Revista Cancao Nova de marco de 2009

Page 1

ISSN 1806-1494

www.cancaonova.com

Ano VIII - Nยบ 99 - Marรงo de 2009 - Revista Mensal do Sรณcio Evangelizador


SUMÁRIO 03

PALAVRA DO FUNDADOR Jesus, o Príncipe da Paz

04

IGREJA DO PAI DAS MISERICÓRDIAS Quando tudo começou!

05

PALAVRA EM DESTAQUE Para que a Quaresma?

06

PALAVRA DA IGREJA Campanha da Fraternidade 2009

07

ADMINISTRAÇÃO Obrigado Mulher!

08

CLUBE DA EVANGELIZAÇÃO Juntos, promovendo o bem!

10

JOVEM Aspectos comportamentais da adolescente

11

FORMAÇÃO A Ira

12

LITURGIA

13

SANTO DO MÊS São Domingos Sávio

14

ATUALIDADE Religião, Ética e Segurança Pública

15

AGENDA

EXPEDIENTE

Presidente: Monsenhor Jonas Abib Diretor Executivo: Wellington Silva Jardim Jornalista Responsável: Osvaldo Luiz/MTB 23094 Coordenação: Letícia Sauthier Produção e Assessoria: Aline Maria e Augusto Luiz Revisão Ortográfica: Publicidade Canção Nova Direção de Arte: Publicidade Canção Nova Diagramação: Neli Sestari, André de Paula, André Porte, Rafael Domiciano e Walder Cris Fotos: Publicidade Canção Nova Cachoeira Paulista- SP - Brasil Caixa Postal 57 CEP 12630-000 Tel: 55 (12) 3186 2600 Portal: www.cancaonova.com E-mail: revista@cancaonova.com Editado por

Tiragem 579.380 unidades Impressão: Esdeva Indústria Gráfica S.A. Distribuição gratuita aos sócios evangelizadores

02

Revista Canção Nova - Março de 2009

CARTA AO LEITOR

VALEI-NOS SÃO JOSÉ!

N

ão precisamos ter receio algum de expressar a devoção a José! Por quê? Porque nunca, na história da humanidade, pisou na terra, depois de Jesus e Maria, um homem como José. Da mesma forma que Maria estava nos planos de nossa redenção, e nesses planos de Deus existia uma mulher, estava aí também um homem – José! É devoção segura porque ninguém, no mundo inteiro, dedicou concretamente a vida a Jesus e a Maria como o fez José. É fantástico saber que no Céu ele faz o mesmo, levando à perfeição todos os méritos que recebeu na terra. Explico melhor: os Santos Padres nos estimulam a saber que, assim como na terra José recebeu de Deus a missão de ser pai de Jesus e “Esposo de Maria”, no Céu seus méritos cresceram ainda mais e, podemos dizer, chegaram à perfeição. Isso quer dizer que, agora no Céu, quando Jesus escuta José, Ele o escuta como um filho, escuta seu pai e quer obedecer-lhe. E que também, no Céu, Maria escuta José como uma esposa escuta seu marido e quer obedecer-lhe; pois os méritos que José recebeu na terra ele os vive agora em perfeição na eternidade. Que devoção segura! Por isso e por muito mais, José é o maior de todos os Santos de nossa Igreja! Nenhum outro santo recebeu méritos tão maravilhosos! A devoção a José é a mais segura de todas as devoções por que ele mesmo foi sempre o mais devoto de todos! Ninguém, em toda a humanidade, conviveu e dedicou intimamente sua vida inteira a Jesus e Maria como São José. E devoção significa dedicação, doação de vida, de si mesmo. José viveu assim na terra; e sabe que essa experiência é capaz de conferir paz e felicidade completas a quem vive.

Daí, compreendemos que José nos levará, sempre e com segurança, para os braços de Jesus e Maria, transformando-nos, com ele, em pessoas dedicadas unicamente a Nosso Senhor e à Virgem Maria. Ele sabe que, somente neles, reside o sentido de nossas vidas. A realização de toda pessoa está em ser de Jesus, dedicar-se a Ele; ser de Maria; devotar-se unicamente a Ela. É imitando José que seremos totalmente de Jesus e de Maria. É isso que ele quer nos ensinar. É seu segredo de vida e realização. Outro grande segredo de José: a exclusividade! José era somente de Jesus e de Maria. Compreendeu, desde o início, que é decididamente impossível servir a dois senhores. É para nós o primeiro e principal exemplo de que é impossível servir a Deus e ao mundo. E mais: nas mãos de quem Deus coloca seu único Filho? Nos braços de quem Deus confiou o Salvador do universo? Ficamos desconcertados de alegria, quando nos deparamos com o fato de que José, como um sacerdote, teve em suas mãos o Corpo de Deus humanado; o Corpo de Cristo em suas mãos e sob seus cuidados! José viveu: “Com Cristo, por Cristo e em Cristo!” Que homem de confiança! Eu, que sou pai, não ponho e nunca pus meu filho nos braços de uma pessoa qualquer. É nos braços de José que eu, portanto, deposito minhas aflições, angústias e necessidades! Muito mais: tudo o que de precioso possuo coloco nos braços daquele que mereceu de Deus ter em suas mãos o redentor, Jesus Cristo. Ricardo Sá é músico, escritor e membro da Comunidade Canção Nova


