Revista ciesp ed22 web

Page 1

Rafael Cervone Gerenciamento Hídrico - Pag 6

Ano V - Número 22 - Setembro/Outubro 2014

CU$TO BRASIL UMA DISPUTA DESIGUAL EM QUE O BRASIL ESTÁ PERDENDO *MATÉRIA PRODUZIDA EM PARCERIA COM O MEON - PORTAL DE NOTÍCIAS

Jovem Aprendiz - os benefícios para a empresa e para os jovens - Pag 14 Eleições 2014 - conheça um pouco mais sobre os deputados federais e estaduais eleitos da RM do Vale - Pag 25


COMPLEXO INDUSTRIAL E LOGÍSTICO TREMEMBÉ

Excelência em urbanização de áreas


EDITORIAL

O PAGAMENTO SEM RETORNO

D

esde as primeiras manifestações realizadas em junho deste ano, a reclamação e a indignação do povo brasileiro se mostrou nos rostos, gritos e faixas dos que foram às ruas protestar de forma cívica. Uma reclamação justificada pelos altos impostos que pagamos e que, infelizmente, não vemos o retorno nos quesitos básicos do serviço público. Se essa reclamação foi justificada nessas eleições, fica a seu critério refletir, mas o Brasil que vivemos hoje é um país com grandes problemas pela frente. A indústria vive uma situação preocupante, o Custo Brasil tem assombrado, afinal está difícil exportar produtos, mas o país importa cada vez mais; os investimentos para trazer soluções de produção estacionaram há anos; o transporte, a a energia elétrica, a água e a mão-de-obra estão caros; os tributos e a burocracia brasileira não ajudam. Com uma lista extensa assim, não fica difícil entender porque está tão difícil manter os preços em patamares aceitos pelo consumidor. Esse é nosso assunto principal dessa edição, na matéria de capa você vai entender um pouco mais do Custo Brasil e ver o quanto ele influencia no seu dia a dia, além de saber para onde vai tanto dinheiro que não chega aos serviços públicos. Nessa edição, você acompanha também o destino do país, com os eleitos pelos brasileiros para os próximos quatro anos. Além de conferir todas as notícias sobre as regionais do CIESP. Veja também fotos do “almoço e negócios” e plenárias que movimentam a rede de contatos dos empresários da região. Além de artigos que vão trazer informações de relevância para uma administração mais saudável de sua empresa. Que a informação seja sempre a ferramenta para trazer mudanças, sejam elas políticas ou não. E que o Custo Brasil se torne um dia o orgulho da Nação! Boa leitura! Conselho Editorial Revista CIESP Vale do Paraíba e Litoral Norte

3


Expediente Publicação bimestral do CIESP São José dos Campos, Taubaté e Jacareí. Toda correspondência deve ser encaminhada para o CIESP, Avenida Tívoli, 563, Vila Betânia, São José dos Campos - SP CEP: 12245-230 - Tel.: (12) 3921-7922 - Fax: (12) 3921-7089 E-mail: revista@ciespsjc.org.br Coordenação: Luiz Carlos Bassit - Bassit Comunicação Jornalista Responsável: Talyta Grandchamp (MTB: 57760) Reportagem: Talyta Grandchamp Fotografia: Divulgação Editoração: Fernando Lopes Revisão: Fernanda Dertinati Colaboração: Fabiano de Souza (DR São José dos Campos), Willian Martins (DR Jacareí) e Odair R. Souza (CIESP São Paulo) Tiragem: 1.500 exemplares Impressão: Resolução Gráfica

Anuncie: Tel.: (12) 3942-1077/Cel.: 99785-0917

4


SETEMBRO/OUTUBRO 2014 ANO V - NÚMERO 22

PALAVRA DO PRESIDENTE Insegurança no gerenciamento hídrico .................................................. 06

ARTIGO

Sete desafios ao desenvolvimento .......................................................... 07 O que a tecnologia nos reserva para o futuro? ....................................... 16 *As opiniões divulgadas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não expressam necessariamente a opinião do CIESP

SOCIAL Almoço, Negócios e Plenárias ................................................................. 08

MATÉRIA Plenária do CIESP Jacareí com participação especial ............................ 11 Aprendizado e prática, juntos no mercado .............................................. 14 ELEIÇÕES 2014 - Quatro deputados da região são eleitos ....................... 25

ESPAÇO ASSOCIADOS Espaço Associados ................................................................................... 12 Novos Associados .................................................................................... 13

CAPA Custo Brasil: um desafio para o desenvolvimento do país ..................... 17

CURTAS Notícias das regionais ............................................................................. 26

DICAS DE SUCESSO Aprendizado desde cedo .......................................................................... 23

SERVIÇO Cursos ...................................................................................................... 29

5


PALAVRA DO PRESIDENTE

INSEGURANÇA NO GERENCIAMENTO HÍDRICO

A

*Rafael Cervone é presidente em exercício do Ciesp

É preciso ressaltar que este problema não é decorrente apenas da ausência de chuvas, mas principalmente pela gestão inadequada e a falta de investimentos públicos.

situação crítica da operação dos nossos reservatórios tem alertado as lideranças regionais pelo fato de risco no abastecimento público e comprometendo de forma direta as atividades econômicas dos usuários rurais, industriais e de serviços, tanto nas bacias dos Comitês PCJ, como nas bacias do Alto Tietê.

para o dia a dia das empresas, tais como: conhecer o uso da água para controlar o consumo, reduzir, reciclar e reusar.

Este cenário tem levado os setores produtivos a adotar medidas urgentes de contingência, e os representantes do Ciesp e da Fiesp têm mobilizado os setores produtivos para o gerenciamento da escassez de água. A crise hídrica traz uma insegurança que pode comprometer o funcionamento e o crescimento das empresas paulistas.

É preciso ressaltar que este problema não é decorrente apenas da ausência de chuvas, mas principalmente pela gestão inadequada e a falta de investimentos públicos em questões prioritárias para os usuários, visando evitar a insegurança hídrica.

As áreas de Meio Ambiente do Ciesp e da Fiesp estão distribuindo folhetos educativos em relação ao uso racional da água, “Cuide desse bem. Evite o desperdício” e, outro, denominado “Gerenciando a escassez de água na indústria”, o qual apresenta as ações e medidas estruturais de um Plano de Contingência para as empresas. As ações que são apontadas podem contribuir para minimizar os reflexos da escassez no planejamento do processo produtivo e nas demais atividades das empresas, considerando restrições nas captações em águas superficiais ou subterrâneas, bem como no abastecimento pela rede pública. O folheto destaca pontos fundamentais

6

As empresas das regiões de Americana, Bragança Paulista, Campinas, Jundiaí, Rio Claro, Piracicaba, já discutiram as alternativas para que as atividades produtivas não sejam comprometidas por esta crise da água.

Precisamos que os Comitês de Bacias priorizem recursos financeiros de forma emergencial para atender ações expedidas para as solicitações dos usuários de água, medidas estas, geralmente previstas no Plano de Bacia. Toda essa conjuntura requer profunda reflexão sobre a complexidade e fragilidade da gestão do Sistema Cantareira e demais mananciais da Região Metropolitana de São Paulo, para atender a demanda dos usuários. Essa insegurança hídrica e os debates em cursos devem considerar todos os aspectos técnicos, operacionais, institucionais, legais, econômicos e sociais envolvidos com vista em garantir aos usuários o pleno uso racional da água e o menor reflexo no crescimento econômico da região. 


