Revista Boat International Brasil - Número 006

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PALLADIUM

O IATE QUE REINVENTOU O JEITO DE NAVEGAR EXCLUSIVO!

A NOVA LISTA DOS

100 MAIORES IATES DO MUNDO

MANGUSTA 165 O MAIOR IATE DE FIBRA DE VIDRO JÁ CONSTRUÍDO VERÃO A BORDO 10 DESTINOS IMPERDÍVEIS PARA NAVEGAR NO BRASIL WALLY BETTER PLACE UM VELEIRO COMO VOCÊ NUNCA VIU

ED 06 / R$20,00





BEYOND THE CHALLENGES OF OUR TIME, BEYOND THE BOUNDARIES OF INNOVATION, BEYOND ALL IMAGINATION. DISTINGUISHED BY OUR SOLID FOUNDATIONS WE BRING ITALIAN EXCELLENCE TO THE WORLD ALONG WITH THE VALUES OF A GROUP THAT IS IN A PROCESS OF CONSTANT RENEWAL.






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sumário

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14 Editorial SEM LIMITES 18 NEWS 20

• A nova Schaefer 800 • A lancha Mercedes • Atlantis 58 no Brasil • America’s Cup

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EVENTOS 24

32

• Jade Jagger em Angra • 3º Ferretti Day • Visita à fábrica Sea Ray • Phoenix Festival Alagoas

20

LIFESTYLE 30 Exclusive

• O emblemático colar Zip • Relógio suíço Harry Winston • Montblanc John Lennon

32 Luxury

• Relógio IWC Mercedes • Abotoadura Carrera y Carrera • Amplificador Dan D’Agostino

24

34 Best of the best Brabus B63-620 Widestar

136 Gourmet

• O famoso drinque Campari Negroni • Matrinxã do Tropical Hotel, da Amazônia • Restaurante Signatures, do navio Seven Mariner

140 Estilo

Coleção Cartier Sortilège www.boatinternational.com.br 11


68 BARCOS 36

128

Palladium

Ousadia e modernidade em 311 pés

56 Top 100

Exclusiva lista dos maiores iates do mundo

68 Wally Better Place

Um veleiro à frente do seu tempo

80 Mangusta 165

56

O maior casco de fibra de vidro do mundo

88 Azimut 70

O próximo desafio da Azimut Yachts no Brasil

94 Sea Ray 540 A nova versão de um grande sucesso

36

DESTINOS 100 Nacional

Dez lugares imperdíveis para navegar no Brasil

120 Internacional John Hemingway refaz os passos do avô famoso nas Ilhas Bimini

HISTÓRIA 128 Delphine

100

120

A emocionante trajetória do mitológico iate do fundador da Dodge

CAPA

Barco: PALLADIUM Blohm + Voss



editorial “Um dia é preciso parar de sonhar e, de algum modo, partir” AMYR KLINK

O MAR É O LIMITE No fabuloso mundo dos superiates, nada surpreende mais do que a estonteante evolução dos pés Iates sempre ostentaram poder. No passado, apesar de também servirem para levar a nobreza em segurança durante viagens e como “palácio” flutuante para reuniões de chefes de Estado, o maior propósito dos iates era o de ser símbolo de riqueza. Entre os reis, os primeiros registros de barcos qualificados como iates foram os de Carlos II, que governou a Inglaterra, a Escócia e a Irlanda entre 1660 e 1685, e deu início a uma tradição de “iates reais”, mais tarde copiada por outras monarquias europeias. A partir daí, naturalmente, o desejo por iates cada vez maiores e luxuosos foi crescendo e, hoje, é uma tendência mundo afora. Até o Brasil já tem uma interessante demanda para a compra de iates (ou quase isso...), algo que até pouco mais de um par de anos atrás parecia privilégio de europeus e americanos em geral. Nas próximas páginas desta edição, vamos levar você para dentro de alguns desses maravilhosos superiates do mundo: o Palladium, de 311 pés, que revolucionou os mares; o Mangusta 165, maior casco de fibra de vidro já construído no planeta; o exótico veleiro Wally Better Place, de 164 pés e muitas extravagâncias; e uma nova (e exclusiva) lista dos 100 maiores iates do mundo. Detalhe, nenhum com menos de 240 pés! A partir de agora, você terá uma boa ideia de até onde pode chegar o sonho de navegar em barcos com cada vez mais pés. E vai ter a certeza de que nada se compara à surpreendente imaginação de um dono de iate quando o assunto é sonhar com novas maneiras de ultrapassar os limites. Até porque, para um dono de iate, o mar é o limite Otto Aquino Diretor de redação otto.aquino@boatinternational.com.br

14 www.boatinternational.com.br


A brand of AZIMUT | BENETTI Group.

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BOAT INTERNATIONAL BRASIL Rua Helena, nº 280, 5º andar Vila Olímpia, São Paulo, SP – Brasil – CEP: 04552-050 tel: +55 (11) 3846 2364 www.boatinternationalbrasil.com.br contato@boatinternational.com.br

Edição 06 • Ano 2013

Publisher Caio Marcio Lopes Ambrosio Diretor

de publicação e vendas

Daniel Ambrosio

daniel.ambrosio@boatinternational.com.br

Diretor

de produção

Pedro Ambrosio

pedro.ambrosio@boatinternational.com.br

Diretor

executivo

Caio Ambrosio

caio.ambrosio@boatinternational.com.br

Diretor

de redação

Otto Aquino

otto.aquino@boatinternational.com.br Tradução e redação Antonio Alonso

Diretora Editorial

de

Lifestyle Andrea Funaro

Diretora de arte Júlia Melo Designers Carolina Wegbecher e Beatriz Accioly (estágio) Assistente de produção Kadu Abreu Colaboraram

nesta edição

Alonso Vera, Bugsy Gedlek, Carlo Borlenghi, Daniel Machado, Formas Consultoria (revisão), Francesca Pini, Gilles Martin-Raget, Hélio Magalhães, Marilyn Mower, Michael Maynard e Toni Meneguzzo

Executivo de vendas Gerente de negócios Executivos de negócios

Vitor Matarezio Laki Petineris Paulo Manetta Ricardo Alexandre

Distribuição

Operação em bancas Assessoria EDICASE www.edicase.com.br

exclusiva em bancas Manuseio

FC COMERCIAL E DISTRIBUIDORA S.A. FG PRESS www.fgpress.com.br

BOAT INTERNATIONAL MEDIA LTD First Floor, 41-47 Hartfield Road, London, SW19 3RQ, UK. tel: +44 (0)20 8545 9330 general fax: +44 (0)20 8545 9333 • editorial fax: +44 (0)20 8545 9399 www.boatinternationalmedia.com

Publisher &

ceo

Tony Harris

Publishing director Commercial director Editor Boat International Editorial Director USA

Tony Euden Victoria Lister Tim Thomas Marilyn Mower

Sales

Jeremy Roche

director

Account Germany, eastern med & eastern Europe UK, Benelux & Scandinavia Italy & Spain France & Monaco USA Marketing Operations Manager Advertisement production - London

managers

Nick Dawes Brian Lynch Luca Vasile Lionel Richard Ben Farnborough Tanya de Zanger Kimberly Gonzales Marc Welch Rachel Alcock Lisa Kennett

PUBLICAÇÕES IRMÃS Boat International • ShowBoats International • Boat International Russia Boat International China • Meer & Yachten • Mer & Bateaux • Dockwalk

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sem limites

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Poros, Grécia, 08/08/2012 Era manhã. A bordo do iate White Rose of Drachs, de 65 metros, no percurso da ilha de Poros a Atenas, Joshua Conquest olhou para baixo e registrou esta cena com seus próprios olhos. “O tempo estava incrível, muito calmo”, ele lembra. “Com sorte, o sol estava quase a pino no momento em que os golfinhos apareceram, o que possibilitou também registrar o quanto a água da região é azul e cristalina.”

FOTOGRAFIA: JOSHUA CONQUEST

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news

Made in Brazil Após grande expectativa, a aguardada Schaefer 800 é, enfim, lançada na água Bastante aguardada desde que o estaleiro catarinense Schaefer Yachts anunciou que iria construir seu primeiro barco de 80 pés, a Schaefer 800 finalmente estreou nas águas de Santa Catarina mês passado. A bordo, técnicos e engenheiros do estaleiro fizeram um rápido, mas satisfatório, teste de mar. Classificada pelos seus criadores como “o primeiro iate inteiramente projetado e construído no Brasil”, a nova criação do projetista Marcio Schaefer tem tudo para ser uma das mais luxuosas lanchas já produzidas no Brasil. Com estilo open, com teto solar e convés em um nível, o que permite total integração entre as áreas, a Schaefer 800 foi lançada com 44.500 kg de deslocamento, 3.800 litros de diesel e 1.200 litros de água, totalizando cerca de 49.500 kg.

Os testes de uma hora cada foram realizados em três dias, com mar calmo, na maioria das vezes. “O barco se portou muito bem, com um planeio muito suave, alcançando com facilidade um cruzeiro de 28 a 30 nós e top constante de 34 nós, com picos de 35 e 36 nós.”, comemora Schaefer. “A visibilidade foi perfeita em todos os momentos e o barco contou com uma resposta sem reparos, exatamente como o planejado”, diz. Já a autonomia foi outra alegria. “Na relação custo por milha navegada e velocidade levamos uma enorme vantagem. Os três motores Volvo IPS 1200 provaram ser uma excelente escolha”, explica, reiterando que a Schaefer 800 representa um novo conceito em nível mundial — barcos mais silenciosos e leves, sem perder desempenho e sofisticação.

Algo de novo nas águas A Atlantis 58 acaba de chegar ao Brasil O estaleiro italiano Atlantis Yachts, representado aqui pela First Yacht (www.firstgroup.com.br), escolheu a 6ª edição do Boat Xperience, o salão náutico do Guarujá, que aconteceu mês passado, em São Paulo, para debutar a primeira unidade desta moderna lancha ao público brasileiro. A grande sacada desta 58 pés é o formidável espaço que ela tem no cockpit, aquele maravilhoso espaço que os brasileiros tanto apreciam. Além disso, a capota hard top, com teto solar, e as grandes janelas de vidro nas laterais deram ares sofisticados. Todos gostaram.

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Vem aí a lancha Mercedes Ela terá 45 pés e casco inspirado na famosa série de carros de corrida Silver Arrows A Silver Arrows Marine é uma jovem empresa britânica cujo nome se inspira na série de carros Mercedes-Benz Silver Arrows, que dominou as corridas de automóveis nos anos 30. Dessa curiosidade, nasceu uma parceria entre as duas marcas para a construção desta lancha de 45 pés. “Quando ficar totalmente pronto, será um barco único sob vários aspectos”, garante o porta-voz da Silver Arrows. O design é assinado pela Mercedes-Benz Style, mas o projeto é muito mais ambicioso e conta com os melhores especialistas de outras áreas: além de engenheiros da Mercedes, o famoso engenheiro naval Tommaso Spadolini, que já assinou mais de 200 barcos, entre eles o primeiro a navegar a mais de 70 nós.

GRANDES NOVIDADES Depois de lançar cinco modelos ano passado, a Princess Yachts estreou 2013 com uma nova 52 pés e esta elegante 82 Motor Yacht

Catamarã loft O 85 Sunreef Power terá flybridge e um salão ocupando toda a área útil do convés principal

O ano de 2012 foi histórico para o estaleiro inglês Princess Yachts, que pertence ao maior grupo de artigos de luxo do mundo, o LVHM, dono, entre outras, das marcas Fendi e Louis Vuitton. Além de lançar cinco modelos, entre eles a elegante hard top V39, a menor lancha da linha, mas que faturou, mês passado, o título de melhor Sportcruiser até 45 pés, do IPC Marine Media’s Motor Boat of the Year Awards, o estaleiro debutou 2013 com duas outras grandes novidades. A principal delas é esta aí: a nova 82 Motor Yacht, que não precisará de nenhum esforço para encantar seus fãs. Tem como maior atração os amplos espaços na cabine e o pouco uso de móveis, para justamente dar a sensação de ser um barco maior do que é. Já a V52 está sendo considerada uma das lanchas mais modernas criadas pela Princess Yachts. O casco, por exemplo, usa o processo de infusão e, segundo o estaleiro, é um dos mais leves da categoria.

Como se não bastasse ser um catamarã e ter 25 metros de comprimento, o projeto do 85 Sunreef Power, do estaleiro polonês Sunreef Yachts, tem nada menos que quase a metade disso de largura. Resultado: um salão com quase 300 metros quadrados e que será totalmente aberto, como se fosse um moderno loft. A primeira unidade ainda está em andamento e deve dar ainda mais o que falar quando virar um barco de fato, até o fim do ano.

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news

O espetáculo

da vela

Este ano, a America’s Cup tem tudo para entrar para a história da vela mundial graças aos gigantescos catamarãs de 72 pés, mais velozes do que qualquer outro barco já visto na competição Por: Andrew Rice e Antonio Alonso Jr Fotos: Gilles Martin-Raget/ACEA Vai começar a regata mais cara, mais chique, mais famosa e mais disputada no mundo náutico. A 35ª edição da America’s Cup, o mais antigo troféu em disputa contínua pelo homem (até quem não é banhado pelos oceanos quer participar dela), tem tudo para ser inesquecível. Pela primeira vez, os times vão embarcar em catamarãs de 72 pés, num desfile jamais visto em toda a história do evento, uma espécie de Copa do Mundo do iatismo. Com os novos AC72, ainda mais rápidos e imprevisíveis, as regatas tendem a ser ainda mais empolgantes. A série classificatória, chamada de Louis Vuitton Cup, começa dia 4 de julho e vai até 30 de agosto. Depois disso, o melhor do desafiante enfrenta o defensor Oracle, último campeão, em uma série de regatas no mês de setembro. É esperar para ver. Outra novidade este ano, organizada pelo Boat International Media, será a regata de grandes veleiros de luxo, a The Superyacht Regatta, na etapa em São Francisco, nos dias 9, 11 e 13 de setembro. E a Boat International Brasil estará de perto cobrindo cada detalhe deste evento.

NOVA FROTA O novíssimo Oceanis 55 e outros seis veleiros aportam em Angra dos Reis Mais uma boa novidade para os amantes da vela. A Sailing IMS, importadora oficial dos veleiros Beneteau e Lagoon, apresentou uma parte da nova frota de veleiros que vai debutar este ano em nossas águas. São sete novos modelos à disposição dos velejadores: Oceanis 34, 37, 41, 43, 45, 50 e o mais recente lançamento mundial da marca, o Oceanis 55. Para saber mais, acesse:

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www.sailingims.com.br


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eventos

Ano Novo

em bom estilo O 3º Ferretti Club Day reuniu, em Angra dos Reis, cerca de 100 lanchas para brindar a virada do ano Ao estilo de uma festa de praia, com boa música, gente bonita e muita descontração, o presidente da Ferrettigroup Brasil, Marcio Christiansen, recebeu mais de 800 convidados, entre clientes e funcionários, que vieram em cerca de 100 lanchas, para brindar a chegada do Ano Novo na Isla Privilège, em Angra dos Reis. Ao cair da noite, foram sorteados grandes presentes para os convidados, incluindo óculos Alero, uma pulseira de ouro com o logo do estaleiro, além de um belíssimo relógio Parmigiani, avaliado em mais de US$ 20 mil. Para coroar a festa, um show exclusivo com grandes nomes da música brasileira, como Léo Maia, Claudio Zolli, Simoninha e Sandra de Sá, embalou toda a noite. “Em uma palavra: inesquecível”, disse, feliz, o anfitrião.

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FESTA PREMIADA O anfitrião, Marcio Christiansen, sorteou brindes para os convidados, como este belo relógio Parmigiani, avaliado em mais de US$ 20 mil


Encontro de GIGANTES A equipe de Boat International Brasil vai à Florida e visita as instalações da americana Sea Ray

Ano passado, o grupo americano Brunswick, um dos maiores construtores de lanchas do mundo, inaugurou uma moderna fábrica em Joinville, em Santa Catarina, para fabricar seus bem-acabados barcos no Brasil. Além dos modelos Bayliner, algumas lanchas Sea Ray, famosas no mundo inteiro, também já estão sendo feitas aqui. Felizes com os resultados em nossas águas, a marca americana fez um convite à equipe da Boat International Brasil: conhecer as instalações da Sea Ray, na Flórida, e apresentar os planos futuros para o nosso país. Na visita, além de ver de perto o tão aguardado modelo de 64 pés, que vai representar uma revolução no design nas lanchas Sea Ray, conhecemos a nova 510 Sundancer, que impressiona pelo excelente acabamento —

este, por sinal, uma marca registrada do estaleiro. O padrão de qualidade é rigoroso. Em todos os barcos, nenhuma costura fora da reta é aceitável, por exemplo. No modelo de 51 pés, a novidade fica ao lado do posto de comando. A escada de acesso ao deque inferior é aberta e posicionada abaixo do para-brisa, o que cria quase que um pé-direito duplo no salão, fator geralmente encontrado apenas em barcos bem maiores. Outra boa surpresa foi encontrar o brasileiro Roberto Cox, diretor de operações para América Latina e Caribe. Há 12 anos à frente da Sea Ray, Roberto reforçou o conceito da marca, mostrou detalhes da infraestrutura e deu uma boa ideia de tudo o que ainda será implantado na planta do Brasil. Sim. Mais novidades virão por aí.

