Livro ABLA 35

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multiplicando

U

m grupo de empresários acreditou que juntos fariam mais e melhor, trabalhou e uniu esforços, teve seguidores e, graças a eles, conseguimos formar uma entidade respeitada, reconhecida e principalmente DE TODOS! 35 anos não são 35 dias, e muito esforço, tempo, dinheiro e saúde foram investidos para não apenas

erguer, mas sobretudo manter em pé nossa associação. O matemático americano John Nash pregava que a soma de esforços gerava multiplicação de resultados. Os fundadores da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA) acreditaram nisso, e hoje colhemos os frutos dessa união de pessoas de bem, comprometidas e que realmente acreditavam que um setor melhor e mais forte traria resultados positivos a suas empresas também. Este livro é uma homenagem a todos que participaram da formação da NOSSA ABLA, e espero que façam uma viagem nesta história bonita, verídica e da qual são personagens. E se é certo que a vida começa aos 40, devemos estar preparados para nossa maturidade setorial plena muito em breve! Boa leitura!

Paulo Gaba Jr.

Presidente do Conselho Nacional da ABLA


ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS LOCADORAS DE AUTOMÓVEIS


prefácio

E

m 1977, o mundo era outro, mas já se alugavam carros. Os modelos utilizados para locação foram se modernizando, ficando mais econômicos, confortáveis, elétricos e conectados, com maior autonomia, mais seguros e de várias marcas, globais e “made in Mercosul”.

O comportamento do consumidor, em um mundo digital e globalizado, que confirma suas reservas via dispositivos móveis e com interface nos sistemas operacionais das locadoras, agilizou o atendimento de um setor que se popularizou. O país do futebol vai sediar novamente uma Copa, e nosso fantástico povo vai receber também uma Olimpíada. Após anos de estagnação econômica e muito esforço social, existe horizonte de crescimento econômico sustentado e constante. 35 anos e 500 mil carros mais tarde, mais de 2 mil empresas se modernizam, e a ABLA qualifica profissionais para atuar em um país onde tudo está acontecendo. E como nem sempre foi assim, decidimos contar a história de nossa associação através do tempo, mostrando a atuação dos principais clientes das montadoras como agentes dessas mudanças no cenário turístico, político e econômico. A locação de carros esteve presente em praticamente todos os fatos relevantes da história recente do Brasil. Durante o “milagre econômico” e na redemocratização do Brasil , todas as construtoras alugaram carros para suas obras. No impeachment de Collor, que faz 20 anos, ou no enterro de Tancredo Neves, muitos alugaram carros. Agora, na era do pré-sal, quantas empresas do setor petrolífero não alugam veículos de nossas empresas? E em um setor turístico que se desenvolve rápido, quantas operadoras de turismo não locam nossos carros para seus clientes desfrutarem suas férias? O visionário Henry Ford disse que o automóvel traria desenvolvimento ao Brasil, e acertou. Vou agora arriscar dizer que o aluguel desses automóveis é que trará a distribuição dessa riqueza por toda nossa federação. E mais uma vez o sucesso virá para os que perseverarem, porque alugar carros requer, mais que tudo, muita fé.

São Paulo/2012

Paulo Gaba Jr.


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De sĂ­mbolo de status a motor da economia nacional

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De símbolo de status a motor da economia nacional

De símbolo de status

a motor

da economia nacional

O

ano era 1891. O lugar, pouco glamouroso: o Porto de Santos, onde atracou o navio Portugal, recém-chegado da Europa. Foi ali, em meio aos estivadores e a uns poucos representantes

da aristocracia da época, que o jovem Alberto Santos Dumont, então com 18 anos, viu desembarcar um automóvel Peugeot, com motor Daimler a gasolina, comprado por 1.200 francos pela família, quando ainda residiam na França. A novidade chamou a atenção não só dos moradores da pacata cidade de Santos, mas também de quem, tempos mais tarde, circulava pelo centro de São Paulo, mais precisamente pela Rua Direita. Esse era o destino preferido, em suas voltas pela cidade, do engenheiro Henrique Dumont, milionário produtor de café da região de Ribeirão Preto, São Paulo, pai do jovem Alberto.

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Distante 440 quilômetros da capital paulista, a cidade do Rio de Janeiro também conheceu o barulho dos automóveis cedo, por volta de 1895. Um dos primeiros ilustres proprietários da novidade foi o jornalista José do Patrocínio, que circulava pelas estreitas ruas cariocas a bordo de um modelo francês, movido a vapor, com fornalha, caldeira e chaminé. Diz a lenda que, em uma tarde, Olavo Bilac, que aprendia com Patrocínio a difícil arte de dirigir, perdeu a direção e se chocou contra uma árvore, na Estrada Velha da Tijuca, inutilizando o veículo. Patrocínio ficou desolado; Bilac, ao contrário, gabava-se de ser o precursor dos desastres de automóvel no Brasil. Na mesma época, o estudante de engenharia Fernando Guerra Duval provocava inveja entre os moços da época ao cruzar a cidade com seu Decauville, com motor a gasolina, dois cilindros. Na falta de combustível, Guerra Duval ia às farmácias e comprava benzina. O carro era aberto, sem capota e com escapamento livre, o que provocava muito barulho. O carro andou também em Petrópolis, para onde foi em uma prancha da estrada de ferro, pois não havia estrada ligando a cidade imperial ao Rio de Janeiro. Se os carros da família Dumont e do jornalista Patrocínio causaram espanto em São Paulo e Rio de Janeiro, o autêntico “Clement”, com motor Penhard & Levassor, fabricado em 1895, importado por José Henrique Lonat, não provocou menos comentários na

1913

ANTIGUIDADE O veículo Benz, ano 1913, utilizado por Rui Barbosa, é considerado o carro mais antigo da empresa Mercedes-Benz existente no Brasil. O veículo está exposto na casa de Rui Barbosa, transformada em museu, no bairro do Botafogo, no Rio de Janeiro.

A Volkswagen importa o primeiro Fusca para testar sua aceitação no Brasil. Com motor 1.200 e alavanca de câmbio no painel com três marchas, o carro foi comprado pelo paulistano Rodolfo Maerz, por CR$ 59,7 mil, mais CR$ 1.493 em selos.

“FENEMÊS” NA ESTRADA A Fábrica Nacional de Motores – FNM, criada por Getúlio Vargas, em 1938, para produzir motores de avião, passa a montar o caminhão D-9500, da italiana Alfa Romeo. Os “Fenemês” caíram no gosto popular e fizeram história, algumas folclóricas.

1953

UM CLÁSSICO

1951

1950

Salvador nos idos de 1900.

CURIOSIDADES

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LÁ VEM A KOMBI Com capital de CR$ 60 milhões e 12 funcionários, é fundada na Rua do Manifesto, no bairro paulistano do Ipiranga, a fábrica da Volkswagen. Ali, a companhia deu início à montagem da Kombi e do Sedan 1.200.


De símbolo de status a motor da economia nacional

Mas foi mesmo em São Paulo que os automóveis se multiplicaram. Doze anos depois do desembarque do primeiro automóvel em solo brasileiro, a cidade já contava com seis carros. Um ano depois, em 1904, já eram 84 registrados na Inspetoria de Veículos por figuras ilustres da sociedade paulista, como Antonio Prado Junior, Ermelino Matarazzo, Ramos de Azevedo, José Martinelli e Menotti Falchi, dono da Fábrica de Chocolates Falchi, portador da primeira carteira de motorista nacional, expedida no mesmo ano. Foi, também, em 1904, que a próspera Manaus, capital da borracha, viu circular por suas ruas um modelo francês, da marca Renault, tipo Double-phaeton. O dono era o engenheiro Antonio de Lavandeyra, diretor-presidente local da Manaus Harbour Limited, a companhia inglesa que construía o porto flutuante da capital do Amazonas. Bem distante dali, Minas Gerais via nascer sua primeira estrada rodoviária, entre os municípios de Caeté e Sabará. O empresário João Pinheiro comprou um carro e fez a estrada para transportar a produção da Cerâmica Nacional de Caeté para Sabará, em uma distância de 20 quilômetros, percorridos em quatro horas, a uma média de 5 km/h. A paixão pelos automóveis era comum entre os jovens abastados da época, a ponto de, em 26 de junho de 1908, a cidade abrigar a primeira corrida automobilística realizada no Brasil. No Parque Antarctica, uma verdadeira multidão,

Em 3 de janeiro de 1959, o presidente Juscelino Kubitschek assiste ao lançamento do primeiro Fusca Made in Brazil. Para marcar a data, JK passeia pela fábrica de São Bernardo do Campo a bordo de um sedã conversível. O Fusca é reconhecidamente o primeiro automóvel de baixo custo do país, o preferido de milhões de brasileiros por muitos anos. O primeiro Fusca comercializado tinha 95% de nacionalização e foi vendido ao paulistano Eduardo Andrea Matarazzo, por CR$ 471,5 mil, pela concessionária Marcas Famosas.

NA VITRINE É inaugurado, no Pavilhão de Exposições do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o I Salão do Automóvel, ainda hoje uma das principais vitrines do setor. No decorrer de seis décadas, o salão foi palco de lançamentos de modelos que fizeram a cabeça dos jovens e que, ainda, circulam pelas ruas em mãos de colecionadores, a exemplo do Simca Chambord, Dodge Charger, Karmann-Ghia, Corcel GT, Ford Maverick, Puma GT, Fuscão 1.600, além do Ford Landau, do Passat e da Caravan.

1964

PAIXÃO NACIONAL

1960

1959

capaz de desembolsar 2.000 réis pelo ingresso, aplaudiu o grande vencedor do rali,

SUPERESPORTIVO A história do Puma começou em 1964, em Matão, interior de São Paulo, quando o empresário Rino Malzoni resolveu criar um carro esportivo. Em 1965, apresentou o protótipo GT Malzoni. Em 1967, o modelo rebatizado de Puma entra em produção. Entre 1971 e 1984, foram lançados os modelos GTS (conversível) e o GTE (cupê). O carro deixou de ser fabricado em 1993.

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o paulistano Sylvio Penteado. Com um Fiat de 40 cv, ele cumpriu o

a Ford decide, em 1919, trazer a empresa para o Brasil, com o aval do

trajeto de 70 quilômetros em 1 hora e 30 minutos. Nesse mesmo ano, o

próprio Henry Ford:

conde francês Lesdain realiza a pioneira travessia Rio-São Paulo – 700

- O automóvel está destinado a fazer do Brasil uma grande nação.

quilômetros de estradas tortuosas, que ele percorreu em 33 dias, em um

Disposta a crescer com o país, a montadora instalou o escritório e a

carro Brasier, de 16 cv. As aventuras não pararam por aí. Antonio Prado

sua primeira linha de montagem na Rua Florêncio de Abreu, no centro

Junior organizou pouco tempo depois uma caravana de “bandeirantes

da cidade de São Paulo. Ali passou a produzir o Modelo T, o famoso Ford

sobre rodas de borracha”, com destino a Santos, no litoral paulista, pelo

Bigode, cujas peças eram importadas do exterior em caixas de madeira. Os imponentes fordinhos circulavam pelas ruas de uma São Paulo que

perigoso Caminho do Mar. A brincadeira durou 36 horas. O movimento de automóveis pelas ruas da capital paulista no início

começava a se verticalizar. A própria legislação municipal passou a obrigar

do século XX não chamava a atenção apenas dos usuários, mas também

que novas construções instaladas nas ruas Xavier de Toledo, Sete de Abril,

dos grandes fabricantes. De olho no mercado cada vez mais crescente,

Conselheiro Crispiniano e Vinte e Quatro de Maio tivessem, no mínimo,

O automóvel está destinado a fazer do brasil

UMA GRANDE NAÇão

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UM LUXO SÓ A Ford lança o Galaxie 500, carro de luxo com motor V8, que se tornou, por muito tempo, o transporte oficial das noivas a caminho da igreja. No fim desse mesmo ano, sai da linha de produção o último DKW Vemag.

NOVIDADES PODEROSAS A Ford coloca no mercado o Corcel 4 Portas e o Galaxie LTD, enquanto a GM lança o Opala, seu primeiro carro de passageiros fabricado no Brasil. A Toyota, por sua vez, apresenta o Bandeirante, com produção 100% nacional.

1970

1967

1968

HENRY FORD

NO EMBALO DO TRICAMPEONATO Enquanto o Brasil festeja o tricampeonato de futebol no México, a Volkswagen produz seu carro de número 1 milhão em território nacional e lança o Fuscão 1.600. Foi com o clássico Fusca, fabricado pela montadora, que o então prefeito Paulo Maluf presenteou a seleção brasileira, iniciativa que, mais tarde, custou-lhe muitas justificativas. O político foi processado por gastar o dinheiro público.


De símbolo de status a motor da economia nacional

10 andares. Com uma população de 240 mil habitantes, a cidade conheceu os primeiros auto-ônibus, como uma alternativa aos bondes. Em 1925, foi a vez de a General Motors se instalar por aqui, com a inauguração de uma fábrica no bairro paulistano do Ipiranga, de onde, dois anos depois, saiu o primeiro Chevrolet que circulou pela cidade. Em 1929, a GM iniciou a construção de mais uma unidade fabril, desta vez no município de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, onde está até hoje. Com as montadoras investindo na produção e as vendas aumentando sensivelmente, São Paulo começa a sofrer as consequências do progresso.

a Av. Anhangabaú (atual Av. Prestes Maia) e a Av. Itororó (a conhecida

As ruas estreitas já não absorviam com facilidade o trânsito de veículos e

Av. 23 de Maio). A década, indiscutivelmente, mudou a geografia da

bondes. Entre 1920 e 1939, só no estado de São Paulo, o número de carros

cidade. Em 1938, foi inaugurado o túnel Nove de Julho, com 460 metros

de passeio saltou de 5.596 para 43.657, uma frota suficiente para provocar

de extensão, construído na avenida do mesmo nome, projetado pelo

reclamações da população em relação ao barulho estridente das buzinas,

engenheiro italiano Domingos Marchetti, para unir o centro da cidade

do ronco dos motores e do trânsito que já se formava nas principais ruas e

aos bairros. Mas, se a cidade crescia em direção aos bairros, era mesmo no

avenidas da cidade.

centro que aconteciam as principais manifestações populares. Em 1935,

São Paulo, e mais tarde como prefeito, deu início ao seu Plano de Avenidas,

jovens da sociedade paulistana, entre elas Cordélia de Salles Penteado

que previa a remodelação do sistema viário de grandes avenidas do centro:

de Brito, Maria Salles Penteado Teixeira, Purificação Rabelo da Silva e

SOTAQUE MINEIRO A Fiat formaliza junto ao governo de Minas Gerais a construção de uma fábrica e define o modelo Fiat 127 como base para produzir seu primeiro carro no país. Com motor mais potente e suspensão reforçada, o modelo dá origem ao Fiat 147.

1974

1973

1974

Em 1930, Prestes Maia, ainda como secretário de Obras da cidade de

REFRIGERAÇÃO A ÁGUA Chega às revendedoras Volkswagen o Passat, primeiro carro brasileiro refrigerado a água e com tração dianteira. Nesse mesmo ano, Percival Lafer inicia a produção em série do MP Lafer, ao lado da fábrica de móveis da família, em São Paulo. Foram fabricados 4.300 unidades do modelo durante 16 anos.

MOVIDO A ENERGIA O primeiro carro elétrico brasileiro foi o Itaipu, fabricado pela Gurgel. Tinha apenas dois lugares e precisava de aproximadamente 10 horas para recarregar completamente suas baterias, que pesavam 320 quilos, dando uma autonomia de 60 a 80 quilômetros. Equipado com motor elétrico de 120 volts, 3.000 watts e potência de 4,2 cv.

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Wanda Arouche, esbanjavam animação em um Chevrolet 1933, um táxi de aluguel com placas A11-334, fantasiadas de soldados Flit, em alusão a um personagem da propaganda do inseticida em bomba spray Flit. Era terça-feira gorda do Carnaval de 1935 e ninguém sonhava perder o Corso na Avenida São João. Se as décadas de 1920 e 1930 foram de grande crescimento para a indústria do automóvel no país, os anos 1940 foram responsáveis pelo envelhecimento da frota. Com o início da II Guerra Mundial, as importações tornaram-se impraticáveis. Como as fábricas montavam seus carros aqui, mas não produziam as peças, os automóveis outrora muito cobiçados foram, aos poucos, tornando-se ultrapassados. Enquanto a frota envelhecia, a cidade continuava a ganhar novos contornos, com a conclusão da Ponte das Bandeiras sobre o Rio Tietê,

Percorrer a estrada recém-inaugurada para um almoço na Ponta da

no eixo da futura Av. Tiradentes, que custou à prefeitura 4.500 contos de

Praia, em Santos, faz parte da memória do paulistano Américo Lopes

réis e facilitou o ir e vir de quem morava na Zona Norte da cidade. Bem

Simões, de 79 anos.

ligando a cidade de São Paulo ao município de Santos, com capacidade

fosse baixa, descer a Serra do Mar naquela época era uma aventura de

prevista para comportar de 16 mil a 18 mil veículos por dia.

dar frio na barriga.

O primeiro Miura, com motor 1.600 cilindradas, surgiu em 1975, resultado do sonho dos empresários Aldo Besson e Itelmar Gobbi, diretores da empresa Aldo Auto Capas, de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Nos 17 anos seguintes, foram mais de 6.000 unidades com importantes inovações. Além do design, o Miura contava com computador de bordo, freios ABS, trio elétrico e injeção eletrônica. A produção foi encerrada em 1991.

1978

FRUTO DE UM SONHO

ANISTIA POLÍTICA O general João Baptista de Figueiredo promulga a anistia política pelo regime militar. O fim da década seria marcado pela campanha do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, com greves lideradas pelo seu, então, presidente Luiz Inácio “Lula” da Silva. O movimento se espalha a outros setores. Cerca de 3,2 milhões de trabalhadores entram em greve.

GREVES O setor produz mais de 1 milhão de veículos, em um ano marcado por ondas de greves dos metalúrgicos do ABC, sede das principais fabricantes do setor. As paralisações atingiram tanto as montadoras quanto o segmento de autopeças.

