores, espessuras e tipos diferentes. Atualmente a variedade de produtos específicos para pole tem crescido em conjunto com o mercado e criação de novas empresas.


CAPÍTULO 5


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5. DIRETRIZES PARA O PROJETO ARQUITETÔNICO A proposta projetual busca atender as necessidades práticas e sensoriais do ser humano e principalmente adaptar os pontos analisados nos estudos de caso ao qual foram comprovados a sua eficácia através das pesquisas e entrevistas. Os principais pontos a serem incluídos são:  A associação de atividades artísticas, esportistas e circenses, que não só influenciam no Pole Dance atual, mas que também fizeram parte de sua história e que seja atrativo para a população;  A associação de atividades comerciais e profissionais que proporcionam qualidade de vida, saúde e beleza ao público alvo;  A arquitetura sensorial a fim de proporcionar uma estrutura ao qual utilize das modalidades do Pole Dance como objeto do mesmo, além de outras técnicas sensoriais nos ambientes externos e internos a serem projetados;  Planejar uma arquitetura que suporte todos os esforços das estruturas básicas necessárias para um estúdio de pole dance;  E a estética visual trabalhada através do desenvolvimento do design de interior, envoltória e paisagismo a serem planejados. Estas diretrizes associam-se a função simbólica, “é determinada por todos os aspectos espirituais, psíquicos e sociais do uso.” LOBACH (2001, p.64), que está ligada a experiências e sensações vividas pelo homem e que deriva dos aspectos estéticos dos produtos. A função simbólica nada mais é do que o estereótipo existente que será desconstruído através das características e ferramentas arquitetônicas descritas anteriormente, a fim de criar um novo conceito para o Pole Dance, ou seja, uma nova função simbólica.

5.1. PROGRAMA DE NECESSIDADES A partir dos estudos de caso, análise dos mesmos e as diretrizes projetuais alcançadas, foi possível determinar o programa de necessidades ao qual direcionou o desenvolvimento da proposta.


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Específicos do estúdio de Pole Dance:  Recepção geral com arquivo e sanitário acessível;  Sala da diretoria administrativa com sanitário;  Sala de reuniões;  Vestiários para funcionários;  Copa para funcionários com depósito de material de limpeza;  Uma sala principal de Pole Dance com barras fixas;  Uma sala de Pole Dance versátil com barras articuladas. Atividades comerciais e espaços complementares que correlacionam com o Pole Dance:  Lojas comerciais com acesso externo da edificação e sanitários próprios;  Café com lounge para alimentação fitness;  Academia com recepção, vestiários e depósito próprio;  Sala circense com espaço para Fly Pole;  Sala de dança com espaço para barras de pole removíveis e desmontáveis;  Jardim no terraço com espaço para prática de Pole Dance ao ar livre;  Jardim central com palco para apresentações de Pole Dance ou outras atividades artísticas;  Jardim frontal para atrair transeuntes.


CAPÍTULO 6


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6. TERRENO E SUAS CONDICIONANTES O terreno escolhido situa-se na Prainha (Fig. 126), subdivisão do bairro Centro de Vila Velha, localizado no município de Vila Velha (Fig. 125), no estado do Espírito Santo (Fig. 124) – Brasil. Figura 124 – Localização do município de Vila Velha

Figura 125 – Localização da subdivisão do bairro Centro de Vila Velha, a Prainha

Fonte: Google maps, 04/08/2016

Fonte: Google maps, 04/08/2016

Figura 126 – Localização do entorno do terreno na Prainha

Fonte: Google Maps, 04/08/2016


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A Prainha é uma região importante por ser denominada como seu centro histórico de Vila Velha. Em virtude de ser o berço da colonização brasileira, por Vasco Fernandes Coutinho, em 23 de maio de 1535, o donatário da capitania do Espírito Santo. Desde então, a Prainha contemplou diversas edificações, novas ou reformas, de épocas diferentes. Hoje, possuindo algumas das arquiteturas mais importantes da sua própria história e do Brasil, como por exemplo, o Convento da Penha, com sua construção dada em meados de 1558, e a Igreja Nossa Senhora do Rosário, construída em 1551. Com o desenvolvimento da região e com o passar dos anos, muitos aterros foram realizados, conformando a dimensão atual, além da maioria das antigas edificações antigas terem se perdido no tempo ou sido demolidas. Atualmente a Prefeitura Municipal de Vila Velha consta com projetos de lei que incentivam a cultura, turismo e preservação da arquitetura local, a fim de caracterizar e definir o que sobrou do centro histórico do município.

