Jornal O Broas - 2.ª edição

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Stefano Guerra - Tiago Sousa

Jornal da Escola Secundária São Pedro - 402874 - Vila Real Ano XX

Ano Letivo de 2019/2020

http://jornal-o broas.blogspot.com/

As tragédias que assolam a Humanidade são fonte de inspiração para os criativos: filósofos, escritores, artistas,… Quando elas “explodem” há uma ânsia ancestral de rebuscar a arte, a literatura, a filosofia… para resgatar do passado cenários análogos aos que se enfrentam. A par desta “ressurreição” há a criação de novas obras. A mais conhecida no mundo inteiro é a que surgiu no Hospital de Southampton, a homenagem de Banksy aos profissionais da Saúde que ele, ou eles, erguem à categoria de novos heróis, que suplantam todos os outros. No nosso país, Vhils, o artista que dá rostos às cidades, apresentou o seu recentíssimo mural onde gravou o retrato de médicos, enfermeiros e assistentes operacionais, dez no total, trabalhadores no Hospital de S. João, no Porto. Na nossa Escola, os alunos criaram vídeos, cartazes, ilustrações, textos... tendo como referência a pandemia Covid-19. Ninguém fica indiferente ao flagelo que se abateu sobre nós. A nossa artista residente, Astrid Silva, inspiraAstrid Silva | 11.º I

díssima, burilou a sua visão do Coronavírus que aqui plasmamos, talvez nos torne mais fácil lidar com a amálgama das nossas emoções! A Coordenação Índice Confinar e Desconfinar | 02 Co(vídeos)| 04 Desinformação...Covid-19 | 06 Solidariedade… Covid-19| 13

Do Lado dos Professores | 14

A EMIS não Parou... | 24

Do Lado dos Alunos | 16

Comunidade Desafios educativos | 25

Do Lado dos Enc. de Educação| 18

Olá, Elsa... | 26

Do Lado dos As. Operacionais| 19

Ao Colega... e Amigo Zé Aníbal | 27

Biblioteca Escolar e Covid-19 | 20

Sê Responsável | 28

Clube Ciência Viva na Escola | 22


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Confinar e Desconfinar

Ensino Digital e a Sociabilização

O E@D cativa e fratura os que, de algum modo, integram a comunidade educativa e ainda os fazedores de opinião, vulgo comentadores, sensatos e insensatos, que enxameiam os meios de comunicação públicos e privados. Há os entusiastas e defensores indefectíveis que creem ser a

informática e o seu

manancial de plataformas e de aplicações, a “tábua de salvação” que conduzirá todos ao grande desígnio do sucesso escolar e à erradicação completa e permanente do abandono escolar. O argumento de peso e, talvez o mais válido, é o facto incontestável de a Informática e a Internet assegurarem a ligação da escola às crianças e jovens evitando o corte abrupto nas aprendizagens e o isolamento total. A par destes, existem os outros, os que olham com reserva desconfiada, por vezes, mesmo até uma certa acrimónia, para o E@D e enumeram as suas limitações nas quais destacam a sua textura elitista e pouco democrática dada a sua acessibilidade não ser igual para todos. Os mais desfavorecidos, os que não têm familiares que os auxiliem e orientem nesta saga, vão ficando para trás. Ouve-se e lê-se que o “elevador social” que é a escola, a educação, não está a funcionar como devia, avariou…literalmente, o “distanciamento social” é aqui que se verifica. Há alunos que não conseguem adaptar-se à nova realidade. Pedagogos, pediatras, educadores de infância, professores, pais… dizem e escrevem, fazem ouvir o seu brado de que a infância está a ser roubada às nossas crianças. Segundo eles, são demasiadas horas em frente ao computador e a sobrecarga de tarefas não deixa tempo para brincar. A socialização comprometida e as suas possíveis consequências também vêm à liça, no debate desta conjuntura extraordinária que nos é dado viver. Aprendermos a viver com os outros é um processo longo, intrincado e complexo que precisa de prática sistemática, mas que, neste momento, está confinado. Cidadania e Desenvolvimento criou estratégias e trabalhou domínios que procuraram controlar os danos e desenvolver a empatia que nos aproxima dos outros. Na fase final desta dura luta, termino com votos de:

Boas Férias! Bom Descanso!

