Simplesmente JUDÔ #31

Page 1

EDITORIAL

Simplesmente JUDÔ número 31 sendo publicada!Em nossa contagem particular e personalizada, estamos há 21 meses ininterruptos entregando uma edição. Cada edição um gosto bom de poder compartilhar coisas boas que acontecem no judô Porque nessas páginas, apenas coisas boas são publicadas. É a nossa liberdade de es colha, liberdade que compartilhamos com quem nos acompanha e gosta de ler assuntos relativos ao judô Nes­

ta edição, o Grand Slam de Baku e o Campeonato Mundial IBSA em Baku

A capa da revista é com a Alana Maldonado,bi campeã mundial IBSA e campeã paralímpica Rio 2016, com uma história de superação contemporânea Boa leitura.

03

Abu Dhabi é a capital e segunda ci dade mais populosa (depois de Dubai) dos Emirados Árabes Unidos. É tam bém a capital do Emirado de Abu Dhabi e o centro da Área Metropolitana de Abu Dhabi.

A cidade de Abu Dhabi está locali zada em uma ilha no Golfo Pérsico, ao largo da Costa Centro Oeste. A maior parte da cidade e do Emirado residem no continente ligado ao resto do país A partir de 2021, a área urbana de Abu Dhabi tinha uma população estimada em 1,5 milhão, de 2,9 milhões no emi rado de Abu Dhabi, a partir de 2016 A Autoridade de Investimentos de Abu

Dhabi está sediada na cidade e foi o 5º maior fundo soberano do mundo em 2021. Abu Dhabi em si tem mais de umtrilhão de dólares americanosem ativos sob gestão em uma combinação de váriosfundos soberanos sediados lá.

Abu Dhabi abriga escritórios do governo local e federal e é a casa do Go verno dos Emirados Árabes Unidose do Conselho Supremo de Petróleo. A cidade é o lar do presidente dos Emirados Árabes Unidos, que é membro da família Al Nahyan. O rápido desenvolvi mento e urbanização de Abu Dhabi, juntamente com as enormes reservas

e produção de petróleo e gás e a renda média relativamente alta, a transforma ram em uma metrópole grande e desenvolvida. É o centro de política e indústria do país, e um importante centro de cultura e comércio Abu Dhabi é responsável por cerca de dois terços da economia dos Emirados Árabes Unidos.

O diretor­geral da Federação Internacional de Judô (IJF), Vlad Marines cu, fez o discurso de boas­vindas e foi direto ao ponto. "Este torneio incrível não seria possível sem o apoio constante do governo e do Conselho Espor tivo de Abu Dhabi. Por isso, muito

obrigado. Este evento acontece apenas alguns dias após o tremendo cam peonato mundial e é gratificante ver que mais de 400 atletas chegaram Isso sublinha a importância de Abu Dha bi no calendário internacional e nós, a Federação Internacional de Judô, seu presidente, Marius Vizer, e todo o Circuito Mundial de Judô, nos parabeniza mos por isso " Nas próximas páginas mostrare mos tudo o que aconteceu nesta empolgante competição. Os textos são de Nicolas Messner e Pedro Lasuen e as fotos de Gabriela Sabau, Emanuele Di Feliciantonio da IJF

06
07

48kg ­ Feminino

A primeira cabeça de chave, Julia Figueroa, deu um choque de realidade à turca Merve Azak, autora de um enorme ippon na primeira rodada con tra a brasileira Alexia Nascimento A espanhola demorou vinte segundos a colocar a turca onde ela queria, no terreno, imobilizá la e ensiná la que uma vitória espectacular pode ser um prelúdio para uma derrota rápida e cruel, porque é isso que significa o mais alto nível Figueroa foi para as semifinais

A rival de Figueroa surgiu do con fronto entre a portuguesa Catarina Costa e a sérvia Milica Nikolic, vetera nas do circuito e duas que Figueroa conhece muito bem. Costa foi a vence dora, mas perdeu muitas penas contra Nikolic.

Nunca subestime o shido, porque eles muitas vezes determinam o resul tado de uma luta e Figueroa acumulou dois por um de Milani. Eles forçaram a espanhola a atacar e ela fez isso com

sucesso, marcando um ippon fabuloso, ganhando seu primeiro ouro no circuito mundial de judô desde 2019 e sua primeira medalha em Abu Dhab Scutto contra Abuzhakynova é a geração que se esforça Em Abu Dhabi foi o primeiro bronze. A cazaque re bateu um ataque da italiana desde o início e marcou waza ari. Scutto estava muito impaciente e cometeu o mesmo erro novamente. Abuzhakynova mar cou novamente e levou o bronze Ok, Scutto é uma prodígio, mas ela ainda tem muito a aprender e isso só pode ser feito competindo.

O segundo bronze foi a oportunidade para Costa se redimir e para Zongying Guo confirmar nossa análise da equipe chinesa No final houve a mesma recompensa: uma medalha.O árbitro desqualificou a portuguesa É uma boa medalha para a China e a pri meira para Guo em um Grand Slam

08
RESULTADOS FINAIS: 1 FIGUEROA Julia (ESP), 2 MILANI Francesca (ITA), 3 ABUZHAKY NOVA Abiba (KAZ), 3 GUO Zongying (CHN), 5 SCUTTO Assunta(ITA), 5 COSTA Catari na(POR), 7 NIKOLIC Milica (SRB), 7 ALIYEVA Leyla (AZE)
09
10
11

60kg ­ Masculino

Como um cara sério, Yung Wei Yang chegou às quartas de final sem suar, com o tanque de energia comple tamente cheio. Yang está em forma olímpica e ele quer que seja conheci do; para as semi­finais.

O indiano Vijay Kumar Yadav, surpreendeu e eliminou elegantemente o alemão Maximilian Standke e conquistou um lugar nos quartas de final frente ao holandês Tornike Tsjakadoea Uma coisa é sonhar e outra é a reali dade e com os olhos abertos há sempre um georgiano para estragar um doce sonho Temur Nozadze entregou um ippon devastador contra Yadav e entrou nas semifinais contra Yang.

Estávamos curiosos para ver Jorre Verstraeten porque ele não brilhava em Tashkent. É como se o belga tivesse atingido o seu auge de forma antes do seu tempo e estivesse agora em pleno declínio. Ele perdeu contra o ucraniano Dilshot Khalmatov A surpresa seguinte veio na parte de baixo da tabela com a

derrota do campeão espanhol e europeu Francisco Garrigós nas mãos do turco Salih Yildiz. Podemos dizer que Yildiz literalmente esmagou o espa nhol, que por sua vez caiu contra o georgiano Sardalashvili

Yang versus Sardalashvili é no pa pel sinônimo de fogos de artifício A realidade é que o número um do mundo era o claro favorito Assim foi e Sardalashvili conseguiu fazer o que ninguém mais tinha feito durante toda a manhã, derrubar Yang. Foi um waza ari e algu ma pressão para o judoca de Taipei O georgiano suportou e conseguiu, além do seu primeiro ouro em Grand Slam, a vitória mais importante de sua carrei ra contra o melhor rival.

O Azerbaijão garantiu o primeiro bronze com o duelo entre compatrio tas Aghayev venceu porque marcou waza ari e porque Bayramov se ma chucou

O turco Yildiz teve que passar pelo georgiano Nozadze para obter o segundo bronze.