PALAVRA DO FUNDADOR

JESUS, O PRÍNCIPE DA PAZ

A

“Campanha da Fraternidade” deste ano apresenta o tema “Fraternidade e Segurança Pública e o lema “A paz é fruto da Justiça”. Todos os anos Dom Alberto Taveira nos presenteia com o “Retiro Popular” que em 2009, tem como título “Cristo, nossa Paz”. Certamente, você tem feito esse “Retiro Popular” e tem tirado muito fruto para sua vida pessoal e familiar. É uma maneira simples e prática de viver esse tempo abençoado da Quaresma. Nossa família Canção Nova, porém, se une à toda a Igreja do Brasil para viver a “Campanha da Fraternidade”. Sim, a paz é fruto da justiça e a segurança pública é um dos meios para termos a tão desejada paz, especialmente diante de toda violência que nos rodeia. Mas você sabe que a verdadeira paz vem de Jesus e somente dele. Mais ainda, Cristo é a nossa paz!

Ele quer nos dar a paz, porém, muito mais do que isso Ele nos quer “instrumentos da sua paz”. Você conhece bem a oração de São Francisco. Nós a temos cantado tantas vezes: Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz! É isso que o Senhor quer de mim e de você e esta é a oração mais necessária e urgente neste momento. Todo ódio e tudo aquilo que leva algo de ódio, precisa ser banido do nosso meio, das nossas casas, das nossas ruas, praças e aí sejamos amor. Sempre amor. Toda e qualquer ofensa fere, marca e deixa tremendas consequências. O Senhor quer que troquemos a ofensa pelo perdão. Perdoar é preciso e urgente. Peça, pois é dif ícil para todos, mas o nosso Deus, que é perdão, quer lhe dar a graça de perdoar. Exercite-se no perdão. As discórdias dividem. O nome já diz: discórdia são corações divididos. É preciso curar todas as consequênOração da Paz cias da divisão. Que você seja elo de união. Senhor! Fazei de mim um instrumento da vossa paz. Dúvidas sempre pairam nas Onde houver ódio, que eu leve o amor. nossas mentes e corações. É uma Onde houver ofensa, que eu leve o perdão. consequência do nosso humano. O Onde houver discórdia, que eu leve a união. Senhor quer de você um portador Onde houver dúvidas, que eu leve a fé. Onde houver erro, que eu leve a verdade. de fé. Como é necessária a fé nesse Onde houver desespero, que eu leve a esperança. mundo descrente! Onde houver tristeza, que eu leve a alegria. Errar é humano. Quem de nós Onde houver trevas, que eu leve a luz. não errou. O erro sempre deixa sequelas e algumas incuráveis, por isso Ó Mestre, fazei que eu procure mais: onde houver erro que você leve a verconsolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; dade. Jesus é a própria verdade. Foi amar, que ser amado. Ele quem o disse. Levar a verdade é Pois é dando que se recebe. levar Jesus. Quantos necessitam dele! É perdoando que se é perdoado. Estamos num mundo cada vez E é morrendo que se vive para a vida eterna. mais sem esperanças e por essa razão as pessoas caem no desespero. É urgente ser esperança. Ouse es-

perar e ser instrumento de esperança. A palavra de Deus nos diz que “a tristeza matou a muitos e não há nela utilidade alguma”. Ao contrário “a alegria do coração é a vida do homem e um inesgotável tesouro de santidade”. Até mesmo “a alegria do homem torna mais longa a sua vida”. Para essa multidão de pessoas abatidas pelo fardo da tristeza, leve alegria. Você será o primeiro beneficiado... também com uma vida longa, além do tesouro de santidade. “Vós sois a luz do mundo”. Muitos ainda jazem nas trevas da morte. Eles gritam por socorro. Eles precisam de luz. É dever nosso levar-lhes a luz. Assuma e viva o que cantamos: Ó Mestre, fazei que eu procure mais: consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando que se recebe. É perdoando que se é perdoado. E é morrendo que se vive para a vida eterna. Durante a Quaresma não se canta “o glória”, mas nesse tempo a Oração de São Francisco pode ser o nosso glória. Encarnar essa oração e vivê-la intensamente será o melhor modo de realizar a meta da Campanha da Fraternidade. A nossa Páscoa será muito mais feliz. Jesus é o Príncipe da paz! Deus abençoe você e todos os seus.

Monsenhor Jonas Abib é Fundador da Comunidade Canção Nova Revista Canção Nova - Março de 2009

03


UM LUGAR, UMA PRECE, UM SONHO! QUANDO TUDO COMEÇOU! Em abril de 2002, exatamente no dia 16 o Padre Jonas escreveu um documento para comunidade: “Entramos no Tempo da Misericórdia”. O documento se inicia com a Palavra que está no livro de 2Cr 7 , 15-16, palavra que o Senhor concedeu ao Padre Jonas em Oração no dia da Festa da Divina Misericórdia: “Meus olhos estarão abertos e meus ouvidos atentos à oração feita neste lugar. Pois agora, escolhi e santifiquei esta Casa dedicada ao meu nome para sempre. Meus olhos e meu coração estarão nela todo tempo”. A partir desta palavra, o Padre Jonas consagrou a Canção Nova para que fosse o Lugar da Divina Misericórdia.