Rosalina Sampaio | Coordenadora de Cidadania e Desenvolvimento


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Confinar e Desconfinar

m Desafio sem Precedentes

Nestes tempos de uma adversidade nunca antes vivenciada nem tão pouco imaginada, confinámos o medo e a incerteza e, num esforço de vontade coletiva, levamos à casa dos nossos alunos a Escola que a pandemia tinha silenciado a 16 de março, reinventando uma “nova normalidade” para a vida dos professores, dos alunos e das famílias. A mudança aconteceu, cheia, naturalmente, de imperfeições. Tudo correu como podia correr porque, em situações limite, não existem cenários ideais. Entre adaptações a várias plataformas digitais de ensino, soluções de emergência (que pareciam, na altura as mais ajustadas) e algumas falhas (como em todos os sectores), lá chegamos ao fim de um ano letivo marcado por uma pandemia que chegou sem avisar e que veio para durar. Ainda é cedo para analisar com clareza a situação vivida desde o encerramento das escolas e todos sabemos que seria um erro tratar, “à la légère”, questões tão profundas e complexas com argumentos de circunstância. Devemos, pois, com serenidade, avaliar o impacto desta experiência inédita vivida nos últimos meses, ouvindo a voz dos professores, dos alunos e dos pais, no sentido de identificarmos o que correu bem e o que correu menos bem, para assim prepararmos o futuro. Sobre o próximo ano, ainda pouco se sabe, mas uma coisa é certa, este será ainda fortemente marcado pelos efeitos da pandemia e pela imprevisibilidade do momento. O novo ano letivo 2020-2021 terá, naturalmente, que ser planificado com grande flexibilidade, contemplando-se todos os cenários possíveis (ensino presencial, ensino à distância ou ensino híbrido - presencial e à distância) para assim mitigar as repercussões associadas à forma inédita como decorreu o ensino desde março passado: a interrupção educativa com risco para as aprendizagens significativas; o fosso digital que se tornou ainda mais vincado; o agravamento das dificuldades escolares e sociais dos alunos mais vulneráveis, bem como o aumento de abandono escolar. Esperam-nos tempos difíceis de trabalho árduo e intenso, mas porque acredito que as dificuldades com que nos deparamos na vida encerram sempre em si um potencial de transformação, estou certa que esta adversidade coletiva servirá, por um lado, para reforçar a nossa união e força enquanto comunidade educativa que somos e, por outro, para abrir caminho a uma nova forma de viver a Escola. A Direção da Escola quer, nesta edição, prestar uma sincera homenagem aos nossos professores-heróis e a todos os que têm ajudado a enfrentar e a vencer esta provação que mudou a vida de todos nós. Um grande bem-haja e um enorme aplauso a toda a comunidade educativa da ESSP. Rita Mendes | Diretora da Escola Secundária São Pedro


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Informação em Tempo de Covid-19

o (vídeos)

O mundo “parou” por causa do Coronavírus! Nas escolas, as aulas presenciais ficaram suspensas, professores e alunos tiveram que se adaptar ao ensino à distância. As tecnologias de comunicação e informação “salvaram-nos” do isolamento, embora não tenha havido igualdade ao seu acesso. A atualidade e a presença ameaçadora da Covid-19 levaram a estagiária de Informática a desenvolver com os alunos das turmas do 8.º A e do 8.º G vídeos, utilizando a aplicação “Biteable” (https://biteable.com/). O trabalho decorreu no período de confinamento na disciplina de TIC. Esta “aventura” à distância foi mais complexa, mas dela resultaram produtos finais, dos quais recortamos as mensagens mais pertinentes que aqui expomos. Os vídeos podem ser visualizados em: https://padlet.com/claraarraia/Covid19. Parabéns aos nossos alunos! Clara Arraia | Estagiária de Informática



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Desinformação em Tempo da Covid-19

Água das Termas cura do Coronavírus?

Há no Mundo inteiro, incluindo Portugal, vários sites de fake news cujo único objetivo é enganar as pessoas. Infelizmente, muita gente acredita nessas notícias que apenas contribuem para a desinformação. Devido à pandemia, mais sites e notícias falsas surgiram. Apresento um exemplo:

O Presidente da Câmara de Cabeço de Vide admite que poderá haver alguma relação entre a COVID-19 e a água termal da região, por esta ser muito alcalina. No entanto, não há qualquer relação, provada cientificamente, entre o ph dos alimentos e o combate à COVID-19. Aliás, para já, não há qualquer evidência de que a água possa ser eficaz no tratamento da doença. Até agora a doença, na maioria dos casos, cura-se por si própria, como disse o Presidente da AMNSP (Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública). Concluindo: - não há qualquer prova de que a água termal de Cabeço de Vide tenha efeitos na Covid-19. - Esta é uma NOTÍCIA FALSA! Fonte:https://poligrafo.sapo.pt/fact-check/tratamentos-com-agua-termal-curam-pessoas-infetadas-com-covid-19

Marta Azevedo | 8.º B Professora Anabela Monteiro | Cidadania e Desenvolvimento


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Desinformação em Tempo da Covid-19

Segurança Social paga aos que ficam em Casa?

A desinformação sobre o Coronavírus é uma “pandemia” dentro da pandemia. As redes sociais estão cheias de notícias: umas verdadeiras outras falsas. Em Portugal, o estado de emergência, que obrigou ao confinamento, teve início a 16 de março e terminou dia 2 de maio. A NOTÍCIA FALSA que vou expor surgiu nas redes sociais, talvez iniciada no Facebook, a 17 de março, afirmando que a Segurança Social estaria a pagar 25 euros, por dia, a quem fizesse quarentena voluntária. Na mensagem da publicação em causa, partilhada por milhares de pessoas (imagem em baixo) era referido o texto: "Para quem está em casa: o Estado está a oferecer 25 euros por dia para quem quiser ficar em casa em quarentena voluntária. Preencher o formulário, em baixo o link". O texto vinha acompanhado de uma hiperligação para um suposto formulário da Segurança Social de requerimento do apoio monetário.

Os pontos que me levaram a concluir que esta notícia é falsa foram: - apesar do logotipo da Segurança Social, a notícia não está devidamente identificada; - o conteúdo da notícia é duvidoso, pois contém erros e incorreções; - o link de acesso ao formulário não sugere a entidade, mais parece criado por alguém; - a hiperligação não remete para qualquer formulário da Segurança Social; as notícias verdadeiras são divulgadas oficialmente nos sites próprios, bem como nos canais de televisão por entidades/personalidades confiáveis. Neste caso, nunca aconteceu; - o Estado pensou em alguns apoios em situações específicas, que foram noticiadas por entidades/personalidades de forma pública e publicadas em Diário da República, não assim; - a data da notícia, 17 de março, é anterior ao início do estado de emergência; - “parece” que a notícia teve o intuito de induzir as pessoas a limitarem a sua circulação, ficando em casa, por forma a evitar a multiplicação do número de infetados. Luís Caeiro | 8.º E Professora Anabela Monteiro | Cidadania e Desenvolvimento


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Desinformação em Tempo da Covid-19

É Verdade que os Simpsons previram o Coronavírus há 30 anos? Não, é falso! Há um episódio em que um vírus originário do Japão, e não da China, é enviado para os Estados Unidos da América. Além disso, essa informação baseia-se numa imagem adulterada de um do episódio. O QUE SE PASSA, ENTÃO? Imagens de um episódio de Os Simpsons, que foi emitido em 1993, estão a ser partilhadas como sendo uma previsão da atual pandemia de COVID-19.

