Cinturao Negro Revista Portugues 298 Outubro parte 2 2015

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“Para poder continuar, tenho de começar tudo de novo” León Gieco

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om mais de 75 milhões de habitantes, a Turquia tem sido uma encruzilhada histórica entre as culturas e civilizações Orientais e Ocidentais. Com uma grande diáspora de emigrantes em todo o mundo (devemos destacar na Europa a importante comunidade Turca na Alemanha, com mais de 2 milhões e meio de pessoas), a edição da nossa revista nesta sua língua, terá provavelmente uma repercussão internacional muito destacada. Internet, como meio de difusão, permite hoje o impossível. Faz só alguns anos, uma difusão alem fronteiras dos conteúdos gratuitos da nossa revista, a cada mês já superam os 360.000 leitores. Com 8 idiomas e em pelo menos 6 deles, em que editamos duas vezes por mês a revista, desde faz já muitos anos, as nossas revistas levam a mensagem dos Mestres marciais (de agora e de sempre) por todo o mundo, através das redes. Nesta magnífica ocasião, também não farei um panegírico da nossa revista, nem destacarei como própria a conquista que constitui editar a revista em tantos idiomas, porque tenho a suficiente idade para saber que são múltiplos os factores intervenientes em tais sucessos e nem sempre atribuíveis às virtudes das pessoas. Entretanto, e porque os factos são obstinados, devemos admitir a realidade que implica a nível de comunicações, esta novidade: O mundo das Artes Marciais está mudando, porque hoje mais que nunca, os estudantes possuem a capacidade de entrar em contacto com informações que em séculos passados seriam impensáveis. Na nossa web site www.budointernational.com, estão alojados mais de 600 vídeos em cinco ou seis idiomas, dos melhores mestres do mundo e a um só clique se podem descarregar a preços baratíssimos. O nosso canal de youtube: videobudo, com mais de 23.000 subscritores e com 13.983.936 visualizações, proporciona à comunidade

“Uma viagem de mil milhas começa com o primeiro passo” Lao Tse

marcial, material gratuito em vídeo. Na nossa web se podem adquirir equipamentos, livros, etc…, um sonho para um jovem Alfredo Tucci, quando em 1968 começava a treinar Artes Marciais, sem nenhum apoio informativo, para além de um ou dois livros. Entretanto, não podemos obviar, os aspectos inerentes a esta facilidade. A informação por si só não implica a aprendizagem, porque o que as Artes Marciais proporcionam à formação de uma pessoa, não são só conhecimentos técnicos de auto-defesa, mas também a formação do carácter dos indivíduos. Para tudo isso, a presença e a tutela de um bom Mestre são absolutamente imprescindíveis. Entretanto, querer resumir o enorme legado marcial só a conhecimentos de ordem técnico, é tão idiota como ignorar o facto de que os tempos mudaram. Os Mestres dos nossos dias devem actualizar suas posições, porque as velhas fórmulas não lhes vão granjear os resultados dantes. Alguns estilos, como resultado de tudo isto, estão inermes, como quadros em um museu, amarrados a costumes e formulações anacrónicas, quando o certo é que em seus começos foram inovadoras, adaptáveis e criativas. No outro extremo, aqueles que não vêem mais além do quantitativo, se entregam ao “vale tudo”, ignorando talvez o melhor e mais distintivo destas práticas tão antigas como o homem, ou seja, o próprio homem, o seu carácter, honra e formação interna de valores eternos. No entanto, seja qual seja a sua posição, todos eles cabem na nossa revista. Com o mesmo respeito e


Alfredo Tucci é Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO. e-mail: budo@budointernational.com

admiração, cada mês publicaremos para os nossos leitores, as suas ensinanças, opiniões e mensagem, para que sejam os leitores que escolham o seu caminho e para que seja este qual for, aprendam a respeitar e apreciar o caminhos dos seus irmãos marciais em todo o planeta. Turquia, seja bem-vinda à família BUDO!

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e-mail: budo@budointernational.com

Alfredo Tucci es Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO. e-mail: budo@budointernational.com






Reportagem Ninguém teve tanta influência na expansão das Artes Marciais em todo o mundo como Bruce Lee. Diríamos até que podemos dividir a evolução das Artes Marciais na Ásia em dois períodos importantes: antes e depois da era de Bruce Lee. Antes de saltar para a fama no cinema, em 1971, fora dos seus países de origem, no resto do mundo, as artes marciais só eram praticadas por pequenos grupos de seguidores entusiastas. A partir do grande sucesso das fitas de Lee, milhões de pessoas ficaram impressionadas e sentiram-se inspiradas a iniciar alguma arte marcial e este período no Oeste é conhecido como a “Era das Artes Marciais”. Durante os três anos que se seguiram aos começos de Bruce no cinema, “toda a gente fazia Kung Fu”, surgiu a Texto: Kostas Argyriadis Fotos: Archivo Budo


Ap贸s 45 anos da sua morte, encontr谩mos o assassino de Bruce Lee!


Reportagem

série de televisão interpretada por David Carradine, e muitos locais transformaram-se em dojos. 45 anos após a morte do pequeno Dragão, a atenção da comunidade de artes marciais internacional ainda se sente atraída pela questão da causa da repentina e inesperada morte de Bruce Lee em 1973, um homem de condições físicas extraordinárias, com apenas 32 anos de idade. Até agora, sabemos que sofreu um edema cerebral. No entanto, nunca foi dada uma explicação concludente acerca da causa que provocou tal edema. Neste artigo, vamos tentar pesquisar o mistério e achar uma resposta para sabermos o que matou Bruce Lee.

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esde os inícios do 1971, quando estava a filmar “Big Boss” em condições muito duras na selva da Tailândia, até que fez “O Dragão Ataca”, em 1973, Bruce tinha trabalhado com um forte excesso de carga constante, levando-o até ao limite das suas forças físicas e psicológicas. Durante este curto período perdeu 8kg e começou a mostrar sinais de estar esgotado. A 10 de Maio de 1973, Bruce estava nos estúdios Golden Harvest, em Hong Kong, onde dobrava os diálogos finais de “O Dragão Ataca”. Nesse dia, fazia muito calor e havia muita humidade no estúdio e para piorar as coisas, tinham desligado o ar condicionado para não criar problemas no som da fita. Num determinado momento, Bruce não se sentiu bem e saiu do estúdio. Como demorava a voltar, foram buscá-lo; deram com ele no chão, a vomitar e com convulsões. Foi de imediato levado para o hospital, onde as suas contracções musculares pioraram. Os médicos deram-lhe o medicamento Mannitol, para reduzir a inflamação do cérebro que lhe tinham diagnosticado. Após uma hora e meia, Bruce recupera a consciência, mexe os olhos para a direita e para a esquerda e diz algumas palavras que ninguém consegue perceber.



Reportagem Este episódio deixa Bruce aterrado e duas semanas depois, ele e a sua mulher Linda viajam aos Estados Unidos para iniciar um tratamento de quatro dias, com tests profundos no cérebro e no resto do corpo, no centro médico da UCLA. Um neurologista, o Dr. David Reisbrod, chega à conclusão de que Bruce estava a sofrer convulsões geradas por causas desconhecidas, e receita Dilantin, outro medicamento. Apesar de Bruce só estar a pesar 62kg, acharam que estava em perfeito estado e deram-lhe alta. Feliz com este resultado, Bruce e Linda voltam para a Hong Kong, onde ele continua a trabalhar na sua próxima fita, “Game of death”.

Durante a parte da tarde, Betty Ting Pei tenta, por várias vezes, acordar Bruce, mas ele não responde; telefona então para Raymond Chow, que chega por volta das 21:30h. Chow também não consegue acordá-lo e chama um médico que tenta reanimar Bruce Lee, sem resultado, antes de o mandar para as urgências do hospital. Quando chega ao hospital Queen Elizabeth, os médicos levam-no logo para a UVI e começam a massajar o seu coração, seguido de uma injecção de remédios estimulantes directamente no coração. De nada serviu; Bruce Lee tinha falecido. A autópsia revelou que a causa da morte foi um edema cerebral,

A 20 de Julho de 1973, Bruce e Raymond Chow, seu sócio na companhia de produção Concord e proprietário dos estúdios Golden Harvest, vão até à casa da actriz chinesa Betti Tin Pei, para falar de umas mudanças no enredo da fita. Bruce queixa-se de dores na cabeça e Lee Ting Pei dá-lhe um calmante, Ecuagesic, e Bruce vai dormir um pouco. Chow deixa o apartamento para se encontrar com o antigo actor George Lazenbay, para conversar com ele sobre a sua participação na fita “Game of Death”.

definição de um excesso de acumulação de água nos espaços intra ou extra celulares do cérebro. Oficialmente, a causa foi o resultado de uma reacção adversa e anormal ao calmante Equagesic. A 24 de Setembro, depois de o tribunal ter ouvido as testemunhas, Mr. Egbert Tung deu o veredicto final de “morte acidental”. Um mês depois da sua estreia, o filme “O Dragão Ataca” já soma 200 milhões de dólares, com um custo de 600.000, tornando-se a fita de maior sucesso em termos receita/custo.



Inevitavelmente, as misteriosas circunstâncias da morte de Bruce fizeram saltar todo o género de especulações e rumores acerca da causa da sua morte. Tríadas, uma luta, um batimento Dim Mak, overdose, veneno... Reacção fatal alérgica ao “cannabis” O neurologista Dr. Wu que examinou Bruce no hospital a 10 de Maio, durante o seu primeiro episódio, concluiu que ele padecia de um edema cerebral e receitou Mannitol. Esta droga é apenas usada no tratamento de um edema cerebral. É um osmótico

diurético, utilizado principalmente em overdose de estupefacientes e na eliminação do sistema de um potencial e letal excesso de sódio, que pode causar concentração nos rins. Segundo informou o Dr. Wu, este sódio provocou hipersensibilidade ao “cannabis” que, por sua vez, foi a causa do edema cerebral e das convulsões. O médico da família de Lee, o Dr. Donald Langford, esteve de acordo com esta teoria e confirmou que de cada vez que o vira após o dia 10 de Maio, tinha-o achado excessivamente tenso.

De acordo com o Dr. Langford, Bruce era especialmente sensível aos alcalóides que continham “cannabis”, e a série de sucessos acontecidos, teriam causado a sua morte meses depois. A verdade do assunto é que a 10 de Maio, Bruce tinha uma quantidade de “cannabis” no seu estômago; ele usava-o regularmente em chicletes e em folhas. A autópsia praticada depois do dia 20 de Julho, mostrou que só tinha uma ínfima quantia de “cannabis” no seu estômago no momento da morte. Os que defendem a teoria de sua


Reportagem hipersensibilidade ao “cannabis”, dizem que a 10 de Maio Bruce foi levado rapidamente para o hospital e apesar de ter sido salvo momentaneamente, umas horas preciosas do dia 20 de Julho foram perdidas, antes de dar entrada no hospital, deixando que o “cannabis” fizesse o seu trabalho fatal.

Desidratação severa Outra teoria sugere que a morte de Lee foi causada por “envenenamento do corpo” devido a uma falta aguda de água. É sabido que Bruce, apesar do seu duro regime de treino, não bebia muita água, mas bebia muito um sumo de feijão Dou Jian, nada parecido com o leite de soja. O corpo humano precisa de determinadas quantidades de água para sobreviver; a água é o principal regulador da circulação

do sangue e desempenha um papel crucial na filtração de substâncias potencialmente nocivas no organismo. Se não se beber água suficiente, o sistema protesta e adoece. Apesar de o cérebro ser só uma quinta parte do peso do nosso corpo, ele precisa de 20% de circulação do sangue.

Envenenamento O facto de o Dr. WU ter dado Mannitol a Bruce durante o episódio de 10 de Maio, leva o seu irmão Robert Lee a acreditar que o Dragão imortal tinha sido envenenado. Os amigos de infância de Lee em Hong Kong, foram ainda além e acusaram o sócio Robert Chow de envenenar Lee. Outra possível suspeita de envenenamento foi a máfia de Hong Kong, a chamada “tríade”. Durante os anos 70, em Hong Kong era comum a prática de que

as estrelas de cinema pagassem por protecção a estas tríades. Desde o princípio dos seus dias em Hong Kong, Bruce tinha-se negado a cumprir com esta prática, e por isso, muitos pensam que era um “mau exemplo” para os outros actores e, por conseguinte, um exemplo a eliminar.

Autodestruição devida a dois anos de abuso de esteróides Tom Blecker, durante algum tempo estudante de Lee e exmarido de Linda Lee, no seu livro: “Assuntos por decifrar: vida e morte de Bruce Lee”, comenta que Lee, desde os anos sessenta, consumia sistematicamente “haxixe” e esteróides anabolizantes. Diz também que o uso de esteróides poderia ter damificado Lee física e


emocionalmente, especialmente quando misturados com outros factores, como o esgotamento e determinados níveis de tensão, aproximando-o da morte. Um médico de Chicago, James Fitkins, apareceu com uma nova teoria baseada numa morte repentina por epilepsia. Pensa que Lee faleceu devido a um ataque epiléptico agudo denominado SUDEP, que foi conhecido pela ciência médica em 1995. Isto implica uma convulsão que paralisa o coração e os pulmões e pode ser provocada por falta de sono e severos níveis de tensão. Naturalmente, tem-se de ser epiléptico para se sofrer um

SUDEP, mas também se constatou que pode acontecer a pessoas submetidas a extremas condições de tensão.

de Londres, que o nível de “cannabis” fosse tão diminuto que pudesse provocar uma reacção alérgica.

