Cinturao Negro Revista Portugues 292 Julho parte 1 2015

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Este DVD se centra en las armas de filo, en conocer y entender todos los peligros asociados a ellas, y su tema principal es el establecimiento de la prioridad. El énfasis principal en el entrenamiento con un arma de filo es conocer y entender todos los peligros asociados a este tipo de armas. El grave peligro de estas armas es real, y debe tratarse como tal. Esto significa saber donde debes establecer tu prioridad de entrenamiento para ser una herramienta de supervivencia, en caso de que tal situación se presente. Afrontémoslo, tú eres quien tiene que sobrevivir, y no tu entrenador que te ayuda a entrenar tus metas, pero no tu objetivo. Las prioridades de entrenamiento que uso en Latosa Escrima son las siguientes: realidad, técnica y ejercicios. Realidad: es la comprensión de lo que podría suceder exactamente y los peligros al usar o enfrentarse a un arma de filo. Técnicas: movimientos que tratan de darte una generalización de posibilidades y probabilidades de lo que puede suceder. Ejercicios: la mayoría de ellos se utilizan para desarrollar y mejorar las habilidades de movimiento utilizadas en la aplicación técnica.

REF.: • DVD/LAT-3

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“A maioria dos homens e mulheres levam vidas tão penosas no pior dos casos, e tão monótonas, pobres e limitadas no melhor, que o desejo de fugir, a ânsia de transcender de si mesmo, ainda que só seja por breves momentos, é e tem sido sempre, um dos principais apetites da alma” Aldous Huxley

ue vivemos em Universo multidimensional é mais do que uma hipótese nas convenções da ciência moderna. A física quântica chegou ao impensável: Pôr em equações a maior irrupção da consciência que o homem nunca antes vivenciou na sua história; é um salto de gigantes, termos alcançado plasmar no nosso plano de realidade e com o método científico, o inconcebível. O humano habita e existe em si próprio, como uma entidade demarcada numa franja comum do “logos”. Uns, isso sim, são células do cérebro da humanidade, enquanto outros ocupam justamente lugar nos pés do corpo comum que nos define; mas todos unidos, em um conjunto maior, estamos arribando a novos portos de consciência. Não quer dizer que até ao último dos humanos tenha chegado a notícia deste salto quântico da consciência planetária. Não. Cada um, em seu planeamento evolutivo, em seu momento, em seu caminho, vai passando por diferentes etapas, mas sem dúvida que como um todo. Se a flecha acertar no alvo, toda ela e não só a ponta, chegou ao seu objectivo. Desculpem os leitores o abuso da metáfora, mas não é fácil falar de algumas coisas sem parecer que pretendo sentar cátedra e sem me apoiar em doutrina alguma que pudesse levar a equívoco. O que quero dizer é que de alguma maneira, todos os que participamos do comum que nos faz humanos, deveríamos festejar o êxito de qualquer congénere como coisa própria. Cada luz que se acende na consciência do grupo, ainda que seja uma amostra do seguinte passo por chegar, ilumina com força todo o nosso caminho, que é comum e plural, à vez que individual e único. A compaixão dos grandes mestres (nada importa sua cultura) sempre se tem fundamentado na segurança, na certeza absoluta, da unicidade derradeira de todos os seres e coisas. É essa compaixão que os levou a traçar caminhos, a tratar de explicar as descobertas, a compartilhar as certezas, quase sempre mal entendidas, quase sempre traídas… Dizem que uma mãe vale por mil pais, mas que um Mestre vale por mil mães. Infelizmente, na realidade nem sempre é assim, pois são muitos os que ostentam esse sagrado título, como quem usa um chapéu que pões e que tira à sua conveniência; é claro que aqui estou falando dos verdadeiros Mestres; aqueles que ensinam com seu exemplo e não só com palavras; aqueles que participam da compaixão de maneira efectiva, com as suas acções, com os seus pensamentos.

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“Em termos sufis, há dois conceitos muito interessantes da transcendência. Trata-se de contemplar o universo e compreender que o aquilo se vê por aí, reflecte o que somos. O outro, é olhar para dentro de nós mesmos e reconhecer que o universo lá está presente” Mohsin Hamid

Habitar um Universo multidimensional não é privilégio de ninguém, é uma realidade comum, mas perceber como os diferentes planos agem entre si, é privilégio de poucos. Muitas culturas antigas compartilharam em seu momento um despertar magnífico da sua consciência de grupo e chegaram a “portos” semelhantes. Muito além das formas peculiares de suas culturas, existiu um substrato comum, uma raiz poderosa que permitiu compreender, através de uma formulação profunda das energias que compartimentavam as diferentes dimensões, assim como todas elas inter-actuavam no nosso plano da existência. Muitas dessas culturas se perderam completamente na noite dos tempos, mas outras estão renascendo na nossa era, como um movimento natural que acolha as almas mais sensíveis e inquietas, nos tempos do mais feroz materialismo, em que vivemos. Insatisfeitas com simples doutrinas, famintas de algo mais consistente que umas simples regras morais, ou a falaz promessa de um mais além avantajado, muitas velhas almas parecem renascer em um contexto aparentemente contraditório, para falar de antigos conhecimentos, de antigas práticas sagradas, de uma maneira de encarar o Universo e o facto da vida, que casualmente se explica hoje por meios muito diferentes e completamente alheios aos daqueles tempos. A ciência e a espiritualidade se encontram numa nova dimensão transcendente, onde o xamã e o científico convivem fazendo quadrado o círculo, onde o médico, o sacerdote, o psicólogo e o taumaturgo se encontram falando uma mesma linguagem. Não é fácil, porque as respostas no são simples; cada uma abre uma nova interrogação, mas longe de uma descrição do mundo unívoca, fanática e intolerante, os sábios do futuro já aqui estão, preparando os tempos futuros. A grande roda girou mais uma vez. Velho e novo se encontram… A perseverança traz ventura… A mudança traz ventura… Mas nada acontecerá sem o nosso esforço consciente; abandonado a si mesmo, o futuro não só repete o passado como também a transgressão, a consciência, a evolução. Grandes dias se esperam para a consciência planetária, mas não chegarão sem estertores, porque para nascer alguma coisa nova, alguma coisa deve morrer… Os mais sensíveis sentem em suas carnes este nascimento y se preparam para preparar… Velho e novo se reencontram! Quem tiver olhos para ver…, verá… Quem tiver ouvidos para ouvir…, ouvirá…


Alfredo Tucci ĂŠ Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO. e-mail: budo@budointernational.com

https://www.facebook.com/alfredo.tucci.5

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Artes Marciais Filipinas


Escrima Os grandes Mestres o não são apenas em virtude de seus conhecimentos, também, claro está, de uma trajectória e na minha humilde opinião, por uma personalidade por uma maneira de ser. Rene Latosa é um Grande Mestre justamente volta a ser capa da nossa revista, anos depois daquele nosso primeiro encontro, porque reúne todas a qualidades de um Grande Mestre. O reencontro constituiu para nós um grande prazer, o que devo dizer, posto que assim foi. Curto mas muito saboroso e suficiente para


Artes Marciales Filipinas compreender como tudo o que se apontava anos atrás, estava ali, maduro, firme e gentil à vez. O motivo da sua viagem: Um novo vídeo que vai aparecer em breve. Uma manhã de trabalho impecável, uma gravação fluente e agradável, para um vídeo que de certeza, fará as delícias de todos os amantes das Artes Filipinas. O Latosa Escrima, um estilo que um Mestre amigo do Wing Tsun, definiu com elogios como “ante espectacular”, onde a eficácia campa à vontade, marcando a diferença. Contamos com a inestimável assistência de seu aluno Sifu Markus Goettel, a quem agradecemos a sua gentileza e ajuda. O reencontro com o Grão Mestre Rene Latosa foi muito agradável; rememoramos os muitos anos passados e com grande gentileza, evitou falar mal de conhecidos comuns. Os anos passam para todos e inevitavelmente, todos tendemos a acumular um conjunto de suficientes ofensas, desenganos e más experiências, para encher uma Bíblia inteira… Como se vive, se age e se fala de tudo isso ou não, define uma maneira de ser. Sinto-me feliz e honrado de contar com a sua contribuição mensal nestas páginas e de certeza, muitos leitores também vão agradecer. Alfredo Tucci


Escrima


Artes Marciais Filipinas

“Com uma arma branca não há tomas falsas, nem podemos ter o luxo de repetir ou fazer de novo, até que funcione”

“Na realidade de defender-se de uma arma afiada, não é só uma técnica ou um exercício. Também temos de enfrentar emoções tais como a intenção, o medo e a lógica”


Escrima

Básicos - Prioridades do treino com armas brancas O principal no treino com um arma de gume, é conhecer e perceber todos os perigos associados c o m e s t e t i p o d e a r m a s . To d o s o s " o q u e aconteceria se" e os "sim, mas…", são importantes para o ensaio e predizer o que pode acontecer. O grave perigo das armas com gume é real e deve ser tratado como tal. Isto quer dizer que é preciso que ver onde se deve estabelecer a prioridade no treino, para ser uma ferramenta de sobrevivência, no caso de que nos suceder uma situação como esta. Sejamos r ealistas, somos nós que temos de sobreviver, não o nosso Mestre; ele nos ajuda a treinar para conseguirmos os nossos objectivos e não o seu objectivo. As prioridades de treino do Latosa Escrima, são as seguintes: a realidade, a técnica e os exercícios.

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ealidade: É a compreensão do que poderia suceder exactamente e os perigos usando ou defendendo-nos de um arma de gume. Com um arma branca, não podemos ter o luxo de repetir y fazer de novo, até que funcione. O ataque poderia consistir em um só corte, múltiplos cortes ou uma punhalada e não em um ordenamento predizível. Imaginem que um só golpe ou um simples corte poderiam causar feridas superficiais, lesões graves ou mesmo mortais, tanto se estivermos em modo de ataque como em modo de defesa. Percebam e façam o que o treinador dizer para fazer, mas também têm de compreender que ele só pode falar do que poderia ser um “possível” cenário do que realmente poderia acontecer. A menos que possam ler o futuro, ninguém sabe realmente! Muitas vezes, na realidade o treino é só um processo do pensamento e nunca vai acontecer. A realidade de defender-se de uma arma afiada, não é só uma técnica ou um exercício. Também se têm de enfrentar emoções, tais como a intenção, o medo e a lógica. Mais uma vez, não


Artes Marciais Filipinas


Escrima


Artes Marciais Filipinas

“A maioria dos exercícios servem para desenvolver e melhorar as habilidades de movimento do corpo, que se utilizam na aplicação técnica”


Escrima se perdoam os erros, como: dar um passo errado, calcular mal a distância, descoordenar o timing ou falhar o ataque. Técnicas: Estes movimentos tentam mostrar uma generalização das coisas que podem suceder. As técnicas têm de ser flexíveis, adaptáveis e terem alternativas, porque os ataques não são sempre os mesmos; poderia haver uma mudança numa menor distância, o timing ou a velocidade, que pode levar a uma devastadora derrota. Não se pode pensar erroneamente, que as técnicas são tudo ou que são um remédio mágico perante um arma afiada! Tudo tem de ser o mais general e flexível, para enfrentar-se ao desconhecido. Exercícios: A maioria dos exercícios servem para desenvolver e melhorar as habilidades do movimento do corpo, utilizado na aplicação técnica. Os exercícios proporcionam a ocasião de desenvolver e praticar habilidades para fluir e a coordenação entre a vista e a mão, além de muitos outros atributos. Tratem de não usar a palavra "exercício" tão literalmente. A palavra exercício, na minha opinião, significa treinar e desenvolver as habilidades individuais. Isto não é lutar, mas

“O s exercícios nos proporcionam a ocasião de desenvolver e praticar as habilidades de fluir e a coordenação da vista e a mão, assim como muitos outros atributos”


Artes Marciais Filipinas

“As técnicas têm de ser flexíveis, adaptáveis e ter alternativas, porque os ataques não são sempre os mesmos. “


“O destaque deste treino com arma afiada reside na colocação correcta e dar prioridade a como preparar-se para enfrentar essa situação.”

sim treinar as habilidades, para fazer o que tem de ser feito numa situação real. Não se percam pensando que isto é a luta. Compreendemos que por vezes o exercício é difícil e esgotante, mas tem de se voltar à realidade, na qual não sabemos o que vai suceder numa determinada situação. O destaque deste treino com arma afiada, está na colocação correcta e em dar prioridade a como preparar-se para enfrentar essa situação. A técnica não nos proporciona as habilidades para fazer frente a uma arma branca, só nos dá uma ideia de como poderia funcionar. Não se confundam, posto que tanto os exercícios e técnicas como o sistema, não são mais que ferramentas para desenvolvermos as nossas habilidades. A realidade é termos um parceiro que por um lado nos ataque com segurança, com ataques desde muito perto a longe, com diferentes velocidades e diferente potência e desde as zonas que não se podem ver e que não estão na nossa visão da periferia. Obviamente, há outros conceitos e outros métodos de treino mais avançados, mas primeiro, tem de se compreender o processo básico do pensamento e onde se situam as técnicas e exercícios, dentro da lista de prioridades.