CONSTRUA ESTE SONHO JUNTO COM A GENTE! Envie sua doação em ouro e o seu testemunho de vida para uma de nossas Casas de Missão ou via SEDEX para o endereço: Fundação João Paulo II Caixa Postal 57 CEP: 12630-000 Cachoeira Paulista/SP

04

Revista Canção Nova - Março de 2009


PALAVRA EM DESTAQUE

PARA QUE A QUARESMA?

C

erca de duzentos anos após o nascimento de Jesus, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por vota do ano 350 d.C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma. Quaresma é o período de quarenta dias que antecede a festa ápice do cristianismo: a ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no Domingo de Páscoa. Na Quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quinta-feira da Semana Santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa. Esse período nos é reservado para a reflexão e a conversão espiritual. É um tempo de maior aproximação de Deus. Na Quaresma somos convidados a fazer uma comparação entre nossa vida e os Evangelhos. Essa comparação significa um recomeço, um renascimento espiritual e pessoal. Somos convidados a intensificar a prática dos

princípios essenciais de nossa fé com o objetivo de sermos pessoas melhores e proporcionar o bem a todos. Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde nos recolhemos na oração e penitência para prepararmos o espírito para o Cristo vivo e ressuscitado, no Domingo de Páscoa. Retomando a nossa espiritualidade renascemos com Cristo. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência. Todas as religiões tem períodos voltados à reflexão; eles fazem parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário para seguir. A Igreja Católica propõe por meio do Evangelho proclamado na quartafeira de cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade. Não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias de sua vida o cristão deve buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que exista justiça, paz e amor em toda a humanidade. É um tempo de profundo recolhimento para uma maior intimidade com Deus. Talvez, você já esteja se perguntando qual será a penitência que o Espírito Santo te inspirará nesta Quaresma. Ore e Ele falará. Uma das formas de penitência da Quaresma é o jejum, ainda que ele seja válido em qualquer época do ano. A Igreja propõe o jejum como forma de sacrif ício, mas também como uma maneira de nos educar e de nos fazer perceber que o único essencial para a nossa vida é Deus. Desta forma se justifica as demais abstinências que fazemos neste belíssimo tempo litúrgico. Oficialmente, o jejum deve ser feito pelos cristãos na quartafeira de cinzas e na sexta-feira santa. Pela

lei da Igreja, o jejum é obrigatório nesses dois dias. Porém, podem ser substituídos por outros dias na medida da necessidade individual de cada fiel. O jejum, assim como todas as penitências, é visto pela Igreja como uma forma de educação no sentido de se privar de algo e revertê-lo na prática da caridade e do bem. Os sacrif ícios podem ser escolhidos livremente. No Brasil, durante a Quaresma, a nossa Igreja realiza a Campanha da Fraternidade, que tem o objetivo de despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo em particular os cristãos na busca do bem comum; educar para vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho, em preparação para a Páscoa. Também como riqueza para esse nosso tempo litúrgico, através da Canção Nova, Dom Alberto Taveira, nos propõe o “Retiro Popular”, que neste ano apresenta o tema: Cristo, nossa paz. Um maravilhoso roteiro para conduzirnos dia após dia à Páscoa do Senhor! Supliquemos ao Divino Espírito Santo que nos conduza neste tempo, a uma profunda conversão interior e nos transforme em homens e mulheres novos segundo a vontade de Deus.

Luzia Santiago é Co-fundadora da Comunidade Canção Nova Revista Canção Nova - Março de 2009

05


PALAVRA DA IGREJA

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2009

Tema: “Fraternidade e Segurança Pública” Lema: “A paz é fruto da Justiça (Is 32,17)”

O

A paz é, com efeito, uma característica da ação divina, que se manifesta tanto na criação de um universo ordenado e harmonioso como também na redenção da história humana necessitada de ser recuperada da desordem do pecado.

Mensagem do Papa Bento XVI.

06

Revista Canção Nova - Março de 2009

tempo de quaresma nos lembra sempre os quarenta anos em que povo hebreu passou no deserto se preparando para entrar na terra prometida. Recorda, também, os quarenta dias em que Jesus Cristo passou no deserto jejuando, rezando, preparando-se para a vida pública. Para nós cristãos, este é um tempo especial de meditação, jejum, penitência oração e conversão. Nos últimos 46 anos, a Igreja Católica, através da Campanha da Fraternidade, vem nos ajudando a viver melhor este período quaresmal. Coloca-nos, a cada ano, um novo desafio, para que juntos, fraternalmente, possamos renovar a vida interna da Igreja transformando as situações de injustiça social em que vive o nosso povo. Neste ano o tema da CF 2009: “Fraternidade e Segurança Pública”, é uma resposta a um grande anseio da sociedade brasileira. O medo e a insegurança afligem a população. O povo brasileiro vive atemorizado pela criminalidade assustadora que põe a pique a idéia de segurança pública e fragiliza o próprio conceito de Estado. O Estado é incapaz de oferecer tranquilidade à população. Diante disso, é necessário defender uma segurança pública feita por todos e que atenda a todos de modo igualitário; que seja construída à luz da Palavra de Deus e do Magistério da Igreja. Tendo como lema “A Paz é fruto da Justiça”, observa-se que a paz é o fruto; o tronco e a raiz são a justiça. A prática da caridade passa pelo empenho na construção da justiça social: garantia de direitos, privilégios e deveres iguais para todos. Passa ainda pela recuperação do caído, tendo em mente, que perante Deus, so-