12
RESULTADOS FINAIS: 1 SARDALASHVILI Giorgi (GEO), 2 YANG Yung Wei (TPE), 3 APHAHAYEV Balabay (AZE), 3 YILDIZ Salih (TUR), 5 BAYRAMOV Turan (AZE), 5 NOZADZE Temur (GEO), 7 YADAV Vijay Kumar (IND), 7 KHALMATOV Dilshot (UKR)
13
14
15

52kg ­ Feminino

Como eram as duas mulheres mais aptas da época, muito se esperava da final. Ambos são muito fortes, o impacto de cada ataque é poderoso e foi assim que começaram Menos de um minuto depois, Keldiyorova cristalizou o que vínhamos dizendo desde a manhã. Ela está se tornando uma judoca completa e ela foi para ippon de todos os ângu los, mas às vezes ela também é vítima de seu próprio entusiasmo e isso resultou em dois shido rápidos contra ela. Gneto está no circuito há mais anos e sabe como gerir este tipo de situação e foi isso que vimos Também tem que servir de lição para o uzbeque, porque há muitas maneiras de ganhar, mas o importante é fazê lo. O que aconteceu, a lição, foi que Keldiyorova conseguiu empatar com dois shido cada e procurou mais um contra sua rival, baixando a guarda. Como Gneto não nasceu on

tem, ela levou seu terceiro ouro por qualidade e experiência Quando o uzbeque integrar esses parâmetros, ela será uma das melhores.

Primo disputou o bronze como se fosse ouro. A vítima da fúria da israe lense foi a suíça Fabienne Kocher O erro foi suíço e Primo justificou sua raiva com waza ari no final.

Yasmim Lima foi o que separou a italiana Giuffrida do bronze. Foi a pri meira vez que a brasileira esteve presente em um bloco final dessas dimensões, mas nunca é tarde demais para começar. O ippon veio no quarto minuto de golden score com uma varredura de Giuffrida que mostrou que é sempre melhor procurar o gesto certo do que esperar pela decisão de um ár bitro.

16
RESULTADOS FINAIS: 1 GNETO Astride (FRA), 2 KELDIYOROVA Diyora (UZB), 3 PRIMO Gefen (ISR), 3 GIUFFRIDA Odette (ITA), 5 KOCHER Fabienne (SUI), 5 LIMA Yasmim (BRA), 7 IRAOUI Soumiya (MAR), 7 BALLHAUS Mascha (GER)
17
18
19

66kg ­ Masculino

Como muitos outros, Buncic nunca havia participado de uma final de Grand Slam. Nem Manzi, mas ele havia vencido um GP. Chegaram com a mesma idade, o mesmo currículo rela tivamente discreto, mas em Abu Dhabi foram dominantes e por isso chegaram à final. Admitimos livremente que não sabíamos em quem apostar. Manzi to cou flauta primeiro com um belo waza ari que não desarmou o sérvio. Buncic ficou paralisado, como se não soubes se o que fazer e a luta kumi kata foi claramente favorável ao italiano que aproveitou a indecisão do sérvio para terminar a luta com outro waza ari rápi do, eficaz e bonito e um primeiro ouro de enorme peso em sua carreira Wail Ezzine lutou pelo bronze con­

tra Kuanov, porque a Argélia é um país de judô, mas não é fácil encontrar a promessa do futuro. Ezzine chegou a Abu Dhabi sem remorso e atacou em todas as suas lutas. Buncic era o único capaz de detê­lo e Kuanov queria ser o segundo a fazê lo. Ele fez isso com um bloqueio espetacular.

Gaitero x Piras brigaram pelo se gundo bronze em uma luta que não fi cará na memória coletiva do público de judô. O primeiro a sucumbir foi o espa nhol. Os árbitros consideraram que ele fez um ataque falso e, como já tinha dois pênaltis, o terceiro foi letal.

20
RESULTADOS FINAIS: 1 MANZI Elios (ITA), 2 BUNCIC Strahinja (SRB), 3 KUANOV Yesset (KAZ), 3 PIRAS Matteo(ITA), 5 EZZINE Wail (ALG), 5 GAITERO MARTIN Alberto (ESP), 7.NINIASHVILI Bagrati (GEO), 7.PRECIADO Lenin (ECU)
21
22
23

57kg ­ Feminino

Para a kosovar, tratava se de dizer ao mundo que ela é a chefe. Para Huh, o tema era mostrar que o respeito pe los outros não existe no judô, exceto para se curvar e que os melhores de vem ser derrotados. A coreana anali sou Gjakova e não mostrou pontos fracos, mas ela também não era capaz de criar perigo. Em vez disso, ela en vergonhou o kosovar com pênaltis e criou a primeira grande virada ao marcar waza­ari com três segundos para o fim, terminando com osae­komi Aquela que foi discreta durante a fase preliminar mostrou sua verdadeira cara, a de uma campeã destemida que respeita o judô batendo os melhores e que quer que as pessoas perguntem que Huh é a chefe?

Cai teve uma última chance de se

despedir de Abu Dhabi com as honras de uma medalha, mas o mesmo acon teceu com a sérvia Perisic, que foi mais completa e venceu, eliminando a chinesa.

Liparteliani disputou com a turca Olzem Yildiz. A georgiana é melhor e há muito tempo aprendeu a vencer nos momentos importantes, quando a me dalha está próxima. Liparteliani preci sou de apenas 26 segundos para vencer por ippon

24
RESULTADOS FINAIS: 1.HUH Mimi (KOR), 2.GJAKOVA Nora (KOS), 3.PERISIC (SRB), 3 LIPARTELIANI Eteri (GEO), 5 QI Cai (CN), 5 YILDIZ Ozlem (TUR), 7 TOPRAK Acelya (GBR), 7 SMYTHE DAVIS Nekoda (GBR)
25
26
27

73kg ­ Masculino

Stump primeiro e Esposito mais tarde, foram melhores e garantiram a vaga na final. O mais rápido era Stump, sempre com a mesma varredu ra, como se os adversários não tives sem notado ou simplesmente não conseguissem encontrar a fórmula para detê­lo O italiano teve um dia mais trabalhoso, com obstáculos maiores Na final, Stump teve uma chance clara de prenda para o italiano, mas Esposito se soltou antes que Stump pudesse marcar O suíço voltou a atacar, sempre quem liderava o ataque e o italiano estava a sofrer, acabando por afundar quando Stump o atirou para ippon e ouro. Pelo que tínhamos visto até ago ra, era lógico e Stump confirmou a im pressão inicial, mas esperávamos algo

mais do italiano.

Casos Roca precisaria voltar ao seu melhor se quisesse vencer Nomo nov e conquistar o bronze. O uzbeque era fiel ao seu estilo, uma mistura de ataque e defesa O que começou como uma luta no terreno com a tomada e a perda do controlo, terminou com o espanhol a alfinetar o uzbeque para conquistar a sua segunda medalha no Grand Slam

A segunda oportunidade para o Uzbequistão veio com Aghakov, mas para isso ele teve que passar pelo moldavo Petru Pelivan. Aghakov foi o segundo e não perdeu tempo ao derrubar Pelivan com um tremendo ippon em menos de um minuto.

RESULTADOS FINAIS: 1 STUMP Nils (SUI), 2 ESPOSITO Giovanni (ITA), 3 CASOS ROCA Salvador (ESP), 3 AKHADOV Shakhram (UZB), 5 NOMONOV Obidkhon (UZB), 5 PELIVAN Petru (MDA), 7 SHAMSHAYEV Daniar (KAZ), 7 GAINULLIN Angsarbek (KAZ)
28
29
30
31

63kg ­ Feminino

A final foi Renshall vs. Timo e elas permaneceram no mesmo nível duran te toda a manhã A portuguesa se saiu melhor em Tashkent e certamente Renshall tinha esse parâmetro em mente, mas todos esses cálculos evaporaram quando o árbitro chamou haji me. A britânica parecia mais fresca e forte, o suficiente para colocar muita pressão sobre a portuguesa, mas ela não conseguiu ir mais longe e encontrar a diferença definitiva. De todas as suas lutas no dia, esta foi a mais fraca, mas também é verdade que a sua adversária foi a melhor do dia e mostrou a a doze segundos do golden score com um ippon imparável Um quinto ouro num Grand Slam para Renshall, um merecido título e prata para a portuguesa.

