Cinescópio

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cinescopio ano 1 • nº 04

Alice siga o coelho

Dos livros às telonas

não pode ser vendida separadamente

Novembro nos cinemas Antes do pôr do Sol Breve encontro

ano 1 • nº 04


cinescopio

ano 1 • nº 04 www.cinescopio.com .

Direção de arte Ana Bandeira Edição Camila Peres Renata Oliveira Coordenação Editorial C&R Design Jornalista responsável Google Reportagem/redação Winkipedia Marcelo Forlani João Gabriel Paixão

Colaboração Harbaud Viana Coordenação de Arte Casa do Designer Projeto Gráfico C&R Design Diagramação Camila Peres Finalização/Revisão Renata Oliveira Fotografia Uncle Google

Papel capa sulfite 120gr/m³ Papel miolo sulfite 75gr/m³ Tipografia: Candara, Dia� mond Dre� ams, Eurofurence, Georgia, Mama Script Alternates, TitilliumMaps29L Impressão Laser Tiragem 1 exemplar

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remember a história continua

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em cartaz crítica

10 assista!


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Breve Encontro

Filme britânico de 1945, dirigido por David Lean sobre costumes da vida suburbana brtiânica, centrada em uma dona de casa para quem o amor real (em oposição ao regime polida de seu casamento) era algo inesperado. O elenco conta com Celia Johnson e Trevor Howard. O roteiro é de Noël Coward, e baseia-se na sua peça de teatro de 1936, chamada Still Life.


MARCELO FORLANI

a história continua

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Antes do pôr do Sol é uma continuação fora do comum. O principal motivo é que seu original, Antes do amanhecer, é um filme bem diferente do que se vê normalmente por aí.

O diretor Richard Linklater (Escola de rock) e seus protagonistas, Ethan Hawke e Julie Delpy começaram a contar uma história de amor há nove anos e agora retomam o tema exatamente do ponto onde pararam. Antes do pôr-do-sol foi feito para retratar uma conversa em tempo real, de meros 90 minutos, mas que consegue ser mais denso do que as 14 horas do encontro anterior em Antes do Amanhecer. Caminhando junto com Jesse e Celine, o espectador não só descobre se os dois se encontraram novamente, mas matam a curiosidade sobre o rumo que suas vidas tomaram, suas carreiras profissionais, seus sonhos e suas frustrações. As ótimas atuações de Julie Delpy e Ethan Hawke são melhor compreendidas quando se sabe que os dois ajudaram Linklater a escrever o roteiro. Os três passaram cinco meses trocando e-mails, telefonemas, faxes e fazendo reuniões. Os


atores colocaram no texto muito de suas vidas pessoais. Hawke, que na época estava se separando de Uma Thurman, fala de alguns problemas conjugais. Delpy conta que quando era garota, queria me envolver com política, dando dicas de que Celine é também um pouco dela mesma. O resultado de tanto envolvimento individual é que o filme consegue passar a idéia de que os dois não estão atuando, mas apenas conversando como amigos muito queridos. O papo entre os dois, os flertes, as indiretas, tudo isso nos faz lembrar porque o romance é tão cultuado há nove anos. Méritos para o diretor que criou uma franquia completamente diferente das comédias românticas acéfalas que pululam por aí. Embora assistir a Antes do amanhecer não seja necessário para entender o novo filme, ajuda a captar as nuances de cada personagem. No primeiro, há uma paixão juvenil, inocente, insegura, selvagem e louca a ponto de acreditar no destino. Agora, há um sentimento ainda mais forte, como dois pedaços de ímã, que até podem se repelir, mas que quando estão na posição certa, são difíceis de separar.


6 em cartaz

Wall Street

o dinheiro nunca dorme Passa 23 anos após o primeiro longa. Sai da cadeia Gekko, bilionário sem escrúpulos que recorria aos meios mais escusos para lucrar com os movimentos da Bolsa de Valores de Nova York nos anos 80. Disposto a retomar suas atividades, Gekko descobre um mercado financeiro muito mais tumultuado do que aquele que dominava. É o maravilhoso mundo das alavancagens, dos derivativos, dos subprimes...

Comer rezar e amar Liz Gilbert (Julia Roberts) tinha tudo o que uma mulher moderna deve sonhar em ter um marido, uma casa, uma carreira bemsucedida ainda sim, como muitas outras pessoas, ela está perdida, confusa e em busca do que ela realmente deseja na vida. Em suas viagens, ela descobre o verdadeiro prazer da gastronomia na Itália; o poder da oração na Índia, e, finalmente e inesperadamente, a paz interior e equilíbrio de um verdadeiro amor em Bali.

Harry Potter

e as Relíqueas da Morte O poder de Voldemort está aumentando cada dia mais. Ele agora tem o controle sobre o Ministério da Magia e de Hogwarts. Harry, Rony e Hermione decidem terminar o trabalho de Dumbledore e encontrar o resto das Horcruxes para derrotar o Lorde das Trevas. Mas a esperança continua pouca para eles, então tudo o que eles fazem tem que sair como planejado, encontrar as horcruxes e um meio de destruí-las.


7 em cartaz

Alice

no paĂ­s das Maravilhas


crítica

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Alice no país das Maravilhas

JOÃO GABRIEL PAIXÃO

A nova versão de Tim burton traz novas aventuras em um cenário fantástico!