mos todos pecadores. Cabe ao homem aplicar a mesma justiça que Deus pratica conosco: a Justiça Restaurativa. Somos benevolentes e misericordiosos para com os nossos erros e punitivos para com os erros dos outros, principalmente quando este “outro” não compartilha do nosso sangue, da nossa família. Que possamos então julgar com a mesma compreensão os erros dos caídos e assumir com eles o compromisso da recuperação. A CF convoca toda sociedade para analisar as verdadeiras causas da violência, especialmente nas realidades mais próximas, visando em conjunto, propor condições de vida mais digna a partir da defesa de uma segurança pública que possa abranger a todos partindo de ações práticas como: • Criar ou aprofundar a consciência de que as famílias devem ser ambientes que educam pais e filhos na cultura da paz, a partir dos valores do Reino de Deus. • Dialogar para que, de preferência, a temática da CF entre no planejamento escolar públido e privado e a segurança pública seja eixo transversal do processo pedagógico, e envolva também as famílias dos alunos. • Realizar campanhas públicas através de parcerias entre os governos e a sociedade civil organizada, e, com o apoio dos meios de comunicação social e das dioceses e paróquias, abordando os problemas de insegurança regionais ou nacionais com propostas de ação para superá-los. Com esta Campanha da Fraternidade, esperamos que todas as pessoas se mobilizem em torno do tema Segurança Pública e se empenhem na construção de uma sociedade geradora de paz. Padre Valdir João Silveira é coordenador da Pastoral Carcerária - CNBB/Sul-1


ADMINISTRAÇÃO

OBRIGADO MULHER! “

F

eliz o marido que tem uma boa esposa, o número de seus dias será duplicado. A mulher virtuosa é a alegria do marido que passará em paz os anos de sua vida.” (Eclo 26,1-2) Este é o mês em que celebramos o dia Internacional da mulher, esposa, companheira, amiga e confidente. A sabedoria da mulher não está no raciocinar, mas no sentir. Especialmente no mundo de hoje, o relacionamento homem e mulher tem que ser honesto e transparente, e que em nada seja deturpado e distorcido pela maldade e malícia. Será que em nossos dias é possível homem e mulher viverem em sadia convivência? Sim, para quem está em Cristo tudo é possível. Nós homens precisamos aprender a lidar com a essência feminina; necessitamos aprender a nos comportar diante de cada mulher. Devemos ter o cuidado para não fazer uma mulher

ficar triste ou chorar, pois Deus conta suas lágrimas. Na origem de todas as coisas há sempre uma mulher. Recordemos na vida de Jesus desde sua mãe e todas aquelas que o seguiam; Ele as respeitava e as reconhecia, além de aceitar os seus serviços... Quantas Marias! Peçamos que neste mês, o mundo inteiro as reconheça como filhas amadas de Deus. Que todas as mulheres queiram ser divulgadoras de Jesus como Maria Madalena. Ainda há tempo! Até aquelas pessoas que se veem envolvidas em algum escândalo com outras, ainda é tempo de restituir a sua dignidade. Esteja como estiver, em Deus amor tudo pode ser mudado. Se isto estivesse acontecendo com você qual seria a sua preocupação? Consigo mesmo, com sua imagem social ou com Deus? Não é possível viver amor e amizade cuidando apenas de evitar a infidelidade, mas descobrir o que fere o coração de Deus Pai. Lembre-se que é no trato com os irmãos que correspondemos ao amor divino. Minha querida irmã, você tem recebido muito de Deus, não se negue nunca a amar. Aproveite este mês para fazer um inventário de todas as suas qualidades. Pense no que você tem transmitido às pessoas da sua casa e às que fazem par-

te da sua convivência. Com certeza você vai encontrar muitas coisas boas, e mais ainda, se você pedir ajuda a alguém. Você teria coragem de recorrer a alguém para lhe ajudar a fazer isto? Você tem amigos nessa profundidade? Muitas vezes você tem dúvidas se faz isto ou aquilo; se toma esta ou aquela atitude. Não tenha medo! O importante é seguir a voz de Deus na sua consciência. Não se preocupe com o que vão dizer e o que vão pensar. Faça o que constrói o bem, mas faça sempre, sendo alvo de crítica ou de incentivo. Faça-se chegar ao pico da montanha. Esteja profundamente comprometida com Deus e com os irmãos, sempre pensando na sua grandiosa missão de mulher. Deus conta com você e a humanidade também. Agora falando da nossa missão de evangelizar, quero pedir a todos que continuemos a campanha do ouro para a construção da Igreja do Pai das Misericórdias. O que não lhes é útil ou fora de moda; relíquias e heranças, façam um retiro da boa morte e doem para esta obra onde o Senhor abraçará a muitos com seu divino amor. Passemos esta vida fazendo o bem a todos, especialmente aos da nossa família. Deus abençoe a todos e que nossa Mãe do Céu nos guarde. Seu irmão que tanto os ama,

Wellington Silva Jardim é Administrador da Fundação João Paulo II Revista Canção Nova - Março de 2009

07


CLUBE DA EVANGELIZAÇÃO

“Com a Canção Nova você evangeliza até os confins da terra, através de todo seu sistema de comunicação. Você que é fiel com sua contribuição, está evangelizando junto com toda a Canção Nova.”

