Fundição

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de quotidiana expressa na forte rede associativa. Por tudo o que temos vindo a referir: a existência de atividade produtiva transformadora com especializações funcionais em diversos períodos da nossa história; a existência de bens patrimoniais que a atestam; o significado destas produções nos vários períodos da história de Portugal; a pequena dimensão do Concelho e a sua centralidade. Todas estas razões parecem apontar para a elaboração de um projeto em rede, com interesse para o País, porque neste território ainda é possível realizar uma leitura da evolução tecnológica da atividade produtiva ao longo dos séculos, com interesse local, regional e nacional, que englobe o património material e imaterial.

com programas de turismo social, cultural e ambiental. Em casos específicos, como por exemplo o ferroviário, com associações nacionais e internacionais.

Um projeto deste fôlego, que se compromete com a coerência histórica da nossa identidade, respondendo, ao mesmo tempo a uma lacuna no Pais, necessita do estabelecimento de parcerias nacionais, públicas e privadas, bem como de concursos comunitários. Uma vez estabelecido o conceito será necessário elaborar o projeto global. O que impõe um conjunto de reflexões prévias, que, segundo nossa opinião, devem ter em consideração as questões levantadas por Jorge Henrique Pais da Silva, na obra “Pretérito Presente”- Conservar porquê? Conservar para quem? Conservar como? Conservar o quê?

Salvaguardar encarando este ato como um contributo educativo, valorizador da formação dos indivíduos, criando dinâmicas de animação ligadas ao ensino formal, não formal e informal.

2. Conservar Porquê? É urgente continuar: a recolher este passado, a realizar o seu estudo e divulgação. É urgente a sua recuperação e fruição. Porque são ações que integram um processo cultural mais vasto de valorização do Barreiro, das suas gentes e da cidadania; porque a memória coletiva é instrumento fundamental do desenvolvimento humano potenciador de um futuro mais participado, socialmente mais coeso e seguramente melhor.

3. Conservar Para Quem? Não esgotando a complexidade das respostas, salientaríamos a necessidade primeira de salvaguardar para a população local, regional e nacional, sempre em articulação

4. Conservar Como? Bem mais complexa, ainda, nos parece a resposta a esta questão, no entanto tentaremos deixar alguns tópicos para reflexão futura. Salvaguardar com a participação da população, sensibilizando-a e implicando-a na elaboração do projeto, na monitorização da sua realização e funcionamento.

Encarar a salvaguarda como uma intervenção criativa e um fator de desenvolvimento no perfil da cidade, do ponto de vista da qualidade de vida nos âmbitos urbanístico, social, cultural, económico e ambiental. É essencial ter um projeto, uma estratégia, desenvolver parcerias sinergéticas, que nos permitam concretizar uma Rede Museológica Participada com distribuição de custos de recuperação e reprodução. É essencial conquistar o interesse local, regional, nacional e internacional, porque a nossa história e património têm essa importância e devem de ser tratadas com essa importância. É essencial que o projeto promova programas de recolha, estudo e divulgação do património imaterial e de salvaguarda progressiva do património material, refletindo todos os momentos significativos do nosso percurso, já enunciados. Enunciados neste texto.

(a continuar)

“Revista digital “FUNDIÇÃO” - “JUNHO 2012” Nº1 Pag - 23


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