Explicações

Falemos de envenenamento

A parte mais fraca da explicação oficial, uma reacção alérgica ao Equagesic, é o facto de que a 10 de Maio Bruce não tinha tomado este remédio. Pelo contrário, a 10 de Maio e a 20 de Julho, foi encontrado “cannabis” no seu estômago. Então, onde está a sua hipersensibilidade a esta substância que o matou? Duvido, de acordo com o Dr. Ronald Teare, da Universidade

Naquela época, toda a gente sabia que a relação de Lee e Chow se tinha deteriorado seriamente. Muita gente, presente nas filmagens de “O Dragão Ataca”, confirma que os dois estavam sempre a discutir. Numa carta escrita por Bruce a Run Run Shaw, proprietário da Shaw Brothers, naquele momento o estúdio de cinema mais importante de Hong Kong,


Reportagem ele declarava-o absoluto inimigo e isto parece confirmar os rumores. Bruce declara então que estará disponível a partir de Setembro de 1973 para uma fita da Shaw Borthers. Também tinha feito uma série de fotografias de promoção para eles. Fontes próximas aos dois homens comentam também que dias antes da sua morte, Lee e Chow tiveram uma forte briga na qual Bruce acusou Chow de o roubar na sociedade da companhia de produção Concord. Durante 1973, Bruce recebia regularmente guiões da Warner Bros., produtores de “O Dragão Ataca”, para fazer uma fita. Também era sabido que Bruce planeava um grande regresso aos Estados Unidos, para lá ir viver com a sua família, e onde, segundo Jackie Chan, especialista na fita, tinha em mente estabelecer a sua própria produtora. Quem sabe se Raymon Chow, no seu medo de perder a galinha dos ovos de


ouro e ao enfrentar uma acusação por problemas financeiros, resolvesse talvez selar a boca de Lee para sempre, envenenando-o? Poderia ser, mas, o que sucede com os pareceres dos juízes, onde não se fala em envenenamento? Hong Kong, nos anos 70, era bem conhecida pela sua corrupção e aqueles que apoiam a teoria do envenenamento declaram que com a quantidade de subornos existentes, qualquer parecer médico poderia ter sido facilmente falsificado. Pessoalmente, não acredito que Chow matasse Bruce, pela simples razão de que ninguém se arriscaria a isso, após o episódio de 10 de Maio.

Vamos examinar, finalmente, a teoria mais recente: o SUDEP O Dr. Wu confirmou, a 10 de Maio, que Bruce tinha uma série de convulsões alter nativas entre a contracção do músculo e a relaxação, um episódio bastante parecido a um ataque de epilepsia.

O facto de o neurologista em Los Angeles o ter examinado depois deste episódio e ter concluído que estava a padecer de desordem convulsiva, receitandolhe Dilantin, uma medicação normalmente utilizada para a epilepsia, parece também confirmar a presença de algum tipo de epilepsia não declarada. É bem conhecido o facto de que a massa do músculo pesa mais que a gordura. O paradoxo com Bruce era que quanto mais músculo tinha mais peso perdia. É certo que poderia ter estado em perfeita forma, mas isto não quer dizer que tivesse boa saúde. Sistematicamente, ele queimava mais calorias nos treinos do as que ingeria, e o resultado era 1% de gordura corporal menos, com um peso de 62kg no final da sua vida. Pessoalmente, penso que o “assassino” de Bruce foi o SUDEP, ajudado pelo próprio Lee. O seu extenuante regime de treino, combinado com a ingestão de líquido inapropriado, a sua falta de descanso e de sono, os seus níveis de tensão constantes e a possível utilização de esteróides, ajudaram o SUDEP a fazer o trabalho. No entanto, talvez tenha sido melhor assim. Bruce detestava a ideia de chegar a ser velho e tendo morrido na cimeira da fama, o Dragão mortal conquistou a vida eterna nos corações de milhões de admiradores em todo o mundo.









Farang Combat

Farang Combat e o uso da adaga para empurrar (Push Dagger) Dentro do estilo marcial Modern Farang Mu Sul, estilo fundado pelo Grand Master Michael De Alba, o uso de armas cortantes é de suma importância. O nosso Grão Mestre e muito reconhecido técnico da utilização da faca, desenvolveu um vasto currículo de técnicas dirigidas ao ataque e à defesa de seus praticantes. No Farang Combat podemos observar também o já dito Farang Mu Sul, técnicas de utilização da faca, concentrando-se no uso da adaga para empurrar (Push Dagger).



Farang Combat

Farang Combat desenvolveu grande número de técnicas para o ataque e a defesa, de um modo realista e eficaz. Na sua área de ataque, o Farang Combat conta com diferentes aproximações de ataque, sendo um dos mais importantes e impressionantes chamado “Hidden knive”. Nesta técnica, o ataque é e rápido e por surpresa, atacando em primeiro lugar os planos baixos e utilizando diferentes zonas do nosso corpo em combinações, para depois realizar o ataque de maneira efectiva. Segundo as redes históricas de informação, o Push Dagger ou literalmente “adaga para empurrar” (também conhecida como: “push knife” (faca de empurre), “gimlet knife” (faca de punho ou faca verruna) é uma adaga de folha curta com uma pega com feitio de um “T”, desenhada para ser empunhada na mão, de maneira que sobressair a folha pela parte dianteira do punho, geralmente entre o 2º e o 3º dedo. Ao longo dos séculos, o Push Dagger tem tido diferentes graus de popularidade como arma de combate corpo a corpo para civis e a elite militar. Diz-se que o Push Dagger tem sua origem na Índia e que está relacionado, em princípio, com o Katar hindu do Século XVI, a chamada espada perfuradora. Na América, no Século XVIII, a faca foi adoptada por homens e mulheres de todas as classes sociais, como uma arma defensiva e um artigo de uso quotidiano. Os políticos portavam-na nos edifícios estaduais e federais, inclusivamente no Capitólio dos Estados Unidos. Como arma de fácil ocultação, o Push Dagger foi a escolha favorita dos civis, que requeriam uma faca discreta, capaz de ser utilizado para a protecção pessoal. Foi uma arma comum nas cidades, durante a década de 1800 e geralmente se deslizava numa

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Farang Combat



Farang Combat

bota, se escondia dentro de uma manga de casaco, ou se pendurava a um botão do colete, com uma correia unida ao estojo em pele da faca. Durante a segunda metade do Século XIX, o Push Dagger também gozou de um breve período de popularidade no Reino Unido e na Europa Central, principalmente na Alemanha, onde foi chamado Stobdolch ou Faustmesser, que significa “Push Dagger”. Procavelmente, a arma foi lá introduzida a meados da década de 1800, por marinheiros estrangeiros que visitavam os portos do norte da Alemanha. Fabricantes de faqueiros alemães começaram a fabricar versões nacionais do desenho, frequentemente fixos a suportes de níquel e prata. O Stobdolch se vendeu principalmente como uma arma de defesa para os viageiros, vendedores e outras pessoas que requeriam uma arma compacta e discreta. Os Push Dagger continuaram vendendo-se na Grã Bretanha e no resto da Europa até finais do século XIX, quando a combinação de forças policiais mais eficazes e a disponibilidade de armas de fogo pequenas e de baixo custo, causaram uma diminuição substancial nas vendas e o uso de Push Dagger e de outros tipos de facas especiais para lutar e defender-se. Durante a década de 1980, novas versões do conceito Push Dagger têm sido produzidas por uma variedade de fabricantes especializados em cutelaria e se vendem principalmente como uma arma táctica ou de auto-defesa, especialmente nos E.U.A. As leis de muitos países e de vários estados e cidades dos E.U.A., não autorizam ou penalizam em certa medida a compra, posse, porte ou venda do Push Dagger ou de facas com punhos de nós metálicos.










Este DVD se centra en las armas de filo, en conocer y entender todos los peligros asociados a ellas, y su tema principal es el establecimiento de la prioridad. El énfasis principal en el entrenamiento con un arma de filo es conocer y entender todos los peligros asociados a este tipo de armas. El grave peligro de estas armas es real, y debe tratarse como tal. Esto significa saber donde debes establecer tu prioridad de entrenamiento para ser una herramienta de supervivencia, en caso de que tal situación se presente. Afrontémoslo, tú eres quien tiene que sobrevivir, y no tu entrenador que te ayuda a entrenar tus metas, pero no tu objetivo. Las prioridades de entrenamiento que uso en Latosa Escrima son las siguientes: realidad, técnica y ejercicios. Realidad: es la comprensión de lo que podría suceder exactamente y los peligros al usar o enfrentarse a un arma de filo. Técnicas: movimientos que tratan de darte una generalización de posibilidades y probabilidades de lo que puede suceder. Ejercicios: la mayoría de ellos se utilizan para desarrollar y mejorar las habilidades de movimiento utilizadas en la aplicación técnica.

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RAÚL GUTIÉRREZ LÓPEZ, 9º DAN Kosho-Ryu Kenpo y 10º DanFu-Shih Kenpo www.raulgutierrezfushihkenpo.com www.feamsuska.com rgutkenpo@hotmail.com Teléfono: (0034) 670818199 Sensei Luis Vidaechea Benito Cinturón Negro 3º Dan Fu Shih Kenpo Delegado FEAM en Castilla y León Templo Segoviano de Fu-Shih Kenpo Pabellón Pedro Delgado - Segovia Tel.: 622 263 860 mailto: sensei.luis@cylam.es http://www.cylam.es/ Maestro Peter Grusdat, 8º Dan Wing Tsun Director General Departamento de Wing Tsun FEAM wtacademycanarias.com/es/sifu-grusdat Facebook: Sifu Peter Grusdat Email: inf@wtacademycanarias.com Las Palmas de Gran Canaria - ESPAÑA Teléfono: (00 34) 618 455 858 - 637 344 082 Informate de nuestros Cursos de Formación de Monitores Para ejercer a nivel nacional e internacional Avalados por FEAM CLUBE ESCOLA DE DEFENSA PERSOAL José Rodríguez López Fundador Hand Krav Fu System Instructor Nacional Defensa Personal Policial IPSA Escuela Defensa Personal y Policial de As Pontes Lg Petouto - Ribadeume 15320 As Pontes, A Coruña Tel: 670 770 004 escuela@handkravfu.es - www.handkravfu.es Maestro José Domingos Cinturón Negro 3º Dan “Sandan” Fu-Shih Kenpo 1º Dan Kosho-Ryu Kenpo Representante de FEAM y la “International Fu-Shih Kenpo Portugal”. Entrenador de Lucha Libre, Musculación y Cultura. Física y Fitness – Preparador Físico, Socorrista de Emergencia Médica www.facebook.com/jose.domingos.37 <http://www.facebook.com/jose.domingos.37> jomanegos@gmail.com Tel: 00351 965713463.Dojo: XL GYM Avda. 25 de Abril nª 45, 1675 -185 Pontinha, Portugal ESCUELA DE ARTES MARCIALES KWANG GAE DO Felipe Alves Aniceto 2º Dan Tae Kwon Do Y Kick Boxing Representante Feam En Aragon Gimnasio Alfinden Tlf:649 601 709 Kwanggaedo@Gmail.Com Kwanggaedo.Wix.Com/Kwangaedo-Eam Facebook//Kwang Gae Do Maestro Martín Luna Director internacional Krav Maga Kapap FEAM Instructor policial/militar IPSA Seguridad y escoltas /vip protección Representante IPSA y FEAM Canarias Maestro Cinturón Negro 5º dan Fu-Shih Kenpo Instructor kick Boxing / K-1/Full Contact Tel: 671 51 27 46.martin75kenpo@hotmail.com


Martín García Muñoz Maestro Internacional 7º DAN Instructor Internacional Policial, IPSA Instructor Internacional Tae-Kwon-Do ITF Vicepresidente Federación Andaluza de Tae-Kwon-Do ITF Representante FEAM e IPSA para GRANADA, ANDALUCÍA. Gimnasio Triunfo (Granada) Teléfono: 607832851opencleanmotril@hotmail.com Maestro Antonio Guerrero Torres C.N. 5º Dan Fu-Shih Kenpo Representante “Asociación Fu-Shih Kenpo”, AFK para Andalucía Teléfono: 678 449 585 Email: afkenpo@gmail.com Per Snilsberg: Consejero Personal, Patrocinador y Promotor FEAM, IPSA e International Fu-Shih Kenpo Association, IFSKA. c/ Løytnantsveien 8b, 7056 Ranheim - Norway. Tel: +47 930 09 006 – post@fiskeper.no Sensei Mario P. del Fresno C.N. 3er Dan Fu-Shih Kenpo Representante F.E.A.M. Madrid Centro Entrenamiento Profesional Box Everlast www.boxeverlast.es Club de artes marciales 78 www.artesmarciales78.com Gimnasio In Time MMA. www.intimemmamadrid.es Teléfono: 658 016 688 mario.fushihkenpo@gmail.com Frode Strom, Sifu en 3 estilos diversos de Kung-Fu Representante Oficial Fu-Shih Kenpo en Drammen, Noruega. Frode Strøm Fu-Shih Kenpo Drammen Tollbugata 98 3041 Drammen (+47) 90942428 Frodestrom1969@gmail.com Instructor Krzysztof Adamczyk Instructor Nacional para Polonia y Noruega. Grinnisvegen 611 ,7236 Hovin i Gauldal ,Noruega fushihkenponorge@gmail.com 0047 92520150 fushihkenpopolska@gmail.com 0048 783474760


OS PONTAPÉS NAS ARTES MARCIAIS 1ª Parte En este espacio especialmente dedicado al estudio de las patadas en las artes Neste espaço especialmente dedicado ao estudo dos pontapés nas artes marciais e outros desportos de contacto, analisaremos as particularidades para sua execução em diversos estilos, como deve de começar a preparar-se cada pessoa, dependendo da sua própria morfologia, fisiologia, sexo, idade, etc.