6.1. PARÂMETROS URBANÍSTICOS E CONDICIONANTES AMBIENTAIS

Após determinar o terreno, foi necessário estudar o Plano Diretor Municipal de Vila Velha para constatar se o projeto poderia ser implantado na região. Visto que é uma área de preservação do patrimônio histórico e cultural, possuindo exigências específicas que promovem a qualidade no centro histórico existente. Além das atividades e da arquitetura incentivarem o turismo, o Pole Dance tem se marcado presente na cultura contemporânea, crescendo mundialmente no ramo do esporte. O projeto prevê a requalificação do lote, trazendo qualidade para a região. Sendo assim, o mesmo se enquadra dentro das atividades delimitadas pelo zoneamento ao qual o lote se situa (ZPAC I – Zoneamento de Proteção do Ambiente Cultural II), estabelecida no Plano Diretor Municipal de Via Velha (Fig. 127 e128).


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Figura 127 – Zoneamento Urbanístico

Fonte: Plano Diretor Municipal de Vila Velha Figura 128 – Atividade a ser implantada no terreno

Fonte: Plano Diretor Municipal de Vila Velha

A zona onde o terreno está localizado prevê a preservação do cone visual do Convento da Penha (Fig. 129), sendo assim, há uma exigência maior em relação altura dos gabaritos, não permitindo mais que 2 pavimentos e que a altura das edificações não ultrapassem 9 m (Fig. 130). É importante ressaltar que após várias visitas ao terreno para análises locais, a direção dos ventos mais comuns são provindos da praia da Prainha e a trajetória solar é de nascente leste e poente oeste. Estes, assim como outros condicionantes ao qual serão descritos, foram importantes para algumas decisões do projeto.


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Figura 129 – Cone Visual do Convento da Penha

Fonte: Plano Diretor Municipal de Vila Velha Figura 130 – Tabela de índices urbanísticos

Fonte: Plano Diretor Municipal de Vila Velha

Ao analisar o entorno, foi notório a variação de gabaritos. Apesar da grande maioria atender o limite de 2 pavimentos, outras edificações ultrapassam este limite, interferindo na paisagem local e na preservação da vista do Convento. É perceptível a aglomeração de 3 edificações rentes ao lote, criando assim uma barreira física e esteticamente desagradável (Fig. 131 e 132).


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Figura 131 – Tabela de índices urbanísticos

Fonte: Próprio autor Figura 132 – Barreira Física dos altos gabaritos

Fonte: Próprio autor


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Ao avaliar a situação do cone visual do Convento da Penha in loco, o local do terreno com maior facilidade para visualizar o Convento é em sua esquina (Fig. 133). Tornando assim, um fator importante a ser valorizado no projeto. Figura 133 – Visual do Convento da Penha no terreno

Fonte: Próprio autor

Percebe-se que a região é composta, em sua maioria, por residências. Possuindo também edificações mistas e comerciais que contemplam atividades econômicas locais simples. Sendo, muitas delas, pertencentes a moradores da região. As atividades mais comuns são na área de vestuário e serviços alimentícios (Fig. 134).


