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Boqnews - 10 a 16 de dezembro/2016 - 6 MARCUS VINICIUS BATISTA

Ideias & Distrações

O enterro

Nunca esperamos por certas mortes. Ainda temos a ilusão de que a imortalidade seria característica de alguns, tamanha a segurança, a imponência e a postura no cotidiano. Por isso, não me dei conta quando os jornalistas Rafael Motta e Nara Assunção publicaram a notícia. Ele estava morto. Eu sabia da doença, que o corroía há alguns anos. Os sinais me pareciam evidentes, de uma degeneração gradual, mas passível de melhoras pontuais. Aquela velha esperança de paciente de UTI. Os quadros se estabilizam, daí vem uma mudança repentina, o paciente indica que a transferência para o quarto normal será breve. E é neste ponto que a crise definitiva se instala e todos em volta temem pela pior notícia possível. O velório ainda não foi organizado. As reações diante da morte oscilam entre a barganha e a negação. Talvez, para poucos, prevaleça a resignação. O fato é que, se faleceu, não há como não organizar o funeral. Eles já estão vestidos de preto mesmo, o que facilita e – quem sabe? – economize algum, embora não seja do feitio da turma guardar recursos. Pelo contrário, o que se gasta com supérfluo assusta qualquer um. O defunto tem nome e sobrenome pomposos, feito famílias quatrocentonas de São Paulo. Mas, para se manter pop e aparecer sempre na mídia, inclusive com as chatices e rococó da fala, prefere ser chamado pelo apelido. Coisa de americano essa história de iniciais. Chega de delongas! Sente-se se ainda não recebeu a notícia. O Superior Tribunal Federal – de alcunha STF – morreu esta semana. A última fagulha de oxigênio não foi um acerto de contas ou um pedido de perdão para as pessoas próximas. Foi a coerência soberba de um catedrático distante do mundo lá fora. marcus@boqnews.com

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OBSERVAÇÃO DE AVES Mais um passeio de Observação de Árvores e Aves no Orquidário será promovido neste sábado (10), das 14h às 16h, com a bióloga Sandra Pivelli, da Secretaria de Meio Ambiente (Semam). O ponto de encontro é na entrada principal do parque. O tema será bem-te-vis e figueiras. O passeio é gratuito e o Orquidário fica na Praça Washington s/nº, José Menino. Informações pelo telefone 3205-2210.

O STF morreu de política rasteira. Sacrificou sua própria imagem para salvar a imagem do presidente do Senado, Renan Calheiros, com a desculpa de que protegia a imagem de estabilidade da política via relacionamento entre as instituições. Parte dos juízes confundiu mais uma vez, só de que desta vez com escândalo, sem pudor, que Direito e Política são irmãos, mas nesta ordem de importância. Toda decisão jurídica está impregnada de subjetividade e se constitui como ação política. Mas nenhuma decisão é exclusivamente de tal natureza. Os juízes se transformaram em celebridades e se embriagaram com os holofotes. Passaram a interferir na política como se tivessem mandato ou fizessem parte dos outros Poderes. Enforcaram-se na toga quando confirmaram o que muitos pensam sobre eles. O STF não protege o interesse público, protege a si mesmo e seus associados. O STF protegeu Renan enquanto rasgava a lei sob qualquer perspectiva, inclusive moral. Não, principalmente moral. Por tabela, joga gasolina no clima de ódio sobre as instituições, manchadas e esquartejadas por suas lideranças, enclausuradas nas Casas Grandes. Apenas cuidado, pois os gritos das senzalas sobem um tom a cada chicotada na Ética. Minha esperança é que as instituições costumam sobreviver aos homens. Assim, o cadáver pode ressuscitar, mas ainda depende dos coveiros e suas pás. Observação: Esta é a coluna de número 400. Em janeiro, serão dez anos escrevendo com regularidade para este jornal. Quando o relacionamento é excelente, não vemos o tempo passar. Obrigado aos editores, colegas e leitores pela paciência. Até a próxima semana. @mvbatista1

CUBATÃO Cidade cativa turistas que buscam pelo ecoturismo

Potencial

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Cubatão é conhecida por abrigar o maior polo industrial do Brasil e é por este motivo que parte dos munícipes da Baixada Santista desconheçam as oportunidades de lazer que a cidade tem a oferecer. Como Cubatão foi por muitos anos relacionada à poluição atmosférica, pode soar estranho quando dizem que seu potencial turístico concentra-se na natureza. Diferente de outras cidades da região, Cubatão possui uma "praia" bastante peculiar. O rio Perequê, no Parque Estadual da Serra do Mar, possui pedras, piscinas naturais, cachoeiras de até 60 metros em queda livre e uma exuberante floresta da Mata Atlântica. Amantes da natureza podem aproveitar para se aventurar pelas trilhas ao redor do rio e, durante o percurso, é capaz que encontrem com alguns animais que por lá vivem. De acordo com a Prefeitura de Cubatão, nos finais de semana mais ensolarados cerca de 5 mil pessoas visitam o local.

Lazer ecológico Reaberto em 2015, o parque Cotia-Pará é um centro que mescla educação ambiental com lazer. O espaço é indicado para levar a família, inclusive as crianças que podem aproveitar para andar de pedalinho, brincar no parquinho e participar de atividades voltadas ao desenvolvimento sustentável. O parque funciona de terça-feira a domingo, das 8 às 17 horas. Trajeto histórico Um passeio inesquecível para quem tem curiosidade em conhecer parte da história de Cubatão é o do Caminho do Mar. Em 1922 foram construídos monumentos pelo presidente do Estado Washington Luiz em comemoração à Independência do Brasil. Além de conhecer as estruturas históricas o turista também contemplará uma visão panorâmica da Mata Atlântica e do Litoral. Algumas agências de turismo formam grupos para realizar esse passeio.

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1. Caminho do Mar, um passeio histórico e com um visual deslumbrante. 2. Parque CotiaPará tem diversão para todas as idades. 3. Rio Perequê, conhecido como "a praia de Cubatão".


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