Kenpo


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execução dos pontapés, manobras, combinações, concatenamentos mistos (punhos e pernas) ou outras especialidades ao respeito, são o que realmente proporcionam “atractivo, beleza ou espectáculo” a qualquer artista marcial que se preze. Por fortuna, actualmente contamos com estudos muito específicos e profundos ao respeito. Lembro-me que no passado, e sem irmos muito longe, quando eu comecei a treinar as artes marciais, lá por 1967, essa falta de profissionalidade, formação, pesquisa e contraste estadístico, praticamente não existia. E o que é pior, como era coisa precisamente tão desconhecida, à vez que considerada “vulgar” e para pessoas de pouca cultura ou classe social baixa, não existia censura alguma, nem seguimento ou controlo legal por parte de ninguém, nem de nada. Assim, qualquer chinês, japonês, coreano, ou indivíduo com cara semelhante a qualquer dos três, abria uma escola ou um dojo, dizendo ser Cinto Preto de tal grau, ou mestre de “X” e todos os interessados passavam por “caixa”. Isso aconteceu em todos os países do mundo e ainda agora, em 2015…, infelizmente, em alguns lugares continua acontecendo. Sem falar em nomes, todos aqueles que me conhecem e têm seguido a minha trajectória, hão-de saber ao que faço referência. Os meus Instrutores iniciais, nos obrigavam a realizar exercícios e técnicas “de maneira extrema” e nada importava se quando tentávamos nos lesionávamos, partíamos alguma coisa ou se realmente conseguíamos. Pontapear era para eles: “Vamos embora, mais forte, mais alto, mais forte, mais rápido e mais alto!” Sem preparação científica nem demonstração por parte daqueles que nunca suaram seu “Gi” e que se limitavam a dirigir os nossos treinos “só com a voz”, sem se mexerem muito para não enrugar o fato. Ainda há iludidos ou idiotas que os defendem,


Kenpo

“A execução dos pontapés, manobras, combinações, concatenamentos mistos (braços e pernas) ou outras especialidades ao respeito, são o que realmente proporcionam “atractivo, beleza e espectáculo” a qualquer artista marcial que se preze”


procurando explicações para aquilo que as não têm. Para mim, foram os espertalhões da época da nossa ignorância e aflição. Charlatães ou manipuladores que montaram “impérios económicos” à custa dos que trabalhávamos com entusiasma e entrega numa coisa em que ACREDITÁVAMOS. Por sorte, naqueles tempos eu era jovem e me acompanhava um fantástico Anjo da Guarda e a minha própria genética. Actualmente, ambos continuam a meu lado, graças a Deus! Ainda assim, me lesionava com muita frequência, por consequência do anteriormente dito. Mas tanto a minha genética como minha juventude me ajudavam a me recuperar rapidamente. Mas também e como é natural, muitos abandonavam por um tempo ou para sempre. Sou desses que estão convencidos de que tudo é possível, mas com “ordem e método”, com perseverança, paciência e conhecimento. Do contrário, o que poderia darnos muitas satisfações, também nos pode frustrar e decepcionar para sempre, pensando que as artes marciais, ou neste caso a arte de pontapear, não vai connosco, que não servimos ou não temos qualidades nem direito a isso, que é só para uns “poucos escolhidos”. Em Pittsburgh, Pensilvânia, USA, (1992) conheci o Grão Mestre John Rhee, (Jhoon Goo Rhee) Coreano e Introdutor do Tae-Kwon-Do nos Estados Unidos (1950), à vez que criador das primeiras protecções do Full-Contact. Instrutor de famosos…, nasceu a 7 de Janeiro de 1932, na Coreia do Sul. Assisti a um Seminário Intensivo que ele dirigia e nesse mesmo evento, nos confessou que ele não conseguira uma elongação completa, nem muscular, nem articular, até que com de 59 anos de idade, resolveu consegui-la e conseguiu! Ali mesmo nos fez uma grande demonstração da mesma, o que vem confirmar que realmente, não há limitação de idade, sexo ou raça. A questão é querermos e seguir os passos correctamente, com disciplina, esforço, paciência e perseverança. Sempre, nos meus treinos pessoais, no meu ensino, nos seminários ou mesmo quando escrevo, insisto na importância de primeiro conseguir uma grande preparação física. É a base de tudo, sem importar o estilo que se fizer ou os objectivos que se perseguirem.




Kenpo Para ser eficaz, o primeiro que manda é o nosso corpo físico. Devemos então preparar ao máximo todo o nosso arsenal, mediante uma disciplina e ordem no treino. Não basta que em frente de um espelho ou ao feitos ao ar, eu “pense” que os meus movimentos são bonitos, estéticos ou rápidos. O que realmente conta é se no momento de bater em um objecto, seja ele saco, pau, makiwara ou oponente, a minha técnica é efectiva ou pelo contrário, me lesiono a mim mesmo. Neste processo, é vital realizar um aquecimento antes de começar a treinar as técnicas. O objectivo é preparar o nosso coração, músculos, ligamentos e articulações, para que possam suportar depois o enorme esforço que vão realizar. Com um bom aquecimento activamos o nosso metabolismo, o que nos protegerá contra possíveis lesões. Também melhora a coordenação intermuscular. Assim pois, amigos, peço-vos darem muita importância à fase inicial do aquecimento. Do que constar este aquecimento e a duração do mesmo, terá de ser à vossa escolha, dependendo do tempo de que dispuserem para cada treino, da rotina de exercícios que pensarem realizar em cada momento. Também é importante dizer que tanto antes como depois do treino, é muito saudável realizar exercícios de Estiramento. Isto proporciona uns músculos mais flexíveis e prontos para entrar em acção. Cada vez que esticamos, estamos evitando problemas nas nossas articulações e agilizamos a oxigenação dos músculos. Já devem ter escutado instrutores a dizer que quando, por exemplo, sentimos dor nos gémeos, quadriceps ou nas costas, realizemos exercícios de estiramentos na zona ou zonas afectadas. Com o estiramento se aquece a zona, depois relaxamos e voltamos a esticar e em apenas uns minutos, começamos a sentir alívio. Isto é porque desbloqueamos essa zona da dor provocada talvez, por uma torcedura natural em um excesso de treino, por um batimento, golpe ou similar. Aquecendo, esticar e depois relaxar; a nossa energia começa outra vez a fluir e quando vai passando, cura y alivia. Para realizar exercícios de estiramento óptimos, é necessário começar primeiro esticando de maneira lenta e controlada. Não realizar puxões, não forçar a zona e não

ultrapassar o próprio limiar da dor. A dos avisa! Avisa de uma possível ruptura de fibras, por exemplo, a qual, ainda sendo microscópica, provoca grande dor e problemas que demoram bastante em curar, dependendo do grão do mal ocasionado. Eu utilizo muito os métodos do Stretching, que consiste em tensão (para aquecer o músculo), relaxação e extensão e assim sucessivamente. Notamos como em cada repetição vamos conseguindo um maior estiramento. Tensamos e quando sentirmos que diminui, continuamos empurrando um pouco mais. A respiração, como em tudo, é muito importante. Respirarmos profundamente. Inspirarmos e expirarmos correctamente, é muito necessário. O ideal é aplicar a tensão no momento de largar o ar (exalação). Assim conseguimos relaxar a musculatura e portanto, “esticar” nos custa menos. Sejam constante nisto de estirar. Vão ver como é grato sentir os progressos e a constância se encarrega de nos premiar. Também podemos realizar só sessões de estiramentos, percorrendo todo o corpo. Isto se pode fazer umas duas vezes por semana. Evitaremos lesões e os resultados parecem antes. Depois de treinar é normal termos o que se denomina “Agulhetas”, “dores musculares”. Se a dor é leve, é bom sinal! Acostumasse a dizer que os músculos só crescem quando no treino que realizarmos, se produzem micro rupturas das fibras musculares, de tal maneira que o nosso sábio corpo, depois se vai dedicar à reparação destas fibras magoadas, engrossando-as para resistirem os seguintes esforços aos quais as submetermos. À pergunta acerca de que se podemos treinar todos os dias, a resposta é: Poder, se pode, mas então será necessário dividir os nossos treinos. Não é aconselhável forçar o corpo em excesso, nem trabalhar o mesmo grupo muscular durante dois dias a seguir, porque os músculos não crescem durante o treino, mas sim na fase de regeneração, que pode durar até umas 48 horas. AGRADEZCO A COLABORAÇÃO FOTOGRÁFICA da NOSSA ALUNA E AMIGA NEL PÉREZ. No mês que vem: “Elongação. A importância da mobilidade articular e os Estiramentos na prática da actividade física”.




















Jeet Kune Do “No OLIVA Professional JKD Stick Fightingse aprende-se: um pau só, dois paus, Pananjakman (pontapés abaixo da cintura), Dumog, Kina Mutai (“tirar os olhos”, morder, beliscar, etc.) e sparring, para completar a formação”


Auto-defesa

No proceloso mundo do JKD e arredores, é mais que difícil navegar com garantias. Não é que não existam escolas e graduações que nos possam servir como referência, o que acontece é que nem sempre os homens responsáveis pelas mesmas agem com a mesma objectividade e impecabilidade, de maneira que a efémera fama ou o bom nome se podem perder facilmente, num meio por outra par te tão competitivo e restringido. Nesta redacção, nestes últimos tempos, poucos instrutores nos têm surpreendido tão gratamente como Salvatore Oliva. O seu compromisso, a sua seriedade, contrastam amplamente com muitas outras, para não falar da sua técnica, velocidade e conhecimentos… Este homem possui esses atributos necessários para sentirmos que se pode estudar com ele… e além disso, aprender! Uma longa etapa com Paul Vunack criou uns fundamentos magníficos, um conceito que tem vindo a avançar, enriquecido com os critérios que proporciona uma linha de trabalho fiável, uma linha certeira e consistente. Inteligência, organização, eficácia… coisa tão necessária e desejável em qualquer aprendizagem, aparecem unidos neste jovem mas versado Mestre, que está a dar muito que falar



Auto-defesa pelo que nos honra apresentar -vos um novo trabalho do mesmo. No seu último vídeo sobre a luta com pau, ele introduz-nos a um mundo que domina amplamente e que nos permitirá abrir a nossa mente a aspectos inéditos que só as distâncias do pau nos podem oferecer. Aspectos que, entretanto, são perfeitamente aplicáveis no combate de mãos nuas. As defesas contra pau são parte essencial deste trabalho, um vídeo que não defraudará os seguidor es da matéria. Devemos assinalar a próxima aparição de um magnífico livro deste mesmo autor, do qual já temos notícias e uma cópia preliminar na redacção; um magnífico livro sobre Jeet Kune Do, de momento apenas em língua alemã, mas do qual, sem dúvida, em breve poderemos contar com uma edição em Castelhano. Um trabalho muito bem editado e de interessantíssima leitura.

A Arte da luta com Pau J.K.D. Stick Figting “Autêntica Defesa Pessoal oferecem muitas pessoas, mas muito poucas a podem ensinar de verdade. 100 % eficaz! Simples e real. Trata-se de um sistema funcional, eficiente e profissional, baseado na eficácia e na simplicidade.”


“Simplicidade e eficácia são os conceitos que empregamos a cada dia, na nossa busca e no treino”


Auto-defesa “O Professional Fighting System inclui também a capacidade para suportar situações com muita pressão psicológica”

O que é o Professional Fighting System (PFS)? Professional Fighting System é um sistema de combate eficaz, dirigido especialmente aos serviços de ordem pública, mas também adaptado ao uso civil. Técnicas simples e lógicas têm como resultado uma estratégia de defesa fácil e eficaz. Tal perspectiva profissional do combate marca a diferença e a eficácia do vencedor. Professional Fighting Systems (PFS Academy) é uma organização com sede na Suíça, fundada pelo Sifu Salvatore Oliva. Trata-se de um sistema profissional, que visa o combate puro e duro, isto é, que nos prepara para vencer um agressor numa situação real na rua. O sistema tem sido desenvolvido - e sempre actualizado - para chegar ao máximo nível no menor espaço de tempo possível. O Professional Fighting System inclui também a capacidade para suportar situações com muita pressão psicológica. Neste sentido, o PFS não é mais um sistema baseado na tradição mas um sistema ultramoderno, com o qual se aprende em pouco tempo a eficácia no combate. O seu segredo reside no facto de estar baseado nos reflexos naturais do corpo e cobrir as quatro distâncias do combate. A base do método é o movimento rítmico, para que o aluno não seja escravo de uma técnica fixa, para que possa mover-se livremente, de uma forma espontânea e criativa, respondendo assim de forma


Auto-defesa



Auto-defesa

adequada ao ataque. O trabalho de combate com pau é muito importante para que o aluno melhore as suas técnicas através de uma melhor coordenação corporal, força, deslizamento, sensibilidade, ritmo, capacidade de reacção, potência e auto-confiança. Para aprender o sistema não faz falta um conhecimento muito profundo ou uma força descomunal.

