E o Mar aqui tão perto...

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E O MAR AQUI TĂƒO PERTO...

Agrupamento de Escolas de Rates


SUMÁRIO

Maria e a magia do mar

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O peixinho misterioso

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No fundo do mar

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Mãos à obra

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Um velho lobo do mar

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Maria e a magia do mar

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Sempre que o sol brilhava, Maria não passava sem as suas caminhadas matinais. Numa bela tarde de outono, foi até à praia e sentouse na areia a ouvir o barulho das ondas do mar e a sentir o vento a bater suavemente no seu rosto. Era uma mistura de sensações, de paz, de liberdade e muitos cheiros. De vez em quando, avistava alguém a caminhar, ou como ela, a apreciar aquela maravilha da natureza.


O “vai e vem” das ondas trazia-lhe recordações da sua infância, os búzios que colecionava e as histórias de pescadores aventureiros contadas pela avó. Lembrou-se das tardes frias de inverno, quando a avó, junto à lareira e enroscada na sua manta, tricotava e cantarolava. - Avó, conta-me uma história – pedia-lhe ansiosa. - Senta-te aqui! Cobre as pernas que o frio aperta – dizia a avó com carinho. E começava…


Sabes, quando eu era jovem, vivia na minha rua, um homem robusto, de poucas falas conhecido por “Tone Repas”. Como tinha uma grande paixão pelo mar tornou-se pescador e fez disso, a sua profissão para o resto da vida.


Entrara numa tripulação de grandes pescadores, mas fora expulso, devido à sua inexperiência e ao seu caráter rude. Com os poucos recursos que tinha, construiu uma espécie de canoa muito pequena e frágil e pensou que para ter uma vida melhor tinha que correr riscos. Num dia de temporal, desatou as cordas que prendiam o seu pequeno barco e fez-se ao mar.


As ondas gigantescas abalroaram o barco e ele bateu com a cabeça e ficou inconsciente. Por sorte, foi salvo pela tripulação de outro barco. Aprendeu como armar as velas, lançar as redes… e assim tornou-se um grande pescador. Sabes, neta … o mar tem tanto de maravilhoso como de misterioso! Alimenta milhões de pessoas. Por isso, devemos respeitar a natureza e saber usar o que ela nos oferece. – dizia a avó com a sua voz doce e tranquila.


Deixando-se levar pelo cheirinho a maresia, Maria abriu os olhos … eram horas de regressar. Enterrou levemente os dedos na areia e levou consigo mais um búzio, um búzio mágico, para se recordar da tarde maravilhosa que passara e que de certeza iria repetir. Todos os dias, apertava o búzio bem junto ao peito, para que tudo lhe corresse bem e todos à sua volta fossem felizes.


O peixinho misterioso

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Depois de um verão atribulado, os animais marinhos puderam descansar do barulho dos veraneantes mais distraídos que atiravam garrafas para a água e deixavam lixo que era arrastado pelas ondas. Já se notava os primeiros sinais de arrefecimento do tempo, com uma brisa mais fresca e até algumas gotas de chuva. Tinham chegado as merecidas férias: vir à tona de água, dar saltos e aprender a mergulhar com os amigos golfinhos era afinal, o que os habitantes do mar mais ansiavam.


- Chegou o outono! — comentou o golfinho Splash, com um sorriso de barbatana a barbatana. - Uf! Já não aguentava mais! – exclamou com tristeza a Estrela do Mar – Estava a sufocar! - Calma, esta noite vamos analisar os gráficos da poluição marinha – afirmou a professora Amêijoa. O serão foi num recife de coral. Todos podiam participar, dando a sua opinião e escutando a dos outros. De repente, iluminado pelas luzes de um barco, aproximou-se um fabuloso peixe de belas escamas prateadas que fazia acrobacias nas ondas.


- Talvez seja um peixe de uma espécie desconhecida, que os biólogos marinhos ainda não catalogaram! – disse espantado o PeixeEspada. Perante o olhar desconfiado dos presentes, o peixe misterioso aproximou-se e decidiu fazer uma partida. “Pummm…” – o barulho da sua barbatana ecoou nas profundezas. O som foi tão forte, que a professora Amêijoa deu um salto e magoou a sua concha. - Ai! Já não chega os humanos, também tu! - Desculpe senhora Amêijoa. Sou o Robalo e gostaria de participar da vossa reunião. - Com certeza. Estamos atarefados a procurar soluções para diminuir a poluição do nosso habitat. Por acaso, não tem ideias para apresentar?


- Não, mas tenho uma história para contar. Este verão, vi muitas crianças de uma escola, que depois de aproveitarem o mar e a areia, num belo dia de sol, apanharam todo o seu lixo e levaram para casa. Ouvi um professor alertar os seus alunos para as mudanças climáticas, para a destruição dos corais devido ao aquecimento das águas dos oceanos e para a pesca excessiva que põe em perigo algumas espécies… Referiu que, “Educar e Sensibilizar”, é fundamental para evitar a destruição da natureza.