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Figura 134 – Mapa de uso e ocupação do solo

Fonte: Próprio autor

O terreno possui fácil acesso, tanto para pedestres e ciclistas por se tratar de uma área residencial com pouco tráfego, mesmo possuindo o início de duas vias arteriais, e por estar próximo da ciclovia da Avenida Champagnat. Também possui um ponto de ônibus onde param tanto os municipais, quanto os intermunicipais, além do fácil acesso de carros e motos, com muitos estacionamentos públicos já dispostos nas


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vias (Fig. 135). Sendo assim, não existe a necessidade de criar uma garagem específica para o estúdio, mas sim a reserva de um espaço para vagas de garagem de acordo com os índices pré-estabelecidos no Plano Diretor Municipal de Vila Velha. Figura 135 – Mapa viário do entorno

Fonte: Próprio autor


CAPÍTULO 7


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7. PROJETO 7.1. CONCEITO

O conceito do projeto é apresentar uma nova função simbólica para o pole dance, retratando-o como esporte e como uma ferramenta para a arquitetura sensorial. Desconstruindo o estereótipo atual do Pole Dance como “dança de puta” e instituindo um novo paradigma, integrado a outras atividades físicas ao qual este esporte se relaciona tanto na parte funcional, prática, estética e artística.

7.2. PARTIDO

Dois

partidos

arquitetônicos

foram

adotados

como

fundamentais

e

indispensáveis para o início do esboço da arquitetura. Sendo eles: o gabarito e um pátio interno. A necessidade do desenvolvimento do gabarito da edificação foi embasada no estudo do terreno e do Plano Diretor Municipal de Vila Velha, onde percebeu que ao trabalhar com pé direitos, simples e duplos, conseguiria desníveis que alcançariam fatores estéticos e funcionais. Trazendo maior dinâmica na fachada, respeitando o cone visual do Convento a Penha e valorizando o marco o visual da a esquina do terreno, e compondo com as alturas dos gabaritos existentes buscando evitar uma composição homogenia (Fig. 136). Figura 136 – Croqui inicial do gabarito

Fonte: Próprio autor


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A ideia inicial era que o ideal seria todo o paisagismo ser frontal junto com a elaboração de um palco de apresentações. Mas após estudos de setorização e divisão do espaço público e privado da edificação percebeu-se que um do pátio interno conseguiria ser mais funcional e viável. Visto que no projeto de MoMA o espaço de utilização dos poles não era perceptível para o transeunte que estivesse nas ruas. O que os iriam atrair, eram outras características arquitetônicas e sensoriais. Sendo assim, um pátio interno pode proporcionar um espaço aberto ao público onde é possível um primeiro conato com o Pole Dance de forma mais lúdica, visto que o paisagismo sensorial buscaria trazer a ligação funcional de um palco de apresentações. Figura 137 – Croqui da setorização inicial

Fonte: Próprio autor

.


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7.3. MEMORIAL DESCRITIVO Figura 138 – Planta de situação

Fonte: Próprio autor

Na planta de situação (Fig. 138) é possível ver a conformação atual do terreno escolhido. Desde o início do desenvolvimento desde projeto a ideia era encontrar um terreno de esquina para trabalhar com pátios com apresentações e possuir uma maior visualização da edificação a partir do ponto de vista do observador. Outro fator fundamental para a composição da arquitetura é a vista do Convento da Penha a partir do terreno. Para os cidadãos vila velhences, a vista do Convento da Penha é uma das mais belas da cidade, por sua arquitetura marcante e iluminações em épocas festivas, além do seu significado simbólico, ao qual remete paz e tranquilidade. Significado este que contrapõe os estereótipos vivenciados pelos praticantes do Pole Dance, fortalecendo a ideia do modelo proposto do projeto.


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Figura 139 – Tabela de vegetação

Fonte: Próprio autor


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Figura 140 – Implantação

Fonte: Próprio autor


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Buscando atrair visualmente os transeuntes da região, foi pensado em um paisagismo sensorial elaborado com vegetações (Fig. 139) coloridas, floridas, aromáticas e frutíferas, mantendo a interação fisicamente das pessoas e procurando atrair os “olhos curiosos” das pessoas da região, trazendo tranquilidade para o local e trabalhando as sensações de todas as pessoas (Fig. 140). Figura 141 – Pátio frontal

Fonte: Próprio autor


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Figura 142 – Setorização do pavimento térreo