NO CAPRICHO O padrão de qualidade é uma das características mais marcantes das lanchas Sea Ray. No topo, a equipe da Boat International Brasil e outros jornalistas do mundo

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eventos

Para relaxar O Nikki Beach é o novo point dos brasileiros no Caribe Por Andrea Funaro

SERENE, NONO MAIOR IATE DO MUNDO, EM ST BARTH

MAIKA E DELCIDIO AMARAL GOMES

VANESSA E DANI GLAS

A ilha francesa de Saint Barthélemy (muito mais conhecida pelo informal apelido de St. Barth) é simplesmente a mais charmosa de todo o Caribe. É lá que fica o clube de praia Nikki Beach, na Praia de St. Jean, que oferece um extenso cardápio de frutos do mar e outras especiarias. À beira-mar, a casa reúne sempre muita gente descolada, como Beyoncé, Ashton Kutcher, Demi Moore, Mariah Carey, entre outros. A Boat International Brasil esteve lá para conhecer suas disputadas espreguiçadeiras e encontrou alguns brasileiros. Todos, obviamente, felizes da vida.

FRANCESCA PINI

BETH SZAFIR E FABIO ARRUDA

Confraria das mulheres

CHEFE MARCELO SAMPAIO E MARINA DE SABRIT ENTRE MODELOS DA PARMIGIANI E AL & RO

Um grupo de elegantes mulheres brindou a chegada do verão no lounge da Ferretti Por Andrea Funaro Fotos Alvaro Toledo Ambientado com móveis da designer italiana Paola Lenti, o encontro Confraria das Mulheres comemorou a chegada do verão e do Ano Novo no lounge Tools & Toys, do estaleiro Ferretti, no Shopping Cidade Jardim. A bonita mesa, com frutas e outras delícias, foi preparada por Bruno Zani, e o cardápio assinado pelo chef Marcelo Sampaio. A equipe da Boat International conferiu de perto.

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ANTONIA MONTEIRO DE BARROS,MELISSA OLIVEIRA,TATIANA MONTEIRO DE BARROS E ANDREA FUNARO



eventos

Jezebel no Brasil Jade Jagger, filha do rockstar Mick Jagger, animou a versão brasileira da mais famosa festa de Ibiza Fotos Wagner Emerich/Wanderson Monteiro Designer de joias, ex-modelo, socialite e também festeira de primeira, Jade Jagger aterrissou na Isla Privilège, em Angra dos Reis, para comandar a versão brasileira da famosa Jezebel, uma das festas de maior sucesso no verão em Ibiza. E aqui não foi diferente. O badalado DJ britânico Luke Howard animou a pista de dança da ilha balada com uma mistura de disco, electro, pop e rock. Já a filha de Mick Jagger, ficou à vontade entre os amigos brasileiros, como o apaixonado pelas noites cariocas, Thor Batista, filho do empresário Eike Batista. JADE JAGGER E AMANDA CHANG

MARCELO MACHADO, OCTAVIO FAGUNDES E LETÍCIA MACHADO

LUANA GERHEIN

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LUKE HOWARD

LUIS TEPEDINO E GLENDA KOZLOWSKI



exclusive

por Andrea Funaro

O mais precioso

dos zíperes O Zip, lançado nos anos 1950, é um dos colares mais emblemáticos da joalheria francesa Van Cleef & Arpels. Nasceu após um pedido especial da Duquesa de Windsor, Renée Puissant, e faz sucesso até hoje na alta joalheria mundial. Trata-se de um colar em formato de zíper, ou seja, é perfeitamente possível usá-lo aberto ou fechado. A atriz americana Ginnifer Goodwin, famosa pelos filmes românticos O Sorriso de Mona Lisa e O Noivo da Minha Melhor Amiga, é uma das clientes da marca. Na foto, ela usa um modelo com turquesas e chrysoprases, combinando com o lindíssimo vestido verde de Alexander McQueen.

www.vancleef-arpels.com

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Sinta-se um

compositor Entre as várias homenagens ao redor do mundo, a Montblanc lançou três edições especiais de canetas em homenagem a John Lennon. Chama-se Montblanc John Lennon Commemoration Edition 1940, que faz referência ao ano de nascimento do exBeattle e à quantidade de peças produzidas. A caneta tem uma pedra de tansanita azul, que coroa o clipe inspirado na guitarra, em alusão aos famosos óculos azuis de Lennon. Apresenta também uma série de gravuras simbólicas, incluindo a data de lançamento da música Imagine (02/10/1971), assim como a assinatura na forma de autorretrato. Além disso, a pena de ouro, com a ponta banhada a ródio, traz o sinal tantas vezes traçado com flores: o símbolo da paz.

www.montblanc.fr

Relógio para a

vida toda A famosa marca de relógios suíços Harry Winston lançou uma edição limitada da coleção Ocean Sport, inspirada nos amantes do fundo do mar. Os novos modelos têm opções para homens e mulheres, são à prova d’água até 200 metros e usam metais nobres nunca antes usados em outros relógios no mundo, como o zalium, uma liga especial de zircônio que é ultrarresistente e leve. Quem é apaixonado por relógios não vai resistir.

www.harrywinston.com

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luxury

por Andrea Funaro

Bagagem

com classe Para viagens rápidas ou visitas à academia, as bolsas de couro são sempre muito confortáveis para levar seus pertences. Apresentamos aqui três boas opções: 1) A primeira linha da Loius Vuitton, batizada de Monograma, dedicada aos homens; 2) Men Goldmark, a nova mochila de couro granulado da Gucci e 3) a elegante bolsa unisex da Hermès.

GUCCI

cerca de US$ 2,4 mil

www.gucci.it

HERMÈS

cerca de ¤ 2,3 mil

www.hermes.fr

LOUIS VUITTON cerca de US$ 1,4 mil

www.louisvuitton.fr

Hora com

(muito) estilo De relógio, os suíços entendem. Mês passado, o Salão Internacional de Alta Relojoaria, em Genebra, apresentou a nova família de relógios Ingenieur, da IWC Schaffhausen, que firmou uma parceria com a Mercedes AMG Petronas. Os modelos são inspirados nos carros de Fórmula-1, com muito titânio e carbono, mas também caem como luva nos pulsos dos amantes do mar Cerca de US$ 16 mil

www.iwc.com

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Joia masculina Abotoaduras dizem muito sobre a personalidade de um homem. São peças simples, mas que dão um toque fashion no figurino e podem ser usadas em praticamente todas as ocasiões, desde visual mais despojado aos mais clássicos. Estas, da Carrera y Carrera, são de prata e têm símbolos que identificam a marca. www.carreraycarrera.com

Boa música

a bordo

Com 300 watts de potência, o amplificador estéreo Momentum, da marca Dan D’Agostino, é um dos melhores do mundo. Primeiro, porque é um dos únicos feitos à mão, um a um, o que garante ainda mais qualidade ao som. Também, graças aos seus eficientíssimos dissipadores em cobre, tem consumo de energia bem baixo: apenas 1 watt. E, graças à topologia do circuito interno, com transitores de saída de 69 MHz, apresenta um baixíssimo nível de ruído enquanto está funcionando. E ainda pode ser usado até como peça de decoração: vem com um exclusivo mostrador com ponteiro analógico, inspirado nos relogios suícos, que garantem ainda mais precisão cerca de US$ 25 mil

www.ferraritechnologies.com.br

Som de qualidade O Monster Beats Pro não é um fone de ouvido qualquer. Além de almofadas laváveis e de oferecer uma entrada extra, para compartilhar seu som com um amigo, por exemplo, tem um isolamente acústico incrível, bloqueando de maneira ímpar os ruídos externos. Para os profissionais e amantes do bom som, um recurso extra: permite ouvir os baixos das músicas em extrema definição e os agudos com uma clareza infinitamente maior que os fones convencionais. cerca de R$ 3 mil

www.beatsbydre.com

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BEST OF THE

best

Brabus

B63-620 Widestar Um “jipe” com conforto de sedã de luxo e dirigibilidade de esportivo

O conflito entre conforto e esportividade é quase tão antigo quanto a própria criação do automóvel. A rigor, quando desenvolvem a suspensão, os projetistas têm de optar entre uma calibragem de características firmes ou macias. Se forem firmes, a condução será mais segura e o motorista terá maior controle do carro, mas perderá em conforto. Se forem macias, a pilotagem será suave e o motorista ficará mais relaxado ao volante, mas perderá contato com o carro. Esse tipo de “problema” acabou no off-road de luxo Brabus B63-620 Widestar, inspirado no consagrado Mercedes-Benz G63 AMG, que já vem equipado

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com suspensão inteligente – uma experiência cada vez mais apreciada por amantes de grandes carros. O sistema funciona com o auxílio de microprocessadores, que controlam todos os movimentos da carroceria. Os engenheiros capricharam também no motor desta máquina. Além de escapamento quádruplo de alumínio nas laterais, o coração do imponente Brabus abriga um modelo 5,5 litros V8 biturbo, que produz 620 cavalos de potência, acelerando do repouso a 100 km/h em apenas 5,1 segundos. Se o Brabus fosse uma lancha, certamente seria uma offshore, só que acrescida de muito conforto. Resumindo: um carrão.


COMO FUNCIONA Acionando este botão, um sistema eletrônico do Brabus reduz as oscilações da carroceria provocadas pelas irregularidades do piso, bem como pelas arrancadas, frenagens e curvas, por meio da aplicação de forças contrárias que compensam as oscilações. O motorista nem percebe a dianteira levantar nas arrancadas, tampouco mergulhar nas freadas bruscas. Da mesma forma, não sente a carroceria inclinar nas curvas.

O que mais impressiona no Brabus, além do estilo arrojado da carroceria, é a explosão de sua velocidade: chega aos 100 km/h em 5,1 segundos - o que é mais do que bem vindo em qualquer esportivo. E, como se trata de um legítimo (e requintado) Mercedes, o interior é sinônimo de elegância”

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O IATE DA MODA Repleto de inovações e boas soluções, o Palladium está revolucionando o universo dos grandes iates. Trata-se de um sonho que todo mundo gostaria de ter - ou, pelo menos, conhecer um dia

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Palladium UM SUPERIATE COMO POUCOS Poucos grandes iates têm uma aparência tão ousada e, ao mesmo tempo, moderna quanto o fabuloso Palladium. Não é à toa que, logo quando foi lançado ao mar, há pouco mais de um ano, este gigante de 311 pés imediatamente virou capa de revistas de barcos no mundo inteiro – e agora também da Boat International Brasil. A explicação que faz deste superiate um dos mais falados (e laureados) dos oceanos é encontrada nas páginas seguintes. Surpreenda-se! Por Marilyn Mower Fotos Michael Maynard e Bugsy Gedlek

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O Palladium não representa uma evolução em design de iates. Ele é uma espécie inteiramente nova no mundo. Não há nada igual a ele navegando nos oceanos

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PAL L ADI U M

Na hora marcada, a lancha de apoio, construída sob medida pela Cougar Marine, estava me esperando no bonito cais da Vilanova Grand Marina, a cerca de 40 quilômetros de Barcelona. O sol escaldante do pleno verão espanhol tornou o elegante hardtop da lancha ainda mais atraente. Nem bem pisei a bordo, a primeira coisa que procurei foi abrigo sob a sombra daquele convidativo teto rígido, mas foi só o tempo de eu me sentar e ser tocada dali de volta ao convés. O convite irrecusável foi de Mark Smith, sócio de Michael Leach no escritório britânico Michael Leach Design. O simpático Smith não queria que eu perdesse nenhum detalhe do tênder de 30 pés, um dos dois que o Palladium leva a bordo; da posição dos corrimãos de embarque à luz de popa multifuncional,

dos para-brisas escamoteáveis nas duas estações de comando às diversões eletrônicas personalizadas, da capota de abertura instantânea às formas únicas das janelas. “Olhe para isso”, “aqui tem outra coisa”… A metralhadora de Smith não parou um minuto sequer durante a rápida travessia, até que ele fez uma pausa para tomar fôlego, olhou para cima e disse: “Oh, lá está ele”. Ele, no caso, era a visão de um leque de vidro de dois andares refletindo a imagem contínua do sol brilhando sobre o Mediterrâneo: o Palladium, 95 metros do que há de mais moderno em design de iates no mundo. O Palladium, com seu imponente casco de aço e superestrutura de alumínio, estava realizando seus testes de mar e navegou para nos encontrar, mais ou menos 1 milha mar adentro. Nenhuma das

DO LAZER AO SERVIÇO O Palladium é praticamente rodeado por grandes plataformas, que servem tanto para a movimentação dos tripulantes quanto sentir o vento no rosto

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CONFORTO NO TOPO No nível mais alto do Palladium, há um ambiente com gostosos solários. E é ali, ao sabor dos ventos e sob o sol, que todo mundo gosta de ficar

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fotos publicadas pelo mundo até aquele dia fazia jus ao que é, de fato, este barco. O capitão da nossa lancha de apoio nos presenteou com uma volta completa em torno da nave-mãe, cujas formas únicas, deslumbrantes e complexas se revelam nas dramáticas sombras que projetam. O Palladium não representa uma evolução em design de iates, mas, sim, uma espécie inteiramente nova. Seus projetistas, Leach e Smith, são designers industriais com larga experiência em automóveis. O background em fólios, fins e aerodinâmica deu uma visão diferente à dupla e o proprietário, embora não seja novato com grandes iates, teve a chance de construir seu primeiro barco partindo do zero, do projeto ao acabamento.

A escolha de Michael Leach como projetista não foi por acaso. Ele foi o designer do barco anterior, o Solemar, de 61,5 metros. Sua missão desta vez foi modernizar o desenho, criando um novo iate. Fugindo das linhas geométricas, ele se inspirou no oceano. “Os ângulos do iate foram tomados da natureza e das criaturas do mar”, diz ele. “O nome do projeto era Orca. O mastro, assim como a barbatana dorsal de uma baleia, fica cuidadosamente com a ponta posicionada para trás”, completa. Uma série de formas ondulantes da superestrutura lembra a potência hidrodinâmica de um golfinho, com curvaturas que são suaves, mas propositais, enquanto toldos circulares no convés do proprietário foram inspirados em medusas-da-lua.


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No comeรงo, o nome do projeto era Orca. O motivo? O mastro, assim como a barbatana dorsal de uma baleia, fica cuidadosamente com a ponta posicionada para trรกs

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Fugindo do layout típico de qualquer outro iate do mundo, a equipe de designers criou a versão flutuante de um clube privado, com uma piscina ao sol no convés principal, grande quantidade de assentos casuais e áreas para descanso

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COMANDO NO COSTADO Para compensar a ausência de um flybridge, o capitão tem à disposição um moderno posto de comando, mas que fica sobressalente ao casco, no costado. No mínimo, diferente

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O Palladium também foi concebido para atender ao estilo de vida do proprietário, que é um amante dos esportes náuticos e pediu, entre outras coisas, que a distância entre o deque externo e o mar fosse curiosamente encurtada, justamente para manter todos os convidados próximos nesse espaço. “Nós conhecemos o proprietário há vários anos e passamos um tempo a bordo de seu iate anterior, observando e aprendendo com sua equipe”, diz Leach, que acrescenta que não houve nenhum briefing do proprietário. “A missão era desenharmos o iate definitivo para as necessidades que ele tinha”, completa. Fugindo do layout típico de qualquer outro iate, o estúdio criou a versão flutuante de uma espécie de clube local privado, com uma piscina ao sol no convés principal, grande quantidade de assentos casuais e muitas áreas para descanso, tanto sob o sol quanto sob elegantes coberturas

curvas em forma de medusa. A piscina, por sinal, com 6 metros de comprimento, tem hidromassagem de um lado e uma máquina que cria ondas e correnteza do outro. Boa parte da estrutura é rebaixada e fica abaixo do nível do convés principal, o que torna fácil embarcar neste sonho. Isso também significa que a piscina central não perturba o campo de visão de quem está nos assentos da parte posterior do deque nem o campo de visão à ré de quem está no salão. Para preservar a elegância do estilo de vida nessa área, o deque se eleva um pouco sobre a plataforma de banho na popa e sobre o ponto de embarque do tender, escondendo o lançamento e embarque dos jets e servindo ainda como uma varanda com excelente vista. “Nós não colocamos um beach club lá em baixo, porque é um espaço técnico, mas seria perfeitamente possível”, diz Smith. A parte central da plataforma de banho, uma área de cerca


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A impressionante piscina tem hidromassagem de um lado e uma máquina que cria ondas e correnteza do outro. À noite, o deque se transforma em pista de dança, com direito a muitas luzes e até um DJ para animar o ambiente

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Outra grande surpresa do Palladium só pode ser vista assim, depois que o sol vai embora. Todo o enorme casco é fantasticamente iluminado por lâmpadas subaquáticas azuis, que costuma arrancar rasgados elogios por onde passa www.boatinternational.com.br 47


IMPONENTE O Palladium tem 95 metros de comprimento (4 mil toneladas!) e uma tripulação composta por cerca de 30 pessoas

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de 12 metros quadrados, pode ainda ser rebaixada e inclinada para a frente para facilitar o lançamento e embarque dos brinquedos náuticos, que são muitos. Deixando para trás o espaço técnico, a plataforma de banho dá acesso aos deques laterais, passando pelos cantos da popa, em que chuveiros foram discretamente instalados. O mesmo caminho leva à garagem dos tênderes, em que ficam nada menos do que 11 pranchas de windsurf e 14 jets. O casco tem três portas laterais para o lançamento do tênder, uma a meia altura, que acompanha o perfil do casco, e outras duas, uma acima e outra abaixo. O tender é lançado com as três portas abertas e dobradas para fora. No entanto, é possível deixar apenas a porta do meio recolhida, protegendo o casco das ondulações mais severas, mas permitindo acesso direto e rápido à garagem para quem está nos jets. A grande jogada desse design é

que uma passagem escondida avante e à ré a bombordo liga as acomodações da tripulação à garagem; portanto, os tripulantes não precisam passar pela piscina do proprietário para chegar aos tênderes ou à plataforma de popa. Retomando o assunto do clube local, avante da área da piscina, no convés principal, fica uma sala de cinema com uma tela de plasma de 105 polegadas. Durante o dia, este é um espaço bem iluminado, com janelas que vão praticamente do chão ao teto e anteparas muito baixas. À noite, o deque da piscina se transforma: uma máquina de fumaça e muitas luzes animam o ambiente e um DJ controla a diversão a partir de uma estação que fica dentro do salão. À frente, um grande spa se mostra a bombordo, enquanto, no lado oposto, um átrio espetacular convida os ocupantes das seis suítes do convés principal. Um teto de vidro sobre a academia mantém o átrio todo a céu aberto.