ARTIGO

SETE DESAFIOS AO DESENVOLVIMENTO Hoje o Brasil se apresenta como um país de oportunidades e um grande e estratégico mercado em desenvolvimento. Nos últimos anos, em diferentes setores, percebe-se que ocorreu um aumento da capacidade de consumo interno no país. No entanto, ainda existem grandes desafios e problemas, que têm levado à chamada “desindustrialização”. Veja sete pontos que considero importantes, como reflexão para os gestores do país reverem posturas, para que possamos vencer os obstáculos e tornar nosso país mais competitivo: 1. EDUCAÇÃO – O Plano Nacional de Educação (2014-2024) estabelece uma série de obrigações e traça 20 metas a serem cumpridas pelos poderes públicos federal, estadual e municipal. No entanto não define as fontes de recursos e as divisões de responsabilidades financeiras entre União, estados e municípios. O desafio é viabilizar o PNE e o melhor caminho é a implantação de um Sistema Nacional de Educação para a educação superior no Brasil, integrado, que disponibilize as mesmas diretrizes, oportunidades e recursos tanto para o ensino público quanto para o privado. É necessário aumentar o nível de escolaridade; investir mais na qualidade do ensino público, em todos os níveis, com ênfase no ensino fundamental de tempo integral; qualificar profissionalmente os trabalhadores especializados, os gestores e os líderes, para a condução de processos produtivos e de desenvolvimento tecnológico; investir ainda na educação por competências. 2. FOMENTO À INOVAÇÃO – É primordial desenvolver e reter aqui os grandes talentos: cientistas, pesquisadores, engenheiros e professores; incentivar as patentes; oferecer apoio contínuo à pesquisa e ao desenvolvimento regional; aproximar as instituições de ensino, o go-

verno e a iniciativa privada; promover o desenvolvimento de novas tecnologias, novos setores e novos produtos; conscientizar-se da responsabilidade socioambiental, da sustentabilidade empresarial e da sustentabilidade global. 3. ESTÍMULO ÀS EXPORTAÇÕES – O estado precisa se reposicionar com relação ao comércio exterior; oferecer incentivos fiscais aos investidores; priorizar a manufatura com maior valor agregado; investir nas indústrias locais; reduzir os custos de capital, matéria-prima e energia, e promover uma política cambial mais justa. 4. REFORMA TRIBUTÁRIA - Temos hoje um sistema ineficiente, complexo, burocrata e altamente tributado, direta e indiretamente. Algumas medidas urgentes são: expandir o crédito; atrair investimentos internacionais; reduzir custos tributários, econômicos e financeiros, e o custo operacional da indústria; incrementar a fiscalização eletrônica e de controles; rever, nas empresas, procedimentos internos ligados aos tributos. 5. INFRAESTRUTURA – É um grande gargalo atualmente. É essencial investir em logística, sistemas de informação, redes elétricas, telecomunicações; dar pleno acesso às matérias primas; construir malhas rodoviárias, metroviárias e ferroviárias com visão de futuro; construir e reformar portos e aeroportos; regulamentar a utilização de recursos naturais; promover a saúde, a habitação e oportunizar emprego para todos. 6. ENERGIA E ÁGUA - Mesmo com grande disponibilidade de recursos hídricos, o Brasil sofre com a escassez de água potável, devido à sua irregularidade de distribuição, precisamente nas regiões Centro-Sul e Nordeste e pode também

7

Prof. Dr. José Ruy Camargo Reitor da Universidade de Taubaté vir a sofrer uma nova crise energética. Assim, é preciso combater o desperdício de água e de energia. Investir pesadamente nos sistemas de geração e distribuição, realizar campanhas de conscientização, implantar projetos e leis de incentivo ao uso de fontes renováveis e de energia limpa, universalizar o tratamento da água e de resíduos, bem como o saneamento básico. 7. COMBATE À CORRUPÇÃO - Um mal que afeta diretamente o bem-estar de todos e o desenvolvimento do Brasil, pois reduz os investimentos públicos na saúde, na educação, em infraestrutura, segurança, habitação, entre outros. Sabemos da imediata necessidade de combater essa prática, fazendo valer a lei e aplicando as devidas penalidades, sem distinção de raça, de nível social ou de cargo político. Os caminhos para vencer esses desafios se iniciam pelo fortalecimento das instituições por meio da educação. Compete ao poder público estimular as exportações, repensar a reforma tributária e a infraestrutura, superar o atraso tecnológico com adequados investimentos na ciência e na pesquisa, manter a taxa de juros em um patamar baixo e organizar um sistema de financiamento de longo prazo. É primordial que se fortaleça a empresa nacional, estabelecendo também parcerias com empresas estrangeiras, de modo a promover a melhoria da qualidade de vida de todos, para que o setor industrial possa assumir um novo e preponderante papel na construção do Brasil do futuro. 


SOCIAL

ALMOÇO, NEGÓCIOS E PLENÁRIAS

Tarcísio José de Souza e Silva Conselheiro do Ciesp SJC em Plenária de setembro 2014

Adriana Melo da Califórnia Alimentação e Vanderleia Ronconi do CIEE

Alessandro Pozzato, Carlos A. Pozzato e Jeferson Pozzato da CALFÉR Usinagem Industrial

Professor Serra - Diretor do Senai SJC em Plenária de setembro 2014

Mesa diretora - Plenária de setembro 2014

Luiz Carlos da TV Vanguarda, Albertino do Ciesp e Marcelo da TV Vanguarda

8

Sérgio Ojima, gerente da Diretoria de Infraestrutura do CIESP e Almir Fernandes, diretor do CIESP SJC


SOCIAL

Roseli - Diretora Pedagógica, Marcos Freire - Chefe de Divisão de Empregabilidade, Vanda Siqueira - Presidenta, Fernando Henrique Coordenador de Aprendizagem, Leonardo Altiere - Coordenador do Programa Aprendiz. Equipe da Fundhas.

Romeu Grandinetti, diretoria de Tecnologia e Inovação do CIESP

Fausto Guilherme Longo, Senatore della XVII legislatura

Talles Guedes - Analista de Rel. Internacionais Trainee do CIESP

Mesa diretora em Plenária Ciesp SJC - agosto 2014

Luciano Micheletto, diretor Adjunto NJE SJC

9

Sérgio Antônio, diretor do SESI SJC


SOCIAL

ALMOÇO, NEGÓCIOS E PLENÁRIAS

Ricardo Esper, Almir Fernandes, Senador Fausto, Felipe Cury e Albertino

Thiago R. Pegas - Diretor Presidente do CETEC Educacional e Sandra Tupinambá - Diretora Acadêmica do CETEC Educacional

Júlio Martorano, assessor executivo da CPqD

Donato da Silva Filho, diretor da EDP Bandeirante, Fabiano Ribeiro, coordenador CIESP SJC e equipe EDP

10


MATÉRIA

PLENÁRIA DO CIESP JACAREÍ COM PARTICIPAÇÃO ESPECIAL

E

m 28 de agosto, aconteceu a plenária do CIESP Jacareí na cidade, com patrocínio da Ativia Saúde e apoio da Heineken Brasil e NetSeg.

1

O evento dá início a uma série especial e contou com a participação da nadadora e empresária Fabíola Molina, recém-contratada da Ativa para ações publicitárias. A plenária trouxe a programação do CIESP para os meses de setembro, outubro e novembro, os quais terão várias ações direcionadas às pequenas, médias e grandes empresas da região. “Acreditamos ser de suma importância promover eventos direcionados para geração de novos negócios nos três municípios que pertencem à jurisdição do CIESP. Haverá encontros de negócios em Santa Branca e Igaratá e, ao f inal deste ano, teremos a nossa tradicional e bem-sucedida Rodada de Negócios”, comenta Ricardo Esper, Diretor Regional do CIESP Jacareí. 

2

3

1 - Aproximadamente 60 pessoas participaram da plenária. 2 - Da esquerda para a direita: Dr. Joaquim Ferreira Neto (Pres. da Ativia Saúde), Cláudia Pinto de Oliveira (1ª Vice-diretora do CIESP Jacareí), Ricardo Esper (diretor titular do CIESP Jacareí), Fabíola Molina e Maurício Pelóia (diretor emérito do CIESP Jacareí) 3 - Ricardo Esper (Diretor do CIESP Jacareí) e Fabíola Molina.

11


ASSOCIADOS

ESPAÇO ASSOCIADOS

ENDEREÇO: AV. ROBERTO LOPES LEAL N.º 897 JD. SANTA MARIA – JACAREÍ – SP – CEP 12.328-141

(12) 3961-2298

WWW.ALVESOLIVEIRA.ADV.BR

Alves Oliveira, Veloso, Duccini e Barini – Sociedade de Advogados surgiu da vontade de prestar um serviço de assessoria jurídica diferenciada, dinâmica e eficaz. Atualmente conta com uma equipe de 15 profissionais, tendo advogados renomados no saber jurídico, que atuam nas mais diversas áreas do Direito. Ao

longo de sua existência, desenvolveu métodos e processos exclusivos para prestar uma assessoria empresarial de caráter preventivo, visando propiciar um ambiente seguro para as empresas da região. Sempre preocupada em cumprir com o múnus público que lhe compete, busca através de entidades como CIESP, contribuir para que os empresários do Vale criem maior intimidade com o mundo jurídico.