LEGENDA Lojas

Administrativo

Pátio Central

Academia

Estacionamento

Acessos recepção

Café + Louge

Jardim lateral

Acessos pátio central

Fonte: Próprio autor


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Na planta de situação (Fig. 142) é possível perceber que a edificação consta com dois acessos para o setor administrativo, sendo o principal na esquina do terreno e o acesso secundário pelo pátio interno. Ambos chegam na recepção geral que irá atender toda a edificação e orientar a todos os clientes. A recepção (Fig. 143, 144 e 145) consta com um sanitário público unissex acessível e arquivo de apoio para organização dos documentos e interliga com toda a circulação principal do estúdio. O pátio interno também possui dois acessos, que dividem a área privada e a área pública da edificação, ficando a critério do dono do empreendimento a utilização de portas automáticas adaptáveis ao teto. Figura 143 – Administrativo

Fonte: Próprio autor


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Logo no ambiente da recepção temos a sala de direção administrativa e ao lado uma sala de reuniões, ao qual poderá ser usada também como sala de orientação para alunos e atletas que quiserem ter acompanhamento com profissionais da saúde, como nutricionista. Assim, sempre que necessário, o profissional terceirizado agendará o horário na recepção. Figura 144 – Perspectiva acesso da recepção

Fonte: Próprio autor Figura 145 – Perspectiva da entrada principal a edificação

Fonte: Próprio autor

Dando suporte aos funcionários, existe uma circulação de serviço que consta com vestiário masculino e feminino, copa pra refeições e um depósito de material de limpeza. O acesso as salas de dança são pela escada principal que fica ao lado do


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elevador Synergy Modular. Este elevador foi escolhido por não possuir casa de máquinas e atender as funções estéticas e funcionais. Os acessos que dão ao pátio interno (Fig. 146 e 147) conectam as atividades que se correlacionam com o Pole Dance. São estes:  Acesso café: Academia de musculação (Fig. 149), com recepção própria, vestiários e depósitos. E café/lanchonete fitness com louge que se integra no segundo piso com o espaço de vivência das salas de dança.  Acesso artes: Duas lojas para comércio de vendas (Fig. 148), preferencialmente fitness, podendo ser de vestuário ou suplementos alimentares. Figura 146 – Perspectiva acesso café

Fonte: Próprio autor Figura 147 – Perspectiva acesso artes

Fonte: Próprio autor


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Figura 148 – Lojas comerciais

Fonte: Próprio autor

Ao situar estas atividades no térreo, nos corredores de acesso do pátio interno, a arquitetura induz as pessoas a entrarem na edificação e explorar o ambiente como um todo. Descobrindo os espaços e aguçando seus sentidos. Podendo observar exposições artísticas nestes acessos, ao som de águas dos espelhos de água, protegido por vidro para que as pessoas não caiam, além de paredes verdes que compõem junto com as paredes de tijolo inglês branca na fachada e as paredes de tijolo canjica na parede das artes, trazendo a releitura dos matérias comumente utilizados nas fachadas das edificações da Prainha de Vila Velha.


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Figura 149 – Academia

Fonte: Próprio autor


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Figura 150 – Café Fitness

Fonte: Próprio autor


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Figura 151 – Perspectiva acesso do Café Fitness

Fonte: Próprio autor

Afim de conectar a vivência entre atletas, clientes e transeuntes, foi projetado um café com lounge em paredes de vidro (Fig. 150 e 151), para que quem estivesse em seu interior possam ver tanto o movimento e atrações do pátio interno, quanto o movimento das calçadas, ruas e jardins frontais. Assim como os transeuntes que podem visualizar a vivência do café. O lounge do café localiza-se no pavimento superior, podendo ser acessado por uma escada na área do café, ao qual integra os espaços do mesmo. Visto que a edificação se encontra em um terreno plano, buscou-se criar desníveis, no pátio central (Fig. 152), ao qual fariam a releitura de um espaço teartral, a partir dos elementos paisagísticos, com palcos e platéia. Este espaço é ornamentado com vegetações (Fig. 139) coloridas, floridas, aromáticas e frutíferas, bancos de madeira, gramas naturais, um espaço com rede, ao qual esconderia a cisterna deixando-a acessível da mesma forma para manutenções necessárias. A ideia é que as pessoas que estiverem do ambiente possam escolher qual a forma mais confortável de se assistir à apresentação, sentadas ou deitadas, permitindo também o acesso de pessoas com mobilidade reduzida, pela existência de rampas, decks de madeira e piso de cimento queimado, todos planos. O palco consta com uma cobertura em pergolado com vidro integrando-se ao espaço, além de um camarim próprio para eventuais trocas de figurinos e espaço para barras de pole dance (Fig. 153, 154 e 155).