Todos ouviram atentamente, uns de olhos meio fechados, outros de olhos bem abertos e sentiram que as personagens desta história contribuíram para diminuir a poluição marinha e salvar o nosso Planeta.


5.ยบC


Há muitos anos, numa noite muito quente de verão, nasceu o polvo Especiarias. Ele cresceu numa praia paradisíaca de areia dourada, tão dourada como o sol.

Especiarias era roxo e muito elegante, tinha um ar alegre, era simpático e afável. O polvo foi crescendo e sempre sonhando que um dia ia ser chef de um restaurante. Ele passava os dias a nadar e a brincar com os seus amigos. Os mais próximos eram: o caranguejo Serafim, a raia Matilde, a sereia Inês e o tritão Mateus. A raia era a sua melhor amiga. Matilde tinha cabelos ruivos, olhos azuis como o mar, nariz pequeno e arredondado, um rosto delicado e branco a fazer lembrar a neve, simpática e linda como uma rosa, era extrovertida e tinha bom coração. A raia era a confidente de Especiarias e foi a ela que o polvo pediu ajuda para construir um restaurante no fundo do mar.


- Não é tarde, nem é cedo – anunciou ele – é agora que vou tornar o meu sonho realidade.

- Queres ajuda? – perguntou Matilde. - Claro, minha querida amiga! - exclamou Especiarias – Nem me imaginava a começar tal projeto sem a tua preciosa colaboração. - Vou já chamar a Inês e o Mateus – adiantou a raia. E foi dito e feito. Os cinco amigos não perderam mais tempo e cada um ficou responsável por uma tarefa. - Serafim, vais construir o telhado; Inês e Mateus, vocês ficam responsáveis pelas paredes, enquanto eu e a Matilde vamos ficar encarregues do chão e da decoração – explicou o Especiarias.


Passaram vários meses e, num certo dia, uma terrível tempestade abateu-se sobre a praia. Ventos com rajadas muito fortes e uma chuva torrencial destruíram tudo o que os animais tinham construído até então. Quando a tempestade passou, Especiarias e os amigos chegaram ao local e depararam-se com um cenário devastador. O polvo não conseguia conter as lágrimas e os amigos tentavam consolá-lo. - Não chores, meu amigo – suplicava Serafim – Não vamos baixar os braços, todos juntos vamos voltar a colocar pedra sobre pedra.


- Claro que sim – concordavam Matilde e Inês. - Anda daí, Especiarias – ordenava Mateus – Não te serve de nada estares a chorar. É preciso pôr mãos à obra, já. Especiarias enxugou as lágrimas e foi com os amigos recomeçar tudo de novo.

Os dias passaram, as semanas e os meses e numa bela manhã de primavera, o polvo olhou para a obra feita e exclamou, emocionado: - Já está! Podemos inaugurar o restaurante, vai chamar-se “No fundo do mar”. O restaurante era lindo, feito de conchas e pedrinhas com muitas cores: amarelas, roxas, azuis, cor-de-rosa e verdes. Era espaçoso e iluminado. O chão parecia um espelho que refletia o fundo do mar. Com pompa e circunstância, Especiarias preparou tudo para receber os seus amigos, numa noite memorável.


- Podem entrar e sentar-se – convidou o polvo à porta do seu restaurante.

Ele mal cabia em si de contente, muito orgulhoso, serviu aos amigos o primeiro prato, uma sopa de ervas raras. Em seguida, o prato principal era uma apetitosa salada de delícias do mar e para finalizar um delicioso gelado de framboesas e mirtilos. No final da refeição, o polvo estava ansioso para saber a opinião dos amigos. - Por favor, sejam sinceros – pediu Especiarias – estou aprovado, ou não? - Hummmmmm… estava delicioso – manifestaram-se em simultâneo a sereia Inês e o tritão Mateus. - Foi a melhor refeição que comi em toda a minha vida – acrescentou o caranguejo Serafim.


 - Eu sinto-me no cĂŠu e afinal estou no fundo do mar – brincou a raia Matilde, soltando uma sonora gargalhada.


Especiarias estava tão feliz, mas tão feliz com a opinião dos amigos que parecia que estava a flutuar. - Sabem qual é coisa, qual é ela que existe, mas não se vê? – inquiriu o polvo Todos olharam para ele com uma expressão de interrogação no rosto, sem saberem a resposta a tal pergunta. - É a amizade! E sem vocês, meus amigos, eu nunca teria conseguido realizar o meu sonho. Os amigos deram um abraço coletivo e perceberam que a amizade é um dos melhores sentimentos do mundo.