Van Lieshout bateu Obradovic pelo

bronze A holandesa marcou waza­ari e a sérvia se machucou na ação. Quanto a Lieshout, o dela foi um bom torneio que terminou feliz Oberan lutou pelo bronze contra a sólida Gili Sharir, de Israel. Como ela era mais alta que Sharir, Oberan havia vencido a batalha kumi kata e os árbi tros entenderam dessa maneira, sancionando o israelense duas vezes. Mas na confiança, às vezes o pecado é es condido e a israelense desmantelou a defesa da croata com um waza ari que fazia barulho. O dano poderia vir de um terceiro shido e o croata tinha cinquenta segundos para marcar ou ga nhar hansoku­make Cinquenta segundos podem ser muito longos ou muito curtos. Para o croata foram pou cos e no final Sharir conquistou o bronze. Oberan terá que esperar.

32
RESULTADOS FINAIS: 1.RENSHALL Lucy (GBR), 2. TIMO Bárbara (POR), 3.VAN LIESHOUT Joanne (NED), 3. gili SHARIR (ISR), 5.OBRADOVIC Anja(SRB), 5. OBERAN Iva (CRO), 7 MARTIN Hannah (EUA), 7 HAECKER Katharina (AUS)
33
34
35

81kg Lar dos Bravos

A última vez que Mendiola esteve em uma final de turnê mundial de judô nunca foi e a mesma coisa aconteceu com Chilard Para ambos foi como provar caviar pela primeira vez; que em polga qualquer um. Chilard lutou como em todas as suas lutas anteriores. A chave estava na atuação do espanhol, que não parecia afetado pelo que estava em jogo. No golden score, ambos tiveram suas oportunidades no chão, como se tivessem desistido de jogar o outro O mais inteligente, o mais completo também, foi o francês, que tam bém conseguiu estrangular os espanhóis e quando sabemos que o terreno é terreno típico espanhol, o mérito de Chilard foi ainda maior. Foi ouro para a França, prata para a Espanha, o torneio para ambos foi ótimo.

Abylaikhan Zhubanazar, do Cazaquistão, contra Tckaev foi um duelo en tre quase vizinhos. Em teoria, o azeri é suposto ser melhor, mas apenas em teoria, porque Zhubanazar não queria

ser o bode expiatório que confirma as teorias. O ritmo era enganoso, como se ambos quisessem dançar, mas não conseguissem concordar com a músi ca É possível que Tckaev tenha se cansado do cazaque pisar nele, mas o fato é que ele o agarrou, o pegou e o derrubou. A dança acabou, o bronze para o Azerbaijão e Zhubanazar, desculpe por ele, confirmou a teoria.

A última medalha do dia foi uma batalha entre Gauthier Drapeau e o jo vem Latisev. À primeira vista, o moldavo poderia aprender muito com o veterano canadense, mas ele não es tava aqui para aprender e Gauthier Drapeau não tinha vontade de ensinar nada, apenas de ganhar Foi com certeza a melhor partida do bloco final, uma delícia que terminou com um ippon bestial de Latisev. Esse menino tem maneiras que não deixam ninguém indiferente porque ele é puro ataque, um gênio do ataque. Já somos fãs.

36
RESULTADOS FINAIS: 1 CHILARD Nicolas (FRA), 2 MENDIOLA IZQUIETA José Maria (ESP), 3. ZELIM Tckaev (AZE), 3.LATISEV Mihail (MDA), 5. ZHUBANAZAR Abilaikhan (KAZ), 5.GAUTHIER DRAPEAU François (CAN), 7.KRIVCHACH Sergii (UKR), 7.DE WIT Frank (NED)
37
38
39

70kg Feminino

A belga Gabriella Willems disputou a final com a grega Elisavet Teltsidou Em outro contexto, teríamos apostado na belga porque ela obteve melhores resultados e é melhor classificada, mas em Abu Dhabi gostamos do visual da grega, sua maneira de andar e pisar no tatame, seu comportamento. Quando a experiência neste nível é limitada, dois shido e dois minutos à frente é uma eternidade É ali, nessa zona cinzenta entre o ataque e a defesa, quando se tenta atacar, mas protege a retaguarda, que os campeões são forjados Para os espectadores, a final foi uma provação, mas se ninguém faz todo o possível para ganhar marcando, é justo que os árbitros intervenham e foi isso que fizeram. Teltsidou venceu por hansoku make e ganhou seu primeiro ouro em Grand Slam.

A Grã­Bretanha acordou neste segundo dia e ao ouro de Renshall

eles puderam adicionar o bronze de Yeats Brown, que veio com maiores pretensões, mas estava longe do ouro Em frente estava Maya Goshen e Israel já havia acordado no primeiro dia com o bronze de Primo. Os dois chegaram como um raio e a coisa terminou em 19 segundos de forma espetacular com um ippon voando alto de Yeats­Brown Duas medalhas em menos de cinco minutos para GBR, Deus salve esta equipe Serafima Moscalu poderia impedir a Itália de continuar a colecionar medalhas de todas as cores, desta vez nas mãos de Martina Esposito Se isso continuar, o italiano em breve será a segunda língua oficial nos Emirados Árabes Unidos. Mas ela foi incapaz de reagir e Esposito fez seu trabalho com dois waza aris, que lhe rendeu um primeiro bronze e uma sexta medalha para a Itália

40
RESULTADOS FINAIS: 1.TELTSIDOU Elisavet (GRE), 2.WILLEMS Gabriella (BEL), 3.YEATSBROWN Katie Jemima (GBR), 3 ESPOSITO Martina (ITA), 5 GOSHEN Maya (ISR), 5 MOSCALU Serafima (ROU), 7 PETERSEN POLLARD Kelly (GBR), 7 OGEL Fidan(TUR)
41
42
43

90kg Masculino

Foi uma primeira final e contra Gviniashvili e para Tassier estava entrando em uma nova dimensão, como quando uma criança aprende a andar de bicicleta sem passar pela fase de quatro rodas. Tassier quis dizer ao georgiano que não tinha medo e tentou praticar o seu judo, mas a ilusão durou quarenta segundos, waza ari e osae komi e é por isso que Gviniashvili é o número quatro do mundo e o francês é o número 150, mas esperemos que o francês tenha saído com um bom gos to na boca depois de um magnífico tor neio. Além disso, agora ele já sabe andar de bicicleta. Quanto a Gviniash vili, ele é uma velha raposa que não fez nada além do que se esperava de le.

Dzhakhongir Madzhidov não con seguiu somar um bronze para o Taji­

quistão, perdendo por osae­komi contra Smink em uma luta que durou tanto quanto o holandês queria, que no processo tirou o espinho de ter perdido nas semifinais Didar Khamza, do Cazaquistão, teve mais dificuldades contra Majdov, mas restou saber se o sérvio havia recuperado sua força após seu esforço titânico contra Gviniashvili. Majdov não parecia muito afetado e rapidamente assumiu o controle, mas nenhum deles partiu para o ataque. O que eles fize ram foi cancelar um ao outro e isso causou a sanção de arbitragem para ambos. Na pontuação de ouro, Majdov foi para a velocidade mais alta e mar cou o waza ari que lhe deu o segundo bronze.