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Figura 152 – Pátio Central

Fonte: Próprio autor


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Figura 153 – Perspectiva acesso ao pátio pelas lojas

Fonte: Próprio autor Figura 154 – Perspectiva acesso ao pátio pela academia

Fonte: Próprio autor


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Figura 155 – Perspectiva do pátio central, vista do palco

Fonte: Próprio autor Figura 156 – Perspectiva do pátio centra, vista aérea

Fonte: Próprio autor

As pessoas que que estiverem no lounge do café, jardim terraço, no hall das salas de dança, das lojas e da sala do diretor também poderão assistir a quaisquer apresentações por possuírem espaços reservados com visuais direto para o palco do pátio central, além de bancos de madeira para as pessoas poderem se acomodar de acordo com as necessidades de cada ambiente. A ideia de utilizar outros espaços da edificação permite a maior integração de todos os ambientes com o paisagismo, além da possibilidade do aumento do número de telespectadores (Fig.156).


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Figura 157 – Primeiro pavimento

Fonte: PrĂłprio autor


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Figura 158 – Primeiro pavimento e setorização

LEGENDA Hall das salas

Sala de dança

Sala de pole

Vestiários

principal Sala de pole

Vivência

versátil Fonte: Próprio autor

Sala Circense


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O primeiro pavimento (Fig. 157 e 158) pode ter acesso pelo lounge do café, que também é área de vivência do andar, ou pela circulação vertical principal que se encontra na recepção, ao qual possui o elevador acessível para todos os setores da edificação. Neste andar se encontra os vestiários (Fig. 159), feminino e masculino, que atendem a todos os ambientes deste pavimento e de quem estiver no terraço e necessitar usa-los. Figura 159 – Vestiário para atletas

Fonte: Próprio autor

A sala principal da edificação é a sala de Pole Dance (Fig. 160), que consta com 15 barras de Pole Dance com mais de 4 m de comprimento, por possuir um pé


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direito duplo, assim como a sala circense (Fig. 161), que se encontra na outra extremidade do pavimento. Nele, a única barra de Pole Dance é a Barra de Fly Pole, por ser muito usada em apresentações de circo e necessitar de um espaço maior para utilização. Figura 160 – Sala de Pole Dance principal

Fonte: Próprio autor


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Figura 161 – Sala circense

Fonte: Próprio autor

Afim de atender a outras modalidades de dança, a edificação também comporta uma sala de dança (Fig. 163), sem barras de pole dance, podendo instalar as barras caso aja necessidade e uma sala de pole dance versátil (Fig. 162), ao qual possui barras de pole dance com base flexível, para que quando não forem utilizadas, poderão ser dobradas e apoiadas em ganchos instalados na laje. Todos as salas de dança possuem piso de madeira próprio para tais atividades e não possuem forros


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para comportar as barras de pole dance. É importante destacar também que a academia possui piso específico e que as paredes externas são duplas com tratamento acústico e as paredes internas do segundo pavimento são de drywall acústicas e específica para pavimentos duplos. Figura 162 – Sala

Fonte: Próprio autor


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Figura 163 – Sala circense

Fonte: Próprio autor

Pensando no melhor conforto dos alunos e atletas, foi projetado um hall para atender as salas de dança. Ele comportaria bancos de madeira e lockers para que os alunos e atletas guardassem seus pertences, se acomodassem e esperassem a sua aula, afim de que eles não tumultuassem as salas de dança, nem seus pertences, evitando a obstrução da passagem nas salas. A sala de dança foi projetada para atender os mais diversos tipos de dança ou, caso aja necessidade, até mesmo o pole