“Tudo o que se treinar tem de ser o mais geral e flexível possível, para fazer frente ao desconhecido.”


Escrima

“A técnica não nos proporciona as habilidades para fazer frente a uma arma branca, só nos dá uma ideia de como poderia funcionar.”


DVD & Video




Este nuevo trabajo sobre Fu-Shih Kenpo del Soke Raul Gutierrez está centrado en las formas tradicionales del estilo, sus aplicaciones y la defensa personal. Estudiaremos especialmente la Forma “El Tigre se defiende”, con sus correspondientes aplicaciones técnicas, la forma “Dientes de Tigre”, y trabajo libre con armas. A continuación el Maestro explica detalladamente una extensa serie de técnicas avanzadas de defensa personal, indicando el porqué se realizan d e t e r m i n a d o s movimientos, las advertencias a tener en consideración, los posibles ángulos, y las variantes que se pueden aplicar en cada grupo tecnico. El DVD se completa con una serie de técnicas de combate para competición y el trabajo de acondicionamiento fisico, donde el Maestro Gutierrez explica cómo preparar nuestras armas, brazos y piernas, para la defensa personal y el combate. Sin duda una forma de trabajo cuya riqueza se basa en el intercambio y coordinación con otros estilos, y el aprender a respetar nuestras diferentes fuentes de trabajo.

REF.: • FUSHIH-2

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O CAPITÃO LEVINET NA RÚSSIA TREINO DOS SPETSNAZ Fotografias: Edith LEVINET


Professional Self Defense Após sua experiência internacional já significativa, com várias unidades das forças de ordem e federações, nos Estados Unidos, Canada, Austrália, Japão, Israel, Hungria, Áustria, Espanha, Itália, Argentina, o conhecido internacionalmente, capitão Jacques Levinet nos fala da formação Police Training ROS (Real Operational System), método do qual ele é Fundador e 10º Dan faixa preta, para as forças especiais russas (Spetsnaz) os OMOH e o Grupo de Antinarcóticos. Queríamos conhecer suas impressões após este deslocamento excepcional



C.N.; Como deu a conhecer os seus métodos aos famosos Spetsnaz? Jacques Levinet: Fui convidado pelas mais altas autoridades da República Russa de Yakutia (Sibéria), por petição do professor russo Tselestin TSYKHTSINSKI, mundialmente conhecido no meio das artes marciais e técnicas de combate. Ele já me contactara em um recente seminário que fiz em Londres (Inglaterra). Ele viaja o mundo inteiro, em busca de novos talentos. Sentiuse seduzido pelo ROS e queria dá-lo a conhecer às unidades especiais da sua República. C.N.; Quais são estas unidades e como reagiram ao SPK e ao ROS? J.L.: Trata-se de umas unidades centrais de intervenção dos OMOH e do Departamento de narcóticos. A rudeza e a


robustez destas forças não é uma lenda, assim como o clima continental extremo de Yakutia, com -60° no Inverno e +40° no Verão. Esperavam por mim uns decididos mocetões, com um mínimo de dúvidas e numas condições de treino rudimentares. Resumindo, para trabalhar numa situação realista, o que agradeço. Eu no dispunha de margem de erro ou de incerteza, motivo pelo qual, as respostas foram apoiadas e adaptadas ao meio. C.N.; Poderia dizer-nos mais alguma coisa dessas unidades russas? J.L.: São muito discretas e de difícil acesso, a menos que alguém venha recomendado a um alto nível. Os treinos, sob o atento controlo dos oficiais e chefes de grupo, se realizam em lugares não revelados. Os OMOH, acostumados a situações de crise, como na Chechénia, são grandes lutadores que não sentem medo por quase nada e estão familiarizados com as intervenções de alto risco. O Departamento de Narcóticos é também eficaz na luta contra o tráfego de narcóticos e seus agentes realizam intervenções a grande escala, para desmantelar as redes organizadas. Coletes anti-balas e roupa de camuflagem são o seu “pão de cada dia”. O ROS os cativou pelo realismo do seu método, que considera os diferentes níveis de treino, desde as mãos nuas até a utilização da arma de fogo, passando pelo tonfa, o pau operativo, assim como por algemar,

Informação acerca de cursos e formações POLICE TRAINING ROS www.policetrainingros.com e www.academielevinet.com Tel. +33467075044



mas tudo de acordo à complementaridade e a inter-acção permanente do ROS e ao perigo das circunstâncias. C.N.; Aplicou um programa específico ROS? J.L.: Efectivamente. O ROS tem a peculiaridade de adaptar-se às diferentes leis dos países, no que respeita ao treino de campo. A legítima defesa e o equipamento não

são os mesmos em todos os lugares. Por exemplo, o trabalho de desarme frente à pistola russa, cujas especificidades são particulares. O programa de práticas foi organizado em cenários que eu escolhia, conforme evoluía o perigo e as reacções do ou dos agressores. O ROS não é uma autodefesa de um contra um, nem uns gestos técnicos de intervenção académicos… É a possibilidade, para os corpos da

polícia, de estar sempre um grau por diante disponível, frente a uma situação que degenera. Além disto, os Russos não são passivos e foi necessário ir até o final das técnicas de intervenção, com percussão, para provar sua eficácia. Mas estão conquistados… Mostraram isso sem problemas, respeitam o conhecimento e pedem mais C.N.; Que experiência tirou para si, deste deslocamento?



J.L.: A satisfação de ver conseguida a prova do ROS a escala realista, posto que estas unidades não fazem nada a meias e não economizam esforços. O questionamento constante é uma necessidade, se queremos progredir com toda humildade. O confronto no estrangeiro evita a auto-satisfação e nacional “olhar para o umbigo”. O entusiasmo das forças russas esteve à altura das recompensas que recebi (a medalha

dos 200 anos da criação da milícia na Rússia e do Ministério dos Desportos de Yakutia) assim como os escudos dos Spetsnaz. Por outra parte, tive o privilégio de ter sido convidado pela Academia da Polícia dos oficiais e ter podido fazer um amplo intercâmbio com instrutores e responsáveis, o que enriqueceu a minha experiência. Por último, está previsto um projecto de continuação da formação dos Spetsnaz.

Perante as próximas viagens do Capitão Jacques Levinet à Academia da Polícia de Nova York, da Alemanha, Itália, Áustria, Bulgária, Inglaterra e Dinamarca, já só resta ao nosso poliglota especialista francês poliglota, aprender Russo!






Entrevista Hoje temos o prazer de entrevistar para todos vós, uma das figuras mais importantes do Jiu Jitsu e das Artes Marciais em todo o mundo, o Grão-Mestre Francisco Mansur. O Mestre Mansur é um grande versado na Arte conhecida como Brazilian Jiu Jitsu, que como os nossos leitores bem sabem, foi a responsável pela última grande volta das Artes marciais nos tempos modernos.

Entrevista: Alfredo Tucci Fotos: © www.budointernational.com


Grandes Mestres Dos cinco ou seis 9º Dan de Brazilian Jiu Jitsu que são reconhecidos em todo o mundo, apenas dois estão em activo. Francisco Mansur é um deles. Nosso convidado de capa este mês, é sem dúvida uma pessoa especial, um indivíduo fora de série, um grande professor e Mestre, mas além disso, ele é uma viva testemunha do porquê desta Arte ter conseguido triunfar nas últimas décadas. De Mansur dizem as más línguas ser ele o único a quem escuta seu Mestre Hélio Gracie, todo um

carácter como sabemos; sem dúvida isto deve-se a ser ele o único que se atreve a contradizê-lo e apesar de Hélio se deixar levar pelos demónios, ele r espeita Mansur porque sabe que sempre lhe fala a verdade. Uma carinhosa relação cheia de espaventos, mas quando Mansur o cita durante a entrevista, em seus olhos aparecem, repentinamente, os restos de uma rara doçura e carinho, de uns sentimentos que vão além da amizade. Mansur, (que por certo também o vão encontrar escrito como Mansor,


Entrevista


Grandes Mestres


Entrevista que é seu nome oficial, sendo este o resultado do erro de um funcionário que escreveu a sua ficha de nascença); Francisco, Xico Mansur, dizíamos, sobreviveu a 35 anos de Polícia no Rio de Janeiro, um notável recorde, mas não se livrou de levar como recordação 11 tiros no seu corpo. Um corpo que apesar de tudo está em admirável forma física, se tivermos em consideração que já não é criança… A sua fama de insubornável pode custar-lhe a vida várias vezes, mas ele agradece isso ao Jiu Jitsu que forjou o seu carácter. Homem acima de tudo recto, ao mesmo tempo que um guerreiro tranquilo; pessoa religiosa, pulcra e ordenada em suas comidas, vive hoje em Nova Iorque, mas não


Grandes Mestres pára de viajar pelo mundo ensinando a sua sistematização da “Arte suave”, que ele chama “Kioto Jiu Jitsu”. Mestre de Mestres, de campeões, mas também paciente professor de pessoas com problemas e limitações físicas, psíquicas ou emocionais, este homem sentiu compaixão e agiu em consequência. Ele teve em seus braços toda a geração de Gracies que tem revolucionado o mundo das AM nas últimas décadas. É o “eterno tio”, centrado e conciliador, para além das disputas, dos acontecimentos ou mudanças, uma figura essencial para compreender a evolução do Jiu Jitsu no Brasil e actualmente nos EUA. Um exemplo de Mestria dentro e fora do tatame, um homem que conseguiu tudo neste mundo do Jiu Jitsu e que continua disposto a partilhar hoje com todos vós os seus profundos conhecimentos, numa metodologia que lhe tem dado fama inter nacional. Fir me mas carinhosa personagem, apaixonado pela sua mulher com a qual partilha uma vida intensa e rica, pela que passa a deixar uma estela de respeito e admiração, mas acima de tudo, da profunda humanidade daquele que um dia se comprometeu com a via recta do guerreiro e manteve firme o seu propósito. Um autêntico luxo para estas páginas, que nos honramos em apresentar.


Entrevista


Grandes Mestres Grão Mestre9º Dan Entrevistamos a Lenda viva do Jiu-Jitsu! Entrevista com o Grão-Mestre Francisco Mansur, 9º Dan de Brazilian Jiu Jitsu Cinturão Negro: Mestre Mansur, gostaríamos que nos contasse acerca dos começos do Jiu-Jitsu, factos vividos tão directamente pelo senhor, do que sem dúvida foi a época épica do Jiu Jitsu brasileiro. Francisco Mansur: O começo do Jiu-Jitsu no Brasil tem um nome, se chama Hélio Gracie. Foi ele quem começou tudo, sem menosprezar, logicamente, Carlos Gracie, que começou a dar aulas de Jiu Jitsu quando ainda era uma criança. O desenvolvimento do Jiu Jitsu ficou em mãos de Hélio Gracie, porque Carlos Gracie dava aulas do antigo Jiu Jitsu japonês que tinha aprendido do Mestre Maeda (Mitsuyo Maeda, aliás Conde Koma), Mestre que foi para o Brasil representando o Budo do Japão. Mas Hélio Gracie, como ele mesmo tem dito, colocou um “macaquinho” no Jiu Jitsu, porque como era uma criança muito doente, não podia fazer o mesmo esforço físico que faziam seus irmãos e então ele criou o que hoje conhecemos como o Brazilian Jiu Jitsu.