1981

- Viajamos em seis automóveis Ford novinhos. Embora a velocidade

1979

longe dali, era inaugurada, em 1947, a Via Anchieta, com 67 quilômetros,

1975

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Arquivo da família Penteado

MAIOR SEGURANÇA Nesse ano, a Ford lança o Del Rey, o primeiro carro médio brasileiro e pioneiro na oferta de travas e vidros elétricos. Em 1982 chega ao mercado o utilitário Pampa e, em 1983, o Ford Escort, primeiro carro com motor transversal da montadora no Brasil.


De símbolo de status a motor da economia nacional

Simões lembra, ainda, que tirar carteira de motorista no início dos anos 1950 exigia mais do que habilidade, pedia uma boa dose de sorte. - O exame era feito na ladeira da Rua Silva Pinto, no centro da cidade, em um Ford Perfect, com motor 4 cilindros. No banco, ao lado do motorista, sentava-se um examinador de físico avantajado e, no banco de trás, outro do mesmo porte. A ordem era parar o carro na ladeira e dar a saída sem amassar uma caixa de fósforos, colocada a poucos centímetros do pneu traseiro. Para ajudar, o carro não tinha potência alguma vazio, que dirá cheio. Foi com a chegada de Juscelino Kubitschek à Presidência da República, em janeiro de 1956, que o setor começou a respirar novos ares. JK, como o presidente era chamado, deu o impulso necessário à implantação da indústria automobilística nacional. Em 16 de junho de 1956, ele assinou o Decreto nº 39.412, que criou o Grupo Executivo da Indústria Automobilística (Geia), exatos 29 dias após a fundação da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A data é considerada o marco oficial do nascimento da

O presidente Fernando Collor de Mello dá início à abertura das importações, forçando a competitividade da indústria nacional, até então protegida por reservas de mercado. Nasce a Autolatina, que se tornou a maior indústria automotiva do país, com 47 mil empregados e investimentos de US$ 2,5 bilhões.

SÓ ESTRANGEIROS Sem novidades e impactadas pelas incertezas da economia, os membros da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) não participaram da 14ª edição do Salão do Automóvel, que mostrou apenas veículos importados, fora de série e modificados.

1993

A Fiat lança o Uno, modelo que se desdobrou em várias versões e que entrou para a história como pioneiro no segmento de “carros populares” uma década mais tarde.

MERCADO ABERTO

1986

PIONEIRISMO

1985

1984

indústria automobilística no Brasil.

POPULARIZAÇÃO É criado o Programa do Carro Popular, com motor 1.0 e preço equivalente a US$ 7,2 mil. O primeiro modelo lançado pela Ford foi o Escort Hobby, com fila de espera nas concessionárias para compra.

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Em 5 de setembro do mesmo ano, sai da linha de montagem da fábrica Máquinas Agrícolas Romi, instalada em Santa Bárbara do Oeste, no interior de São Paulo, a RomiIsetta, primeiro carro de passageiros com 70% de índice de nacionalização. Dois meses depois, é apresentada a perua DKW-Vemag, de duas portas e 60% de componentes nacionais. O lançamento foi em alto estilo, no Rio de Janeiro, com festa de gala no Hotel Copacabana Palace e presença do Presidente da República. Estava dada a largada para o fortalecimento de uma nova indústria no país. No fim dos anos 1960, o Brasil somava 65.755.000 habitantes e comemorava a produção de 2 milhões de carros no país. Com isso, os congestionamentos tornavam-

DKW OU COPACABANA PALACE

se cada vez mais evidentes. Os bondes, que até então eram usados para transporte público, em 1968 foram desativados, multiplicando-se os ônibus e os automóveis. O sistema viário de Prestes Maia, ideal para uma população de 1 a 2 milhões de pessoas, tornou-se impraticável para uma metrópole de 5 a 6 milhões de habitantes. A solução encontrada foi construir as marginais dos rios Tietê e Pinheiros, que, como o esperado, desafogaram em parte o obsoleto sistema viário paulista. As duas décadas seguintes, anos 1970 e 1980, foram marcadas por uma forte retração econômica, que culminou com a redução da fabricação de veículos e uma leva de demissões da indústria automobilística. Enquanto Roberto Carlos estrelava

Em setembro desse ano é lançado no país o serviço de carro reserva (replacement), que, em 1996, já representava 15% do faturamento de algumas empresas locadoras. Dois anos antes, nos Estados Unidos, foram movimentados US$ 3,7 bilhões com esse tipo de serviço.

1996

PARA NÃO DEIXAR NINGUÉM A PÉ

1996

1995

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CARRO DE PASSEIO A Toyota inaugura sua fábrica em Indaiatuba, interior de São Paulo, a primeira planta de automóveis de passeio, em uma área de 23 mil m². Entre 1996 e 1998, foram investidos US$ 150 milhões na produção de 15 mil unidades/ano. O Projeto Corolla foi considerado um dos mais audaciosos da montadora no país.

EXPANSÃO Das 11 mil locadoras em operação no Brasil, 680 integravam uma das 14 redes de franquias do setor, das quais 575 eram administradas por franqueados, um aumento de 30% em relação ao ano anterior. O setor de locação cresceu 15% ao ano, entre 1993 e 1995, embalado, principalmente, pelo processo de terceirização de frotas.


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nas telas dos cinemas o filme Roberto Carlos a 300 km por Hora, pilotando um Dodge Charger 1971, a cidade ganhava um dos seus projetos mais polêmicos, a via elevada Presidente Costa e Silva, mais conhecida como Minhocão. Oito anos mais tarde, o ex-campeão mundial de Fórmula I, Jackie Stewart, rodou por São Paulo pilotando um Fusquinha da Telesp, o primeiro carro convertido para o uso de álcool como combustível. Os anos 1980 registraram uma forte instabilidade econômica e política do país. Em 1986, a Volkswagen decide descontinuar a produção do Fusca, que virou objeto de desejo dos colecionadores. No mesmo período, a montadora intensifica suas exportações, principalmente do Passat, que até hoje é visto nas ruas do Iraque. Cerca de 170 mil carros foram exportados para o país, entre 1983 e 1988. Conhecidos por lá como Brazili, os veículos traziam no vidro os dizeres “Made in Brazil”. Com uma frota de 18,3 milhões de veículos em 1990, a indústria automobilística foi surpreendida, em 1993, com a retomada da produção do Fusca, a pedido do presidente da República. Em 23 de agosto daquele ano, Itamar Franco reinaugurou a linha do Fusca, na fábrica da Anchieta, da

TECNOLOGIA TRIFLEX A General Motors colocou à disposição dos consumidores a tecnologia do carro triflex, ou seja, veículos equipados com motores que podem funcionar a álcool, gasolina ou gás natural veicular. O primeiro a rodar com a novidade foi o Astra Sedan, desenvolvido em parceria com a Bosch, Powertrain e Rodogás.

EM PROL DO MEIO AMBIENTE É instituído na cidade de São Paulo o rodízio municipal de veículos, com horário restrito de circulação de carros de acordo com o final das placas. A medida vigora até hoje.

2006

2005

2004

Volkswagen, a bordo de um conversível azul-claro, repetindo a clássica cena

PARA NÃO PERDER O RUMO Depois de oito anos de proibição, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) regulamentou o uso de equipamentos que geram imagens no painel dos carros, como telas de DVD ou aparelhos que orientam os motoristas com mapas, os chamados GPS (Sistema de Posicionamento Global). A medida autorizava o uso das telas pelos passageiros da frente e motoristas, desde que possuíssem sistemas que as tornassem inoperantes caso o carro estivesse em movimento.

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ITAMAR NO FUSCA FOLHA PRESS

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de Juscelino Kubitschek, em 1959, durante a inauguração da mesma fábrica. Foi nessa década, também, que os brasileiros fizeram fila na porta das concessionárias à espera do carro popular. Do popular aos primeiros modelos estrangeiros de luxo se passaram quase dez anos. Na primeira década dos anos 2000, instalaram fábricas por aqui, entre outras, as montadoras Renault, Honda, PSA Peugeot Citroën, Nissan e Mitsubishi. Mas foi a Volkswagen que, em 2003, lançou no Brasil os carros com tecnologia total flex, que, dois anos depois, já superavam em vendas os modelos a gasolina. Hoje, 121 anos depois do desembarque do primeiro automóvel no Brasil, a indústria automobilística nacional é a quarta maior produtora de carros do mundo, perdendo apenas para China, Estados Unidos e Japão. Em 2011, foram 3.406.150 unidades fabricadas, contra 3.381.728 no ano anterior. A frota em circulação pelas ruas alcançou 34,6 milhões

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de veículos, sendo 27,4 milhões de automóveis. E, assim como no início da industrialização, São Paulo abriga 34,7% do total de carros,

Nesse ano, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) passou a exigir que o uso de insulfilme no vidro dos carros fosse fiscalizado com maior rigor, a partir de aparelhos que medem o índice de transparência do vidro. A legislação determina 75% de visibilidade no para-brisa, 70% nos vidros laterais dianteiros e 50% em todos os vidros traseiros. O índice de visibilidade deve constar em marcação visível do lado de fora do vidro.

QUARTO LUGAR

2007

2006

NADA DE ESCURINHO

O Brasil tornou-se o quarto maior produtor mundial de automóveis, com 3 milhões de veículos, porém é o único membro do grupo de países emergentes, BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a não possuir uma montadora genuinamente nacional.

2011

somando índices de congestionamento cada vez mais elevados.

QUATRO É DEMAIS Chega ao mercado nacional o Veloster, da Hyundai, primeiro carro a rodar com apenas três portas e não com as quatro convencionais.


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Tudo começou na região central de São Paulo

Tudo começou na

região central de são paulo

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A

o assumir a Presidência da República, em 1956, o mineiro Juscelino Kubitschek pôs em prática o Plano de Metas, 50 anos de progresso em 5 anos de realizações, que na década

seguinte, em conjunto com as obras já realizadas por Getúlio Vargas, deram origem ao chamado “milagre econômico”. Foram investimentos em todos os setores da economia, principalmente em infraestrutura. Como consequência, a paisagem urbana de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo foi, aos poucos, ganhando novos contornos, com a construção de grandes edifícios e de casas de arquitetura menos opulenta e mais funcional.


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Nas ruas, o movimento de automóveis crescia a olhos vistos. Os veículos Fusca, Dauphine, DKW, Aero-Willys, Simca e Romi-Isetta foram os primeiros a circular pelas rodovias que se multiplicavam em todas as direções. Consolidava-se, assim, a sociedade urbanoindustrial brasileira, sustentada por uma política desenvolvimentista e um novo estilo de vida difundido pelas revistas, pelo cinema, pelo rádio e pela televisão, introduzida no país em 1950. Nessa época, aos 30 anos de idade, o comerciante Adalberto Camargo, nascido em Araraquara, no interior de São Paulo, já ganhava dinheiro com a revenda de automóveis usados na região central da capital paulista. Adalberto chegou à cidade em 1939, aos 16 anos, sem profissão definida. Trabalhou como marceneiro, atendente de armazém, vendedor de lingerie e auxiliar de tabelião, até entrar no ramo de automóveis. Começou lavando carros para observar como funcionava o negócio de carros usados e, com o dinheiro acumulado, montou a própria revenda. Empreendedor perspicaz, Adalberto decidiu gastar suas economias com uma viagem aos Estados Unidos. O que para a maioria dos

LADO A LADO COM OS AVIÕES A primeira locadora de automóveis instalou-se dentro de um aeroporto, em 1932, em Chicago. Além da proximidade com os viajantes, oferecia o sistema fly-drive, combinando o uso do carro alugado com uma viagem de avião.

ALUGUEL DE CARROS NO PÓS-GUERRA Na década de 1950, o mercado europeu se recupera da II Guerra Mundial, e a locação de automóveis tem grande impulso. No Brasil, na região central de São Paulo, alguns empresários de revendas de carros usados começam a alugar seus veículos como atividade complementar.

1970

1950

concorrentes soou como um desperdício do dinheiro em lazer, para ele

1932

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FINANCIAMENTO A LONGO PRAZO Nessa década, aparecem as primeiras empresas de leasing mercantil, com as quais foi possível alavancar o desenvolvimento das locadoras de veículos, com financiamentos a longo prazo.


Tudo começou na região central de São Paulo

significava mergulhar em um novo tipo de negócio, ainda desconhecido no Brasil: a locação de automóveis. E Adalberto não poderia ter escolhido destino melhor. O hábito de alugar carros era bem antigo entre os consumidores americanos, datava do início do século XX. O primeiro registro de aluguel de veículos que se tem notícia na América data de 1916, quando Joe Saunders, de Omaha, no Nebraska, Estados Unidos, alugou um Ford T por US$ 0,10 a milha. Quatro anos depois, ele já operava em 21 estados americanos. Foi, contudo, Walter L. Jacobs, o responsável, em setembro de 1918, pela abertura do primeiro negócio de locação de automóveis, em Chicago. Com 12 carros modelo Ford T, que ele mesmo pintou e consertou, expandiu suas operações rapidamente. Em cinco anos, sua receita anual chegou a US$ 1 milhão. Em 1923, Jacobs vendeu seus negócios ao austríaco John Hertz, presidente da empresa de táxi Yellow Cab, continuando como executivo do grupo. Nessa data, a empresa passou a chamar Hertz Drive-Ur-Self System e adotou a sua tradicional cor amarela. Três anos depois, foi adquirida

O Programa Nacional de Álcool (Proálcool) teve início em 14 de janeiro de 1975 durante o governo do general Ernesto Geisel, com o objetivo de incentivar a produção de álcool de qualquer insumo, por meio da oferta de matérias-primas e aumento da produção agrícola. O governo investiu no programa US$ 7 bilhões até 1989, em subsídios e pesquisas. A Petrobras arcou com a responsabilidade da compra de toda a produção, transporte, armazenamento, distribuição e mistura do álcool à gasolina. O Brasil foi o país que mais se destacou na busca do álcool como combustível renovável. Em 1979, o governo e a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) assinaram protocolo exigindo que os fabricantes de automóveis buscassem novas tecnologias para produção em série de veículos a álcool hidratado. O preço do litro do álcool foi fixado em 64,5% do preço da gasolina. Também foi reduzido o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros movidos a álcool. O projeto entrou em colapso nos anos 1990 e a produção praticamente zerou no início dos anos 2000. Em março de 2003, contudo, as montadoras iniciaram a fabricação de motores flex movidos a etanol hidratado, gasolina ou a qualquer mistura desses combustíveis.

FLY AND DRIVE O ano trouxe uma inovação para os brasileiros. A Varig-Cruzeiro em parceria com a Volkswagen inaugurou um novo serviço de aluguel de automóveis nos aeroportos de Belém, Curitiba e Porto Alegre. O sistema, do tipo fly and drive, permitia que o passageiro fizesse a reserva prévia do carro, em qualquer agente de turismo ou nas lojas da Varig-Cruzeiro, junto com a reserva da passagem. O veículo estaria disponível no aeroporto indicado.

1982

PROÁLCOOL

1981

1975

pela General Motors e apresentou uma das ideias mais importantes

UM MONSTRO CHAMADO INFLAÇÃO Desde o ano anterior, o PIB do Brasil revelou queda média de 1,6%, e em 1982 instala-se no país o que os economistas passaram a chamar de estagflação, união de estagnação da economia com inflação. Dois anos depois, o índice inflacionário chega a 223,8%, saltando para 1.764% em 1989, e em abril de 1990 sobe para 6.584%.

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ABLA | 35 anos

do merchandising da locação de veículos – uma espécie de cartão de crédito chamado National Credential. Embora a literatura aponte Saunders como o pioneiro no universo da locação de automóveis no mundo, o serviço já era colocado em prática desde 1912, na Bavária. Nesse ano, em uma pequena garagem, localizada no centro de Munique, Martin Sixt fundou a Martin Sixt Autofahrten, serviço de aluguel de carros que operava com apenas três veículos: um Deutz Laundaulet de Luxe e dois Daimlers. Paralelamente, Martin oferecia às celebridades da época os serviços de locação de Limousines para circular pela Europa. Em 1914, com o início da I Guerra Mundial, todos os carros foram confiscados para o serviço militar e o empreendedor perdeu sua principal fonte de trabalho. O conflito se arrastou por mais tempo do que o esperado e, mesmo diante da desolação do pós-guerra, a esposa de Martin decidiu abrir uma cafeteria que, mais tarde, foi vendida e deu origem à nova locadora da família, a Sixt Autofahrten. O negócio foi mais uma vez interrompido com o início da II Guerra Mundial. O que Martin não sabia é que seu

O ministro Luiz Carlos Bresser Pereira lança o Plano Bresser, que manteve o congelamento de preços, salários e aluguéis. As tarifas públicas aumentam e o gatilho salarial é extinto. O consumidor conhece a Unidade de Reposição de Preços (URP).

NOVA CONSTITUIÇÃO Foi promulgada em 5 de outubro de 1988 pelo presidente da Câmara, Ulysses Guimarães a nova Constituição do Brasil. Segundo o próprio Ulysses, a Carta Magma ficou conhecida como a Constituição Cidadã, em alusão às suas diversas conquistas nos campos da liberdade individual e dos direitos de natureza social e política.

1989

O presidente José Sarney anuncia o Plano Cruzado, com corte de três zeros da moeda, que passa de cruzeiro para cruzado; os preços e salários são congelados, a correção monetária é extinta e o governo cria o seguro-desemprego e o gatilho salarial – reajuste automático de salários toda vez que a inflação atingisse determinado nível. Foi decretada a moratória e a suspensão do pagamento da dívida externa.

O PLANO BRESSER

1988

O PLANO CRUZADO

1987

filho, Hans, contrariando a ordem dos oficiais, havia escondido três

1986

24

O PLANO VERÃO Lançado em 15 de janeiro, o novo plano pretende segurar a inflação com o controle do déficit público, a privatização das estatais, novo congelamento de preços e a desindexação da economia. É o fim da URP e o início do cruzado novo e do dólar turismo.