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dance, podendo adicionar barras de pole desmontáveis, flexibilizando a utilidade desta sala (Fig. 163). Na tabela a seguir (Fig. 164), está disposta alguns materiais pensados para a serem usados no interior e exterior da composição da arquitetura. Figura 164 – Tabela de materiais

Fonte: Próprio autor


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Figura 165 – Perspectiva para a fachada das salas de dança

Fonte: Próprio autor Figura 166 – Perspectiva aérea da esquina da edificação

Fonte: Próprio autor

É importante destacar que o lounge do café também possui barras de pole coloridos que se compõe como ornamentos do interior, como a cobertura de vidro colorido acima das barras, além da sua função tradicional permitindo com que as pessoas interajam com o ambiente (Fig. 167 e 168). O espaço é todo em vidro, para que as pessoas que estiverem na rua possam visualizar a interação das pessoas com o mesmo e para que as pessoas que estiverem no louge possam ver a qualquer apresentação que esteja acontecendo no pátio interno. Também é possível ver a interação das pessoas com o louge a partir do pátio interno. Além de possuir a vista privilegiada para o Convento da Penha.


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Figura 167 – Louge café e vivência

Fonte: Próprio autor Figura 168 – Perspectiva cobertura do café

Fonte: Próprio autor


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Figura 169 – Jardim Terraço

Fonte: Próprio autor

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Figura 170 – Jardim Terraço ZOOM

Fonte: Próprio autor

O último andar contempla o jardim terraço (Fig. 169 e 170), que busca um espaço de interação com mobiliários de exercícios, playgroud e barras de pole e que podem ser usados na prática do Pole Street. Ele possui a visão para todo o terreno e alguns ambientes específicos como:  Visão para o pátio interno para apreciação de qualquer apresentação.  Visão privilegiada para o Convento da Penha.  Visão para a cobertura verde com abertura zenital em vidro colorido do louge do café.  Visão para janela da sala circense


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O espaço com as barras de pole dance estão na área de deck de madeira, para aliviar o impacto da dança e exercícios, e são protegidas por uma cobertura de vidro colorido (Fig. 171) ao qual compõe com o piso vinílico colorido do playgroud e com a cobertura do lounge do café (Fig. 172). Ele também possui espaço para assistir as apresentações no palco, como já mencionado e lockers para atender as necessidades dos usuários. Este ambiente foi pensado também nas crianças, filhos de atletas, alunos, funcionários ou visitantes e também nas crianças que são alunas e atletas do studio. Trazendo a ideia de pole como ferramenta da arquitetura sensorial, o street pole, por ser visto da rua e das calçadas do entorno, teria o intuito de atrair visitantes. Figura 171 – Perspectiva deck do jardim terraço

Fonte: Próprio autor Figura 172 – Perspectiva playground do jardim terraço

Fonte: Próprio autor


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Figura 173 – Planta de Cobertura e áreas técnicas

Fonte: Próprio autor


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A cobertura da edificação possui espaços para áreas técnicas que forem necessárias para a instalação de máquinas, como por exemplo, condensadores (Fig. 173, 174, 175 e 176). Figura 174 – Planta de Cobertura e áreas técnicas das salas de dança

Fonte: Próprio autor


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Figura 175 – Planta de Cobertura e áreas técnicas do louge do café e do palco do pátio central

Fonte: Próprio autor


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Figura 176 – Planta de Cobertura e área técnica da sala circense

Fonte: Próprio autor

Nos cortes e elevações é notável o desenvolvimento, e estudo, dos níveis e dos pés direitos trabalhados na edificação, além de como eles foram integrados com os ambientes (Fig. 177, 178, 179, 180, 181, 182, 183 e 184).