Grandes Mestres Os começos foram até fáceis, porque a diferença entre o Jiu Jitsu de Hélio Gracie e o resto dos Jiu Jitsu existentes nessa época, era muito grande. Tudo se baseava nos grandes conhecimentos técnicos que o Hélio tinha; os outros eram homens fortes que praticavam o desporto, mas que não tinham os conhecimentos que ele tinha e, para ser justos, também tinha o resto dos irmãos Gracie, mas naqueles anos, tudo rodou em torno da família e de maneira especial em torno a Hélio, que teve de se enfrentar a todos os campeões que puderam surgir a cada momento. A história é bem conhecida, Hélio Gracie lutando contra Kató, depois contra outro japonês que surgiu desafiando a família Gracie em sua academia e mais tarde, contra Kimura, que constituiu a cimeira para Hélio, não só por se tratar de um campeão do mundo, como também devido à grande diferença de peso e de envergadura. Depois, todos os que surgiram, que tinham chegado a campeões do mundo. Teria que destacar um lutador que se chamava Taigo e quem chamaram “Taigo o lutador sorridente”. Esse homem devia substituir Kimú e vingar a derrota de Kató, caso Kimú perdesse frente a Hélio. A épica história daqueles combates é bem conhecida. Assim começou a caminhar o Jiu Jitsu. Todos nós vimos dele. É como uma grande árvore da qual todos nós somos os ramos. Eu me sinto honrado por isso, e sinto muito orgulho em que meu Jiu Jitsu tenha essa origem. Entretanto, o tempo tem passado e assim como em seus começos a aviação estava constituída apenas por aviões pequenos com

“O Jiu Jitsu, antes que luta, é um sistema de lutas; é uma ciência empírica, uma ciência que evolui a cada momento como as outras ciências, e como a própria física se tem desenvolvido muito”


pouca autonomia de voo e hoje em dia temos aviões que em uma hora dão a volta ao globo, o Jiu Jitsu, como Ciência que é, não pára de evoluir. O Jiu Jitsu, antes que luta, é um sistema de lutas; é uma ciência empírica, uma ciência que evolui a cada momento como as outras ciências, e como a própria física se tem desenvolvido muito. Poderíamos afirmar que chegou um momento em que o Brazilian Jiu Jitsu se tornou em algo assim como “uma realidade irrefutável”. Esta revolução fez deste país a capital do Jiu-Jitsu no mundo. De maneira que hoje podemos dizer que o Jiu Jitsu se apoia em uns grandes pilares do passado, no Hélio e no seu irmão, os decanos do Jiu Jitsu brasileiro. Os Mestres do passado do Jiu Jitsu brasileiro, todos eles foram de grande valia. Mas não só os Gracie, na época havia muitos outros lutadores de grande talento e se todos nós não tivéssemos tido aquela referência para lutar, não teria existido o Jiu Jitsu que hoje existe. Naqueles tempos todos eles eram os adversários, os oponentes com quem lutar e mesmo que em alguns casos fossem tecnicamente inferiores, foram indispensáveis elementos que estimularam as


Grandes Mestres nossas habilidades. Esta tensão criativa se desenvolveu de tal maneira que hoje o Jiu Jitsu é um autêntico património nacional no Brasil e podemos afirmar que nem mais nem menos que em 90% das grandes cidades brasileiras se pratica o Jiu Jitsu. C.N.: Senhor Mansur, o senhor foi polícia no Rio de Janeiro? F.M.: Fui sim senhor, durante 35 anos. C.N.: Sobreviver todo esse tempo a se ocupar de assuntos de alto risco é, para aqueles que conhecem o lugar, uma garantia de dotes guerreiros. No entanto, esta relação entre agentes de ordem e artistas marciais é um facto não demasiadamente conhecido no mundo das Artes Marciais e gostaríamos que nos falasse da sua experiência e dos pontos de encontro existentes entre as práticas dos antigos guerreiros e esses “novos guerreiros” que são os polícias. F.M.: Bom comentário. É coisa simples de se dizer. Eu fui polícia durante 35 anos e lutei contra o crime e estive, como é lógico, da parte da Lei e cumprindo-a o mais possível à letra, mas na verdade, nestes corpos encontramos pessoas que são autênticos guerreiros como o senhor disse, algo comum entre as gentes do Jiu Jitsu mas também entre os policiais. De facto, a maioria dos policias do Rio de Janeiro de hoje em dia praticam o Jiu Jitsu, mas nos meus tempos, poucos polícias praticavam o Jiu Jitsu e aqueles que o faziam, constituíam uma casta, algo assim como uma raça à parte. Curiosamente, muitos dos que praticavam o Jiu Jitsu, depois se faziam policias. Agora mesmo estou lembrando de um monte de bons policias, exemplos do facto que já comentei, de eles serem primeiro estudantes de Jiu Jitsu e depois entrar para o corpo, e todos eles foram excelentes polícias. Certamente, é o caso do Hélio Bispo, que foi um grande chefe da Polícia; Barrais, hoje falecido… um grande polícia… E não quero dar mais nomes para não ser injusto. Mas houve muitos que depois de serem instrutores de Jiu Jitsu, profissionais de Jiu Jitsu e até lutadores de Vale-Tudo e professores avançados de Jiu Jitsu e donos de academias, se fizeram polícias, como foi o meu caso, pois eu já era instrutor de Jiu Jitsu quando me fiz policia. Repare, direi algo: É claro que Deus protege os valentes..., os aventureiros têm uma protecção especial de Deus, talvez por isso sobrevivam onde outros desaparecem… o facto de estar com vida, eu devo em grande parte à minha prática do Jiu Jitsu. Desde já pela auto-confiança que me conferiu como pessoa, uma força interior que me permitiu sair de experiências terríveis e ir em frente, experiências que tive na minha época como oficial em acções de combate; sobrevivi a vários tiroteios, me feriram um monte de vezes, tentaram me assassinar por fazer frente aos malfeitores…, por isso o meu corpo está marcado com 11 orifícios de bala. O Jiu Jitsu foi essencial para nestes casos conseguir me controlar e dirigir minha mente para a minha defesa.



Grandes Maestros C.N.: Quanto a esta preparação mental, que é coisa a que não se dá muito valor nestes tempos em que a técnica parece que é tudo, ou pretende ser tudo, parece-lhe que hoje em dia estamos a querer treinar mais a parte técnica, esquecendo um tanto os valores que as AM, como o Jiu Jitsu, têm por detrás? F.M.: Alfredo, mesmo que nós esqueçamos os valores das Artes Marciais, é impossível que um bom praticante de Artes Marciais, um bom lutador, um homem que se entrega a isto, e para isso faz um grande esforço, no que investe a cada dia sangue, suor e lágrimas, não esteja de facto a viver todos os valores que as Artes têm atrás e se aproveitando deles. Assim, mesmo que a pessoa seja, por assim dizer, somente um homem da luta, não pode evitar os efeitos que a sua prática lhe proporciona para o seu subconsciente. O subconsciente é algo involuntário, é coisa que funciona sem mandarmos sobre ele. Na prática da luta aprendemos a manter a

nossa calma e a manter a calma de outros indivíduos em momentos críticos. Isto acontece não devido a uma determinada filosofia, mas porque ficamos imbuídos disso. C.N.: O senhor é um homem religioso, como casam o Jiu Jitsu e a religião? F.M.: Eu costumo repetir algumas frases que podem trazer um pouco de luz a estas questões que estamos a falar. Costumo dizer que Deus é muito caprichoso. Um dia Ele parou a pensar: “Que barbaridade, o mundo está a crescer todos os dias, daqui a pouco não haverá mais velas, nem lamparinas, tudo vai ficar às escuras, então chamou o Edison e disse: Edison, inventa a luz para o mundo…” e Edison inventou a luz eléctrica… Fez o mesmo com Grahan Bell: “Escuta Grahan, vem aqui, vou para longe e quero permanecer em contacto…” e Bell inventou o telefone. “Escuta Pasteur, vai surgir uma peste


Entrevista


Grandes Mestres que vai destruir a humanidade!” E Pasteur inventou a vacina… Depois, um dia Ele reparou em um homem, que não sabemos exactamente quem foi… e criou o Jiu Jitsu… Uma vez que o Jiu Jitsu foi criado, o antigo Jiu Jitsu se desenvolveu por todo o mundo, Deus se dirigiu a um homem doente, o Hélio e lhe disse: “Ouve, vem comigo, estás muito doente, disseram para você que vai morrer, mas eu não quero que você morra… Vou fazer de ti o criador de um Novo estilo de Jiu Jitsu… E criou o Brazilian Jiu Jitsu. Tudo isto são coisas divinas, são coisas que Deus põe no pensamento do homem. O homem não tem o poder de criar todas estas coisas maravilhosas. Criar uma luta como o Jiu Jitsu, que é uma coisa que não tem fim… Tem princípio mas não tem fim…, é uma progressão matemática, isto só se explica por uma intervenção divina. De maneira que não só o Jiu Jitsu mas as Artes Marciais em seu conjunto, estão devidamente imbuídas de auto-confiança, a qual se transmite ao homem. Autoconfiança para que o homem possa ser um guerreiro, para que siga um caminho recto; o caminho do guerreiro, um caminho de honra. Esse caminho se chama Bushido, este é o “Caminho do Guerreiro”. É o que penso no que se refere ao Jiu Jitsu e ao efeito que este pode ter sobre o ser humano. C.N.: Um dos aspectos mais notáveis do seu trabalho é a criação de uma metodologia no ensino do Jiu Jitsu. Como nascem as bases da sua pessoal maneira de ver a Arte suave? F.M.: Faz 40 anos, eu pensei que o Jiu Jitsu não devia ser só um direito dos homens adultos, que as crianças também podiam praticar Jiu Jitsu, porque o efeito do movimento do Jiu Jitsu proporciona um grande conhecimento, motiva o desenvolvimento e afecta positivamente as crianças, principalmente no que se refere à coordenação. Então comecei a criar um novo sistema, um novo método de ensinar e aprender o Jiu Jitsu, o Kioto Jiu Jitsu. O certo é que não foi necessário inventar nada, eu apenas simplifiquei as coisas e inventei uma maneira fácil de aplicar o Jiu

Jitsu. Os meus alunos eram, em muitos casos, pessoas com deficiências, alunos com um braço só, surdos, mudos, etc. Eu queria que tivessem acesso a um Jiu Jitsu especial aquelas crianças com dificuldades extraordinárias na sua coordenação, ou que se sentissem especiais por ter estado em um colégio “especial”, ou por enfrentar maiores limitações, coisa que nessa época ainda não se definia bem se eram problemas de coordenação superficial da motricidade ou coordenação profunda da motricidade… Quis ir além das definições a acções práticas e efectivas, por isso criei o Jiu Jitsu System, com a intenção de que essas outras pessoas pudessem suportar as dificuldades da vida. Pessoas que realmente se encontram no fundo de um poço e que a gente pode, através do Jiu Jitsu, levar até a superfície… Isto foi algo muito gratificante. É coisa que me faz sentir orgulho porque tem ajudado muita gente, gente que chegou à academia cheia de problemas médicos e psicológicos e que hoje é gente que tem uma vida normal, que vive uma vida normal; alguns deles inclusive se tornaram grandes profissionais em profissões liberais. Tudo está baseado na educação, tanto na educação psicológica como na educação da inteligência e na educação motriz, assim como na educação disciplinar. E tudo isto é afinal algo que é a própria Arte que ensina. Não sou eu o autor dessa obra!, essa obra vem da mesmíssima Arte marcial, que faz a gente mostrar à criança como se mover numa coordenação relativamente perfeita. C.N.: Actualmente, o senhor tem a sua academia em Nova Iorque. Qual foi o motivo para mudar de vida, para iniciar uma nova vida levando o Jiu Jitsu, o seu Jiu Jitsu, até à Costa Leste americana? F.M.: Essa é uma longa história! Mas vou dizer o mais rapidamente que me seja possível. Dediquei a minha vida ao Jiu Jitsu e ao meu trabalho como polícia. Como polícia em uma grande cidade que se enfrenta diariamente à delinquência e ao crime,


Entrevista “Quis ir além das definições a acções práticas e efectivas, por isso criei o Jiu Jitsu System, com a intenção de que essas outras pessoas pudessem suportar as dificuldades da vida”