CONTATO@ALVESOLIVEIRA.ADV.BR

WWW.TRANS4MAR.COM.BR A Trans4mar Consultoria suporta seus clientes na busca de vantagens competitivas e resultados sustentáveis, atuando em três áreas complementares: Consultoria nos processos Logísticos e da Cadeia de Abastecimento (Supply

Chain Management); Gerenciamento de Projetos – PMO e treinamentos preparatórios para as certificações APICS CPIM – Certified in Production and Inventory Management e APICS CSCP – Certified Supply Chain Professional.

A Danil maquetes está há 36 anos no mercado confeccionando maquetes aeroespaciais. Comercializa mais de 300 modelos de

protótipos de aviões, foguetes, entre outros. Inaugurada em 1978, a Danil maquetes vêm aprimorando seu trabalho cada vez mais, com investimentos em novos conhecimentos e novas técnicas, firmando-se como uma das principais empresas deste ramo a nível mundial. Com a missão de satisfazer o cliente através de produtos e serviços de qualidade. 

12

Alguns projetos já realizados: • Start up de operação logística; • Terceirização da Operação Logística e processos de Call Center; • Abertura e fechamento de fábricas e filiais; • Implementação de sistema ERP tais como SAP, Oracle, JDE; • Mapeamento e melhoria de processos que permitam a obtenção de certificações locais e internacionais, tais como Boas Práticas de Fabricação e ISO 9000. 

DANILMAQUETES.COM.BR /DANIL.MAQUETES


ASSOCIADOS

NOVOS ASSOCIADOS

Jivago A. de Almeida, Almir Fernandes e Ricardo A. Tortoriello da BDO

Célio Costa Vaz, diretor-presidente da Orbital Eng. e Felipe Cury

Felipe Cury, Almir Fernandes, Ney Pasqualini e Virgilio Calças diretor da Vircal

Almir Fernandes, Valdomiro Almeida, gerente da MG Participações-Constr. Civil, Felipe Cury e Ney Pasqualini

Sidiney , Jackson Ralf e Thiago Yanishi- APS nobreaks Diretores Administrativos e Técnico

Felipe Cury e Roberta Araujo da Lidera Coaching

13


MATÉRIA

APRENDIZADO E PRÁTICA, JUNTOS NO MERCADO

O

s problemas educacionais do país são evidentes, mas é preciso olhar para as alternativas por um futuro melhor. O programa Jovem Aprendiz, do Ministério do Trabalho e Emprego, é uma dessas ferramentas. Desenvolvido para unir conhecimento teórico e prático para os jovens ingressarem no mercado de trabalho, o programa veio em uma tentativa de diminuir os índices de desemprego. Para funcionar, a lei estabelece que empresas com mais de sete funcionários (com exceção de EPP e ME) tenham o programa Jovem Aprendiz, cumprindo uma cota de 5% a 15% do número de funcionários efetivos qualificados. Para ser um jovem aprendiz é necessário ter entre 14 e 24 anos, deve estar matriculado no ensino fundamental ou médio. Caso tenha algum tipo de deficiência física, não há limite de idade. Os jovens cumprem carga horária de 4 a 6 horas (incluindo as aulas teóricas) e têm todos os direitos trabalhistas garantidos, como salário mínimo-hora, 13º salário, férias, FGTS, INSS, vale transporte e demais benefícios que a empresa queira oferecer. No CIEE SJC (Centro de Integração Escola-Empresa) os jovens aprendizes fazem um cadastro pelo site ou em uma das agências. A partir daí, o cadastro fica disponível no banco de dados. “O CIEE faz o contato com as empresas cadastradas para buscar oportunidade para aquele jovem, assim que encontramos eles são inseridos na empresa e matriculados no curso de formação que

vai direcionar ele na vaga preenchida”, explica Valquiria Agasse, Supervisora do CIEE SJC. Nesse formato, em um mês o jovem tem seis encontros no CIEE, que podem ser em cursos como: auxiliar de produção, comércio e varejo, auxiliar administrativo, hospedagem e hotelaria, práticas bancárias, auxiliar em alimentação, preparo e serviços, conservação, limpeza e sustentabilidade ambiental, logística e tele serviços. Os cursos variam de 11 a 24 meses, após o término a empresa tem a opção de ficar com o jovem como estagiário ou contratá-lo em regime CLT. “As empresas que contratam o Jovem Aprendiz sabem que a experiência dele será adquirida com o apoio teórico do CIEE e com o tutor responsável por ele na empresa. É a melhor forma de eles iniciarem o contato no mercado de trabalho. Atualmente temos 800 jovens contratados pelas empresas cursando o CIEE e mais uma média de 2 mil cadastrados”, conta a supervisora.

RESPONSABILIDADE SOCIAL As opções não param por aí, na FUNDHAS (Fundação Hélio Augusto de Souza) a família inscreve as crianças e adolescentes no Setor de Triagem

14

da Instituição que os admite conforme critérios socioeconômicos e vulnerabilidade social. Para fazer parte do Programa Aprendiz, é preciso que o jovem já esteja integrado à Fundhas. A instituição é mantida pela Prefeitura de SJC, que atende, gratuitamente, 4.600 crianças e adolescentes, de 6 a 18 anos, nos horários em que não estão na escola. Atualmente são 18 unidades distribuídas em todas as regiões da cidade. “Para crianças entre 6 e 12 anos as atividades desenvolvem as habilidades e atitudes de forma lúdica. Já os jovens de 12 a 16 anos, participam de oficinas como: robótica, informática, mecânica, elétrica e outras, dessa forma ampliamos o desenvolvimento de valores e atitudes. Os jovens de 16 a 18 anos participam de cursos de iniciação profissional, sempre considerando o mercado regional e o desenvolvimento de habilidades, ampliação de saberes e aprendizagens”, conta Leo-


nardo Miguel Altieri, coordenador de Aprendizagem Profissional - Programa Jovem Aprendiz Fundhas. Os jovens recebem os benefícios legais, acompanhamento sócio pedagógico por equipe multidisciplinar composta por equipe administrativa, orientação pedagógica, psicologia, psicopedagogia, serviço social e coordenação técnica. “O vínculo empregatício do aprendiz é com a Fundhas e não com a empresa onde realiza as atividades práticas, bem como as demandas administrativas decorrentes da contratação”, explica Leonardo Miguel Altieri. Para participar a empresa deve fazer parceria através da Assessoria de Convênios e ter as atividades condizentes com o programa de aprendizagem da Fundhas. Como: técnico de administração de empresas, aprendizagem de assistente administrativo, vendedor de comércio varejista, almoxarife, logística de transporte, recepcionista, serviços de produção audiovisual, eletricista de manutenção, eletroeletrônica e mecânica automotiva.

“A Fundhas tem hoje 450 aprendizes em 30 empresas parceiras. O Jovem Aprendiz fica por até 24 meses, de acordo com a proposta pedagógica de cada programa”, finaliza Leonardo.

APRENDIZAGEM INDUSTRIAL NA ESCOLA Nos últimos cinco anos a Escola SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) Santos Dumont SJC já beneficiou mais de 4 mil jovens com seus cursos. Nessa estrutura de ensino, o Programa de aprendizagem é na escola, com atividades teóricas e práticas, com tarefas de complexidade progressiva que são desenvolvidas na entidade. “É precisamente esta a filosofia de formação profissional do SENAI-SP, que tem como regra a elaboração de planos de cursos que especificam a obtenção do perfil profissional do aluno em atividades teóricas e práticas nas instalações da escola. Caso as atividades práticas devam ser desenvolvidas no âmbito da empresa, esta deverá, ouvida a entidade de formação profissional, designar um monitor responsável pelo acompanhamento das atividades do aprendiz no estabelecimento”, conta Carlos Ortunho Serra, diretor da Escola Senai Santos Dumont . A empresa além de cumprir sua cota determinada pela Legislação, tem a facilidade com os cursos no período da manhã, tarde ou integral (eventual-

15

mente). Além disso, elimina riscos de saúde e segurança do trabalho em suas instalações, diminui os custos referentes à jornada na empresa (inclusive insalubridade em alguns casos), desmobiliza o pessoal da empresa para fins de tutoria e acompanhamento do aprendiz, desmobiliza insumos e recursos tecnológicos para a prática profissional, reduz a oferta de Ensino Médio público noturno, o que implica com que a frequência à escola regular se dê no contra turno (de carga horária maior) aos cursos do SENAI, entre outras vantagens. “No SENAI os jovens devem ter no mínimo 14 anos e máximo 18 anos. Os candidatos podem ser inscritos pelas empresas vinculadas ao Sistema Indústria ou para jovens da comunidade que participem de processo seletivo. Sem taxa de inscrição, os cursos tem duração de dois anos, com carga horária de 1.600 a 2.400 horas, dependendo do curso”, explica o diretor. Em agosto, o SENAI em Jacareí, em parceria com o CIESP Jacareí, realizou uma palestra para profissionais de Recursos Humanos e Contabilidade das indústrias para entenderem melhor como podem trabalhar com esses jovens, levando benefícios para a empresa e para os jovens.  WWW.SP.SENAI.BR WWW.FUNDHAS.ORG.BR WWW.CIEE.ORG.BR


ARTIGO

O QUE A TECNOLOGIA NOS RESERVA PARA O FUTURO? tar ligada a um novo modelo de negócio, uma nova forma de exploração de um negócio existente ou mesmo uma evolução da tecnologia já em uso. No nível de competitividade global que as empresas passam atualmente, inovação é um quesito essencial para sobreviver e crescer. Ainda assim, as novas tecnologias nos fornecem novas oportunidades de exploração de novos negócios.

