Biocomb Maio-Junho 2013

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• Maio/Junho 2013

MAIOR PRODUTOR DE DENDÊ DO PAÍS, PARÁ PASSA A INVESTIR EM BIODIESEL Estado é responsável por 90% da produção de dendê no Brasil. Pará produz por ano 770 mil toneladas de óleo de palma. PÁGINA 13

JOVEM CRIA MANEIRA DE TRANSFORMAR PLÁSTICOS EM BIOCOMBUSTÍVEIS Segundo o portal da Siemens, a jovem estava inconform ada com a grande quantida de de plástico consumid a em seu país, que chega a cerca de um milhão de toneladas por ano. Por isso, teve a ideia de desenvol ver uma solução. PÁGINA 06


SUMÁRIO 04 Apoios públicos a biocombustíveis são fardo para países da UE 05 Pesquisadores avaliam microrganismos para produção de etanol 2G

6 Jovem cria maneira de transformar plásticos em biocombustíveis

08 Pesquisadores obtêm diesel a partir de bactéria humana

10 OCB e entidades querem desonerar produção de biodiesel

12 Governo estabelece novo modelo para estoque de biodiesel

13 Maior produtor de dendê do país, Pará passa a investir em biodiesel

14 UFPR pesquisa bioenergia a partir de microalgas

15 Leilão de energia eólica se baseará na infraestrutura de transmissão

Imagem da Capa: Vector Free


• Maio/Junho 2013

Carta ao Leitor

MAIOR PRODUTOR DE DENDÊ DO PAÍS, PARÁ PASSA A INVESTIR EM BIODIESEL Estado é responsável por 90% da produção de dendê no Brasil. Pará produz por ano 770 mil toneladas de óleo de palma. PÁGINA 13

Nesta edição da Revista Biocombustíveis em Foco, um dos destaques é a egípcia Azza Abdel Hamid Faiad, de apenas 16 anos que criou uma forma de transformar plásticos em matéria prima para biocombustível. Outro destaque desta edição é o estado do Pará, maior produtor de dendê do país que passou a investir em biodiesel. A publicação fala ainda sobre a produção de diesel a partir de bactéria humana, entre outros temas. Caso tenha alguma sugestão de matéria ou artigo para a próxima edição do Biocombustíveis em Foco, envie um e-mail para nossa equipe.

JOVEM CRIA MANEIRA DE TRANSFORMAR PLÁSTICOS EM BIOCOMBUSTÍVEIS Segundo o portal da Siemens, a jovem estava inconformada com a grande quantidade de plástico consumida em seu país, que chega a cerca de um milhão de toneladas por ano. Por isso, teve a ideia de desenvolver uma solução. PÁGINA 06

EXPEDIENTE Editor Chefe Marco Ortega - marco.ortega@iica.int

Vice-Editor Daniel Torres - daniel.torres@iica.int

Tenha uma boa leitura!