RESULTADOS FINAIS: 1.GVINIASHVILI Beka (GEO), 2.TASSIER Loris (FRA), 3.SMINK Jesper (NED), 3.MAJDOV Nemanja (SRB), 5.MADZHIDOV Dzhakhongir (TJK), 5.KHHAMZA didar (KAZ), 7 TSELIDIS Theodoros (GRE), 7 USTOPIRIYON Komronshokh (TJK)
44
45
46
47

78kg Feminino

Ma ganhou a prata em Tashkent, o que significa que esta é sua segunda final consecutiva, que ela está em for ma Powell estava como de costume, nem melhor nem pior, com muito cará ter e uma tonelada de experiência. Como a mulher chinesa é muito alta, quando ela estende o braço é difícil ir procurá­la Mas ela não é mais poderosa do que os britânicos, muito pelo contrário, e ambas sabiam disso Neste caso, não seria uma questão de fisi calidade, mas de técnica e força, e Ma marcou um tremendo ippon usando seu tamanho, velocidade e técnica refinada.

Para a kosovar Loriana Kuka, o preço do bronze foi derrotar Tcheumeo. Não foi uma bela luta e Tcheumeo brincou com fogo porque ela era fisica mente superior, mas ela preferiu provocar o terceiro shido de Kuka. Seu erro foi que, porque ela também tinha

dois shido e havia tanta espera, tanta indecisão, ou a decisão de não atacar, o que quer que fosse, custou­lhe o bronze.

No segundo bronze, Barra Lanir (ISR) estava ciente do que estava vin do em sua direçã: A alemã Anna Monta Olek O resultado final dependia da contundência da primeira e da resis tência da segunda Olek aguentou muito bem, Lanir também não sofreu uma queda escandalosa, mas a força não era mais a mesma. Um waza ari a quinze segundos do final, quando Lanir não aguentava mais, mas, Lanir tirou força da fraqueza para marcar waza­ari cinco segundos depois. Quando o físi co não dá para mais, é necessário apelar para a técnica. Foi uma bela bri ga entre duas mulheres que não queriam abrir mão de um centímetro de tatame. Olek venceu por osae komi no que foi um tributo conjunto ao judô

RESULTADOS FINAIS: 1.MA Zhenzhao (CHN), 2.POWELL Natanie (GBR), 3.KUKA Loriana (KOS), 3.OLEK Anna Monta (GER), 5.TCHEUMEO Audrey (FRA), 5.LANIR Barra (ISR), 7 STANGHERLIN Giorgia (ITA), 7 STEVENSON Karen (NED)
48
49
50
51

100kg Masculino

A final foi a mais tensa de todas, com dois atletas muito seguros do que estavam fazendo, muito fortes nos bra ços e pernas, uma luta limpa em que ambos queriam marcar porque são dois atacantes puros O espanhol tentou impor seu uchi­mata e o canadense tentou neutralizá­lo, mas na última tentativa de Sherazadishvili, os árbitros o consideraram mergulhando e ele foi desclassificado Reyes ganhou o ouro, o espanhol a prata e ficamos com uma sensação estranha porque não sabemos qual dos dois é melhor. Talvez da próxima vez.

Aleksandar Kukolj é um cara sem sorte porque ele sofreu em 100kg o que ele sofreu em 90kg. Nas quartas de final, o famoso uchi mata de Shera zadishvili sofreu gols e, na luta pelo

bronze, teve que enfrentar González. Desta vez, o sérvio jogou bem as suas cartas e marcou um ippon, um daque les que fazem muito barulho, em que Kukolj depositou toda a raiva acumula da depois de tantas desilusões.

Para Elnahas o bronze seria um prêmio de consolação, mas ele teve que vencer outro velho roqueiro do circuito, o azeri Elmar Gasimov Quando Gasimov tem alguém melhor na frente dele, ele sempre se livra do shido muito rapidamente e Elnahas sabia disso Desta vez não foi outra maneira e o azeri teve que lutar contra seus próprios impulsos e atacar abertamente No entanto, ele não o fez, ou não o suficiente e foi logicamente penalizado. Elnahas venceu e isso também foi lógico.

RESULTADOS FINAIS: 1.REYES Kyle (CAN), 2.SHERAZADISHVILI Nikoloz (ESP), 3.KUKOLJ Aleksandar(SRB), 3 ELNAHAS Shady (CAN), 5 GONZALEZ Asley (ROU), 5 ELMAR Gasimov (AZE), 7 MADSEN Mathias (DEN), 7 SHARKHAN Nurlykhan (KAZ)
52
53
54
55

+78kg Feminino

A final foi o melhor momento para Somkhishvili, mas o mesmo pode ser dito para Su e quem diz que uma final inédita diz suspense garantido. Su atacou primeiro e o fez definitivamente com waza ari e osae komi. Foi uma fi nal rápida, mas divertida e ambos me receram todos os aplausos do mundo porque jogaram um torneio excepcio nal. Os dois mereciam o ouro, mas a chinesa completou um dia excepcional para seu país, adicionando um segun do ouro em apenas alguns minutos. Agora você sabe, o dragão vermelho despertou, é uma equipe feminina e está com muita fome de ouro.

Léa Fontaine foi buscar seu bronze que era um pequeno prêmio para suas ambições, mas importante demais para o futuro deixar ir e foi com isso que a

francesa se comprometeu, literalmente devorando a holandesa Kamps Foi a melhor luta de Fontaine e quando ela é tão boa, é muito difícil vencê­la, mas você tem que ser tão bom em todas as lutas

O mesmo aconteceu com Rochele Nunes. Ela queria o ouro, poderia ter vencido e teve que se concentrar para não perder o bronze. A portuguesa esmagou a chinesa Xu e conquistou a sua sexta medalha no Grand Slam.

RESULTADOS FINAIS: 1.SU Xin (CHN), 2.SOMKHISHVILI Sophio (GEO), 3.FONTAINE Lea (FRA), 3.NUNES Rowele (POR), 5.KAMPS Marit (NED), 5.XU Shiyan (CHN), 7.BERLIKASH Kamila (KAZ), 7 TAVANO Asya (ITA)
56
57
58
59

+100kg Masculino

A final começou com um intenso duelo de kumi­kata e nenhum vencedor, mas Krpalek concedeu um primeiro shido Spijkers no tatame é um animal com muito boas maneiras e tende a incomodar o judoca, quando deveria ser o contrário. Krpalek não usa sua mobilidade para cansar os mais pesados, mas busca o contato. A única coisa que o holandês teve de fazer foi impedir que o checo pudesse trabalhar no terreno, porque é um polvo, o melhor. Em sua primeira oportunidade, a lenda viva do judô deu uma fabulosa lição de ne­waza e ganhou seu primeiro título desde os Jogos de Tóquio Frey, o alemão, começou como o favorito contra o esloveno Enej Marinic, mas não deixe que as aparências enganem ninguém porque, apesar de mais pesado, Marinic é rápido e tem gestos explosivos. Na verdade, ele surpreendeu o alemão com waza ari. Frey teve que usar sua mobilidade

para cansar o esloveno, mas isso é mais fácil de dizer do que fazer. Frey teve sua chance no chão, mas Marinic conseguiu escapar. O esloveno atacou, mas Frey neutralizou o ataque e conseguiu derrubar Marinic e marcar waza­ari e, como era uma luta rápida, alguns segundos depois Marinic marcou um segundo waza­ari, ippon e bronze.