Júlio Martorano Assessor Executivo

Fundação CPqD - Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações

J

á tem algum tempo que a palavra inovação vem sendo dita e repetida como um mantra na vida empresarial. Pois então comecemos pelo entendimento de seu significado. Na essência, inovação é todo novo produto, serviço, modelo de negócio ou processo que melhora a experiência de um amplo número de pessoas, de maneira econômica e sustentável. Por mais que pareça óbvia, esta definição ainda está longe de ser compreendida na sua amplitude, pois ela é comumente associada a grandes rupturas tecnológicas. Essa é apenas uma parte da verdade, visto que a inovação também pode es-

Exercitar a futurologia pode parecer algo inútil em certos aspectos, com as incertezas maiores que as certezas. No entanto, este tipo de exercício tem o condão de nos fazer sair do dia a dia e perceber aspectos da tecnologia que, mesmo ainda distantes do nosso cotidiano, podem deixar explícitas essas novas oportunidades. Para tanto, baseado no Relatório Anual da McKinsey Global Institute, de 2013, selecionamos um conjunto de tecnologias disruptivas, que já estão batendo à porta e, que, precisamos olhar com mais atenção. São elas: armazenamento de energia, energias renováveis, impressão 3D, robótica avançada, genômica de nova geração, tecnologias armazenadas em nuvem, veículos autônomos, materiais avançados e internet das coisas. Gostaria de chamar a atenção para este último ponto: internet das coisas. Alguns a chamam de internet de todas as coisas ou de internet de tudo. Significa a possibilidade de todas as pessoas

16

e de todos os objetos estarem conectados de alguma forma, “conversando” uns com os outros, de acordo com alguma utilidade ou comodidade. Por mais estranho que possa parecer, essa tecnologia já está entre nós, em caráter exploratório em algumas situações e em largo uso em outras. Quando conectamos algum aparelho celular via bluetooth, por exemplo, estamos conectando dois objetos. Quando vemos em caráter experimental, em alguns países, os automóveis se conectando, entre si e com outros objetos que passarão a regular sua velocidade, seu itinerário, sua distância em relação aos outros carros e em relação às pessoas na rua. Um exemplo neste sentido do que está ocorrendo no Brasil é o SINIAV – Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos, concebido pelos Ministérios das Cidades e da Ciência, Tecnologia e Inovação e conduzido pelo Departamento Nacional de Trânsito, cujo propósito é através de sensores dispostos em todos automóveis e em pontos estratégicos das cidades brasileiras, promover o controle e o rastreamento de toda frota de veículos em circulação no país. Por fim, segundo estimativas do mercado, em 2020 deverá haver 41 bilhões de objetos conectados em todo mundo. Só aí já nos parece que teremos muitas novas oportunidades de negócios.


CAPA

CUSTO BRASIL: A DERROTA EMINENTE DE UMA DISPUTA DESIGUAL Talyta Grandchamp e Wagner Matheus (Parceria com o Portal MEON)

P

ense na disputa de uma maratona entre dois atletas. Um bem treinado, em forma e totalmente preparado para a disputa; o outro competidor chega em cima da hora para a prova e bem acima do peso. É mais ou menos assim que se sentem os empreendedores brasileiros quando têm de competir para colocar seus produtos no mercado internacional. O Brasil, recheado de “gorduras” indesejáveis, se movimenta pesadamente nesta competição em que, o que vale, é a agilidade, a preparação, o planejamento.

de chegada dessa maratona em busca do sucesso. Basicamente, o Custo Brasil é o custo adicional no processo de produção no país em relação aos concorrentes internacionais. “Esse custo mais elevado é resultante de três fatores principais: política fiscal que apresenta elevada carga tributária ao setor produtivo e com baixo retorno dos investimentos públicos, os problemas de infraestrutura que resultam em aumento nos custos de produção e política cambial desfavorável ao comércio internacional.”, ressalta o economista e Professor da Unitau, Edson Trajano Vieira.

Este é o Custo Brasil, um “sobrepeso” que os empresários são obrigados a carregar, comprometendo sua competitividade, deixando-os, a cada dia, mais distantes da linha

O Custo Brasil, do qual tanto se fala, mas contra o qual quase nada se faz, é o grande empecilho para o crescimento da economia brasileira, principalmente da indústria, quem tem assistido sua participação no PIB nacional desabar em queda livre ao longo dos últimos anos. Uma pesquisa realizada pelo DECOMTEC/FIESP (Departamento de Competitividade e Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) revela que os bens produzidos pela indústria de transformação nacional estiveram, em média, 33,7% mais caros do que os importados dos principais parceiros1 comerciais em 2013. Sem dúvida, esse diferencial de preços é um entrave à agregação de valor na indústria de transformação. “No setor industrial o problema do Custo Brasil é maior. Isso pode ser verificado pela redução da participação da indústria na economia brasileira, desindustrialização, 1

17

e, principalmente, na redução dos coeficientes de exportação e de importação. Exemplo disso é que, na última década, aumentou o consumo brasileiro de produtos industrializados, consumo esse atendido por produtos importados”, explica o economista. O Custo Brasil também sofre influência do alto preço da energia elétrica brasileira. Segundo o Sistema FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, o custo da energia elétrica para a indústria brasileira sai em média por R$ 348,20/ MWh; dentre 27 países o Brasil é o 8º com o custo mais caro em energia elétrica. Se comparado aos Estados Unidos, por exemplo, a energia no Brasil é 171,6% mais cara. A Índia tem o custo mais caro, com R$ 596, 96 / MWh, em contrapartida a Argentina é a mais barata, com custo de R$ 57,63/ MWh. Esse custo deve aumentar ainda mais, pelo menos nos próximos anos. De acordo com o diretor de regulação da EDP Bandeirante, Donato Silva, o novo reajuste tarifário para o consumidor final realizado neste mês de outubro, será para cobrir os gastos milionários com a ativação desde 2013 das termelétricas, medida tomada por conta da redução das hidrelétricas com a escassez de água que enfrentamos. Em outubro de 2015, novos reajustes devem ser realizados, dessa vez, para o pagamento de empréstimos feitos pelas concessionárias de energia para dar conta do prejuízo com a ativação das termelétricas. Mais uma conta a ser paga pelo consumidor e pela indústria.

Parceiros: Alemanha, Argentina, Canadá, Chile, China, Coreia do Sul, Espanha, EUA, França, Índia, Japão, México, Reino Unido e Suíça.


CAPA

BUROCRACIA E LEIS ANTIQUADAS A tributação brasileira, que inclui também a burocracia, é o principal componente do Custo Brasil. De acordo com uma pesquisa realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), 90% das indústrias alegam que os excessos de leis, exigências do Fisco, Normas Regulamentadoras, entre outros, travam o crescimento das empresas.

Os impostos também acabam pesando mais sobre os produtos nacionais. A pesquisa do DECOMTEC/ FIESP fez uma simulação dos mesmos impostos cobrados para os produtos nacionais e importados. A indústria brasileira paga ICMS, PIS/Cofins e IPI, enquanto o produto importado paga os mesmos impostos e mais, imposto de importação, fretes e seguros. Ainda assim, o produto importado fica mais barato que o nacional.

As empresas nacionais despendem mais de um terço do ano em tempo dedicado de equipes treinadas para fazerem os cálculos dos impostos, afinal são 88 tributos entre federais, estaduais e municipais. “A ineficiência do setor público reduz a competitividade do setor privado, ou seja, as empresas no Brasil têm um sócio, o Estado, que tem elevado custo e pouco retorno. Cabe destacar que, não necessariamente a saída é a redução da carga tributária, mas sim a melhor eficiência dos gastos públicos”, explica o economista Trajano.