Tudo começou na região central de São Paulo

automóveis em um estábulo. Foram exatamente esses veículos que ajudaram a família a reavivar o negócio no pós-guerra. No fim da década de 1940, eles operavam com mais de 1.700 Export Taxis, pagos em dólares pelos soldados americanos. Sem contar o serviço de aluguel de Limousines a estrelas como Greta Garbo e Marlene Dietrich. Foi com o propósito de mergulhar nesse universo, e conhecer mais a fundo como funcionava o negócio, que o brasileiro Adalberto Camargo rumou para os Estados Unidos, em 1958. Lá, ele teve a certeza de que estava diante de um ramo promissor no Brasil, afinal, o momento era favorável com o crescimento das atividades econômicas e a necessidade de novos meios de transporte. De volta a São Paulo, o empresário inaugurou, em 1959, a AutoDrive Indústria e Comércio, inspirada na experiência americana, considerada a primeira empresa criada exclusivamente com a finalidade de alugar automóveis no Brasil. O negócio foi possível graças à associação de Adalberto com empresários de outros setores em busca de financiamento. Em pouco tempo, ele somou a maior frota de carros particulares do país, com 100 Volkswagen sedãs. A partir da locadora,

O PLANO COLLOR O presidente Fernando Collor de Mello, para quem os carros brasileiros mais pareciam carroças, anuncia um choque econômico radical. No dia de sua posse, confisca 80% dos depósitos bancários e aplicações financeiras, adota o cruzeiro como moeda, congela os preços, acaba com a indexação, privatiza estatais, fecha órgãos públicos e dá início à abertura da economia à competição internacional. Em sua curta gestão foi criada, também, a Câmara Setorial da Indústria Automobilística, reunindo representantes de montadoras, autopeças, componentes, revendas, trabalhadores e representantes dos governos federal e estaduais.

1990

1990

DEFESA DO CONSUMIDOR Foi instituído por meio da Lei Federal nº 8078, de 11 de setembro de 1990, o Código de Defesa do Consumidor (CDC), que estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social. Uma das principais conquistas do CDC foi permitir que os abusos de empresas fossem vistos como um prejuízo coletivo. Até então, os problemas eram tratados como questão individual. Em seus 20 anos de existência, o código mudou a visão do consumidor e das empresas como observa José Geraldo Brito Filomeno, ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo e um dos criadores do código. “No início, o CDC foi visto como um perigo à ordem econômica, mas hoje é aplaudido. Até porque, com a globalização da economia, o código tem sido encarado como indutor da qualidade dos produtos postos no mercado nacional e internacional.” Como todos os demais segmentos, o de locação de automóveis teve de passar por um processo de adequação às novas exigências, que trouxe um novo marco às relações de consumo.

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ABLA | 35 anos

fundou e comandou outros empreendimentos, como a Mecanova S.A, a Afro-America Importação e Exportação e a Táxi Amarelinho, uma das pioneiras no ramo no Brasil, responsável pela consagração do uso do Fusca como carro de aluguel. Na esteira da Auto-Drive, outras revendas de carros começaram a entrar no ramo de locação, embora as dificuldades se multiplicassem na época. A concorrência predatória e o desgaste dos veículos com as péssimas estradas eram os maiores desafios. Mais uma vez, tomando por base a experiência americana, o perfil do segmento de aluguel de carros mudou no Brasil. Em meados dos anos 1960, a locação de automóveis deixou de ser exclusivamente transitória e efêmera para incluir, também, contratos feitos para atender as frotas das empresas, surgindo o aluguel de longos períodos. Nos anos 1970, foram criadas as empresas de leasing financeiro, com as quais foi possível alavancar o desenvolvimento das locadoras de veículos, já que as operações de financiamento ganharam prazos maiores. No fim da década, surge o carro a álcool, que imediatamente se tornou presente em larga escala na frota das locadoras de todo o país. Assim como acontecera em outros países, as redes internacionais começaram a se interessar pelo mercado brasileiro de locação e a se instalar por aqui, enquanto as empresas nacionais passaram a formar redes, utilizando o sistema de franquia. Com isso, a locação de veículos ganhou novo fôlego e as pequenas empresas se multiplicaram na área.

No início da década de 1990, foi criado em São Paulo o Marriage Service para transporte de noivas no dia do casamento. O objetivo era atender a um público diferenciado e exigente, além de oferecer uma opção original de presente para os noivos. Inicialmente, eram 60 veículos, entre os modelos Ford Landau, Opala Diplomata e SL-380 e SL-500. O aluguel de um Landau, por exemplo, saía pelo preço de CR$ 17.900,00 em US$ por um período de quatro horas.

1996

VIVA A NOIVA

1994

1991

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O PLANO REAL O novo plano promove a décima mudança da moeda com a adoção do real, fixa a taxa de câmbio na paridade de R$ 1,00 para US$ 1,00, acelera as privatizações, eleva os juros, facilita as importações, prevê o controle dos gastos públicos, mantém o processo de abertura econômica e busca medidas de apoio à modernização das empresas.

LIGADO NA TOMADA Em março de 1996, no lugar de comercializar seu novo carro elétrico, o EVI, a General Motors norte-americana optou por alugá-lo a fim de divulgar o lançamento. O aluguel mensal foi fixado entre US$ 450 e US$ 600. Se fosse comercializado, o veículo custaria US$ 35 mil.


Tudo começou na região central de São Paulo

Com o setor já consolidado e em busca de representatividade junto ao governo e às montadoras, tornou-se essencial a criação de uma associação que defendesse os interesses das empresas da área, profissionalizasse a atividade e a divulgasse junto à sociedade. Nascia, então, em 30 de março de 1977, a Associação Brasileira das Empresas de Auto-Veículos, mais tarde denominada Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Automóveis (ABLA). A década seguinte foi marcada pela implantação de vários planos econômicos, por altas taxas de inflação e mudanças políticas e sociais. Apesar da chamada “década perdida”, o setor de locação ganhou musculatura, cresceu, rumou para o interior e chegou aos anos 1990 com muitos desafios e novas oportunidades. A abertura da economia, a criação do Código de Defesa do Consumidor, o estímulo à produção de carros populares e a estabilidade da moeda levaram à expansão dos negócios e ao crescimento do número de empresas especializadas no ramo. A abertura trouxe para o setor a possibilidade de diversificar a frota com carros importados, para agradar o consumidor que passou a exigir maior qualidade. A explosão dos cartões de crédito, principalmente após o Plano Real, também foi positiva para o setor ao ampliar a base de potenciais consumidores. O momento exigia

1996

SONHO DE CINEMA No Brasil, o setor de locação assiste ao crescimento da demanda por Limousines, alugadas a R$ 150 a hora.

O novo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) foi criado em 1997, mas só entrou em vigor no dia 22 de janeiro de 1998. Em 2009, sofreu alterações significativas em 53 artigos e ganhou mais 15, envolvendo pontos como o uso de celular, o teste do bafômetro e a licença provisória de um ano para jovens motoristas.

$

NOVA FASE DO REAL São adotadas a livre flutuação do câmbio e a redução das taxas de juros domésticas. Nesse mesmo ano, o setor via surgir uma nova oportunidade de negócios: o aluguel de utilitários para frotas de empresas e, também, para pessoas físicas.

$

$ $

2004

NOVO CÓDIGO DE TRÂNSITO

1999

1997

a adaptação da administração dos negócios à nova ordem econômica, sem inflação.

A FORÇA DOS NICHOS Cresce a procura por serviços de locação segmentada, como aluguel de carros blindados, automáticos, adaptados para deficientes físicos, automóveis especiais para casamentos, veículos off-roads não só por parte das empresas, como também de executivos e profissionais liberais, além de carros sob medida para pessoas especiais.

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ABLA | 35 anos

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Tudo começou na região central de São Paulo

Mas, ao contrário do que se previa, a estabilidade dos preços não se

Nos dois últimos anos, porém, o setor teve seus melhores resultados,

verificou nos automóveis. Os modelos populares saltaram de R$

com recuperação dos preços. Em 2011, o faturamento do segmento alcançou

7,3 mil em 1994 para cerca de R$ 13 mil em 1999. Enquanto isso, a

a cifra de R$ 5,6 bilhões, um incremento de 11% em relação a 2010. Só no

concorrência entre as locadoras aumentou, o que, aliado ao ganho de

ano passado, a participação das locadoras na compra e venda de automóveis

produtividade e redução de custos, resultou na queda dos preços da

chegou a 8,7%, consolidando o segmento como o principal cliente das 23

diária, ao redor de 30%.

montadoras instaladas no país. Apesar do contexto internacional, o ano foi

Os anos 2000 revelaram mudanças significativas no perfil da economia

bastante positivo, com um crescimento e faturamento acima da média de

mundial, principalmente na última década. Os países integrantes do

muitos outros segmentos da economia. Desempenho comemorado pelo

BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – agora estão no foco

presidente do Conselho Nacional da ABLA.

do crescimento, e o Brasil, sobretudo, está no centro das atenções globais.

- De 2010 para 2011, a frota cresceu 7,51%, somando 445.470 veículos.

O setor de aluguel de veículos não passou imune a essas mudanças,

O número de locadoras também aumentou, saltando de 2.008 para 2.083,

como bem lembra Paulo Gaba Jr., presidente do Conselho Nacional da

em uma demonstração clara de que o conceito de aluguel de carros está

Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA).

cada vez mais presente na vida dos brasileiros.

Eu escutava incansavelmente críticas a outras empresas que praticavam

negócios, como ocorreu na última década. Entretanto, a realização no

concorrência predatória de tarifas. O valor era formado pela oferta da

país da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016 deverá mudar

concorrência, sem nenhum outro critério. A inflação mascarava resulta-

esse panorama, propiciando o crescimento da participação do turismo

dos, e o foco estava no preço.

de negócios e de lazer.

Começam a operar em Londres as primeiras “locadoras verdes”, especializadas no aluguel de ecocarros, automóveis movidos a biocombustível, biodiesel ou células de hidrogênio, ou, até mesmo, híbridos, com motores elétrico e convencional.

CAR SHARING São Paulo torna-se a milésima cidade no mundo a oferecer o sistema de car sharing, um processo que começou na Suíça, na década de 1980, e se espalhou pelo mundo. Na prática, o carro alugado aguarda pelo cliente, que o reservou pela internet, em um estacionamento 24 horas. Para retirá-lo, basta encostar um smart card em uma espécie de código de barras. As chaves estão no porta-luvas e a ignição só é liberada após o cliente responder ao check list no computador de bordo. O bilhete do estacionamento pago também fica no portaluvas. O carro deve ser deixado no mesmo local e no horário estabelecido.

2010

2009

ECOFROTAS

2011

A terceirização de frotas continua a responder por 55% dos

2009

- Há 20 anos, nosso maior desafio era combater a guerra dos preços.

RESPONSABILIDADE SOCIAL O setor de locação de veículos gera emprego e renda para a sociedade, além de ser um dos grandes pagadores de tributos diretos e indiretos para todas as esferas do governo. Em 2011, as empresas criaram 277.943 empregos diretos e indiretos, 5% a mais do que no ano anterior.

GRINGO AO VOLANTE Foi publicada em março de 2010, no Diário Oficial da União,, a Resolução 345 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que permite que o estrangeiro que desejar, ou necessitar, alugar um carro no Brasil não tenha de apresentar obrigatoriamente a tradução juramentada de sua carteira original de habilitação. Basta apresentar a carteira original, dentro do prazo de validade e, um documento de identificação, que pode ser o passaporte.

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ABLA | 35 anos

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Setor aposta na união para ganhar força

setor aposta

na união para ganhar força

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A

história da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA) teve início em 1977, quando alguns empresários, entre eles Marco Antonio Ghiberti e Alberto Moraes Barros Filho,

que representavam uma das maiores empresas internacionais da área no Brasil, decidiram reunir um grupo de proprietários de locadoras para criar uma entidade para o segmento, que começava a ganhar porte. O objetivo era promover a profissionalização do setor, divulgar a atividade e permitir a troca de experiências entre as poucas empresas da época.


ABLA | 35 anos

Depois de dois dias de reuniões, 11 empresários aceitaram a empreitada, representando os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Bahia. O primeiro presidente foi Josef Kurc, que cedeu o próprio escritório, na região central da capital paulista,

ELES AJUDARAM A CONSTRUIR A NOSSA HISTÓRIA

para sediar a nova associação. A primeira sede oficial da ABLA ficava na Praça Roosevelt, onde a entidade permaneceu até 1992,

a entidade registrava uma centena de associadas. Duas décadas

“No momento em que os fabricantes adotarem as locadoras como parceiras - e não apenas como canal de vendas -, o setor tenderá a crescer muito. A ABLA trabalha para isso”

depois, em 1997, nada menos do que 550 locadoras ligadas à

JOÃO CLAUDIO BOURG

quando passou para um escritório na Vila Olímpia. Em 1999, mudou-se para a sede própria, na Zona Sul da capital paulista. Dois anos depois da sua fundação, a ABLA já contava com 40 empresas. Em 1987, quando comemorou seu 10º aniversário,

entidade respondiam por 85% do mercado. Ao completar

PRESIDENTE EXECUTIVO

35 anos, a associação representa e defende os interesses das locadoras em todo o país, que respondem por 8,7% das vendas

32

do setor e faturaram R$ 5,67 bilhões em 2011. Registrada como Associação Brasileira das Empresas de Auto-Veículos, a ABLA ganhou novo nome em 31 de outubro de 1996, passando a se chamar Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis. Nessa época, já adotava um modelo participativo profissional e autossustentável, baseado em parcerias, que, além de trazer benefícios às locadoras, também criava

“A ABLA trabalhou para profissionalizar o setor e levar cada locadora a entender as reais necessidades de cada um dos seus clientes”

JORGE LUIZ MACHADO GERENTE ADMINISTRATIVO

recursos para a entidade. Entre elas, o do Cadastro Nacional de Veículos Roubados (CNVR),

MISSÃO INTEGRAR e representar as associadas, promovendo ao desenvolvimento e a divulgação da atividade de locação, visando o fortalecimento do setor.

“A ABLA possibilitou aos empresários do setor ter maior firmeza e tranquilidade na tomada das decisões”

ALBERTO FARIA CONSELHEIRO NACIONAL


Setor aposta na união para ganhar força

por meio do qual as locadoras associadas recebem auxílio na averiguação de veículos eventualmente desaparecidos; e a Serasa (centralização dos serviços dos bancos), com redução nos preços das consultas e de montadoras, que passaram a oferecer descontos na renovação da frota. Desde 1998, a estrutura administrativa é descentralizada, com representatividade em todo o território nacional, por intermédio dos seus 28 diretores regionais e seus respectivos adjuntos, que executam um importante trabalho de aproximação dos associados e da comunidade às ações da entidade, além de garantir maior agilidade na tomada de decisões. Disposta a desenvolver no empresariado a consciência de que o segmento de locação de automóveis é dinâmico e exige aperfeiçoamento tecnológico constante, a ABLA, no decorrer de mais de três décadas, acompanhou de perto as questões que envolvem o setor no Brasil, tais como o Código de Trânsito Brasileiro, impostos incidentes, planos econômicos e os relacionamentos com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além da integração cada vez maior das locadoras de automóveis com a infraestrutura turística do país. Entre 1995 e 1999, a associação abraçou o Projeto Frota Verde, que transformaria toda a frota das locadoras em carros movidos a álcool, com redução de impostos. Uma das mais importantes ações da entidade foi obter junto

“Um dos grandes marcos da ABLA foi a abertura do escritório regional em Brasília, que inseriu o setor no cenário político nacional”

CÉLIO FONSECA DIRETOR REGIONAL  RORAIMA

à Infraero mudança nas regras de licitação, para que as locadoras pudessem abrir lojas nos aeroportos. A liberação, juntamente com o surgimento do leasing, possibilitou às locadoras a compra de um volume maior de carros e foi de grande importância para o crescimento do setor no país ainda no fim da década de 1970. A década de 1980 trouxe dificuldades às locadoras, como a instituição do empréstimo compulsório na aquisição de veículos e combustíveis, o Plano Cruzado I, que estabeleceu o congelamento de preços, e o Cruzado II, que elevou em 80% os preços dos veículos e em 20%

“Tenho saudades dos tempos em que o maior desafio era popularizar a cultura da locação no país e profissionalizar o setor”

CARLOS ROBERTO FAUSTINO MEMBRO DA ABLA

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ABLA | 35 anos

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Setor aposta na união para ganhar força

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ABLA | 35 anos

A ABLA trabalha duro para que as pequenas empresas não fechem e se tornem cada vez mais competitivas

SAULO FRÓES CONSELHEIRO GESTOR

OS PRINCÍPIOS 36

ÉTICA: A conduta ética das empresas atuantes no setor

VALORIZAÇÃO DAS ASSOCIADAS: A ABLA está

de locação de veículos, em seus relacionamentos internos e

determinada a atender às necessidades e reivindicações das

externos, possibilita à ABLA sua melhor representatividade. A

empresas sob sua representação. A busca de profissionalismo

atuação da entidade deverá ser condizente com essa postura.

e o estabelecimento do reconhecimento do setor em todas as esferas são atitudes que fortalecem a entidade e suas associadas.

IGUALDADE:

Todas as empresas associadas devem

receber o mesmo tratamento, independentemente de seu

ZELO PELA IMAGEM: A imagem do setor é formada

porte ou localização geográfica. É assim que a ABLA considera

pela atitude isolada de cada uma de suas empresas e pelo seu

suas associadas.

conjunto representado pela ABLA. Cabe a cada associada zelar pela boa imagem de sua empresa e da entidade que a

LIVRE CONCORRÊNCIA: A ABLA é a favor do livre mercado. Não existindo reservas no setor de aluguel de carros, todas as empresas devem ter liberdade para concorrer, de forma ética, em um ambiente de competição.

representa. Cabe à ABLA defender suas associadas e trabalhar a boa imagem do setor.