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SE O BARCO DE APOIO É ASSIM, IMAGINE O RESTO... Difícil explicar de onde veio a inspiração dos projetistas do Palladium para criar este barco de apoio, que está longe de ser enquadrado na categoria dos simples botes. Trata-se de um barco tão interessante e benfeito que não faz nada feio como lancha de passeio. Além do design tão futurista quanto o da nave-mãe, ele dá um show de aproveitamento de espaços, parecendo ser maior do que é. O posto de comando fica isolado na proa, justamente para liberar mais espaço (leia-se conforto) no enorme salão climatizado e envidraçado até o teto, que ocupa praticamente todo o casco e tem sofás que mais parecem poltronas da primeira classe dos aviões. É um meio-termo entre apoio e passeio, mas poderia ser usado das duas maneiras — não fosse o dono do Palladium ter o iate sempre à disposição.

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Se elegância é, acima de tudo, evitar os excessos, o Palladium tem tudo para encher páginas e páginas das melhores revistas de decoração. Bom gosto e estilo atual embarcam juntos neste superiate 50


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Todos os cantos das portas são chanfrados, criando um triplo selo para eliminar a transmissão de som entre as cabines e os espaços públicos. As paredes e os pisos são de mármore, importado adivinhe de onde? Brasil

CINEMA A BORDO À noite, um dos ambientes mais disputados com a pista de dança do convés é esta sala acima, que abriga uma tela de 105 polegadas

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A expressão ‘janelas para o mundo’ é especialmente oportuna para as suítes de hóspedes do Palladium, cujas janelas atingem as aberturas máximas possíveis no casco. Graças à sua organização horizontal e empilhada, as melhores vistas externas se mostram tanto para quem está sentado quanto para quem está em pé. Discretos jatos d’água externos expulsam constantemente o sal das janelas e mantêm a vista livre sempre. Os móveis, assinados pela famosa empresa britânica Silverlining, fazem muito bem o papel de coadjuvante, com linhas fluidas e discretas, contra o fundo texturizado das paredes e do teto. No lugar de banheiras, comuns para os britânicos, todas as suítes de hóspedes têm áreas de banho muito grandes (cerca de 3 metros quadrados), capazes de despejar verdadeiras pancadas de chuva eletronicamente controla-

das. Como não poderia faltar, um toque brasileiro: as paredes e pisos são de mármore Bianco Brasil, originário da Bahia. A área de estar ao ar livre e o solário da proa, com espaço apropriado para pousos de helicóptero, são acessíveis a partir dos aposentos do proprietário, por meio de portas de bombordo e estibordo. O vidro é usado consistentemente para fazer a ponte entre os espaços interiores e exteriores por todo o barco e aqui também, com baluartes mantidos propositalmente baixos para permitir excelente vista. A parte central da sala, dominada por 12 claraboias, tem quase 4 metros de altura no centro e cerca de 3 metros nas laterais. Dois grandes closets separam a entrada dos aposentos de seu corredor de 11 metros até o átrio. Há até uma grande suíte da babá, logo atrás da suíte máster, que pode ser aberta e ligada a um dos closets, criando mais espaço para um futuro casal de proprietários.


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O Palladium é cheio de surpresas. O projeto parece ter sido guiado por uma série de perguntas do tipo “e se…?”, cabendo à tecnologia dar as respostas. Esta embarcação é também o símbolo de um proprietário que só está interessado no melhor de tudo. Como diz Alastair Brigham, gerente de projeto do proprietário, “investi seis anos da minha vida. A questão não era apressar, era atingir a excelência. E o estaleiro se superou, criando as soluções mais elegantes para cada um dos problemas de engenharia.” Para ele, a simplicidade nunca fez parte do projeto. “Nós sabíamos que o iate teria mais de 3 mil toneladas de arqueação bruta e cairia nas regras de navegação internacional da SOLAS. Por isso, buscamos sempre o limite mais alto. E eu acho que posso dizer que até ultrapassamos o mais alto, seja lá o que isso significa”, completa.

LUXO AO EXTREMO No lugar de banheiras, as suítes (que mais parecem apartamentos inteiros), como a do proprietário (acima) têm áreas de banho enormes, com cerca de 3 metros quadrados

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OS FABULOSOS NÚMEROS DO PALLADIUM Comprimento total 95,1 m (311 pés) Comprimento na linha d’água 83,98 m Boca 16,22 m Calado 4,4 m Deslocamento 3,998 t Tanque de combustível 480 mil litros Tanque de água 102 mil litros Capacidade de convidados 16 pessoas Capacidade de tripulação 34 pessoas Velocidade máxima 19 nós Velocidade de cruzeiro 16 nós Autonomia a 16 nós 5 mil milhas náuticas Geradores 3 x Caterpillar 3508 @ 800kW Motores 2 x MTU 16V 595 TE70L Design interior e exterior: Michael Leach Design Arquitetura naval: Blohm & Voss Construção: Blohm & Voss/2010

E O OSCAR VAI PARA... A maior prova de que o Palladium é, de fato, um iate surpreendente é a quantidade de troféus que conquistou no ano em que foi lançado na água. Ao todo, foram quatro estatuetas – todas merecidíssimas. A iniciativa partiu do cobiçado concurso ShowBoats Design Awards, que premiou este fabuloso iate com o Golden Neptunes – uma espécie de Oscar náutico – nas principais categorias: desenho do casco e do interior, móveis e até o de melhor barco de apoio, que, de tão especial, por sinal, mereceu até um espaço próprio nesta reportagem.

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RANK NoME

comprimento

RANK NoME

Eclipse

533' 2"

2

Topaz

483' 1"

5 Prince Abdulaziz 482' 3"

6

7 Al Salamah

457'

8 Rising Sun

452' 9"

9 Serene

439' 4"

10 Al Mirqab

437'

11 Octopus

414'

12

Katara

408' 2"

13 Savarona

407' 9"

14 Alexander

400' 1"

15 A

390' 5"

381' 11"

17= Issham al-Baher 379' 9"

17= Atlantis II

379' 9"

20 Pelorus

375' 8"

Dubai

RANK NoME

comprimento

531' 6"

3 Al Said

508' 6"

ne w

1

comprimento

4

16

Turama

El Horriya

478'

1-20 19 Luna 56

377' 4"


r e t r anc a

OS maiores iates do mundo A Boat International Brasil teve acesso à nova (e exclusiva) lista dos mais espetaculares grandes iates do planeta. Veja e surpreenda-se Texto Diane M. Byrne Lista Compilada Por Raphael Montigneaux

Todos os anos, a exclusiva lista Boat International dos 100 maiores iates do mundo traz gigantes cada vez maiores. Dessa vez, computando todos os iates entregues até o fim de 2012, nove embarcações entraram na lista. Vale a pena olhar de perto esses nove estreantes. O maior novo membro, por exemplo, o Topaz, de 482 pés, tem nada menos do que 40 metros a mais do que o maior estreante do ano passado (o Serene, de 439 pés). Os dois “menores” novatos da lista, o Sea Stallion (lançado como Smeralda) e o Venus, têm mais de 250 pés. É difícil de acreditar e não ficar impressionado ao perceber que iates de 240 pés (isso mesmo, 240 pés!) não atingem mais o índice para figurar na lista dos 100 maiores.

Tudo isso levanta uma pergunta: o mundo vive uma tendência rumo aos iates ultragrandes? Alguns argumentam que é um equívoco acreditar nessa tendência. Eles acreditam que o que estamos vendo é simplesmente a evolução natural da produção de grandes iates. Mas, também, há bons contra-argumentos do outro lado. O fato é que um punhado de estaleiros, principalmente na Europa, mudou nos últimos anos, mirando um público-alvo que deseja iates de mais de 60 metros (cerca de 200 pés). Tão importante quanto isso: esses estaleiros, bem como alguns dos melhores projetistas da indústria náutica, estão assinando contratos e apresentando projetos de iates ainda maiores, com mais de 100 metros, ou 328 pés. E estão atraindo interesse.

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comprimento

RANK NoME

comprimento

RANK NoME

comprimento

21 Le Grand Bleu

370' 1"

22= Dilbar

360' 11"

22= Radiant

360' 11"

24 Lady Moura

344'

25 Loaloat al-Behar 340' 9"

26 Attessa IV

331'

27 Christina O

325' 3"

28 Carinthia VII

318' 11"

29 Sea Cloud

316' 1"

30 Limitless

315' 9"

31 Vava II

315'

32 Palladium

314' 11"

33 Indian Empress

311' 8"

34 Mayan Queen IV

305' 11"

35

297' 3"

37 Nahlin

296'

38 Ice

295' 7"

39 Phoenix2

295' 4"

40 Lauren L

295' 3"

ne w

RANK NoME

36

Dubawi

Tatoosh

303' 3"

21-40 58


r e t r anc a

Quem é quem O Brasil conhece muito pouco os estaleiros que fabricam esses gigantes. Para o ano de 2013 ainda não estamos preparados para receber grandes iates por aqui. Faltam marinas, faltam serviços, muitas vezes falta o apoio básico. Por isso, mesmo os mais tradicionais estaleiros de megaiates ainda são pouco conhecidos por aqui. Com os novos, é ainda pior. Um dos estaleiros que entraram de cabeça nesse segmento é o Oceanco. Não é à toa que ele tem dois lançamentos entre os Top 100 de 2012, o Nirvana e o Projeto Y708 (o nome real ainda está sendo mantido sob sigilo). O Nirvana tem 290 pés, enquanto o Y708 não passa de um “modesto” 281 pés. Se você ficou surpreso pelo fato de o Nirvana ser parecido com outro Oceanco da lista, o Anastasia, é porque ambos foram desenhados por Sam Sorgiovanni. Sorgiovanni também criou os interiores de ambos, mas há diferenças marcantes. Enquanto o Anastasia segue a linha de uma casa de praia, o proprietário do Nirvana optou por algo mais próximo a uma floresta tropical, com bambu, teca, eucalipto e outras madeiras, além de mobília com um toque indonésio e balinês e carpetes personalizados com estampas de folhas. Enquanto o misterioso Y708, sabe-se que as linhas exteriores são de Igor Lobanov e a decoração de Alberto Pinto. Detalhes sobre o interior são guardados a sete chaves, mas um detalhe conhecido é que ele tem acomodações para 14 convidados. O Nirvana e o Y708 não são os únicos grandes projetos da Oceanco. No início de 2011, o presidente da empresa, Mohammed Al Barwani, estava sendo sondado para a construção de um barco de mais de 328 pés. Só no fim do ano passado, chegou a notícia de que a Oceanco estava produzindo não um, mas dois iates desse tamanho, incluindo seu primeiro veleiro. Este último mede 354 pés, o que vai fazer dele o maior iate à vela do mundo, quando for entregue, em 2015. De maneira apropriada, ele vem sendo chamado de Solar, já que será equipado com painéis de energia solar, entre outras tecnologias ecológicas. Evoluído a partir de um projeto menor de Ken Freivokh, o iate foi redesenhado por Nuvolari-Lenard. Moran Yacht & Ship, que representa o proprietário, confirmou que o iate terá uma mastreação DynaRig, semelhante à do famoso Maltese Falcon. O iate a motor será maior ainda, 361 pés. Embora não seja o maior do mundo em sua categoria, será o maior iate cons-

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sea cloud

Top 10 GIGANTES DA VELA RANK NOME

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

COMP

ESTALEIRO

Sea Cloud

316’ 1”

Friedrich Krupp Germaniawerft

Maltese

288’ 9”

Perini Navi

EOS

271’

Lürssen

Athena

260’

Royal Huisman

Mirabella V

246’ 9”

Vosper Thornycroft

Phocea

246’ 5”

DCAN

Vertigo

220’ 6”

Alloy Yachts

Aglaia

216’ 6”

Vitters

Pilar Rossi

211’ 1”

Alukraft

Felicità West

210’

Perini Navi

truído na Holanda quando ficar pronto, em 2016. O nome de Igor Lobanov aparece mais uma vez assinando as linhas externas, enquanto Sam Sorgiovanni está a cargo do interior. Outro estaleiro holandês, a Feadship, provavelmente o nome mais conhecido por aqui, colocou dois novos nomes na lista. O Hampshire II, com 258 pés, e o Venus, com 257. Este último foi um dos lançamentos mais célebres do ano passado. Isso porque foi o iate que o dono, Steve Jobs, nunca chegou a ver. Seu estilo incomum, projetado por Philippe Starck, também chamou à atenção. O Venus abusa dos vidros e tem um deque superior falso, que esconde os equipamentos de comunicação e as antenas de TV.

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comprimento

RANK NoME

comprimento

41 Nirvana

290' 4"

42 Asean Lady

289' 2"

43= Quattroelle

288' 9"

43= Maltese Falcon

288' 9"

45= Fountainhead

288'

45= Musashi

288'

47 Arctic P

287' 4"

48 Ace

285' 5"

49= Kingdom 5KR

282' 2"

49= Seven Seas

282' 2"

51 Ecstasea

282'

52= Y708

52= Cakewalk

280' 10"

54 Sunrays

280' 6"

55 Vibrant Curiosity 280' 5"

56= Delma

280'

56= Moonlight II

280'

58 Pacific

279' 6"

59 Valerie

278' 10"

60 EOS

271'

comprimento

ne w

RANK NoME

ne w

ne w

ne w

RANK NoME

280' 10"

41-60 60


r e t r anc a

Mas a Holanda não joga sozinha nesse campeonato. Um punhado de estaleiros alemães também entrou em campo mostrando ânimo para este ano. Um dos mais famosos é o Lürssen, que tem quatro fábricas, todas projetadas para a construção grandes projetos. A planta de Rendsburg é a mais modesta, fabrica iates “só” de 197 a 295 pés. No extremo oposto está a fábrica de Aumund, especializada em projetos de até 328 pés e que tem um píer flutuante medindo 722 pés (se você perdeu a conta, são 220 metros – maior do que a soma dos píeres de muitas marinas no Brasil). Michael Breman, diretor de vendas do estaleiro, não acredita que exista uma “moda” de atração pelos gigantes. Para ele, os compradores estão se sentindo mais confortáveis com barcos maiores. “O que mudou foi o conceito do que é grande”, diz ele, lembrando que, num passado não muito distante, um barco de 160 pés era considerado enorme. “Para nós, business as usual”, diz Breman. Com certeza não é nada fora do comum para a Lürssen. Esse foi o estaleiro responsável pela Limitless, de 316 pés, em 1997, pela Al Salamah, de 457 metros, em 1999, e pela impressionante Al Saïd, de 508 pés, em 2008. Todos eles ainda muito bem colocados no Top 100. Isso sem falar na Topaz, desenhada por Tim Heywood e entregue pela Lürssen em agosto passado, marcando seu segundo maior iate até hoje, superado apenas pela Al Saïd. Em outubro, o estaleiro realizou os testes de mar da Quattroelle, de 289 pés, e a terceira contribuição do estaleiro para a lista deste ano é a Ace, de 279 pés, cujo projeto completo é assinado pela Andrew Winch Designs. Outros projetos de tamanho respeitável continuam nos livros de pedidos da Lürssen, incluindo a Global, de 285 pés, e o Azzam, de 591. Em outra parte da Alemanha, a Nobiskrug também está de olho nesse mercado, focando a faixa de 60 a 200 metros (197 a 656 pés). Embora ela esteja representada no Top 100 por apenas um iate, o Tatoosh, de 303 pés, em breve ela terá um segundo. Trata-se do secreto “casco 787”, que a equipe diz ter cerca de 330 pés de comprimento. A Nobiskrug não está autorizada a dar o tamanho exato, nem quaisquer outros detalhes neste momento. Pode ser surpresa para alguns, mas os Estados Unidos estão claramente atrás nessa disputa. A Palmer Johnson assinou dois contratos no início do ano passado, o Projeto Stimulus e o Projeto Hermes, um com 210 pés e outro com 215 pés. Ambos ficam longe do maior iate já construído nos Estados Unidos, o Cakewalk, de 281 pés, mas são os maiores Palmer Johnson. Mais ao sul, a Trinity Yachts

entregou o Bacarella, de 196 pés, em 2009, e o Areti, de 198 pés, no início deste ano. E enquanto esta revista estava sendo impressa, a Trinity dava os retoques finais a seu novo projeto, um 242 pés, que será a maior embarcação já feita pelo estaleiro. O Brasil, embora seja líder na América Latina na produção e comercialização de barcos de lazer, ainda está muito atrás desses números. Um dos principais empecilhos é exatamente a falta de marinas e estrutura. O Hemisphere 140, que está sendo construído no Guarujá pela MCP Yachts, será o maior iate já construído nas Américas ao sul da fronteira dos Estados Unidos. Mesmo assim, ficará a mais de 100 pés da marca necessária para entrar na lista dos Top 100.