A Campo Limpo Reciclagem e Transformação, empresa fabricante nacional e estrangeira de defensivos agrícolas, presente há 20 anos em Taubaté, tem enfrentado essa burocracia excessiva na regulamentação do negócio. “No Brasil, abrir uma empresa recicladora leva, no mínimo 90 dias, enquanto na Austrália o mesmo processo é feito em doze horas. Outro problema grande é o ICMS, cujo peso em dinheiro e burocracia reduz a produtividade e aumenta o custo das empresas do setor”, reclama o diretor-presidente João Cesar Rando. A Campo Limpo é altamente dependente de logística e emprega 15 mil caminhões anualmente para retirar 42.500 toneladas de embalagens do mercado. A fábrica de Taubaté gera 240 empregos diretos e mais 60 terceirizados. De acordo com o diretor-presidente, para reduzir o Custo Brasil no seu setor, o governo deveria dar um tratamento diferenciado. “Temos uma lei moderna de gestão de resíduos pós-consumo, mas uma legislação antiga para prever esta demanda legal. O investimento do setor foi de mais de R$ 700 milhões nos últimos doze anos. Além disso, apesar de criarmos

18

um sistema que presta um importante serviço ambiental, a carga tributária do setor é igual a de qualquer outro negócio, não existe nenhum incentivo tributário”, lamenta.

A CORRIDA POR UM ESPAÇO Os problemas burocráticos não param por aí. Quando o assunto é importação e exportação o Brasil se perde. De acordo com a pesquisa do DECOMTEC/FIESP, a alíquota que o Brasil impõe sobre os produtos importados não é suficiente para competir com a indústria brasileira. Isso acontece por conta da valorização cambial que, apesar de termos registrado quedas desde 2011, ainda é positiva. Essa valorização provoca a queda de preços dos produtos importados, o que não é visto com a mesma proporção no produto nacional. Essa valorização no câmbio também implica no preço da matéria-prima. Apesar de causar queda no custo de equipamentos, máquinas e insumos importados, não é suficiente para reduzir o preço do produto final nacional a ponto de competir com o importado. A indústria brasileira também enfrenta burocracia e custos elevados para exportar. De acordo com a CNI, os gastos burocráticos de apenas um contêiner chegam a US$ 2.200, enquanto a média internacional é de US$ 1 mil. São necessários mais de 17 documentos para regular esse processo, que leva em média 13 dias. Os setores que mais


CAPA

têm sofrido com essa burocracia são de máquinas e equipamentos, informática, plásticos, veículos e agroindústria.

LUTANDO POR INVESTIMENTOS Um dos grandes motivos para o Custo Brasil estar 33,7% mais caro que os países concorrentes é a falta de investimentos na infraestrutura do país. As linhas férreas são um exemplo, pois, apesar de serem um investimento caro, geram, a longo prazo, grande economia, com fretes mais baratos, mas infelizmente, em um país de mais de 8 milhões de km2 , temos apenas 29,8 mil km de linhas férreas em funcionamento. As regiões que dependem deste tipo de transporte não são atendidas e acabam por utilizar o transporte rodoviário, muitas vezes, com estradas em péssimas condições ou de portos, como de Santos, que há tempos, sofre com infraestrutura defasada para o aumento da demanda. Uma prova de que o transporte férreo é uma boa saída está no investimento da China, que, em menos de quatro anos, investiu em 19 mil km de linhas férreas no país e, hoje, é uma das maiores potências. A falta de parcerias com as indústrias também tem afastado novos investimentos de multinacionais no país. A Johnson & Johnson mantém no Brasil, em São José dos Campos (SP), a única planta industrial em todo o mundo que concentra as suas três áreas de atuação: Medical (equipamentos médicos), Con-

sumidor (saúde, higiene, beleza) e Farmacêutica (medicamentos). Mesmo assim, esse campus, que já foi muito maior e mais importante dentre as afiliadas J&J ao redor do mundo, tem dificuldades para convencer a matriz da empresa, nos Estados Unidos, a aprovar novos investimentos em suas fábricas. “Empresas globais não investem em um quadro desses, preferem investir em outros países. A nossa luta é mostrar que o país merece receber investimentos”, explica Marcos Mancini, diretor de Operações da J&J Medical. “Temos muito espaço para crescer em São José, o potencial é grande, mas o que fazemos hoje é manter a produção.” Hoje, na J&J, os investimentos têm se limitado à manutenção do negócio e algumas melhorias para otimizar os custos. “Poderíamos exportar muito mais. É preciso brigar bastante para mostrar o valor do negócio, mesmo em um ambiente controverso. Fazemos projeções de longo prazo de, pelo menos quinze anos, para demonstrar esta viabilidade”, afirma o diretor.

EMPREGOS EM XEQUE-MATE Também entra na soma do Custo Brasil a mão de obra cara, em que os encargos trabalhistas ultrapassam os 130% sobre o que o trabalhador brasileiro leva em dinheiro para casa no final do mês. Enquanto o empregado luta para pagar suas contas, as empresas lutam para manter seus empregos. O campus São José da J&J já reduziu 1.100 empregos, desde sua instalação. “O Custo Brasil aumenta o nosso custo operacional, por exemplo, com 6,5% de inflação mais 2% de aumento real nos salários. Isto tira nossa competitividade, limita o potencial de exportação e, por isso, a empresa acaba atendendo mais o mercado local. Não ex-

19

portando, a manufatura não gera mais empregos”, lamenta Marcos Mancini, diretor de Operações da J&J Medical. Outra empresa que enfrenta problemas é a Volex que está no Brasil desde 2000 e é líder mundial na fabricação de conjuntos de cabos elétricos, de fibra óptica e de alimentação elétrica. Atualmente, mantém nove fábricas no mundo, uma delas em Jacareí (SP). A mão de obra é a principal ferramenta em produtos com baixo valor agregado, por isso, o custo dela é muito importante para o preço final dos seus produtos. Desde sua chegada ao Brasil, a empresa reduziu 420 vagas de emprego na fábrica de Jacareí. Devido à pouca demanda, a empresa demitiu recentemente oito empregados e mantém 12 em férias. “Os nossos maiores problemas são as leis trabalhistas, que estão entre as piores do mundo, a alta carga tributária e as relações conflituosas com os sindicatos de trabalhadores. É por isso que hoje estamos exportando empregos na área industrial principalmente para China, México e outros países mais competitivos”, queixa-se o engenheiro mecânico aeronáutico Ricardo Hamad, formado na turma de 1986 do ITA, diretor geral da Volex do Brasil.


CAPA

Número de políticos Gasto anual - por político Salário mensal + 13º + 14º + 15º Total de verbas indenizadas - incluem: passagem aérea, assistência médica ilimitada para toda família, verba de gabinete, impressões, publicações, combustível, moradia.

Deputados Federais

Deputados Estaduais

Senadores

513

1058

81

R$ 6,6 milhões R$ 9,04 milhões R$ 33 milhões R$ 16.512,09

R$ 12.384,07

R$ 16.512,09

R$ 566milhões R$ 494 milhões R$ 91,7milhões

PARA ONDE VAI TANTO DINHEIRO Os gargalos e a falta de investimento não são os únicos entraves que tornam o Custo Brasil uma barreira para o desenvolvimento da economia brasileira, o Estado brasileiro ainda deixa de fazer o dever de casa: a máquina pública é cara e ineficiente. Até o fechamento dessa matéria o impostômetro já indicava uma arrecadação de mais de R$ 1 trilhão, o que, matematicamente, seria mais de R$ 6 mil por habitante. Com tanto dinheiro assim, o Brasil deveria ser um país com setores públicos em pleno funcionamento. Em todo país faltam investimentos e são poucas as cidades que podem se orgulhar de um serviço público de qualidade. Então, para onde vai esse dinheiro todo? Um estudo da ONG Transparência Brasil mostra que os parlamentares brasileiros são os mais caros do mundo. Embora os dados sejam de 2010, eles ainda retratam a realidade, já que nada foi feito para “enxugar” os gastos dos poderes públicos desde então. “A ineficiência da gestão pública é o principal custo do país. Acredito que o Estado brasileiro pode e deve promover uma reforma fiscal melhorando a qualidade da arrecadação, mas, principalmente, a destinação dos gastos. Hoje, se gasta muito com gestão e pouco com serviços públicos diretos ao setor produtivo e a sociedade como um todo. O estado deve ter o controle das políticas