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Figura 177 – Corte AA

Fonte: Próprio autor


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Figura 178 – Corte BB

Fonte: Próprio autor


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Figura 179 – Corte BB ZOOM

Fonte: Próprio autor


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Figura 180 – Corte BB ZOOM

Fonte: Próprio autor


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Figura 181 – Elevação lateral

Fonte: Próprio autor


137

Figura 182 – Elevação principal

Fonte: Próprio autor


138

Figura 183 – Elevação principal ZOOM

Fonte: Próprio autor


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Figura 184 – Elevação principal ZOOM

Fonte: Próprio autor


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Por ser uma edificação com um volume moderno, foi pensado na utilização de materiais e cores comumente utilizados, e mais presentes, na Prainha. Além de materiais que componham entre si e que resistam as intempéries dos tempos e climas, no caso do aço e placas de ACM coloridas e foscas, não destoando dos outros materiais e visto que os mesmos resistiriam por mais tempo sem a necessidade de manutenções constantes. As janelas e vão foram trabalhados de formas mais lúdicas, e por isso as molduras de aço preto fosco são pequenas, para compor com o mesmo movimento que o volume propõe. As cores branco, azul, verde e marrom são uma das cores mais presentes na região e que foram escolhidas na composição da fachada e do paisagismo (Fig. 185). Figura 185 – Perspectiva acesso da recepção

Fonte: Próprio autor Figura 186 – Processo de estudo para placa de aço corten

Fonte: Próprio autor


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Visando aderir uma das propostas do projeto de pesquisa “Arquitetura da Memória” coordenado pela Doutora Simone Neiva, foram estudados os detalhes de fachada dos patrimônios tombados da região para selecionar apenas um que pudesse se tornar um padrão de repetição para a placa de aço corten que iria compor com as facadas, disfarçando as janelas padrões e basculantes, de copas, cozinhas, sanitários e vestiários. Sendo assim, a escolha foi o brasão do frontão da fachada da igreja Nossa Senhora do Rosário (Fig. 186 e 187). Figura 187 – Perspectiva acesso da recepção

Fonte: https://issuu.com/spinasse/docs/iconografia__igrejas_coloniais_es


8 CONSIDERAÇÕES FINAIS


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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a análise da história do Pole Dance e os estudos de caso apresentados, vimos a importância da criação de um espaço físico adequado e moderno para o desenvolvimento e prática do Pole Dance como uma dança e atividade física. Levando em consideração o planejamento arquitetônico e a integração de atividades diferentes que correlacionam com o Pole Dance, o projeto foi criado com a finalidade de desmistificar o Pole Dance, criando atrativos para a conquista de novos alunos a ingressar nesta atividade física e fidelizar aqueles que já fazem desta dança uma prática importante que contribui para a saúde e estética corporal. Portanto com o presente trabalho foi possível estabelecer um espaço planejado arquitetonicamente e criar um estúdio onde o Pole Dance poderá ser visto como arte, dança ou esporte, partindo de vários atrativos: espaço físico adequados as aulas, atividades complementares oferecidas durante os treinos, aparelhagem da academia, recepção dos alunos e profissionais envolvidos no processo das aulas. Este projeto serve de embasamento para planejamento e desenvolvimento projetual de novos espaços físicos para práticas de Pole Dance, buscando a qualidade dos espaços, atrair novos clientes, apresentar novas modalidades, incentivar a prática esportiva e ter conhecimento de outras atividades que agregam valores tanto ao Pole Dance, trazendo qualidade de vida aos clientes, como atrativo de novas pessoas.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CÂMARA MUNICIPAL DE VILA VELHA. Plano diretor municipal de vila velha. Disponível em: <http://www.cmvv.es.gov.br/pdm/pdm-vv-2007-pdm-lei-4575-07consolidado-texto.pdf>. Acesso em: 05 set. 2016 CIRCOPEDIA. The chinese acrobatic theater. Disponível em: <http://www.circopedia.org/the_chinese_acrobatic_theater>. Acesso em: 17 mar. 2016. FORTUNATO, Camila. Tudo sobre o Studio Camila Fortunato – Unidade de São Bernardo do Campo By Juliana Munis. São Bernardo do Campo, Studio Camila Fortunato – Unidade de São Bernardo do Campo By Juliana Muinis, 25 abr. 2016. Entrevista a Caroline de Victa. GAIA POLE FITNESS. Equipamentos de Pole Dance. Disponível em: < http://loja.gaiapolefitness.com.br/>. Acesso em 20 set. 2016. GLOBO.COM. Pole Dance tenta virar um esporte, e brasileira escreve livro de arbitragem. Disponível em: <http://globoesporte.globo.com/outrosesportes/noticia/2011/10/pole-dance-tenta-virar-um-esporte-e-brasileira-escrevelivro-de-arbitragem.html>. Acesso em: 06 abr. 2016. INTERNATIONAL POLE DANCE FITNESS ASSOCIATION. History of pole. Disponível em: <http://ipdfa.com/about/history-of-pole/>. Acesso em: 02 mar. 2016. ISSUU. Iconografia igrejas coloniais es. Disponível em: <https://issuu.com/spinasse/docs/iconografia__igrejas_coloniais_es>. Acesso em: 28 out. 2016. LOBACH, BERND. Desing industrial: Bases para a configuração dos produtos industriais. 01 ed. São Paulo: EDIGARD BLUCHER LTDA., 2001. NEUFERT, Ernst. Arte de projetar em arquitetura: Princípios, normas e prescrições sobre construção, instalações, distribuição e programa de necessidades, dimensões de edifícios, locais e utensílios. 18 ed. São Paulo: Gustavo Gili do Brasil, 2013. MALLAKHAMB FEDERATION OF USA. About mallakhamb. Disponível em: <http://www.mallakhamb-usa.org/mallakhamb-fed-usa/home/mallakhamb>. Acesso em: 02 mar. 2016. MALLAKHAMB INDIA. History. Disponível em: <http://www.mallkhambindia.com/#home>. Acesso em: 02 mar. 2016. MANUAL OF CHINESE POLE. Manual of chinese pole. Disponível em: <http://www.fedec.eu/datas/files/m5(uk).pdf>. Acesso em: 17 mar. 2016. MIRANDA, Lilian. Tudo sobre o Studio Metrópole. São Paulo, Studio Metrópole, 22