42 Asean Lady

Top 10 Catamarãs RANK

1 2 3 4 5 6 7 8= 8= 9

NOME

COMP

ESTALEIRO

Asean Lady

289’ 2”

Yantai Raffles

Pilar Rossi

211’ 1”

Alukraft

White Rabbit

201’ 5”

NWBY

Moecca

147’ 8”

Oceanfast

Hemisphere

145’

Pendennis

Adastra

139’ 5”

McConaghy

Douce France

138’ 5”

Alu Marine

Seafaris

134’ 6”

Forgacs

Silver Cloud

134’ 6”

Abeking & Rasmussen

Zenith

132’ 10”

Sabre

www.boatinternational.com.br 61


comprimento

RANK NoME

comprimento

RANK NoME

comprimento

61 O'Mega

270' 8"

62= Basrah Breeze

269'

62= Sarafsa

269'

64 Alfa Nero

266' 8"

65 Air

265' 9"

66 Nero

265' 2"

67 Bart Roberts

265'

68 Norge

263'

69 Golden Odyssey

262' 11"

70= Amevi

262' 6"

70= Constellation

262' 6"

70= Stargate

262' 6"

73 Athena

260'

74 Al Diriyah

258'

75 Pegasus V

257' 10"

77 Hampshire II

257' 7"

78

Tueq

257' 5"

79= Amaryllis

257' 4"

79= Titan

ne w

RANK NoME

76

Delphine

257' 9"

61-80 62

257' 4"


r e t r anc a

Prós e contras Mas o que leva alguém a ficar insatisfeito com um iate de 200 pés e querer mais? “Nas linhas externas, você consegue formas muito mais interessantes”, defende Pascale Reymond, cofundadora da Reymond Langton Design. “O iate fica mais alto, graças ao comprimento, com isso você pode criar formas muito bacanas, que você jamais conseguiria com um barco de 60 metros. Com um 60 metros você consegue alguns detalhes interessantes, mas não é a mesma coisa de ter um iate de 90, 100 ou 130 metros”, completa. Reymond argumenta que não há nenhum motivo para que grandes iates se pareçam com navios. “Normalmente, se você é um bom projetista, você consegue desenhar um barco muito sexy graças ao comprimento”, sentencia. Sexy é uma palavra muito usada para descrever o Sea Stallion (ex-Smeralda), construído pela Hanseatic Marine. Suas linhas baixas e sutis fazem com que o perfil desse iate de quase 255 pés, saído das pranchetas de Espen Øino, pareça ainda mais longilíneo e esguio. Propositadamente, ele foi construído com um casco mais afinado, para melhorar os números de consumo e de velocidade. Outro mito: nem sempre, espaço extra significa necessariamente mais quartos, ou mais cômodos em geral. “Os proprietários costumam não querer espaços duplicados”, explica Reymond. Eles podem querer o mesmo número de quartos de um iate de 160 pés – às vezes até menos do que isso – e preferem um número menor de salas, mas mais espaçosas. Reymond revela que, normalmente, os projetos acabam crescendo porque os donos querem mais brinquedos de apoio a bordo, ou uma piscina maior, ou mesmo receber um tipo específico de helicóptero. Dan Lenard, sócio fundador da Nuvolari-Lenard, concorda. “O tamanho das lanchas de apoio cresce dramaticamente depois que a nave-mãe ultrapassa a barreira dos 60 metros”, explica. “A área do heliponto facilmente atinge os 100 metros quadrados.” Mas ele vê ainda outras razões. “O ego desempenha um papel importante. Um iate é uma recompensa para alguém que teve muitas conquistas na vida e, quando bem feito, é uma conquista por si só. Há também o desejo de escapar, de deixar o barulho para trás e se afastar para algum lugar bem distante. Quando mais distante for esse lugar, mais importa o tamanho.” Independentemente da motivação do proprietário, para os projetistas, como Reymond, é a oportunidade para despejar toda a criatividade. Como

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Sea Stallion

exemplo, ela descreve com empolgação a “sala de neve”, um cômodo completo com fábrica de neve artificial a bordo da Serene, de 439 pés, que sua empresa projetou. A sala fica ao lado da sauna, o que é certamente uma experiência única a bordo de um iate. A Serene também tem uma sala de brinquedos de dois andares para as crianças, com tobogãs e uma “sala do Nemo”, com piso de vidro, da qual é possível ver as criaturas do mar. Talvez não tão badalados, mas certamente criativos, são os recursos a bordo de alguns dos estreantes no Top 100 deste ano. O Hampshire II, construído pela Feadship, tem uma quadra esportiva na proa. Dá pra jogar de tudo, de basquete a badminton. A quadra também é o ponto final de uma tirolesa que desce do mastro. No interior, os proprietários e a equipe de design da Redman Whiteley Dixon criaram uma adega de vinho abaixo do convés, com uma escotilha de visão submarina. Mas, se você achou que íamos ficar só nas vantagens, se enganou. Sim, existem desvantagens. De acordo com Lenard, “o principal desafio é manter o espaço aconchegante, com um volume amigável e

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RANK NoME

comprimento

RANK NoME

comprimento

RANK NoME

79= C2

257' 4"

79= Eminence

257' 4"

83

TV

257' 3"

256' 7"

85 Montkaj

256' 1"

86

Tango

254' 11"

87 Sea Stallion (ex-Smeralda) 252' 7"

88 Samar

252' 3"

89 Lady Sarya

250' 5"

90 Ocean Victory

248' 6"

91= Anastasia

247' 8"

91= Reborn

247' 8"

93 Northern Star

247' 4"

94 Talitha

247'

95 M5 (ex-Mirabella V)

246' 5"

97 Leander G

244' 11"

98

244' 2"

100 Ilona

ne w

comprimento

ne w

84 Venus

96

Phocea

Enigma

244' 5"

81-100 99 64

Dannebrog

241' 9"

246' 9"


r e t r anc a

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Vava II

um ambiente para desfrutar a vida social. Uma abordagem megalomaníaca pode destruir a ideia inicial. Um bom exemplo é o vaso sanitário, que não pode nunca ser maior do que o tamanho ergonômico, mesmo se houver espaço sobrando para isso.” Há também os problemas de gestão geral e operacionais. “Os problemas logísticos são muito maiores após o parto”, ressalta Breman. Esses problemas incluem a escassez de marinas capazes de receber o iate. Este foi, aliás, uma das principais razões que levaram o dono da Oracle, Larry Ellison, a encomendar o Musashi, de “apenas” 288 pés, dois anos depois de ter recebido seu Rising Sun, de 453 pés. Além disso, há mais itens para cuidar, o que exige uma tripulação maior. O já mencionado Sereno, por exemplo, requer uma tripulação de 52 pessoas, e o Vava II precisa de 34. A situação piora bastante se o iate ultrapassa o limite das 3 mil toneladas. Breman explica que poucos tripulantes de embarcações de recreio têm a certificação necessária para trabalhar a bordo deles. Se há uma escolha permitida para quem está construindo algo desse tamanho é a de qual estaleiro e quais designers tocarão o projeto. Assim como em qualquer outra área, experiência é fundamental. “Você dá um salto quântico em termos de risco”, diz Breman, explicando que isso se aplica tanto ao estaleiro quanto ao proprietário. Conforme os barcos ficam maiores, as horas de engenharia também aumentam drasticamente. Reymond acrescenta um ponto relacionado com a montagem do interior. Um projeto dessas proporções exige muitas vezes que cinco ou seis empresas – e não apenas uma – trabalhem na decoração, no mobiliário, na criação e no design. Assim, garantir que o padrão de qualidade seja o mesmo em toda a linha de produção fica ainda mais difícil.

Um iate é uma recompensa “ para alguém que teve muitas

conquistas na vida e, quando bem feito, é uma conquista por si só” > designer Dan Lenard

Quando o grande vira grande demais? Existe um ponto a partir do qual até os ultramegaiates ficam grandes demais? Tudo depende do ponto de vista. Breman está convencido de que o limite de 3 mil toneladas continuará a ser o ponto de corte para a maioria. Reymond confessa que ela, pessoalmente, teria um iate pequeno e que acredita que embarcações acima dos 330 pés nunca serão muito populares. “Quando você vai além disso, você começa a ter um desconfortável conflito entre estar perto da água, de seus amigos ou do seu quarto”, diz ela. Mesmo que os proprietários que encomendam projetos maiores estejam acostumados a ter casas muito grandes sentem esse desconforto. “Algumas pessoas pensam: ‘Eu preciso mesmo fazer uma maratona todas as vezes que quero voltar para o meu quarto?’”, completa. Uma coisa é certa: onde quer que esses iates apareçam, eles estão mantendo marinas ocupadas, fornecedores locais felizes e uma legião de jovens homens e mulheres empregada ao redor do mundo. Breman resume: “O impacto econômico é fenomenal.”

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E vem mais por aí...

Os principais lançamentos para este ano Project Azzam 180 m

Com 17,5 metros a mais do que os 162,5 do Eclipse, Project Azzam vai se tornar o maior iate privado do mundo. Ele ainda está em construção, no estaleiro alemão Lürssen, em Bremen, com lançamento esperado ainda para este ano. O exterior foi projetado pelo estúdio italiano Nauta Yachts.

NB 55 74,6 m

Futura flagship do estaleiro turco Proteksan Turquoise, este iate a motor foi desenhado por dentro e por fora pela Andrew Winch Designs. NB 55 está à venda e o novo dono ainda pode propor modificações. Ele terá uma suíte do proprietário no deque superior e sete quartos de convidados no deque principal.


Yas 141 m

Projetado por Jacques Pierrejean e lançado em novembro de 2011 pela Mar, de Abu Dabi, o Yas – que chegou a chamar Swift 141 – ainda está esperando para ser entregue. Foi o primeiro iate do estaleiro e foi construído sobre o casco de uma antiga fragata militar feita na Holanda. A nova superestrutura é a maior já construída em materiais compósitos.

Os maiores de 2013 1

Azzam | 180 m | Lürssen Será o maior iate privado do mundo depois de seu lançamento, previsto para acontecer ainda este ano

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Yas | 141 m | ADM Embora tenha sido lançado em 2011, a entrega deste projeto de Jacques Pierrejean é esperada para este ano

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Privilege One | 126 m | Privilege

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1004 | 99 m | Feadship Futura flagship do estaleiro, desenhada por Andrew Winch e sob construção em Makkum, na Holanda

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PA164 | 91.5 m | Oceanco Outro megaiate em construção pela Oceanco. Não deve ir para a água antes do fim deste ano

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Niki | 85 m | Lürssen Ele vai se juntar com outros 20 Lürssen que já estão na lista das Top 100 – com o Azzam, serão 22

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Project Secret | 82.3 m |

Privilege One 126 m

Construído dentro do estaleiro Privilege, em Civitavecchia, na Itália, este iate a motor foi projetado por Abdeslam Laraki, da Laraki Yacht Design. O estaleiro também já começou a construção de um 137 metros baseado no mesmo design.

Niki 85 m

O primeiro Lürssen programado para este ano, o Project Niki (ou Nicky – como a maior parte dos projetos do estaleiro alemão, este também é mantido sob segredo) deve ser lançado esta primavera. O projeto das linhas externas é de Espen Øino, com interior de Aileen Rodriguez e está sob o gerenciamento da Master Yachts.

Para informações mais detalhadas sobre cada um dos 100 maiores iates do mundo, visite a página da Boat International: www.boatinternational.com/yachts/the-register/

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Muito pouco se sabe sobre este projeto, que está sendo construído na Itália

Abeking & Rasmussen Os interiores são de Jim Harris, exterior por Sam Sorgiovanni e a entrega está programada para maio deste ano

Graceful | 82 m | Blohm + Voss

Com um casco começado na Rússia e projeto da H2 Yacht Design, o Graceful será um iate impressionante

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Chopi Chopi | 80 m | CRN Com o lançamento inicialmente previsto para o fim do ano passado, seu lançamento foi adiado para o início deste ano

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Suvretta | 77 m | Hanseatic Marine

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NB55 | 74.6 m | Proteksan Turquoise

11

Weta | 74.6 m | Custom Depois de ter a construção iniciada na Marco Yachts, do Chile, a Weta embarcou agora para a Nova Zelândia, onde será completada

Quarto lançamento da Hanseatic Marine, embarcação irmã da Sea Stallion (ex-Smeralda)

Previsto para 2013, esse projeto pode acabar adiado até o começo de 2014

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Better Place À frente

do seu tempo O SUPERVELEIRO BETTER PLACE, A MAIS RECENTE OUSADIA DO ESTALEIRO WALLY, TEM O MAIOR CASCO DE FIBRA DE CARBONO DO MUNDO E MUITAS OUTRAS EXTRAVAGÂNCIAS QUE VOCÊ SÓ VÊ NAS CRIAÇÕES DESSA MARCA ITALIANA Por Marilyn Mower e Otto Aquino Fotos Gilles Martin-Raget, Toni Meneguzzo e Carlo Borlenghi

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B E T T E R P L AC E

OBRA-PRIMA NÁUTICA O veleiro Better Place tem 50,5 metros de comprimento e convés livre de obstáculos, marca registrada do estaleiro Wally

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Você já deve estar habituado a ver as excêntricas criações do italiano Luca Bassani, dono do estaleiro Wally e um dos designers de obras-primas náuticas mais copiados mundo afora, mas sempre aguarda ser surpreendido por um novo projeto. Certo? O mais recente deles é este aqui, que debutou na água há pouco mais de um ano e foi batizado, não por acaso, de Better Place — ou, em bom português, “melhor lugar”. E, de fato, essa é a sensação que se tem quando alguém o conhece, seja pessoalmente ou por uma bela foto. Trata-se de um veleiro. Mas não só mais um veleiro, mas sim um ultra high-tech Wally. O que isso quer dizer? Que o Better Place não se parece com nada que você já tenha visto até hoje. Ou parece?

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O novo Wally Better Place tem 164 pés, ou 50 metros de comprimento, por 10,25 m de largura máxima e conceitos inovadores. Tem, por exemplo, o maior casco já construído no mundo inteiramente, de proa a popa, de fibra de carbono, o que resultou em um barco infinitamente resistente e também leve: algo em torno de 50% menos peso do que um similar. São as primeiras características que chamam a atenção. Mas não são as únicas. Desde que passou a desfilar com o superveleiro Wallygator, nos anos 90, um puro-sangue equipado com o que há de melhor no planeta para disputar regatas (apesar de, na prática, ser mesmo um fabuloso veleiro de cruzeiro), o excêntrico italiano Luca Bassani, dono do estaleiro Wally, descobriu que luxo, na verdade, é poder navegar com espaço e muito conforto.