Edson Trajano.

públicas, tendo como prioridade as políticas de Estado, como a política industrial com a defesa do capital e investimentos nacionais”, explica o economista e professor da UNITAU,

Os valores gastos com o Congresso brasileiro causam mais espanto quando comparados a países mais ricos que o Brasil. Na média dos custos de deputados e senadores, cada parlamentar no Brasil sai por R$ 10,2 milhões por ano; na Itália, custa R$ 3,9 milhões; na França, R$ 2,8 milhões; na Espanha, R$ 850 mil; e na Argentina, R$ 1,3 milhão. (Fazer : Gráfico de Barrras)

dos orçamentos municipais, restando cerca de 15% para investimentos. É uma fatia muito grande para gestão, com excesso de funcionários comissionados (contratados sem concurso público), ocupando os cargos mais elevados, que desestimulam os servidores concursados. Jacareí, por exemplo, mantém 311 comissionados, embora sua assessoria alegue que parte deles (94) é formada por servidores de carreira. No Legislativo, divididos os R$ 97,6 milhões que os três municípios gastam com seus 53 vereadores, surge a média de R$ 1,84 milhão de despesa anual com cada vereador, apenas com o pagamento de seus subsídios (salários). Em São José, por exemplo, cada gabinete de vereador conta com verba anual de R$ 445.068 para utilizar apenas no pagamento de salários de até 11 assessores. Somados os 21 gabinetes, as despesas salariais – sem contar o 13º consomem R$ 13,346 milhões anuais.

Os mesmos gastos exorbitantes se repetem nas assembleias legislativas dos Estados. Deputados distritais em Brasília, por exemplo, custam por ano cerca de R$ 10 milhões; nas maiores cidades do país, Rio de Janeiro e São Paulo, vereadores chegam a custar mais de R$ 5 milhões anuais.

PASSOS DE TARTARUGA

O mau exemplo do setor público mostra que a luta pela racionalização das despesas e pela implementação de medidas que reduzam o custo dos produtos brasileiros está longe de ser compreendida pelos que deveriam ser os primeiros a empunhar a bandeira da competitividade: os governantes.

Se a legislação avançou nos últimos anos na exigência de concursos públicos para contratação de servidores, as máquinas públicas ainda andam a passo de tartaruga quando se trata de agilizar os processos de contratação, bem como as concorrências públicas, ainda realizadas sob regras pouco claras.

NA RMVALE Uma rápida análise sobre os números em prefeituras das três maiores cidades da região – São José dos Campos, Taubaté e Jacareí – demonstram que as despesas de custeio consomem até 85%

20

Até os chamados Portais da Transparência, que obrigam o poder público a prestar contas aos cidadãos, são pouco claros, quando não desatualizados. Em resumo: enquanto o Brasil amarga as últimas colocações do planeta nos quesitos transparência, edu-


Gastos Câmaras Municipais Custos Mensais Quanto gasta do orçamento do município

São José dos Campos

Taubaté

Jacareí

R$ 42.994.000 (2,2%)

28.500.000 (2,602%)

19.180.000 (2,27%)

21

19

13

Número de vereadores

cação, desenvolvimento humano (IDH), atendimento de saúde, logística, impostos e leis trabalhistas, a economia do país, contaminada pelas péssimas práticas do Estado brasileiro, também patina em suas tentativas de ocupar as primeiras posições entre as demais economias do mundo.

Subsídio mensal de um vereador

R$ 10.173

R$ 7.339,65

R$ 9.300

Verba por gabinete para contratação de assessores

R$ 37.089

R$ 24.880,72

R$ 12.583,67

11 (máximo)

5

4

500 litros de gasolina ou 650 litros etanol por mês; R$ 400 mensais para ligações telefônicas; até 3 mil cópias reprográficas por mês; R$ 250 para despesas de correio.

Limite de R$ 350 por gabinete para ligações telefônicas; 3 mil litros de combustível por ano por veículo oficial; limite de 2 mil cópias mensais nos equipamentos multifuncionais dos gabinetes; limite de 3 mil cópias mensais por gabinete na Central de Cópias da Câmara.

Número de assessores por vereador

Verba total por gabinete de vereador para despesas em geral

LEGISLATIVOS POSSUEM GRANDES ESTRUTURAS, MAS TÊM FUNÇÃO HOMOLOGADORA

Telefone celular até o limite de R$ 1 mil reais por mês; 300 litros/mês de combustível; 4 resmas/mês de papel para uso no exercício do mandato.

* Informações fornecidas pelas assessorias de comunicação das câmaras municipais de São José dos Campos, Taubaté e Jacareí

PREFEITURAS: ORÇAMENTOS GORDOS, INVESTIMENTOS MAGROS

Apesar de bem estruturados, com gabinetes repletos de assessores, verbas para despesas com transporte e comunicação, as câmaras municipais pouco formulam, quase nada propõem. Sem o poder de legislar sobre matérias que criem despesas para o município, os vereadores acabam se limitando a homologar projetos enviados pelo Executivo e a servir como “despachantes” de pedidos dos cidadãos. Muito pouco para compensar o custo que representam para os contribuintes.

COMO DISPUTAR DE IGUAL PARA IGUAL

Estruturas superdimensionadas, até 85% consumidos no custeio da máquina (manutenção e salários), pouco sobre para os municípios investirem na infraestrutura necessária para tornar suas economias mais atraentes. Perdendo competitividade, a região assiste à migração de investimentos importantes para outras regiões do país e também para o exterior.

Com o cenário econômico atual do Brasil, especialistas buscam respostas para solucionar esse problema chamado Custo Brasil que tende a piorar se nada for feito. “Hoje o poder público toma decisões sem ouvir muito o setor industrial. Os produtos vindos da China, em grande escala, também são um grande problema, já que eles não têm o custo que temos para produção”,

Gastos das Prefeituras Taubaté

São José

Jacareí

Orçamento em 2014/ano

R$ 764,647 milhões

R$ 2,179 bilhões

R$ 836 milhões

Desp. de custeio (orçamento (-) investimentos)/ano

R$ 694,449 milhões

R$ 1,748 bilhão

R$ 637 milhões

85,73%

83%

75%

R$ 401,888 milhões

não fornecido

R$ 135,547 milhões

47,38%

não fornecido

40%

Despesas de custeio sobre o total do Orçamento Custo total da folha de pagamento (por ano) Despesas com pessoal em relação ao orçamento Total de servidores (administração direta)

R$ 6.296

R$ 9.000

R$ 4.971

Salário do prefeito (por mês)

R$ 15.025,31

R$ 21.383.25

R$ 18.147,50

Salário de secretário municipal (por mês)

R$ 9.624,67

R$ 10.691,65

R$ 9.958,47

Benefícios concedidos a secretários Salário de diretor de departamento (por mês) Benefícios de diretores de departamentos Total de funcionários comissionados Total: salários + encargos + comissionados/ mês

não há

não há

não há

R$ 5.357,49

R$ 8.011,68

R$ 5.021,85

40% para nível universitário e 20% de verba de representação

não há

vale-refeição (R$ 12 por dia útil)

R$ 72

não fornecido

R$ 311

R$ 453.499,79

não fornecido

não fornecido

21


CAPA

explica Uziel Estêvão, 1º diretor jurídico adjunto do CIESP. Se o presente está comprometido pelas distorções que geram o Custo Brasil, a eliminação dos gargalos que travam o crescimento da economia brasileira pode estar no planejamento do futuro. O economista Edson Trajano ressalta essa importância. “Para o setor industrial é indispensável a elaboração de uma política setorial de longo prazo, que reduza a internacionalização das cadeias produtivas. A indústria só voltará a crescer com o aumento do valor agregado e com a produção e incorporação de tecnologia nacional no processo produtivo”, afirma. A ideia é seguir a receita de países que saíram do subdesenvolvimento para se transformar em economias altamente competitivas. Como China, Coreia do Sul e Cingapura, dentre outros. Cingapura, por exemplo, há 50 anos não passava de uma vila de pescadores. “Esses países se anteciparam para criar um ambiente mais favorável para o investimento. Há 40

anos, a China reuniu gente do mundo inteiro – entre eles o brasileiro Ozires Silva, um dos criadores da Embraer, e Peter Drucker, um dos papas em gestão empresarial – para participar da elaboração de um plano estratégico visando nortear o crescimento da economia do país”, relata Hamad, diretor geral da Volex do Brasil. “O plano diretor definiu que os chineses começariam produzindo itens de baixo valor agregado enquanto investiam em infraestrutura logística, tributária e educacional, entre outros setores para, ao longo do tempo, agregarem cada vez maior valor. Hoje, a China rivaliza em qualidade com produtos de alta tecnologia dos Estados Unidos e está entre os países com maior número de patentes registradas no planeta”, completa. O mesmo pode ser feito no Brasil. Ricardo Hamad, além de empresário, coordena o Grupo GT- Sênior, criado na regional de Jacareí do Ciesp, que é formado por cerca de 40 empresas associadas de médio e grande porte. Atualmente, segundo ele, a maioria está segurando investimentos, reclamando do Custo Brasil. “O programa Jacareí 2033, coordenado pelo Ciesp, busca definir o que queremos que Jacareí seja daqui a 20 anos. A partir dessa visão será possível construir o caminho para o futuro. O projeto é uma contribuição do Ciesp para esta visão de longo prazo, com a participação de toda a sociedade civil. O poder público está bastante receptivo. No momento, o Ciesp busca re-