JKD Stick Fighting Philosophy O OLIVA Professional Fighting System Philosophy e neste caso especialmente o JKD Stick Fighting, é um sistema profissional de combate. O JKD Stick Fighting é eficaz tanto na defesa como no ataque. Técnicas que não proporcionam eficácia absoluta não se encontram no


programa de aprendizagem. Este é um dos pilares do ensino, que insiste neste aspecto. O programa da Professional Fighting System Academy consta de duas partes: Self Perfection e Self Preservation. A diferença entre estes dois termos é que Self Preservation é o simulacro do combate da rua. Empregam-se diferentes técnicas de punho, cotovelo, joelho e inclusivamente cabeçadas, quer dizer, técnicas que podem deixar fora de combate o rival, numa mínima fracção de tempo. Por outro lado, aprende-se a Self Perfection, isto é, respiração, movimento, ritmo e filosofia (o coração da arte marcial, a arte em si). Através dos exercícios com os parceiros, o aluno aprende a desenvolver Self Perfection e Self Preservation. É muito importante não desenvolver só um atributo, mas todos. No OLIVA Professional JKD Stick Fighting aprende-se: um pau só, dois paus, Pananjakman (pontapés abaixo da cintura), Dumog, Kina Mutai (“tirar os olhos”, morder, beliscar, etc.) e sparring, para completar a formação. O meu objectivo e a filosofia do JKD Stick Fighting residem numa preparação de todos os meus


Auto-defesa


JKD alunos com as ferramentas necessárias para sobreviver a qualquer tipo de ataque. Eu ensino técnicas simples, eficazes e reais para a defesa pessoal, para os meus alunos terem a possibilidade de as usar em situações de perigo. Cada situação é diferente, mas o procedimento da defesa ou a técnica usada sempre são iguais. Uns exemplos: Primeira situação num clube de bilhares. Um homem bebeu demais, está a usar a sua bengala como um moinho de vento e aproxima-se perigosamente de ti. O que fazer? Como podemos defender-nos? Segundo exemplo: Um estacionamento subterrâneo de noite. Observamos que se aproximam dois homens de grande tamanho, um deles com um taco de basebol. Como reagir? Como defender-se? Muito fácil: temos de empregar movimentos realistas, lógicos e eficazes. No meu vídeo vemos algumas das principais técnicas, que proporcionam o método adequado, para que a defesa se desenvolva com vantagem! As situações anteriormente ditas podem acontecer qualquer dia e a qualquer pessoa. Esta é a razão pela qual ensino o JKD Stick Fighting. Cada pessoa deveria aprender a defender-se perante as ditas situações. “Simplicidade e eficácia são os conceitos que empregamos a cada dia, na nossa busca e no treino.”

Programa do JKD Stick Fighting No nosso programa do JKD Stick Fighting aprendem-se técnicas básicas e princípios fundamentais. O aluno avançado tem a possibilidade de treinar com o sparring. O dito sparring não tem nada a ver com o conhecido contacto pleno ou contacto médio, porque nós, no JKD Stick Fighting, empregamos joelhos, cotovelos, cabeça, dedos, ombros, chaves, projecções e combate no chão. Nos primeiros meses, de uma forma relativamente fácil, os principiantes aprendem muito trabalho de passos em combinação com técnicas de um só pau e de dois paus, e também de mão nua. Para conseguir rapidez, profundidade e coordenação, a fim de entrar o mais rápido possível na curta distância, é importantíssimo dominar os referidos atributos, porque só assim se esquiva ao mesmo tempo todos os ataques. Todas as tácticas empregues no combate e delineamento dos passos são as mesmas, independentemente da arma usada. Estas técnicas influem também no combate a mão nua, cujo delineamento se denomina Tatsulok (Triângulo). No JKD Stick Fighting existem três distâncias: - “Mão Larga” para a longa distância. - “Sombreada” para a distância média (empregando punhos, pontapés baixos, com objectivo de alcançar tíbia, joelho, tornozelo e a zona genital).


Auto-defesa


“O meu objectivo e a filosofia do JKD Stick Fighting residem numa preparação de todos os meus alunos com as ferramentas necessárias para sobreviver a qualquer tipo de ataque”


“Num confronto não ganha aquele com as técnicas mais bonitas, mas aquele com as melhores condições!”


Auto-defesa - “Combate a distância curta” também chamado “Curto” ou “Punho” para o combate corpo a corpo. Aqui empregam-se cotovelos, cabeçadas, dedos, ombros, projecções, estrangulamentos e mordedelas. Os extremos da arma são frequentemente usados, porque normalmente não se pode empregar toda a longitude da arma. Em todas as distâncias do programa de treino, emprega-se o princípio “Humbok” (“Fluir como a Água”) para se adaptar às mudanças. Para empregar as diferentes tácticas, aprende-se nos inícios com o pau e com a faca na longa distância (“Distância Mão Larga”). O segundo passo é o treino na distância média (“Sombreada” ou “Distância Média”), e finalmente, aprende-se o combate corpo a corpo (“Combate a distância curta”). O JKD Stick Fighting é um sistema com técnicas ofensivas e defensivas, dando lugar ao emprego de passos diagonais e em forma de triângulo, como é comum na maioria dos estilos filipinos. O JKD Stick Fighting usa o desenho do triângulo para a “Distância Curta”, passando o adversário ou envolvendo-o, para conseguir uma posição vantajosa.

Porque é tão eficaz o JKD Stick Fighting? O JKD Stick Fighting é tão eficaz porque os seus movimentos são realistas e lógicos, baseado em reflexos naturais, possibilitando uma aprendizagem no menor espaço de tempo possível. Independentemente do ângulo de ataque, empregam-se principalmente três técnicas de defesa

(cotovelada, joelhada, cabeçada) na combinação adequada, conseguindo máxima eficácia. A eficácia no combate baseia-se nas ditas técnicas básicas, isto é, na simplicidade e na contínua actualização. JKD Stick Fighting é combate de sobrevivência contra um ou vários agressores armados, em qualquer distância, ou seja, autêntico combate da rua. Efectividade no JKD Stick Fighting quer dizer actuações rápidas, directas, duras, eficazes e decididas. A eficácia do JKD Stick Fighting baseia-se no facto de a maioria dos confrontos na rua começarem na distância média (“Medium Range”) ou na curta (“Close Quarter Combat Range”) e as respectivas técnicas acabam justamente nas ditas distâncias. O melhor de tudo é que não fazem falta conhecimentos em outras artes marciais ou desportos de contacto. Idade, sexo, peso, constituição física, passam a um segundo plano. O programa que podem apreciar no terceiro vídeo, baseia-se em movimentos reais, curtos, precisos e acima de tudo lógicos, com uma execução simples e com a máxima velocidade, fluidez e plena potência. O nosso objectivo é oferecer um sistema profissional de combate, com a finalidade de o usar só em situações de defesa para acabar quanto antes com a agressão e de uma forma segura. Nós queremos formar gente com dotes práticos, que dizer, transmitir ao aluno um caminho directo e rápido, para poder defender-se a si próprio ou à sua família. Recomendo com plena confiança, o sistema OLIVA Profissional Fighting System e o JKD Stick Fighting. “Num confronto não ganha aquele com as técnicas mais bonitas, mas aquele com as melhores condições!”










Cinco Chaves Ocultas para melhorar as técnicas Texto: Takahashi Oshihiro fotos: © www.budointernational.com

Existem fórmulas mágicas para melhorar, na aprendizagem das Artes marciais? Desde que o homem é homem, tem dedicado os seus esforços a procurar atalhos que façam mais rápido e efectivo o seu caminho aos objectivos que persegue. Se por fórmulas mágicas entendermos aquelas que sem esforço nos fazem melhorar, claro está que a resposta é que não existem. Reza o provérbio que "não há atalho sem trabalho", e esta é uma verdade universal. Se por mágico entendermos aquilo que nos permite avançar, subir pelas ladeiras encurtando caminho na direcção do cimo, a resposta é Sim, com certeza. No entanto, cada passo evolutivo tem tido um preço que pagar; quando escolhemos alguma coisa, sempre é muito o que deixamos para trás e de lado. Mas esta é a aventura de viver, o desafio do Ser humano. Muitos Mestr es indicam que o gozo está no caminho, não no cimo. Entretanto, é possível gozar o prazer das vias alternativas no nosso sendeiro, e desde já, o cimo sempre é o cimo, se bem que possua significados muito diversos, conforme quem o conquistar. Vejamos, para uns o cimo pode ser alcançar a invencibilidade, para outros, ser capaz de derrotar o resto (que não é o mesmo!), para outros, transcender o próprio combate, ir além do dual. Neste contexto, a técnica é uma ferramenta indispensável para todo estudante. Sem dúvida, a técnica é em si mesma, um atalho para alcançar a excelência, mas é na forma de a utilizar onde encontraremos as chaves ocultas que darão uma maior eficácia ao nosso treino.


Reportagem


Cinco Chaves Ocultas para melhorar as técnicas “Sentir o movimento não é só visualizá-lo, mas realizá-lo enquanto integramos as sensações que o acompanham.”

1. Interiorizar o movimento Quando começamos a praticar, todos passamos por uma etapa de desconcerto. O corpo parece não responder ao pensamento; emulamos os movimentos que nos ensinam, movemos braços e pernas pensando que estamos a fazer o mesmo que os outros… mas o espelho teima em nos desmentir. Durante o processo da aprendizagem básica, dividimos os movimentos (ou assim os explicam) para os ir dominando passo a passo e aos poucos, vamos conseguindo fazê-los. Juntamos as letras para fazer palavras e depois acabamos por fazer frases, até que finalmente, podemos escrever um livro. Durante estas etapas, um dos truques mais efectivos é aprender a interiorizar o movimento. Para levar a efeito tal coisa, devemos aprender a treinar em solitário, repetindo as técnicas com os olhos fechados. Isto porque os seres humanos dependem em grande medida e para tudo, do nosso sentido da vista. Anulando-o repetidamente, conseguimos identificar sensações que de outra maneira demorariam muito em se integrarem no conjunto de sinais que o cérebro usa para controlar o movimento. Quando sai um ataque de punho, gera-se uma série de movimentos, de ângulos do tronco e das ancas que dão maior ou menor eficácia à sua aplicação. Na luta corpo a corpo, o sentido do tacto é essencial, pois podemos não perceber visualmente o que faz o contrário enquanto os corpos estão entrelaçados. Uma pequena variação do peso pode antecipar a seguinte entrada em Judo, tanto como um olhar telegrafar o seguinte ataque em Karaté. Sentir o movimento não é só visualizá-lo, mas realizá-lo enquanto integramos as sensações que o acompanham. Essa informação cria condutas dentro do traçado do nosso sistema nervoso, auto-estradas, atalhos, que nos poupam energia que finalmente, fica disponível para ser usada em forma de potência e velocidade, ou o que é mais importante, em forma de atenção às mil e uma variantes e situações que pode provocar o nosso oponente. A prática contínua com os olhos fechados dará asas à nossa técnica, irá torná-la mais eficiente e acima de tudo, sóbria. O combate é uma situação sempre entrópica, onde quem mais poupa acaba por vencer, pois o que resiste vence.



Cinco Chaves Ocultas para melhorar as técnicas

“A Mestria sempre se mede pela fluidez na execução, pela "complicada simplicidade", a eficaz naturalidade do praticante”

2. "Não há tensão, não há obstrução" Os processos da aprendizagem constituem sempre um grande desgaste e esforço. Isto acontece na medida que não sabendo quais os pacotes musculares que devemos utilizar, acabamos por tensar todos. A Mestria sempre se mede pela fluidez na execução, pela "complicada simplicidade", a eficaz naturalidade do praticante. Se de entrada anulamos a tensão, estaremos a poupar montanhas de energia e, provavelmente, de lesões. Tomemos como exemplo uma técnica elementar, como o pontapé frontal; na primeira parte da técnica, devemos utilizar os pacotes musculares da parte da frente das pernas, quadríceps. Neste momento, toda a tensão nos seus antagonistas, os ilíacos, entorpecerá a sua acção. Só no momento de completa extensão, estes devem ser tensados. Praticando aplicadamente, a utilização nos níveis mínimos de tensão indispensáveis para mover a nossa extremidade, poupamos os movimentos; isto dá ocasião ao cérebro para compreender toda uma série de implicações do resto do corpo no processo. Se além disso o fizermos de olhos fechados, o aproveitamento será múltiplo, "sentiremos" como o nosso peso se desloca sobre a perna de apoio, como a anca sobe, como o tronco contrapesa a nossa acção (de outro modo, cairíamos ao chão), como se esticam os músculos dos pés. Assim pois, concentramo-nos em não tensar. Como em quase tudo na vida, o nosso maior inimigo somos nós mesmos. Quando nos concentramos em não tensar, deixamos de interferir negativamente, poupando energia e descobrimos, sem grande esforço, aquilo que demoraríamos muito mais por outras vias. Ao contrário do velho provérbio dos culturistas "No pain, no gain" ("sem dor não há ganho"), o artista marcial deveria dizer "Sem tensão, não há obstrução".