Na história, dois trabalhadores asiáticos espirram para dentro de uma caixa que é enviada para os Estados Unidos da América, contaminando toda a gente. SERÁ VERDADE? São muitas as teorias sobre o novo Coronavírus que têm circulado nas redes sociais. Entre as conspirações e as recomendações milagrosas, surgiu recentemente uma estranha tese segundo a qual a conhecida série televisiva de animação Os Simpsons previu a pandemia. Nos últimos anos, a série da famosa família amarela tem ganhado fama por ter previsto vários acontecimentos: - a candidatura de Trump à Presidência dos EUA; - a vitória do Brasil no Mundial de Futebol... Neste caso, não houve qualquer previsão. Trata-se apenas da manipulação de uma imagem e de uma parte da história original de forma a que esta se tornasse mais parecida com a realidade. HÁ QUE ESTAR ATENTO! Afonso Oliveira | 8.º E Professora Anabela Monteiro | Cidadania e Desenvolvimento


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Desinformação no Tempo da Covid-19

s Hotéis de CR7 foram transformados em Hospitais?

A notícia circulou através da rede de mensagens WhatsApp e chegou a ser replicada em sites de jornais desportivos internacionais: Cristiano Ronaldo decidiu transformar os seus hotéis em hospitais para tratar os doentes com Covid-19, gratuitamente. Esclarecia ainda que o jogador português pagaria o salário aos médicos e outros profissionais que fossem tratar as pessoas infetadas. Na TVI24, o comentador Rui Pedro Braz desmentiu a notícia e, mais tarde, o jornal "Observador" informou ter contactado uma fonte próxima de Cristiano Ronaldo que negou esta notícia informativa.

Marta Ramos | 8.º B Professora Anabela Monteiro | Cidadania e Desenvolvimento


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Desinformação em Tempo da Covid-19

abes defender-te das Fake News!

Fake News são notícias falsas publicadas como se fossem verídicas.

São escritas de forma sensacionalista,

exagerada, com a intenção de enganar, de captar a atenção, para se obterem ganhos financeiros, políticos ou outros. Apelam ao lado emocional do leitor, o que contribui para a sua rápida disseminação. Parece ser um fenómeno novo, mas o termo fake news, ou notícia falsa, segundo o dicionário Merriam-Webster é usado desde o final do século XIX. O aparecimento e a democratização das redes sociais popularizaram e exponenciaram esta realidade. Sentindo a urgência de educar para evitar a desinformação e o engano, que, no contexto que vivemos, se revelam fatais, na disciplina de TIC, os alunos do 7.º A, 8.º A e 8.º G pesquisaram e elaboraram trabalhos sobre esta temática, apresentando-se alguns nestas páginas.


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Desinformação em Tempo da Covid-19


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Desinformação em Tempo da Covid-19

istinguir a Verdade da Mentira

A realidade ultrapassou a ficção e revolucionou, por completo, a nossa vida como, por exemplo, a manifestação física dos nossos afetos. Os alunos da turma C do 8.º ano, na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento e em colaboração com a Biblioteca Escolar, debruçaram-se sobre a pandemia, conteúdo que se insere no domínio da Saúde. Para evitar consequências nefastas do desconhecimento sobre a doença, recolheram e analisaram informação e selecionaram e esclareceram alguns mitos sobre a doença. Utilizaram formas diversas de apresentar e divulgar os seus trabalhos. O saber nunca é de mais e salva vidas!


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Solidariedade em Tempos de Covid-19

ensar nos Outros! Pensar nos Mais Velhos!

O Lar de Nossa Senhora das Dores, perto da nossa Escola, é uma das instituições que acarinhamos. A Covid-19 deixou profundas marcas nessa comunidade, como foi noticiado nos meios de comunicação. Os alunos do 8.º C, em Cidadania e Desenvolvimento, escreveram e ilustraram cartas com mensagens de esperança para os idosos. Organizaram uma pequena coleta para adquirir comprar produtos de higiene que ofertaram ao Lar. Quando possível farão uma visita presencial.


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Do Lado dos Professores

E@D é uma solução para o futuro?