Assessoria de Comunicação Caroline Esser - caroline.esser@iica.int

Diretora de Arte

CAROLINE ESSER

Caroline Esser - caroline.esser@iica.int

Diagramação Caroline Esser - caroline.esser@iica.int


APOIOS PÚBLICOS A BIOCOMBUSTÍVEIS SÃO FARDO PARA PAÍSES DA UE

P

eso no orçamento vai ter peso cada vez mais significativo

Fonte: TVI24 horas

O

s apoios públicos à indústria dos biocombustíveis vão ter um peso significativo nos orçamentos dos países comunitários, se a atual política para este setor ficar inalterada, concluiu um estudo divulgado esta quarta-feira por organizações não-governamentais, citado pela Quercus. Em comunicado, a Quercus refere que o estudo realizado pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD na sigla em inglês) mostra que, a manter-se a atual política europeia para os biocombustíveis até 2020, os apoios públicos à indústria terão um peso significativo nos orçamentos dos países da União Europeia, alguns já endividados pela crise financeira. O estudo destaca que os apoios públicos para os biocombustíveis são da mesma ordem de grandeza que o custo de investimento necessário para a indústria automóvel reduzir as emissões de dióxido de carbono [CO2] dos novos veículos ligeiros de passageiros, um investimento que poderia evitar a emissão de 40 milhões de toneladas de CO2, e ser compensado através da redução das importações de petróleo. Chamado “Biocombustíveis A que custo? Uma revisão dos custos e benefícios da política de biocombustíveis da União Europeia” , este relatório analisa os vários apoios públicos atribuídos pelos governos à indústria para a produção, incorporação e consumo de biocombustíveis no mercado europeu. A manterem-se os atuais objetivos e política europeia, diz a Quercus, a incorporação de biocombustíveis poderá atingir 8,6% em 2020, sobretudo, biodiesel, e vai exigir apoios públicos adicionais que poderão chegar a um total de 33,1 mil milhões de euros entre 2014 e 2020. Os ambientalistas salientam que, se uma proposta apresentada pela Comissão Europeia for aprovada, os apoios públicos anuais para os biocombustíveis poderão ir dos 9,3 [mil milhões] aos 10,7 mil milhões de euros, incluindo isenções fiscais pagas pelos Estados (5,8 mil milhões), aumento de preço pago pelos consumidores (318 milhões a 736 milhões para bioetanol e três a quatro mil milhões para biodiesel) e fundos para investigação e desenvolvimento (52 milhões). O estudo mostra ainda que os apoios públicos são inferiores ao volume de negócios da indústria europeia de biocombustíveis (estimado entre 13 e 16 mil milhões de euros) e que os apoios públicos anuais ultrapassam o investimento feito pela indústria em novas instalações para produzir biocombustíveis, desde 2004 (6,5 mil milhões de euros). As organizações Quercus, LPN, SPEA e Oikos defendem que, num contexto de atual crise económica que a Europa atravessa, os biocombustíveis não representam apenas uma ameaça para a política climática e energética da UE e uma ameaça para a segurança alimentar das populações mais desfavorecidas dos países em desenvolvimento, mas também são um fardo para a economia europeia».


PESQUISADORES AVALIAM MICRORGANISMOS PARA PRODUÇÃO DE ETANOL 2G FONTE: AGORA MS

N

o primeiro ano de trabalho do projeto Insumicro, a Embrapa Agroenergia e instituições parceiras já avaliaram mais de 10 mil microrganismos quanto à capacidade de fermentar diferentes tipos de açúcar ou produzir enzimas que decompõem a parede celular vegetal. O objetivo é encontrar linhagens que possam ser empregadas na produção de etanol celulósico. Também identificado como de segunda geração (2G), esse biocombustível pode ser produzido a partir principalmente de resíduos como o bagaço da cana-de-açúcar e os provenientes da indústria madeireira. Embora já haja conhecimento tecnológico para produzir etanol 2G, o custo, especialmente das enzimas, ainda é muito elevado. Além disso, ainda não há leveduras eficientes para fermentar industrialmente a xilose – um dos açúcares presentes na parede celular das biomassas usadas como matériasprimas. É na biodiversidade microbiana brasileira que os pesquisadores do projeto Insumicro estão

buscando soluções para a redução desses custos. Para aumentar as chances de encontrar linhagens promissoras, os cientistas estão se valendo de uma ferramenta avançada de biologia molecular – a metagenômica. Por meio dela, é possível estudar os 99% de microrganismos presentes na natureza que não são cultiváveis. Para tanto, os cientistas extraem o DNA e o inserem em espécies que podem ser cultivadas, produzindo clones. A líder do projeto, Betania Quirino, conta que a equipe já constituiu três bibliotecas metagenômicas com fragmentos de DNA de microrganismos. Centenas de milhares de clones gerados foram analisados, o que identificou vários com capacidade de gerar enzimas que degradam a parede celular vegetal. “Agora, vamos entrar na parte mais desafiadora do projeto, que é testar as enzimas no processamento da biomassa”, afirma. No Laboratório de Processos Bioquímicos da Embrapa Agroenergia, o trabalho inicial da nova etapa do projeto será o

escalonamento da produção de enzimas e a caracterização delas, explica a pesquisadora Dasciana Rodrigues. “Para testar enzimas na biomassa, precisaremos de grandes quantidades”, diz. Elas serão usadas na composição de coquetéis enzimáticos para quebrar as moléculas de celulose do material vegetal em açúcares para serem fermentados. De acordo com Dasciana, já existem coquetéis enzimáticos disponíveis comercialmente, mas ainda há grandes desafios nesta área. Um exemplo de campo a ser explorado é a busca de enzimas mais eficazes, estáveis e ativas em diferentes condições de processo (pH, temperatura). “Temos grandes expectativas de, nesse trabalho, encontrar enzimas que melhorem os insumos disponíveis para a indústria”, ressalta. Os cientistas vão trabalhar no Insumicro por pelo menos mais dois anos. Além da Embrapa Agroenergia, atuam no projeto a Embrapa Meio Ambiente, a Universidade Católica de Brasília, a Universidade de Brasília, e a Universidade de São Paulo.