Grandes Mestres chegou um momento em que eu corria um grande risco, coisa que se pode assumir, mas este risco se fez extensível à minha família devido às condições do país. Quando se aproximava o momento de me aposentar, compreendia cada vez com maior claridade que iria ficar em uma muito frágil situação defensiva, tanto em meu caso pessoal, como acima de tudo de minha família. Isto era devido, sem dúvida, à minha atitude frente ao crime organizado que é muito poderoso no Rio de Janeiro. No grémio eu era conhecido como “policia duro” (Mansur refere-se a insubor nável); eu meti na prisão muitos colegas que sucumbiram à tentação e muitos, muitos narcotraficantes e criminosos. Mas meu caso não era um caso único, mas o de todos aqueles policiais que tinham sido duros na repressão do crime e do delito. Quase me vi obrigado a tirar a minha família do Brasil de um dia para outro e ir-me instalar nos Estados Unidos da América, um lugar onde eu contava com muitos amigos, incluindo o meu bom amigo, o Coronel Sanchís, com quem partilhamos aulas na Academia da Polícia de Nova Iorque, um homem que aprecio e admiro muitíssimo e que me consta que é bem conhecido dos leitores desta revista. Me instalei pois lá e montei a minha primeira escola, seguindo as mesmas directrizes que anteriormente tinha seguido: o educacional, o correctivo e tudo o mais. Em Nova Iorque fazia todos estes tipos de trabalhos com deficientes, com crianças com problemas de coordenação motora, com gente necessitada de autoafirmação, ou simplesmente com gente que se tinha desviado para um caminho errado. Eu chamo um caminho errado ao caminho das drogas, a um caminho de vício, em geral. Com o Jiu Jitsu e um bom trabalho de disciplina e boas

vibrações, se pode conseguir que essas pessoas encontrem um caminho correcto. E esta é a minha realidade. C.N.: Uma pergunta que é quase obrigatória e que gostaria de lhe fazer. Quais são, a seu ver, os melhores lutadores que agora estão no panorama universal? F.M.: Essa aí é uma pergunta perigosa! (risos). Pode perigar o meu pescoço!… Mas tudo bem. Actualmente admiro o modo de lutar de Roger Gracie. Também, claro está, o Jacaré, que tem um momento tremendo no Jiu Jitsu e é um guerreiro, como tem mostrado este ano vencendo no mundial. E Margarida, que regressou e está a evoluir bem; eu pensava que ele regressaria em baixo, mas não!, regressou bem. Mas não posso deixar de falar nos que para mim continuam a ser os nomes do Jiu Jitsu por antonomásia; talvez porque na época em que desenvolveram o Jiu Jitsu, eles estavam em grande disparidade com o que era a regra geral. Entre estes temos com certeza de assinalar grandes guerreiros, como é o caso do Royler. Royler, para mim, de toda a família é quem mais sangue guerreiro tem. É o que mais tem lutado, o que mais tem competido, um homem que não precisa mostrar nada para ninguém, mas que tem competido. É claro que está o Rickson, de quem nem é preciso falar. Mas também gente de quem gosto muito, como Carlos Gurgel,

“O General”… porque Gurgel é chamado General… Sabiam? É um indivíduo de grandes valores. Sem querer desprezar os outros, estes são para mim os que marcaram uma época. Principalmente Rickson marcou uma época, Royler marcou uma época, agora Jacaré está marcando uma época, e Roger, e também Margarida, e muitos outros mais ligeiros ou mais pesados, que

“Dediquei a minha vida ao Jiu Jitsu e ao meu trabalho como polícia. Como polícia em uma grande cidade que se enfrenta diariamente à delinquência e ao crime, chegou um momento em que eu corria um grande risco, coisa que se pode assumir, mas este risco se fez extensível à minha família devido às condições do país”


Entrevista marcaram ou estão a marcar uma época no Jiu Jitsu. Isto é o que penso dos nomes do actual Jiu Jitsu. Mas houve grandes campeões e eu não quero ser injusto, se falo nestes é porque o Jacaré foi campeão do absoluto no mundial e Royler foi o sub-campeão do absoluto, em meio de uma grande polémica devido ao braço quebrado ou não quebrado… Para mim, os dois têm um grande valor, são grandes

lutadores. Inclusive o Rickson é dos melhores que posso citar, sem esquecer os velhos… C.N.: E dos velhos? F.M.: Já falei no Rickson, Fábio Gurgel “O General”. E no meu Mestre que foi o mais perfeito na época em que não se sabia nada de nada, de nada… Tudo isso é o que eu dou valor do passado e também do presente.

C.N.: Mestre Mansur foi um autêntico privilégio poder fazer esta entrevista e finalmente gravar consigo um primeiro vídeo de instrução, o qual esperamos venha a ser o primeiro de uma série. Obrigado. F.M.: Obrigado a vocês; gostei imenso de trabalhar com uma equipa tão profissional, mas acima de tudo, fazê-lo neste ambiente especial que vocês aqui criam, no qual sempre se está encantado de dar o melhor nós mesmos.

“Com o Jiu Jitsu e um bom trabalho de disciplina e boas vibrações, se pode conseguir que essas pessoas encontrem um caminho correcto”



O Major Avi Nardia - um dos principais instrutores oficiais do exército e da polícia israelitas no campo da luta contra o terrorismo e a CQB - e Ben Krajmalnik, realizaram um novo DVD básico que trata sobre as armas de fogo, a segurança e as técnicas de treino derivadas do Disparo Instintivo em Combate, o IPSC. O Disparo Instintivo em Combate - IPSC (Instinctive Point Shooting Combat) é um método de disparo baseado nas reacções instintivas e cinemáticas para disparar em distâncias curtas, em situações rápidas e dinâmicas. Uma disciplina de defesa pessoal para sobreviver numa situação de ameaça para a vida, onde fazem-se necessárias grande rapidez e precisão. Tem de se empunhar a pistola e disparar numa distância curta, sem se usar a vigia. Neste primeiro volume se estudam: o manejo da arma (revólver e semiautomática); prática de tiro em seco e a segurança; o “Point Shooting” ou tiro instintivo, em distância curta e em movimento; exercícios de retenção da arma, sob estresse e múltiplos atacantes; exercícios de recarga, com carregador, com uma mão e finalmente, práticas em galeria de tiro com pistolas, rifles AK-74, M-4, metralhadora M-249 e inclusivamente lança-granadas M-16.

REF.: • KAPAP7

Todos os DVD's produzidos por BudoInternational são realizados em suporteDVD-5, formato MPEG-2 multiplexado(nunca VCD, DivX, o similares) e aimpressão das capas segue as maisrestritas exigências de qualidade (tipo depapel e impressão). Também, nenhum dosnossos produtos é comercializado atravésde webs de leilões online. Se este DVD não cumpre estas exigências e/o a capa ea serigrafia não coincidem com a que aquimostramos, trata-se de uma cópia pirata.


O Mestre Dennis Vega, já conhecido dos nossos mais assíduos leitores, devido a um DVD realizado alguns anos atrás, tem continuado numa intensa trajectória, orientado por duas linhas muito fortes: o “Farang do Combat” e o “Farangdo Mu Sul”. Com o primeiro, (com o qual arranca esta sua nova coluna), alcançou destacados êxitos, treinando lutadores dos circuitos de Free Fight. Com o segundo, segue uma linha de trabalho mais vinculada às origens Coreanos do seu estilo, sem nunca perder de vista a sua paixão pela eficácia no combate. A cada mês, os leitores encontrarão nele inspiração, conhecimento e interessantes propostas, que de certeza irão enriquecer seus respectivos trabalhos. Alfredo Tucci



No meio de ataques surpresa, movimentos dinâmicos e combinações efectivas; descobrimos o Farang Combat. Quando falamos do Farang Combat, nos vem ao pensamento três perguntas essenciais: O que é Farang Combat? Qual é a sua história? Onde surgiu? O Farang Combat é uma modalidade do Modern Farang Mu Sul, estilo marcial defensivo, fundado pelo Grão Mestre Michael De Alba; onde suas técnicas defensivas e ofensivas surgem da própria luta, do caos defensivo. O Farang Combat, constituído associação e com o aval da prestigiosa federação anteriormente dita, compreende duas divisões principais na sua organização: FCD (Farang Combat Defensive) e FCL (Farang Combat League). Farang Combat, na sua modalidade técnica, defensiva e desportiva (Farang Combat League), utiliza por princípio métodos de Boxe. Também se vale de ataques lineares, Luta Greco-Romana, Luta Chinesa, Farang Jok Sul (técnica de pontapés) e suas particulares técnicas mais importantes, o Catch Boxing e o Stamp Hit. Master Dennis Vega, com mais de três décadas de prática marcial e desportiva, é quem instaura o conceito denominado “Catch Boxing”. Dentro do Farang Combat, a modalidade do Catch Boxing joga um papel de importância. Utilizando movimentos de 45 graus em suas combinações boxistas, consegue estabelecer de maneira eficaz e rápida, agarres e


Artes de Combate



Artes de Combate



Artes de Combate “O Farang Combat na sua modalidade técnica, defensiva e desportiva (Farang Combat League), utiliza por principio, métodos de Boxe. Se vale também de ataques lineares, Luta Greco-Romana, Luta Chinesa, Farang Jok Sul (técnica de pontapés) e suas particulares técnicas mais importantes, o Catch Boxing e o Stamp Hit”

manipulações. Estas últimas são utilizadas eficazmente, para lançar e controlar o adversário. Indagando na técnica do Catch Boxing, podemos observar de maneira muito clara, a sua eficácia dentro do caos da luta. Sem parar e utilizando movimentos circulares e lineares, usa o corpo e as extremidades para levar ao chão e controlar o confrontante. Os praticantes do Farang Combat desenvolvem a técnica do Catch Boxing utilizando e aplicando a mesma em combinações rápidas de golpes e não em técnicas de um só movimento. Assim, podemos observar a sua eficácia dentro da desorganização de um combate realista. Nos ataques, o Farang Combat emprega diferentes golpes, tais como: cotoveladas ao tórax, punhos às coxas, cabeçadas e impactos de mão aberta. Utiliza quatro padrões de jabs e 8 combinações básicas essenciais, muito efectivas para estabelecer um ataque e uma defesa eficazes. O Catch Boxing utiliza quatro inflexões de controlo, chamados “Triangle Cut” e “Four Wrap”. Triangle Cut representa a defesa resistindo ataques de lado, da esquerda e direita; enquanto que Four Wrap é a ofensiva utilizada em movimentos de 45 graus. Quando recebe um ataque de flanco da esquerda ou da direita, o praticante de Farang Combat utiliza como defesa principal o denominado “Triangle Block”. O Triangle Block, como muito bem indica seu nome, é um bloco em formato triangular, o qual protege a parte de trás e lateral da cabeça; apresentando o cotovelo para a frente, em forma de flecha. Depois de estabelecer o Triangle Block, os praticantes do Farang Combat passam a utilizar o Triangle Cut como medida de controlo, efectuando inflexões, deslocamentos ou atiradas ao chão. Na modalidade defensiva do Four Wrap, os combatentes do Farang utilizam as técnicas defensivas denominadas “shoulder move” e “squat move”. Empregando os ditos conceitos defensivos, o praticante, dentro da confusão do combate, eleva seu braço formando um “ L”, agarrando assim o braço do opressor e aplicando a técnica desejada. O Farang Combat começou a dar seus primeiros passos na Ilha de Puerto Rico, em 2004, pela mão de Master Dennis Vega, que tem desenvolvido a evolução do Farang Mu Sul e tem seguido o Fundador, Mestre e Professor, Grand Master Michael De Alba. Durante quinze anos, o mestre D.Vega tem treinado juízes, guardas, polícias, guarda-costas, oficiais da penitenciaria e bouncers, por falar em alguns. Também tem sido treinador de lutadores profissionais e amadores, nas modalidades do Mix Martial Arts, Muay Thai e Kick Boxing, tendo alcançado prémios internacionais e do Governo local.








Especialistas Mundiais Os sistemas de ensino utilizados actualmente na formação de membros das forças de segurança e das forças armadas em todo o mundo, apostam, em primeiro lugar, em colocar quem faz os cursos em contacto com cenários e situações onde o estresse, os exercícios e os objectivos em vista, estejam estreitamente ligados com a realidade. A metodologia aplicada ao ensino deve conter conceitos claros, práticos e eficazes que, no momento de serem transmitidos, não sejam r ecebidos por quem faz o curso como um conjunto de recursos técnicos, mas que sejam assimilados como uma segunda natureza. Por último, a optimização do tempo em função do planeamento dos programas de estudo nas diferentes áreas em que deve ser formado um profissional da segurança ou das forças militares.


Autodefesa “Qual é o objectivo de um militar? Combater e vencer, e digo bem, 'vencer'”

Texto:Olivier Pierfederici e-mail:sogclosecombat@yahoo.fr www.budointernational.com Fotos:


Introdução de Guillermo Walter Tabares. Sargento-Instrutor da Polícia Federal Argentina. Instrutor de campo e instrutor de armas e tiro, no “Instituto de Formación Policial Comisario General Alberto Villar", da Polícia Federal Argentina. Membro das Unidades de Protecção de dignatários Estrangeiros. Acessor de combate sem armas de Unidades Tácticas e Unidades Contra Distúrbios. Instrutor de Luta Livre da escola Budokan.

Amigos leitores, tenho o prazer de voltar a entrar em contacto com todos vós, para lhes falar do meu novo vídeo chamado: SOG MILITARY FOR CIVILIANS. "Military" porque no sistema S.O.G. pensamos que o paralelismo entre um combatente civil e um militar está hoje cada vez mais justificado, além da psicologia do treino - adaptada correctamente à vida civil - contém muitos bons fundamentos. Mas examinemos isto com mais detalhe.

Porquê treinar como um militar? Primeiro devemos estar bem compenetrados no meio ambiente e pensar que vivemos todos numa "selva urbana". A época dos nossos avós mudou muito e viver hoje no Rio de Janeiro, Paris ou Londres é praticamente o mesmo, salvo algumas diferenças. E além disso, aos problemas de insegurança que pudemos descobrir em Novembro de 2005, num país tão "civilizado" como a França, devemos juntar os do terrorismo (Londres, Madrid, Nova Iorque, Iraque, Indonésia, etc.).