ENTENDENDO O SIGNIFICADO DA PALAVRA EVANGELIZADOR Evangelizador, aquele que evangeliza, ensina ou difunde a doutrina cristã; apóstolo ou pregador do Evangelho; aquele a quem compete a ação de Evangelizar, que vem do grego euaggelizein, do latim eclesiástico evangelizare, que significa pregar “boas novas”. Ser evangelizador é atrair novos corações para Deus; é uma responsabilidade que todos podem assumir. Para isto Deus nos concedeu os meios de Comunicação, que são o canal através no qual a Boa Nova do Evangelho chega mais rápido a todo mundo. Compete a você, Sócio Evangelizador, cooperar com a ação do Espírito, consciente de que a obra é conjunta: Deus e o homem. Evangelizar é anunciar aquilo que o próprio Deus realiza no coração do homem. Ao assumir com a Canção Nova um compromisso, você se torna o canal da Divina Providência. A união das pessoas, o comprometimento com a Obra por meio de atitudes concretas e a responsabilidade com a missão de evangelizar ajudam a formar homens novos para um mundo novo.

08

Revista Canção Nova - Março de 2009


Ó

NOVENA

Maria, Virgem sem mancha, que preparastes em vosso seio virginal uma morada ao Filho de Deus, eu me envergonho de aparecer diante de vós. Mas, porque desejo que o Filho de Deus, o qual quis nascer de vós, renasça espiritualmente em mim e me conceda a graça de que tanto necessito prosto-me a vossos pés e vos suplico que me alcanceis esta graça que tanto desejo (pedido), enquanto passo a vos reverenciar por todas as horas em que trouxestes em vosso ventre o Filho de Deus. Bendita seja a Santa e Imaculada Conceição da Virgem Maria Mãe de Deus. (Rezar a Ave-Maria e esta jaculatória

Aguarde as novidades da Ação entre Amigos para o ano de 2009 e não perca a oportunidade de participar.

FAÇA ESSA ORAÇÃO CHEGAR A QUEM PRECISA - RECORTE AQUI

por vinte e quatro vezes)


JOVEM

AAS SPPE ECCT TO OSS ASPECTOS CCO OMMPPO ORRT COMPORTAMENTAIS DA TAAM TA IS DA MEEN N T A I S DA A DD OO LELE A SCSC ADOLESCENTE ENEN TE TE

A

dolescência significa “fazer–se homem/mulher, crescer na maturidade”. Etapa de vida marcada por desequilíbrios e instabilidades extremas: de momentos de euforia, de reclusão, audácia e timidez, passividade ou urgência, mudanças rápidas de interesse por um assunto, seguidas ou ao mesmo tempo de conflitos afetivos, crises religiosas (não ter religião ou ser fervoroso em sua crença), dúvidas, contradições e revoltas intelectuais, sociais e filosóficas, ou condutas sexuais adequadas ou não à sua idade. O exagero em intensidade ou a persistência destes fenômenos é que, ao longo do tempo, configuram um comportamento normal ou não. É notório que os traços f ísicos são mais marcantes e evidentes nas mulheres e até mesmo mais rápidos do que nos homens. As diferenças de reação a cada uma destas situações na adolescência é praticamente única para cada jovem, inclusive entre irmãs na mesma família. Imagine um corpo de mulher que muitas vezes não é maduro o suficiente do ponto de vista psicológico: assim acontece com muitas jovens. Socialmente, exigem-se posturas de mulher, padrões de beleza, de sexualidade precoce. Vivendo esta crise de identidade, a jovem pouco preparada ou acolhida em suas relações sociais, é facilmente induzida a comportamentos e escolhas erradas quando falamos em namoro, atitudes agressivas ou rebeldes. A rebeldia surge pela evolução do pensamento: ser crítica, analisar, saber os porquês, sair à frente, faz com que a jovem questione a autoridade presente (pais, professores, o grupo ao qual pertence). Um não como resposta, já não é suficiente.

10

Revista Canção Nova - Março de 2009

Por outro lado, a timidez ou a baixa estima de si, faz com que busque soluções extremas: aderir a grupos radicais, usar drogas, adotar atitudes agressivas, ter posturas induzidas (pela TV, pelo grupinho, pelo modismo) que faça com que esta jovem “seja aceita” socialmente. A urgência das jovens faz com que possam viver tudo rápido e intensivamente, sem espaço para a espera ou julgamento. Namorar ou “ficar” pode vir simplesmente pela carência encontrada na família. Muitas ações são feitas muito mais pela imitação do que pela adaptação e pela avaliação crítica e consequente das ações que toma: um namoro mal escolhido, uma relação sexual precoce, uma revolta contra os pais, dentre outras. O afeto familiar é importante para que adolescentes sejam mais adaptáveis e menos agressivas, assim como os grupos dos quais participam na sociedade. A religiosidade é importante tanto como grupo, quanto como direção das condutas de uma jovem. A evolução da infância para a vida adulta é importante e deve ser vista com respeito: reconhecer, acolher e apoiar seus medos, ajudá-la no discernimento, fazer com que pense no coletivo e não apenas de forma egoísta e individual. Com este apoio a jovem terá mais segurança para tomadas de decisão, obterá melhores resultados nas suas investidas, sofrerá menos frustrações e passará pela transição à vida adulta com muito mais equilíbrio comportamental. É o ensinamento que pais, educadores e todos aqueles que convivem com jovens podem dar: o uso da liberdade vinculado à responsabilidade. Elaine Ribeiro é psicóloga (clínica e licenciatura) e pós-graduada em Gestão de Pessoas