JOVEM CRIA MANEIRA D PLÁSTICOS EM BIOCOM FONTE: 360 GRAUS

O

s países árabes não possuem apenas um cenário de governos ditatoriais e guerras, como é sempre divulgado pelos veículos de comunicação. Existem também jovens conectados com o futuro e a sustentabilidade do planeta. Um exemplo é a egípcia Azza Abdel Hamid Faiad. Com apenas 16 anos, ela criou uma maneira de transformar plásticos em matéria prima para biocombustível. Segundo o portal da Siemens, a jovem estava inconformada com a grande quantidade de plástico consumida em seu país, que chega a cerca de um milhão de toneladas por ano. Por isso, teve a ideia de desenvolver uma solução. Azza, que foi descoberta em uma

feira de ciências, realizou seus estudos em uma escola na cidade de Alexandria. Nas pesquisas, ela descobriu um catalisador chamado bentonita de cálcio, que consegue quebrar os polímeros do plástico por meio de um superaquecimento. É neste momento que ocorre a liberação de gases como o propano, o etano e o metano, que podem ser transformados em etanol. O Egito sustentável O EcoD divulgou anteriormente algumas ações que mostram a preocupação do país egípcio em buscar soluções sustentáveis. Um exemplo está no projeto de reutilização de água. O recurso utilizado todos os dias pelos cerca de 80 mil-


DE TRANSFORMAR MBUSTÍVEIS

hões de egípcios é reaproveitado para regar áreas desérticas, no intuito de convertê-las em florestas. Apesar desta água exigir precaução devido à presença de poluentes, além do fato de que os impactos da mudança no ecossistema para a biodiversidade ainda são desconhecidos, o projeto implementado pelo Ministério de Agricultura em parceria com o de Ambiente demonstra sucesso. O Egito tomou medidas para também reduzir a poluição do país. O

governo do Cairo, capital do país, está investindo na troca de ônibus comum por transporte coletivo movido à gás natural. Até então, a qualidade dos ônibus que circulavam no Cairo era a pior possível. Agora, além do conforto, uma vez que os novos modelos contam até com ar-condicionado, os veículos recém-implantados reduzirão a chance de acidentes (cena comum na conturbada capital egípcia), além de poluírem menos o meio ambiente - pois o gás natural é menos prejudicial do que o diesel.


PESQUISADORES OBTÊM DIESEL A PARTIR DE BACTÉRIA HUMANA FONTE: EM TEMPO ONLINE

O

s cientistas da Universidade de Exeter, do Reino Unido, modificaram uma amostra da bactéria E. Coli - que vive no intestino humano e transforma o açúcar que absorve em gordura. Usando biologia sintética, a equipe alterou os mecanismos celulares da bactéria para que o açúcar fosse convertido em moléculas de óleo que são quase idênticas ao diesel convencional, derivado de petróleo. O estudo, divulgado na publicação Proceedings of the National Academy of Sciences, afirma que o

combustível sintético poderia ser uma alternativa viável aos combustíveis fósseis. “Nosso desafio é aumentar a produção antes de chegar a qualquer forma de fabricação industrial do combustível”, disse o professor John Love, biólogo sintético da Universidade de Exeter pesquisador. “Nós temos um período de três a cinco anos para fazer isso e depois veremos se valerá a pena seguir em frente”, acrescentou Love. A equipe de pesquisadores também está analisando as chances de a bactéria converter outros com-

ponentes em combustível, como dejetos humanos e de animais. Biocombustíveis Atualmente há uma pressão para aumentar o uso de biocombustíveis em todo o mundo. Metas estabelecidas pela União Europeia determinam que, até o final desta década, 10% dos combustíveis utilizados dentro do bloco sejam compostos de biocombustíveis. O problema é que muitas formas de biodiesel e bioetanol atualmente em uso não são totalmente


compatíveis com os motores de carro modernos, fazendo com que entre 5% e 10% tenham de ser misturados com combustíveis fósseis antes de os carros serem abastecidos. No entanto, segundo o professor Love, o combustível obtido a partir da bactéria E.Coli modificada é diferente. “Nós conseguimos obter um combustível que tem exatamente a composição exigida pelos motores modernos”, afirma. “Podemos até chamá-lo de “biocombustível fóssil”, acrescentou. Os biocombustíveis são considerados uma alternativa aos combustíveis fósseis porque poluem menos o meio ambiente. Enquanto a gasolina e o diesel liberam dióxido de carbono, os biocombustíveis são considerados neutros em termos de emissões, porque emitem