Autodefesa “O caminho mais curto entre um ponto A e um ponto B é… uma linha recta". Por outras palavras: em assuntos de sobrevivência urbana, o caminho mais curto é com frequência o melhor”


O facto de um cidadão comum não estar preparado para enfrentar tal perigo é absolutamente normal e a sociedade actual, cada vez mais débil e permissiva, não soluciona nada… De facto, o que faríamos se não tivéssemos as nossas pequenas férias anuais na praia ou na montanha, os nossos carros climatizados, a nossa roupa de moda e todas as comodidades que possam existir!!! Se passarmos isto a nível de um combate para sobreviver, seria ilusório e tremendamente perigoso acreditar que uma pessoa pouco ou mal preparada (tanto mental como física e tecnicamente) possa sobreviver a qualquer tipo de ataque por parte de um predador "x". No entanto, é o que faz a maioria das escolas chamadas de "defesa pessoal" no mundo, e é a isso que no meu sistema chamamos mortos ambulantes. Perguntemos a nós próprios: Qual é o objectivo de um militar? Combater e vencer, e digo bem, "vencer", porque por vezes tenho escutado uma frase que me tem feito sorrir e que vinha da boca de um profissional que dizia: "O importante não é tanto ganhar, trata-se antes de não perder". Não sei o que esta pessoa quis dizer, mas graças à minha experiência mundial em assuntos de segurança, acredito poder dizer que neste campo, as meias tintas não existem. Uma das seis regras do S.O.G. é: "Sentir-se sempre superior ao inimigo, qualquer que seja a sua altura". Com isto quero dizer que o aspecto psicológico no combate é primordial e isto, os militares sabem-no perfeitamente.

“Sentirse sempre superior ao inimigo, qualquer que seja a sua altura”


Especialistas Mundiais



Autodefesa


Como treinar para sobreviver a uma agressão? Primeiro, e certamente terão percebido, caros leitores, trata-se de se preparar mentalmente, algo a que no nosso sistema chamamos "clique mental". Fazer com que um cidadão comum médio possa, em pouco tempo (porque o factor tempo é primordial), passar a ser um "guerreiro urbano" é um desafio, uma aposta que qualquer profissional da defesa pessoal deveria meditar. E o treino assíduo não é suficiente, especialmente se for mal feito! Aí, a experiência é primordial, não se pode transmitir o que não se viveu… Parece lógico! E, no entanto, é um erro habitual. Mas voltemos à parte técnica. Sinto grande respeito pelo exército britânico que apesar de dispor de um treino mais curto, embora mais intenso que a maioria dos exércitos, e de um armamento que talvez não seja do melhor, é o melhor exército do mundo. Porquê? Ainda que pudéssemos encontrar aí uma explicação racial e histórica, penso que o factor psicológico é fundamental. Dizemlhes, preparam-nos e são persuadidos de que são os melhores. O segredo radica, então, em preparar-se adequadamente. A parte "mental" é primordial, quando se quer ganhar um combate de arruaceiros. Ter a certeza de que se vai vencer, não duvidar, sempre voltar a levantar-se e avançar, a vitória do "mental" sobre a "matéria", serão trunfos essenciais, se se quiser aplicar aquilo a que no SOG chamamos de conceito do "L", o que quer dizer: um em pé (nós) e um no chão (o inimigo).


Especialistas Mundiais “o treino assíduo não é suficiente, especialmente se for mal feito! ”

“Seria ilusório e tremendamente perigoso acreditar que uma pessoa pouco ou mal preparada (tanto mental como física e tecnicamente) possa sobreviver a qualquer tipo de ataque por parte de um predador "x"



Autodefesa “O segredo radica, então, em preparar-se adequadamente. A parte "mental" é primordial, quando se quer ganhar um combate de arruaceiros”

Tento treinar os meus alunos utilizando termos como guerra urbana, inimigo e não adversário, artilharia para o trabalho das pernas, etc. O aluno, sem quase dar por isso, começa a pensar de maneira diferente e a ver as coisas de outra maneira. Depois vêm os seminários chamados "reforço psicológico" (ver fotografias) onde os protagonistas tentam superar certas barreiras psicológicas, como poderiam ser o medo à água, às alturas, a claustrofobia, o medo de o não conseguir, a falta de confiança em si mesmo, etc. Neste tipo de seminário, a parte física é bastante importante, porque pensamos que sem uma condição física adequada, não há combatente e que através do trabalho físico grande vantagem - se faz o trabalho mental. Um exemplo: um aluno que faz 15 flexões de braços num tempo normal e que tenta fazer 18 durante um seminário, está a fazer um esforço para tentar superar-se, o que será uma vantagem inegável num autêntico combate. A palavrachave é "superar-se", ir em frente ou, como se dizia no meu antigo regimento: "em frente, a direito". As SAS britânicas (forças especiais) dizem: "Quem se atrever, vencerá". Dá que pensar!!! Encontrarão neste novo vídeo uma série de exercícios sob estresse, que reforçam também a parte psicológica e são essenciais para a realização de um trabalho sério.

O que acontece com a parte simplesmente técnica? Hoje, infelizmente, sendo o termo na moda "military close-combat", assistimos à aparição de novos sistemas de combate que na maioria se referem a close-combat. Convém também referir que a grande maioria dos supostamente especialistas, não faz a mínima ideia do que é um treino militar e a grande maioria nem sequer fez a tropa. Correndo o risco de me repetir, é muito perigoso mentir a um aluno, porque nesta área, a mentira pode, com boa sorte, levá-lo para o hospital e com má sorte para o cemitério!!!

Quais são os fundamentos de um bom sistema de close-combat? 1. Tem que ser fácil de demonstrar 2. Tem que ser fácil de compreender 3. Tem que ser fácil de reproduzir



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4. Tem que ser fácil de restituir sob estresse. Todo o resto é mentira e se assim não for, gostaria que alguém o demonstrasse. Partindo deste princípio, poderão ver no meu último vídeo um programa completo de umas vinte técnicas que permitem, qualquer que seja a altura dos dois protagonistas, isto é, do defensor e do inimigo, defender-se frente a qualquer tipo de ataque real: em pé, no chão, com armas e sem armas. O desafio era encontrar um conceito, uma base técnica que nos servisse tanto em ataque como em defesa, no chão, contra armas, com armas. Não é tão fácil de criar porque, com frequência, ser fácil é mais difícil. Mas aí, a experiência no terreno é fundamental, porque não se improvisa um especialista em defesa pessoal e as técnicas não se aprendem num livro. Mais uma vez, podemos inspirar-nos no trabalho dos militares. O combate real é obra dos militares e se queremos ganhar um combate real, temos que treinar como os militares. Poderão dizer-me que os militares têm "licença para matar" e que um civil de tipo médio, não a tem. Mas, o que fariam para salvar a vossa vida ou a de um ente querido, sabendo que não têm 36 soluções? Como dizia Maquiavel: O fim justifica os meios. Voltemos à prática. Dissemos que um sistema prático de close-combat tinha que ser fácil de demonstrar. De facto, a

“O combate real é obra dos militares e se queremos ganhar um combate real, temos que treinar como os militares”


Autodefesa



Especialistas Mundiais “A palavra-chave é "superar-se", ir em frente ou, como se dizia no meu antigo regimento: "em frente, a direito”

prática é feita com movimentos básicos, o número de técnicas tem de ser voluntariamente limitado e seleccionado. Isto permite também compreender e assimilar melhor essas mesmas técnicas. Além disso, em situação de estresse - porque o estresse é uma palavrachave no combate -, o indivíduo terá de ser capaz de encontrar facilmente as respostas decisivas a determinados problemas. Na prática, isto resulta num programa de umas vinte técnicas, com uma técnica de base mais uma só variante e não 50.000. Lembrem-se de que a quantidade de técnicas conhecidas não nos faz melhores ou superiores… Bem pelo contrário!!! Dêem prioridade a uma básica que abranja tudo o que poderia acontecer-nos numa situação real de um combate na rua: um ataque, uma defesa, contra-ataques e agarres, chão, defesa contra armas cortantes e armas de punho. Repitam-na sem parar e quando já tiverem dominado os movimentos, passem para o trabalho sob estresse (ver vídeo). Aproximem-se o mais possível da realidade, mas sem se tomarem por James Bond. Pensem também que o combate de arruaceiros evoluiu e que o "one to one" (um contra um) dos nossos pais já quase não existe. Pratiquem tudo isto e talvez tenham uma possibilidade de se salvarem!!!

Conclusão Gostaria de finalizar o artigo levando os leitores a meditarem sobre um conceito básico, com um pouco de geometria: "O caminho mais curto entre um ponto A e um ponto B é… uma linha recta". Por outras palavras: em assuntos de sobrevivência urbana, o caminho mais curto é com frequência o melhor.

Código de honra do legionário: Artigo 5 Um soldado de elite treinará vigorosamente, manterá as suas armas como seu haver mais precioso, manterá o seu corpo ao máximo da sua condição física.










Grandes Mestres

Entrevista com




Entrevista com Sifu Patrick Leung, em Hong Kong Na nossa viagem a Hong Kong tínhamos previstas muitas visitas e entrevistas mas a primeira era obrigatória: Sifu Patrik Leung. Quando começamos a mandar os convites e petições às escolas, Sifu Patrick logo se mostrou pessoa agradável, próxima e amiga. Nos ajudou muito na organização desta viagem e devo reconhecer ter sido um autêntico prazer conhecê-lo e poder assistir às suas aulas. É para mim uma honra fazer esta entrevista na sede da VVTA (Ving Tsun Athletic Association)



S

ifu Patrick Leung tem um curriculum de Artes Marciais realmente invejável. Mais de 35 anos praticando Wing Chun e discípulo directo do Grão Mestre Yip Chun (o mais velho dos filhos do falecido Yip Man). Ele nos recebe com um imenso sorriso na entrada da AVTA, a Athletic Ving Tsun Asociation, associação fundada pelo Grão Mestre Yip Man). Devo reconhecer ter-me sentido comovido quando entrei na sala da associação! Penso não haver ninguém em todo o mundo Wing Chun, que não sentisse certa excitação entrando nesta sala, por onde passaram os mais ilustres mestres de Wing Chun. Um lugar de referência para os seguidores e praticantes do Wing Chun de todo o mundo, que visitarem Hong Kong. Aos que esperem uma imensa sala de treino…, que vão esquecendo... A sede da AVTA é uma pequena sala onde só cabe o Wing Chun. O emblema da Associação, debaixo da fotografia do Grão Mestre Yip Man, só está acompanhada por uma bonita estátua do Grão Mestre e um boneco de madeira…. E o resto? Só um espaço onde praticar. Nada de luxos. Nada de ostentação. Simplesmente ambiente e espaço para o Wing Chun e seus praticantes.

estar e ter a ocasião de conhecer de primeira mão as opiniões, ideias e motivações de um dos grandes professores da Atletic Ving Tsun Association. De sifu Patrick Leung, me surpreendem DUAS coisas principalmente: A primeira, as suas aulas estão cheias de alunos. É um facto que se repete, porque nas três ocasiões em que visitei a sua aula na Athletic Ving Tsun Association e na Universidade Chinesa de Hong Kong, estavam sempre cheias de estudantes praticando. A sua maneira de ser e o seu carisma pessoal, fazem-no muito querido e respeitado por seus alunos A segunda, o imenso espectro de estudantes. Podemos encontrar veteranos praticantes misturados com crianças. Um grande número de mulheres. Quase um 40% dos assistentes às aulas são mulheres. Isto é realmente agradável e surpreendente frente ao que se acostuma a ver na Europa

Patrick nos recebe junto com Mónica, sua encantadora mulher, que faz as vezes de assistente e parceira de prática. Ambos formam um casal encantador. Desprendem generosidade e bom humor. É o primeiro passo em Hong Kong e a experiência não pode ser melhor. Agradeço o recebimento e insisto no meu agradecimento por lá

S.S.: Quando começou a praticar Ving Tsun? S.P.L.: Foi em 1969. Primeiro estudei Wing Chun em Hong Kong, com Sifu Lok Yiu (aluno de Yip Man), mas foi em 1972 que comecei a estudar directamente com o Grão Mestre Yip Chun, que é o filho primogénito do falecido Grão Mestre Yip Man. Venho ensinando Wing Chun desde 1986 e durante

Salvador Sánchez: Querido Mestre, OBRIGADO por receber-nos. Sinto-me honrado por estar aqui. Sifu Patrick Leung: Sejam bem vindos. Também é um prazer para mim, recebe-los.



mais de 46 anos, continuei aprendendo e ensinando Wing Chun, em Hong Kong. S.S.: Está profissionalmente dedicado ao ensino do Wing Chun? S.P.L.: Sim. Eu me dedico completamente ao Wing Chun. Ensinar Wing Chun é a minha profissão e também meu “hobby”… e isto me ocupa muito do meu tempo S.S.: As suas aulas cheias de alunos…, dizem muito bem de si! S.P.L.: Sim. As minhas aulas são as que mais alunos têm e isso é para mim uma alegria. Tenho vários grupos em vários lugares de Hong Kong e o ambiente dos meus estudantes é muito bom. É como uma família S.S.: Gostaria de lhe perguntar acerca das diferenças entre as escolas de Wing Chun. Parece haver algumas entre as escolas de Hong Kong, mas especialmente entre o WingChun de Hong Kong e o WC da Europa ou dos Estados Unidos. Como se explica estas diferenças? Quais os motivo para existirem tais diferenças? S.P.L.: Realmente, eu não percebo bem o motivo. O Wing Chun é um estilo com uma origem muito clara. Suas formas definem o estilo. Também alguns elementos, como a compreensão da ideia ataque/defesa…, mas parece claro, que se alguém deseja aprender bem o Wing Chun, devia vir a Hong Kong S.S.: Como definiria o treino que se realiza na sua escola?

