Sessão de Encerramento

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Seminário Internacional Alterações Climáticas e suas repercussões sócio-ambientais

São Tomé e Príncipe 20 a 23 de agosto de 2012

SESSÃO DE ENCERRAMENTO

Carlos Vales - CEIDA (Centro de Extensión Universitária e Divulgación Ambiental de Galicia) Exmo. Sr. Ministro do Plano e Desenvolvimento, Dr. Agostinho Fernandes Ilustríssimo Sr. Diretor-Geral do Ambiente, Dr. Arlindo de Carvalho Presidente da MARAPA, Eng. Jorge de Carvalho do Rio Doutora Brígida Brito Assistentes e autoridades deste Seminário, Quero começar por dizer que, para mim, é uma enorma satisfação ter contribuído para a Organização deste Seminário, que se realizou em São Tomé e Príncipe, em nome do Centro de Extensión Universitária e Divulgación Ambiental de Galicia (CEIDA), de Espanha. E quero aproveitar esta oportunidade para fazer umas pequenas reflexões que acho que podem ser de utilidade. A primeira é chamar a atenção de que vocês, santomenses, têm uma enorme responsabilidade com todos nós porque vocês têm um dos patrimónios de riqueza biológica mais importantes do Mundo. Com a informação científica que temos, sabemos que todo o futuro da vida na terra e da qualidade de vida das sociedades humanas depende da nossa capacidade de manter a complexidade dos sistemas biológicos que sustentam a vida. Mais, nem todo o Planeta é igualmente valioso, porque há espaços geográficos que têm um valor especial pela riqueza da vida que albergam. São apenas alguns lugares do Planeta e vocês têm o privilégio de fazer parte de um deles, um dos "hot spots", um dos pontos quentes da biodiversidade da Terra. Portanto, têm uma especial responsabilidade. Também é verdade que seria arrogante da minha parte tentar dar-vos conselhos de como é que vocês têm de gerir o património natural, tendo em conta que eu venho de um País que tem responsabilidades na promoção de mudanças climáticas na Terra ou de uma área geográfica como a Europa que tem dado mostras de gerar modelos económicos não Organização:

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sustentáveis, enquanto que vocês estão a contribuir para evitar esse aquecimento, graças às massas florestais que mantém. Portanto, não estamos em condições de dar conselhos a ninguém. Mas, a título pessoal e na medida em que levo muitos anos da minha vida a tentar convencer os meus compatriotas de que temos de mudar os nossos modelos de produção e consumo, chamando a atenção para o facto de que a insustentabilidade põe em perigo a qualidade das condições de vida de toda a Humanidade, em todas as palestras internacionais em que tenho participado como convidado. Atrevo-me a partilhar com vocês umas reflexões que, há pouco, fazía com colegas sobre outras ilhas também maravilhosas que são as ilhas Galápagos, consideradas como um laboratório do que está a acontecer no nosso Planeta. É assim: há anos falou-se da questão da conservação e do desenvolvimento como se fossem incompatíveis, ou conservação ou desenvolvimento. Felizmente, pelo menos nas áreas em que eu participo nos debates, há muito tempo que ficou claro que não é verdade e que não são incompatíveis. É certo que ainda há locais onde se continua a pensar que se alguém pretende promover desenvolvimento económico terá de o fazer à custa do meio ambiente. Mas esse é um posicionamento completamente errado. Depois, no passo seguinte, passou a considerar-se que a alternativa seria conservação mais desenvolvimento, no sentido de que a conservação é uma coisa que tem de ser feita porque temos esse compromisso e o desenvolvimento é uma coisa que segue em paralelo. A reflexão que nós fizemos a propósito do que está a acontecer nas ilhas Galápagos é que a conservação tem de ser entendida como necessária para promover desenvolvimento: ou somos capazes de conservar a nossa riqueza biológica e a funcionalidade dos nossos ecossistemas ou estamos condenando o nosso futuro comum e o desenvolvimento não será possível. Eu espero que vocês possam partilhar este posicionamento: que para poder progredir é imprescindível garantir a conservação. E que sejam capazes de conseguir a qualidade de vida da população e o desenvolvimento económico sem pôr em risco esse património biológico imenso e rico que vocês têm. Se conseguirem isso, o resto dos seres humanos ficarão muito agradecidos. Muito obrigado.

São Tomé e Príncipe, 23 de agosto de 2012

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