na atmosfera a mesma quantidade de CO2 que as plantas das quais são produzidos absorvem. No entanto, há críticas sobre a produção de biocombustíveis, que ocupam grandes áreas de plantio (como o milho, no caso do etanol americano) e pressionam o preço dos alimentos no mercado internacional. De acordo com Geraint Evans, consultor da NFCC, consultoria de bioeconomia, essas questões também têm de ser consideradas na produção de combustível a partir de bactérias. “Ao mesmo tempo em que isso aumenta as fontes potenciais de produção de diesel, é preciso pensar em sustentabilidade”, afirma Evans. “Não é um truque de mágica, mas certamente uma outra ferramenta (na produçãode combustíveis)”.


OCB E ENTIDADES QUEREM DESONERAR PRODUÇÃO DE BIODIESEL

G

rupo Temático deverá encaminhar documento à Casa Civil nas próximas semanas FONTE: OCB

A

constante redução de carga tributária, concedida pelo

Esses números constam de um estudo apresentado, no últi-

Governo Federal, a alguns setores da economia, ainda não

mo dia 24/04, ao Grupo Temático sobre Tributação da Câmara

atingiram a cadeia produtiva do biodiesel. Para termos

do Biodiesel, criada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e

uma ideia, atualmente, as indústrias não verticalizadas, ou

Abastecimento, em Brasília-DF. Os dados foram expostos e discuti-

seja, aquelas responsáveis por apenas parte do processo de

dos pelo analista tributário do Sistema OCB, Edimir Santos, e pelo

produção, têm de pagar 6,84% de seu faturamento total, somente

representante da Associação Brasileira dos Frigoríficos (Abrafrigo),

com três itens da pauta tributária: Programa de Integração Social

Hevandro Gazolli Ferreira.

(PIS), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

O documento será enviado à Casa Civil, nas próximas semanas,

(Cofins) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Esses

objetivando subsidiar o Governo Federal para que o setor comece

são os itens que mais pesam nos ombros dessa indústria.

a ser tido como prioridade na pauta de desoneração. “A desonera-

No caso das empresas verticalizadas, ou seja, aquelas que são

ção dessa atividade é necessária, pois atualmente a maioria das

responsáveis por todas as etapas do processo de produção, esse

indústrias está trabalhando no vermelho e, ainda, pagando tribu-

percentual é um pouco menor: 5,03% do faturamento total,

tos tanto sobre o faturamento, quanto sobre os insumos”, defende

mesmo assim, representa um custo alto, tendo em vista a intenção

o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.

do governo federal em estimular a indústria brasileira a aumentar

Regulamentação - O setor produtivo de biodiesel está aguardando

sua competitividade, interna e externamente.

a regulamentação dos artigos 47 e 47a, da Lei nº 12.546/11, pela


Receita Federal, para poder fazer créditos presumidos de PIS e Cofins. Essa é apenas uma das demandas que são foco de trabalho

Produto Percentual

do grupo tributário.

indústrias verticalizadas.

Diesel 49,3% Gasolina 29,4% Etanol hidratado 9,7% Etanol anidro 7,3% Biodiesel 2,5% GNV 1,8%

Já nas indústrias não verticalizadas, a realidade é diferente, tendo

Fonte: MME/SPG/DCR

“Com a utilização desse crédito, seria possível ter outro cenário tributário, ou seja, sairíamos de um ambiente de pagamento para um ambiente de créditos tributários de 2,46%. Esse valor seria composto de 0,48% de PIS, 2,19% de Cofins e 0,21 de IPI”, sugere o analista tributário do Sistema OCB, Edimir Santos, em relação às

em vista a apuração do PIS, Cofins e IPI. Apesar do percentual recolhido ser maior, haveria diminuição desses créditos para apenas 1,74%.

O Grupo Temático sobre Tributação da Câmara do Biodiesel é

Outra conclusão do Grupo Temático sobre Tributação da Câmara

composto por representantes da OCB, Confederação Nacional da

do Biodiesel foi: para que as indústrias de biodiesel tenham uma

Agricultura (CNA), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

tributação adequada seriam necessários:

(Embrapa), Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil

- A regulamentação dos artigos 47 e 47a da Lei nº 12.546/11;

(Aprobio), União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio),

- A inclusão de outras matérias-primas (origem animal), insumos e

Associação Brasileira dos Frigoríficos (Abrafrigo) e Associação

materiais secundários na pauta de isenção do PIS/Cofins;

Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), dentre outros.