abr. 2016 e 24 abr. 2016. Entrevista a Caroline de Victa. MOMA PS1. Pole Dance by solid objectives - idenburg liu. Disponível em: <http://momaps1.org/yap/view/13>. Acesso em: 02 mai. 2016. MUNIS, Juliana. Tudo sobre o Studio Camila Fortunato – Unidade de São Bernardo do Campo By Juliana Munis. São Bernardo do Campo, Studio Camila Fortunato – Unidade de São Bernardo do Campo By Juliana Muinis, 25 abr. 2016. Entrevista a Caroline de Victa. NEW PUNE GYMKHANA. Information about mallakhamb. Disponível em: <http://www.newpunegymkhana.org/mallakhamb_info.html>. Acesso em: 02 mar. 2016. OHIO STATE UNIVERSITY LIBRARIES. The beginnings of burlesque. Disponível em: <https://library.osu.edu/projects/women-in-tights/beginnings.html>. Acesso em: 25 mar. 2016. POLE & ART STUDIO. Pole dance. Disponível em: <http://www.poleartstudio.com/pole-dance>. Acesso em: 05 mar. 2016. SHARMA, Rajkumar. MALLAKHAMB: SPORT OF MALLAKHAMB : A TRADITIONAL GAME OF INDIAN CULTURE. ResearchGate, [S.L], v. 01, p. 01-10, nov./jun. 2016. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/284593605_SPORT_OF_MALLAKHAMB_ A_TRADITIONAL_GAME_OF_INDIAN_CULTURE>. Acesso em: 05 mar. 2016. SHEILA KELLEY. About sheila kelley. Disponível em: <http://www.sfactor.com/sheilakelley/aboutsheila.html>. Acesso em: 03 abr. 2016. SO-IL POLE DANCE. Concept. Disponível em: <http://poledance.so-il.org/concept>. Acesso em: 02 mai. 2016. SO-IL. Pole dance. Disponível em: <http://so-il.org/archive/99/>. Acesso em: 02 mai. 2016. STERRETT, Claire Griffin. Pole story: Essays on the power of erotic dance. 01 ed. [S.L.]: Dr. Cindy Shearer, 2011.



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