Desde o início do E@D, no dia 16 de março, quando o Governo suspendeu as atividades letivas presenciais, devido à Covid-19, uma das principais preocupações dos professores como agentes mais diretos da educação foi a de assegurar o acesso à aprendizagem. As escolas mergulharam num oceano digital e o E@D impôs-se! As TIC iriam permitir um papel ativo dos alunos na procura do saber. Surgiram dúvidas: os professores estão preparados para esta modalidade de ensino? Os alunos aprendem no E@D? Os professores, apesar das dificuldades e constrangimentos, prepararam-se para este tempo de exigências ao nível das metodologias de trabalho e da literacia tecnológica e muniram-se de um manancial de propostas que prendesse os alunos ao computador. Fizemos, como diz o povo, “das tripas coração” para acompanhar e ensinar os nossos alunos. Para aqueles que lecionam níveis de ensino como os 11.º e 12.º anos, a maior inquietação foi a aprendizagem dos conteúdos por parte dos alunos, já que atempadamente estes se submeterão a um Exame Nacional em algumas disciplinas. Sabemos de antemão que a motivação, a autoconfiança e a participação dos alunos no processo de ensino e de aprendizagem são condições sine qua non do sucesso nos estudos. Ora, através das aulas síncronas e assíncronas, os alunos assumiram uma atitude mais participativa no seu processo de ensino e de aprendizagem, desenvolvendo as competências do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória. Pode dizer-se que, por vezes, trabalharam mais do que quando estavam na aula presencial. Mas a suspensão da rotina escolar, da interação aluno-aluno e aluno-professor leva-nos a repensar o papel da escola. Olhando para a etimologia, a palavra escola, que vem do grego skholê, significa "ócio", “lazer ou tempo livre”, pois, desde as suas origens, para os gregos, a aprendizagem esteve relacionada com a ideia de entretenimento e interesse individual. Na Grécia Antiga, escola era uma reunião, um momento, em que os cidadãos gregos tiravam um tempo livre para discutirem sobre filosofia e alguns comportamentos sociais. Hoje, a escola não é só um espaço de partilha de conhecimentos, esta assume também uma função social, permitindo um desenvolvimento de competências sociais e emocionais que não são totalmente reproduzíveis à distância. Com o regresso ao ensino presencial, no dia 18 de maio, os alunos, saudosos da relação emocional e coletiva que se estabelece nas aulas presenciais, otimizaram as suas aprendizagens, através da troca de conhecimentos que vêm da interação, dos debates em sala de aula, facilitando, assim, o desenvolvimento do senso crítico e a abertura da mente para novas ideias. Que conclusão podemos, então, tirar sobre o E@D? Este método pode ser uma via de ensino eficaz, pois proporciona aos alunos uma espécie de continuidade da aprendizagem, mas não é um método completo. A chave pode estar numa abordagem mista que agrega o ensino presencial e o ensino à distância.

Sónia Nogueira | Professora de Português


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Do Lado dos Professores

ma página da História que mudou as nossas vidas…

Quem diria que a ficção se tornaria realidade? Que um simples vírus mudaria a vida da Humanidade em todo o planeta? Num fim de semana, após o anúncio do governo de encerrar as escolas, no dia 13 de março, tivemos de nos adaptar à nova realidade, a que se chama E@D. Ao entrar no novo mundo tecnológico, apercebi-me que ia ter um longo caminho pela frente no que ao domínio básico das

Aula de Espanhol - Turmas 11.º A - G - I

novas tecnologias dizia respeito. Senti a neces-

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sidade de me adaptar a novas metodologias de ensino associadas ao uso de ferramentas, que adquiria ao longo de muitas horas de formação facultadas pelas grandes editoras portuguesas e espanholas, grupos de professores da Escola e fora dela que transmitiam os seus conhecimentos de forma benévola. Assim sendo, também entrei nessa vaga de transmissão de conhecimentos, nomeadamente, na ferramenta Zoom, que desconhecia antes desta pandemia. Foi um desafio poder encaminhar os meus colegas até à luz ao fundo do túnel e sentir a sua gratidão. Naquele momento, consolidei a perceção de que apoiar o “outro” era imprescindível na minha vida. No entanto, para além da esfera profissional, a pessoal exigia de mim a minha presença e aconchego às minhas duas meninas, de 8 e 10 anos, que necessitavam de carinho e acompanhamento. Foram momentos duros, diria 15 dias de transição que foram muito árduos, para poder conciliar o trabalho da Escola, o trabalho das minhas filhas e a vida de casa. Não foi fácil conjugar os dispositivos que tínhamos na nossa posse, dois smartphones e dois computadores a funcionar ao mesmo tempo para quatro pessoas. Por vezes, um de nós tinha de deixar o trabalho para que as “pequenas” pudessem seguir as aulas na Internet. Por fim, nestes tempos tão conturbados, aprendi que devemos ver sempre o lado positivo da situação/problema: retomar as aulas presenciais, estar com os meus alunos, foi uma grande alegria; enriquecer a minha formação enquanto profissional foi bom; aderir a um grupo de professores de Espanhol a nível nacional, que todas as sextas-feiras se reúne para partilhar ferramentas e ideias é gratificante... Paralelamente, adorei estar com o meu núcleo familiar que vive comigo, apesar dos meus pais estarem “reféns” (como eu digo) noutro país, à espera que as fronteiras abram para poder abraçá-los com muita força. Assisti, a cada minuto, ao crescimento exponencial das minhas filhas, o que contribuiu para adquirir uma visão da vida completamente diferente no antes e durante-Covid-19. Sílvia Meireles | Professora de Espanhol