A ARTE DE PROJETAR A integração entre o convés e o ambiente interno é o ponto alto do Better Place. Da popa, por exemplo, é possível ver todo o salão e até os camarotes


B E T T E R P L AC E

O italiano Luca Bassani, dono do estaleiro Wally, criou uma filosofia náutica: luxo é poder navegar com espaço e muito conforto. E ele, magistralmente, conseguiu isso no Better Place www.boatinternational.com.br 71


A pintura espelhada do casco é inspirada no azul Bugatti, um dos carros mais rápido do mundo. Coincidências à parte, na primeira velejada, o Better Place marcou 10 nós de velocidade com apenas 12 nós de ventos 72


B E T T E R P L AC E

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Por isso, a principal proposta deste novo Wally está na capacidade de trazer para um barco o mesmo conceito que mudou o modo de pensar os arquitetos dos apartamentos modernos: o de cada vez mais ampliar a sensação de espaços, tanto do lado de dentro quanto de fora. Para isso, o estaleiro teve a ajuda de dois mestres no assunto: os designers Tripp Design e Brown Wetzels, que ajudaram a transformar o Better Place em uma pintura. O convés do Better Place é uma síntese perfeita do conceito de simplicidade náutica, uma das características mais marcantes das criações da Wally. O deque principal é livre de obstáculos, as-

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sim como seu “irmão” mais velho, o Wally Essence — não há cabos à mostra, por exemplo —, e tem a popa bem larga, um estilo considerado moderno e que é aplicado pela maioria dos grandes estaleiros de grandes barcos. Isso lhe permitiu ter vários espaços ao ar livre. De tempos para cá, outra grande missão dos projetistas é integrar o convés ao ambiente interno. Por isso, cada vez mais, será difícil diferenciar a cabine do cockpit. No Better Place é assim. Já o flybridge é um enorme e vazio terraço, com vastos 100 metros quadrados, ocupados pelos dois postos de comando, sofás, solários e uma megamesa, debaixo da fabulosa retranca. Outra par-

CLEAN ATÉ NO CONVÉS Além de bastante espaçoso, o deque principal do Better Place é livre de obstáculos. Nenhum cabo fica à mostra


B E T T E R P L AC E

Varanda no costado, uma deliciosa saleta para relaxar e uma fabulosa mesa de refeições dão um clima todo especial ao convés do Better Place. Afinal, você conhece outro veleiro assim?

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Ao todo, o interior do Better Place tem nada menos do que 300 metros quadrados de área útil. E muito branco. Na decoração, quase tudo é branco como algodão

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B E T T E R P L AC E

ticularidade do Better Place é o seu casco espelhado, inspirado no marcante azul Bugatti Veyron, um dos mais velozes quatro rodas do mundo. E o Better Place não está longe disso. Logo na primeira velejada, marcou no GPS: 10 nós de velocidade com apenas 12 nós de ventos. Nada mal para um gigante de 250 toneladas. “Você não precisa esperar 20 nós de vento para começar a se divertir”, garante Bassani, o “pai” do projeto. Ao entrar no salão, a sensação lembra uma cena do filme De Volta Para o Futuro, quando Marty abre a porta do carro e se encontra em outra época, em outro lugar. Quando você entra a bordo do Better Place, você vai se sentir assim: o de ser um veleiro à frente do seu tempo. Todo o interior tem nada menos do que 300 metros quadrados de área

útil. E muito branco. Na decoração, quase tudo é branco como algodão. Madeira só aparece no piso e na dose certa, o que mostra que o estilo atual e o bom gosto embarcam juntos neste lindo superveleiro. Cercado por grandes janelas, feito um aquário, o salão principal fica em um só nível, para permitir a mesma visão de qualquer ponto. Entre as soluções mais interessantes dos camarotes está o posicionamento da cama da suíte principal: ela fica de frente para o sol. Mesmo assim, o que mais chama a atenção, a princípio, são os espaços livres, justamente por causa do mobiliário (ou a falta dele) na medida certa – de novo, sem exageros. Já a sala é um convite explícito para relaxar, com um bom livro ou uma boa música, no mar. Mas isso só se você conseguir sair da esplêndida suíte...

UM SHOW DE SALÃO Por dentro, o Better Place lembra um moderno apartamento: poucos móveis, decoração simples e abundância de luz natural

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PHOTO: MY CAKEWALK JEFF BROWN / SUPERYACHT MEDIA

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MANGUSTA 165

O MAIOR DE TODOS O MANGUSTA 165, CONSTRUÍDO NA ITÁLIA, É O MAIOR IATE COM CASCO DE FIBRA DE VIDRO DO MUNDO E TAMBÉM UM DOS MAIS VELOZES. E JÁ ESTÁ NA SUA SÉTIMA UNIDADE

FOTOS DIVULGAÇÃO

Por Alonso Vera

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Se sua imaginação nunca chegou tão longe, este iate, o italiano Mangusta 165 – é, até aqui, o maior barco de passeio construído em fibra de vidro no mundo, com 49,9 m de comprimento, ou praticamente o mesmo que uma piscina olímpica, por exemplo –, lhe dará algumas boas ideias. Porém, deixe de lado todas as referências de uma simples lancha. Ao conhecer este barco, fabricado em série pelo estaleiro italiano Mangusta Yachts, do grupo Overmarine, a sensação que você terá é de estar em uma casa de verdade. E das mais espaçosas. Difícil vai ser não se impressionar ao ver as páginas seguintes.

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Já na sua sétima unidade, fabricada no estaleiro da marca em Viareggio, a capital mundial dos iates, na Itália, o Mangusta 165 é surpreendente e chama a atenção sem fazer esforço. Suas linhas charmosas – ou “sexy”, como a imprensa internacional especializada costuma afirmar – e seu interior luxuoso são só um pequeno começo. Há muito mais. O casco (projetado pelo italiano Stefano Righini, um mestre no assunto, e apresentado no último salão de Ford Lauderdele, nos Estados Unidos), somado aos seus três motores de 4.600 hp cada e com metade da capacidade de carga, pesa 275 toneladas – quase o mesmo que 86 lanchas de 30 pés juntas. Apesar do

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peso, eis outra extravagância deste mega iate: tem um dos cascos mais velozes entre os iates do mundo, capaz de atingir uma velocidade máxima de 37 nós. Segundo o fabricante, o feliz proprietário de uma das outras seis unidades que já estão no mar há mais tempo, diz ter cruzado a marca dos 39 nós – o que já seria uma marca e tanto em uma lancha com a metade do seu tamanho. As surpresas não param por aí. Com a aparência de uma mega lancha e o tamanho de um pequeno navio, o Mangusta permite praticamente todo o tipo de extravagância a bordo. Uma delas é a capacidade do tanque de combustível, para 40 mil litros de diesel, suficientes, por

CASCO SENSUAL Segundo a imprensa mundial, o Mangusta tem linhas “sexy” e chama a atenção sem fazer esforço. E, de fato, essa é a sensação que se tem


MANGU STA 1 6 5

A maior extravagância do Mangusta, provavelmente, é ser um dos iates da sua categoria mais velozes do mundo: atinge cerca de 40 nós!

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O Mangusta é realmente sensacional, tanto na aparência quanto nas soluções que apresenta para o eterno dilema dos estaleiros: como fazer um barco confortável e, ao mesmo tempo, eficiente? Ele conseguiu

exemplo, para uma viagem entre o Rio de Janeiro e a Bahia sem paradas para abastecimentos, desde que a navegação seja em regime de cruzeiro, de 24 nós – mesmo assim, nada mal para um barco desse porte. Tem, também, potentes estabilizadores que fazem com que toda a performance seja sentida a bordo como uma suave navegação. Outra novidade: este é o primeiro iate da série Mangusta a sair da fábrica do grupo italiano Overmarine com flybridge – e enorme, por sinal – que abriga o segundo comando (comum na maioria dos grandes barcos desse tipo). Como se vê nas fotos, o Mangusta 165 tem uma vocação natural por amplos espaços. São, por exemplo, três enormes áreas ao ar li-

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vre de convivência: no próprio fly, com nada menos do que cinco solários, na praça de popa, que oferece até uma jacuzzi atrás de uma imensa mesa para refeições, e, no mesmo convés, uma saleta na proa que tem até móvel com TV, além de mais solários e outra mesa. Só mesmo um barco desse tamanho conseguiria reunir, por exemplo, tanta gente em torno de uma única mesa na proa. Apesar da abundância de espaço a bordo, o Mangusta 165 tem a opção de apenas quatro ou cinco suítes, dependendo do gosto do proprietário. Na configuração com quatro, duas são principais: a de meia-nau (do dono do barco) e a de proa, que ocupam

CONCEITO OPEN Na proa, no lugar de apenas solários, o Mangusta 165 tem uma verdadeira área de lazer, com muitos sofás, mesa para refeições e até uma TV embutida


MANGU STA 1 6 5

GRANDE EM TUDO O salão principal do Mangusta é tão grande que precisou ser dividido em duas fotos. Acima, parte da sala e o posto de comando, ao fundo. Aqui, a gigante mesas de refeições, com uma brilhante vista da paisagem ao redor

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toda a boca do casco (que não é pouca coisa, já que chega a 9,2 m), dando a sensação de um interior maior do que já é. Nas suítes maiores, camas king size, grandes móveis e até banheira de hidromassagem são itens de série. Duas outras suítes integram o ambiente dos quartos. Já a quinta suíte pode ser transformada em uma academia ou mais uma sala para filmes. O que também chama a atenção é a altura dos quartos: não dá nem para chamar de “camarote” um cômodo tão grande assim.

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Neste modelo, o salão principal ficou extremamente elegante, porque foi projetado seguindo a tendência de tecidos neutros contrastando com cores mais escuras das madeiras. Neste ambiente, os passageiros não podem reclamar de nada. Há três ambientes integrados entre si e um gostoso barzinho, que fica em frente às mesas de coquetel. A estação de comando principal do Mangusta é especial: são três assentos ergonômicos e – como era de se esperar – com um nível de sofisticação que lembra mais o painel de um avião do que de um barco.

EM FORMA A pedido do proprietário, esta unidade do Mangusta ganhou uma academia no lugar do que seria a quinta suíte. E não é que ficou bom?


MANGU STA 1 6 5

São cinco suítes e decoradas como uma casa de verdade. A principal ocupa toda a largura do casco, de 9,2 metros!

OS NÚMEROS DA MANGUSTA 165 Comprimento total: 49,90 m Boca: 9,2 m Calado: 1,9 m

Já a lista de “brinquedos” que podem viajar com o Mangusta é extensa. Além do barco de apoio, guardado em uma espécie de garagem na popa, há espaço para um jet, equipamentos de mergulho e até um escorregador inflável, que pode ser usado com a plataforma hidráulica de banho, que se estende a partir do deque de proa. Ou seja, o máximo de cuidado que alguém precisa ter a bordo é não ficar de boca aberta com o que irá ver neste barco, realmente, fora de série – embora, repita-se, o fabricante já esteja na sétima unidade.

Deslocamento com meia carga: 285 t Tanques de combustível: 40.000 l Tanques de água: 4.000 l Motorização: 3 x MTU 4609 hp cada Velocidade máxima (meia carga): 37 nós Autonomia: 600 milhas náuticas

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FLYBRIDGE ALONGADO A parte de ré do flybridge da Azimut 70 avança mais que o normal, cobrindo toda a praça de popa. Com isso, criaram-se uma “plataforma aérea” para guardar um bote de apoio e uma formidável área de convivência ao ar livre na popa

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Azimut 70

A LANCHA QUE

FOTOS DIVULGAÇÃO

nos faz sonhar A AZIMUT 70, QUE SERÁ CONSTRUÍDA TAMBÉM NO BRASIL A PARTIR DESTE ANO, É UM DAQUELES BARCOS FEITOS PARA QUEM, DE VEZ EM QUANDO, NÃO QUER PENSAR QUE ESTÁ NUM SIMPLES BARCO E, SIM, NA SUÍTE DE UM HOTEL CINCO ESTRELAS Por Daniel Machado

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A Azimut 70 foi feita para desfilar nos portos mais charmosos do mundo. O interior, com nada mesmo que quatro suítes, é elegante e dá a sensação de que nada falta ou sobra

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AZ I MU T 7 0

Eis um dos maiores símbolos de requinte e luxo do estaleiro italiano Azimut Benetti: a Azimut 70, aquele tipo de lancha (ou um quase iate, se preferir) que todo mundo deveria conhecer de perto, principalmente por dentro. Em todos os ambientes internos, contando as quatro suítes e o salão principal, chama atenção a generosa luminosidade natural, consequência das grandes janelas que há no costado – algumas delas chegam quase ao nível da água. Das camas do camarote principal e do de proa, por exemplo, vê-se a água passar quase rente ao travesseiro. O efeito é sensacional: você acorda vendo o mar passar. Não fosse o fato de que barcos balançam, seria impossível imaginar que a suíte principal da Azimut 70 é realmente de um barco. Trata-se de um

ambiente absurdamente grande e que, sem exageros, lembra a suíte de um bom hotel – tem banheiro com ducha no teto e até espaço para circular ao redor da cama, sem esbarrar em nada. Fácil de agradar! Ao todo, oito pessoas podem dormir a bordo, em duas camas de casal (uma na proa e outra à meia-nau) e quatro camas de solteiro. O salão, com cerca de 2,15 metros de altura, não fica atrás e esbanja comodidade. As cortinas vão do teto ao chão. O mobiliário é praticamente todo doméstico – você pode movê-lo de lugar sempre que desejar. A sala de jantar fica em um nível mais alto que o salão principal, justamente para os convidados aproveitarem duplamente: a refeição e a maravilhosa vista do mar. A cozinha, no outro bordo e isolada do resto do barco, tem todos os utensílios domésticos que você possa imaginar.

EFEITO SENSACIONAL Das camas do camarote principal (ao lado) ou da mesa de refeições (abaixo), vê-se a água passar rente ao casco. Você acorda ou almoça vendo o mar passar

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O conforto estende-se também para a tripulação. Há um camarote, com acesso pela praça de popa, para até três marinheiros, espaçoso, alto e com banheiro próprio; dá até vontade de se candidatar a uma das vagas. A mesma boa sensação de espaço tem-se no flybridge, graças à solução do estaleiro de expandir a parte de trás da plataforma, que pode receber até um bote de apoio. A Azimut 70 tem capacidade para 20 pessoas em passeios durante o dia, sem qualquer aperto. Contudo, só há uma opção de motorização, mas o estaleiro garante que ela tem velocidade de cruzeiro de 28 nós e chega a 32 nós — mesmo não sendo um barco com vocação natural para grandes velocidades. Mas, num barco desses, quem irá se importar de passar um pouco mais de tempo a bordo? Neste ano, uma das grandes novidades da Azimut 70 é que ela faz parte dos planos do estaleiro italiano Azimut-Benetti de expansão da marca, representada por aqui pela First Yacht. Isso significa que esta 70 pés tem tudo para ser produzida também no Brasil, na fábrica própria do grupo, em Itajaí. Se isso de fato acontecer, o mercado náutico brasileiro e os clientes da marca só terão a comemorar. MAIOR DA CATEGORIA Nenhuma outra lancha na faixa dos 70 pés tem o flybridge tão grande quando o desta Azimut, que cobre toda a praça de popa

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AZ I MU T 7 0

A Azimut 70 não é um barco com vocação para grandes velocidades. Mas, num barco desses, quem irá se importar de passar um pouco mais de tempo a bordo?

OS NÚMEROS DA AZIMUT 70 Comprimento: 21,62 m Boca: 5,56 m Calado: 1,63 m Altura da cabine: 1,80 m Peso: 33.700 kg Tanque de combustivel: 4.800 l Tanque de água: 1.200 l Nº de pessoas dia: 20 Nº de pessoas noite: 11 Banheiros: 4 Ângulo do V na popa: 15,6 graus Motores: 2 Man V12 Commonrail de 1.360 hp cada Quem vende no Brasil First Yacht Tel: (11) 5054-8110 www.firstyacht.com.br/

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Sea Ray 540 Sundancer

Americana,

mas não muito

Vitrine no mar A principal mudança da nova Sea Ray 540 Sundancer — repare na foto — está no casco, com uma fantástica aplicação de vidros nas laterais, que deixou o interior ainda mais iluminado e agradável

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A nova versão de um dos grandes sucessos do estaleiro Sea Ray, a 540 Sundancer, ganhou mudanças no desenho do casco e, como (boa) consequência, um estilo ainda mais italiano, que, agora, os americanos também apreciam

Fotos Divulgação

Por Daniel Machado

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AINDA MAIS BONITA Os italianos fizeram escola: a americana Sea Ray 540 uniu qualidade com estética. E o resultado agradou bastante

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O marcante estilo das lanchas italianas, com grandes janelas e muito espaço ao ar livre, já virou moda até no país do Tio Sam, onde os barcos sempre foram bem mais conservadores. A nova versão da americana Sea Ray 540 Sundancer é um bom exemplo disso: parece ter vindo direto da terra de Da Vinci, embora seja fabricada nos Estados Unidos e por um estaleiro mundialmente tradicional, a Sea Ray, que faz parte do grupo Brunswick, um dos maiores conglomerados náuticos do mundo, que, recentemente, inaugurou sua primeira fábrica brasileira, na cidade de Joinville, em Santa Catarina. Seguindo a tendência dos barcos com projetos mais atuais, a 540 Sundancer usa (e abusa) a transparência do vidro, tanto na parte de cima do casco, no lugar da capota de fibra, por exemplo, quanto nas laterais internas do salão e dos camarotes. O resultado disso, na prática, é uma

lancha esteticamente muito bonita e também muito ousada, com mais vista para o mar e ambientes bem mais claros, visíveis e agradáveis. Antes mesmo de sofrer essas boas alterações no casco, a Sea Ray 540 Sundancer já era famosa por dar aos passageiros, acima de tudo, muito conforto. No cockpit, por exemplo, há um grande sofá na popa (que pode ser convertido em solário), minicozinha com pia e churrasqueira elétrica, além de uma boa quantidade de armários e paióis. A ventilação e a iluminação são feitas por um teto solar e quebra-ventos elétricos. Em caso de não serem suficientes para amenizar o calor a bordo, basta ligar o ar-condicionado externo, fechar o cockpit com a capota e aproveitar o ar fresquinho. Quando isso acontece, a 540 Sundancer acaba ganhando uma espécie de segundo salão, que abriga a única (mas boa) mesa para refeições.