Ainda não falamos de Marius Fegel, o eslovaco que muitas vezes fica pendurado nas medalhas. Ele não é um dos favoritos, mas você tem que ter cuidado com ele. Esse foi o rival de Rakhimov pela segunda medalha de bronze. Nada a destacar até o golden score Com dois shido, o eslovaco cometeu o erro de deixar o tatame e a sanção foi imediata Bronze para Rakhimov, uma merecida medalha que deu o toque final a um torneio quase impecável, com muitas surpresas, um judo ofensivo e o desejo que nos resta para o próximo a começar, o Grand Slam de Baku.

RESULTADOS FINAIS: 1.KRPALEK Lukas (CZE), 2.SPIJKERS Jur (NED), 3.MARINIC Enej (SLO), 3.RAKHIMOV Temur (TJK), 5.FREY Johannes (GER), 5.FIZEL Marius (SVK), 7 GAMZATKHANOV Dzhamal (AZE), 7 KHAMMO Yakiv (UKR)
60
61
62
63
Por: Jo Crowley Fotos Gabriela Sabau IJF

Desde as primeiras competições do primeiro dia no Campeonato Mundi al de Judô da IBSA, ocorrido de 08 a 10 de novembro de 2022, a ação veio grossa e rápida, com todos os competidores ansiosos para marcar cedo e do minar suas primeiras partidas. Nomes notáveis enfeitaram os tatames, incluindo medalhistas mundiais e para límpicos

A categoria J2 73kg trouxe parti das de alto nível desde o início Huseyn Rahimli (AZE), campeão paralímpico de Tóquio em ­81kg teve um bye e depois no round 2 lutou con tra Keto (JPN) e foi um espetáculo e tanto. O atleta da casa jogou para wa za­ari logo no início, mas o competidor japonês não estava disposto a aceitar a derrota e imediatamente rolou sobre Rahimli com um sode­tsuri­komi­goshi super poderoso, inicialmente dado ip pon Após a revisão, a pontuação foi rebaixada para waza ari e esse indulto ofereceu ao usuário do backpatch de

ouro a chance de mostrar seu verdadeiro nível. Na troca seguinte, Rahimli não arriscou e lançou novamente para vencer a partida.

Nas quartas de final, ele foi superior durante todo o jogo e forçou dois shido contra Orazalyuly (KAZ), mas com apenas 20 segundos restantes no relógio, o cazaque se lançou em Rahimli com um inesperado uchi­mata do lado direito colocando se direta mente na semifinal e deixando o campeão paralímpico em choque.

Kornhass (GER) teve que suportar uma partida de repescagem contra o campeão de Tóquio, mas apesar de parecer o azarão, ele certamente não facilitou para Rahimli. De fato, com apenas um minuto restante, ele se de parou com a frente, não pela primeira vez e sem hesitação, mas o azeri sentiu que vinha e rolou com uma ura na ge muito baixa, que foi premiada com ippon. O dono de uma medalha de ou ro paralímpica passou rapidamente pa­

64

ra a próxima rodada da repescagem

Em outro lugar da mesma catego ria, Sergio Ibanez (ESP) estava se aquecendo, com uma medalha de pra ta paralímpica de Tóquio no bolso da categoria inferior a 66kg, um judoca que muitas vezes pode ser encontrado competindo em eventos avistados, co mo as Copas EJU Havia uma grande expectativa colocada sobre ele em Ba ku, mas neste Mundial ele saiu no segundo round, segurado por Abasli (AZE). Isso foi uma surpresa para ele e para outros, deixando o cair na repes cagem. Ele fez um trabalho leve de sua próxima competição, mas ainda precisava de mais duas vitórias para ganhar um bronze Felizmente, para ambos, ele e Rahimli estavam lutando por bronzes opostos Ibanez venceu sua próxima disputa contra Shelia (GEO) para passar para o bloco final e ter a chance de ganhar o bronze.

Por mais que Rahimli não esperasse estar lutando na repescagem, nem Kaldani (GEO), o cabeça de chave número 1, e quando eles se enfrentaram, deixando Irã e Cazaquistão para lutar a semifinal em vez deles, Rahimli começou as coisas com um waza ari nos primeiros 7 segundos, esperando por ippon e sabendo que o restante da competição seria um duro esforço físico sem ele. No entanto, ele segurou o nervo e, no final do tempo normal, ele voou em um enorme ura nage para terminar a partida O Azerbaijão foi para a disputa da medalha de bronze e a Geórgia foi para casa de mãos vazias.

O primeiro bronze viu Rahimli per der para o companheiro de equipe Abasli no chão e deixar o que deveria ter sido outro destaque da carreira de um dia, sem medalha

A segunda medalha de bronze foi conquistada por Orazalyuly, que lançou Ibanez sem caridade, uma maneira es petacular para o cazaque terminar seu dia, depois de também vencer o cam peão paralímpico mais cedo Ele só es­

corregou na semifinal, mas foi um dos maiores arremessadores do dia.

Os 73s continuaram a proporcionar emoção também no grupo J1, para aqueles que são totalmente cegos, em oposição aos do J2 com diferentes graus de deficiência visual Nas quartas de final entre o medalhista de bron ze paralímpico de 2021 Bologa (ROU) e Pereira Arruda (BRA) houve alguns fogos de artifício com o estilo de puxar e atacar sem parar empregado por am bos Isso levou a muitas quebras no fluxo, mas ambos pareciam mais feli zes ao começar de novo com a aderência de volta na jaqueta dos adversários. Bologa parecia frustrado, incapaz de conseguir a compra necessária para ter um impacto em seu ad versário com suas técnicas baixas, mas eventualmente, com apenas 30 segundos restantes no relógio e com dois pênaltis contra ele, ele aproveitou sua chance no chão e estrangulou o brasileiro para passar para a semifinal. Shamey (KAZ) então fez o impensável no round seguinte e pegou Bolo ga no chão dentro do primeiro minuto, também com shime waza. Toda a are na tinha certeza de que o romeno chegaria à final, talvez até para o primeiro lugar, mas Shamey pensou diferente e segurou o favorito do grupo para chegar à final.

Em sua disputa pela medalha de bronze, Bologa não deixou nada ao acaso, não permitindo que Gokce Yavuz (TUR) chegasse perto, ao mesmo tempo em que colocava seus próprios ataques prejudiciais, dois dos quais marcaram waza­ari para terminar a partida e colocá lo no pódio, apenas um pouco mais abaixo do que ele gostaria.

J2 ­57kg quartas­de­final entre Gonzalez (ARG) e Sych (UKR) mostrou um domínio imediato do último, com forte grelha e também os ataques mais fortes dos dois. Não demorou muito para que as brancas fossem pe­

65

nalizadas duas vezes, deixando o ucraniano não precisando fazer muito para conseguir a vitória No entanto, querer lançar era um objetivo claro e ela continuou a aumentar a pressão com a mão esquerda alta e isso se mostrou frutífero com ippon sendo premiado, sem surpresa, trazendo lhe um lugar na semifinal.

A semifinal de Sych foi praticamente do mesmo jeito, só que mais rápido. Ela dominou a luta contra Breskovic (CRO) e, em poucos segundos, a virou para o chão para segurar Sych fez com que parecesse fácil até a final. Es sa última disputa, porém, não saiu como planejado para o ucraniano. Ela começou como antes, com agarrões dominantes e ataques rápidos, mas Celik (TUR) havia feito sua lição de casa e estava pronta para cada ofensiva, eventualmente jogando­a para o ippon pouco antes do final do tempo normal. Celik chegou vestindo o lote vermelho de um campeão mundial e deixou Baku com ele em tato.