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Do Lado dos Alunos

Escola durante o Coronavírus

o que mudou - o que ficou - o que retiro

A pandemia revirou este ano letivo e alterou os nossos planos para o futuro. Durante a quarentena, todos os dias, ouvíamos notícias sobre a situação do nosso e de outros países do Mundo. Notícias horríveis e que nos deixavam assustados em relação ao que nos esperava. Conforme passava o tempo e a questão de pandemia ia permitindo, os primeiros dias de escola aproximavam-se. O período de quarentena foi muito difícil porque, além de nunca estarmos à espera, tivemos de mudar muitos dos nossos hábitos e de nos “esconder” dentro das nossas casas durante muitos dias, por isso, ansiávamos voltar a vermo-nos uns aos outros mas sempre com algum receio, porque o vírus não parou e continua a afetar e a matar muitas pessoas, não só em Portugal, mas no resto do planeta. O melhor de voltar foi ver os meus colegas e amigos que tinha deixado para trás há 7 semanas, dos quais já tinha saudades e faziam parte do meu dia a dia, logo, vê-los significaria um progresso na caminhada para recuperar a minha vida normal. O mais difícil deste regresso à Escola foram as novas regras a seguir porque nos impedem (apesar de ser para o nosso bem) de estarmos juntos e de poder voltar ao normal ou, pelo menos, à rotina pré-COVID. Mas nem tudo é mau. A nossa carga horária ficou muito menor, facilitando os estudos e a aprendizagem. O conforto foi, talvez, a maior mudança quando falamos de diferenças entre as aulas síncronas e as aulas presenciais. Em casa, estávamos mais “protegidos” e à vontade, mas era um pouco estranho ter esse tipo de contacto com os professores. As aulas pré-COVID eram, por vezes, cansativas e longas. Acho que as aulas presenciais atuais são boas e fornecem uma fonte de alívio, no sentido em que já não estamos tão pressionados e stressados. Os exames são muito intimidantes, mas estamos preparados e vamos conseguir passar para a próxima fase e aceitaremos os desafios que se impuserem.

João Carvalho | 12.º F


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Do Lado dos Alunos

oltar à Escola

Tendo em conta que toda esta situação da Covid-19 não estava totalmente estável, senti bastante receio de regressar às aulas presenciais, pois corria o risco de contrair o vírus e contagiar os meus familiares com quem coabito. Porém, quando cheguei à Escola e vi todas as medidas de segurança que são tomadas, como o distanciamento social, tranquilizei-me e valorizei os aspetos mais positivo. O melhor de voltar ao ensino presencial é mesmo poder estar com os meus amigos. Apesar de todas as restrições, é sempre agradável ter algum contacto social presencial, especialmente depois de estar tanto tempo em confinamento. As regras de comportamento, no geral, são bastante fáceis de cumprir. Inicialmente, o mais difícil foi o uso da máscara pois a dada altura tornava-se bastante incomodativo, mas, com o tempo, fui-me habituando. Neste momento, o mais difícil é mesmo manter a distância social. Apetece-me abraçar os colegas e amigos... Por mais que eu gostasse das aulas síncronas, pois estas permitiam-me ter aulas a partir do conforto da minha casa, tenho que admitir que não eram tão produtivas como as aulas presenciais, sendo que me sentia muito mais tentada por todo o tipo de distrações. Posto isto, acho as aulas presenciais muito melhores a nível de concentração e de aprendizagem. Não existem muitas diferenças entre as aulas presenciais antes e durante a Covid-1, as maiores diferenças estão mesmo nos comportamentos e nas medidas a tomar para garantir a segurança de todos, como por exemplo, o uso de máscaras, as mesas afastadas, restrições de contacto e o desinfetar das mãos. Este é o meu último ano no secundário, gostava de retomar a minha vida normal para poder aproveitar ao máximo mas visto que isso não é possível não mudaria nada pois as medidas impostas pela DGS são excelentes e permitem-nos voltar, pelo menos parcialmente, à normalidade. Estou um pouco receosa dos exames pois é uma situação da qual ninguém estava à espera. Sinto que não tive a preparação que devia e sendo os exames extremamente importantes para o acesso ao ensino superior fico ainda mais nervosa. No entanto, os professores têm feito o seu melhor para nos ajudar e acredito que, com algum esforço de ambas as partes, os exames possam decorrer sem percalços. Ana Cabral | 12.º F


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Do Lado dos Encarregados de Educação

daptar e Preservar

Sou mãe e encarregada de educação de dois alunos que frequentam a Escola Secundária São Pedro. A minha filha está no 10.º ano e o meu filho no 11.º ano. A suspensão das aulas presenciais não trouxe problemas à nossa vida familiar. Os meus filhos sabem, desde sempre que há regras a respeitar, por exemplo, só podem ver televisão depois de estudarem. Para evitar o excesso de horas nas redes sociais e à frente da TV, comprei-lhes livros que leram. Outra atividade que promovi foi o aprenderem a cozinhar e devo dizer que fizeram grandes progressos, já se responsabilizam por algumas refeições para toda a família. Apercebi-me, até porque tenho formação para a docência, do acréscimo de trabalho e da dedicação dos professores. Não foi fácil a adaptação ao E@D. Quando, a 18 de maio, os alunos do 11.º e 12.º anos regressaram às aulas presenciais não tive receio pelo facto de o meu filho, alunos do 11.º ano, ter voltado à Escola. Informei-me, junto de amigos profissionais na área da saúde, sobre os possíveis riscos e a forma de os contornar. Senti-me confiante com as informações que me deram. O meu filho gostou do regresso à Escola, estava saturado das aulas síncronas que, segundo ele, são mais cansativas e tornam a concentração mais difícil. O ME tendo em conta a gravidade da situação de saúde pública devia ter dado mais esclarecimentos sobre os exames que se aproximam. O meu filho está motivado para fazer o exame de Física e Química, aliás, durante o confinamento estudou a matéria do 10.º ano. O facto de a minha formação académica ser nessas áreas contribuirá, penso eu, para que sinta mais segurança pois posso orientar o seu estudo. Tenho alguma apreensão sobre as possíveis mudanças que os exames possam ter.