22

cursos para uma nova fase em que serão realizadas entrevistas de campo e outras atividades.”, admite Hamad. Um dos caminhos já propostos para o desenvolvimento do município é a criação de um polo de indústrias da área denominada “ciências da vida”, que consiste na fabricação de produtos destinados a suprir as necessidades da medicina. Para isso, será necessário investir em faculdades, em logística adequada e criar uma legislação favorável, dentre inúmeras outras medidas de melhoria da infraestrutura geral do município, todas previstas no programa. No Brasil, iniciativas similares estão sendo desenvolvidas em Caxias do Sul (RS), o programa Piracicaba (SP) e em São José dos Campos (SP). “Fatores favoráveis o país tem: a sexta ou sétima maior economia do mundo, ótimas faculdades, clima e geografia favoráveis, matéria-prima em abundância e um povo que, bem treinado, pode ser um dos mais competitivos do mundo”, garante Hamad. “O brasileiro é mais flexível e mais criativo que a maioria dos povos.” “Só precisamos acabar com a mania do brasileiro de pensar que existirá um salvador da pátria para resolver todos os problemas. É necessário ter visão de longo prazo. A sociedade inteira deve participar desse processo”, conclui o diretor da Volex. O que precisamos é de uma política justa e inteligente, que pense na integração do todo, afinal, se as indústrias vão mal, os empregos caem, aumento a número de desempregados, as famílias sofrem, todo povo brasileiro sofre. Que o Brasil de 2015 seja um Brasil diferente, com novas esperanças para alcançar a linha de chegada ao sucesso.


DICAS DE SUCESSO

APRENDIZADO DESDE CEDO TRAJETÓRIA PROFISSIONAL “Com 17 anos deixei minha casa e resolvi seguir na carreira de autônomo, no interior de São Paulo, onde me formei em Economia pela USP, sempre trabalhando na área de vendas.

RAIO X: NOME COMPLETO: Mário Domingos de Moraes CONHECIDO COMO: Mário CARGO: Diretor de planejamento EMPRESA: Grupo Planeo - Planejamento profissional Ltda FORMAÇÃO: Economista pela USP e pós-graduado em Gestão social na UFRJ Joseense de coração, nascido na Penha (SP),casado e pai de duas filhas. Mario tem uma história parecida com a maioria dos brasileiros. Irmão mais velho de cinco filhos aprendeu cedo a importância da responsabilidade financeira. Aos 10 anos Mario já trabalhava vendendo bijus. Alternando escola com trabalho, seguiu para o SENAI – Lapa, onde estudou Caldeiraria, o sonho, do pai. Mesmo assim, fez o curso e aos 17 anos iniciou seu sonho: ser empreendedor.

Através de um concurso, entrei no SESI-SP para trabalhar na administração de supermercados, até ser promovido a Diretor do SESI-SJC, onde exerci esse cargo durante 21 anos e, após alguns anos, conclui uma Pós-graduação na área de Gestão de Projetos Sociais na UFRJ. Durante esse período, criamos várias atividades para fortalecer o nome da empresa e oferecer o melhor serviço aos usuários do SESI, também participei da elaboração do Planejamento Estratégico do SESI - Nacional e de SP. Desenvolvi diversos projetos e ainda consegui concretizar a ideia da construção do Teatro do SESI-SJC. Além de Diretor do SESI também fui presidente da Fundação Cassiano Ricardo onde sempre busquei usar a criatividade e a inovação em todas minhas ações.

COMO CHEGAR LÁ Hoje penso que os jovens deveriam se preocupar mais com o futuro, se preparar psicologicamente e financeiramente para a longevidade que a tecno-

23

logia e medicina proporcionam ao ser humano. Estabelecer valores e segui-los é dar rumo à vida. Eles não devem ser abandonados mesmo que se consiga uma liberdade financeira. Também tive obstáculos durante essa trajetória profissional. Quando você se destaca numa organização surgem pessoas para dificultar ações inovadoras. O novo sempre causa receio numa organização. Fala-se muito do novo, mas são poucas as empresas que têm ou investem num setor de inovação e criatividade.

DICAS Nossa experiência está baseada num mundo que não existe mais. A cada momento tudo muda e só o que dá certeza é nosso planejamento de vida e de carreira. Saber o que se quer e aonde chegar facilita muito trilhar o futuro desejado e as estratégias que serão utilizadas para chegar lá da melhor maneira possível. Além disso, manter uma boa saúde e condicionamento físico, uma boa rede de relacionamentos para poder usufruir o que se conquista. Ter sempre um “Plano B” para vida. Atualmente tenho uma empresa de planejamento pós-carreira, treinamento e eventos - a PLANEO. Estou começando a ser de novo um empreendedor, após anos trabalhando em grandes organizações. 



MATÉRIA

ELEIÇÕES 2014 QUATRO DEPUTADOS DA REGIÃO SÃO ELEITOS O resultado das urnas dessa eleição não foi muito favorável ao PT, afinal, o partido viu seu candidato Senador Eduardo Suplicy ,com 24 anos de mandato, ficar apenas com 32,53% dos votos, perdendo para José Serra do PSDB, que venceu com 58,49%. A atual presidente Dilma Rousseff (PT) conquistou menos do que a coligação esperava, com 41,59%, contra a surpreendente disparada de Aécio Neves (PSDB) que fechou com 33,55% deixando Marina Silva (PSB) para trás com apenas 21,32%. A derrapada do PT não para por aí. Para governador do estado de São Paulo, o PT ficou em 3º lugar com o Alexandre Padilha com 18,22%, , perdendo para Paulo Skaf (PMDB) com 21,53%, decretando a vitória a Geraldo Alckmin com 57,31% dos votos válidos. Mas, por outro lado , levou Minas, um antigo reduto do PSDB e também obteve uma vitória espressiva na Bahia, ambos para o governo do estado. Na Câmara dos Deputados o partido perde o posto de maior bancada, mais uma vez para o PSDB, que a partir de 2015 terá 14 parlamentares, seguido do PT com 10 cadeiras, PRB com 8, PR com 6, PSD com 5, DEM e PSB com 4 vagas cada, PSC e PV com 3 vagas cada, PMDB, PP, PPS e PTB

com 2 vagas cada e PCdoB, PSOL, PDT, PTN, SD com 1 vaga cada. Teremos dois representantes da região: Eduardo Cury (PSDB), ex-prefeito de São José dos Campos, que recebeu mais de 185 mil votos e Flavinho (PSB) com mais de 90 mil votos. EDUARDO CURY (PSDB) – ex-prefeito de São José dos Campos (2004 a 2012), com aprovação de 70%, será o “substituto” de Emanuel Fernandes (PSDB) também ex-prefeito de SJC e atual Deputado Federal. A concentração do seu trabalho será para alavancar a Região Metropolitana do Vale. FLAVINHO (PSB) – em sua primeira eleição, o membro da Comunidade Canção Nova de Cachoeira Paulista é morador de SJC. Foi missionário por 27 anos na Canção Nova e realizou trabalhos sociais em mais de 20 países. Ele tem acompanhado há 15 anos o movimento político dentro da Igreja Católica, por isso resolveu iniciar a vida política e pretende lutar pelos valores familiares, da ética, moral e respeito. Para compor a Assembleia Legislativa paulista os tucanos também ficaram a frente com sua coligação PSDB/ DEM, com 31 eleitos no total, sendo 23 do PSDB e 8 DEM.