- A ampliação das pessoas jurídicas, fornecedoras de insumos, matérias-primas e materiais secundários, contempladas pela suspensão do PIS/Cofins sobre suas receitas de venda; - E, por fim, o ressarcimento de créditos de PIS/Cofins acumulados. Dados do setor - Atualmente, a diversificação da matriz energética nacional tem se comportado da seguinte maneira:


GOVERNO ESTABELECE NOVO MODELO PARA ESTOQUE DE BIODIESEL UMA DAS NOVIDADES É A MODALIDADE DE AQUISIÇÃO POR

FONTE: AGÊNCIA BRASIL

O

“OPÇÃO DE COMPRA”, QUE É USADA EM OUTROS SETORES

Ministério de Minas e Energia publicou hoje (8), no Diário Oficial da União, portaria que instituiu novo modelo para os estoques estratégicos de biodiesel no país. Uma das novidades é a modalidade de aquisição por “opção de compra”, que é usada em outros setores. Com ela, os compradores de biodiesel (basicamente a Petrobras) contratam o direito de retirar o produto quando for preciso, a qualquer tempo, e as usinas ficam obrigadas a concluir o negócio ao preço acordado. O biodiesel continuará no estoque regular dos produtores. “Com isso, evita-se a degradação do produto quando armazenado por longos períodos. Elimina, ainda, o transporte físico da usina até a Petrobras. Na eventual necessidade de consumir os estoques de segurança, o biodiesel sairá diretamente do produtor para a distribuidora”, explica o MME. De acordo com o Ministério, o novo modelo para estoques de biodiesel busca reduzir custos e melhorar a eficiência logística do produto.


MAIOR PRODUTOR DE DENDÊ DO PAÍS, PARÁ PASSA A INVESTIR EM BIODIESEL

Estado é responsável por 90% da produção de dendê no Brasil. Pará produz por ano 770 mil toneladas de óleo de palma.

O

O dendê é famoso na culinária do Norte e Nordeste brasileiro. O Pará, que é o maior produtor de dendê do mundo, agora investe em um novo produto extraído da palmeira: o biodiesel. A expectativa é que a produção em escala já comece em 2015. O dendezeiro é uma palmeira originária da costa oriental da África, mas tem mudado o cenário da agricultura no Pará. O estado tem uma área plantada que chega a 140 mil hectares e já é responsável por 90% da produção de dendê no Brasil. O Pará produz por ano 770 mil toneladas de óleo de palma, que é extraído do fruto do dendê. A maior parte da produção é usada nas indústrias de alimentos e cosméticos. Mas nos próximos anos a palmeira também será usada na produção do biodiesel. A primeira indústria foi instalada no ano passado no município de Moju, a 150 km da capital paraense. Foi investimento de $ 500 milhões. O combustível deve ser produzido a partir de 2015.

Fonte: G1

A ideia é recuperar áreas degradadas. As plantações de dendê substituem pastagens e terras abandonadas de outras atividades agrícolas. A empresa estima que existam próximas a capital do estado áreas devastadas que juntas somam 5 milhões de hectares. Além de favorecer o meio ambiente com o resgate de carvão, o biodiesel pode ajudar a impulsionar a economia do país. “Para se ter uma ideia, 5 milhões de hectares, se plantados com palma geraria um PIB superior a todo o agronegócio da cana de açúcar no Brasil”, afirma Edson Barcelos, coordenador de desenvolvimento do projeto. O uso do óleo de dendê para a produção do biodiesel está animando os pequenos agricultores da agricultura familiar. A empresa dá as mudas, assistência técnica e promete comprar a produção dos próximos 30 anos. 124 famílias já são beneficiadas pelo projeto e outras 500 estão inscritas.