Carla Pinto | Mãe e Encarregada de Educação


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Do Lado dos Assistentes Operacionais

Q uem nos recebe na Nossa Escola A primeira pessoa que recebe quem chega à Escola Secundária São Pedro é o assistente operacional Carlos Alberto Libório. É ele, que há muitos anos, na Portaria da Escola identifica, orienta e controla quem entra e sai. É um pilar fundamental na segurança de toda a comunidade educativa. O regresso às aulas presenciais foi acompanhado de alterações devido ao reforço do processo de higienização, necessário à situação de crise pandémica que vivemos. Todos os assistentes operacionais receberam formação, assegurada e dinamizada pelo Regimento de Infantaria 13, sobre os procedimentos e cuidados a ter no combate ao Coronavírus. A todos os que entram na Escola, o senhor Libório oferece uma máscara de proteção, a menos que a pessoa traga uma própria, e com um dispensador de SABA (solução antissética de base alcoólica) asperge-nos as mãos. Ao sair da Escola, novamente, nos oferece a possibilidade de desinfetar as mãos. O senhor Libório afirma que a adaptação dos alunos às normas da DGS foi fácil, embora, quando já estão fora da Escola, alguns alunos, mais no início, retiravam a máscara e outros não respeitavam o distanciamento social. Na atualidade já todos se consciencializaram que o comportamento preventivo é fundamental para impedir o contágio. Ocorreram alguns constrangimentos, mas a tendência é para a sua redução. As pessoas já estão bem informadas dos perigos e agem de modo a evitá-los. A pessoa que nos recebe, dentro do edifício, na receção da Escola é a assistente operacional, D. Arminda Miranda. Tem sempre um sorriso e trato afáveis. No retorno às aulas presenciais vemo-la com máscaras de proteção em tecido, que informou serem concebidas por uma prima. Afirma que o mais difícil das regras a cumprir são as muitas horas a respirar com a máscara a tapar o nariz e a boca. A ação de limpeza da Escola é mais apertada e mais frequente. As instalações da Direção, Secretaria são limpas de manhã cedo, à hora do almoço e ao final do dia. As salas onde funcionam aulas ou reuniões são limpas sempre que uma aula ou reunião terminam. É obrigatório o uso de lixívia para garantir uma desinfeção completa. Os alunos portam-se bem, mas é necessário chamar a atenção de alguns mais distraídos. Há namorados que entravam de mãos dadas ou abraçados, amigos que se cumprimentavam com excessiva proximidade física, alguns não reparavam nas marcas no pavimento que estabelecem o distanciamento social… As primeiras semanas foram mais complicadas, agora já é rotina o cumprimento das regras impostas. Gosta de ver a Escola com alunos e professores. Custava vê-la vazia!


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Biblioteca Escolar e Covid-19

Biblioteca Escolar está On

A Biblioteca da Escola São Pedro é, podemos dizê-lo, uma referência na utilização de plataformas digitais de apoio ao currículo e à leitura. Nos últimos anos, a presença nas redes sociais tem sido constante e profícua. Grande parte do trabalho de divulgação, de curadoria e de motivação para a participação nas atividades desenvolvidas pela Biblioteca é realizado através do Facebook, do Twitter, do Instagram, do blogue e da página web. Daí que os constrangimentos associados ao encerramento físico das suas instalações não impediram a continuação da prestação dos serviços já que, muitos deles, eram disponibilizados em linha. Com o encerramento das atividades presenciais, mantivemos os canais de divulgação e acrescentamos outros. A classroom da biblioteca foi reativada e constituiuse como mais um meio de comunicação com a comunidade educativa. A equipa manteve-se coesa e ativa. Dividimos as atividades por áreas e cada uma de nós tem disponibilizado materiais de apoio educativo no domínio da leitura e escrita, nas ciências exatas e naturais, nas línguas e nas ciências sociais e humanas.


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Biblioteca Escolar e Covid-19

Logo no dia 26 de março, iniciámos a disponibilização de livros digitais para manter ativo o “Projeto 10 minutos a ler”. Com o mesmo objetivo, publicámos na classroom da BE um wakelet para agregar as leituras dos alunos de 7.º ano. A adesão não foi imediata, os alunos queixam-se de falta de tempo pois têm muitas solicitações, mas já vamos tendo algumas respostas. Ainda no domínio da divulgação da leitura a colega Ana Areias tem sido incansável a divulgar livros digitais, atividades de escrita, efemérides, o autor do mês e outras atividades de promoção do livro e da leitura, em diferentes suportes. Idêntico trabalho tem sido desenvolvido pelas colegas Luísa Silva, na divulgação de atividades e apoio ao estudo nas Ciências Experimentais e Catarina Ribeiro nas línguas inglesa e espanhola. O apoio aos projetos de Cidadania e Desenvolvimento tem sido contínuo. Para o 7.º ano construímos e divulgámos um Flipboard com agregação de conteúdos sobre as Instituições Democráticas. Com recurso ao Wakelet, divulgámos materiais de apoio sobre desinformação relativa à Covid-19 para o 8.º e 11.º anos e, com o apoio do professor Pedro Miranda, um conjunto de referências sobre Os Filósofos e a Pandemia que pode ser trabalhado com os alunos do Ensino Secundário. Teresa Morais | Professora Bibliotecária

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olidariedade em tempo de Covid – 19

O Rotary Club de Vila Real, em parceria com a Escola Secundária São Pedro, ofereceu um portátil a um aluno do 7.º ano para apoiar o seu estudo, permitindo-lhe acompanhar as aulas e todo o processo de ensino e de aprendizagem. São atos de solidariedade como este, que surgem no meio da “tempestade”, que nos confortam e nos fazem crer na Humanidade.