GASTOS NOS ANOS ANTERIORES DOS DEPUTADOS QUE JÁ ATUAM HÉLIO NISHIMOTO (PSDB) 2014 - R$ 142.847,69 2013 - R$ 204.804,42 2012 - R$ 240.468,57

PADRE AFONSO LOBATO (PV) 2014 - R$ 133.740,84 2013 - R$ 270.282,50 2012 - R$ 229.677,96 *FONTE: TSE – TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

25

A coligação petista somou 27 deputados, sendo 24 do PT, apenas 2 do PRB e 1 do PR. Seguidos do PV com 9 eleitos; PTB, PMDB, PDT, PSC com 4 cada; PSB com 3; PSOL e PP com 1 cada. Apenas dois da nossa região conquistaram uma vaga. Hélio Nishimoto (PSDB) com 137.249 votos e Padre Afonso (PV) com 81.837 votos. HÉLIO NISHIMOTO (PSDB) – Eleito em 2006 com 64.012 votos para Deputado Estadual, foi reeleito. Atua em 6 Comissões dentro da Assembleia Legislativa, também é considerado um dos mais atuantes com 25 Projetos de Lei, 1 Projeto de Lei Complementar, 109 Indicações, 44 Requerimentos e 5 Moções. Conseguiu investimentos de cerca de R$ 8 milhões, para mais de 30 cidades do Estado de São Paulo. PADRE AFONSO (PV) – Eleito em 2002 com 43 mil votos para Deputado Estadual se mantem no cargo desde então. Preside a Frente Parlamentar em Defesa do Vale do Paraíba e região. Atribui a ele benefícios como: Restaurante Bom Prato, Poupatempo, Fatec, duplicação da Oswaldo Cruz, a chega do AME e a implantação da Região Metropolitana do Vale do Paraíba e região. A ausência de mais de 25 mil eleitores nas urnas, além de mais de 5 mil votos brancos ou nulos no estado de São Paulo coloca em xeque a “vontade de mudar” demonstrada nas ruas em junho pelos manifestantes. Resta saber se o gigante voltou para o sono profundo e por quanto tempo mais ficará adormecido. 


CURTAS

2ª EDIÇÃO PRÊMIO VALE SUSTENTÁVEL

EMPREENDEDORISMO SOCIAL NA EMPRESA Taubaté foi o palco para a palestra do Sr. Jimmy Peixoto, no último dia 18 de setembro sobre o “Empreendedorismo social na empresa”, que recebeu mais de 25 pessoas, entre associados e convidados do CIESP. Profissional de liderança, com 10 anos de experiência internacional, fundador e CEO do PIGGME, rede social mundial, com parcerias com empresas como Claro, Lenovo, Cinemark, McDonalds, Multilaser e outras, Jimmy trouxe informações importantes para ajudar os empresários no dia a dia. Além de saírem do evento cheio de informações, os participantes saíram com o coração em paz, pois cada um foi convidado a doar alimentos não perecíveis com destino à ASSID – Associação para Síndrome de Down. O evento foi uma iniciativa do DDI-CIESP (Departamento de Desenvolvimento Industrial) CIESP e do DRS-CIESP (Departamento de Responsabilidade Social) Taubaté e teve o apoio do Plaza Suíte Hotel e Piggme. 

ENCONTRO ITINERANTE DE NEGÓCIOS Pindamonhangaba recebeu em 24 de setembro mais um Encontro de Negócios. Com participação de diversos empresários e representantes de 40 empresas de toda região, o evento foi uma excelente oportunidade para as empresas se apresentarem, ampliar seus negócios e networking, além de promover novas oportunidades. O evento foi realizado na ACIP – Associação Comercial e Industrial de Pindamonhangaba e teve o apoio do Sebrae, ACIP e Café Pindense. 

26

Em sua 2ª edição, o Prêmio Vale Sustentável reuniu empresários da região no último dia 10 de setembro no Hotel Baobá. O evento foi criado pela Rede Difusora de Comunicação, com a proposta de premiar projetos que valorizam ações de responsabilidade social e sustentável realizada por diversas empresas e indústrias da Região Metropolitana do Vale do Paraíba. Além de premiar, a intenção é divulgar e reforçar o compromisso com a qualidade de vida do planeta em que vivemos. O nome do prêmio foi escolhido para homenagear à rica região do Vale do Paraíba, cujos trabalhos sustentáveis vêm crescendo e se fortalecendo a cada dia. O Prêmio é uma iniciativa da Rede Difusora e tem o apoio institucional do CIESP, juntamente com o Instituto IS. 


CURTAS

RODADA DE NEGÓCIOS EM JACAREÍ

Jacareí realiza no próximo dia 6 de novembro a Rodada de Negócios CIESP, das 13h às 18h, no Sesi Jacareí, na Avenida Dr. Antônio Ferreira Rizzini, 600 – Jd. Elza Maria. Já estão confirmadas as empresas âncoras: Campo Limpo, Cebrace, Fibria, Parker Hannifin, Sany, Viobras, Volex e White Martins. Mais informações e inscrições pelo site ou pelo rodadas@ciesp.org.br. As inscrições encerram em 29 de outubro. 

LIDERANÇA EM FOCO A reunião Plenária de Taubaté do dia 25 de setembro, realizada na sede foi especial. O evento contou com a participação de mais de 70 representantes de empresas associadas e não associadas, que puderam participar da palestra sobre o tema “Liderança: Instrumento de Gestão” que foi promovida pelo professor Vanderlei Soela, psicólogo, pedagogo e professor da Fundação Dom Cabral, através de sua associada CMP. Os empresários também tiveram a oportunidade de trocar informações sobre os serviços do SEBRAE, da INVESTE SP e do PEIEX – Projeto Extensão Industrial Exportadora. Ao final, um coquetel foi servido aos participantes que puderam se confraternizar e realizar seu networking. 

LAÇOS FAMILIARES INTERNACIONAIS No dia 28 de Agosto de 2014 o CIESP Taubaté recebeu a visita do Cônsul Geral de Portugal no Brasil, Paulo L. Lourenço. Além dele, também estiveram presente o Diretor de Relações Exteriores do Consulado, Carlos Moura e o Cônsul Honorário de Portugal em Ribeirão Preto, João Caldas. A visita trouxe novos laços para o futuro entre países com ligações tão familiares. Os empresários que estiveram presente também ficaram satisfeitos com o objetivo do encontro de alavancar negócios entre Portugal e a região do Vale do Paraíba. 

27


RESOLUÇÃO GRÁFICA


SERVIÇOS

CURSOS  08.11.2014 - MASP – METODOLOGIA DE ANÁLISE DE SOLUÇÕES DE PROBLEMAS

Fornecer uma visão geral e abrangente das Ferramentas para a Qualidade recomendadas pelas Normas ISO 9001:08 QS 9000 e TS 16949 para dar apoio à Melhoria Contínua.

11.11.2014 - PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO

Desenvolver técnicas de planejamento estratégico que irão organizar e facilitar a administração de tempo e a execução de projetos.

11.11.2014 - “PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO”

Desenvolver técnicas de planejamento estratégico que irão organizar e facilitar a administração de tempo e a execução de projetos.

18.11.2014 - GESTÃO TÉCNICA E ESTRATÉGICA DA ÁREA DE COMPRAS

Capacitar profissionais para a gestão da área de compras , utilizando as ferramentas de Strategic Sourcing (compras estratégicas),gestão de fornecedores, ferramentas da Qualidade em compras.

26.11.2014 - CARGOS, SALÁRIOS E REMUNERAÇÃO COMO FERRAMENTA DE GESTÃO, ATRAÇÃO E RETENÇÃO

DE TALENTOS Capacitar os participantes a entende e aplicar as diferentes abordagens de Remuneração. Entender as diferenças entre os principais modelos de remuneração. Analisar os impactos nas na Organização


SERVIÇOS

SERVIÇOS AOS ASSOCIADOS O CIESP oferece inúmeros benefícios aos seus associados, seguindo o exemplo de milhares de empresas que, hoje, contam com uma Representação Política atuante e Serviços oferecidos por profissionais especializados. Como entidade de representação da indústria paulista, o CIESP esta estruturado para ajudar tanto as empresas que estão iniciando suas atividades, como aquelas que desejam expandir mercados. Conheça algumas dessas parcerias nas DR´s de São José dos Campos, Jacareí e Taubaté.

30




Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.