Cinco Chaves Ocultas para melhorar as técnicas

“Quando treinamos uma técnica numa posição diferente da que depois vamos utilizar, damos uma ocasião ao computador central de concentrar a sua atenção numa só parte das fases de execução”

3. Treinar as técnicas em posições diversas Por que motivo aprender em pé a bater com o punho, se o podemos fazer sentados? Durante o processo de aprendizagem, o princípio "divide e vencerás" é, sem dúvida, uma das estratégias essenciais. Quando treinamos uma técnica numa posição diferente da que depois vamos utilizar, damos uma ocasião ao computador central de concentrar a sua atenção numa só parte das fases de execução. Compreendo que nos possamos sentir mais ou menos ridículos a pontapear deitados no chão, de cócoras, ou agarrados à parede, mas em cada uma destas posições estamos a isolar os principais músculos intervenientes na técnica quando a aplicarmos em pé. Ao fazê-lo podemos concentrar-nos muito mais adequadamente, para conseguir uma correcta aplicação do ponto dois deste artigo, tornando-nos autênticos avarentos com a nossa energia. Geralmente, descobrimos então a inutilidade de tensar grupos musculares que no fundo, só agem como acessórios na execução das técnicas, modulando a sua execução, em vez de realmente intervir directamente nela, grupos que o neófito tensa inadequadamente, o que lhe tira velocidade e potência. O mesmo acontece quando nos pomos em situação diferente à habitual, questionamos o equilíbrio de um modo diferente, armazenando dados que nos permitirão avaliar e gerir muito melhor os movimentos de compensação que cada técnica implica nas áreas que não se comprometem directamente na execução de cada técnica. Romper as rotinas no treino, abre sempre perspectivas novas, conscientes ou inconscientes, que nos permitirão acelerar a aprendizagem.


Reportagem


Cinco Chaves Ocultas para melhorar as técnicas

“Ver as coisas de ângulos diferentes oferece ao cérebro uma ocasião para reconsiderar e afirmar-se no aprendido, dimensiona as nossas habilidades e proporciona um apoio firme para ser criativo”

4. O mundo "ao contrário"! Seguindo esta chave poderosa já enunciada de romper com as rotinas, proponho pôr o mundo ao contrário. Fazemos dos ataques defesa e das defesas ataques. Fazemos em cima do oponente o mesmo que fazemos por debaixo, mudamos a nossa direita pela nossa esquerda, a nossa esquerda pela nossa direita. Viramos o mundo de pés para cima! Quando praticamos uma técnica de defesa como ataque ou ao contrário, estamos a explorar a "cara oculta" da mesma, fechando o círculo na mente, apostando pela versatilidade. As técnicas rápidas executadas lentamente, as lentas rapidamente, fazemos do circular rectilíneo e de recto circular, o rosário de opções é quase infinito para fazer do paradoxo o nosso aliado. Ver as coisas de ângulos diferentes oferece ao cérebro uma ocasião para reconsiderar e afirmar-se no aprendido, dimensiona as nossas habilidades e proporciona um apoio firme para ser criativo. Se as nossas combinações favoritas começam com os braços, para acabar com as pernas, fazemos ao contrário; se primeiro tentarmos projectar para a frente, para depois aproveitarmos a energia defensiva do oponente para trás, tentamos a combinação oposta; o menos que vai acontecer é descobrirmos porque essa e não outras são as nossas favoritas e talvez até nos surpreendamos e aos nossos colegas com uma veia criativa que nos faz desconcertantes no combate.


Reportagem


Cinco Chaves Ocultas para melhorar as técnicas

“ Atacar com o poder de uma onda a romper na praia, bater como um raio, mover-se como um felino, esticar-se como um grou, deslizar-se como uma nuvem, envolver o adversário como uma rajada de vento, estrangular como uma jibóia constritora…”

5. Observar a natureza. Aplicar cada coisa no combate "A teoria vê-se na prática", reza o antigo provérbio. Uma técnica que não é contrastada no combate, à semelhança da faca que se não usa, nunca é afiada. As melhores técnicas são aquelas que surgem como resultado da pressão que exerce a habilidade de um parceiro de treino. Quando estamos fartos de que sempre nos entre com uma determinada combinação, devemos começar a visualizar o conjunto de acções que a neutralizará; treinar primeiro a sós, depois em companhia e finalmente, aplicar esse conjunto com o nosso desafiante parceiro, para saber se funciona ou não funciona. Em tal processo, a depuração técnica alcança as suas maiores cotas de excelência, a realidade sempre é a mais dura prova com a qual nos contrastamos, e a Mestria sempre acontece do lidar contínuo com ela. Os seus argumentos sempre são incontestáveis, a natureza, a realidade, é o único Mestre que nunca se engana, por isso, em todas as latitudes, sempre tem sido fonte de inspiração para os budokas. Atacar com o poder de uma onda a romper na praia, bater como um raio, mover-se como um felino, esticar-se como um grou, deslizar-se como uma nuvem, envolver o adversário como uma rajada de vento, estrangular como uma jibóia constritora…, os exemplos são bem conhecidos, mas penetrar no seu mistério, só conhece um caminho: Treinar, treinar e treinar… e depois… treinar. Assim pois: Bom treino!





A

dor é o melhor dos mestres - como me disseram várias vezes - “Tens sabedoria, mas só podes sorrir frente à dor…” Como conheço o preço que tive de pagar por esse conhecimento e a sabedoria, ninguém poderá dar-me o valor desta sabedoria. Aí é quando resolvo levar o meu conhecimento da dor ao público e compartilhar esse medo, ou como alguém o chamou, sabedoria! Tendo crescido na sagrada terra de Israel, pude ver como todos os dias, pessoas perdiam a vida e eram assassinadas por terroristas. Desde criança, me lembro dos “Fadayun”; os nomes foram mudando com os anos, para: “Patah”-OLP - Hamas - Hezbollah. Hoje vemos as mesmas acções com os nomes de Al Qaeda e Isis. O EIIL assassina com diferentes nomes, mas com as mesmas acções. Resolvi carregar a bandeira do amor e da paz por todo o mundo e ensinar e compartilhar o meu conhecimento, a minha dor! Servi na unidade número um para enfrentar o terrorismo e lutar contra este mal. Um dia, uma pessoa da minha família me chamou “assassino”

durante um jantar e só consegui voltar a sorrir alguns anos depois, quando a encontrei depois de ter perdido a sua melhor amiga em um ataque terrorista e me disse que devíamos matá-los a todos! Desta vez, eu respondi que essa não era a maneira. Expliquei que não se pode vencer a maldade com mais maldade e que o “olho por olho” nos deixará cegos a todos. Não sou um assassino em os meus amigos o são. Há uma história da minha unidade, na qual um paramédico realizou uma RCP a um terrorista que foi ferido, depois dele de abrir fogo contra a nossa unidade. O médico o resuscitou, curou, prendeu e levou-o à corte judicial; nunca contou a usa verdadeira história a este terrorista… O seu pai era uma lenda do exército e um dia, os terroristas atravessaram a fronteira e atacaram a sua casa. Tomaram como reféns sua mãe e o resto da família. Todos eles morreram a mãos dos terroristas durante o ataque; também o seu pai, que insistiu em ser o primeiro a sair pela porta. Nesse momento, ele era um

“Não lutamos porque odiamos aqueles que estão em frente de nós. Lutamos para cuidarmos daqueles que estão atrás de nós e queremos. Como diz o povo, “os guerreiros não lutam por odiarem os que estão na frente deles, mas sim por amarem os que estão atrás”


Grandes Mestres

“Expliquei que não se pode vencer a maldade com mais maldade e que o “olho por olho” nos deixará cegos a todos”


bebé e sobreviveu graças a que a mãe o escondeu na máquina de lavar roupa, quando escutou a chegada dos terroristas, salvando-lhe a vida. Mais tarde, o exército o encontrou lá dentro e com o tempo, chegou a ser membro da unidade de luta antiterrorista. NO entanto, não somos assassinos, carregamos com a bandeira do amor e da paz e só quem tiver estado na guerra, sabe o preço do amor e da paz! Não lutamos por odiarmos aqueles que estão em frente de nós. Lutamos para cuidarmos daqueles que estão atrás de nós e queremos. Como diz o povo, “os guerreiros não lutam por odiarem os que estão na frente deles, mas sim por amarem os que estão atrás”. Esta sabedoria serve para comunicar e também para ensinar as pessoas de todo o mundo, a lidarem com os conflitos e também como uma qualidade e forma de vida e para compartilhar todo o conhecimento. Isto me leva a me lembrar da história de umas crianças que faziam muito barulho ao lado do quarto de um senhor idoso e

o não deixavam dormir. O homem saiu e foi falar com eles. Sabia que se lhes gritasse, se tornaria uma brincadeira para os meninos e ainda havia de ser pior; de maneira que lhes disse que se faziam barulho, ele pagar-lhes-ia, mas que tinham de fazer muito barulho... E assim sucedeu durante uma semana. Passado esse tempo, quando os meninos foram “trabalhar” no barulho, o idoso explicou que lamentava muito mas que já não tinha dinheiro! Então, os garotos disserem que sem dinheiro não havia barulho!… Às vezes, a solução para o barulho é a sabedoria e isso é o que os líderes da minha equipa levam consigo por todo o mundo, para dar a conhecer ao público que a amizade, o amor e a paz são o melhor conhecimento que podemos desejar. Se o meu conhecimento se publicasse num livro, estaria escrito com uma tinta especial, feita de sangue, suor e lágrimas; essa é a tinta da dor. A minha força não vem de levantar pesos e alteres, mas sim de me levantar a mim mesmo, todas as vezes que me abateram...

“Por vezes, a solução para o barulho e a confusão é a sabedoria e isso é o que levam consigo os líderes da minha equipa mundo afora, para fazer saber ao público que a amizade, o amor e a paz são o melhor conhecimento que podemos desejar”


Grandes Mestres




Entrevista

ENTREVISTA COM O MESTRE MARTÍN GARCIA MUÑOZ Em geral, os reencontros no caminho da nossa vida, acostumam a ser muito agradáveis e portadores de grandes e emotivas recordações de uma etapa passada. “Se quiseres deixar marca do teu passo por este mundo e vida, serás sempre honesto, sincero e humilde. Procura que tudo quanto fizeres, dizeres, pensares e sentires, seja do coração e procurando não magoar ninguém. Sempre é melhor deixar marcas de amor e compreensão e não feridas ou cicatrizes. Por tudo isso, seremos sempre recordados, queridos e respeitados. Por outras palavras, morreremos com satisfação e honra”.

Introdução do Mestre Raul Gutiérrez López


Homens Notรกveis


Entrevista A cada dia conhecemos novas pessoas, vivemos novas emoções e continuamos lutando para alcançarmos as nossas ilusões. Com frequência também reencontramos seres, amigos ou familiares do passado. Se nesses reencontros deixamos neles essa “marca e não tivermos causado angústia e dor”, então é reconfortante. Uma dessas grandes e simples emoções é o que frequentemente e ao longo destes últimos anos da minha existência, venho sentindo na minha passagem pela vida. Em outras palavras: Sinto uma enorme satisfação, toda vez que alguém e desde qualquer lugar do mundo, me contacta via telefone, email ou pessoalmente, para manifestar-me a sua estima, afeição e agradecimentos por alguma coisa que por eles fiz bem no passado. Isto é coisa que muitas vezes não temos em consideração ou não nos

“Os efectivos policiais necessitam estar altamente preparados em todas as áreas pertinentes, para melhor desenvolver suas obrigações profissionais”

apercebemos de que realmente é tão importante para toda a gente. No entanto, é uma maneira de medirmos se temos sido boas pessoas ou não. Ser consequente com os nossos princípios, comportamento e acções, é mais importante do que muitas pessoas acreditam. Na minha experiência pessoal, a maioria daqueles aduladores constantes, aqueles que mais “fiéis parecem” ou pelo menos tentam fazer-nos acreditar, são os primeiros em “falhar-se consigo mesmos”. Como bem sabemos, o amor, o respeito, a admiração ou a amizade autêntica, só se podem ver com a passagem do tempo e não no mesmo instante em que alguém isso nos faz saber. Aqueles que menos ou nada me prometeram, com o tempo me demonstraram sua afeição autêntica e sincera e têm sido os que realmente mereciam a minha amizade e fizeram o que jamais teria esperado deles. Os

parvalhões que me davam palmadinhas constantemente e me falavam de como “outros” se complicavam a vida e agiam de maneira irracional, foram os que afinal, acabaram por se mostrarem verdadeiramente na sua própria egolatria, infâmia e deslealdade. Nesta ocasião, quero apresentarlhes uma dessas pessoas que em algum momento do meu passado estiveram perto e que por essas coisas do destino, voltei a “encontrar” recentemente. É um homem entusiasta da vida, amante das artes marciais e da formação policial, entre outras coisas. Uma pessoa que como todas, tem de se conhecer e tratar para descobrir a sua essência autêntica. Sabemos que todos damos uma imagem “certa ou errada”, no nosso primeiro encontro. Tudo depende do nosso estado anímico desse momento, de como vamos vestidos, de como


Homens Notáveis cheiramos e como nos comunicamos nessa primeira entrevista ou encontro; tudo isto nos marcará fortemente. Depois, o tratamento, a comunicação constante e os factos, nos desvelarão com maior certeza “quem ou como realmente é”. Alguns meses atrás, festejávamos um primeiro Curso de Defesa Pessoal Policial Profissional, na povoação de La Herradura, província de Granada (Espanha). Especificamente no Sábado 9 de Maio de 2015. Para lã irem, convidamos Mestres e Instrutores da categoria de Dário Diaz Castro, (Madrid), Martim Luna Verón, (Tenerife), Osvaldo Gasparetti Genre (Argentina), e Mónica Couto (Portugal). Foi presidido e com a supervisão de Raul Gutiérrez, presidente de IPSA e assistiram pessoas da Andaluzia (Granada, Málaga, Marbella), de Madrid, de Portugal, etc.