S.P.L.: Isto é simples. Sou discípulo directo do G. M. Yip Chun e o meu sistema de treino é muito parecido ao seu. Para mim, Siu Nin Tao é muito importante. Sou muito meticuloso no estudo da primeira forma. Seguidamente ensinamos e praticamos o resto das formas, mas Siu Nin Tao é muito importante e prestamos muita atenção a ela. A minha Associação se denomina Soft Wing Chun Association (Hong Kong). Seu nome indica bem a minha maneira de praticar. O Wing Chun é um estilo desenvolvido por uma mulher. Essa suavidade deve ver-se na prática e no treino. Por isto eu insisto muito em estar muito relaxado quando se praticar Chi Sao. S.S.: Há muitas escolas que visam a sua prática na saúde, outras na defesa pessoal, etc.. Quais os aspectos em que se concentra a sua prática na Soft Wing Chun Association e Sifu Patrick Leung? S.P.L.: Em todos os aspectos. Realmente sem saúde não é possível fazer defesa pessoal nem qualquer outra coisa, Por isso sempre insisto em que o Wing Chun é um excelente sistema para toda a vida. Wing Chun é bom para a saúde. Se a saúda é boa, TUDO se pode praticar, trabalhar, etc… Por isto é importante ser equilibrado na prática do Wing Chun e a saúde é muito importante. Muitas escolas de Wing Chun já não trabalham cultivando a Energia Inter na (Chi). Nós sim. Fazemo-lo e também o fazemos nas aplicações d e f e s a / a t a q u e n a d e f e s a p e s s o a l . Ta m b é m fazemos competições, porque eu acredito serem boas para provar os praticantes.





S.S.: De verdade? Têm competições de Wing Chun? S.P.L.: Sim! De facto, faz uns meses estivemos numa muito importante. Actualmente preparamos outras. Se fazem com umas regras de Wing Chun aceites pelas escolas e vamos experimentando. Algumas delas já são bastante importantes. Habitualmente usamos capacete e luvas, que nos permitam agarrar e mostramos as habilidades mediante este “free sparring” em chi sao. S.S.: Na Europa não é muito comum este tipo de eventos. De competições… S.P.L.: Aqui também se fazem e cada vez há mas praticantes que querem experimentar. Tenho muitos estudantes e cada um procura coisas diferentes. Uns, a defesa pessoal, outros a saúde, outros ainda, a competição e até alguns outros que simplesmente querem praticar para se relacionarem, socialmente e passar um tempo com amigos. praticando esta excelente arte. S.S.: Vejo que a sua mulher também pratica… S.P.L.: Sim! A Mónica é minha mulher, mas também minha estudante e assistente. Ela é muito importante para mim, em todos os aspectos. É muito aplicada na sua prática e realmente é muito bom que ela me acompanhe em todas as minhas aulas. Foi diplomada como Mestra de Wing Chun por seu excelente trabalho. É muito constante e a sua técnica é realmente boa. S.S.: Observo também que realizam trabalhos relativos à “Força Interna”. Também é a maneira

de treinar da sua escola ou é comum entre os mestres aqui em Hong Kong? S.P.L.: A “força interna” existe no Wing Chun. mas a percentagem de pessoas que podem gerá-la é realmente baixa. Talvez tenha a ver com um elemento fundamental para poder conseguir isto: a relaxação. “SOFT” no nome da minha associação é para recordarmos que temos de estar soltos, relaxados… Sem dúvida é fundamental se queremos começar a trabalhar este tipo de força. Nos meus mais de 30 anos no ensino, só uns trinta estudantes conseguiram algum nível de “força interna”, o que representa uma percentagem muito baixa. O treino da força interna no Wing Chun de Hong Kong, não é realmente muito comum. Acredito que a dificuldade para progredir nestes aspectos, é o principal motivo. S.S.: Tem escolas afiliadas fora de Hong Kong, em outros países? S.P.L.: Tenho algumas pessoas que estudam comigo, vindas de outros países. A cada dia mais pessoas vêm de outros países até a China para aprenderem Wing Chun. Sempre é para mim uma alegria recebe-las e ajudá-las a aprender Wing Chun. S.S.: Não tenho mais perguntas sifu Patrick. Estou-lhe muito grato por toda a atenção que me tem dado estes dias. Nunca poderei agradecer-lhe suficientemente a sua hospitalidade e amabilidade. Ter-nos aberto as portas da Athletic Ving Tsun Association e ter-nos acompanhado na nossa visita ao Túmulo do Grão Mestre Yip Man


Constitui grande honra para mim e espero voltar a visitálo em outra ocasião. Obrigado também à sua mulher Mónica e a todo o seu grupo de professores e alunos. São gente extraordinária! Do coração, OBRIGADO!

PS: Se alguma pessoa está interessada em contactar com Sifu Patrick Leung y a sua associação SOFT Wing Chun Hong Kong, pode faze-lo directamente na sua página web www.softwingchun.com ou em sua página de Facebook: Soft Wing Chun Academy - Hong Kong

O Sifu de Wing Chun, Patrick Leung Ting Kwok Experiência Prática: Prática contínua durante 17 anos. Desde 1969 sob a tutela de Lok Yiu, estudante de Yip Man. A partir de 1972 estudou com Ip Chun, filho primogénito de Yip Man e com Lau Hon Lam, estudante de Yip Man. Experiência no ensino: Ensino continuado desde 1986, incluindo a Ving Tsun Athletic Association VTAA (fundada por Yip Man em 1968), a Uniao Mundial de Wing Chun (fundada por Ip Chun em 2009) a Soft Wing Chun Academy (HK), alem de universidades, clubes, etc. Títulos: Instrutor e examinador nacional, do Sistema chinês Duan de Wushu. Diploma Nacional, sétimo Duan do Sistema Duan chinês de Wushu, representante mundial de Ip Chun para ensinar Wing Chun. Instrutor Qualificado Superior 1994, do primeiro curso de um dia completo VTAA. Juiz principal dos campeonatos do mundo de Wing Chun y de Hong Kong. Juiz Oficial dos campeonatos de Hong Kong y da China de Artes marciais y da Dança do Leão y do Dragao Asso. (HKMALDDA) Reconhecimento Global: Vice-presidente da União Mundial de Wing Chun y da União de Wing Chun de Hong Kong. Co-editor do livro de texto y Avaliação do Sistema Nacional de Wushu Duan, Presidente e Instrutor Principal da Soft Wing Chun Academy (HKÅ) Vice-presidente y Secretário do Conselho de Desenvolvimento do Ving Tsun Eleito membro do Comité Executivo da HKMALDDA Consultor designado da União de Wing Chun de Hong Kong. Expoente do Wing Chun, na Global Wushu Encyclopedia (Editorial DK) Diploma à dedicação al Wushu, dado pelo Primeiro Ministro da Malásia. Diploma à dedicação ao Wushu, dado pelo Governo Selangor. Locutor de um programa que trata do Wing Chun, na Rádio Hong Kong, DAB 35, Leitor convidado em conferências acerca do Wing Chun na Universidade de Hong Kong


Grandes Mestres



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Todos os DVD's produzidos por BudoInternational são realizados em suporteDVD-5, formato MPEG-2 multiplexado(nunca VCD, DivX, o similares) e aimpressão das capas segue as maisrestritas exigências de qualidade (tipo depapel e impressão). Também, nenhum dosnossos produtos é comercializado atravésde webs de leilões online. Se este DVD não cumpre estas exigências e/o a capa ea serigrafia não coincidem com a que aquimostramos, trata-se de uma cópia pirata.












Kung Fu


As pedras angulares do Hung Gar Kung Fu original, ou melhor dito, da minha escola, é a saúde, o espírito e o combate. Basicamente, cada uma destas pedras angular es depende da outras duas e assim sendo, tem cada uma delas a mesma importância na formação do aluno. Com isso, poderíamos dizer que nos nossos dias, no nosso hemisfério, onde não nos vemos envolvidos diariamente em combate físico, as duas primeiras pedras angulares, gozam de maior prioridade. Para uma melhor compreensão deste artigo, temos de imaginar como era a vida séculos atrás.



Q

uando o Hung Gar Kung Fu se estendia principalmente na Ásia, quando o camponês que voltava do mercado e vendera a própria colheita nessa manhã, levava na algibeira o lucro com o qual iria manter a família nas próximas semanas. Um assalto de gatunos podia destruir tudo e pôr em perigo a existência do camponês e da sua família… E isto sem contar com os perigos próprios do assalto! Isto poderá levar-nos a termos uma ideia de como era importante naqueles tempos, a capacidade de defender-se e que era até imprescindível para sobreviver. Como já se disse em outros artigos, praticando as técnicas e princípios de Hung Gar, se aprende principalmente a aumentar e utilizar eficientemente estas capacidades. Mas como digo, nos tempos actuais da sociedade moder na e armas de tiro, esta capacidade humana nossa, rara vez se utiliza.

Deixando de lado a saúde e a formação do carácter, o que resta da capacidade de combate? Precisamente, para o meu mestre, lenda do Kung Fu e chefe principal do estilo, o Dr. Chiu Chi Ling, é muito importante que seus alunos e por sua vez os alunos destes, "saibam realmente combater e defender-se". Devo de esclarecer aqui, que o meu Sifu (Mestre) cresceu em um tempo em que em Hong Kong havia regularmente duelos e combates. Também eu, faz de 10 a 20 anos, tive essas experiências, aqui em Zurich, com gente do mundo das artes marciais. Afortunadamente, nos nossos dias, já não é assim. Mas, o que podemos fazer para conservar as qualidades combativas? Exercitar uns com os outros nas aulas, certamente oferece um bom método…, mas queremos ir trabalhar no dia seguinte e não desejamos nenhuma estadia no hospital! Por isso só nos aproximamos timidamente das situações e rapidez reais. O meu Sifu sonha, desde faz


Kung Fu

“A nova categoria, de nome Hung Gar Push Hands, será disputada numa superfície pequena e sem equipamento de protecção”



Hung Gar


“Devo dizer aqui, que o meu Sifu (Mestre), cresceu numa época em que, em Hong Kong se disputavam regularmente duelos e combates. Até eu, faz entre 10 e 20 anos, tive essas experiências, aqui em Zurich, com gente do mundo das artes marciais”

tempo, com uma arte de disciplina em Hung Gar, onde se permita aos participantes mostrar as verdadeiras habilidades, vencendo, mas sem causar graves lesões! Como seu sucessor, tenho como tarefa, criar uma tal disciplina e escolher como plataforma para isso, o torneio da minha escola, o “Shaolin Masters Tur nier”. Os meus instrutores e eu trabalhamos passo a passo, nesta nova categoria, que com cada Shaolin Masters se põe mais e mais em marcha, para um dia se poder instaurar como uma categoria de combate perfeitamente válida. Como digo, a categoria está em elaboração e as regras já estão escritas a branco e preto. Basicamente, posso dizer que a nova categoria, de nome “Hung Gar Push Hands”, será disputada numa superfície pequena e sem equipamento de protecção. Os confrontantes se preparam para cada assalto, levantam as mãos e esperam o sinal do árbitro; é parecido com o Lei Tai (contacto total com equipamento de protecção). Quando se manda começar, os combatentes têm só poucos segundos de tempo, para a través do contacto e a técnica, mostrar habilidades limpas. Naturalmente, é isto o que ambos combatentes querem ao mesmo tempo, o que quer dizer que ambos, em pouco tempo têm de empregar suas habilidades (como por exemplo Chi Sao, Toi Sao, etc.). Segundos após o contacto, o árbitro interrompe. Dependento do que aconteceu, se avalia qual dos dois confrontantes alcançou a vitória. Se poderia pensar que isto acontece de uma maneira relativamente caótica e muito dificilmente se poderá apreciar quem foi superior, especialmente porque os combatentes, a pesar do uso da força total, não vão mais além. Mas precisamente aí reside o arte desta categoria. Se recebe só um ponto quando se vir claramente que a técnica cumpriu a sua função. Para o dizer mais claramente: Quando não se foi tocado, controlou o confrontante e terminou a sua técnica de uma maneira limpa. Experiências nas nossas fileiras, assim como uma demonstração da categoria no último Shaolin Masters, têm demonstrado que esta pode ser uma categoria que vai funcionar bem. Alunos avantajados, com experiência no Lei Tai, se têm mostrado interessados e esperam ansiosos a finalização do conjunto de regras do Hung Gar Push Hands. Para mim, é claro o motivo: O Shaolin Hung Gar Kung Fu original, que eu aprendi do meu Sifu (Mestre) foi e está pensado para o combate real, sem equipamento de protecção. Sem os “poderia ou seria”… De alguma maneira se quer conhecer o que é natural e o Lei Tai oferece uma boa plataforma. Penso que com o Hung Gar Push Hands iniciamos uma nova categoria, que nos permite chegar mais perto da realidade, sem estar expostos a grandes perigos de lesões. Os meus alunos e eu estamos muito entusiasmados.