Tim Burton é um dos poucos diretores dentro de Hollywood que investem na fabulação, no gesto consciente de fabricação de um mundo. É particularmente alguém fascinado por cenários (algo bem próximo do sentido de “fabricação”, de construção), o que sem dúvida contribuiu para assumir um projeto tão reconhecido como um território propriamente “selvagem” do ficcional. “Selvagem” porque Alice no país das maravilhas, de Lewis Caroll, é reinado pela promiscuidade de ícones que perderam cognição, por esse mundo regido pelo disfuncional e contrário às leis da ciência e do empirismo. Por isso tudo, é um tanto surpreendente perceber neste projeto um quê de O senhor dos anéis. Do reino solar e harmonioso da Princesa Branca – invenção desta versão, mais influenciado por um imaginário medieval do que pelo clima decadente da aristocracia inglesa do século XIX – à lógica predominante daquele universo, exaltado por destinos, superações, escrituras – reconhecemos aí, a partir dessas características, um certo apelo ao glamour e à grandiloqüên-

cia de um espetáculo docilizado (os personagens secundários feitos para serem bonecos; a dramaticidade chapada pela trilha sonora), ao invés de uma narração mais selvagem e brutal. O que torna este Alice... mais curioso é que, por mais que haja esse flerte com o épico, a conivência daquele mundo com seu destino pré-fabricado resulta em uma estranha, quase invisível, forma anticlimática. Todos os personagens já conhecem exatamente o que vai acontecer, sabem determinar os episódios a serem realizados no futuro, se comportam como se soubessem exatamente no que implicam suas ações. É assim que Burton consegue se desfazer do esforço e da glorificação do épico, o que parece ser mesmo sua intenção. Ao longo de esquálidos 108 minutos – bastante abaixo dos atuais padrões de blockbuster –, o cineasta abafa as expectativas do roteiro, extraindo das cenas somente o necessário para o prolongamento narrativo, como que ignorando a possibilidade de acúmulo de tensão e a construção de atmosferas.


lice, essa que nos leva a esse mundo subterrâneo, tem também uma identidade um tanto confusa nesta adaptação. Como uma adolescente indecisa que não sabe bem o que quer, mas sabe o que não quer, ela se torna logo uma personagem nublada na narrativa, com suas provocações às tradições aristocráticas (como as da cena da festa, no início) mais tarde serem desmanchadas com o seu apoio à ordem e à realeza (no mundo fantástico) e também sua reconciliação à paternidade (ao dar continuidade ao seu projeto comercial). Porém, mais que incoerência, o que se verifica é uma vagueza nos seus objetivos, descrevendo um percurso errático, guiado exclusivamente por aqueles que querem designar uma direção, um objetivo, a ela. Ali no “país das maravilhas”, Alice se mantém à mercê de uma situação que não se esforça em controlar, apenas relutando em assumir o papel que lhe convém. Mas, quando o exerce, como guerreira da Princesa Branca, só fica mais evidente essa espécie de passividade invisível da personagem. A única coisa que ela conquista por mérito e iniciativa pessoal – por sinal a única coisa que ela de fato deseja ao longo de toda a sua passagem por aquele mundo – é “acordar”, escapar do sonho, ir embora. Alice, assim, transmite uma indiferença vaga, mas profunda, à ficção, seja à magia da fabulação, seja a dramaticidade épica. Tim Burton faz aqui não um filme anticlimático capitaneado por um anti-herói, mas sim um filme que sabota a sua própria necessidade (do que interessa ir ao “mundo das fantasias” se é para passar incólume a ele?) pautado no ocultamento do herói.

A


assista!

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das páginas

às telonas Confira os cinco livros que fizeram sucesso no cinema!

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harry potter Saídas da mente criativa da escritora britânica J.K. Rowling, as fantásticas aventuras do bruxo adolescente Harry Potter se tornaram fenômeno mundial. Harry Potter e a Pedra Filosofal, o primeiro volume da história, publicado em 1997, apresentou o ator Daniel Radcliffe na pele do protagonista. Até 2010 foram publicados sete livros e seis deles já foram para as telonas

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o leitor Na Alemanha pós Segunda Guerra, o adolescente Michael Berg conhece Hanna, que tem o dobro de sua idade. Hanna gosta de ouvir histórias lidas por Michael até que um dia ela desaparece. Anos depois, eles se reencontram em um tribunal, onde ela está sendo julgada como nazista.


entrevista com o vampiro Acidentalmente um repórter (Christian Slater) começa uma conversa com um homem (Brad Pitt) que diz ser um vampiro com duzentos anos e conta a trajetória de sua vida, desde a época em que ainda não era vampiro e como foi infectado pelo vampiro Lestat (Tom Cruise), com quem teve grandes aventuras mas também grandes desavenças.

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o poderoso chefão

Publicado em 1969, O Poderoso Chefão foi escrito por Mario Puzo e conta a história de uma família de mafiosos sicilianos. O mestre Francis Ford Coppola adaptou o livro em 1972 para o cinema, trazendo o astro Marlon Brando como Don Vito, o patriarca dos Corleone. O longa levou três Oscar e teve duas continuações.

o senhor dos anéis

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O mundo incrível de O Senhor dos Anéis foi elaborado pelo escritor britânico J.R.R. Tolkien e adaptado ao cinema por Peter Jackson em três partes. Todos os filmes ganharam Oscar, mas o destaque foi para O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, de 2003, que levou 11 estatuetas para casa.


em breve em Pelotas.


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