UFPR PESQUISA BIOENERGIA A PARTIR DE MICROALGAS

FONTE: JORNAL DE LONDRINA

M

icroalgas são a aposta do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Energia Autossustentável (NPdeas) da UFPR para colocar no mercado um novo gerador de energia. Por enquanto, a ideia é fazer com que elas forneçam biocombustível suficiente para suprir a demanda de uma das construções da instituição, com tamanho equivalente a um prédio com seis apartamentos. O combustível vem do óleo produzido pelas algas durante o processo da fotossíntese. Para que o material seja coletado, é preciso que as plantas estejam concentradas em um mesmo local. É aí que entram os pesquisadores da Federal. Eles criaram um fotorreator que potencializa o processo e acelera a reprodução delas. Dessa forma, é possível produzir 15 litros de óleo por dia, usando um espaço de apenas 10 metros quadrados. Segundo o professor e gerente do projeto, André Bellin Mariano, as vantagens da produção de combustível a partir de algas é que elas são mais rentáveis que a soja – a maior fonte desse tipo de energia hoje. “O processo ainda é caro se comparado à produção de soja, mas as algas têm outras aplicações, como produção de pigmentos e medicamentos que também dão lucro”, diz.

Equipe Para dar conta de uma pesquisa desse porte, a universidade investe recurso público e dispõe de patrocínio de empresas privadas interessadas no desenvolvimento

de novas tecnologias. Além disso, o projeto tem uma equipe formada por profissionais de diferentes áreas, como Biologia, Química, Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia e Engenharia Mecânica. São dez professores e mais de 30 alunos, entre graduandos, técnicos, mestrandos e doutorandos. Cada integrante é responsável por uma parte do processo. “A produção de biocombustível é complexa. Temos assunto [de pesquisa] para os próximos 50 anos”, diz Mariano. Por isso, o NPdeas é uma boa oportunidade para quem se interessa pela área e pretende atuar em empresas que investem em fontes alternativas de energia. Um dos envolvidos é o mestrando de Tecnologia em Bioprocessos e Biotecnologia Bruno Miyawaki, 27 anos. Além de investigar a produção de óleo, ele estuda outras aplicações das algas na preservação ambiental, como o tratamento de resíduos de suínos. “Gosto muito dessa área. Meus planos agora são fazer o doutorado e continuar com a pesquisa”, comenta.

Pioneirismo A UFPR é uma das pioneiras do Brasil em pesquisas com microalgas para a produção de biocombustível. Outras instituições também pesquisam o assunto. A Petrobrás, por exemplo, inaugurou em 2012 uma planta piloto na cidade de Extremoz (RN), fruto de estudos que começaram em 2006.


LEILÃO DE ENERGIA EÓLICA SE BASEARÁ NA INFRAESTRUTURA DE TRANSMISSÃO FONTE: AGÊNCIA BRASIL

O

próximo leilão de oferta

só poderão competir em áreas onde há sub-

metida será realmente entregue. No caso

de energia eólica, que será

estações e linhas de transmissão já prontas

da energia eólica, a quantidade de energia

realizado pela Empresa de

para escoar a produção.

a ser produzida não depende apenas da

Pesquisa Energética (EPE)

O leilão terá duas fases. Na primeira, a

capacidade instalada da usina, mas tam-

em agosto deste ano, terá mudanças no

usina concorrerá com outros empreendi-

bém do regime de ventos que giram as

modelo para garantir que as novas usinas

mentos pelo direito de usar determinada

turbinas geradoras.

consigam escoar sua produção. Nos últi-

subestação. O critério de escolha das usi-

Como fará restrições geográficas para a

mos leilões, usinas ficaram prontas mas

nas vencedoras em cada subestação será

localização das usinas (só poderão concor-

não tinham como escoar a energia pro-

o menor preço da energia produzida. “Se

rer usinas próximas a subestações e onde

duzida por falta de subestações e linhas

houver 150 MW concorrendo em uma sub-

houver linhas de transmissão com capaci-

de transmissão.

estação com capacidade para apenas 100

dade para escoar a energia) e exigirá mais

De acordo com a Associação Brasileira

MW, serão selecionados os 100 MW mais

garantias, o novo modelo de leilão deverá

de Energia Eólica (Abeeólica), três usi-

baratos”, disse Tolmasquim.

provocar uma redução do número de con-

nas no Nordeste, com capacidade de

Os selecionados em todas as subestações

correntes e também um aumento do preço

622 megawatts (MW), estão sem gerar

disponíveis disputarão uma segunda fase,

da energia gerada.

energia há quase um ano porque não

na qual poderão mudar o preço oferecido

“Nossa preocupação é com a competitivi-

têm como escoar a produção. Segundo o

na primeira etapa. O novo modelo de leilão

dade da energia eólica, já que deve enca-

presidente da EPE, Maurício Tolmasquim,

também exigirá uma garantia maior dos

recer de 10% a 15%”, disse a presidenta da

com o novo leilão os empreendimentos

empreendimentos de que a energia pro-

Abeeólica, Élbia Melo.



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