Sea Ray 540 Su ndanc e r

Ao contrário da maioria das lanchas da categoria, o posto de comando da 540 Sundancer fica no centro do casco, o que melhora a visão do piloto durante a navegação

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A Sea Ray 540 Sundancer foi projetada e construída nos Estados Unidos, mas mantém a elegância das lanchas tipicamente italianas, com muito espaço e conforto

LANCHA MESTIÇA Uma vez dentro é difícil poupar elogios. Os ambientes desta lancha americana são bem distribuídos e têm divisórias que dão um estilo oriental à cabine

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A cabine era uma das melhores entre as lanchas do mesmo porte e, agora, ficou ainda melhor, por conta das mudanças e do novo acabamento, com madeira mais escura. Na distribuição, há opção para dois ou três camarotes, mas sempre com uma grande sala com cozinha integrada. Quem senta no sofá do salão enxerga a água passando pelas novas janelas laterais. A suíte mais à popa é a que mais surpreende. Se o comprador preferir, pode até dividi-la em duas, transformando-a em dois camarotes com banheiro externo. A propósito, os banheiros têm boxe para banho e altura de 2 metros — não devem nada ao de uma casa de verdade e parecem ter sido feitos para o padrão alemão de estatura, ou seja, são bem altos. Apesar da ausência de flybridge, o que não falta no posto de comando do cockpit da 540 Sundancer é ótima visibilidade durante a nave-

gação. Diferentemente da maioria das lanchas da categoria, o banco do piloto é posicionado no centro do casco (algo raro de se ver nas lanchas de passeio), o que possibilita uma visão privilegiada de todo o barco, da proa à popa. A navegação, por sinal, costuma arrancar elogios. Seu casco foi feito para usar um par de motores de 600 hp Cummins de última geração e rabeta Zeus, sistema similar ao Volvo Penta IPS, que melhora a eficiência e a dirigibilidade. Comparado a este, o Zeus tem hélices voltadas para trás, ficando, por isso, mais protegidas de impactos. Tem, ainda, alguns recursos exclusivos, como o skyhook, que deixa o barco virtualmente ancorado, e o piloto automático integrado com o chartplotter, mais um atrativo de uma lancha que já oferece muito em estilo e conforto, e que faz qualquer dono de barco pensar seriamente em trocar a lancha que tem.


Sea Ray 540 Su ndanc e r

Os números da Sea Ray 540 Sundancer Comprimento: 16,70 m Boca: 4,65 m Altura da cabine: 2,15 m Calado: 1,27 m Peso: 22.679 kg Tanque de combustivel: 2.271 kg Tanque de água: 586 l Esgoto: 257 l Nº de pessoas: 15/6 Banheiros: 2 Motores: 2 Cummins MerCruiser, de 600 a 715 hp cada Propulsão: Rabeta Zeus Autonomia: 270 milhas Ângulo do V na popa: 21 graus Quem fabrica Brunswick www.searay.com

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Um pouco do

melhor do Brasil

Só mesmo com um barco é possível descobrir o que as águas brasileiras têm de melhor a oferecer. Por isso, selecionamos os 10 destinos náuticos mais procurados, do Rio Grande do Sul ao Pará. Depois de ler e ver um a um, você só vai se arrepender de uma coisa: não tê-los conhecido antes Por Otto Aquino


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Praia do Forte, Bahia

São mais de 10 quilômetros de areias assim: praticamente virgens e banhadas por um mar sempre muito límpido. Difícil não gostar

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Angra dos Reis, Rio de Janeiro

Nenhum outro ponto da costa brasileira reúne tantas ilhas e tanta gente interessante em volta delas quanto as águas de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Para curtir a região como se deve, só mesmo a bordo de um barco, porque o que tem de melhor em Angra fica dentro da água. As ilhas são sua essência; a da Gipoia, por exemplo, abriga a praia mais falada do Brasil, a do Dentista, uma espécie de balada náutica do verão — um lugar perfeito para ver e ser visto, mas sempre de barco, porque o lance é ficar a bordo, apreciando o movi-

mento ao redor. Outro ponto estupendo é a Ilha Grande, a maior de todas (maior até do que a cidade de Angra). De uma ponta a outra, são dezenas de enseadas escondidas e mais de 100 praias — sim, mais de 100 praias numa ilha só e muitas tão lindas quanto no tempo em que os piratas navegavam por ali. A Praia de Lopes, o maior tesouro da Ilha Grande, é considerada uma das mais bonitas do Brasil – um refúgio com areias brancas, águas transparentes e absolutamente nada ao redor, a não ser muita natureza

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As águas mais frequentadas por barcos de lazer do país

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VEJA TAMBÉM

A praia proibida

No Brasil, por lei, todas as praias são públicas, mas existe uma, chamada Leste e Sul, na Ilha Grande, com uma faixa de areia extremamente preservada, em que é proibido entrar, navegar, ancorar e desembarcar, tudo em nome da preservação

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VEJA TAMBÉM

Encontro das águas

Outra atração de Alter do Chão, a cerca de 30 quilômetros de Santarém, é o famoso encontro de três rios: o Tapajós, o Arapiuns e o Amazonas — um espetáculo à parte!

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Alter do Chão, Pará

As praias de água doce do Rio Tapajós ganharam um apelido: o “caribe” da Amazônia

O jornal inglês The Guardian resumiu majestosamente: Alter do Chão, no Pará, abriga as praias de água doce mais bonitas do mundo. De fato, são mesmo. Anos atrás, o Príncipe Charles e a família real inglesa visitaram o lugar e ficaram encantados. O ex-presidente americano Bill Clinton também ficou, tanto que trouxe o próprio iate e passou quase um mês desfrutando a região, que ainda tem aquele gostinho de paraíso perdido. Navegar é a única maneira de apreciar Alter e a melhor alternativa é fazer a pequena vila de pescadores de base, indo e voltando para lá diariamente em um barco alugado. A paisagem é tão deslumbrante que dispensa qualquer tipo de luxo. Quando o Rio Tapajós baixa, pontas de areia branca (sem uma pegada humana sequer) invadem as águas quentinhas, surgem igarapés de águas geladas e os botos saltitantes aparecem – a maior atração da ponta do Cururu, a 5 minutos de barco do centrinho. Tanto o famoso boto cor-de-rosa quanto o tucuxi (com tom mais acinzentado) visitam os barcos que desligam seus motores em torno da praia ao entardecer. Além do calor úmido típico da Amazônia, uma das grandes bênçãos dessas águas é não ter mosquitos. Nenhum! Isso acontece por causa do nível de acidez das águas do Tapajós, mas o motivo pouco importa. Alter do Chão, um lugar assim tão especial, você só irá descobrir quando chegar lá e sentir uma irresistível vontade de ficar, exatamente como estão fazendo (e já fizeram) muitos brasileiros de outros estados.

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Para onde quer que você olhe, lá estará uma paisagem de cartão-postal, só para você O Brasil tem mais de 7 mil quilômetros de praias ao longo de sua costa e uma certeza: poucas delas são tão especialmente bonitas quanto as que margeiam Fernando de Noronha. A ilha não é grande – tem menos de uma dúzia de quilômetros de uma ponta a outra –, mas consegue a proeza de reunir um espetacular cardápio da natureza, com praias completamente diferentes, embora umas ao lado das outras. Há largas faixas de areia, minúsculas baías, praias com ondas fortes ou tranquilas piscinas. Você escolhe qual tem mais a sua cara, mas com a certeza de que ela estará sempre deserta, sem ninguém. A rigor, o único problema é que, quando você acha que encontrou a mais bonita de todas, surge outra, que, pensando bem, é ainda melhor. Se não for uma das faixas de areia mais lindas do mundo, a Praia do Sancho está bem perto disso. Quando abriga dois casais ao longe, já é considerada cheia. Em geral, não tem nenhum. A chegada é em grande estilo, por cima, vendo a praia inteira do alto, mais ou menos como deve ser a entrada do paraíso celestial, com a vantagem de que este aqui você não precisa morrer para conhecer.

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Fernando de Noronha, Pernambuco


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VEJA TAMBÉM

Acho que vi um golfinho

É regra: quem visita Noronha vê golfinhos. Eles aparecem sempre em bando e, para delírio dos turistas, “seguem” a proa dos barcos por um bom tempo, pulando alegremente

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VEJA TAMBÉM

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O refúgio de Amyr

O navegador Amyr Klink mantém uma casinha bem simples, sem energia elétrica, na Praia de Jurumirim, uma faixa de areia minúscula e escondida, na península que margeia a baía de Paraty

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Paraty, Rio de Janeiro

FOTOS: LUCA MELLO

Difícil saber o que encanta mais: as águas calmas ou o famoso centro histórico

Para muitos, chegar a Paraty, seja pela água ou por terra, desperta o chamado “amor à primeira vista”. A cidade, ao contrário da vizinha, Angra dos Reis, é muito bem estruturada – muitos casarões viraram pousadas e restaurantes, que oferecem boa hospedagem e cardápios fartos. Mas o mar também reserva fortes emoções. O melhor roteiro de barco começa na encantadora Ilha da Cotia, com duas prainhas sem ondas, que formam deliciosas piscinas naturais que crianças e adultos adoram; bem em frente, fica Paraty-Mirim,

um vilarejo tão histórico quanto a própria Paraty. Uma das praias mais bonitas da região e sede de um vilarejo de pescadores é a do Pouso da Cajaíba, que fica dentro da Enseada do Pouso, que, como o próprio nome entrega, oferece abrigo seguro para todos os barcos. Ainda mais protegido é o Saco do Mamanguá, um braço de mar que avança meia dúzia de milhas terra adentro, ladeado por altas montanhas, feito um fiorde de verdade; é uma região extremamente virgem, com muito verde e rara beleza natural.

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Florianópolis, Santa Catarina

É para a mais concorrida cidade-ilha do litoral catarinense, Florianópolis, que muitos vão no verão, seja para apreciar o desfile de rostos e corpos esculpidos pelo sol catarinense ou apenas para curtir as areias do pedaço do litoral mais badalado do Sul do país. A gostosa Praia dos Ingleses, no extremo norte da ilha, é uma das favoritas das famílias que possuem barco. Ela tem uma larga faixa de areia branquinha, enormes dunas ao fundo, restaurantes que servem pescados na beira da areia, um centrinho animado, repleto de lojinhas, boas ondas para surf no canto direito e, no lado oposto, a atração mais desejada: uma quase piscina natural, com águas

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azuis-turquesas, protegida das ondas fortes pela Ponta dos Ingleses, que avança mar adentro. Ali é, também, o único ponto seguro para o desembarque na praia, que precisa ser feito com um bote de apoio. Mas vale o esforço. Os Ingleses não são apenas para inglês ver, mas para todos curtirem também. Na outra ponta da ilha, uma praia como sempre foi. De um lado, uma linda lagoa; do outro, o mar; no meio, as areias brancas da Praia de Lagoinha do Leste. Para chegar por terra firme, não basta só vontade, é preciso, também, alguma disposição para encarar as duas trilhas que levam até lá. Melhor mesmo é visitá-la de barco.

FOTOS: OTTO AQUINO

É para a mais famosa ilha do litoral catarinense que vão todos os que realmente sabem das coisas


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VEJA TAMBÉM

Reconhecida mundialmente

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A Praia de Jurerê Internacional, no norte da ilha, é duplamente famosa: tem as areias mais badaladas do Sul do país e já ostentou, por alguns anos, o título de praia mais ecologicamente correta do Brasil

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Quem descobre as águas doces mineiras custa a acreditar na sua beleza. Você mesmo pode ser o próximo

Chega a ser surpreendente. Quando bate aquela vontade de navegar, uma significativa parcela de brasileiros toma o rumo oposto ao do mar. Afinal, o Brasil possui bem mais áreas de rios, lagoas e represas do que de costas à beira-mar – e olhe que estamos entre os cinco maiores litorais do mundo! De tempos para cá, o fenômeno migratório tem se potencializado no interior de Minas Gerais. O motivo de as chamadas “águas internas” (todas, obviamente, doces) serem tão peculiares assim é a possibilidade de navegar por paisagens impossíveis de

se encontrar no mar. A maior atração de Furnas, por exemplo, é a cachoeira dos cânions, uma cinematográfica queda d’água que despenca dentro de uma baía cercada de muralhas de rochas, nua e banhada por uma água verde-esmeralda difícil de acreditar que possa haver longe do mar. Na cachoeira, é possível até tomar um banho a bordo, aproveitando a queda d’água dentro do próprio barco. Por isso é que se compreende por que quem tem um espetáculo náutico desses todos os dias não sente a menor falta de um mar por perto.

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Represa de Furnas, Minas Gerais

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VEJA TAMBÉM

A Angra mineira Acredite: Furnas abriga a maior marina de água doce da América do Sul, com quase mil barcos registrados. O número é de fazer inveja a muitos centros náuticos do litoral

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Lagoa dos Patos, Rio Grande do Sul

Pegue um mapa do Brasil e repare: a Lagoa dos Patos é a única porção de águas internas que, de tão grande, está sempre visível, qualquer que seja a escala. São 280 quilômetros de extensão e uns 50 de uma margem a outra, na parte mais larga. Como nos rios amazônicos, quem estiver navegando no meio da lagoa não verá terra em nenhum dos lados. Trata-se do maior reservatório de água doce do Brasil e o segundo da América Latina – quase dez vezes o tamanho da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Uma espécie de mar de água doce – tecnicamente, não é uma lagoa, mas, sim, uma laguna, uma vez que deságua

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no mar – que, não por acaso, é chamada pelos caiçaras de “mar de dentro”, porque, entre a lagoa e o Atlântico (o “mar de fora”), há apenas uma fina faixa de areia, a Grande Restinga da Lagoa dos Patos. Apesar de enorme, a Lagoa dos Patos é rasa – na sua parte mais funda, não passa de 5 metros de profundidade. Mesmo assim, navios e outros tipos de barco são comuns por ali. Nela, acontece um espetáculo único: com o mar de um lado e a lagoa do outro, a Restinga Gaúcha é o único ponto do Brasil em que o sol nasce e se põe dentro da água, tingindo o céu de cores fabulosas. Os olhos agradecem.

FOTOS: CARLOS AUGUSTO DA FONSECA

O único lugar do país onde o sol nasce e desaparece refletido nas águas


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VEJA TAMBÉM AC RO

A maior de todas as praias

A Praia do Cassino, no litoral do Rio Grande do Sul, é a maior do mundo em extensão. Tem 245 quilômetros e vai do Rio MT Grande (principal cidade da Lagoa dos Patos, na boca da barra) ao Chuí, na fronteira com o Uruguai

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Patrimônio paulista

A famosa Vila de Picinguaba faz jus ao título que tem. É, de fato, apenas uma vila pequena e acanhada, de modo que nem parece que você está entre os dois principais estados do país. É uma praia que ainda tem a tal magia da simplicidade

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Ubatuba, São Paulo

Esta parte RN do litoral de São Paulo ainda reserva lindas praias (muitas ainda selvagens!) e famosas ilhas PB

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A pouco mais de um par de horas de carro da maior cidade do país, São Paulo, as águas de Ubatuba ainda abrigam algumas praias tão virgens PE quanto quando os primeiros caiçaras começaram a chegar por ali. Surpreendente também é a quantidade delas: há nada menos que 83, em uma faixa de pouco mais AL de 120 quilômetros de extensão, e o mais incrível é que uma costuma ser diferente da SE outra, o que torna este cardápio ainda mais saboroso. A minúscula Praia do Cedro, por exemplo, não tem mais que dez passos de extensão, com nenhuma outra pegada na areia a não

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ser a sua; já na Praia do Bonete, uma típica vila de pescadores, não existem ruas nem automóveis, pela simples razão de que não há estrada até lá; só se chega de barco ou a pé mesmo, numa caminhada de pouco mais de meia hora por uma trilha beirando o mar, que, por si só, já vale o esforço. A preservação dessa parte do litoral tem diretamente a ver com o acesso complicado por terra às suas praias – só mesmo a pé ou, melhor ainda, de barco –, como na Ilha Anchieta, que, apesar de ficar a 500 metros do continente, ainda surpreende com prainhas fantásticas.