(MISSÃO) DECLARAÇÃO DA MISSÃO DA ASSOCIAÇÃO MUNDIAL DO HWA RANG DO®) HWA RANG DO®: Um legado de Lealdade, de Procura incansável da verdade, de Fortalecimento de vidas, de Serviço à humanidade.


“O ensino do Hwa Rang Do é uma das maneiras mais importante para estudar o próprio Hwa Rang Do”

“Quando se estuda Hwa Rang Do, se percebe rapidamente que tornar-se Instrutor e Mestre, depois ser cinturão negro (primeiro dan de Hwa Rang Do e segundo dan de Tae Soo Do), é praticamente obrigatório”


uando se estuda Hwa Rang Do, rapidamente se percebe que tornar-se instrutor e Mestre, depois ser faixa preta (primeiro dan de Hwa Rang Do e segundo dan de Tae Soo Do), é praticamente obrigatório. Isto é assim, devido a uma razão estrutural: sem ensinar Hwa Rang Do, realmente não se pode continuar o crescimento pessoal no estudo marcial. O ensino do Hwa Rang Do é uma das maneiras mais importantes de estudar o próprio Hwa Rang Do. Talvez isto seja difícil de perceber para os principiantes, mas temos de pensar na incrível quantidade de técnicas incluídas nos planos de estudos do Hwa Rang Do. Se só se estuda, sem alunos nem seguidores, sem ensinar ninguém, é quase impossível rever e aprender em profundidade todas estas técnicas e especialidades. A memória humana é fraca sem um propósito, e a prática do Hwa Rang Do requer de uma mente e uma memória flexíveis, potentes e reactivas. O ensino é um muito bom propósito.

Q

Acerca do Autor: Instrutor chefe de Hwa Rang Do®, o Tenente Coronel da Polícia militar italiana (Carabinieri) e Engenheiro Marco Mattiucci, é o chefe do ramal italiano da Associação Mundial de Hwa Rang Do® e um dos principais discípulos do Grão Mestre Taejoon Lee.


“A memória humana é fraca sem um propósito e a prática do Hwa Rang Do requer de uma mente e uma memória flexíveis, potentes e reactivas. O ensino é um muito bom propósito”





O "Programa de Controlo Táctico Kyusho" (KTCP), foi desenhado para controlar a escalada de conflitos mediante a pesquisa legal, médica, o aspecto táctico, provas de campo y coordenação. Este programa está especialmente destinado, ainda que não exclusivamente às Forças de Ordem Público, Segurança, Emergências, Guarda Costeira, Militares, Agências Governamentais, Escoltas y Segurança pessoal. Este módulo básico se constitui de um conjunto de 12 objectivos principais integrados en 4 módulos de controlo da escalada de força. Há numerosas estruturas débeis no corpo humano que podem ser utilizadas por um Agente para simplesmente obter o controlo de um indivíduo, mais eficientes que o uso convencional da força como nos indica o protocolo. Mais alem da etapa de ordem verbal, numa situação de escalada do conflito, são estes pontos (Vitais) do Kyusho onde o agente pode fazer uso dos sistemas internos de controlo físico, como os nervos, a estrutura dos tendões e os reflexos nervosos naturais do corpo. No requer de grande força ou de um complexo controlo da motricidade ou da vista ... tudo isso sujeito ao fracasso em estados de elevada adrenalina. Esta informação está dedicada aos valentes e resistentes membros das Agências de todo o mundo ... Obrigado pelo que fazeis!

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Vencer o Medo O medo é um sinal básico de alarma, que é bom quando nos ajuda a desenvolver todos os nossos recursos para superar um desafio. No entanto, um excesso de medo pode chegar a paralisar-nos. Aceitar a sua presença, reconhece-lo e enfrentá-lo, é a maneira de o tornar nosso aliado.



C.N.: O que nos sucede quando sentimos medo? J.D.K.: O medo se manifesta de muitas maneiras, de uma dor no peito, à perda da visão, dor nas mãos, aceleração da respiração e ritmo cardíaco, a sensação de enjoo e a crença de perder os sentidos a qualquer momento; um estado de perda do controlo, paralisando-nos física e emocionalmente. O medo é uma das quatro emoções básicas que nos acompanham durante a nossa vida. Ele, junto com a raiva, a tristeza e a alegria, contribuem todas e cada um, à adaptação ao meio em que vivemos C.N.: Qual é a função do medo? J.D.K.: A função do medo é proteger-nos frente aos perigos que estão em volta de nós. Este estado emocional aparece para nos dar uma informação sobre os factos que estão acontecendo com as pessoas e o meio em que estamos. Por isso nos contraímos fisicamente e se chegarmos a um extremo máximo, nos bloqueia e paralisa. Extremo este que também tem uma função de adaptação. C.N.: Como reconhecer se o medo é real ou imaginação? J.D.K.: Devemos ter em consideração que existe um medo primário e um medo que se deriva da fantasia e preponderância excessiva do

raciocínio. O primeiro é provocado por um estímulo externo que ameaça a vida; o outro está provocado pelos nossos pensamentos. O primeiro é um medo que nos protege, o segundo é um medo que nos paralisa e nos impede agir. Este é o medo que temos de reconhecer. Temos identificá-lo e contrastá-lo com a realidade. As palavras de Séneca nos lembram que: “Não deixamos de enfrentar as adversidades por serem difíceis, elas são difíceis porque não as enfrentamos”. C.N.: Como podemos controlar o medo? J.D.K.: Se eu pedir a um estudante para se expressar com um combate imaginário (sombra), que deixe o tecnicismo de lado e que goze de sua máxima expressão, ele o faz de uma maneira espontânea e natural. Deixo o estudante trabalhar durante uns minutos e seguidamente, pergunto a ele se poderia explicar-me como põe em contacto a sua parte física com a emotiva… Aí é onde começa a pensar e é nesse momento que começa a tropeçar… Está pensando e é incapaz de dar um passo… O mesmo acontece com a vida, quando queremos controlá-la, começamos a pensar se isto que fazemos é correcto e a duvidar de se podemos faze-lo melhor. Estamos pensando e ao mesmo




tempo, os nossos pensamentos obstruem a nossa fluidez e ficamos em colapso, Pensamos que nossa mente é omnipotente, capaz de prever tudo o que acontece e o que nos acontece; acreditamos que podemos controlar tudo, convencidos de que somos responsáveis por tudo quanto nos acontece, gostamos de pensar que podemos conseguir qualquer coisa que quisermos, mas há muitas situações que escapam ao nosso controlo. Na situação do meu estudante, ele é capaz de fluir até começar a responsabilizar-se das suas acções e começa a exigir-se telas sob controlo. É então quando o assalta o medo ao

fracasso e a não poder chegar à sua capacidade de expressão. C.N.: Que influência tem o medo em um exame. J.D.K.: A nossa filosofia está baseada na superação pessoal e na procura dos valores pessoais. A transmissão em Keysi vai mais além de simplesmente a técnica. Há um aspecto técnico a desenvolver e um seguinte passo, o mais duro, onde se tem de deixar de lado a técnica, para dar lugar à inspiração e à expressão pessoal. Assim sendo, um estudante de Keysi não se apresenta a uma prova para ser examinado por alguém, ele entra na sala para mostrar e expressar suas habilidades e suas não

“Não deixamos de enfrentar as adversidades por serem difíceis; são difíceis porque as não enfrentamos”



habilidades, com a responsabilidade assumida de que quem será o seu juiz e julgara suas acções, será ele mesmo e que os erros não são erros, mas uma plataforma de superação pessoal, pois não podemos responsabilizar-nos de tudo, nem podemos exigir-nos dominar cada movimento… Se aceitamos essa responsabilidade, depois nos assaltará o medo ao fracasso, a não podermos chegar às exigências pessoais que nos impusemos a nós próprios… C.N.: Como podemos superar o medo? J.D.K.: A nossa cultura nos dirige ao medo. Está baseada numa maneira de controlo das pessoas, uma educação que nos meteu um medo muito profundo, até condicionar a nossa maneira de agir e sentir. Vivemos em um mundo que nos inculca desconfiarmos dos outros, que nos ensina a temer. O medo tem sua própria mecânica como emoção primária. Quando uma pessoa tem medo, começa a tremer e respira de boca aberta e não profundamente. Abre muito os olhos, fica rígida e pode chegar a paralisar-se. Isso acontece porque queremos controlar esse estado emotivo. No entanto, temos maneira de vencer o medo. Neste caso é permitir sua liberação a través da expressão corporal, mental e emocional. Em Keysi nos expressamos sem as barreiras técnicas, como fazem o resto das emoções primárias.

“A transmissão em Keysi vai mais além de simplesmente a técnica. Há um aspecto técnico a desenvolver e um seguinte passo, o mais duro, onde se tem de deixar de lado a técnica, para dar lugar à inspiração e à expressão pessoal”





Kihon waza (técnicas básicas) es la parte más importante del entrenamiento de cualquier Arte Marcial. En este DVD el Maestro Sueyoshi Akeshi nos muestra diversas formas de entrenamiento de Kihon con Bokken, Katana y mano vacía. En este trabajo, se explica en mayor detalle cada técnica, para que el practicante tenga una idea más clara de cada movimiento y del modo en que el cuerpo debe corresponder al trabajo de cada Kihon. Todas las técnicas tienen como base común la ausencia de Kime (fuerza) para que el cuerpo pueda desarrollarse de acuerdo a la técnica de Battojutsu, y si bien puede parecer extraño a primera vista, todo el cuerpo debe estar relajado para conseguir una capacidad de respuesta rápida y precisa. Todas las técnicas básicas se realizan a velocidad real y son posteriormente explicadas para que el practicante pueda alcanzar un nivel adecuado. La ausencia de peso en los pies, la relajación del cuerpo, el dejar caer el centro de gravedad, son detalles muy importantes que el Maestro recalca con el fin de lograr un buen nivel técnico, y una relación directa entre la técnica base y la aplicación real.

REF.: • IAIDO7

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KRAV MAGA R.E.D, BASES E PRINCÍPIOS


“É importante, penso eu, prestar atenção ao que se ensina em defesa pessoal, porque aqueles a quem transmitimos o nosso conhecimento, podem chegar a utilizar o aprenderam numa situação real, e a realidade não deixa lugar a fantasias”

Quando surge uma situação de agressão, quanto mais simples são os gestos aprendidos, mais temos uma agressividade natural, e mais podemos enfrentar-nos a essa agressão.


KRAV MAGA R.E.D, BASES E PRINCÍPIOS


O grupo Krav Maga RED está em auge e continuará construindose, questionando constantemente a través de intercâmbios construtivos com todas as pessoas que trabalham para os praticantes, longe das guerras de "egos" e organizações que negam a abertura…”

Quando surge uma situação de agressão, quanto mais simples são os gestos aprendidos, mais temos uma agressividade natural, e mais podemos enfrentar-nos a essa agressão.


KRAV MAGA R.E.D, BASES E PRINCÍPIOS


Não temos a vocação de procurar ou abrir novos clubes. No entanto, às vezes acontece que certas estruturas ou pessoas querem unir-se à nossa escola. Neste caso, são bem recebidos e damos-lhes as boas-vindas de braços abertos, mas com a condição de que seja realmente a paixão o que os conduz e que os valores que defendemos sejam compartilhados por ele.