Setor aposta na união para ganhar força

“A ABLA, com seu trabalho de formiguinha, ajudou as regiões mais distantes do país a adotar a cultura do aluguel de carros”

ANTONIO DA SILVA DIRETOR REGIONAL  ACRE/RONDÔNIA

o custo das peças e acessórios. Todas essas medidas levaram a ABLA a mobilizar-se em defesa do setor, buscando isentar as locadoras do compulsório e discutindo amplamente com as associadas as formas de adaptar-se à realidade econômica e administrar as dificuldades sem transferi-las aos clientes. O relacionamento com o governo e com parceiros do setor privado sempre fez parte da conduta da ABLA. Nos anos 1990, a associação mobilizou-se mais uma vez em defesa de seus membros

“Uma vara quebra com facilidade, mas um feixe de varas não quebra. Precisamos estar unidos em torno da ABLA, porque ninguém faz nada sozinho”

FELIX PETER

CONSELHEIRO FISCAL  RIO GRANDE DO SUL

para enfrentar um novo desafio: a dificuldade para comprar veículos, em razão do ágio que sucedeu as medidas econômicas do governo Collor. Buscando uma solução para o problema, a entidade levou à então ministra da Indústria, Comércio e Turismo, Dorothéa Werneck, as reivindicações das locadoras. A iniciativa propiciou o convite da ministra para que a associação representasse os consumidores na Câmara Setorial criada para discutir a indústria automobilística. As discussões resultaram no incentivo, por parte do governo, à produção do carro popular, em 1993. Atualmente, esses modelos são os mais

“A ABLA posicionou o setor de locação no mapa econômico e político do Brasil”

LUIZ CABRAL EXDIRETOR SUPERINTENDENTE

utilizados pelas locadoras e respondem por 64% da demanda. Para facilitar o dia a dia das centenas de locadoras, a associação criou tabelas de conversão dos valores dos aluguéis na transição do cruzeiro para cruzados novos e, mais adiante, ajudou seus associados a entender as URVs. Com o objetivo de elevar os níveis de profissionalização do setor em todo o país, foram criados cursos, seminários, congressos e discussões

“Com a ajuda da ABLA, as locadoras se tornaram parceiras das montadoras e, atualmente, acabam interferindo nas mudanças de alguns modelos lançados”

temáticas de interesse da classe. Paralelamente, um grupo de

JOADES DE SOUZA

a terceiros por clientes, no uso do carro alugado, foi um dos

CONSELHEIRO FISCAL  GOIÁS

assessores nas áreas jurídica, econômica, empresarial, comercial, securitária e de comunicação passou a apoiar os associados em tempo integral. No decorrer de mais de três décadas, a contestação da Súmula 492 do Supremo Tribunal Federal, que prevê a responsabilidade civil das locadoras por danos causados assuntos mais discutidos pelo Conselho Jurídico.

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ABLA | 35 anos

O mercado de locação no Nordeste começou a se solidificar quando o governo passou a enxergar a terceirização de frotas como algo salutar, as empresas nacionais e internacionais decidiram optar por esse serviço e o turismo se profissionalizou. A ABLA teve importante papel nessa transformação

NILDO PEDROSA

CONSELHEIRO NACIONAL

Com base nos princípios da ética, igualdade, livre concorrência,

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valorização da associada e zelo pela imagem do setor, a ABLA desenvolveu em 1993, e reeditou em 1997, um Código de Ética para

“Eu sempre tive disposição para encarar os desafios e tentar resolver tudo sozinha. Mas, sem dúvida, o trabalho na ABLA ajudou a aprimorar essa disposição e a lidar com pessoas”

VANDA ALVES MARTINS

DEDICOUSE A ENTIDADE POR 11 ANOS

“A passagem pela ABLA me proporcionou um crescimento profissional e pessoal. Só tenho boas lembranças”

ELIANE RODRIGUES

DEDICOUSE A ENTIDADE POR 10 ANOS

nortear as atuações das locadoras associadas. A postura foi decisiva para a imagem de seriedade e respeito que a atividade alcançou no país. Contribuiu, também, para o fortalecimento do setor, a implantação do Programa Nacional de Capacitação e Qualificação ABLA, conhecido como PQA, que desde 2007 aplicou mais de 6 mil capacitações em cursos ministrados a distância ou presenciais, por meio de palestras, seminários e minicursos. No começo da segunda década dos anos 2000, a ABLA reforça seu

“A minha passagem pela ABLA foi muito positiva. De lá, eu levei para a vida a lição de que o maior patrimônio de um profissional é sua credibilidade”

APARECIDA PARLATO DE LIMA

DEDICOUSE A ENTIDADE POR 13 ANOS

papel para orientar os empreendedores para que o ramo continue sendo visto como promissor e profissional. Em 2011, a entidade deu início a um trabalho de identificação do potencial de um novo negócio para as locadoras de veículos de todo o país – a locação de veículos pesados, ônibus e caminhões. A nova modalidade poderá impulsionar ainda mais o mercado de terceirização de frota, que já corresponde a 55% do faturamento do setor. A tendência já é realidade nos Estados Unidos, na Austrália e em alguns países da Europa, como Alemanha, França e Itália.

“A ABLA trouxe estrutura gerencial e profissionalização para o setor, além de representação política e comercial”

ALVANI MANOEL LAURINDO

MEMBRO ABLA


Setor aposta na união para ganhar força

A associação trouxe maior profissionalismo à atividade e ajudou o segmento a ser mais respeitado e ouvido pelo governo

PAULO ROBERTO DO VAL NEMER VICEPRESIDENTE

OS OBJETIVOS CONGREGAR

as empresas locadoras de automóveis

REPRESENTAR

o setor junto à sociedade e às

que operam ou venham a operar no país, promovendo o

autoridades, defendendo os princípios da livre iniciativa, da leal

aperfeiçoamento do setor.

concorrência e da liberdade da atividade econômica.

DESENVOLVER e estimular em seus associados o

MANTER

intercâmbio com sindicatos, associações e

espírito associativo, a franca e efetiva colaboração e exigir

outras entidades nacionais e estrangeiras ligadas direta ou

o cumprimento do Código de Ética da associação.

indiretamente à locação de veículos.

DEFENDER os direitos inerentes a seus associados bem

SERVIR como órgão de consultoria, informação e

como sua representação em juízo ou fora dele, na forma e nos

assessoria em assuntos ligados ao setor de locação de veículos.

casos em que a Assembleia Geral autorizar.

REALIZAR

ATUAR na condição de Juízo Arbitral com a finalidade estudos, pesquisas, e elaborar projetos

destinados ao aperfeiçoamento das condições de trabalho

de dirimir litígios entre as empresas locadoras de veículos, sejam elas associadas ou não.

dos associados e da categoria.

BUSCAR

a realização de convênio com entidades

públicas e particulares que exerçam atividades de interesse do setor de locação de automóveis.

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ABLA | 35 anos

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A terceirização de frotas vira realidade

a terceirização

de frotas vira realidade

O

ano era 1939 e o empresário americano Zollie Frank, conhecido por sua revenda de veículos, percebeu que poderia ampliar seus negócios se, no lugar de vender um

ou dois automóveis para seus clientes empresários, alugasse os carros usados por suas equipes de vendas. O primeiro a aceitar a proposta foi o Petrolagar, grande laboratório farmacêutico dos Estados Unidos. A Whells, empresa de locação aberta por Frank, foi pioneira na terceirização de frotas nos Estados Unidos e no mundo.

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ABLA | 35 anos

CURIOSIDADES 42

1993 - ECONOMIA NA PONTA DO LÁPIS

2002 - RUMO AO CENTRO-OESTE

Os carros da frota própria da prefeitura do Rio de Janeiro

A Companhia de Saneamento Básico do Distrito Federal

gastam o dobro do combustível consumido pelos veículos

(Caesb) substitui sua frota própria por veículos terceirizados,

alugados. Em média, são US$ 0,70 por quilômetro rodado

sendo uma das primeiras a adotar o novo sistema para redução

contra US$ 0,34. Essa foi a conclusão do estudo encomendado

de custos no setor.

pela prefeitura que levou o governo municipal a usar cada vez mais carros alugados. Nessa época, a Guarda Municipal, por

2007 - A SERVIÇO DA SEGURANÇA

exemplo, contava com seis Kombis locadas.

No fim de 2007, as polícias dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás, além da Guarda Metropolitana de

1997 - OLHO NO ALUGUEL

São Paulo, já estavam aparelhadas, ou em vias de serem

Dados da empresa RHS Licitações revelam que, entre

equipadas, com viaturas terceirizadas. Em Goiás, a Secretaria

1996 e 1997, as licitações para aluguel de carros cresceu de

de Segurança Pública do estado contava com 800 viaturas.

2,06% para 4,21%. Das 122.375 licitações públicas realizadas

O primeiro contrato foi firmado em junho de 2007, e os

naquele ano, 3.150 foram de locação de veículos. De acordo

veículos alugados passaram a atuar nas operações móveis das

com o levantamento, os estados que mais realizaram

polícias Militar, Civil e técnica-científica. Em Minas Gerais,

licitações no setor de transporte foram São Paulo (919), Rio

a terceirização aumentou de 60% para 97% a disponibilidade

de Janeiro (409), Minas Gerais (372), Rio Grande do Sul

de viaturas para uso da corporação.

(341) e Bahia (136).


A terceirização de frotas vira realidade

começou a funcionar por aqui a primeira locadora especializada em aluguel de frotas a longo prazo para o segmento empresarial. “Ao implantarem filiais no Brasil, as multinacionais contribuíram para a disseminação da cultura da terceirização de frotas como instrumento de redução de custos, inclusive em termos fiscais e tributários”, lembra Alberto de Camargo Vidigal, ex-presidente da ABLA. Na esfera pública, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em vigor desde 4 de maio de 2000, contribuiu para a solidificação do aluguel de carros para o setor. Isso porque os estados passaram a concentrar esforços em suas atividadesfim, como saúde, educação, segurança e infraestrutura, deixando a atividade-meio a cargo de empresas especializadas. Ano a ano, as empresas nacionais foram assimilando o novo conceito No Brasil, entretanto, a atividade só se consolidou entre 1980 e 1990,

até que, em 2006, a terceirização de frotas passou a ser o principal negócio

quando os contratos passaram de transitórios a de longo prazo. Primeiro

das locadoras brasileiras e virou prática também das pequenas empresas.

aderiram às novas condições as empreiteiras e construtoras, depois as

De acordo com o Instituto de Certificação, Empresabilidade e Adequação

empresas de serviço, segurança e distribuição. Não é errado dizer que

da Terceirização (ICEAT), a locação de automóveis figurava em 11º lugar

a terceirização de frotas começava a despontar como o mais promissor

entre as atividades mais terceirizadas pelas empresas. Atualmente, figura

segmento do mercado para as locadoras, já que 20% das empresas

entre os três serviços mais adotados. Em 2011, a terceirização de veículos

brasileiras que operavam com frotas acima de 50 veículos decidiram

respondeu por 55% dos negócios do segmento, tendo na indústria e no

terceirizar seus departamentos de transportes.

setor de serviços 70% de seus clientes. O número de veículos alugados

Pesquisa realizada pela Manager Assessoria em Recursos Humanos,

gira em torno de 200 mil unidades, com possibilidades de crescimento

no segundo semestre de 1992, indicava que a maior parte das empresas

exponencial de até 20 vezes nos próximos anos, considerando-se que

brasileiras já havia passado para terceiros, pelo menos uma de suas

existem 6 milhões de veículos licenciados em nome de pessoas jurídicas.

atividades consideradas não essenciais. Em 90% dos negócios, o serviço

Apenas na renovação da frota para contratos de terceirização, o setor

de refeição industrial já foi, estava sendo ou seria terceirizado; mais de

investe anualmente algo em torno de R$ 6 bilhões.

50% das empresas já faziam o mesmo com o trabalho de limpeza; 41%

Estima-se que a economia alcançada com a adoção de uma frota

operavam com parceiros na área de transporte de funcionários e 30%

terceirizada no lugar de veículos próprios gire em torno de 25% a 30% por

estavam em vias de adotar a terceirização da frota de veículos.

ano, período em que vigora a maioria dos contratos. Entre as vantagens

O fim da década de 1990 foi de grande importância para a redução do

apontadas pelos usuários figuram maior agilidade e flexibilidade no

preço da locação de frotas e disseminação do serviço. Com a globalização,

processo de ampliação ou diminuição de carros usados, transformação

as grandes empresas internacionais, especializadas em terceirização de

de custos fixos em variáveis, dimensionamento da frota pelo mínimo e

frotas, começaram a estudar o mercado brasileiro até que, em 1998,

não pela média prevista.

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Em busca da eficiência e da qualidade

em busca da

eficiência

e da qualidade

O

cliente não aluga mais um carro. Ele aluga o carro de uma empresa, que, se satisfizer a sua necessidade e encantá-lo, fará com que ele a divulgue para todo o mercado. Na teoria,

a nova forma de trabalhar parece simples, mas na prática exige uma mudança completa do modo de tocar os negócios. Foi diante do novo comportamento, divulgado pelos especialistas, que o então presidente do Conselho Nacional à época, José Adriano Donzelli, identificou um dos alicerces da chamada era da competência, fez com que a ABLA desse início, em 2007, ao Programa Nacional de Qualificação e Capacitação do Setor de Locação de Veículos (PQA), em parceria com o Ministério do Turismo.

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A

iniciativa

surgiu

da

necessidade

de

acompanhamento e atualização das mudanças no setor de turismo, relacionadas ao advento do Brasil como destino internacional, à modernização e ao aumento da competitividade nos serviços. O projeto aplicou a partir de 2009, cinco cursos totalmente gratuitos, que englobavam os temas: Qualidade no Atendimento Operacional, Qualidade em vendas, Competências Gerais (histórico da locação, diversidade cultural, ética e cidadania, responsabilidade civil das locadoras, Código de Defesa do Consumidor, sustentabilidade e associativismo), Gestão em Mercado e Marketing (análise do mercado consumidor, marca, comunicação integrada, estratégias de determinação de preço, relacionamento com o

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cliente e marketing verde), Gestão em Administração e Finanças (sociedades empresariais, contabilidade e administração financeira, estrutura de capital, formação de preços e avaliação econômica de investimentos na empresa) e Gestão Empresarial com Ênfase em Gestão de Frotas (gestão de frotas, previsão e controle de custos operacionais, manutenção e renovação de frotas). Desde sua criação, o PQA capacitou mais de 6 mil profissionais, por meio de cursos ministrados a distância, seminários, palestras presenciais e quatro teleconferências. Com o programa — desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina, responsável pela elaboração dos conteúdos das disciplinas — pequenos e médios empresários ganharam maior preparo para a gestão de suas locadoras em um universo cada vez mais competitivo e suas equipes, um nível de capacitação compatível com a nova realidade turística do mercado brasileiro.


Em busca da eficiência e da qualidade

ETAPAS DO PROCESSO DIVULGAÇÃO: Realização de encontros de mobilização e

INSTRUTORES – REDE ABLA:

articulação, em locais estratégicos, envolvendo gestores,

instrutores master.

Formação de

empreendedores e trabalhadores no segmento de locação. Elaboração e distribuição de folhetos, cartazes, adesivos e

CERTIFICAÇÃO DE QUALIDADE PROFISSIONAL:

outros instrumentos de divulgação.

Desenvolvimento de processo de avaliação diagnóstica e certificação; avaliação de profissionais e avaliação

PESQUISA: Realização da pesquisa nacional, apuração e

para certificação.

aplicação de seus resultados.

FORMAÇÃO: Nas áreas estratégicas, financeira e

CURSO DE GESTÃO DE ENTIDADES ASSOCIATIVAS/ COOPERATIVISMO: Formação e treinamento de

fiscal/contábil.

gestores de acordo com os cursos desenvolvidos.

ELABORAÇÃO DE NORMAS:

Mapeamento de

competências, normas brasileiras em comissões de estudos.

CERTIFICAÇÃO DE EMPRESAS (PROJETO-PILOTO): Empresas certificadas pelo modelo de avaliação desenvolvido e validado.

DESENVOLVIMENTO E FORMATAÇÃO DO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO: Programas e treinamentos

CAPACITAÇÃO DE PARCEIROS: Produção de

desenvolvidos e realizados de acordo com NBR.

material didático informativo.