É claro que a muitos conhecia, a outros não e a alguns estavam meio esquecidos devido aos anos que tinham passado... Este foi o caso do meu especial reencontro com o Mestre MARTÍN GARCIA MUÑOZ. Uma pessoa, um amigo, um colega no nosso caminho marcial e de vida. Compartilhamos aquele curso, refeições e conversas... . Recordamos épocas passadas, situações de antigamente, amigos em comum, etc. Depois, nos temos encontrado em várias ocasiões, compartilhando em família e planejando coisas para o presente e o futuro. Graças a estes encontros, pude apreciar com mais detalhe os valores da sua amizade, entusiasmo e generosidade. Por isso e por muito mais, resolvi entrevistá-lo em exclusiva, para a Revista Inter nacional “Cinturão Negro”, de Budo Inter national Publishing Company. Ofereci o projecto ao senhor Alfredo Tucci,

que aceitou a ideia encantado e aqui está.

A ENTREVISTA: Cinturão Negro: A que idade começou o teu treino em artes marciais, onde e em que estilo? Mestre Raul Gutierrez: Comecei no Colégio de Andorra la Vieja, aos nove anos, com o Judo. Ali se ensinava junto com a ginástica. C.N.: Qual o motivo que te levou a explorar as artes marciais? M.R.G.: Sempre gostei muito da acção. Comecei a brincar aos pistoleiros e aos índios e desde que descobri as artes marciais, me encantaram. Vivia em Almería e todos, ou muitas pessoas sabem que Almería foi e é ainda é, um lugar de rodagem de muitas grandes produções de cinema, especialmente na época dos “Spaguetti Western” e outras fitas americanas. O primeiro documentário


Entrevista a branco e preto se filmou ali, em 1940. Por exemplo, uma das mais populares mundialmente, “A morte tinha um preço”, foi filmada em 1965, por Sérgio Leone, com o famoso Clint Eastwood e Lee Van Cleef, Gian Maria Volonté, Mara Krupp e Klaus Kinski. C.N.: Quais outros estilos tens praticado até agora? M.R.G.: Judo, Karate, Kung-fu, Wu-shu, Boxe, Taekwon-Do WTF e ITF, Thai Boxing e Kick Boxing. A minha paixão pelos desportos de contacto e as artes marciais, me levam sempre a prestar interesse e atenção a todos aqueles que estiverem ao meu alcance. Porque não procurando nada em especial, penso que todos e cada um deles é positivo em diversos aspectos de apreciação, tanto seja a nível técnico, desportivo, defesa pessoal e principalmente nos benefícios que nos proporcionam física, mental e espiritualmente. Esta é uma frase constantemente repetida, mas simplesmente, é assim! C.N.: Dedicas o teu tempo livre a outros interesses ou a outra profissão? M.R.G.: Tenho meus próprios negócios mas dedico todo o tempo que posso ao treino, ao ensino e à evolução pessoal e também a compartilhar isto com a minha família, alunos e amigos. C.N.: Pensas que todos os estilos são práticos, bons e eficazes? M.R.G.: Há desportos olímpicos, tais como o Judo, Boxe e Tae-Kwon-Do. Portanto, estes têm a sua censura e delimitações a nível desportivo. Eles nos proporcionam conhecimentos técnicos em diferentes áreas, distâncias e aplicações técnicas e ainda que em princípio, estejam reconhecidos como desportos, as Artes Marciais, Karate, Kung-fu, nos submetem a uma maior perfeição técnica, estética, coordenação, velocidade, força, etc., em busca de conseguir expressar a arte em questão. Depois, todo vai depender do que cada praticante pretender conseguir. Exercício físico, saúde, defesa pessoal, competição, reduzir o peso, conhecer gente…? C.N.: Dos Mestres que até hoje tens conhecido, qual ou quais te causaram uma maior impressão ou admiração? M.R.G.: Isto também é como a pergunta precedente. Cada Mestre é bom em seu desporto ou arte. Se alcançaram títulos e graus, é porque cada um deles chegou a ser bom na sua própria área. Há bons instrutores, bons especialistas e bons mestres. C.N.: Bruce Lee, Jackie Chan, Jet Li ou Tony Haa..., com qual ficarias e por que motivo? M.R.G.: Fico com Bruce Lee porque foi um grande artista marcial e actor. Tinha um carisma


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Entrevista impressionante. Uma enorme comunicação por gestos e técnica. Todos sabemos que foi um homem que se adiantou 20 ou 25 anos na sua maneira de comunicação e evolução, tanto nas artes marciais como no aspecto cinematográfico. C.N.: Tem o Tae-Kwon-Do uma idade limitada para o treinar? M.R.G.: O Taekwon-Do não tem limite. No final, quando nos faltarem as forças, sempre o e praticar como o Tai Chi. E acima de tudo, se formos conscientes e sérios na nossa formação e evitamos assim as lesões, que não só são possíveis no Tae-Kwon-Do, como em todas as artes e desportos do mundo. Submetemos o nosso corpo e mente a umas provas muito altas e por vezes complicadas. Para ser um grande desportista ou artista marcial, tem de se sofrer muito, treinar muito e ser muito conscientes na maneira de treinar. C.N.: Quais artes marciais que produzem mais lesões? M.R.G.: Estatisticamente tenho entendido que é o Judo, ainda que o Judo não seja uma arte marcial mas sim um desporto e de carácter olímpico. Mas talvez essas estadísticas também se devem à enorme quantidade de praticantes de Judo existentes no mundo. A mais praticantes, mais possíveis lesões. Depois, estes últimos desportos a pleno contacto que têm surgido e que são tão selvagens que ainda também não sendo artes marciais e sim desportos modernos de contacto, são muito perigosos. O que acontece é que como são minoritários, estatisticamente não deixem ver o alto nível de perigosidade ou lesões causadas na sua prática e combates. C.N.: Alguma estiveste na Coreia ou em algum outro país Oriental, como o Japão ou a China?

M.R.G.: Tinha previsto viajar à Coreia junto com meu mestre de Taekwon-Do WTF. mas quando me mudei para a ITF, já não foi possível. Em qualquer caso, fico à espera dessa viagem a um país oriental. C.N.: O que pensas das rivalidades sempre existentes entre eles? M.R.G.: Não concordo com nenhum género de rivalidades… A raça humana, pensamos ser a perfeição e talvez sejamos, mas somos os mais desajeitados na nossa maneira de viver. Tantas guerras, tanta miséria, tanto sofrimento, sendo que basicamente todos temos direito a viver e procurarmos ser felizes. Evitando o sofrimentos dos nossos semelhantes, de certeza que todos conseguiríamos viver com dignidade e honra. C.N.: O que preferes, arte marcial tradicional, desporto ou defesa? M.R.G.: Arte marcial tradicional. A arte marcial tradicional envolve um completo sistema de formação física, técnica, mental, espiritual e de formação integral, para conseguir uma existência mais saudável, equilibrada e forte. C.N.: Quem pensas tu que na Espanha se está realizando um trabalho puro e saudável nas artes marciais? M.R.G.: Em primeiro lugar, os diferentes meios de comunicação especializados, por proporcionarem comunicação e difusão. Depois e através


Homens Notáveis destes mesmos meios, podemos observar Mestres, Instrutores e Especialistas habituais, que levam muitos anos no ensino, difusão e evolução das nossas artes e desportos. Eles têm estado aí durante mais de 20 e de 30 anos e continuam o seu louvável trabalho. C.N.: Na Europa, o nosso Continente, qual o país que pensas que está mais avançado em matéria de artes marciais e/ou desportos de contacto? M.R.G.: A Holanda, a França e a Alemanha. Estes sempre têm estado abertos ao conhecimento e evolução de todo género de artes marciais e desportos, oferecendo possibilidades, apoiando e realizando saudavelmente todas as suas actividades, sem tanta rivalidade nem politiquices! C.N.: Quais são teus actuais estilos? M.R.G.: Sou: - Mestre 7ºDan do “Allied Internacional Tae kwon-Do Council”, dado pelo Grão Mestre Park Jong Soo, pioneiro do Taekwon-Do. - Instrutor Internacional 6ºDan da International Taekwon-Do Federation ITF. - Mestre Internacional 7ºDan de Defesa Pessoal, da Federação Espanhola de Artes Marciais. FEAM - Mestre Inter nacional 7ºDan da Federação Madrilena de Luta. - Mestre de Defesa Pessoal da Federação Espanhola de Judo. - Cinturão Negro 3º Grau de Muay Thai da Federação Espanhola de Boxe. - Cinturão Negro 3ºDan de Wu-Shu da Federação Espanhola de Judo. - Instrutor Internacional Policial I.P.S.A.

C.N.: Desejas dizer mais alguma coisa em especial? M.R.G.: Sim. Quero agradecer a todos os mestres que tenho tido ao longo da minha trajectória e em especial, ao GM Park Bok Kil de Taekwondo WTF, ao GM Mário Pons de Taekwon-Do ITF, a Thomas Méndez (que descanse em paz), a Roger Paschy, ao GM Raul Gutiérrez e ao Mestre Juan Ferrando. E por último, aos meus irmãos marciais Mestre José Miguel Martínez Valenzuela, Mestre Juan Martínez Valenzuela e Mestre Rafael Castro, por esses duros mas frutíferos treinos que temos compartilhado durante muitos anos.

DEFESA PESSOAL POLICIAL C.N.: Tens ou tiveste alguma relação com algum sector da segurança pública ou privada, empresa ou sector policial? M.R.G.: Durante o meu serviço militar, fui instrutor de defesa pessoal da polícia militar de Madrid. Como polícia militar, colaborava junto com a escolta do Rei Juan Carlos, nos eventos militares na zona de Madrid. C.N.: Como, onde e com quem te iniciaste na defesa pessoal policial? M.R.G.: Venho dando cursos de defesa pessoal à Guarda Civil, à Polícia Nacional e à Polícia Municipal durante muitos anos, assim como cursos de tiro, a empresas da segurança privada. C.N.: Pensas que a legislação policial age em favor ou em contra do trabalho dos seus efectivos? M.R.G.: Em grande parte e como levamos muitos anos de inv es t ig ação , ev o lução e act ualiz ação nes t as questões, é positiva. Mas como em toda lei, sempre exis t em lacunas a co brir, as quais , muit as v ez es desprotegem ao próprio polícia. Penso que as forças de segurança do estado, deviam ter um maior uso de força, po rque do co nt rário , inadequadament e ficam desprotegidos em certas situações perigosas ou de alto risco.