5

Os 7 Pecados Capitais

FORMAÇÃO

A IR A

Ilustração inspirada na obra “Os Sete pecados capitais” de Hieronymus Bosch

A

maior lição que Jesus nos ensinou foi a de “amar o inimigo” (cf. Mt 5,44). O mundo ensina que é preciso revidar, “não levar desaforo para casa”, ir a revanche, etc. Jesus, por outro lado, ensina a mansidão; isto é, “não pagar o mal com o mal”, mas com o bem. O segredo cristão para destruir a força do inimigo, não é a vingança, mas o perdão. Jesus ensina que aí está um dos pontos da perfeição cristã. Ele quer que sejamos “perfeitos como o Pai celeste é perfeito” que manda a chuva e o sol para os bons e para os maus (Mt 5,48). Ele morreu na cruz dolorosamente, dando o maior exemplo do que é perdoar. “Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem.” (Lc 23,31) Jesus explica a razão desta exigência tão dif ícil: “Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicamos? Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos?” (Mt 5,46-47) Perdoar aquele que o ofendeu é uma “prova de fogo” para verificar se de fato você é cristão. É claro que não é fácil perdoar aquela pessoa que te magoou, aquele “amigo” que te traiu, aquele assassino do teu filho ou aquela mulher que seduziu o teu marido. Se fosse fácil não teríamos mérito

algum. E é preciso dizer que por nossas próprias forças não conseguiremos perdoar. É preciso a “força do alto” para vencer a fraqueza da nossa natureza ferida e que clama por vingança. Santo Agostinho ensina-nos que “o que é impossível à natureza, é possível à graça.” A única exigência que Deus nos impõe para perdoar os nossos pecados, quaisquer que sejam, é que estejamos dispostos a perdoar a todos os que nos ofenderam. “Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas, se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará” (Mt 6,14-15). E no “Pai Nosso”, Jesus acrescenta: “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam.” (Mt 6,12) O ódio e o desejo de vingança são armas do demônio para destruir a boa convivência dos filhos de Deus; por isso São Paulo ensina: “Não deis ocasião ao demônio; não se ponha o sol sob a vossa ira.” (Ef 4, 26)

Prof. Felipe Aquino é escritor e apresentador na TV Canção Nova Revista Canção Nova - Março de 2009

11


LITURGIA

DOM

1

SEG

2

TER

3

QUA

4

QUI

5

SEX

6

SAB

7

DOM

8

SEG

9

TER

10

QUA

11

QUI

12

SEX

13

SAB

14

DOM

15

SEG

16

TER

17

Dn 3,25. 34-43 • Sl 24 • Mt 18,21-35

QUA

18

Dt 4,1. 5-9 • Sl 147 • Mt 5,17-19

QUI

19

2Sm 7,4-5a.12-14a.16 • Sl 88 • Mt 1,16. 18-21. 24a

SEX

20

Os 14,2-10 • Sl 80 • Mc 12,28b-34

SAB

21

Os 6,1-6 • Sl 50 • Lc 18,9-14

DOM

22

2Cr 36,14-16.19-23 • Sl 136 • Ef 2,4-10 • Jo 3,14-21

SEG

23

Is 65,17-21 • Sl 29 • Jo 4,43-54

TER

MARÇO

24

Ez 47,1-9.12 • Sl 45 • Jo 5,1-16

Gn 9,8-15 • Sl 24 • 1Pd 3,18-22 • Mc 1,12-15 Lv 19,1-2.11-18 • Sl 18 • Mt 25,31-46 Is 55, 10-11; Sl 33 • Mt 6,7-15 Jn 3,1-10 • Sl 50 • Lc 11, 29-32 Est 4,1. 3-5. 12-14 • Sl 137 • Mt 7,7-12 Ez 18, 21-28 • Sl 129 • Mt 5, 20-26 Dt 26, 16-19 • Sl 118 • Mt 5, 43-48 Gn 22, 1-2. 9a.10-13. 15-18 • Sl 115 • Rm 8,31b-34; Mc 9,2-10 Dn 9,4b-10 • Sl 78 • Lc 6, 36-38 Is 1, 10.16-20 • Sl 49 • Mt 23,1-12

davibh@cancaonova.com

Jr 18.18-20 • Sl 30 • Mt 20,17-28

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA

Jr 17,5-10 • Sl 1 • Lc 16,19-31 Gn 37,3-4.12-13a.17b-28 • Sl 104 • Mt 21,33-43.45-46 Mq 7,14-15.18-20 • Sl 102 • Lc 15,1-3.11-32 Ex 20,1-17 • Sl 18 • 1Cor 1,22-25 • Jo 2,13-25 2Rs 5,1-15a • Sl 41 • Lc 4,24-30