Quando surge uma situação de agressão, quanto mais simples são os gestos aprendidos, mais temos uma agressividade natural, e mais podemos enfrentar-nos a essa agressão.


O Boxe Inglês, o Muay Thai, o Boxe Francês, o Kick Boxing ou o K1, são disciplinas de base que praticam e ensinam todos os instrutores e futuros instrutores do grupo “KMRED” Krav Maga Investigação Evolução e Desenvolvimento. Todas as pessoas que desejarem tornar-se professores do sistema KMRED, devem de praticar ou ter praticado regularmente um desporto de combate. Isto, do nosso ponto de vista é uma parte essencial da formação de um bom professor de Defesa Pessoal.”

KRAV MAGA R.E.D, BASES E PRINCÍPIOS


A nossa maior fortaleza é continuar "procurando" o que poderia ser "melhor", sem duvidarmos em nos cercarmos de pessoas de diferentes estilos e disciplinas. Muitas pessoas além de nós, têm a nossa mesma ideia da "pesquisa" e da "abertura" e é importante poder trocar ideias e trabalharmos juntos para desenvolver "ferramentas" que permitam aos nossos estudantes protegerem a sua integridade física e a dos seus seres queridos e amigos.

Quando surge uma situação de agressão, quanto mais simples são os gestos aprendidos, mais temos uma agressividade natural, e mais podemos enfrentar-nos a essa agressão.


O conceito do Krav Maga Investigação Evolução e Desenvolvimento, começou a ser codificado por seus fundadores de 2003 a 2005, para finalmente, de após extensas provas, nascer oficialmente em 2013, em sua forma actual. Trata-se de um conceito de "defesa pessoal", destinado a civis e profissionais da segurança, baseado principalmente nas últimas novidades do Krav Maga e dos desportos de combate, apoiado também nas últimas avaliações dos "usuários" e profissionais da Intervenção.

KRAV MAGA R.E.D, BASES E PRINCÍPIOS


Quando surge uma situação de agressão, quanto mais simples são os gestos aprendidos, mais temos uma agressividade natural, e mais podemos enfrentar-nos a essa agressão.


O Krav Maga Investigação Evolução e Desenvolvimento conta com um centro de treino nacional, situado no Sudeste da França, que é um dos pontos de partida de numerosos projectos nacionais e internacionais, os quais esperamos que permitirão a muitas pessoas, seguirem um treino na vanguarda da evolução, em termos do conceito da defesa pessoal.

KRAV MAGA R.E.D, BASES E PRINCÍPIOS


Quando surge uma situação de agressão, quanto mais simples são os gestos aprendidos, mais temos uma agressividade natural, e mais podemos enfrentar-nos a essa agressão.


Sempre tendo como pano de fundo o Ochikara, “a Grande Força” (denominada e-bunto na antiga língua dos Shizen), a sabedoria secreta dos antigos xamãs japoneses, os Miryoku, o autor leva a um mundo de reflexões genuínas, capazes de ao mesmo tempo mexer com o coração e com a cabeça do leitor, situando-nos perante o abismo do invisível, como a verdadeira última fronteira da consciência pessoal e colectiva. O espiritual, não como religião mas como o estudo do invisível, foi a maneira dos Miryoku se aproximarem do mistério, no marco de uma cultura tão rica como desconhecida, ao estudo da qual se tem dedicado intensamente o autor. Alfredo Tucci, director da Editora Budo International e autor de grande número de trabalhos acerca do caminho do guerreiro nos últimos 30 anos, nos oferece um conjunto de pensamentos extraordinários e profundos, que podem ser lidos indistintamente, sem um ordenamento determinado. Cada um deles nos abre uma janela pela qual contemplar os mais variados assuntos, desde um ângulo insuspeito, salpicado de humor por vezes, de contundência e grandiosidade outras, nos situa ante assuntos eternos, com a visão de quem acaba de chegar e não comunga com os lugares comuns nos que todos estão de acordo. Podemos afirmar com certeza que nenhum leitor ficará indiferente perante este livro, tal é a força e a intensidade de seu conteúdo. Dizer isto já é dizer muito em um mundo cheio de manjedouras grupais, de ideologias interessadas e de manipuladores, e em suma, de interesses espúrios e mediocridade. É pois um texto para almas grandes e pessoas inteligentes, prontas para ver a vida e o mistério com a liberdade das mentes mais inquietas e que procuram o oculto, sem dogmas, sem morais passageiras, sem subterfúgios.



Shaolin

Anos atrás, numa das minhas viagens à China, ao Templo Shaolin, para estudar Kung fu e entrar a fundo na sua cultura, com o ao Grão Mestre Shi De Yang, numa de tantas interessantes conversas que mantivemos ao longo dos últimos 6 anos, o Mestre me falou acerca de uma série de etapas que o praticante de Shaolin deve passar, para alcançar o estado máximo de compreensão da natureza humana e do seu próprio ser. Etapas baseadas não só na experiência dos grandes Mestres, que durante gerações mantiveram e transmitiram as ensinanças, como também como uma evolução própria do ser humano, em harmonia com a natureza e consigo mesmo. Segundo o Mestre Shi De Yang, um praticante de Shaolin devia passar por estas etapas, através do seu treino nas artes marciais, obtendo desta prática, uma série de experiências (positivas e negativas) que o conduziriam pelo caminho da vida, a um crescimento pessoal e espiritual.

“Segundo o Mestre Shi De Yang, um praticante de Shaolin devia passar pelas etapas, através do seu treino nas artes marciais, obtendo desta prática, uma série de experiências (positivas e negativas) que o conduziriam pelo caminho da vida, a um crescimento pessoal - espiritual”



Shaolin

O

estudo das artes marciais em geral, visa o crescimento pessoal e está atado a uma série de éticas próprias, relativas à moral e ao correcto uso das habilidades marciais. No que a Shaolin diz respeito, por um lado está a ética do artista marcial, denominada Wu De, e pelo outro está presente em toda a sua cultura, uma clara influência do Budismo Zen (Chan, na China); e ainda que nem todos os que praticam Shaolin têm que ser afins ao Budismo, deveriam ao menos conhecer os aspectos básicos relativos à história, à lenda popular, etc. Nos anos seguintes e até à data, sempre dava voltas na minha cabeça, a ideia das 9 etapas na aprendizagem das artes marciais e a cultura de Shaolin. Claro! Até então só fazia ideia de 3 etapas nas artes marciais, artigo que escrevi alguns meses atrás. Mas…, 9 etapas? Devia de passar por nove etapas? E sim, assim era… Onde me encontrava? Em que direcção devia ir? Todos estes e mais interrogantes, periodicamente surgiam no meu interior e faziam que alguma coisa mexesse dentro mim. Era uma sensação de não saber onde estava, o que fazia, para onde ia… Realmente é muito interessante como o Destino ou o Karma chega a qualquer momento e assim foi como uns dois anos atrás, encontrei um livro escrito pelo actual Abade do Templo Shaolin, Shi Yong Xin, onde falava das nove etapas do praticante de Shaolin Kung fu, das quais resolvi falar neste artigo. Podemos descrever estas nove etapas como o Caminho ou o Tao de Shaolin, onde o praticante vai sendo posto à prova, nas mãos do destino e

enfrentando novos desafios, ao longo da sua carreira marcial. Planejar novas metas o caminhos, sempre é uma motivação e ainda que nem todos sentimos a mesma sede, os artistas marciais nos alimentamos de uma coisa especial, de essa busca que nos aproxime cada vez mais ao nosso mundo interior… Mas, para nos mantermos firmes no caminho, faz falta ultrapassar certos obstáculos que nos vão pôr à prova, repetidas vezes. A preguiça, o ego, a falta de força de vontade, o medo ao fracasso, são só algumas das pedras com as quais teremos que tropeçar. No entanto, elas estão aí não só para tropeçarmos, mas também para fazernos crescer, para ensinar-nos a cair e levantar-nos. Enquanto escrevia este artigo, não deixava de me vir à cabeça, uma frase de Confúcio, que diz: “Há três maneiras de adquirir sabedoria: primeiro, pela reflexão, que é a mais nobre; segundo, pela imitação, que é a mais simples; e terceira, pela experiência, que é a mais amarga”. Basicamente, sempre pensei que esta frase era perfeitamente adaptável ao caminho das artes marciais, ao Tao, o qual todos devíamos experimentar e compreender. As nove etapas são o Tao de Shaolin, o Caminho do Guerreiro, que tem como finalidade chegar à essência do Zen (Chan) e da nossa própria natureza.

Primeira etapa A influência do karma Na primeira etapa, o iniciado é movido pelas leis do karma, para aproximar-se pela primeira vez à


“Há três maneiras de adquirir sabedoria: primeiro, pela reflexão, que é a mais nobre; segundo, pela imitação, que é a mais simples; e terceira, pela experiência, que é a mais amarga”


Shaolin

escola - templo, e resolver embeber-se com a cultura do Mosteiro e o Kung fu. Como podemos ver, de entrada, já contamos com um factor relacionado com o Budismo, como é o karma, ou culturalmente falando, poderíamos chamá-lo Yuanfen, que para os Chineses é um termo muito mais profundo que destino e onde entram em jogo o karma e outros factores.

Segunda etapa se estabelece um vínculo Na segunda etapa, o praticante de Kung fu começa a sentir a necessidade de estabelecer um vínculo com o Kung fu Shaolin, o Templo e a sua cultura. Sente-se com mais energia, entusiasmo e quer dedicar mais tempo à prática.

Terceira etapa planeamento das metas Na terceira etapa, motivado pela necessidade de estabelecer um vínculo mais profundo, o praticante começa a planejar suas metas e a ver como pode vincular o seu futuro com o Kung fu Shaolin. Nesse momento, o Kung fu começa a ocupar um lugar importante em sua vida.

Quarta etapa Assegurar-se de que as ditas metas serão alcançadas Na quarta etapa, o praticante percebe que sente autêntico fascínio

pelo treino do Kung fu Shaolin. Não só gosta do Kung fu, como também sente uma certa obsessão por a ele se dedicar profissionalmente.

Quinta etapa - Prática diligente das ensinanças Na quinta etapa, começa o árduo caminho de dedicar-se ao t re i n o d o K u n g f u S h a o l i n c o m o uma carreira profissional. O praticante deve preparar-se para o grande desafio pessoal que vai enfrentar. Os conceitos de Wude (moral) se fazem cada vez mais profundos.

Sexta etapa Adaptação e conhecimento do sistema Na sexta etapa é quando começa a adaptar-se às adversidades do treino. Deve começar a compreender as dimensões tão espectaculares do Kung fu e levar a efeito um exaustivo estudo do sistema de Shaolin.

Sétima etapa - Integrar o Kung fu e o Zen Na sétima etapa, após ter mergulhado completamente no passado do Mosteiro e do Kung fu Shaolin, no treino e no ambiente da cultura Budista, o praticante é capaz de ter uma compreensão das dimensões do Kung fu Shaolin e madurá-la em seu íntimo, através da fé budista.

“O Kung fu se toma como um caminho ao autoconhecimento e à evolução do espírito e daqui, a importância da sua prática em harmonia com o Zen”


“Nem todos temos a mesma sede! Os artistas marciais nos alimentamos de algo muito especial, dessa busca que nos aproxime cada vez mais ao nosso mundo interior, mas para nos mantermos firmes no caminho, faz falta superar certos obstáculos que nos irão pôr à prova, repetidas vezes”


Shaolin

Oitava etapa - O kung fu como meio de aproximação ao Zen Na oitava etapa, o praticante começa ser consciente de uma mudança na sua atitude frente ao treino que está recebendo. Até a sétima etapa, a motivação pelo Kung fu Shaolin residia simplesmente no controlo e domínio da arte marcial, mas como resultado na evolução pessoal da fé Budista, no fim da sétima etapa, a motivação para continuar com o treino deixa de ser o domínio da arte marcial. De esta etapa em diante, o praticante se dedica ao treino com o propósito de usá-lo como meio para desenvolver o seu programa de crescimento pessoal. Só então é capaz de perceber a profunda sabedoria budista, tal como se manifesta através do Kung fu Shaolin.

Nona etapa - Chegar à essência do Zen (Chan) Na nona etapa, o entendimento da verdade acerca da natureza humana e as percepções do universo, faz-se mais profundo, na medida que o treino alcança um nível superior. Só então, o praticante é capaz de sentir, perceber e experimentar a essência do Zen (Chan). Podemos ver como o Kung fu Shaolin é uma manifestação do Budismo tradicional Chinês e a sua importância dentro no clero do Mosteiro Shaolin. O Kung fu se considera um caminho ao auto-conhecimento e à evolução do espírito e daqui, a importância da sua prática, em harmonia com o Zen.



REF.: • LEVI LEVI8

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