Entrevista

C.N.: Te dedicas ao ensino de maneira regular ou esporadicamente? M.R.G.: Meio regular, diria eu, devido à minha falta de tempo para isso. Colaboro, estudo, pesquiso, apoio e me relaciono tudo quanto posso, o que nem sempre é com o que quero… C.N.: Tens projectos ou propósitos de contribuir de alguma maneira a favor dos Copos de Segurança públicos e/ou privados no nosso país? M.R.G.: Tenho sim. Com o apoio e colaboração da minha gente e de sectores como IPSA e Instrutores Profissionais, estamos tentando organizar cursos de formação e de avance, que possamos oferecer em Granada e em algumas outras cidades da Andaluzia. Um primeiro Curso Profissional de Defesa Policial será realizado a 3 de Outubro de 2015, em Granada, dirigido pelos Mestres Raul Gutiérrez e Darío Diaz Castro. C.N.: O que é para ti a Defesa Pessoal Policial? M.R.G.: É sumamente necessária e merece ser altamente apoiada e protegida. Antigamente se oferecia qualquer desporto ou arte marcial como Defesa Pessoal Policial, até que veteranos polícias especialistas nas ditas matérias, se juntaram e iniciaram um intercâmbio e investigação para desenhar

programas mais adequados a cada sector policial, segurança ou escoltas. Raul Gutiérrez por exemplo, foi na Espanha o precursor destes Cursos de Instrução Policial, que começou em 1982, com os seus primeiros seminários a nível nacional e internacional, e ele, melhor que ninguém, conhece acerca destas evoluções e constante actualização. Seu padre foi “Carabineiro” no Chile, o seu país natal, o que aqui conhecemos como “Guarda Civil”. Essa proximidade e os seus contactos nos Estados Unidos, levaram-no a estudar e graduar-se, trazendo-nos o que a cada dia é cada vez mais útil e necessário. C.N.: Pensas que o polícia devia ter uma mais alta categoria no uso da chamada "Força Policial"? M.R.G.: Pois sim. Tem de se proteger mais o polícia e apertar a corda aos bandidos, que por vezes parece terem mais direitos do que aqueles que estão para proteger-nos! C.N.: Qual é a tua especialidade dentro do leque de assuntos instruídos na formação policial? M.R.G.: A aplicação de diversas técnicas de redução e controlo, engrilhetado e transporte. C.N.: Quais os organismos policiais a que pertences, em termos de promoção e


Homens Notáveis

“Tem de se proteger mais o polícia e encurtar a corda aos bandidos, que por vezes parece terem mais direitos que aqueles que estão para proteger-nos”


Entrevista desenvolvimento dos assuntos em competência com a defesa policial? M.R.G.: A Inter national Police and Security Association, IPSA; presidida e fundada pelo Soke Raul Gutiérrez, Instrutor Policial Internacional. C.N.: Qual a zona da Espanha onde te desenvolves habitualmente? M.R.G.: Na zona da Andaluzia. C.N.: Pensas que há facilidades e ajudas oficiais para o ensino policial? M.R.G.: Em caso de as haver, são muito poucas e não chegam a cobrir as necessidades que realmente se têm. C.N.: Em relação com os diversos aspectos da instrução policial, quais as

matérias que deviam de estar mais ao alcance e no domínio de um Polícia? Legislação, Direito Penal, Utilização da Defesa, Engrilhetado, Tiro, etc.…? M.R.G.: Simplesmente tudo! Os efectivos policiais necessitam estar altamente preparados em todas as áreas, para melhor desenvolver suas obrigações profissionais. C.N.: Alguma coisa que desejares dizer, propor ou destacar? M.R.G.: O grande trabalho do Mestre Raul Gutiérrez no mundo das artes marciais e em especial na difusão, pesquisa e evolução da defesa pessoal policial. C.N.: Ficamos-lhe muito gratos. M.R.G.: Eu é que agradeço a vocês esta ocasião. Obrigado…


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“A arte marcial tradicional envolve todo um sistema de formação física, técnica, mental, espiritual e de formação integral, para conseguir uma existência mais saudável, equilibrada e forte”












Combat Hapkido

O tamanho é importante… na luta com pontos de pressão Pelo Maestro Mark S. Gridley

Em artigos precedentes, compartilhei conselhos práticos acerca da aplicação e integração dos pontos de pressão tácticos, que se aplicam na auto-protecção, assim como as aplicações em combate. Neste artigo, o meu objectivo é ajudar o leitor na Arte da localização do objectivo, quando se trabalha com uma população diversa. Na minha viagens mundo afora, tenho tido a sorte de treinar com uma grande variedade de culturas e grupos étnicos diferentes, o que me tem proporcionado poder fazer algumas observações anatómicas gerais. Devo sublinhar que escrevendo isto, o objectivo não é concentrar -se em estereótipos ou estruturas tácticas baseadas na origem étnica. De facto, eu afirmo através da pesquisa científica, que os seres humanos biologicamente somos 99.9% geneticamente idênticos e que a maioria das diferenças anatómicas, são devidas à adaptação a factores ambientais. Faz-se necessário que se compreenda haver diferenças anatómicas distintivas na nossa população e comecemos a utilizar este conhecimento através do treino. mundo tem cada vez mais uma população de culturas diversas e mistas. Isto nos permite experimentar uma variedade quase que ilimitada de práticas e crenças. Como Artistas Marciais, também nos abre a um grande número de estilos de luta, culturalmente específicos e focalizações únicas para a resolução de conflitos. Enquanto que muitos sistemas ou estilos de auto-defesa têm muitas similitudes, também há algumas diferenças muito específicas. Por exemplo: um pau é muito comum em muitas Artes Marciais, no entanto, o uso do karambit

O

(faca especial de agarre inverso) não é assim tão comum e é mais de natureza cultural. Muitos dos sistemas clássicos mais antigos, se basearam nos confrontos com uma raça de tamanho similar, com habitantes de uma geografia similar e as armas da época. Um estudo rápido de hoplologia (armas, armaduras e tácticas de luta) e de antropologia, pode avaliar esta afirmação. Entretanto, na época moderna, a popularidade dos sistemas eclécticos está demonstrando a sua eficácia, posto que podem adaptar-se rapidamente às diferenças nos tipos de corpo, quando se aprendem e se compartilham abertamente. Por exemplo, a arte do Combat Hapkido tem sido praticado



Combat Hapkido em todo o mundo e como resultado da sua formação realista e sua aplicação real, continua evoluindo para satisfazer as necessidades da nossa sociedade em constante evolução. O uso dos pontos de pressão tácticos também evolui baseandose no ambiente, na cultura, na situação, no tamanho e no feitio do objecto. Um dos elementos fundamentais na utilização dos pontos de pressão, é a localização correcta destes objectivos. Em artigos anteriores, já indiquei uma série de outros elementos importantes e agora vou concentrar-me na localização nesta função. A eficácia de um ponto de pressão em uma técnica ver-se-á afectada em grande medida, se a localização é incorrecta. Seleccionamos os pontos de pressão (pontos de Acupunctura), posto que maioritariamente se situam entre os músculos, ligamentos, tendões, ossos, ou vias vulneráveis dos nervos e nas principais uniões nervosas / plexos). Usar estes pontos como objectivos específicos, nos permite interromper a energia e o funcionamento do corpo com uma maior eficácia. Estas áreas são muito pequenas quando utilizadas pelos acupunctores; são só do tamanho da ponta de uma esferográfica. Por sorte para nós, podem ser activados mediante a estimulação de um área com o diâmetro de uma moeda de um "Euro" (25 mm). Pensar nos grandes músculos e estruturas anatómicas como uma armadura, pode ajudar a visualizar os objectivos como pequenas gretas na armadura. Estas são as zonas do corpo mais vulneráveis aos ataques e frequentemente estão menos protegidas. É vital para o êxito na activação do objectivo, reconhecermos plenamente que cada um de nós é de alguma maneira, anatomicamente diferente e que frequentemente se trata do tamanho e a constituição física. A localização do objectivo varia ligeiramente entre os



Pontos de Pressão Tácticos

indivíduos. Realizar frequentes sessões de formação com diferentes parceiros de treino, ajuda a desenvolver e refinar o nosso sentido de localização de objectivos. A diferença conceitual fundamental é que nas ciências ocidentais, uma unidade de medida é uniforme sem excepção, (por exemplo, uma polegada é uma polegada, independentemente de como se aplicar). Isto difere ligeiramente na Medicina Chinesa, onde uma unidade de medida é uma medida proporcional baseada no indivíduo. A compreensão deste conceito ajuda a localizar rapidamente objectivos, pela vista e pelo tacto, frente à tendência de aplicar uma norma exacta. Entretanto, tem de se ter uma mentalidade flexível para admitir esta variação. O leitor há-de ver o termo "unidade anatómica" (UA) referido à frequência na formação táctica em pontos de pressão. Utilizamos esta terminologia para ajudar a localizar com precisão, os nossos objectivos. Este é o significado desta linguagem: • Uma "UA" também pode denominar-se na Medicina Chinesa como um "cun". • A medição da UA pode variar de pessoa para pessoa. É específico e proporcional a cada indivíduo. • Uma UA se pode medir pela largura, a través da articulação distal do polegar dessa pessoa, ou mais especificamente, a largura da articulação entre as falanges do polegar, que é 1 cun. Um bom texto que tratar da Acupunctura - como possa ser o texto do Colégio de Medicina Tradicional, de Shanghai, ou meios electrónicos, como o software Acupuncture - pode proporcionar um recurso gráfico e explicação definitórios. O manual de Pontos de Pressão tácticos, foi desenhado para simplificar este estudo e inclui descrições completas e ilustrações dos objectivos que se utilizam no Combat Hapkido.

Se bem a informação antes dita é exacta, ainda não se adapta a certas variações anatómicas. Também por isto somos partidários de usar redundância e múltiplos objectivos em combinação. Quanto maior é a área de uma UA ou um cun que se utiliza para medir, maior é o grau ou a margem de erro. Quando estudamos mais a fundo o desenvolvimento deste sistema de medição proporcional, concluímos que afinal, não é assim tão proporcional! De facto, a medicina asiática antiga estava bastante estendida e foram utilizados pelos acupunctores, dispositivos específicos de medição, geralmente feitos em jade e supostamente, foram desenhados sobre a base da família real ou dos aristocratas da época. Quando se trata de uma população de tamanho similar, há menos variação, pelo que isto funciona razoavelmente bem, mas não tanto assim se trata de diferentes alturas e tamanhos. Por isto é que o uso UA do sujeito, funciona melhor que o uso do nosso próprio UA, ou um UA diferente de outra pessoa. De facto, têm havido vários artigos apresentados à Acupunctura profissional e às Associações de Medicina Tradicional, que duvidam da idoneidade de utilizar o "Sistema de Medição Cun". É possível que funcione como uma referência para o praticante que começa a aprender, mas não se devem utilizar as mãos na experiência. Por exemplo, o objectivo do pulmão 8, está situado a uma UA próxima ao pulso. No caso de se não estar recebendo uma boa resposta, tem de se ajustar a posição a outra um pouco mais amplia que uma UA do pulso. No caso de se obter uma boa resposta anatómica e cheia de energia, então é a localização para esse objectivo. Deve ser utilizada independentemente da descrição de livros de texto. A aprendizagem pela experiência, deve substituir a aprendizagem a partir dos textos, quando se alcança o resultado desejado.


Combat Hapkido


Pontos de Pressรฃo Tรกcticos


Combat Hapkido

Pensem nisto como um complemento, em vez de entrar em conflito. Si não tivessem aprendido a localização em geral no manual, teria sido difícil fazer um pequeno ajuste para ser bem sucedido. Eu tive de modificar a minha localização do objectivo, em função de onde estava ensinando. Por exemplo, na Finlândia, a localização de pulmão 8 me pareceu ligeiramente mais alta que quando estava no Panamá. É claro que o país não era o factor diferenciador, mas sim como o tipo de corpo e adaptações específicas para esse clima. Esta foi uma observação experimental e está longe de ser uma verdade absoluta. Quando ensino na Europa Central, me parece que a localização do ponto não é diferente à dos E.U.A., no entanto, me parece haver muita mais variação no tamanho e constituição dos indivíduos. O que me motivou para escrever este artigo, foi observar outros que se sentiam frustrados por não encontrarem a localização correcta de um objectivo. É fácil encontrar uma localização em um mapa e quando estamos perdidos, normal e simplesmente nos esforçamos mais. Recomendo-lhes deixarem-se de zangar com o “mapa” e em vez disso, pensarem se devem de utilizar um mapa diferente, para chegar onde estiverem situados. Talvez outra maneira de ver isto seria imaginarem ver-se em um combate contra um

Monge Shaolin, um guerreiro Viquingo, ou um membro de uma unidade moderna de Operações Especiais. Todos são humanos e estão sujeitos às leis da mortalidade, no entanto, são diferentes na sua vulnerabilidade. Quando se trata de fazer pressão nos pontos, há poucos atalhos… É preciso estudar, treinar e aplicar os conhecimentos em tantos tipos de corpos diferentes como seja possível. O domínio surgirá através da nossa capacidade de adaptação. É claro que este artigo não pode abranger esta matéria na sua totalidade e o meu objectivo é incentivá-los para aprofundarem, para melhor compreenderem esta importante área da própria defesa. Em um próximo artigo falaremos mais acerca do fascinante estudo dos Pontos de Pressão tácticos. Mas se quiserem, não têm de esperar, porque toda esta informação está disponível através da série didáctica de DVDs de Pontos de Pressão Tácticos, que se pode pedir directamente à Defensiva de Serviços Internacionais em www.dsihq.com e a Budo International em www.budointernational.com. Por favor, treinem arduamente, vivam com honra e mantenham-se bem. Para obter informação acerca certidões, seminários e outras perguntas, é favor entrar em contacto com: info@dsihq.com


Sempre tendo como pano de fundo o Ochikara, “a Grande Força” (denominada e-bunto na antiga língua dos Shizen), a sabedoria secreta dos antigos xamãs japoneses, os Miryoku, o autor leva a um mundo de reflexões genuínas, capazes de ao mesmo tempo mexer com o coração e com a cabeça do leitor, situando-nos perante o abismo do invisível, como a verdadeira última fronteira da consciência pessoal e colectiva. O espiritual, não como religião mas como o estudo do invisível, foi a maneira dos Miryoku se aproximarem do mistério, no marco de uma cultura tão rica como desconhecida, ao estudo da qual se tem dedicado intensamente o autor. Alfredo Tucci, director da Editora Budo International e autor de grande número de trabalhos acerca do caminho do guerreiro nos últimos 30 anos, nos oferece um conjunto de pensamentos extraordinários e profundos, que podem ser lidos indistintamente, sem um ordenamento determinado. Cada um deles nos abre uma janela pela qual contemplar os mais variados assuntos, desde um ângulo insuspeito, salpicado de humor por vezes, de contundência e grandiosidade outras, nos situa ante assuntos eternos, com a visão de quem acaba de chegar e não comunga com os lugares comuns nos que todos estão de acordo. Podemos afirmar com certeza que nenhum leitor ficará indiferente perante este livro, tal é a força e a intensidade de seu conteúdo. Dizer isto já é dizer muito em um mundo cheio de manjedouras grupais, de ideologias interessadas e de manipuladores, e em suma, de interesses espúrios e mediocridade. É pois um texto para almas grandes e pessoas inteligentes, prontas para ver a vida e o mistério com a liberdade das mentes mais inquietas e que procuram o oculto, sem dogmas, sem morais passageiras, sem subterfúgios.