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Com os olhos voltados para o futuro

com os olhos

voltados para o futuro

N

ovas concepções de produtos e processos, tecnologias inovadoras, aumento da competição e sobra de capacidade instalada nos tradicionais países fabricantes de automóveis têm provocado

profundas transformações no cenário automotivo internacional, tanto nos mercados consumidores quanto nos produtores. A grande mudança, contudo, está diretamente ligada ao redirecionamento de investimentos para países emergentes que lideram, e deverão liderar na próxima década, o crescimento da demanda de consumo mundial. O Brasil está entre eles, ao lado de Rússia, Índia, China e África do Sul. Até 2020, a produção nacional alcançará uma média de 6 milhões de veículos ao ano, conforme destaca Cledorvino Belini, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea):

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- Sustenta essas expectativas o baixo índice de motorização do país, com um veículo para cada 6,4 habitantes, diante de 1 por 1 nos Estados Unidos, 1 por 1,2 na Europa e 1 por 4 na Argentina. A frota circulante em 2012, de cerca de 32 milhões de veículos, tem muito espaço para crescer. Até 2015, as montadoras deverão investir mais US$ 22 bilhões em capacidade de produção, produtos e processos, tecnologia e inovação. Uma quantia considerável, se comparada ao volume aplicado no período compreendido entre 1980 e 2011, cerca de US$ 80 bilhões, representando 23% do PIB industrial e 5% do PIB nacional. Principais parceiras da indústria automobilística, respondendo por 8,7% das vendas do setor, as locadoras têm grandes oportunidades de crescimento nos próximos

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anos, não só como alternativa para o transporte público deficiente, mas também como opção cada vez mais eficaz para os serviços de terceirização de frotas, destaca Fred Carvalho, diretor da Autodata, empresa de comunicação especializada no setor automotivo: - A economia brasileira está mudando para melhor. A redução das taxas de juros e a queda do IPI estão transformando o Brasil em um país de Primeiro Mundo. Está mais fácil comprar carros tanto por parte

A economia brasileira está mudando para melhor. A redução das taxas de juros e a queda do IPI estão transformando o Brasil em um país de primeiro mundo FRED CARVALHO


Com os olhos voltados para o futuro

Paulo Gaba Jr., presidente da ABLA. A preocupação com o meio ambiente tende a crescer continuamente não só em relação à escolha dos combustíveis das frotas como também na forma de pensar e conduzir o negócio da locação, com índices de desperdício cada vez mais baixos, instalações ecologicamente corretas e preocupação com os impactos provocados pelo setor na vida da sociedade. Embora as fusões e aquisições devam ainda acontecer em um futuro próximo, no Brasil as expectativas para a próxima década são bem diferentes. Tendo em vista que a boa administração do negócio de aluguel de carros exige uma gestão presente e intensa, a ABLA acredita muito no crescimento dos empreendedores locais e regionais, tanto com marcas próprias quanto na qualidade de franqueados de redes de locação. As locadoras regionais crescem, em média, o dobro das unidades dos grandes centros, tanto em frota quanto em clientes e faturamento, por causa da popularização da atividade em todas as regiões do país. Para o setor crescer ainda mais em um futuro próximo, a parceria dos bancos e das montadoras será fundamental. O futuro da ABLA, na visão de seus dirigentes, está diretamente ligado ao futuro do mercado de locação, como diz o vice-presidente Paulo Roberto do Val Nemer: - É nossa função sensibilizar o governo para as do consumidor final quanto pelas locadoras. Com isso, as empresas de aluguel podem

necessidades do setor, principalmente sobre o peso da

oferecer serviços a preços mais convidativos. Assim, alugar um carro pode ser cada vez

carga tributária, que absorve 50% do faturamento

mais interessante do que comprá-lo.

quando analisados em cadeia, ou seja, dos insumos aos

O crescimento do setor também passa pela adoção de condutas ecológicas e

veículos, mão de obra e combustível. Em contrapartida, o

socialmente corretas, como o uso de carros cada vez menos poluentes. “Eu não sei

investimento em renovação de frotas nos próximos quatro

como será o futuro dos carros que alugaremos, mas existe uma tendência muito

anos chegará a R$ 60 bilhões, valor bastante significativo

grande para a circulação de carros elétricos e para políticas ligadas ao verde”, afirma

e digno de melhores condições tributárias.

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Com os olhos voltados para o futuro

FROTA DO FUTURO CONCEITO FUTURISTA

PARA OS PRÓXIMOS CINCO ANOS

Com um empurrãozinho dos chineses, a Volkswagen promete

A Ford Motors anunciou que lançará cinco modelos de carro

colocar nas ruas dois novos conceitos de veículo: o Hover Car

elétrico e híbrido nos próximos cinco anos. A estratégia

e o Music Car. O primeiro é inofensivo ao meio ambiente,

faz parte da política de redução de consumo e emissão de

pois não emite nenhum tipo de resíduo, não possui pneus

gases poluentes, adotada como uma das principais metas da

e flutua graças a uma rede eletromagnética localizada sob

empresa para a próxima década.

o carro. Já o Music Car possui design externo que muda de acordo com a música que o motorista escuta. O efeito é resultado de diodos de luz.

MOVIDO A AR COMPRIMIDO Fruto de um acordo de licenciamento de tecnologia da Motor Development International (MDI), de Luxemburgo, a indiana

EM BREVE

Tata Motors deverá produzir nos próximos anos o Mini Cat, o

No Brasil, as frotas contarão com tecnologias como novos

primeiro carro movido a ar comprimido. A novidade está em

sistemas e componentes periféricos para os motores flex; novo

sua segunda fase de projeto, que detalhará as tecnologias e os

sistema de partida a frio, que dispensa o reservatório extra de

processos industriais necessários para a fabricação do veículo

gasolina; redução do tamanho, peso e número de cilindros

em escala. O carro terá velocidade máxima entre 80 e 105 km/h,

de motores compactos; adoção de pneus de baixo atrito com

autonomia entre 130 e 300 quilômetros, dependendo do número

o solo; turbocompressor e itens de segurança como airbags,

de tanques de ar instalados. A licença da Tata para a utilização dos

sistema de freios ABS e controle de estabilidade.

motores de ar comprimido, em 2012, era restrita apenas à Índia.

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Tecnologia garante agilidade à locação

Tecnologia garante

agilidade

à locação

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O

setor brasileiro de Tecnologia da Informação (TI) movimentou mais de R$ 74 bilhões em 2011, sendo 80% representados pelo mercado corporativo (R$ 59,3 bilhões) e 20% pelo

doméstico (R$ 14,7 bilhões), de acordo com a Associação Brasileira dos Distribuidores de Tecnologia da Informação. Segundo o levantamento, os investimentos em TI vêm crescendo na casa dos 10% ao ano, o que representa o dobro da média mundial. Só para o segmento de locação são investidos cerca de US$ 15 bilhões por ano.


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Para as locadoras de automóveis, a TI garante cada vez mais

cada mercado. No caso da locação, já eram comercializados programas

agilidade no atendimento e controle de gestão da empresa. Com a

de software para abertura e fechamento de contratos, administração de

terceirização da frota representando grande parte da fatia do negócio,

frotas e relatórios de gestão. Eram programas independentes, chamados

as locadoras aceleram a tomada de decisões e reduzem seus esforços.

de pacotes, que resolviam os problemas de cada setor da empresa.

A atenção dos empreendedores se volta exclusivamente para o negócio,

Naquele ano, já era possível, por exemplo, ter toda a vida do veículo

isso porque a tecnologia oferece às empresas de aluguel de carros uma

registrada pelo sistema: quando o carro deu entrada na locadora,

série de funcionalidades que passam por sistemas de gestão de locação,

a quilometragem, manutenção preventiva e corretiva, número de

busca de mão de obra, rastreamento de frota, controle de manutenção,

acidentes, multas e quantas vezes o veículo foi alugado.

venda e reserva on-line, além de controle de locações, multas, avarias,

Em meados dos anos 1990, a internet transformou-se em uma

manutenção e licenciamento. É um sistema integrado que assegura, via

nova mídia para que as locadoras divulgassem seus negócios, suas

internet, conhecimento integral das operações.

marcas e suas promoções. Além do valor da reserva, os clientes

Mas nem sempre foi assim. Durante anos, toda a administração do

podiam consultar informações sobre terceirização de frotas e

negócio foi feita a mão, com pilhas e pilhas de papéis arquivados. Foi

aquisição de veículos, por exemplo. Em 1997, a ABLA mais uma

apenas em 1987 que a ABLA adquiriu seu primeiro microcomputador

vez saiu na dianteira e colocou no ar seu site (www.abla.com.br),

– um modelo Itautec. A preocupação com a informatização do setor,

disposta a atingir dois perfis de público: as locadoras de veículos e o

contudo, era tão grande que levou a entidade a criar, em meados da

consumidor final do serviço. Entre os temas abordados, destaque para

década de 1990, uma comissão responsável pelo desenvolvimento de

a história do aluguel de carros no Brasil, a fundação da associação e o

aplicativos básicos para aluguel de carros.

desenvolvimento do setor desde o início da entidade, além do perfil

Antes de realizar um levantamento dos softwares disponíveis

do mercado de locação no país. Como incentivo à informatização, as

para o setor, a associação decidiu fazer um inventário sobre os

locadoras associadas receberam um desconto de até 25% sobre o valor

equipamentos adotados nas locadoras. A pesquisa, realizada no

de implantação e treinamento, envolvendo abertura de contrato,

primeiro semestre de 1996, revelou que 92,45% das empresas

controle de operação, manutenção da frota, de operações financeiras

contavam com computadores, sendo 71,43% máquinas 486; 54,8% de

e estatísticas. O abatimento do custo era proporcional ao número de

8 MB, consideradas ótimos hardwares para a época. O levantamento

veículos disponíveis para aluguel. Para a implantação do sistema era

destacou, ainda, que 77,55% das locadoras tinham fax modem, sendo

necessário que a locadora tivesse, no mínimo, um computador 486

63,16% de velocidade padrão – 14.400. Entre as empresas, 69,39%

com 8 megas de memória e uma impressora.

possuíam algum software de gerenciamento, utilizado principalmente

O início dos anos 2000 foi marcado pelo avanço da internet

na área operacional (79,41%), administrativa (76,4%), financeira

no setor de aluguel de automóveis. Foi, também, a data do

(75%) e comercial (57,35%).

desenvolvimento do primeiro software para simulação de Formação

Três anos depois, o então gerente de desenvolvimento de mercado

de Preços de Aluguel de Automóveis, que facilitou a rotina das

da IBM do Brasil, Mauro D’Angelo, afirmava que algumas empresas de

locadoras, principalmente as de pequeno porte instaladas em

software e hardware estavam se unindo para criar soluções específicas para

municípios remotos do país. O software foi reeditado em 2004 e


Tecnologia garante agilidade à locação

CURIOSIDADES 1996  RESERVAS ONLINE As grandes redes de locadoras do mundo puseram seus sites no ar, permitindo que o consumidor fizesse reserva online do veículo a ser alugado.

2001  NAVEGANDO PELA REDE A internet ganha espaço no setor de aluguel de automóveis, facilitando o intercâmbio entre as empresas locadoras, seus clientes e fornecedores. Nessa época, a internet não era, ainda, responsável pela transformação dos negócios no setor, o que viria a acontecer mais tarde, quando, para permanecer no mercado, as locadoras necessariamente deveriam estar presentes na rede mundial de computadores.

2003  TUDO PELO COMPUTADOR Nesse ano foram criados, a pedido da ABLA, dois softwares em 2012, por demanda dos próprios usuários. Porém, foi apenas em

para o setor: o Programa de Terceirização de Frotas, um

2003, quando a ABLA lançou o próprio portal — um canal para o

simulador que permitia comparações entre as modalidades de

consumidor ter acesso aos benefícios do “aluguel para todos”, parte

leasing, compra à vista e locação. Já o Programa Informatize

integrante do Plano Nacional de Turismo, além de informações sobre

sua Locadora, distribuído gratuitamente aos associados,

locadoras instaladas em qualquer cidade do país e onde encontrar

ajudou as locadoras a aperfeiçoar a organização e o controle

aluguéis diferenciados, como carros blindados e adaptados —, que as

da frota, bem como cadastrar os clientes nas categorias de

associadas passaram a incorporar a tecnologia como parte do negócio.

pessoa física e pessoa jurídica.

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ABLA | 35 anos

Muita

história para contar

58

P

á e picareta nas mãos, 100 mil homens entraram na floresta Amazônica nos anos 1980 para cavar um buraco equivalente à área de dois estádios do Maracanã. Na busca

do sonho dourado de Serra Pelada, eles acabaram retirando da terra uma riqueza de US$ 1 bilhão, deixando para trás histórias de vida que viraram lendas do garimpo. Com baixo grau de instrução, documentos duvidosos, sem conta no banco nem cartão de crédito, o garimpeiro usava como moeda de troca a pedra e a pepita. Não foi uma, mas centenas de vezes que eles depositaram sobre o balcão do varejo local dezenas de diamantes ou sacolas de papel cheias de dinheiro, fruto da troca do ouro descoberto. Nas poucas locadoras de veículos em operação na região, a conduta não era diferente.


Muita história para contar

Sem portar documentos confiáveis nem cartão de crédito, o garimpeiro deixou como garantia um chifre de boi cheio de pedras de diamante e saiu pilotando o carro de aluguel

59 Vestindo apenas um short e um par de chinelos de borracha, um

no pasto mais de 20 mil cabeças de gado. Locavam quantos carros

conhecido garimpeiro chegou à locadora para alugar um carro. O

desejassem, sempre na confiança. Não dava nem para pedir um boi em

destino era fazer bonito no ‘brega’, também conhecido como casa da

troca, porque as fazendas ficavam a centenas de quilômetros de distância

luz vermelha. Sem portar documentos confiáveis nem um valor em

e, muitas vezes, só podiam ser acessadas de barco ou pequenos aviões.

cheque exigido como caução, ele deixou como garantia um chifre de

Como em muitos segmentos de prestação de serviços, a locação

boi cheio de pequenas pedras de brilho exuberante. A garantia preciosa

de automóveis tem de primar pela discrição. Assim, os olhos não

valia muito mais do que o veículo locado e permaneceu dentro de um

enxergam e os ouvidos não escutam. Entre uma risada e outra, os donos

armário de madeira até o regresso do dono, que saiu pilotando o carro

de locadoras revelam que muitos romances começaram e acabaram

de aluguel. A história se repetia em todas as capitais da Amazônia e em

nos bancos de suas frotas. Afirmam que, com os objetos esquecidos

muitas cidades do Centro-Oeste. Outro, feliz da vida porque havia sido

dentro dos carros — alguns impublicáveis —, daria para abrir um

“tratado como gente” pela moça da locadora, acabou por dar-lhe de

grande bazar. No início era regra confirmar os dados do locador em um

presente um anel de puro diamante.

telefone fixo, que podia ser do trabalho ou da residência. Telefonema

E, ao contrário do que se imagina, não eram apenas os garimpeiros

dado, problema comprado. Nem sempre a dona patroa sabia da viagem

que tinham as próprias moedas de troca, os fazendeiros também. Muitos

do marido. Hoje, como tudo funciona via telefone celular, ficou menos

eram semianalfabetos, não possuíam conta em banco, mas exibiam

arriscado para ambos os lados.


ABLA | 35 anos

Há, contudo, passagens menos comprometedoras, mas não menos surpreendentes, a exemplo do casal apaixonado de Boa Vista, que

a polícia encontrou o automóvel, devolvendo-o à locadora. O aprendiz de vigarista está até hoje aguardando o retorno do carro furtado.

decidiu prolongar o aluguel por conta própria e não devolveu o carro

Se a clientela deixa rastro e alimenta boatos e divertidas passagens,

para a locadora. Depois de a Polícia Rodoviária fechar as principais

os próprios empresários do setor têm muito o que revelar de suas

saídas da cidade e o caso ir parar na delegacia, o casal foi encontrado

próprias experiências. Uma das principais locadoras de Salvador, na

na residência do rapaz, no “maior love”, conforme relatou o advogado

Bahia, por exemplo, nasceu depois de seu dono ter abandonado o

contratado pela locadora. Bem longe de Roraima, na capital de Santa

funcionalismo público, uma fazenda com 800 bodes e ser fisgado por

Catarina, a história se repetiu, porém com um desfecho bem diferente.

um anúncio de revista. Isso mesmo, a propaganda questionava: “O

Não havia nada que fizesse o cliente devolver o carro alugado. O

que rende mais: um coelho ou uma Kombi? Para ter um coelho, você

dono da locadora, que já havia solicitado repetidas vezes a devolução

precisa de dois. Para você ter uma frota, só precisa de uma Kombi”.

do automóvel, sem sucesso, decidiu fazer justiça com as próprias mãos.

Resultado: a Kombi, comprada de segunda mão, deu origem a uma

Pegou a chave reserva e furtou o próprio carro, deixando-o em uma

frota que, em 2011, somava 250 veículos. Considerada um carro de

rua qualquer de Florianópolis. O cliente fez o boletim de ocorrência e

estimação, um verdadeiro pé de coelho, a Kombi foi furtada em um fim de semana. Depois de 15 dias, seu dono avistou-a estacionada em um shopping center e chamou a polícia, que prendeu o ladrão e o levou para a delegacia. Depois de apanhar e dormir no xadrez, o rapaz pediu apenas uma gentileza: recolher da Kombi a placa — fria, é claro —, o extintor de incêndio e os bancos que ele havia reformado.


Muita história para contar

Casos de roubo sempre garantem boas risadas depois que tudo

uma “saia justa” até mesmo entre países. Certa feita, uma comitiva da

se resolve. Certa vez, o dono de uma locadora do Nordeste teve um

Argélia em visita ao Brasil solicitou os serviços de uma locadora para

dos Gols de sua frota furtado. Depois de fazer uma batida minuciosa

transportar seus integrantes até um dos mais badalados hotéis da capital

em toda a cidade, encontrou o veículo. Na madrugada, com a ajuda

paulista, o Maksoud Plaza. O motorista, temeroso por não reconhecer

de um funcionário, ambos armados com um revólver na cintura, ele

os ‘inconfundíveis’ visitantes, pediu ao chefe que lhe descrevesse

montou guarda a fim de recuperar o carro. Nada feito. Horas mais tarde,

os trajes dos passageiros e o local exato onde os três seriam pegos.

entretanto, o funcionário ligou dizendo que havia ocorrido um pequeno

Roupas típicas coloridas, chapeuzinho na cabeça e o porte típico dos

acidente. Quando foi urinar, ele, sem querer, deu um tiro no próprio pé.

homens africanos, recomendou o chefe, lembrando que o trio estaria

O patrão, porém, não precisava se preocupar. Ele já havia ido ao pronto-

parado diante de uma floricultura. E lá sei foi o motorista. Na volta,

socorro e prestado conta na delegacia sobre o porte da arma. No fim das

certo de que a tarefa tinha sido realizada com sucesso, ele ligou para

contas, a locadora assumiu um prejuízo duplo: ficou sem o carro e sem o

a chefia confirmando o transporte dos argelinos. O que o chefe não

funcionário, que foi afastado do trabalho por um bom tempo.

poderia imaginar é que o motorista, por uma dessas coincidências que

Atrás de uma caminhonete novinha, outro dono de locadora rumou

ninguém é capaz de explicar, havia transportado os indivíduos errados.

para a Bolívia. Fez as vezes de detetive e conseguiu localizar a quadrilha

No saguão do hotel estrelado estavam três africanos atordoados, sem

especializada em roubar carros de aluguel na fronteira com o Brasil.

saber o que estavam fazendo ali. Na frente da floricultura, sob o sol

Qual não foi sua surpresa, quando constatou que um dos chefes do

e havia horas, permaneciam os três membros da comitiva, sem que

bando era nada menos do que o dono do cartório da pequena cidade

ninguém lhes desse nenhuma satisfação.

boliviana, uma das pessoas mais influentes da região e com quem gente

Sem o envolvimento de clientes estrangeiros, mas não menos

de juízo não se arriscaria a comprar briga. “Antes perder a caminhonete

divertido, foi o caso da troca de apenas uma letra na solicitação

do que a vida”, afirmou resignado.

de transporte por parte do atendente da locadora. O telefone tocou

Já em Rio Branco, a capital do Acre, a recuperação de um carro

bem cedo e do outro lado da linha o cliente solicitava um veículo

alugado das mãos de um jovem bêbado e inconsequente poderia ter

que pudesse transportar rena. O dono da locadora achou estranho,

acabado em tragédia. Avisado que o motorista fazia cavalos-de-pau

mas o endereço de destino era próximo ao zoológico, e nada mais

com o carro da locadora, o empresário correu para o local. Assim que o

justo que o animal fosse levado à nova casa com dignidade. Com

mocinho parou a exibição, ele abordou-o junto à porta e sacou a chave

medo de que a Kombi novinha fosse avariada pelo animal indócil,

da ignição. Mesmo esbravejando muito, o inconsequente motorista

ele removeu os bancos da perua e comprou cordas novas. Instruiu o

aceitou descer do carro. De volta ao pátio da locadora, qual não foi

funcionário a dirigir com cuidado, sempre acariciando o animal para

o susto do funcionário que fazia a limpeza do veículo ao encontrar

que ele ficasse mais tranquilo e não desse coices dentro da Kombi.

debaixo do banco um trabucão novinho. Nada menos do que um

Quando chegou ao endereço de retirada do bicho, o funcionário

revólver calibre 38 carregado, pronto para ser usado.

caiu na gargalhada. O pedido nem de longe lembrava qualquer tipo

As confusões que povoam o dia a dia das locadoras são inúmeras. Escolher a melhor é tarefa difícil. Algumas são capazes de provocar

de animal. Eram fardos e mais fardos de henas, ou seja, de tintura natural para colorir os cabelos.