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP

BELO HORIZONTE-MG

Av. Regis Pacheco, 534 (77) 3424-9555

daviconquista@cancaonova.com

CAMPINAS-SP

R. Barão Geraldo de Rezende, 220 (19) 3844-8500 / 3874-3742 BRASILIA-DF

SCRS Quadra 502 BL B Loja 39-B Asa Sul s/n (61) 3252-7050 davibrasilia@cancaonova.com

FORTALEZA-CE

R. General Tertuliano Potiguara, 452 (85) 3391-4066 davifortaleza@cancaonova.com

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP

R. Sebastião Humel, 324 (12) 3923-7000 Livraria: (12) 3153-3003 davisjc@cancaonova.com

QUA QUI

26

Ex 32,7-14 • Sl 105 • Jo 5,31-47

SEX

27

Sb 2,1a, 12-22 • Sl 33 • Jo 7,1-2.10.25-30

SAB

28

Jr 11.18-20 • Sl 7 • Jo 7,40-53

DOM

29

Jr 31,31-34 • Sl 50 • Hb 5,7-9 • Jo 12,20-33

SEG

SÃO PAULO-SP

Is 7,10-14; 8,10c • Sl 39 • Hb 10,4-10 • Lc 1,26-38

30

Dn 13,1-9.15-17.19-30.33-62 • Sl 22 • Jo 8,1-11

TER

admriopreto@cancaonova.com

R. Izabel Bueno, 400 Sala A (31) 3491-2894

25

31

R. Quinze de novembro, 3131 (17) 3234-4548

R. São Bento, 43 (11) 3101-8170

davisp@cancaonova.com

LORENA-SP

R. José Machado Coelho de Castro, 272 (12) 3157-1910 davilorena@cancaonova.com

CACHOEIRA PAULISTA-SP Av. João Paulo II, s/n

(12) 3186-2079

shopping@cancaonova.com

Nm 21,4-9 • Sl 101 • Jo 8,21-30

DATAS COMEMORATIVAS: 02 Dia da Oração 05 São Domingos Sávio 08 Dia Internacional da Mulher 15 Dia do Consumidor

12

Revista Canção Nova - Março de 2009

22 Dia Mundial da Água 25 Nossa Senhora da Anunciação 30 Dia Mundial da Juventude 31 Dia da Saúde e Nutrição

Para mais informações ligue: (12) 3186-2600 ou acesse: www.blog.cancaonova/produtos


SANTO DO MÊS

SÃO DOMINGOS SÁVIO 05 de Março

D

omingos Sávio, canonizado aos 15 anos de idade por Pio XII, em 1954, foi em certo sentido uma obra-prima da pedagogia de S. João Bosco, fundador dos Oratórios salesianos. Aliás, foi o próprio Dom Bosco quem escreveu a primeira biografia do jovem Santo. Nascido em 1842, Domingos foi estudar no Oratório aos 12 anos de idade. Na sua vida não se manifestara nada de extraordinário, apenas era notório seu desejo de tornar-se santo. Tinha horror a tudo o que lembrava o pecado. Seu lema era: “antes morrer do que pecar.” Domingos era sereno, cordial, afetuoso, devoto, disciplinado e obediente. Isso trouxe-lhe antipatia dos colegas. Por isso provocavam-no seguidamente. Não se zangava com os que o tratavam mal. Mortificava tanto seu corpo que Dom Bosco proibiu-o de fazê-lo e esta sábia orientação evitou que ele se tornasse um fanático.

Mesmo participando dos trabalhos, estudos e jogos no Oratório, Domingos passava horas ‘sumido’. Era encontrado sempre na igreja em oração. Amava a Eucaristia e cultivava terna devoção por Nossa Senhora. Quando procurado justificava suas ausências dizendo-se “distraído”. Para além de tudo, seus colegas reconheciam seu zelo espiritual e de que era portador de particulares dons espirituais. Domingos tinha pressa em viver intensamente e bem cada minuto do dia. De saúde frágil, por ser tuberculoso, estava sempre preparado para o encontro com o Senhor. Ao pressentir a morte, consolou seus pais, sorriu e exclamou: “Estou vendo coisas maravilhosas.” Era a visão do paraíso. Frei Jorge E. Hartmann OFM é Padre da Ordem dos Frades Menores

“Olhando para a história da comunidade, agradeço em nome da Igreja por tudo aquilo que vocês fazem no serviço da sua missão no Brasil e em outros países, pelo entusiasmo de vocês na Obra de Evangelização. A Igreja tem necessidade de vocês e conta com vocês.” Cardeal Dom Stanislaw Rylko, Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos. (Reconhecimento Pontifício da Comunidade Canção Nova, 03 de novembro 2008) Revista Canção Nova - Março de 2009