Professora Ana Edite


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Clube Ciência Viva na Escola

ergulha no teu passado, presente e futuro(2018-2020) O projeto “Mergulha no teu passado, presente e futuro”, pertencente ao Clube Ciência Viva na Escola, assenta em princípios basilares para a formação dos jovens à saída da escolaridade obrigatória, tais como a promoção das competências na área de Relacionamento Interpessoal, Informação e Comunicação, Pensamento crítico e pensamento criativo, Saber científico, técnico e tecnológico e Bem-estar, saúde e ambiente. Jogo Aquaquiz

Este grande projeto subdivide-se em três áreas: “Histórias de Ida e Volta”, no âmbito das humanidades, “Clube

QUARCK UP”, na áreas das ciência experimentais, e “Mantém-te Ativo e Saudável”, na área do desporto, de forma a permitir uma interdisciplinaridade e um trabalho colaborativo. Através de um programa de iniciativas de grande visibilidade e diversidade, estão a ser dinamizadas Visitas de Estudo, Palestras, Seminários e Worshops com profissionais ligados às ciências experimentais, à partilha intergeracional e à nutrição e administração de exercício físico. Realça-se que foram estabelecidas algumas parcerias nas áreas de atuação do projeto: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro [UTAD], Instituto Superior Técnico de Lisboa [IST], Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas [LIP], CERN, Fábrica do Ciência Viva de Aveiro, Clube de Robótica da Escola de São Pedro, Biblioteca Escolar e Educação Especial da Escola, Centro de Saúde de Vila Real e Autarquia, instituições que já apoiam a Escola, e ainda com a Universidade Sénior de Vila Real, entre outros organismos. O Clube QUARCK UP, mesmo em tempos atípicos de pandemia, dinamizou algumas atividades à distância (videoconferência), como por exemplo: “Alimentação Saudável” - com os alunos e as respetivas famílias - e o “Jogo Aquaquiz” da instituição Águas de Portugal, em parceria com a Biblioteca Escolar. Nesta última iniciativa, a Escola e os alunos voltaram a sair vencedores pelo segundo ano consecutivo (no ano transato o 1º lugar e este ano o 2º lugar a nível nacional). Com as diversas atividades, o Clube Ciência Viva tem possibilitado não só uma transferibilidade dos conhecimentos em contextos práticos de aprendizagem e em linha com as prioridades do sistema de educação como também a interdisciplinaridade e um trabalho colaborativo entre docentes, alunos, famílias e instituições.


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Clube Ciência Viva na Escola

Clube Ciência Viva na entrega de prémios Aquaquiz

Sónia Nogueira | Coordenadora do Clube Ciência Viva


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Porque a Vida Continua...

EMIS Não Parou... Em tempos de confinamento, a Equipa Multidisciplinar Inovar para o Sucesso (EMIS) soube adaptar-se ao E@D. Neste sentido, elaborou semanalmente atividades das diversas áreas técnicas que a compõem, para todos os níveis de ensino e criou um canal de Youtube para os discentes as poderem visualizar mais do que uma vez e no horário lhes seja mais conveniente. Recentemente, a Equipa deu destaque e trabalhou a rubrica “Às Voltas com o Stress”, pois estes novos tempos colocaram os limites de pro-

fessores e alunos à prova. Nem todos soubemos lidar com esta adversidade e pretendíamos, através dela, dar o nosso contributo, em especial aos que em breve realizarão exames nacionais. As ditas dinâmicas são depois avaliadas por docentes e discentes, através de questionários do Google Forms, sendo o preenchimento destes é fulcral para o trabalho da Equipa, pois permitem-lhe aferir a pertinência e eficácia das ações. Não se esqueçam, o Vosso SUCESSO é o Nosso OBJETIVO! Susana Santos | Coordenadora da EMIS


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Refletir - Partilhar - Mudar

omunidade Desafios Educativos A Comunidade de aprendizagem Profissional Comunidade Desafios Educativos em atividade na Escola Secundária São Pedro desde 2009 teve, desde a sua fundação, o objetivo de contribuir para o desenvolvimento profissional dos professores que a integram numa lógica de investigação/ação de modo a potenciar a qualidade do ensino. A identificação dos problemas, a

partilha, a procura em conjunto das melhores soluções traduz-se num trabalho colaborativo que visa, em última análise, melhorar os resultados dos alunos, estando os seus membros sempre predispostos a examinar as suas práticas de forma crítica e sistemática. Integrados numa Comunidade de Aprendizagem Profissional, os professores colaboram identificando problemas profissionais da sua prática e, em conjunto, procuram alternativas de atuação pedagógica que permitem a resolução dos seus problemas. Em conjunto, discutem as vantagens e obstáculos na aplicação destes métodos. A metodologia da investigação/ação utilizada nestas horas de formação permitiu dinâmicas colaborativas e contextualizadas e a reconstrução dos saberes profissionais. Os benefícios da partilha e aprendizagem conjuntas foram notórios na situação de confinamento provocada pela Covid-19 e na necessidade de, de um momento para o outro, os professores terem de adaptar estratégias de ensino e aprendizagem, métodos, instrumentos e formas de avaliação à nova realidade de ensino a distância. A migração para formas online de trabalho colaborativo foi rapidamente interiorizada pelos elementos que compõem a comunidade e não constituiu obstáculo ao desenvolvimento de um trabalho de qualidade. A avaliação do trabalho desenvolvido é muito positiva. A partilha de êxitos e fracassos, a discussão enriquecedora, a crítica interpares e a interajuda produzem benefícios emocionais não despiciendos. A investigação sobre o que de melhor se vai fazendo nas outras escolas e a leitura de textos e artigos de referência sobre temas relativos à educação enriquecem o nosso saber profissional e constituem o fundamento das nossas práticas.