61


ABLA | 35 anos

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Presidentes | Josef Kurc

depois da criação da ABLA, o setor passou a ser visto com mais respeito e profissionalismo

JOSEF KURC GESTÃO 19771980

E

mpresário no setor desde meados dos anos 1960, Josef Kurc lembra que aluguel de carros naquela época era sinônimo de algo caro e desnecessário para o mercado corporativo. O

setor crescia com as locações diárias. Cada empresário “se virava” como dava para dar credibilidade ao empreendimento, negociar descontos com as montadoras e administrar a questão das multas. Foi quando um grupo de empresários se reuniu para criar uma associação que representasse os interesses do setor.

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ABLA | 35 anos

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ANOS 70

Presidentes | Josef Kurc

BOM PARA ALUGAR O clássico Fusca, da Volkswagen, era considerado o veículo ideal para o perfil de locadores mais comuns no Brasil daquela década – fazendeiros que preferiam veículos alugados para enfrentar as estradas ruins de suas propriedades e turistas que se aventuravam pelos caminhos esburacados, devolvendo os carros extremamente danificados.

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- Nossos encontros eram no bairro da Consolação, próximo a um dos o primeiro presidente da ABLA com a responsabilidade de defender os direitos das locadoras, criar ferramentas que ajudassem as empresas a se desenvolver internamente, além de buscar soluções para problemas comuns, como a falta de conhecimento técnico de relacionamento com o governo e com as montadoras. Os primeiros anos à frente da ABLA foram difíceis, com altas taxas de juros cobradas pelos bancos, inadimplência e falta de união entre as locadoras. Aos poucos, os empresários foram percebendo que ao unir forças ganhavam não só o respeito do mercado, do governo e dos consumidores, como também eram mais fortes para transformar em realidade suas reivindicações. A associação, que nasceu com 11 locadoras, dois anos mais tarde já contava com 40 associadas. “Depois da criação da ABLA, o setor passou a ser visto com mais respeito e profissionalismo.” Quando deixou a presidência, Kurc integrou o Conselho da entidade por vários anos, tendo deixado o setor de locação em 1994.

ANOS 70

restaurantes mais tradicionais da capital paulista, o Baiúca. Fui eleito

DIVERSIFICAÇÃO DA FROTA Além do Fusca, novos carros começaram a ser alugados, entre eles Gordini, Dauphine e DKW, esse último em menor escala por causa da necessidade de se adicionar óleo no combustível de seu motor de dois tempos, tarefa nem sempre realizada pelos usuários. Os Aero Willys e o Itamaraty também ganharam espaço nas frotas como veículos de luxo.


ABLA | 35 anos

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Presidentes | Alberto Moraes Barros Filho

De ferrenhos concorrentes a companheiros de profissão

ALBERTO MORAES BARROS FILHO

GESTÃO 1981/1983 E 1986/1987

P

ublicitário de formação, Alberto Moraes Barros Filho nasceu em 1927 e apenas em meados da década de 1970 decidiu enveredar pelo mundo do empreendedorismo, um caminho

que o levou a ser um dos criadores da ABLA e, mais tarde, presidente da entidade por dois mandatos, entre os anos de 1981 e 1987.

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ABLA | 35 anos

O primeiro veículo criado com a finalidade de estabelecer uma comunicação eficaz com os associados, parceiros, governo e imprensa foi o ABLA Notícias. A primeira edição circulou em

1982

QUEM NÃO SE COMUNICA...

NOVIDADES NO PÁTIO Apesar da instabilidade econômica e da alta da inflação, as locadoras brasileiras ganharam novas opções para suas frotas, como o Ford Del Rey, o primeiro carro médio brasileiro e pioneiro a instalar travas e vidros elétricos; o Ford Escort; o utilitário Saveiro, da Volkswagen; e o Santana, que levou a montadora a entrar no segmento de carros de luxo.

19811983

setembro de 1982, com periodicidade trimestral.

68

- Em meados de 1976, eu fui procurado pelo advogado Marco Antonio Ghiberti com a ideia de criar a associação. Abracei a proposta

NASCE O CARRO POPULAR segmento de carros populares no país. A partir de, então, os modelos econômicos são os preferidos dos brasileiros na hora de alugar um carro. No fim dos anos 1990, respondiam por 65,1%

ao lado de outros 10 empresários e, em 1977, constituímos oficialmente

1984

Foi nesse ano que a Fiat lançou o Fiat Uno, o pioneiro no

do volume de locações. Em 2007, representavam nada menos do

a ABLA. A criação da entidade surgiu da necessidade de transformar ferrenhos concorrentes em companheiros de profissão. Eram tempos difíceis. Para não perder dinheiro com a apropriação indébita dos carros, pintávamos as peças mais fáceis de serem removidas.

que 72,0% e, em 2011, 64,0%.

Até 1990, ele esteve ligado diretamente ao negócio de locação de automóveis. Em 1992, abriu a A. M. Barros Consultoria e Serviços, com ênfase em locação de veículos e formatação de franquias.

A ABLA contabiliza 162 filiadas, entre redes nacionais e independentes, 68,75% mais do que em 1985. Nesse mesmo ano, o leasing é considerado um bom negócio para as locadoras, que, na época, somaram 35 mil veículos adquiridos por meio desse tipo de financiamento.

1985

OLHA O JORNAL!

Foi em 1982, contudo, que Alberto enfrentou um dos maiores desafios de seu período à frente da ABLA, o que ele chamou de “piratas do mercado”. Ele se referia à abertura pelas revendedoras de departamentos voltados para a locação de carros. Em entrevista concedida na época, o presidente dizia: “No geral, essas revendedoras não pagam impostos como as locadoras, têm maior poder de


1986

Presidentes | Alberto Moraes Barros Filho

FORÇA LATINOAMERICANA No congresso da Cotal, realizado no Recife, em Pernambuco, a ABLA, junto com presidentes de várias associações de locadoras de países latino-americanos, decide lançar o embrião da Federação Latino-Americana das Associações de Locadoras de Auto-Veículos.

1987

CRESCIMENTO REAL A ABLA contabiliza 162 filiadas, entre redes nacionais e independentes, 68,75% mais do que em 1985. Nesse mesmo ano, o

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leasing é considerado um bom negócio para as locadoras, que, na época, somaram 35 mil veículos adquiridos por meio desse tipo

barganha na compra e venda de automóveis, os custos de manutenção

de financiamento.

dos carros são pequenos, em razão das oficinas locais, não têm pessoal especializado, treinando seus próprios funcionários para o atendimento ao público, gozam de benefícios do ICM e, com todas

POLÍTICA ECONÔMICA

essas vantagens, oferecem uma concorrência desigual e desleal”. E finaliza em tom incisivo: “Eu gostaria de perguntar a eles como se próprios automóveis sem as revendedoras?”. Quase cinco anos depois, ao terminar o seu segundo mandato à frente da presidência da ABLA, Alberto dizia estar orgulhoso de ter enfrentado muitos desafios e de seu principal feito: “Conseguimos conquistar a confiabilidade do usuário e do público em geral. Atualmente, é muito comum um cliente, antes de fazer negócio com qualquer locadora, entrar em contato com a ABLA para saber se a empresa é associada. Isso significa uma garantia para o usuário e é motivo de orgulho para nós”.

1987

sentiriam caso as montadoras de veículos resolvessem vender os

As locadoras foram surpreendidas com a criação do Empréstimo Compulsório sobre Comercialização de Veículos e Combustíveis, o que provocou a eliminação do capital de giro das empresas de aluguel. Além disso, houve um excepcional “turnover” de mão de obra, o que elevou em 50% o custo da folha de pagamento, a fim de manter e treinar os novos funcionários. Por fim, o Plano Cruzado II elevou em 80% o custo dos veículos e em 20% o preço das peças e dos acessórios.


ABLA | 35 anos

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Presidentes | Vitório D’Amico

O mercado de locação entrou para o sistema de franchising, com a abertura da primeira franquia no ano de 1984

VITÓRIO GESTÃO D’AMICO 19841985

F

oi no fim da gestão de Vitório D’Amico que a ABLA criou um novo informe, agora denominado Jornal da ABLA. O veículo de comunicação foi editado a cada dois meses, até o fim de 1987.

Um ano antes, o setor havia assistido a um novo marco na expansão do serviço de aluguel de carros no país. A locação entrava para o sistema de franchising, com a inauguração da primeira unidade franqueada em meados de 1984.

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ABLA | 35 anos

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Presidentes | Udo Stellfeld

A respeitabilidade conquistada pelas locadoras por meio da ABLA garantiu a liberação de preços para o setor durante a vigência do Plano Verão, no início de 1989

UDO STELLFELD GESTÃO 19881989 E 19901991

F

amiliarizado com o universo automotivo desde 1966, quando ingressou na Volkswagen, Udo Stellfeld fez carreira na montadora, onde atuou por mais de duas décadas, até chegar ao mercado de

locação. Em 1988, foi eleito presidente da ABLA pela primeira vez, quando deu início ao processo de interiorização da entidade. Foi um dos principais responsáveis pela criação das Diretorias Regionais, o que fez da associação uma entidade nacional.

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ABLA | 35 anos

Do começo de 1988 até dezembro de 1992, a entidade teve como veículo de comunicação o Informativo ABLA, um boletim editado em preto e branco, com tamanho variado, dependendo do volume de informações a ser transmitidas. Nesse período, as novidades ainda eram enviadas e recebidas via telex.

1988

NOTÍCIAS DO SETOR

Acontece a I Convenção e Salão Nacional das Empresas Locadoras de Auto-Veículos (Conauto), nos dias 8 e 9 de março, em São Paulo. No mesmo ano, a ABLA encomenda a primeira pesquisa sobre o setor, com o objetivo de conhecer o perfil e a origem de seus consumidores.

QUAL É O MELHOR CAMINHO?

A falta de sinalização nas estradas e cidades brasileiras, aliada às péssimas condições das vias, transformou-se em fator de intimidação da locação de veículos por parte dos turistas que, muitas vezes, acabavam optando por outras alternativas de transporte. Para suprir essa deficiência, as locadoras passaram a fornecer, por conta própria, mapas detalhados aos turistas.

Quando Stellfeld assumiu seu segundo mandato, em 1990, as

1990

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1988

VITRINE

locadoras respondiam por 8% da produção da indústria nacional de automóveis e movimentavam US$ 600 milhões, bem abaixo dos US$ 20 bilhões registrados pela indústria de aluguel de carros nos Estados Unidos. Acostumado a alugar carro em suas viagens ao exterior, sobretudo em Miami, o consumidor brasileiro reclamava dos altos preços praticados pelas locadoras no Brasil, quando comparados aos adotados nos Estados Unidos. Mais do que reclamar, muitos proclamavam o não

CHEGAM OS RUSSOS

para tamanha diferença, os representantes do setor apontavam o tempo

1990

Representantes da montadora russa Lada apresentaram sua linha de veículos à ABLA, a situação de suas revendas e as garantias de serviços ofertados. A entidade, por sua vez, solicitou aos recém-chegados ao mercado brasileiro um estudo sobre a possibilidade de renovação da frota do setor, quantidades de carros disponíveis, condições especiais de compra, de preço de revenda e garantia de recompra. Apesar do avanço das negociações, a montadora não vingou no território brasileiro.

uso do serviço para provocar a queda nos preços. Como justificativa de maturação da atividade nos dois países, as diferenças de preço na compra dos veículos, os altos custos financeiros enfrentados no Brasil e as despesas com mão de obra. Em entrevista dada na época, Stellfeld observava que, diante do impacto dos planos de estabilização econômica, as empresas do setor revisaram suas políticas operacionais, enxugaram seus custos e diminuíram o efetivo de


Presidentes Presidentes | Udo Stellfeld

1990

CRUZADOS NOVOS OU CRUZEIROS? Com a implantação do Plano Collor, a ABLA criou uma cartilha para auxiliar suas associadas na cobrança de contratos de locação. Por 60 dias, foram recebidos em cruzados novos, embora a nova moeda fosse o cruzeiro. A moeda também foi preservada nos pagamentos de leasing nos 180 dias seguintes ao plano.

1990

DE OLHO NOS IMPORTADOS

pessoal empregado, na tentativa de praticar preços mais competitivos e se manter na ativa. “Para fazer caixa e honrar os compromissos financeiros, muitas locadoras passaram a vender automóveis, um processo pernicioso de

Na maioria das 500 locadoras em atividade no país, a vida útil das frotas saltou de 12 para 14 meses, em decorrência da política econômica adotada nos últimos anos da década de 1980. Por isso, o setor passou a observar com mais atenção o segmento de carros importados. Com preços mais atraentes, a compra esbarrava, porém, em um obstáculo decisivo: a falta de financiamento, uma vez que a Receita Federal proibia a criação de consórcios para carros importados. Além disso, não havia linhas de crédito específicas ou leasing disponível, o que determinava que todas as transações fossem feitas à vista.

75

descapitalização e enfraquecimento das empresas, com sérias consequências previsíveis a médio e longo prazo.”

FALTAM CARROS

Os desafios não paravam por aí. Um dos principais problemas do setor na época eram os roubos, furtos e apropriações indébitas dos veículos, além do alto índice de inadimplência, que deixavam a união do setor, por meio da associação, fez-se mais necessária. “A respeitabilidade conquistada pelas locadoras por intermédio da ABLA garantiu a liberação de preços para o setor durante a vigência do Plano Verão, no início de 1989”, costumava comentar Stellfeld. No ano seguinte, pela primeira vez, a ABLA participa da posse de um presidente da República, um reconhecimento público das novas autoridades à entidade que completava pouco mais de dez anos.

1991

vários rombos nos caixas das locadoras. Foi um dos períodos em que

Os principais jornais do país, entre eles Gazeta Mercantil e DCI, relatavam o atraso de entrega dos carros pelas montadoras. Com 250 locadoras associadas, em 150 cidades e mais de 400 pontos em cidades e aeroportos, o setor de locação registrava uma defasagem de 30 mil veículos, o que restringia o potencial de expansão. Os veículos, aguardados pelas locadoras, seriam destinados a reposição e ampliação das frotas. Para compensar o atraso, uma das maiores redes de aluguel de carros do país investiu Cr$ 300 milhões na aquisição de 150 veículos da marca Lada, nos modelos Niva, Samara e Laika. Nessa época, da frota de 60 mil carros disponíveis para locação no país, apenas 400 eram importados.


ABLA | 35 anos

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Presidentes | Francisco da Silva

Nosso maior orgulho foi ter elaborado o Código de Ética da ABLA

FRANCISCO DA SILVA GESTÃO 19921993

Q

uando Francisco José da Silva assumiu a presidência da ABLA, o setor contava com 900 empresas em operação, 300 delas associadas à entidade. Um percentual de adesão considerado

bastante satisfatório, a ponto de a associação realizar a II Convenção e Salão Nacional das Empresas Locadoras de Auto-Veículos (Conauto), em agosto de 1992, em São Paulo, e lançar o Guia Oficial das Empresas de Aluguel de Auto-Veículos, com 250 empresas participantes, com 600 pontos de locação espalhados pelo país.

77


ABLA | 35 anos

A convite da então secretária da Economia, Dorothéa Werneck, a ABLA passou a integrar a Câmara Setorial da Indústria Automobilística, criada com a proposta de auxiliar o governo na solução de problemas do setor e na formação de políticas específicas para o segmento. Em sua primeira apresentação na Câmara, a diretoria da ABLA revelou a realidade do cenário nacional do mercado de locação: 30% de capacidade ociosa, carga tributária elevada, ausência de uma política financeira adequada ao setor, baixa produtividade e atraso na adoção de novas tecnologias.