13


ATUALIDADE

C

ampanha da Fraternidade de 2009, traz o tema “Fraternidade e Segurança Pública” e o lema “A paz é fruto da justiça” (Is 32,17). Esta Campanha suscita, entre outras, a seguinte questão: a religião pode contribuir para que as relações entre as pessoas sejam fundadas na paz, na solidariedade, minimizando progressivamente a violência? Refletimos com o conceito de religião que integra três aspectos. Primeiro, religar-se e permanecer no Deus-amor, vivo e fonte de todo bem (Jo 15,5) para produzir os frutos da paz. Esta religião pressupõe, portanto, uma experiência existencial do eu humano com o tu divino. Esta experiência, para nós, cristãos, exige o esforço do lado humano alimentado e suscitado pela graça que vem em Jesus Cristo. Segundo, a religião cristã católica entende o ser humano de forma integral, o que significa que somos constituídos de corpo, psiquismo e espírito na unidade do serpessoa. Terceiro, a religião que inclui e articula, necessariamente, fé e ética. A experiência do cristão com o seu Fundador e fundamento, o Verbo encarnado, conduz e alimenta a ética do amor porque “Quem tem os meus mandamentos e os observa é que me ama”, “guardará minha palavra.” (Jo 14,21.23) A raiz mais profunda da violência pessoal, familiar e social, em suas múltiplas expressões, é o enfraquecimento da experiência do amor a Deus e ao próximo e da consciência de que somos filhos e irmãos, no mesmo Pai, salvos pelo Filho e santificados pelo Espírito. O Deus-amor nos criou à sua imagem e semelhança. Esta verdade expressa o fundamento mais profundo de nossa identidade e dignidade. Somente os esforços humanos são insuficientes (Cf. Rm 3,27, kaúxesis, Bíblia

14

Revista Canção Nova - Março de 2009

de Jerusalém, nota) para o enfrentamento efetivo da violência contra a pessoa que se manifesta, inclusive, nas ideologias e estruturas sociais, na confusão em relação aos valores, sob a ditadura do relativismo, no dizer do papa Bento XVI. Vivemos em uma sociedade consumista e injusta, em que o prazer predomina nas motivações do sentir, pensar e do agir com consequências, inclusive, ambientais. As violências de todos os tipos, como a concentração de renda, a prostituição infantil, tráfico e consumo de drogas, corrupção em todos os níveis sociais, a conspurcação da sexualidade humana, o ataque à família, a manipulação pela publicidade, crescem em dimensões planetárias, o que manifesta um verdadeiro retrocesso da civilização fundada no valor da pessoa humana. Só a repressão, que deveria ser o último recurso, é impotente para conter a onda da violência e a consequente insegurança pública. É necessária a educação integral da pessoa que exige, como fonte dos valores, o encontro pessoal e progressivo com Deus e a ação ética e política que deveria decorrer desta experiência existencial. A nossa fundada esperança se encontra na verdadeira experiência religiosa, que busca, no seu pólo objetivo, o Deus-

amor. A comunhão crescente, libertadora e salvífica com Ele é uma necessidade de sempre da criatura humana, e atualmente urgentíssima, para a clareza da consciência do valor da pessoa humana, desde a sua concepção à morte natural. Discursos e iniciativas humanas, que não se apoiam na força do Alto, como os fatos demonstram, não levam à verdadeira libertação e à convicção profunda e crescente de si e dos outros como pessoas, imagens do Deus vivo, rocha segura para prevenir e proteger contra a insegurança de todas as tempestades. Paulo Cesar da Silva é Mestre e Doutor em Filosofia, graduado em Teologia, Filosofia e Letras


AGENDA - MARÇO 2009

EVENTOS EM CACHOEIRA PAULISTA Aprofundamento “Alegres na esperança, fortes na tribulação, perseverantes na oração” Rm 13,12 Data: 6 a 8 de Março Presenças: Pe. José Augusto, Emir Nogueira, Dunga, Salette Ferreira e Eliana Ribeiro Kairós para Mulheres “Alegres na esperança, fortes na tribulação, perseverantes na oração” Rm 13,12 Data: 8 de Março Presenças: Monsenhor Jonas Abib, Luzia Santiago, Emir Nogueira, Eliana Ribeiro e Gil Duarte

II Encontro Latino-Americano “O sangue de Cristo tem poder” Data: 13 a 15 de Março Presenças: Neil Vélez, Monsenhor Jonas Abib, Pe. Roger Luis, Flavinho

Kairós para Homens “O justo viverá pela fé” Rm1,17 Data: 22 de Março Presenças: Eugênio Jorge, Márcio Todeschini

EVENTOS PELO BRASIL CURITIBA-PR Encontro de Oração Tema: “Ele nos libertou do mundo do mal” Data: 21 e 22 de Março Presença: Frei Josué Telefone para contato: (41) 3091-1370 SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP Show em Comemoração ao Aniversário de 7 anos da Rádio Canção Nova em São José dos Campos Data: 21 de Março Presenças: Diácono Nelsinho, Salette Ferreira e Ricardo Sá Telefone para contato: (12) 3923-7000

VEM AÍ... Em ABRIL Acampamento de Semana Santa Tema: “Jesus Cristo o mesmo ontem, hoje e sempre” Data: 9 a 12 de Abril Presença: Mons. Jonas, Pe. José Augusto, Pe. Cleidimar, Pe. Roger Luis, Pe. Bruno, Márcio Mendes

Informações: (12) 3186-2600 - blog.cancaonova.com/eventos Revista Canção Nova - Março de 2009

15



Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.