O mestre e o aluno... O consciêncial nas artes antigas Alvin Toffler diz uma coisa que gosto muito: “Os analfabetos do próximo século não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar a prender”. Apesar de parecer inabalável, a mesma luta pela moralidade interna e a inversão de valores que tanto vemos hoje nos cenários das mais variadas artes marciais, também ocorria na classe samurai, dado que esses questionamentos e escolhas por evoluir a nobreza do carácter interno, não é próprio do homem e suas crenças em algo pelo qual viver ou morrer – como viam os antigos caminhos. Explicando para alguns historiadores do meio académico, as mesmas histórias que aprendi com vários professores que entrevistei e tive acesso, via conversas e troca de e-mails, a quebra da moral japonesa pode ser explicada a partir do momento em que se têm notícias de que foi com o passar do tempo que a moral dos guerreiros mudou radicalmente: actuavam de acordo com seus próprios interesses e inclusive matavam seu senhor, para ocupar seu cargo. De onde surgiu esta nova forma de pensar e actuar? Segundo o Confucionismo, culto que os guerreiros adoptavam, os súbditos deveriam servir o seu senhor até o ponto de arriscar a vida e morrer por ele, sempre e quando este garantisse suas vidas; quer dizer, seguiam uma regra dura que enfatizava “uma coisa pela outra”, norma essa que se havia mantido inalterada. No começo da cavalaria se deu ênfase à lealdade, que deveria ser recíproca. Minamoto no Yoshiie remunerou seus guerreiros com seus próprios bens e Yoritomo os tratou com muitas considerações. À medida que se desenvolveu o sistema monetário, o pensamento se voltou mais utilitarista. Além disso, ainda que os guerreiros confiassem em ter um trato mais atento por parte de seus senhores, a maioria dos Shogun e protectores não tiveram as considerações esperadas para com eles. Assim se popularizou a ideia que justificava a queda dos senhores. Por outro lado, a maneira em que se distribuía a herança também afectava aos guerreiros. Na antiguidade, os filhos tinham igual direito às terras deixadas pelo pai; mas com a diminuição das terras para repartir, foi estabelecido um novo costume: somente um dos filhos (geralmente o maior) herdava todos os terrenos e os outros irmãos se convertiam em seus vassalos, feito que os afastavam do herdeiro e fomentava ciúme e antipatia. Anteriormente, o sucessor contava com a ajuda sincera de seus irmãos, mas agora tinha que ser precavido para não ser traído. De facto, muitos protectores foram derrotados por seus irmãos ou outros familiares. Infelizmente, muitas destas histórias podem quebrar o romantismo de um Japão virtuoso que, através da história, demonstrou-nos a existência de vários motivos que levaram ao rompimento das normas mais vigentes da época e pelos quais se desenvolveram tantas novas medidas e estratégias para a vida



diária. Isso nos permite levantar o véu das aparências e penetrar na realidade da substância. Tudo fica mais verdadeiro, mais simples, mais compreensível… "Quem limitações não conhece, há-de ter motivo para lamentar-se" (Provérbio Japonês) Muito além da interpretação humana que estabelece a inveja, o maldizer, etc., como válvulas de escape de uma possível repressão das tantas e tantas versões dos complexos interiores, é possível verificar que a mente em si, é o todo que se desperta em favor da consciência – ou vice-versa. Por este ponto de vista - e aqui o vejo em circunstância de uma observação mais consciencial - é certo afirmarmos que subtraímos em nós importantes lições ou momentos de singular profundidade, sempre que nos tornamos parte do jogo de alguém. Desde que a vida das artes japonesas de viu imersa em guerras internas, que o sentimento humano de hostilidade se viu invadido pelas necessidades de ajunar o outro. Séries televisivas, e grandes filmes como “Ran” de Akira Kurosawa, e Shogun – da novela épica de James Clavel -, revelam um cenário aterrador em relação à consciência humana. Na sua essência, a vida nos empurra para a frente e nos indica o caminho da evolução pessoal; o que, por sua vez, fomenta em nós a eterna discussão entre o ser, ele mesmo, e o outro. Cada um na sua relativa “auto-impressão” dentro do aspecto da observação em si (e dado o efímero de cada instante) impulsiona através do mecanismo quotidiano, a mais importante premissa que ultrapassa a linha da ignorância: a lucidez! Todavia, somos parte de um todo que em sua efervescente ebulição favorece os meios pelos quais a nossa mente se desperta. É simples: a mecânica dos “universos” exteriores resulta sempre parte de uma roda projectada pelo ser humano em si. Contudo, em nível interior, as razões são estabelecidas pela forma com que observamos estes mesmo universos. A mente, em sua concordância natural, sucumbe às ordens petulantes das medidas adoptadas pelo organismo social. O que, em profundidade, remete-nos a condições mais “onerosas” e perigosas para a lucidez. Sim! Basta observarmos como cada um reage às perdas! Todo aquele que conduz sua vida apegada às realidades pessoais, materiais, delineadas pelas circunstâncias mais terrenas, sabe que as respostas oferecidas pela consciência, estabelecem padrões muito mais profundos do que uma simples reflexão sobre uma determinada perda. Isso significa que as perspectivas devem alcançar pontos de maior elucidação, frente ao que entendemos como “disfunção consciencial” e a julgar que todas ressurgem de um ponto como preparação para o “por vir”, presume-se que de uma realidade proporcionada pela mente que vê, o todo observado nada mais é que aquilo que tira o homem da estagnação mental; é a partir da relação que este estabelece


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consigo mesmo, que a sua maioridade consciencial emerge em linhas de exaltação. O que não significa evolução! Aqui a evolução aparece como um melhoramento pessoal, íntimo... Um factor absoluto que não se envergonha de corrigir as próprias faltas; que vai além da simples imperfeição traduzida como vício. A sabedoria antiga, principalmente na linha tibetana, ensina-nos que nas verdades que experimentamos, os pontos de maior importância - ainda que sejam importantes - manifestam-se pelo poder das tendências da mente, que são essencialmente vazias. Compreender este fenómeno e por conseguinte, estar ciente de que a mente associa-se para existir, é constatar que todo fenómeno que ela produz, surge e ressurge por meio de razões ilusórias, apoiadas em mecanismos externos. Dado este factor, a vida retorna relativa e ao mesmo tempo transparente, cada vez que a sua essência perde o seu sentido único, quando se vai aproximando da realidade que nos transforma. Em cada um de nós, isto ocorre de maneira diferente. Para alguns surge a través da família, do dinheiro, da religião... Para outros, através da ciência… Picasso dizia: “Sempre faço o que não consigo fazer, para aprender o que não sei!” Já há algum tempo que em minhas reflexões tenho como certo, e cada vez mais não me faltam constatações de que a ignorância (aqui faço alusão àquilo que ignoramos) sem dúvida alguma, influencia o destino de todos nós – seja em primeira, segunda, terceira pessoa... O grande Isaac Asimov dizia que “Se o conhecimento pode criar problemas, não é através da ignorância que podemos solucioná-los”. Mais do que certa esta afirmação, tal conteúdo nos remete à circunstância de que todos nós, cedo ou tarde, somos ou seremos vítimas da ignorância que com sapatinhos de algodão, invade a nossa vida e nos torna reféns de um processo de um amortecimento da parte cerebral, que tanto nos indica o uso da razão. Pois é, visto que estabelecemos associações e que, através delas, delineamos todo um tipo de pensar, actuar, sentir..., certamente que no meio a tudo isso, existe um paralelo em que as razões (digo no plural) repercutem em panoramas curiosos e afinados com singulares cenários que nos “re-inventam”; assim é com o amor, o ódio, a descoberta de um novo caminho, uma nova arte. Reais e imediatas verdades não podem “jamais” serem impostas. Muito além de um limite que evidencia necessidade de uma afirmação, as realidades mais verdadeiras – pelo menos em minha forma de ver – são subtis e de individual percepção. Derek Bok diz algo que gosto muito: “Se você acha que educação é cara, experimente a ignorância”. Em toda a minha caminhada até agora, diversas coisas me tornaram sensível a um determinado instante; dentre elas, algo muito interessante me fez “re-pensar” e por conseguinte, “re-avaliar” as minhas directrizes: livre-arbítrio! Como alguém pode decidir pelos demais, aquilo que eles devem ou não, sentir, pensar, adorar? Por mais que a nossa vida seja percebida em meio ao colectivo, ela surge e ressurge através de um encadeamento de causas e efeitos que alteram as nossas realidades, em função de algum plano maior. Por mais que os argumentos estejam enraizados em crenças, rudimentos, fundamentos..., o ser é em si uma realidade individual que deve ser trabalhada de dentro para fora. Do contrário, veremos que a sobreposição das verdades, principalmente aquelas que tentam nos convencer, tornar-se-ão um processo de inversão de valores, de imposição de imagens e impressões. Ainda assim, existem determinados pontos de reflexão que também demonstram que tudo, tudo na vida, principalmente em nível de progresso pessoal, faz-se necessário mediante o posicionamento de cada um. Sábios afirmaram que tais panoramas de análise e observação,


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deveriam ser classificados como “salutares ignorâncias”. Paralelos que buscam deteriorar a vida em meio à real substração das idiossincrasias de tribos sociais. “Na realidade, não conhecemos nada, pois a verdade está no íntimo” (Demócrito) Atraídos pelos vértices do momento, somos muitos os que acreditamos que diante de uma situação de dúvida, de escolha, as consequências serão negociáveis - caso o futuro não represente parte da expectativa depositada. Tudo isto nos mostra que em nosso universo pessoal existe uma realidade que é única e que, através de uma perspectiva individual e intransferível, todos nós escolhemos: optamos por ela. E nisso há-de se ter claro que “Nada há de mais perigoso do que um amigo ignorante; mais vale um sábio inimigo!” (Jean de La Fontaine) Não é difícil percebermos que usurpamos sempre a nossa consciência quando optamos por uma associação mental, associativa, influenciável..., dotada de cenários pulverizados de infinitas formas ou expressões de um mesmo princípio central único. Curioso isso! Não? Em proporção equivalente, a nossa realidade íntima está sempre a tatear e ao mesmo tempo, ofuscar os diferentes e uniformes panoramas que determinam o que pertence a cada um. Isso significa que por mais que o universo repercuta em suas dissonantes fragmentações, variantes de acontecimentos que se transformam em factos maiores, tudo é parte integrante e consequente de um idêntico modelo de cada história pessoal, que se repete até o infinito, onde o final não é outro senão a morte. Todos nós morreremos um dia. Tenho visto através das inúmeras manifestações, revoluções veladas em determinados sectores marciais, e etc., que as reacções, por pior que sejam, são naturais quando a dor estimula os pontos de ebulição em nosso pensar. É vigente o facto de que somos falhos quando escolhemos, acreditamos, optamos por um determinado lado da questão... Diz-se sempre (muitas vezes em alto tom) que temos direito a isso, aquilo... É certo, mas também temos o direito de assumir que as nossas atitudes do passado projectem um presente que gerem premissas imprevisíveis em relação ao futuro: “Desejar violentamente uma coisa é tornar-se cego para o demais.” – disse Demócrito. Para os sábios representa o despertar da ilusão para um redescobrir em função da realidade que cada um estabelece para si, uma vez que as necessidades individuais exemplificam diferentes caminhos e progressos pessoais. Por outro lado, há de se pensar que todos nós possuímos uma nítida expressão de que através do íntimo existir o ser permanece em sua paisagem consciencial. É fácil se pensarmos que tudo que existe no universo é fruto de uma reverberação da necessidade que se ajusta à proporção que criamos frente a este mesmo universo. Transferimos nossas impressões do relativo, através da forma que assumem os nossos sentidos; o que, por sua vez, deixa-nos reordenados e afins com as nossas estruturas de sustentação. “O fim da vida não é a felicidade, mas o aperfeiçoamento” (Madame de Staël)


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