1992

POSIÇÃO ESTRATÉGICA

GASTOS COM VIAGENS

Se por um lado a entidade investia no conhecimento mais profundo

78A American Express realizou o “Estudo sobre despesas

práticas, como parcelamento do pagamento do IPVA, prorrogação dos

1992

com viagens e representação”, envolvendo 480 empresas. O levantamento mostrou que os gastos na área são de US$ 3 bilhões por ano, 5% desse total refere-se às despesas com locação de automóveis, sendo 18% pagos com cartão empresarial. O estudo constatou, também, que 25% das empresas têm regras definidas para a locação de veículos, principalmente as companhias de grande porte, que adotam como critérios de escolha das locadoras o custo (52%), a qualidade dos serviços (40%) e a localização (16%).

do setor, por outro enfrentava grandes dificuldades para resolver questões prazos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre Circulação de Mercadoria (ICM). Naquele ano, as altas taxas de juros e a inflação foram os grandes fantasmas do setor, em um dos piores anos do segmento. A retração atingiu quase 25%, e o volume de aluguel diário, antes a grande força da locação, passou a responder por apenas 20% dos negócios, como lembrou Silva em entrevista na época. - Foram dois anos de economia recessiva, com a entrada de novos concorrentes na atividade, o que provocou uma acirrada guerra de

O consultor Carlos Roberto Azzoni, professor associado do Departamento de Economia da FEA/USP concluiu, a pedido da ABLA, o “Estudo setorial-locação de veículos”.

preços e levou o setor a enfrentar muitas dificuldades. Nessa fase,

1992

RAIO X DE PESO

muitas pequenas, e até grandes locadoras, fecharam as portas. Os que permaneceram na ativa viram a lucratividade despencar, tendo de trabalhar praticamente de graça. Silva era o porta-voz do setor na ampliação da produção nacional de carros básicos por parte das montadoras, sendo esse um fator fundamental para a sobrevivência do setor, que tinha nos populares 100% da demanda


Presidentes | Francisco da Silva

CONSELHO EXPERIENTE

1993

Durante a realização do I Fórum e Salão da Indústria de Aluguel de Automóveis, Charles Parker, publisher da revista Auto Rental News, o principal veículo da área nos Estados Unidos, afirmou que, naquela data, o setor de locação no Brasil revelava um cenário semelhante ao vivido pelo mercado americano 30 anos atrás. “O caminho para crescer está na adoção do conceito de Centrais de Transporte, que aproxima locadoras, montadoras e revendedoras.”

de aluguel. “Ou a indústria nos atende, ou vamos partir para a importação. Essa é a saída para muitos problemas da área automobilística no Brasil.” Outro desafio da ABLA naquele período era a diminuição dos roubos,

1993

ALUGUE UMA BOA IDEIA. ALUGUE UM CARRO.

que afetavam diretamente as empresas e o custo da locação. A preocupação aumentava diante da criação do Mercosul, que deixava as fronteiras com os países vizinhos, sobretudo com o Paraguai, mais vulneráveis.

Pela primeira vez, desde a sua fundação, a ABLA investiu US$ 2 milhões em uma campanha de publicidade, de âmbito nacional, com 12 meses de duração, criada pela MPM Lintas, com o slogan: “Alugue uma boa ideia. Alugue um Carro.” O objetivo era chamar a atenção e ampliar o nível de conhecimento dos consumidores das classes A/B a respeito das facilidades e vantagens da locação.

79

“Em um cenário econômico difícil, nosso grande orgulho foi ter elaborado o Código de Ética da ABLA, o que deu ao setor ainda mais respeito e profissionalismo”, afirmou Silva, ao passar a presidência da

DESEMBARQUE

O manual de bom comportamento ético foi aprovado pelo Conselho Nacional da entidade em 19 de novembro de 1992, sendo registrado no II Cartório de Ofícios e Registros de Pessoas Jurídicas da Comarca da Capital do Estado de São Paulo, sob o número 39.236, em 7 de janeiro de 1993. Na ocasião, o presidente Silva lembrou, ainda, o aumento das parcerias e, consequentemente, o estreitamento das relações com as operadoras de cartões de crédito, montadoras de automóveis e instituições financeiras.

1993

entidade a seu sucessor.

As locadoras reclamavam muito do alto custo para a manutenção de suas estruturas nos aeroportos nacionais. Em Cumbica, Congonhas, Santos Dumont e Galeão pagava-se um aluguel de Cr$ 300 mil, corrigidos pelo IGPM + 5% do faturamento local. Nos estacionamentos, a vaga por carro custava cerca de US$ 100.


ABLA | 35 anos

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Presidentes | Francisco da Silva

1993

CASO DE POLÍCIA O problema dos roubos de carros de aluguel se agravava em todas as regiões. No Rio de Janeiro, por exemplo, eram roubados anualmente 14% dos veículos da frota, com taxa de recuperação de apenas 3% dos carros, que eram encontrados completamente depenados. Em São Paulo, 2% da frota era roubada, com 40% de índice de recuperação, e, em Belém do Pará, 2,5% dos carros eram objeto de roubos e 60% deles resgatados, mas em péssimas condições. Para diminuir os incidentes, a ABLA criou um folheto de orientação aos motoristas para que não trafegassem em ruas nem em avenidas pouco movimentadas e mal iluminadas, acionassem os dispositivos de segurança e só solicitassem informações à equipe da locadora, à polícia, aos estabelecimentos comerciais ou postos de gasolina bem iluminados.

1993

81

TREINAMENTO A entidade promoveu cursos de gerenciamento de frotas e cálculo de preços para locadoras, com o objetivo de melhorar a qualidade e a eficácia das empresas.


ABLA | 35 anos

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Presidentes | Nicolau Rezé

Acreditar e trabalhar pela ABLA é investir no nosso próprio negócio

NICOLAU REZÉ GESTÃO 19941995 uando assumiu a presidência, Nicolau Rezé encontrou o setor de locação envolto em um cenário desafiador: falta de veículos populares, prática do ágio, fechamento do leasing e, principalmente dificuldades de renovação da frota. Para enfrentar essa realidade, a associação promoveu um estreitamento das relações das locadoras com as montadoras, que passaram a enxergar o setor como vitrine de seus produtos, e com os agentes de viagens, para expandir a atuação na área de turismo. Paralelamente, investiu em cursos de vendas para as associadas.

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ABLA | 35 anos

Em 1994, os roubos de carros aumentaram 25% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo. Os carros mais visados eram Gol, Kombi e Fiat Uno, exatamente os veículos utilizados pelo mercado de locação.

1994

OS MAIS VISADOS

Em cerimônia realizada no dia 16 de maio, na Galeria Nara Roester, em São Paulo, foram premiados os vencedores nas categorias Ponto de Vendas, Rede e Flagrante, da Campanha “Loucação”, promovida pela ABLA, Credicard e Autolatina - Divisão Volkswagen.

1994

“LOUCAÇÃO”

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Durante o II Fórum Nacional do Setor de Aluguel de Automóveis, Ottoni Fernandes Júnior, diretor do Invest News, boletim eletrônico, alertava o setor para uma invasão importante e irreversível: a dos microcomputadores. “Em 1994, nos Estados Unidos foram vendidos mais micros do que aparelhos de TV. Cerca de 26% dos norte-americanos têm microcomputadores e 9,6% pretendem comprar o equipamento nos próximos seis meses; 3,9% dos norte-americanos já assinam serviços de informação eletrônica e 6% pretendem fazê-lo em um semestre”, afirmava em sua apresentação.

1995

INVASÃO TECNOLÓGICA

- Os desafios foram grandes, mas os resultados foram positivos. Lutamos pela reabertura das operações de leasing quando, pela primeira vez, o setor de locação de automóveis foi reconhecido oficialmente e, portanto, ganhou mais respeito. Uma prova do trabalho de bastidores que desenvolvemos. Foi no biênio 1994/1995 que a associação ganhou um Conselho Jurídico, formado por advogados das associadas que passaram a trabalhar em prol do setor. Como bem lembra Rezé, pela primeira vez


Presidentes | Nicolau Rezé

1995

POLÍTICAS ECONÔMICAS X IMPORTADOS Naquele ano, Emílio Julianelli, presidente da Associação Brasileira de Empresas Importadoras de Veículos Auto-Motores (Abeiva), dizia que a presença de importados no setor de locação de veículos nunca atingiu patamares significativos no Brasil em decorrência da política econômica do país. “A participação poderia ser bem maior na frota, caso o governo não promovesse tantas mudanças nas regras de importação de carros. Em cinco anos, o setor investiu US$ 3 bilhões no país, gerou 25 mil empregos diretos e instalou 741 concessionárias.”

o setor de locação pôde encontrar um denominador comum entre o que é juridicamente correto e o que é comercialmente viável para a operação das locadoras. Rezé deixou o setor de locação há vários anos. Partiu para o mercado financeiro, vivendo entre os Estados Unidos e o Brasil, sem, contudo, deixar de acompanhar, mesmo que de longe, as mudanças no segmento de aluguel de veículos.

1995

1995

MERCADO NORTEAMERICANO Na metade da década de 1990, a frota para locação nos Estados Unidos era de 1,4 milhão de veículos, enquanto no Brasil não passava de 80 mil carros. Em visita ao país, Stephen Guy, presidente da American Car Rental Association (Acra), salientou que o mercado norte-americano contava com 2 mil locadoras, que, por causa da alta concorrência, cobravam entre US$ 30 e US$ 40 a diária, com quilometragem livre. No Brasil, a locação de um carro popular não saía por menos de US$ 70.

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DINHEIRO DE PLÁSTICO O faturamento do mercado de cartões de crédito em 1995 foi de R$ 22 bilhões no Brasil, com um total de 300 milhões operações pagas com o dinheiro de plástico. As locadoras contribuíram com nada menos do que R$ 300 milhões.


ABLA | 35 anos

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Presidentes | Antonio Claudio Resende

As locadoras podem contribuir para a promoção da indústria automobilística

ANTONIO CLAUDIO RESENDE GESTÃO 19961997

A

estabilidade da moeda e a abertura do mercado colocaram o Brasil na rota dos investimentos estrangeiros, provocando mudanças profundas na forma de conduzir os negócios. As

empresas nacionais foram obrigadas a se reestruturar rapidamente para acompanhar a globalização. Não havia mais espaço para a miopia empresarial nem para amadores. Foi nesse contexto que Antonio Claudio Resende assumiu a presidência da ABLA, com o desafio de dar ênfase à profissionalização do setor e apontar caminhos para que as locadoras somassem mais serviços às suas operações com preços cada vez mais enxutos.

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ABLA | 35 anos

Graças ao convênio com a Serasa (Centralização dos Serviços dos Bancos), as associadas da ABLA passaram a realizar consultas cadastrais de pessoas físicas e jurídicas 24 horas por dia, com preços especiais. Por meio deste convênio, as locadoras tiveram acesso, também, ao Sistema ABLA de Lista de Alerta (Sala), com informações de ocorrências de roubo, furto ou apropriação indébita, exclusivo do setor.

1996

CONVÊNIO COM A SERASA

Quando o computador ainda não fazia parte da realidade da maioria das empresas integrantes do setor, as informações eram distribuídas por fax. Assim nasceu o Via Fax, uma comunicação rápida e eventual recebida pelas associadas. Uma vez ao mês, as locadoras conferiam as novidades, também, no Boletim ABLA impresso.

88

1996

VIA FAX

QUADRILHA ATACA LOCADORAS

- Quando assumi a ABLA, apenas 300 empresas eram associadas, e o principal foco da entidade era representar o setor de aluguel junto ao governo, na defesa dos interesses das locadoras. Trabalhamos duro em torno

1996

O comunicado distribuído às associadas dizia: “Temos notícia de que uma quadrilha está furtando carros de locadoras. Os bandidos alugam os carros em nome de diversas empresas tradicionais, inclusive agências de viagens. A quadrilha utiliza autorizações falsas para retirar os veículos no próprio balcão da locadora sem deixar suspeitas”. Diante desse quadro, a ABLA alertava as locadoras sobre a necessidade de confirmação das reservas com as empresas solicitantes, além de consultar a Serasa, onde os casos de roubos eram cadastrados no Sistema ABLA de Lista de Alerta (Sala).

da Súmula 492, que previa a responsabilidade civil e solidária da locadora por danos causados a terceiros pelos clientes no uso do carro locado. Além disso, criamos uma comissão de associados para trabalhar ao lado do governo nos estudos da criação da “frota verde”, com o objetivo de incentivar o uso do álcool como combustível. Paralelamente às mudanças de gestão das locadoras, o setor lutava para que o consumidor brasileiro adquirisse o hábito de organizar todo o seu programa de viagem. Ou seja, fazer uma única reserva com o agente de viagem, que inclua passagem, hospedagem e aluguel de carro,


Presidentes | Antonio Claudio Resende

1996

NOVA IDENTIDADE A ABLA passou a chamar-se Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis em substituição à Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Auto-Veículos. Acompanhando a mudança da razão social veio, também, a modernização do logotipo.

1996

PROFISSIONALIZAÇÃO

como acontecia no exterior. Também buscava afinar cada vez mais a

A partir da análise das necessidades do mercado, a ABLA selecionou 10 cursos a serem ministrados às locadoras associadas, com duração de 15 a 20 horas – Atendimento ao cliente, Técnicas de vendas, Matemática financeira, Desenvolvimento e relações interpessoais, Desenvolvimento de equipes, Praticando a Qualidade, Estratégia e marketing ao seu alcance, Locadoras: como vender o negócio eficazmente, Aumentando a produtividade da locadora por meio das pessoas, Gerenciamento de frota e formação de preços para locação de veículos. As aulas foram ministradas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campo Grande, Goiânia, Vitória, Brasília, Manaus, Fortaleza, Recife, Salvador, Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba.

89

parceria com as montadoras, defendendo a tese de que as locadoras serviam (e ainda servem) de test drive para os fabricantes de veículos.

A VEZ DA CPMF

história ocorrida no início da década de 1980, nos Estados Unidos: uma montadora desistiu de fabricar um prestigiado modelo. Antes de encerrar a produção, porém, a fábrica destinou várias unidades a uma locadora com preço promocional. A locadora também praticou um preço especial na locação do veículo. O sucesso foi tão grande a ponto de a produção ser retomada, permanecendo por muitos anos. E concluía: - É um exemplo clássico que serve para mostrar com clareza como as locadoras podem contribuir para a promoção da indústria automobilística.

1997

Resende, em meio a uma negociação e outra, costumava lembrar de uma

Vista pela ABLA como um retrocesso na modernização da economia do país, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) produziu um aumento de custos na cadeia produtiva, de acordo com a associação. As locadoras de veículos, que até então vinham mantendo seus preços estáveis, apesar do aumento dos custos, como os preços dos carros populares, ficaram atentas ao novo tributo.


ABLA | 35 anos

90


Presidentes | Antonio Claudio Resende

1997

CAMPANHA TURÍSTICA “Viva o seu país. É o seu Brasil brasileiro.” Esse foi o slogan da campanha lançada pela Embratur com o objetivo de incentivar o turismo no Brasil, que contou com a participação da ABLA. As associadas ofereceram 50% de desconto na diária mais quilômetro rodado ou 20% nas diárias.

1997

FÓRUM E SALÃO “A Conquista do Futuro” foi o tema central do III Fórum e I Salão Nacional da Indústria do Aluguel de Automóveis, abertos pelo governador Mário Covas, que reuniu cerca de 300 participantes. Na ocasião, Covas ressaltou que o setor tem um passado significativo na história de São Paulo e do país pela qualidade e confiabilidade dos serviços que presta à população.

91

1997

APROXIMAÇÃO COM AS MONTADORAS Neste ano, o setor comemorou a queda da resistência das montadoras em negociar diretamente com as locadoras, primeiramente com a assinatura do convênio com a General Motors e, em seguida, com a Ford e a Volkswagen.


ABLA | 35 anos

92


Presidentes | José Zuquim

Saímos de uma sede alugada para uma própria, paga à vista

JOSÉ GESTÃO ZU 19982001 UIM

A

os 60 anos, 27 deles no mercado de locação, José Zuquim Militerno comandou a ABLA por quatro anos, em um período de grandes desafios econômicos. Em 1999, quando

todos os contratos foram indexados ao dólar, muitas empresas fecharam as portas por não suportar o baque.

93


ABLA | 35 anos

A redução do IPI adotada pelo governo como estímulo às vendas de automóveis teve um impacto positivo no mercado de locação. As locadoras deram início à renovação de suas frotas. A GM negociou 15% mais pedidos, a Volkswagen cerca de 10% e a Ford em torno de 50%. Com a queda do IPI, o preço do Corsa Wind caiu de R$ 12.645,00 para R$ 12.019,00.

1998

QUEDA DE IMPOSTO

A 43ª edição da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, no interior de São Paulo, movimentou em 1998 cerca de R$ 150 milhões e atraiu 1 milhão de pessoas. Por causa do grande número de visitantes, as locadoras da região registraram aumento de pelo menos 30% no volume de locações. Outros eventos importantes para o setor são: Oktoberfest, Festival de Cinema de Gramado, Fórmula 1, Carnaval e Festas Juninas no Nordeste.

1998

FESTA É SINÔNIMO DE LUCRO

94

PESO DO IPVA - Nosso maior desafio, na época, foi negociar com os bancos, pondo as

1998

O pagamento do IPVA era, na época, um dos itens que mais oneravam os caixas das locadoras. Por isso, as diretorias regionais da ABLA trabalhavam firme para reduzir os custos das empresas do setor em cada região. No Paraná, por exemplo, onde a alíquota era de 2% e o pagamento, feito de acordo com o final da placa, sofreu queda de 50% para veículos das locadoras ou para contratos de leasing. Em Minas Gerais, a alíquota foi reduzida para 2% e o pagamento do imposto, parcelado, enquanto no Rio Grande do Sul, a quitação podia ser feita em até seis vezes.

cartas na mesa com clareza e mostrando o que era possível pagar e como faríamos para fechar a conta. Ao negociar em bloco, as locadoras perceberam que era importante contar com uma representante de respeito, o que elevou o número de locadoras afiliadas à entidade. Mais sólido, o setor assistiu nesse período à instalação da sede própria da entidade, em agosto de 1999, e ao fortalecimento das parcerias com as montadoras, que passaram a oferecer descontos significativos para a renovação das frotas.