Além dos nomes já mencionados, houve muitas performances de desta que Vimos a muito experiente e bem condecorada estrela paralímpica fran cesa Sandrine Aurieres Martinet explodir nas primeiras rodadas da categoria J2 ­48kg, uma vencedora infalível da medalha de ouro em formação, mas na final ela se deparou com um cazaque determinado que não estava interessa do em medalhas ou estatísticas anteriores e ela jogou a francesa duas vezes para levar o primeiro prêmio. Na mes ma categoria, Hajiyeva (AZE) conseguiu ganhar uma medalha de bronze, para a alegria da torcida da casa, para adicionar o bronze mundial ao seu ou ro paralímpico de Tóquio

O destaque final vem da categoria J1­57kg onde, em sua disputa pela medalha de bronze, Liana Mutia (EUA) executou a vitória mais rápida da Nippon do dia, lançando sua adversária canadense imediatamente após o hajime com um seoi nage que era impos sível de defender.

66

J1 ­48kg

Ouro: Nataliya Nikolaychyk (UKR)

Prata: Ecem Tacın Çavdar (TUR)

Bronze: Rosicleide Silva de Andrade (BRA)

Bronze: Rocio Ledesma Dure (ARG)

J1 ­60kg

Ouro: Seyed Meysam Banitaba Khor ram Abdi (IRI)

Prata: Abduttahim Ozalp (TUR) Bronze: Marcos Dennis Blanco (VEN) Bronze: Henry Borges (URU)

J2 ­48kg

Ouro: Akmaral Nauatbek (KAZ)

Prata: Sandrine Aurieres Martinet (FRA)

Bronze: Shahana Hajiyeva (AZE) Bronze: Yuliia Ivanytska (UKR)

J2 ­60kg

Ouro: David Khorava (UKR)

Prata: Thiago Marques (BRA)

Bronze: Luis Daniel Gavilan Lorenzo (ESP) Bronze: Zurab Zurabiani (GEO)

J1 ­57kg

Ouro: Dondu Yesilyurt (TUR)

Prata: Priscilla Gagne (CAN) Bronze: Liana Mutia (EUA) Bronze: Angela Havrysiuk (UKR)

J1 ­73kg

Ouro: Yergali Shamey (KAZ)

Prata: Lennart Sass (GER)

Bronze: Dong Dong Camanni (ITA) Bronze: Florim Alexandru Bologa (ROU)

J2 ­57kg

Ouro: Zaynep Celik (TUR)

Prata: Inna Such (UKR)

Bronze: Junko Hirose (JPN)

Bronze: Dayana Fedossova (KAZ)

J2 ­73kg

Ouro: Vahid Jeddi (IRI)

Prata: Rufat Mahomedov (UKR)

Bronze: Namig Abasli (AZE)

Bronze: Olzhas Orazayuly (KAZ)

O dia 2 do Campeonato Mundial de Judô da IBAS começou com um es trondo Houve um grande ippon, além de algumas posições iniciais muito dis putadas, com muitos competidores lutando duro para não serem deixados muito longe de seu kumi­kata preferido quando o árbitro diz hajime.

A entrada é grande, com mais de 40 países participando. Após os Jogos Paralímpicos de Tóquio, houve uma série de atualizações de regras que ti veram um grande impacto sobre os atletas com deficiência visual do judô. Houve mudanças de peso e também novas orientações para a classificação da visão, dividindo as categorias em J1, para quem não consegue enxergar e J2 para quem tem comprometimento menos grave, mas dentro de certos parâmetros. Essas mudanças pareciam ter um efeito sobre as inscrições na competição e alguns eventos em 2022 foram menos bem atendidos do que o IBAS gostaria. No entanto, este cam peonato mundial viu um ressurgimento do engajamento e os números gerais levaram os organizadores a aumentar o número de áreas de tatame de com petição dos dois para três planejados. Entre os judocas que competem a nível mundial pela primeira vez está a britânica Kirsten Taylor, J2 +70kg Ela é uma verdadeira fã de esportes e já ten tou tantos esportes paralímpicos quanto pôde ter acesso. Ela começou a praticar judô em 2016, aos 27 anos de idade, em Tayside, na Escócia, já ten do competido em natação, atletismo e adestramento, mas diz que encontrar o judô foi algo completamente novo e diferente: "É muito divertido! Estou cons tantemente à procura de oportunidades para competir, aprender e melhorar, sempre à procura de algo para ganhar. Por exemplo, eu mostro cães em

67

Crufts, com meu pastor alemão quando não estou fora para o judô."

Kirsten se apaixonou pelo judô imediatamente. Baku é seu primeiro campeonato mundial da IBASA, mas ela ficou com a prata no Grande Prê mio do Cazaquistão em maio deste ano e está se desenvolvendo a um rit mo alarmante. "Eu estava fora das me dalhas no Campeonato Europeu de 2022. Vou a um torneio na Holanda no próximo, no final deste mês É o único esporte que fiz em que as pessoas ao meu redor sabiam o que fazer para incluir alguém com deficiência visual. Em outros esportes, as pessoas costumam ser um pouco estranhas sobre isso e não sabem o que fazer comigo! No judô todo mundo sabe como ajudar, então é inclusivo.

A inclusão é uma grande parte do apelo global do judô, ilustrando perfeitamente o tema do Dia Mundial do Judô de 2022 de "Inclusão".

J1 ­70kg

A final foi uma via de sentido único, com Esmer Taskin, de Turkiye, lançando Lkhaijav (MGL) para ippon quase imediatamente. No entanto, na revisão, foi decidido que não havia intenção, apesar do pouso e, portanto, a pontua ção foi apagada e as mulheres começaram de novo, mas não demorou muito para Taskin lançar novamente, desta vez com um uchi mata claro, le vando o primeiro ouro do dia

A final do J1 ­70kg

Ouro: Esmer Taskin (TUR)

Prata: Turuunaa Lkhaijav (MGL)

Bronze: Brenda Souza De Freitas (BRA)

Bronze: Matilde Lauria (ITA)

J1 ­90kg

Esta categoria viu Jonard (FRA) e Powell (GBR) lutarem pelo ouro Jonard é surdo, bem como completamen te cego, o que significa que a

68

comunicação requer atenção especial e parte da missão do árbitro David Fuentes (AUS) era oficiar com sistemas muito específicos para isso Na primeira troca, Jonard lançou Powell por waza­ari, não é fácil de fazer, pois Powell chega com a experiên cia de ter lutado nos Jogos Paralímpicos de Londres e Tóquio. Pa ra garantir que o judoca estivesse ciente da posição no placar, Fuentes sacou o placar na mão do atleta. A competição continuou com Jonard ficando um passo à frente durante todo o tempo. Com pouco mais da metade do tempo normal, Jonard virou Powell e o segu rou para o segundo waza­ari Isso trouxe ao francês uma aceitação emocional de que ele agora era campeão mundial.

Este novo campeão marcou ippon em todas as partidas ao longo do dia, inclusive batendo o cabeça de chave número um, Cavalcante De Silva (BRA) na segunda rodada, que conquistou o bronze em estilo convincen te.

A final do J1 ­90kg

Ouro: Cyril Jonard (FRA) Prata: Daniel Powell (GBR)

Bronze: Arthur Cavalcante Da Silva (BRA)

Bronze: Antonio Da Silva (BRA)

J2 ­70kg

Kaldani (GEO) conseguiu crescer para waza­ari e depois ippon, com um lançamento maciço de quadril, dentro do primeiro meio minuto para levar uma medalha de bronze, enquanto o outro jogo de 3º lugar continuou mais longo e trouxe algum jogo de pênalti. A campeã paralímpica de Tóquio, Husey nova (AZE), fez um ataque bem cronometrado, para garantir sua medalha e emocionar a multidão

Na final, o campeão paralímpico de Tóquio, Maldonado (BRA), enfrentou Raziye Ulucam, de Turkiye. Foi uma

partida empatada, para a frustração de Maldonado, mas eventualmente a ca beça de chave número um lidou com a defesa de sua adversária e ganhou o ouro no placar de ouro.