Teresa Morais | Fundadora e Coordenadora da CDE


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Partidas que deixam Saudade

lá, Elsa! Ao fim de 43 anos de serviço chegou a tua vez, finalmente, de aqui seres homenageada. Não é um momento fácil, nem para ti, nem para nós, todos aqueles que contigo trabalhámos. Falar de ti é lembrar a tua boa disposição, o teu bom-dia, um dos mais alegres da Sala dos Professores, que podia surgir em Inglês, Francês, Espanhol, em Português do Brasil e, claro, em Português de Portugal, à moda do Porto, dos Açores…

Falar de ti é ver-te vestir uma das duas batas que identificavam, através dos mapas nelas desenhados, a disciplina que lecionavas. No inverno, por cima da bata, ia a capa verde e vermelha que te aconchegava. Desempenhaste todos, ou quase todos, os cargos que há para desempenhar. Estiveste na Direção, a Henriqueta, tua amiga e companheira das funções executivas, lembra uma das tuas expressões: “Henriqueta, raciocina comigo!” falavas e a Henriqueta ia concordando, ou discordando até chegarem a conclusões. Como Diretora de Turma, talvez lembrar o desafio constante que foram as “beatrizes” que tu, apesar das tormentas, conduziste a bom porto. Parabéns pela tua tenacidade e dedicação! Foste uma das dinamizadoras do programa Comenius que permitiu o intercâmbio de alunos da Escola com alunos de escolas de outros países. Foi um dos momentos mais altos na História da Escola. A par desta iniciativa, organizaste e participaste em inúmeras visitas de estudo. Tens um modo de contar histórias divertido devido às coreografias que juntas às palavras. Adoravas, na Festa das Broas, depois dos poemas e das canções, continuares, com os alunos e colegas, a lembrar e cantarolar cantigas de outrora. Bons momentos! A generosidade era uma das tuas características, tanto a ajudar os que precisavam de auxílio como no hábito de disponibilizares, para todos, bolachas e compotas, na Sala dos Professores. És uma mulher de família, o teu falar e olhar adoçamse quando o tema é o teu marido, filhos e, claro, o teu primeiro e adorado neto, o Fred. Consideras o balanço final da profissão de professora francamente positivo. Que bom! Votos sinceros para que a “nova vida” seja feliz, tranquila e radiosa. Quando tiveres saudades, sabes onde nos encontrar. Rosalina Sampaio | Coordenadora do DCSH

Ficha Técnica Propriedade - Escola S/3 S. Pedro - Vila Real

http://www.esec-s-pedro.rcts.pt

Coordenação de Redação e Imagem - Lurdes Lopes | Rosalina Sampaio Colaboradores - professores: Fátima Campos | Sílvia Meireles | Sónia Nogueira | Teresa Morais Colaboradora - aluna: Astrid Silva Redação e Ilustrações - Alunos | Professores | Funcionários

Fotografia - Teresa Morais | Paula Esgalhado | Susana Gama

Revisão de Textos - Fátima Campos Impressão - Pedro Oliveira | Mário Silva Responsável pelo blogue - Lurdes Lopes

http://jornal-o-broas.blogspot.com/

2.ª Edição


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Partidas que deixam Saudade

o Colega, ao Profissional e Amigo Zé Aníbal

E no meio desta confusão alguém saiu sem se despedir como deveria ser. É triste! Se houvesse uma despedida presencial, talvez fosse mais triste ainda... Chegou o dia tão ansiado por si, e é com toda a sinceridade que nós lhe desejamos as maiores felicidades nesta nova etapa da vida! Contudo, é também com tristeza e já saudade que percebemos que não será com a presença diária que voltaremos a vê-lo na Sala de Professores, no nosso Gabinete, no Ginásio, nos corredores da Escola... E assim a Escola fica mais pobre! Na verdade, foi um dos melhores colegas de trabalho que alguém pode desejar!!! Foram muitos os momentos alegres que tivemos, momentos de aprendizagem, de partilha de conhecimentos, ou de puro lazer. Outros tempos foram mais exigentes e rigorosos, de debate, de inquietação, de desânimo. Mas, todos eles contribuíram para o crescimento profissional de todos nós. Nunca é de mais agradecer, pelas partilhas, pelas discordâncias e divergências de opiniões que nos faziam refletir, mas que tinham sempre um fim pacífico e um sorriso que indiciava o início de um novo desafio. E foram tantos! Obrigado, Zé Aníbal, pelos inúmeros documentos por si criados, pela constante atualização, pelas chamadas de atenção para a nova legislação, para as novidades pedagógicas, os ficheiros e tabelas, pelos “avisos à navegação” e, também, face à situação pandémica que sobre nós se abateu, por ter sido o porta-voz de todas as novidades do E@D, tão importantes na nossa caminhada profissional. Obrigado pelo exemplo, pelo profissionalismo e dedicação. Ao longo destes anos, passados na Escola, grande foi o contributo dado, pautado sempre pela bondade e altruísmo. Agora terá tempo para descansar e desfrutar de outras vertentes da vida na sua plenitude, e isso deixa-nos orgulhosos e alegres, esperando que não se esqueça de nós, nem das boas recordações, que certamente guardará num cantinho do coração com carinho. Obrigado por ter contribuído (e muito!) para que o nosso espaço – a Escola Secundária São Pedro - (a sua segunda casa durante uma vida!) fosse mais humano, mais eficiente, mais capaz. Qualquer dia, seguiremos o seu caminho (já demorou mais!) e todos juntos, à volta de uma grande mesa e de um bom manjar, lembraremos acontecimentos e falaremos longamente da Escola que ajudou a construir. Até já, Zé! Nós estaremos sempre aqui para o receber!

Departamento de Expressões


Astrid Silva | 11.º I

Sê Responsável! Segue as regras!

Protege-te e protege os outros!

Boas leituras com O Broas! Acompanha-nos em http://jornal-o-broas.blogspot.pt/


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