5.ยบD


Certo dia, numa tarde de primavera, a sereia Andreia e o polvo Gonçalo passeavam pela praia da Póvoa de Varzim. Os dois amigos frequentavam a mesma turma, estavam no 5º ano, na escola do mar de Rates e já mantinham esta amizade desde o primeiro ciclo. Andreia tinha uma beleza invulgar: olhos azuis como o céu, cabelo ruivo, lábios carnudos, algumas sardas, parecia uma verdadeira princesa! Já Gonçalo era fisicamente semelhante a tantos outros polvos, mas destacava-se pela sua personalidade: muito educado, generoso, amigo dos animais, com um grande sentido de justiça e muito preocupado com as causas ambientais.


Num sábado, meados de maio, os finais de tarde já eram bastante agradáveis e os dois amigos aproveitavam o bom tempo para passear e falar sobre o final do ano letivo, que se aproximava a passos largos. - Já fizeste o trabalho de Português? – perguntou Andreia. - Ainda nem decidi qual é o tema que vou escolher – confessou Gonçalo, com um ar indeciso. - A professora Amélia Tartaruga deixou o tema ao nosso critério, mas gostas tanto das questões ambientais, por que é que não elaboras uma história à volta disso? – inquiriu a sereia.


- Gostava de escrever algo de surpreendente… mas falta-me criatividade! Quero ver se o cheiro do mar, a espuma das ondas, todo este ambiente de praia me inspira - suspirou o polvo. E ficaram ali, os dois amigos, em silêncio, a olhar o mar, a sentir uma leve brisa marítima a soprar, a apreciar a paisagem e acabaram por adormecer. Acordaram em sobressalto, sem perceberam muito bem o que estava a acontecer… - Socorro, socorro, socorro! - ouviram ao longe, uma voz aflita a gritar por auxílio. - Gonçalo - gritou Andreia - é um golfinho preso ali ao fundo. A sereia e o polvo correram a bom correr até ao mar, onde um golfinho tentava, desesperadamente, soltarse de um emaranhado de lixo.


Andreia e Gonçalo depressa arregaçaram as mangas e tentaram libertá-lo, mas sem êxito. Nessa altura, passava por ali o caranguejo Tiago e foi ajudar na operação de resgate. Os três juntos conseguiram, com sucesso, libertar o golfinho.

- Muito e muito obrigado – agradeceu-lhes o animal Chamo-me João Pedro e costumo brincar nesta praia, mas nos últimos anos tenho encontrado muito lixo por aqui! Os humanos têm sido negligentes e deixam plástico, restos de comida, latas de bebidas, enfim…


- João! Não é tarde para mudarmos isso – exclamou a sereia Andreia – Vamos pôr mãos à obra, agora? - Vamos! – concordaram o polvo Gonçalo e o caranguejo Tiago. Junto com o golfinho, os animais não perderam mais tempo e começaram a limpar a praia. Duas semanas depois, tinham conseguido reunir toneladas de lixo. Terminada esta missão, tinha chegado a hora de festejar. A sereia cantava, o polvo e o caranguejo dançavam, o golfinho dava saltos de felicidade. Finalmente, tinham a praia limpa!


- Andreia, já sei qual é a história que vou escrever para entregar à professora Amélia Tartaruga! - segredou Gonçalo. - Deixa-me adivinhar… chama-se “Mãos à obra” e é sobre a importância de não poluirmos as praias – sussurrou a sereia. - Sereia esperta! - bichanou o golfinho. Trocaram um olhar cúmplice e perceberam que a união faz a força e que juntos podemos fazer sempre mais e melhor pelo nosso planeta.


Um velho lobo do mar

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Infância

Nasci no dia 18 de janeiro de 1878, na humilde e acolhedora casa dos meus pais, na bela vila piscatória da Póvoa de Varzim. Fui batizado na Igreja Matriz com o nome de José António Rajão, tal como o meu pai e o meu avô, nome que passou de geração em geração. Pertenço a uma família remediada de pescadores, que se dedicavam à pesca da sardinha. Cresci junto ao mar, à espera que o barco do meu pai regressasse do longínquo horizonte, vindo da faina da sardinha. Naquele tempo, normalmente, as crianças, filhas de pescadores, não iam à escola, pois tinham de trabalhar para ajudar a família. Tornei-me pescador tal como o meu pai, os meus irmãos e primos! Desde cedo comecei a aventurar-me no mar calmo e, por vezes, tenebroso, a lidar com ele como cão e assim tornei-me um “lobo do mar”!