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FOTOS: HÉLIO MAGALHÃES/LATITUDE CHARTER

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VEJA TAMBÉM

Baía de Todos os Santos, Bahia

PA Incríveis paisagens e muitos outros motivos MA vão lhe convencer a navegar essas águas

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Poucas atividades são tão prazerosas quanto navegar apenas por navegar. As águas que banham Salvador e os outros municípios do Recôncavo Baiano são o lugar perfeito – abrigam mais de 50 grandes e pequenas ilhas, boa parte delas com areias e águas limpinhas. A maior (e mais famosa) delas – e uma espécie de continuação do continente, de tão próxima – é Itaparica. Sua parte voltada para o oceaPI no fica cercada por uma grande barreira de corais, que faz com que suas praias sejam de águas calmas e com poucas ondas. Mas há muitos outros passeios para se fazer de barco. A Ilha dos Frades, por TO moram apenas 45 pessoas, exemplo, é um pequeno vilarejo, no qual com águas cristalinas, boas para o mergulho, além de serem bastante calmas, com poucas ondas. A partir de Salvador, também é possível conhecer as praias do litoral norte. Nos dias de hoje, parece pouco provável que um lugar consiga reunir um ambiente bucólico e aconchegante para quem deseja relaxar e, ao mesmo tempo, lojas de grife, campos de golfe e hotéis de luxo, como também preserve a natureza com o devido respeito e atenção que ela merece. Esse lugar existe: a Praia do Forte, batizada de Polinésia brasileira. São mais de 10 quilômetros de areias branquinhas, águas límpidas, piscinas naturais e, o cartão-postal, enormes coqueiros à beira-mar. É um dos poucos lugares onde o rústico e o luxuoso convivem harmonicamente até hoje.

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Pelo bem das tartarugas

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Na Praia do Forte, nasceu a primeira base do Projeto Tamar, nos anos 1980. Até hoje, as tartarugas CE continuam se reproduzindo no local, com a ajuda de biólogos, da população e até dos resorts que são erguidos rentes à praia. Hoje, são mais de 22 unidades espalhadas pelo litoral brasileiro PE

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Rio Araguaia, Goiás No coração do Brasil, a imensidão SEde um rio abriga praias tão espetaculares quanto as do nosso litoral Qual outro rio no mundo oferece uma praia a cada 500 metros? E estamos falanBA do de um curso com mais de 2.300 quilômetros de extensão – mais até do que a distância entre São Paulo e Buenos Aires. Fazendo as contas, no Rio Araguaia, há quase 5 mil pequenas praias absolutamente virgens, só para você! E todas com areias branquinhas e muito verde ao redor. Não é à toa que todo ano, impreterivelmente, mais de 250 mil turistas de todas as partes do Brasil, principalmente de Goiânia, vão até o Araguaia em busca de paz, sol e, sobretudo, para matar a vontade de praia. Um lugar para esquecer – ou viver, de verdade – a vida. O Rio Araguaia nasce aos pés da Serra do Caiapó, na fronteira tríplice entre Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a 850 metros de altitude, e deságua no Rio Tocantins, no estado homônimo, em São João do Araguaia, fronteira com o Pará. Para conhecê-lo, no esplendor de sua paz ensolarada, a melhor época é entre os meses de junho e outubro, quando não chove. Na alta temporada, quando as águas baixas revelam o leito de areia branca, formam-se, caprichosamente, longas praias, de onde é possível caminhar até 200 metros em direção à outra margem com água pelo joelho.

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FOTOS: OTTO AQUINO

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Maior ilha de rio do mundo

No Araguaia, fica a maior ilha fluvial do planeta: a Ilha do Bananal, com 2 milhões de hectares – quase 14 cidades do tamanho de São Paulo. É uma imensidão tal que, ao sobrevoá-la, não se tem a menor noção de que o que está lá embaixo é mesmo uma ilha

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B I M I N I B A H A M A S / / DESTINO INTERNACIONAL

Bimini, a ilha de Hemingway As mais incríveis histórias da famosa ilha americana

JOHN HEMINGWAY, neto do famoso escritor americano Ernest Hemingway, ganhador do Nobel de Literatura e do Prêmio Pulitzer, tem a chance de conhecer melhor o antepassado em uma visita à pequena e colorida ilha de Bimini, nas Bahamas – o esconderijo favorito da família Hemingway e um dos destinos mais tradicionais de mergulho e pesca dos Estados Unidos Uma das primeiras lembranças que “ tenho é de voar para Bimini em hidroaviões, que decolavam várias vezes por dia,

saindo do canal dos navios em Miami. Era a maneira mais rápida de chegar lá, apenas meia hora, e a vista a mil metros de altitude era uma sucessão panorâmica de verdes e azuis profundos, que depois ficavam quase turquesa enquanto nos

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aproximávamos da ilha. A água era tão clara que muitas vezes dava para ver as silhuetas escuras de tubarões-de-cabeça-chata procurando alimentos não muito longe da praia, na cidade de Alice. Para um jovem, era um lembrete não tão sutil das coisas que poderia encontrar a cada mergulho na Corrente do Golfo. Era um lugar mágico, familiar e ainda indomado.


MIAMI NASSAU

BIMINI DO SUL

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Eu amo esta ilha, não apenas pela pesca farta, cores tropicais e águas claras, mas também porque ela é uma parte da história da minha família. Visitamos este local há mais de 80 anos e, cada vez que eu saio do hidroavião, estou me conectando a um lugar que nos definiu como Hemingways. Meu avô visitou Bimini pela primeira vez em 1935, cruzeirando numa viagem em que saiu dos Estados Unidos em seu, então, novo Wheeler Playmate, de 38 pés, equipado para pesca oceânica. Ele ficou até agosto e, entre as muitas fotografias desse período, uma se destaca: é dele e de um amigo com um enorme marlim azul, já meio comido por tubarões. De acordo com muitos ilhéus, esta foi a inspiração original para seu lendário romance O Velho e o Mar. Um dos problemas enfrentados por Hemingway em suas primeiras pescas ao largo de Bimini foi os tubarões. Cardumes de makos atacavam os

marlins e atuns quase ao mesmo tempo que eram fisgados. Com o tempo, ele desenvolveu uma estratégia agressiva de acionar o reverso do motor a toda velocidade enquanto puxava sua captura para bordo o mais rápido que conseguia. Às vezes, funcionava e ele vencia os tubarões, mas, noutras vezes, os tubarões o venciam, deixando-o com pouco mais do que Santiago, o protagonista de sua novela cubana, conseguiu salvar. Durante os 3 anos que viveu na ilha, meu avô quase sempre ficou no hotel Compleat Angler, que pertencia e era operado por Henry Duncombe e sua mulher, Helen. Eu me lembro de que, quando era menino, os quartos eram frescos no verão e aquele em que o meu avô e meu pai dormiam tinha até um aquecedor entre os dois leitos. Era um hotel muito britânico e você tinha que vestir camisa e sapatos na sala de jantar. Havia também um bar sob a escada que abria na parte da tarde, em que Helen Dun-

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BIMINI DO NORTE

PELO AR Todos os dias, hidroaviões (como este, acima) partem de Miami rumo às ilhas Bimini. É a maneira mais rápida de chegar lá: apenas meia hora

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esta ilha é provar um pouco do tipo de “Conhecer atmosfera que inspirou um escritor talentoso que foi além de si mesmo e criou trabalhos que resistiram ao teste do tempo”

combe servia Bloody Marys e gim e tônica a seus clientes que vinham de um longo dia na Corrente do Golfo. Quando as Bahamas ganharam sua independência da Grã-Bretanha, em 1973, Helen partiu para o Reino Unido e meu pai começou a nos levar para o Bimini Big Game Club quando estávamos na ilha. Lá havia uma piscina de água salgada e, mais importante, um restaurante ótimo. Fundado em 1936, o Big Game era conhecido por seus jantares black tie e torneios de pesca. Embora eu não tenha provas de que meu avô realmente comeu lá, devido ao pequeno tamanho da ilha e à experiência do barman do Big Game, eu ficaria surpreso se este não fosse um de seus bares favoritos. Bimini é, de fato, como os habitantes chamam a si mesmos, a “porta de entrada para as Bahamas”, mas, em sua história colorida, muitas vezes foi a porta de entrada para os Estados Unidos. A última vez que estive lá, um amigo meu, Tommy Saunders, me contou sobre os gângsteres americanos e contrabandistas de rum que usavam a ilha como base de operações durante a Lei Seca nos Estados Unidos. Al Capone podia andar pela Estrada do Rei (estrada principal da ilha do Norte), em plena luz do dia, sem ser incomodado e, é claro, todos sabiam

ROMANCE DE UM LEGÍTIMO HOMEM DO MAR O livro Velho e o Mar (The Old Man and the Sea, no original em inglês) foi o último romance de ficção que Hemingway publicou em vida, no ano de 1952 (nove anos antes de se suicidar), e é uma das obras mais famosas do escritor. Seu estilo de frases curtas inspirou muito do jornalismo moderno que é praticado atualmente. Um apaixonado pelo mar, Hemingway conta no livro a história de um velho pescador cubano, Santiago, que se encontra em uma maré de azar. Desacreditado pelos amigos, ele é incentivado por um jovem amigo, Manolin, a

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não desistir da pesca. Depois de quase três meses em sua canoa, Santiago fisga um marlim de tamanho descomunal, com 5,5 metros e mais de 700 quilos. A batalha é cruel, o peixe arrasta a canoa para a Corrente do Golfo e leva Santiago muitas milhas mar adentro. O livro celebra a coragem e a determinação do homem do mar, no estilo, então, único de Hemingway. Dois anos depois do lançamento do livro, Hemingway venceu o Prêmio Nobel de Literatura. O livro virou filme e até hoje é um dos maiores clássicos da literatura mundial.


ca de ubaranas e também um grande amigo do doutor Martin Luther King Jr. Ansil conta que King Jr. também esteve lá em várias ocasiões na década de 1960. A última vez foi em 1968, pouco antes de morrer. Os dois estavam no mar, pescando ubaranas em um dia ensolarado, e King disse a Ansil que sabia que sua hora estava próxima, que alguém iria matá-lo; embora pudesse aceitar sua morte e a ideia do que iria acontecer, havia um quê de remorso em suas palavras quando ele acenou com a mão para o céu, depois para o mar e disse ao amigo: “Basta olhar para toda essa vida que vocês têm aqui. Isso tem de ser a prova de que Deus existe, tem de ser.” A ilha sempre foi vista como um lugar de cura espiritual e, para alguns, até mais do que isso. O irmão do meu avô, Leicester Hemingway, por um

GRANDE PESCADOR Ernest Hemingway visitou Bimini pela primeira vez em 1935, a bordo de um veleiro equipado para pesca oceânica. Entre as muitas fotografias, uma se destaca: é dele e de um amigo com um enorme marlim azul, já meio comido por tubarões

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quem ele era. Já Joe Kennedy, pai do futuro presidente americano, costumava empilhar caixas de uísque, que ele contrabandeava para os Estados Unidos, onde hoje está o museu e elas ocupavam a altura de dois andares. O furacão de 1926 esparramou suas garrafas por todas as partes da ilha e, anos depois, você ainda podia encontrá-las na baía. De acordo com Saunders, Jimmy Hoffa, o líder sindical, também estava na ilha pouco antes de desaparecer, em 1975. Ele foi visto em um bar com dois outros homens, conversando e bebendo. No dia seguinte, partiu no primeiro voo rumo a Miami e esta foi a última vez que se ouviu falar dele. Ansil, irmão de Tommy Saunders, tem suas próprias histórias sobre a ilha e as pessoas famosas que já se hospedaram lá. Ele era o meu guia na pes-

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ATRAÇÃO SUB Com águas bem claras, Bimini é considerada por entusiastas um dos melhores locais de mergulho de todo o Caribe. Alguém discorda?

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tempo acreditou que a lendária Fonte da Juventude estava em Bimini. Ele tinha lido livros de autores espanhóis do século XVI, em particular Historia General y Natural de las Indias, de Gonzalo Fernández de Oviedo y Valdés (1535), um dos primeiros textos a dizer que Juan Ponce de León, para curar sua impotência, estava procurando “as águas de Bimini”. Leicester procurou a fonte na ilha do Sul e nos manguezais próximos, mas nunca a encontrou. No entanto, o explorador Richard Wingate descobriu o “buraco da cura” nos manguezais de Bimini – uma fonte de enxofre que teria poderes curativos e que continua a ser uma atração popular. Ainda mais estranhos que a Fonte da Juventude são os misteriosos “passos de Bimini”, ou “Bimini Road”, grandes formações retangulares de pedra

encontradas na costa, a uma profundidade de cerca de 30 metros. As formações parecem ter sido feitas pelo homem e alguns especulam que elas já fizeram parte do litoral da ilha mítica de Atlântida. Para aqueles interessados em ver de perto essas pedras, charters de mergulho podem ser organizados no centro de mergulho do Bimini Big Game Club. Há também muitos naufrágios e recifes na área, sendo o principal deles o SS Sapona, um navio de casco de concreto que encalhou no furacão de 1926 e se encontra agora submerso a cerca de 6 metros de profundidade. Com suas águas claras, Bimini é considerada por entusiastas um dos melhores locais de mergulho de todo o Caribe. No meu último dia na cidade de Alice, fui lembrado que os turistas ainda vêm a Bimini procurando sinais tangíveis da presença do meu avô. Caminhando de volta para o Big Game ao longo da Estrada do Rei, depois de ter tirado fotos de um naufrágio haitiano que está deitado na praia há uns 15 anos, ouvi três estudantes universitários americanos se perguntando onde ficaria a casa de Hemingway. Eu disse a eles que ele nunca teve uma na ilha, mas que eles ainda poderiam ver o que restava do Compleat Angler (um incêndio o destruiu, em 2006) e, se isso não fosse suficiente, poderiam ir a casa ao lado do Cottage Marlin, no


DESTINO INTERNACIONAL / / B I M I N I B A H A M A S

amo esta ilha, não “Eu apenas pela pesca

farta, cores tropicais e águas claras, mas também porque ela é uma parte da história da minha família”

topo da colina. Na década de 1930, ele ficou lá muitas vezes e a casa ainda está muito parecida ao que era naquela época. Ela pertencia a seu bom amigo Michael Lerner, um biólogo marinho e fundador da Associação Internacional de Pesca. Poucas pessoas sabem que meu avô era um observador atento dos que pescava na Corrente do Golfo e que colaborou com os biólogos marinhos nas décadas de 1940 e 1950, enviando-lhes informações sobre os hábitos alimentares desses predadores majestosos. O Big Game Club tem uma ligação direta com essa pesquisa. A empresa de Guy Harvey, renomado internacionalmente como artista marinho e conservacionista, teve um papel importante na reforma e reabertura do Big Game Club, com seu novo centro de mergulho e atividades aquáticas. O próprio Harvey fez muito para continuar o trabalho de meu avô e de Lerner na conservação e compreensão do marlim azul e de outras espécies de peixe de bico. Mas há inúmeros outros vestígios de Hemingway por aqui. Em 2005, quando eu estava na ilha fazendo um documentário, conversei com Yama Bahama, um nativo de Bimini e um meio-médio que foi um dos maiores boxeadores da década de 1950. Perguntei a ele se era verdade que meu avô havia montado um ringue em que jovens de toda

Bahamas vinham tentar nocauteá-lo, mas ninguém jamais havia conseguido. Bahama me disse que nunca tinha visto Hemingway lutar, mas seu irmão mais velho tinha e, na opinião dele, ele sempre ganhava porque nenhum de seus adversários tinha formação profissional. Muitos deles eram grandes, muito grandes, e incrivelmente fortes, mas Hemingway tinha técnica e isso fazia toda a diferença. “Ele usava a cabeça”, lembra Bahama, “e embora, às vezes, ele apanhasse bastante, sabia uma coisa ou duas sobre a luta. E esses caras grandes nunca tiveram chance.”

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B I M I N I B A H A M A S / / DESTINO INTERNACIONAL

BOM DE LUTA Hemingway (à esquerda) também foi um ótimo boxeador. Chegou a montar um ringue na ilha, mas ninguém nunca conseguiu noucateá-lo. John (abaixo) não lutava como o avô, mas herdou o dom da pesca

Dois dos maiores contos de Hemingway, As Neves do Kilimanjaro e A Curta e Feliz Vida de Francis Macomber, foram escritos e publicados durante o período em que ele estava morando em Bimini. Conhecer esta ilha é provar um pouco do tipo de atmosfera que inspirou um escritor talentoso que foi além de si mesmo e criou trabalhos que resistiram ao teste do tempo. Há, em Bimini, a mistura quase perfeita entre ação e reflexão. No mar, Hemingway podia testar seus limites de resistência física, fisgando e trazendo a bordo enormes marlins e makos, enquanto, em terra, havia a calma e frescura das manhãs, quando escrevia, e a camaradagem dos bares, onde ele ia ouvir, beber e conversar até tarde da noite. É uma ilha que tem sua própria coerência e uma beleza simples, mas extremamente sensual. Um amigo que já esteve muitas vezes em Bimini me disse que eu precisava ir até a churrasqueira do Big Game, sair para o deque e tomar um rum com Coca-Cola em sua homenagem. E foi exatamente o que eu fiz. A vista para a baía é espetacular e eu adotei o hábito de estar lá todas as tardes. Eu podia passar horas observando os barcos entrando e saindo do cais, os carneirinhos brancos sobre as ondas e a cor da água mudando com o sol e as nuvens passageiras.