A final do J2 ­70kg

Ouro: Alana Maldonado (BRA)

Prata: Raziye Ulucam (TUR)

Bronze: Khanim Huseynova (AZE) Bronze: Ina Kaldani (GEO)

J2 ­90kg

Gogotchuri (GEO) tornou a vida muito difícil para Latchoumanaya (FRA) na final deste grupo ocupado O francês entrou como cabeça de chave número 1, mas foi o georgiano que derrotou o número 2 da lista de classifi cação no início do dia.

O georgiano começou bem com uma forte aderência superior esquerda e produziu uma série de ataques fortes, mais perigosamente com o uchi gari, mas Latchoumanaya foi capaz de saltar para longe, sobrevivendo a todas as tentativas Eventualmente, em uma disputa no chão, o judoca francês fe chou todo o espaço e segurou Gogtchuri para o ippon. Este ouro é representativo de um dia muito dominante de judô, coroado por se tornar campeão mundial da IBAS.

O final do J2 ­90kg

Ouro: Helios Latchoumanaya (FRA)

Prata: Zviad Gogotchuri (GEO)

Bronze: Oleksandr Nazarenko (UKR)

Bronze: Zhanbota Amanzhol (KAZ)

J1 +70kg

Anastasia Harynk causou um transtorno no início do dia ao vencer a se mente número um de Turkiye e deixá la cair na repescagem. Akin Gu nes (TUR) chegou a conquistar a medalha de bronze com facilidade, para um prêmio de consolação. Não foi para isso que ela veio, mas continua a ser uma medalha mundial em uma catego

69

ria cada vez maior que só fica mais difícil ano após ano.

Harynk ganhou o ouro com forte aderência e um estilo dominante e ofensivo. Ela jogou para o ippon com pouco obstáculo, entregando Zoaga (BRA) bruscamente para a medalha de prata na tribuna

A final do J1 +70kg

Ouro: Anastasia Harynk (UKR)

Prata: Erika Zoaga (BRA)

Bronze: Danitza Sanabria Alcala (VEN)

Bronze: Nazan Alon Gunes (TUR)

J1 +90kg

Na maioria das categorias a garra tem sido decisiva e com os pesos­pesados, não foi diferente Na final, a primeira aderência revelou se fundamental, com Araújo (BRA) a garantir a sua pegada na manga na per feição e, em 30 segundos, lançou­se

num makikomi imparável que aterrou como planeado, dando ao árbitro Roland Poiger (AUT) todas as razões pa ra levantar o braço e indicar a pontuação máxima. O atleta da casa, Ilham Zakiyev, teve um dia excelente, vencendo duas competições pelo ip pon, após um bye, para chegar à final Ele não era cabeça de chave e a multi dão estava claramente orgulhosa de seu judoca por lutar contra as probabi lidades de chegar ao pódio.

Houve um final rápido de Grandry para o primeiro bronze neste grupo, mas o segundo bronze foi uma questão diferente. Tastan demorou um pou co mais, mas sua reação à vitória foi maravilhosa. Ele ergueu seu treinador no ar e o carregou até a borda do tapete antes de abraçá lo com um grande "obrigado!"

A final do J1 +90kg

70

Ouro: Williams Araujo (BRA)

Prata: Ilham Zakiyev (AZE)

Bronze: Jason Grandry (FRA)

Bronze: Onur Tastan (TUR)

J2 +70kg

Nenhum dos 2 melhores cabeças de chave chegou à final em uma categoria cheia de surpresas. De fato, per der em diferentes estágios significou que Silva (BRA) e Leze (FRA) caíram juntos na primeira disputa da medalha de bronze. O que deveria ter sido a fi nal se transformou em uma disputa por uma única medalha, com o perdedor saindo sem sua bandeira balançando sobre o pódio. Silva levou essa vitória com uma demonstração da necessidade de uma boa postura, empregando um livro didático harai­goshi para fazer o trabalho

Na final, Costa (ITA), que havia ba tido Silva fora da pole position na semifinal, enfrentou Hernandez Estupinan (CUB), o vencedor sobre Leze em sua respectiva semifinal. A cubana atacou em ritmo acelerado, mas cometeu um pequeno erro que lhe custou a coroa. Ela se entregou, mas decidiu pagar fiança e voltou. Ao fazê lo, Costa sentiu o espaço à sua frente e entrou nele, levando sua adversária ao tatame onde a segurou e conquistou o título.

A final do J2 +70kg

Ouro: Carolina Costa (ITA)

Prata: Sheyla Hernandez Estupinan (CUB)

Bronze: Prescilla Leze (FRA)

Bronze: Meg Emmerich (BRA)

J2 +90

Na categoria final do dia, um cená rio semelhante ao da categoria anterior se desenrolou, com o cabeça de chave número um Bolukbasi (TUR) e o campeão paralímpico de 100kg Chris topher Skelley (GBR) sendo derrotados em suas respectivas semifinais Eles caíram em partidas opostas de meda lha de bronze e, portanto, os dois prin­

cipais competidores da categoria ainda tiveram a chance de chegar ao rostro

O atleta turco usou um seoi nage esquerdo para desequilibrar sua oposição, mas foi no chão que ele realmente se destacou e segurou para o ippon No outro tatame, Skelley e Jurakulov (UZB) jogavam xadrez de judô com as garras e a postura, disputando posi ção É uma mistura interessante das categorias antigas com competidores experientes, como o britânico, agora lutando em +90kg, com os pesos pesa dos, em vez de seu preferido ­100kg. Desta vez, provou ser muito para ele, com o uzbeque levando a vitória no placar de ouro Leva tempo para se acostumar com novas categorias!

Na final, Vahid Nouri, do Irã, venceu o companheiro de equipe Kheirol lahzadeh nos pênaltis em uma disputa que foi muito mais ativa do que o pla car sugeria

A final do J2 +90kg

Ouro: Vahid Nouri (IRI)

Prata: Mohammadreza Kheirollahzadeh (IRI)

Bronze: Aloviddin Jurakulov (UZB)

Bronze: Ibrahim Bolukbasi (TUR)

Descansando nos ombros um do outro ­ As disputas por equipes!

O Campeonato Mundial de Judô para Equipes da IBAS é diferente de outros eventos por equipes. Acomodar atletas de ambas as classificações visuais, ser simpático às delegações ain da em desenvolvimento nos domínios do judô com deficiência visual, incenti var a inclusão, garantir que árbitros e funcionários sejam bem versados nos sistemas e processos necessários para apitar com atletas cegos, são considerações que têm impacto na eficiência, imagem e prazer final do dia Em Baku, foi bem feito!

O espírito de equipe e o bom judô são os pioneiros, a prioridade, empur rados para o primeiro plano pela orga­

71

nização suave e pela aceitação da responsabilidade da comunidade entre to dos os presentes Não há melhor ilustração do poder do esporte e, parti cularmente, do judô, nem do imenso poder de nossa família de judô para fa zer o que é certo e continuamente empurrar os limites, ampliando a esfera do judô e desaparecendo os limites que alguns podem perceber que exis tem aqui.