Tragédia do 27 de fevereiro de 1892 Quando eu tinha 14 anos, aconteceu uma enorme tragédia no bravo e assustador mar da Póvoa, na qual perderam a vida cerca de uma centena de pescadores. Em quase todas as casas bateu à porta a desgraça e a profunda tristeza, porque perderam alguns membros da sua família. Nesse dia, eu e os meus parentes não fomos ao mar, porque pressentimos que o mau tempo estava para vir. Na noite anterior, as gaivotas voavam terra, anunciando uma tempestade no mar, tal como diz o provérbio. Felizmente, ninguém da minha família foi afetado pela grande tragédia.


Casamento Ao contrário da maioria dos pescadores, eu casei-me mais tarde, com 29 anos, na igreja Matriz. A festa foi no “falso” (sótão) da nossa casa e deliciamo-nos com um arroz de congro, bebemos vinho tinto e depois os docinhos brancos. A minha futura mulher era casada com um primo meu e tinha uma filha. Entretanto, o meu primo ficou gravemente doente e chamou por mim para me fazer um pedido: queria que eu casasse com a sua esposa. Passado o tempo de luto, casei então com a Constança. Tivemos dois filhos a quem demos o nome de Delfina e José.


Implantação da República Tinha eu 32 anos, quando se deu a Implantação da República, em 1910. Ao princípio, nós não percebíamos muito bem, mas depois explicaram-nos que em vez de termos um Rei passámos a ter um Presidente da República. Antes tínhamos ficado muito tristes e admirados por terem assassinado o rei D. Carlos e o seu filho herdeiro, o príncipe D. Luís Filipe. Tinha sido no tempo do rei que começara a construção do cais norte, para proteção das nossas lanchas e catraias. Infelizmente, entre 1914 e 1918 aconteceu a maior de todas as tragédias: A I Grande Guerra. Morreram milhares de pessoas, e até alguns soldados portugueses daqui da Póvoa.


Barco: catraia (sardinheiros) O meu barco era médio e chamávamos-lhe catraia, que era um barco próprio dos sardinheiros. Eu e os meus parentes dedicávamo-nos à pesca da sardinha que as mulheres vendiam em jigas, na maioria para as fábricas de conserva. Nunca pescámos em demasia e no tempo do “defeso” não íamos ao mar para proteger as espécies. Sempre soubemos que pescar em demasia era ganancioso e hipotecar o futuro dos nossos filhos. O barco chamava-se “Pêro de Alenquer”, em homenagem a um descobridor que me tinham dito ser um navegador sem medo. O barco era vermelho com as siglas da nossa família dos “Molinhos”. A vela foi talhada, cortada e cosida por mim.


Fazedor de velas Sou conhecido como “tio Zé Bernardo do Molinho”, o homem que faz as velas. A vela é uma parte essencial do barco, porque sem ela este não consegue navegar. A vela tem de ser feita com vários tecidos resistentes ao vento para que este a empurre e o barco ande no mar. Tem de ter uns nós especiais para a vela não rasgar e de vez em quando tem de ser concertada. Muitas vezes, vieram bater à minha porta, no número dezassete da rua Patrão Sérgio, para me pedir velas novas ou concertá-las para os seus barcos. Fazia isto por amizade, porque sabia que se um dia precisasse de algum deles, me ajudariam também. Havia muita entreajuda entre os pescadores.


Uma aventura Numa noite luminosa de lua cheia sentimos as redes a estremecer muito e quando as puxamos apercebemonos que o peso era muito maior do que o habitual. Içámos as redes e qual foi o nosso espanto vimos uma “toninha” bebé que é aquilo que hoje em dia chamamos de golfinho que saltavam no barco. Felizmente, não estava ferido e continuou a comer as sardinhas. Quando reparamos que ele comia demasiadas sardinhas, decidimos atirá-lo ao mar para não nos dar mais prejuízo! Ela veio sempre atrás de nós, sempre a sorrir e a fazer piruetas no ar, em forma de agradecimento. Ao longe, vimo-la finalmente reencontrar a sua família.


Doença O final da vida, por vezes, é triste, porque ou vem a solidão ou a doença. No meu caso, veio a doença. Apareceu-me uma “coisa ruim”, (que hoje se chama cancro) na orelha esquerda que ia aumentando cada vez mais. O meu filho Zé levou-me ao doutor que me deu uma receita de uma pomada para colocar de manhã e à noite. A minha mulher, infelizmente, também estava doente e não podia fazer o curativo. A única pessoa que tinha coragem de o fazer era a mulher do meu neto Chico que todos os dias me limpava a orelha, aplicava a pomada apesar do mau cheiro que se soltava da orelha. Foram tempos de sofrimento que não desejo a ninguém. Entretanto, a minha esposa faleceu e fiquei viúvo.


E o mar aqui tão perto.... E-book elaborado no âmbito do projeto "Ler+ Mar" do Plano Nacional de Leitura pelos alunos do 5º ano do Agrupamento de Escolas de Rates no ano letivo 2018-2019.


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