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Às vezes, eu quase podia imaginar meu pai, um médico, em pé, de branco, ao lado de um sailfish ou de um cavala-wahoo que tinha fisgado ou meu avô, que eu realmente não conheci, mas acho que vim a conhecer nesta pequena ilha. Ambos não estão mais aqui agora, mas algumas coisas nunca mudam. Em muitos aspectos, Bimini permanece a mesma. Na última manhã, enquanto um hidroavião da Tropic Ocean me levava de volta a Fort Lauderdale, eu sabia que não tardaria muito até que retornasse outra vez.”


QUANDO IR

na ilha do Sul. Há voos diários de e para

ções Exteriores das Bahamas, em Nas-

Clima subtropical com duas estações.

Fort Lauderdale ou um helicóptero

sau ou em Miami, ou contatado o Consu-

A estação das chuvas vai de maio a ou-

Heliflite Too (www.heliflitetoo.com)

lado Geral Britânico, aqui no Brasil, pelo

tubro e a estação seca é mais fria, indo

pode ser fretado de Boca Raton ou

telefone (21) 2555-9671.

de novembro até o início de abril. A

Fort Lauderdale para o aeroporto ou a

temporada de furacões coincide com a

base de hidroaviões.

ENTRADA DE BARCOS

para pesca oceânica (marlim, sailfish)

REQUISITOS DE ACESSO

pagar uma taxa fixa para a alfândega e

é de maio a outubro. Mergulhos podem

Brasileiros e visitantes com passaporte

imigração: US$ 150 para barcos de até

ser feitos durante todo o ano.

de países latino-americanos podem fi-

9,1 metros e US$ 300 para barcos

car até 3 meses nas Bahamas sem a

maiores. Esses valores incluem licen-

COMO CHEGAR

necessidade de visto. No entanto, você

ça para cruzeirar, licença de pesca,

A Tropic Ocean Airways (www.flytro-

precisará de visto para fazer escala nos

aduana, despesas de imigração e taxa

pic.com) oferece serviço regular de

Estados Unidos. Se você nasceu fora da

de embarque no valor de US$ 25 por

hidroavião e charter privado entre

América Latina, a documentação exigi-

pessoa, para até três pessoas. Cada

Fort Lauderdale e Bimini. A empresa

da será baseada no país de nascimento

pessoa adicional deverá pagar mais

voa para o Seaplane North Bimini ou

e poderá exigir visto. Como não há con-

US$ 25 de taxa de embarque. Se você

diretamente para o Bimini Big Game

sulado das Bahamas no Brasil, os pedi-

pretende ficar mais de 1 ano, arranjos

Club Resort & Marina. O aeroporto in-

dos de visto devem ser encaminhados

especiais devem ser feitos com a al-

ternacional de Bimini está localizado

diretamente para o Ministério das Rela-

fândega das Bahamas.

estação chuvosa. O melhor período

Barcos entrando nas Bahamas devem

DESTINO INTERNACIONAL / / B I M I N I B A H A M A S

O QUE VOCÊ PRECISA SABER ANTES DE CONHECER

OS MELHORES LUGARES PARA ATRACAR BIMINI BIG GAME CLUB RESORT & MARINA Tem vagas para barcos de até 120 pés. Tel: +242 347 3391 www.clubbimini.com BIMINI BAY RESORT Tem duas marinas de grande porte, a Fisherman’s Village Marina, para barcos de até 40 metros, e a Mega-Yacht Marina, para embarcações de até 62 metros de comprimento e calado máximo de 3,6 metros. Tel: +242 347 6031 www.biminibayresort.com/marinas.aspx BIMINI SANDS RESORT & MARINA Tem vagas para barcos de até 100 pés. Tel: +242 347 3500 www.biminisands.com BIMINI BIG GAME CLUB Para guias de pesca e expedições de mergulho. www.biggameclubbimini.com

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HI S T Ó RI A

ONTEM E HOJE À direita, o registro histórico do tradicional batismo do Delphine, em 1920. Aqui, já na Tunísia, atual porto deste magnífico navio

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Delphine FOTOS DIVULGAÇÃO

A lenda ainda vive

Perto de completar um século de navegações, o fabuloso Delphine, este gigante de 258 pés, nascido na prancheta do mitológico fundador da marca de carros Dodge, tem uma histórica como poucos: já pegou fogo, naufragou e até foi à guerra, mas está longe de dar sinais de que esteja à espera de museu Por Pedro Ambrosio

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HI S T Ó RI A O Delphine serviu à guerra, recebeu líderes mundialmente importantes e embalou festas incríveis, com uma constelação de plebeus de sangue azul, que lá estiveram e se regalaram

Apaixonado pelo mar e tudo o que envolvia grandes navegações, o americano Horace Elgin Dodge, o mais novo dos três irmãos da família Dodge, fundadores de uma das maiores empresas automobilísticas do mundo, sempre desenvolveu seus próprios carros, da carroceria ao motor, mas nunca escondeu de ninguém o desejo de construir barcos – não simples cascos, mas grandes navios. Em 1904, Horace começou a tornar o sonho realidade: desenhou e encomendou o primeiro barco com a “marca” Dodge: um 40 pés de madeira. Seis anos depois, Horace já era dono de dois outros barcos. Nascia ali a Dodge Marine Division, um braço náutico do negócio automobilístico da família. Até a época em que os aviões começaram a tomar o lugar dos navios nas grandes viagens, os grandes navios eram mais do que simples meios de transporte. Eram oportunidades para os passageiros das classes superiores demonstrarem opulência e saborearem o glamour que os navios proporcionavam. Esse era o desejo de Horace.

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Mas os barcos da família Dodge tinham um “problema”: pouco espaço para acomodações. A solução? Construir barcos cada vez maiores. O primeiro grande casco de Horace foi um 180 pés, batizado de Nokomis I. Quatro anos depois, ele desenhou outro, ainda maior: de 243 pés. Mas ainda não estava plenamente satisfeito. Em 1920, em homenagem ao nascimento de sua primeira filha, Horace investiu em mais um navio: encomendou o Delphine, de 258 pés, com o qual pretendia muitas longas viagens em família, primeiro pelos lagos americanos e, depois, cruzeiros mais ousados. Mal sabia, porém, que uma tragédia, naquele mesmo ano, colocaria fim aos seus sonhos. Após a morte do irmão, decorrente de uma misteriosa gripe, Horace também contraiu a doença e não resistiu. Com a fatalidade, ele não testemunhou o lançamento de um dos maiores legados atuais dos mares. Com um misto de alegria e tristeza, o Delphine foi, enfim, colocado nas águas do Rio Rouge, em Michigan, nos Estados Unidos. Na época, não havia barco maior no

TRISTE FIM Horace Dodge, um dos fundadores da fábrica de carros Dodge, desenhou e construiu uma série de grandes barcos. Mas morreu antes de finalizar o Delphine, seu maior sonho


APÓS A REFORMA O Delphine ganhou um interior extremamente luxuoso, digno, por exemplo, de ilustres visitas, como a da princesa Stéphanie, de Mônaco

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HI S T Ó RI A

TÚNEL DO TEMPO O espetáculo do lançamento no lago de Michigan dos 79 metros de comprimento do Delphine impressiona tanto quanto o registro no canto inferior direito das fotos, que datam a época de sua construção. Mas nada é tão surpreendente quanto ao que este gigante esconde nos porões. De todos os grandes iates americanos à vapor construídos até 1930, o Delphine é o único que ainda mantém os motores originais em plena forma.

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país. As instalações eram, de fato, surreais. Além do enorme camarote do proprietário, os hóspedes tinham à disposição outros nove camarotes. Ao todo, cerca de 50 pessoas faziam parte da tripulação, devidamente acomodada em uma área no deque inferior, perto da proa, para não ter contato com os ambientes frequentados pela família. Horace projetou o Delphine para atingir 15 nós – o que era um marco para a época. Até os motores a vapor (os mesmos usados até hoje!) saíram de suas pranchetas. O majestoso Delphine tinha tudo para singrar as águas do mundo e fazer história. Mas seu suntuoso casco tomou outro rumo: nas mãos do jovem Horace Junior Dodge, o elegante salão tornou-se palco de refinadas festas e coquetéis, muitos deles para acompanhar as corridas de speedboats, a grande paixão do herdeiro de Horace. Parecia que esse seria o derradeiro fim do Delphine, um grande salão de festas. Mas, em 1926, depois de mais uma maratona de agitadas comemorações, regadas a muita bebida e bailes dançantes, ao som de vitrolas, uma tragédia: misteriosamente iniciou-se um incêndio na casa de máquinas, que se alastrou por todo o barco. Ninguém se feriu, apenas o Delphine, que não suportou os estragos no casco e afundou ali mesmo, em Nova Iorque. Mais um baque para a família Dodge. Mas Anna Dodge, viúva de Horace, não queria que esse fosse o fim decadente do maior sonho do seu marido. Anna o resgatou, restaurou e o

Depois pegar fogo e afundar em Nova Iorque, o Delphine foi resgatado, reformado e ganhou uma nova missão: ser palco de reuniões estratégicas da guerra

AINDA MELHOR Além de um hélice novo, o Delphine ganhou um salão de música, cinema, academia, spa, sauna, sala para fumantes, piscina, mas manteve alguns utensílios originais, como uma máquina de telégrafo

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HI S T Ó RI A

Em quase um século de travessias, o Delphine singrou o Atlântico apenas uma vez. E não faz tanto tempo. Hoje, está ancorado na Tunísia e à venda: 38 milhões de euros. Alguém se habilita?

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usou quase como uma casa de veraneio durante longos 16 anos, quando, mais tarde, foi à guerra, requisitado pela Guarda Costeira dos Estados Unidos para missões de patrulhamento. Além da nova missão, ganhou um novo nome: USS Dauntless (PG-61). A bordo do “Delphine”, líderes mundiais, como o próprio presidente americano Franklin Roosevelt, tomaram decisões importantes. Com o fim da guerra, Anna adorou a notícia de que poderia comprar de volta o iate da família. E assim o fez. Depois de orgulhosamente servir aos interesses da pátria americana, o “velho” Delphine voltava ao lar dos Dodge, ficando ancorado em um píer privativo até 1967, quando, após a morte de Anna, fora doado à The People-to-People Health Foundation. A partir daí, ele renasceu como um “navio escola” de Lundeberg Maryland, servindo por quase duas décadas para treinar novos marinheiros mercantes. Após isso, o Delphine teve uma vida turbulenta, passando de mão em mão. Nos anos 90, foi vendido para a Sea Sun Cruises, uma em-

presa francesa sediada em Singapura. Com eles, o navio fez sua primeira (e única, até hoje) travessia do Atlântico. Ao chegar a Malta, no Mediterrâneo, a empresa desistiu da ideia de reformá-lo. Contudo, outro empresário, viu essa preciosidade ancorada em Marselha, na França, e decidiu comprá-lo e restaurá-lo por inteiro na Bélgica. Depois de pronto, há 9 anos, o Delphine ficou do jeito que está nestas fotos: estilo clássico e conforto contemporâneo. Após um longo período de charter, o navio aportou em sua nova casa, Mônaco, onde foi recebido pela princesa Stéphanie. Atualmente, o Delphine está nas águas da Tunísia e à espera de um novo dono. Sim, ele está à venda: 38 milhões de euros. Mas ne nhum broker tem autorização para intermediar a negociação, apenas o atual proprietário, que faz questão de analisar pessoalmente os possíveis futuros donos. Tudo para que o Delphine não seja tratado apenas como um barco qualquer – o mesmo esmero que Horace Dodge teria pelo navio que tanto sonhou ver navegando.

À VENDA, MAS... O atual proprietário do Delphine faz questão de negociá-lo pessoalmente, sem intermediários. Tudo para que seu velho encontre um dono à altura

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gourmet

por Andrea Funaro

CAMPARI E O “FIM” DO MUNDO COM MILLA JOVOVICH A mais recente edição do calendário da Campari entrou na onda das profecias apocalípticas do fim do mundo, e convidou a atriz Milla Jovovich para uma sessão de fotos. Linda, Milla aparece em situações dignas do fim dos tempos, como o congelamento da Terra e tempestades elétricas, mas sempre com muito glamour e um bom drinque da Campari por perto. Aqui, uma receita simples para os fãs do clássico Negroni, um coquetel para aqueles que preferem sabores mais delicados, mas ainda desejam um drinque repleto de sabor e personalidade. Uma versão para lá de espetacular para brindar o novo ano que, sim, chegou, e tem tudo para brilhar ainda mais, não? Para experimentá-lo, uma boa pedida é o Harry’s Bar, em Veneza, na Itália. HARRY’S BAR Calle Vallaresso, 1323 Veneza, Itália Tel. +39 (0) 41-528-5777

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O MELHOR DA COZINHA FRANCESA NO MEIO DO OCEANO As mesas do cobiçado restaurante Signatures, a bordo do navio Seven Seas Mariner, são as únicas no mar sob os cuidados de chefs do Le Cordon Bleu, a famosa escola de culinária de Paris. Quem cuida do cardápio, no melhor estilo haute cuisine, é nada menos que o respeitável francês Yannick Anton, que já preparou jantares, entre outros, para o ex-presidente americano George Bush e o presidente chinês Wu-Jin Tao. A Boat International Brasil esteve no navio e experimentou (e aprovou!) um menu especial, que contou com terrine de foie gras com marmelada de Prune, salada de lagosta com especiarias e molho de iogurte e manga e filet de boeuf com foie gras e lascas de trufas. O SABOROSO FILET DE BOEUF COM FOIE GRAS E LASCAS DE TRUFAS

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O FAMOSO MATRINXÃ DA AMAZÔNIA Para criar este delicioso prato, o simpático chef Regis Ferreira da Silva, do Tropical Hotel, em Manaus, um luxuoso resort ecológico, às margens do Rio Negro e rodeado pela Floresta Amazônica, usou um dos peixes de água doce mais desejados entre os amantes da pesca esportiva: o matrinxã. Com essa iguaria, assada em folha de bananeira e combinada com especiarias da região, como a macaxeira, tucupi e cará roxo, e temperos, como mangarataia, urucum e pimenta de cheiro, Regis cria receitas de dar água na boca. Como esta aqui, que ele ofereceu especialmente à Boat International Brasil cheio de orgulho. Além disso, para coroar, ele preparou uma sobremesa imperdível: mousse de cupuaçu. Nota 10.

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DELÍCIA DOCE

O MOUSSE DE CUPUAÇU ESTÁ ENTRE AS SOBREMESAS MAIS PEDIDAS PELOS HÓSPEDES DO HOTEL

MATRINXÃ DO TROPICAL

O PRATO ACOMPANHA ARROZ DE TUCUPI E FARINHA DE UARINI COM QUEIJO DE BÚFALA E LEITE DE COCO

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gourmet

por Andrea Funaro

MENU CONTEMPORÂNEO COM TOQUE BRASILEIRO O chef Marcelo Sampaio, um dos mais requisitados banqueteiros de São Paulo, acostumado a preparar o cardápio dos mais famosos eventos sociais da cidade, foi o responsável por este delicioso almoço, batizado de Confraria das Mulheres, regado a champagne Perrier Jouët, na Tool & Toys – o badalado showroom da Ferrettigroup Brasil, no Shopping Cidade Jardim. O menu, que trouxe a versatilidade da culinária contemporânea com toques de brasilidade, surpreendeu.

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DUO DE SOBREMESAS TERRINE DE QUINOA REAL COM HADDOCK DEFUMADO SOBRE CAMA DE RÚCULA E TOMATE CEREJA

CHOCOLATE BELGA COM CALDA DE BERRIES E VINHO DO PORTO, MOUSSE DE COCO FRESCO COM BABA DE MOÇA E CRISP DE COCO

CARRÉ DE CORDEIRO COM FRUTAS SECAS

E GELEIA DE MENTA COM MUSSELINE DE MANDIOQUINHA, ACOMPANHADO DE ARROZ BRANCO E SELVAGEM

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SORRENTINI DE GORGONZOLA COM REDUÇÃO DE CURAÇAO BLUE, MANTEIGA AROMATIZADA E CRISPS DE PARMA


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ESTILO


Em francês, ‘sortilège’ significa encantar. Não é difícil de imaginar por que esta coleção da Cartier ganhou tal nome. Ela tem o poder de fascinar a todos através do brilho hipnotizante de suas pedras preciosas e do toque sensual e misterioso de cada peça www.boatinternational.com.br 143




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