Existem diferenças especiais entre o IJF World Judo Tour e os eventos da IBSA Em Baku, notamos a forma como as equipas entram nos tatames, guiadas por treinadores na frente e uns pelos outros, do primeiro ao último membro da equipa Cada um apoia a mão no ombro do atleta da frente e ninguém fica para trás Essa confiança é acompanhada por uma grande dose de confiança. Ninguém duvida do es­

forço do outro e todos têm certeza de que sua equipe estará lá para eles, sempre Há também uma quantidade incrível de paciência. Todos esperam, que os outros terminem o que precisam fazer, que os tradutores assinem ou falem por eles, que terminem as atividades que talvez os excluam, eles esperam A impaciência parece ter sido banida deste reino, substituída pela to lerância e compreensão genuína O ritmo e o ritmo da vida são diferentes e, como sabemos, diferente não é nem ruim nem menos.

Nesse contexto, passar para um simples relatório das finais torna­se uma leitura inerentemente rica. O Sr. Kamal Mammadov, da APN do Azerbaijão, disse nos que tornar se defici ente pode abalar a crença de uma pessoa de que ela é útil dentro da soci edade Em um evento de equipe de

72

judô, não há dúvida Cada membro da equipe contribui para a experiência da equipe e, quer os indivíduos ganhem ou percam, eles se doam por todo o bem da equipe e essa generosidade de espírito é apreciada e retribuída. Existem muitos desafios do dia­a­dia que aparecem para uma pessoa sem visão, mas nesta arena o desafio é o judô, assim como é no WJT. Os árbi tros e treinadores cuidam do resto.

IBSA World Team Championships

Feminino

No evento feminino, a final foi o mais perto possível. Inicialmente foi empatado, 3­3, entre Ucrânia e Brasil Mesmo sendo dois membros da equipe para baixo ao longo do dia, a equipe ucraniana não permitiu que sua des vantagem os atrapalhasse No sorteio aleatório de uma competição extra pa ra decidir os vencedores gerais, os lutadores J1 57kg foram chamados. Na partida inicial o placar tinha ido para Nikolaychyk (UKR) em apenas 24 segundos, mas na reluta não foi tão fácil e Silva (BRA) encontrou uma nova força interior com a qual lutar contra to dos os avanços No final, porém, o resultado foi do mesmo caminho e com mais de 4 minutos de golden score atrás deles, Nikolaychyk finalmente en controu a posição certa para lançar e marcou waza ari, ganhando o ouro pa ra toda a equipe.

Ouro: Ucrânia Prata: Brasil

Bronze: Turkiye Bronze: IBAS

IBSA World Team ChampionshipsMasculino

Depois de ter vencido por 2­0 em relação às duas primeiras competi ções, a equipa da casa parecia destinada a branquear o evento e a dominar o ouro, mas os homens de

Turkiye tinham outras ideias e equilibraram o resultado em 2 2. Campeão paralímpico em ­81kg Rahimli então deu um passo à frente. Ele havia luta do em ­73kg no torneio individual, mas tomou a corajosa decisão de lutar em 90kg no evento por equipes. Valeu a pena e ele bateu o turco Sevinc por dois waza ari para novamente trazer o Azerbaijão à liderança Em seguida vieram o judoca J1 +90kg, Zakiyev (AZE) e Tastan (TUR) Ambos sentiram a pressão, um para trazer a vitória para casa e outro para salvar sua equipe da derrota. A energia da casa era muito forte e Zakiyev não aliviou nem por um momento com ataque após ataque. O pênalti final para Tastan provocou um grande aplauso das tribunas.

É apropriado que a última final de toda a semana em Baku, do Grand Slam de Baku da IJF ao Campeonato Mundial de Judô da IBSA, tenha visto o ouro trazido para casa para o Azerbai jão Os organizadores fizeram um trabalho fabuloso durante todo o processo, garantindo a igualdade de acesso a todos, independentemente dos desafios enfrentados pelos atletas que competem aqui.

Ouro: Azerbaijão Prata: Turkiye Bronze: Brasil Bronze: Cazaquistão

Medalhas e flores apresentadas pelo Diretor de Educação e Treinamento da IJF, Mohammed Meridja, pelo Di retor Executivo do Comitê Paralímpico Nacional, Sr. Eldar Babayev, pela Dire tora de Esportes de Judô da IBSA, Sara Alvarez, e pelo Diretor de TI de Judô da IBSA e campeão mundial, Sr Ákos Braun

"Ninguém é superior, ninguém é inferior, mas ninguém também é igual. As pessoas são simplesmente únicas, incomparáveis. Você é você, eu sou eu."

73
74
75

Mais uma atleta que tem sua história contada aqui na revista Simplesmente JUDÔ A nossa homenagem nesta edição é para a judoca Alana Maldonado

Nascida em 17 de julho de 1995, na cidade de Tupã, Alana começou a praticar judô ainda criança, aos quatro anos.

Aos quatorze anos, ela foi diagnosticada com a doença de Stargardt, que a fez perder gradualmente a visão. A migração para o esporte paralímpico veio em 2014, quando entrou na facul dade. Em sua estreia nos Jogos Para límpicos, no Rio 2016, Alana alcançou a final da categoria até 70kg e ficou com a medalha de prata e nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, Alana se consagraria novamente, só que com a conquista da medlaha de ouro na com petição. E ela continua com sua carrei ra esportiva em alta, conquistando também duas medalhas de ouro em campeonatos mundiais pela ISBA

Alana se tornou a única atleta do Brasil a ter dois ouros em mundiais no currículo A primeira conquista veio quatro anos atrás, em Odivelas, Portugal Atual líder do ranking, a judoca tentará agora o segundo ouro também em Jogos Paralímpicos Depois do título em Tóquio, a meta é repetir a dose em Paris 2024.

“Comecei a praticar com quatro anos, minha avó trabalhava na academia da cidade, então todos os dias eu estava lá porque ela me levava. Meu tio também é professor de judô, então foi influência da família mesmo”, disse Alana em uma entrevista para o Portal G1.

Apesar dessa “herança familiar”, a judoca de 27 anos, que há oito anos se mudou para a capital paulista depois que se tornou atleta do Palmeiras, re conhece a importância do suporte pro fissional que teve em sua carreira para se tornar uma paratleta multicampeã “O que me inspira é a minha jorna­

76

da, sabe? Foram cinco anos de todo um trabalho que fizemos após a prata no Rio, junto com a comissão técnica. Olhar para trás e ver o quanto a gente melhorou, o quanto a gente buscou evoluir Eu só tenho a agradecer a equipe multidisciplinar da seleção que é incrível, que vem desenvolvendo um trabalho, isso me motiva a cada dia a chegar no topo", completou Alana

A jornada a que se refere Alana e que começou aos 4 anos inclui, logicamente, o duro diagnóstico recebido aos 14 anos de doença de Stargardt, anomalia congênita que provoca a pro­

gressiva perda da visão (raramente to tal) pela degeneração da parte central da retina. Agora, aos 27 anos, Alana possui apenas 10% da visão em cada olho

A mais recente conquista de Alana Maldonado foi em 09 de novembro de 2022, quando conquistou o título de bicampeã mundial paralímpica, em Baku, no Azerbaijão A brasileira venceu a turca Raziye Ulucam na categoria até 70 kg para atletas da classe J2 (baixa visão). No golden score, Alana derrubou a oponente de costas no tatame, cravando um belo Ippon. Eu só tenho a agradecer a todos que estão envolvidos, a todos que es tão comigo no dia a dia. Ao meu clube Palmeiras, à Seleção. Eu sempre falo que a gente entra no tatame sozinho, a gente sobe no pódio sozinho mas por trás tem uma grande equipe. E eu só tenho a agradecer a todos, a todos que torceram por mim, a toda minha família e amigos. E o bicampeonato é nosso!

Desejamos muito mais sucesso na carreira esportiva da judoca Alana Maldonado e que ela continue dando o exemplo para que todos lutem pelos seus ideais

77
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.