Presidentes | José Zuquim

1998

CAMPANHA NACIONAL 445 locadoras participaram da campanha de incentivo ao turismo interno na baixa temporada, tendo como tema: “Viva seu país. Onde você chega, está em casa”. As reservas efetuadas com 10 dias de antecedência, com duração mínima de três dias, tinham 20% de desconto sobre as tarifas de diária de quilômetros rodados, ou de 50% apenas sobre o valor da diária.

1998

SURGE A CIA Em junho de 1998, a ABLA lançou um novo serviço a seus associados, a CIA-Cooperação Informal. O canal oferecia informações que serviam de apoio às locadoras em situação de emergência como, endereços de oficinas e seus respectivos preços, telefones de despachantes e de empresas de guincho.

95

“Saltamos de 300 sócios para 1,2 mil associados e de uma sede alugada para uma própria, paga à vista”. Paralelamente, foram surgindo os sindicatos locais (Sindlocs), que se transformaram em representantes legais da categoria em suas regiões e ajudaram o setor a trabalhar como um bloco único em todo o Brasil. - O grande marco do período foi o crescimento do aluguel de frotas para empresas, que começaram a se conscientizar que não deveriam gastar energia com administração de carros, o que alavancou o crescimento do setor de locação.

1998

MOVIDO A GÁS Neste ano, a ABLA avaliou o uso do carro a gás como uma alternativa para as 212 locadoras afiliadas e afetadas diretamente com a adoção do rodízio de veículos em São Paulo. Isso porque os automóveis movidos a gás natural eram excluídos da medida que suspendia a circulação de carros em determinados horários no centro expandido da capital paulista. Levantamento feito pela entidade na época revelava que o prejuízo conjunto das locadoras chegava a R$ 10,8 milhões por mês, com a paralisação de 42,9% da frota de 24 mil carros.


ABLA | 35 anos

Pela primeira vez, a ABLA participou do Congresso da Associação Brasileira dos Agentes de Viagem Abav, em Curitiba, no estado do Paraná. Nesse mesmo ano, a entidade foi declarada como órgão delegado da Embratur, sendo esse o caminho para que a ABLA fortalesse a necessidade de participação exclusiva das locadoras em licitações para aluguel de veículos.

1999

NO UNIVERSO DO TURISMO

“Preço Certo ABLA”. Assim foi batizado o curso, e, assim, foi denominado um software criado sob medida para os associados, com o objetivo de facilitar a composição de custos e formação de preços. A distribuição foi gratuita.

1999

TECNOLOGIA SOB MEDIDA

96

A entidade criou o Prêmio ABLA Destaque Regional do Semestre, a fim de valorizar as ações de suas diretorias regionais. Entre os dias 24 e 26 de novembro do mesmo ano, foram realizados, em São Paulo, o IV Fórum e o II Salão Regional da Indústria de Aluguel de Automóveis.

1999

PRÊMIO

Com o objetivo de oferecer às associadas, de forma gratuita, a inclusão de seus veículos eventualmente roubados para pesquisa em todo o território nacional, a ABLA firmou parceria com o Cadastro Nacional de Veículos Roubados (CNVR).

1999

CNVR

2000 PARCERIA INTERNACIONAL A presidência da ABLA assinou um Protocolo de Cooperação entre a entidade brasileira e a Associação Portuguesa das Locadoras de Automóveis, visando ao intercâmbio nas diversas áreas ligadas direta ou indiretamente ao setor de locação – questões tecnológicas, operacionais, comerciais e de formação profissional.

2000 BOAS MANEIRAS Falar a mesma linguagem. Esta foi a proposta da entidade ao criar, em junho desse ano, o Manual de Atendimento à Imprensa.


Presidentes | JosĂŠ Zuquim

97


ABLA | 35 anos

98


Presidentes | Alberto Vidigal

O governo Lula foi positivo para o setor de turismo como um todo e para o de aluguel de carros também

ALBERTOGESTÃO VIDIGAL 20022005

U

m ano depois de assumir a presidência, Alberto Vidigal, hoje com 55 anos, defendia o Programa Aluguel para Todos, um instrumento que disponibilizaria a diversas camadas da

população o acesso aos serviços prestados pelas empresas do setor. O objetivo era atender aos usuários tradicionais, assim como a cadeia produtiva do turismo, passando pela indústria hoteleira, companhias aéreas, agências de viagem, indústria automobilística, entidades de classe e organismos oficiais. “Para isso, encontramos na internet a aliada ideal para viabilizarmos essa democratização de dados, informações e serviços, com a dimensão e a agilidade necessárias. O Brasil já conta com 7,5 milhões de internautas, e o crescimento de usuários está próximo de 3% ao mês”, afirmava Vidigal na época.

99


ABLA | 35 anos

Esse era o nome do programa criado pelo Ministério do Esporte e Turismo em parceria com a Embratur, com o objetivo de oferecer aos consumidores de produtos e serviços turísticos o melhor aproveitamento, em decorrência de um acordo de cooperação entre todos os elos da cadeia turística. A ABLA apoiou a iniciativa. As locadoras que aderiram ao programa ofereciam descontos de 20% sobre a tarifa de diária e quilômetros rodados, ou 50% sobre a diária. Os descontos exigiam um mínimo de três diárias e reservas com 10 dias de antecedência, pagamento à vista ou no cartão e garantia de no show no valor de uma diária.

2002

DIAS AZUIS

A ABLA juntamente com a Abav, hotéis, companhias aéreas, emissoras de cartão de crédito e seus pares argentinos criaram a Câmara Permanente de Turismo Brasil-Argentina, uma espécie de fórum responsável por prevenir quaisquer emergências no fluxo de negócios entre os países.

100

2002

HARMONIA ENTRE VIZINHOS

O setor de locação de veículos no mundo teve uma queda de 1,6% em 2002 com relação a 2001, registrando cifras da ordem de US$ 18,4 bilhões. De acordo com o relatório do Euromonitor International, o segmento tem enfrentado grandes dificuldades em razão dos efeitos da recessão global desencadeada pelo atentado de 11 de setembro de 2001. As locadoras reduziram suas frotas entre 20% e 25% durante 2002, para compensar as mudanças de cenário. No Brasil, ao contrário, o setor cresceu 19,58% no mesmo período, somando um faturamento de R$ 2,26 bilhões.

2002

RETRAÇÃO MUNDIAL

Paralelamente, a diretoria da ABLA, sob o comando de Vidigal, trabalhou no estreitamento da relação do setor com as montadoras, que ainda insistiam em colocar nos pátios de aluguel apenas veículos lançados seis meses antes. Aos poucos, contudo, a cultura foi mudando e, como já acontecia nos Estados Unidos, as locadoras passaram a respeitar o mesmo tempo das concessionárias. O Gol 2003, por exemplo, teve uma apresentação de lançamento especial para o setor de aluguel de carros.


2004

2003

2003

2002

Presidentes | Alberto Vidigal

COMEMORAÇÃO A ABLA completou 25 anos de história com show do cantor Jorge Ben Jor.

PARCERIA A ABLA e a Volkswagem fecharam acordo para realizar o lançamento do Polo sedã na Rede de Concessionárias para as locadoras associadas.

RAIO X DO SETOR Lançamento do primeiro anuário ABLA divulgando os números do setor de locação de veículos.

NA ARGENTINA

101

As associadas da ABLA participaram da Feira Internacional do Turismo, que aconteceu de 27 a 30 de novembro de 2004, em Buenos Aires, na Argentina.

2004

NA COMPANHIA DE LULA

- Não foi só o respeito das montadoras que conseguimos conquistar, mas também desfrutamos o incentivo dado ao segmento de turismo com a do turismo como um todo e também para o de aluguel de carros, porque aproximou nosso segmento de todo o trade.

2005

criação do Ministério do Turismo. O governo Lula foi positivo para o setor

Pela primeira vez, a diretoria da ABLA acompanhou um presidente da República em visita ao exterior. A associação fez parte da missão empresarial que viajou à China com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em maio daquele ano. Na época, a ABLA reunia empresas que, juntas, faturavam US$ 780 milhões.

RUMO AO ORIENTE Representantes da ABLA participaram da Missão Empresarial Brasil-Coréia do Sul e Japão, entre os dias 23 e 28 de maio de 2005.


NA PISTA O autódromo de Interlagos, em São Paulo é fechado para realização do Salão & Fórum ABLA.

2005

ABLA | 35 anos

A fim de divulgar a cultura da locação, a ABLA participou das principais feiras de turismo do país, além de apoiar encontros, palestras do setor e firmar parceria com o ICCABAV para inclusão de cursos de locação de automóveis para agentes de viagens. Paralelamente, a entidade formalizou acordo com a Abav para divulgação dos números do segmento na revista Turismo em Números, de circulação nacional.

2005

PARTICIPAÇÃO ATIVA

102

Acompanhar de perto a evolução do setor. Com esse objetivo foram implantados a revista Locação da ABLA, o ABLA News, o informativo eletrônico ABLA Express e a III edição do Anuário ABLA.

2005

O SETOR EM DADOS


Presidentes | Alberto Vidigal

2005

MARCA BRASIL Criada para representar a imagem do turismo brasileiro no exterior, a Marca Brasil foi utilizada por diferentes segmentos e empresas como símbolo de produtos e serviços tipicamente brasileiros. A ABLA aderiu oficialmente à iniciativa, tornando-se uma das primeiras entidades a demonstrar interesse em usar e divulgar a Marca Brasil entre suas associadas.

103

2005

ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL A Tríade Auditores e o escritório Freire Advogados firmaram parceria com a ABLA para realizar clínicas tributárias aos associados, envolvendo os temas Imposto de Renda Pessoa Jurídica, PIS, Cofins e outros impostos que causam dúvidas aos empresários do setor.


ABLA | 35 anos

104


Presidentes | Adriano Donzelli

No ramo da locação de automóveis, ter carros novos à disposição dos clientes é uma necessidade, não uma escolha

JOSÉ ADRIANO DONZELLI GESTÃO 20062009

C

om larga experiência no ramo, José Adriano Donzelli assumiu a presidência da ABLA disposto a investir na qualificação dos serviços prestados, iniciando a estruturação do que, mais

tarde, veio a ser o Programa Nacional de Capacitação e Qualificação ABLA (PQA), que já preparou mais de 6 mil profissionais. Naquela época, o cliente de carro alugado já tinha consciência de que, ao dirigir cuidadosamente o automóvel, ele não apenas estava conservando o bem da locadora, mas, também, cuidando da própria segurança e de terceiros que circulam nas ruas e avenidas.

105


ABLA | 35 anos

Foi incentivada a parceria com o Sindloc, visto pela gestão nacional da ABLA como uma continuidade da associação nos diversos estados. “Apesar de terem vida própria, os sindicatos precisam estar alinhados com os pensamentos da ABLA para fortalecer a representatividade do setor”, reforçava o presidente Adriano Donzelli.

2006

FORÇA REGIONAL

106

EXPOSIÇÃO

Entre os dias 20 e 22 de junho, a ABLA participou do Lacime 2006 – Exposição de Turismo de Incentivo, Eventos e Negócios da América Latina e Caribe.

2006

O novo site da ABLA foi apresentado nas versões português, inglês e espanhol. O anuário 2006 também ganhou versão eletrônica. O objetivo era fazer do site não apenas um canal de divulgação do setor e das realizações da entidade, mas também um instrumento de interação e de trabalho.

2006

POLIGLOTA

Em abril, a ABLA aderiu ao Projeto Vai Brasil, lançado oficialmente durante o Salão de Turismo-Roteiros do Brasil, realizado em São Paulo. O projeto visava a aumentar a comercialização de produtos turísticos nos períodos de baixa estação em diversos destinos nacionais.

2006

VAI BRASIL

CAUSA SOCIAL

2006

A ABLA abraça a Campanha Nacional de Enfrentamento e Prevenção à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no Turismo, lançada pelo Programa Turismo Sustentável e Infância, com a distribuição de 22 mil saquinhos de lixo com motivos da campanha, além da disponibilização de uma cartilha confeccionada pela Universidade de Brasília.

Ciente de que o comportamento do consumidor não era mais o mesmo e de que a economia globalizada penalizaria quem não apresentasse serviços de qualidade e muito profissionalismo, Donzelli lembrava constantemente a todos os associados que, “no ramo da locação de automóveis, ter carros novos à disposição dos clientes é uma necessidade, não uma escolha”.


Presidentes | Adriano Donzelli

2007

PARTICIPAÇÃO EXPRESSIVA De acordo com o estudo “Indicadores econômicos das viagens corporativas”, em 2007, as viagens de negócios representavam 17% do volume de transações das locadoras, um percentual três vezes superior ao registrado no ano anterior.

2007

DE OLHO NA PLACA A ABLA posicionou-se contra a operação “De olho na placa”, realizada em São Paulo, que exigia o pagamento do IPVA no estado, mesmo que o carro fosse de outro domicílio de origem, o que provocou recordes de engarrafamento no trânsito, constrangendo motoristas e turistas. Na ocasião, Otto Steiner, da assessoria jurídica da entidade, afirmou: “Não há nada na lei que impeça a continuidade do uso de veículos locados normalmente, pois são licenciados e regularizados com todas as taxas e impostos pagos em dia”.

2008

107

Nacional de Transporte e o reconhecimento por parte da sua direção sobre a importância do setor de locação foram de extrema importância para todo o segmento.

2008

das entidades congêneres. Nosso alinhamento com a Confederação

A ABLA iniciou as primeiras ações do Programa Nacional de Capacitação e Qualificação ABLA (PQA).

INAUGURAÇÃO DO ESCRITÓRIO DE BRASÍLIA

- Foi um tempo de consolidação da ABLA como um dos principais players do turismo nacional, com o reconhecimento e o respeito

PROFISSIONALIZAÇÃO

Com a inauguração de seu escritório em Brasília, em 2008, a ABLA reforça sua presença no centro administrativo do país e fortalece o empresariado para os desafios da locação de veículos. O escritório fica no edifício-sede da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).


ABLA | 35 anos

Para o biênio 2008-2009, foi criado o cargo do presidente executivo. O Conselho Nacional consolidou o Conselho Gestor que engloba 12 conselheiros titulares e 12 suplentes, e têm como responsabilidades a deliberação sobre prioridades executivas, plano de trabalho, metas, orçamento financeiro e aplicações patrimoniais. Formou-se também o Conselho Fiscal, por sua vez, com 6 titulares e 6 suplentes, e têm como função a análise de prestação de contas, emissão de opinião sobre orçamentos, situação financeira e patrimonial da associação.

2008

NOVOS CONSELHOS

CAPACITAÇÃO Entre os meses de fevereiro e março deste ano, o Programa Nacional de Capacitação e Qualificação ABLA (PQA) deu início à realização dos seminários regionais presenciais para a coleta de diversas informações para o projeto e fomentou o Diagnóstico das Ocupações e Mapeamento das Competências Profissionais do Setor Brasileiro de Locação de Automóveis. O programa, realizado em parceria com o Ministério do Turismo, visava a aperfeiçoar o setor de locação de automóveis.

2009

108

Com o objetivo de integrar a universidade com o setor de locação de veículos, a ABLA realizou, durante o IX Fórum e Salão da Indústria do Aluguel de Automóveis, a edição do Prêmio ABLA 2009 para Estudantes de Nível Superior.

2009

PRÊMIO PARA ESTUDANTES


Presidentes | Adriano Donzelli

109


ABLA | 35 anos

110


Presidentes | Paulo Gaba Jr.

2010 foi o melhor dos últimos 20 anos para o setor, e o investimento no capital humano foi fundamental para esse resultado

PAULO GABA JR. GESTÃO 20102013

O

mais jovem presidente empossado da ABLA, o empresário Paulo Gaba Jr. não é um novato na área. Pelo contrário, está no setor há muito tempo e acompanhou de perto

a evolução da profissionalização do segmento de locação e o importante papel exercido por seus antecessores no comando da entidade. Entrou no ramo em 1989 e na ABLA em 1993 e assumiu a presidência em 2010.

111


ABLA | 35 anos

Com o objetivo de preencher uma lacuna de representação legal no setor, foi criada, em março de 2010, a Federação Nacional das Empresas Locadoras de Veículos Automotores (Fenaloc), única entidade sindical que representa a indústria

2010

NASCE A FENALOC

de locação de veículos nacional, com dirigentes regionais eleitos em todo o território nacional.

Durante a realização da 13ª Assembleia Ordinária da Câmara de Transportes (CIT), em Medelin, na 112Interamericana Colômbia, a ABLA passou a fazer parte da CIT, considerada

2010

INTEGRAÇÃO DE PESO

o principal fórum de discussão sobre o desenvolvimento dos transportes no continente americano.

PQA de Qualificação ABLA - PQA, com as teleconferências Eixo de Qualidade e Eixo de Gestão Empresarial. O programa beneficiou mais de 3 mil profissionais nas áreas de atendimento e gestão. A ABLA deu início aos treinamentos a distância, com

2011

Nesse ano, a entidade retomou as atividades do Programa

o apoio da Universidade Federal de Santa Catarina. O programa

- Uma das grandes vitórias da ABLA foi, sem dúvida, a mudança

ganhou peso ainda maior com a ajuda da Rádio ABLA, que foi

da regulamentação da habilitação de estrangeiros. Depois de muita luta,

ao ar em 2010, com canal aberto por dois anos.

em 2010 o Conselho Nacional de Trânsito publicou uma resolução que permite que o estrangeiro que desejar alugar um carro no Brasil não tenha de obrigatoriamente apresentar a tradução juramentada de sua carteira original de habilitação.


Presidentes | Paulo Gaba Jr.

2011

DIRETO DA BOLÍVIA Levantamento realizado pela ABLA revelou que pelo menos mil carros de cerca de 1,2 mil associadas encontram-se na Bolívia. Por isso, a entidade lançou um programa de recuperação dos veículos furtados. O principal destino é San Mathias, cidade com 10 mil habitantes que faz fronteira com o estado de Mato Grosso.

NOVA SEDE EM BRASÍLIA

2011

A ABLA e a Federação Nacional das Empresas Locadoras de Veículos Automotores (Fenaloc) inauguraram sua nova sede em Brasília. O escritório ocupa uma área de 200 metros quadrados no prédio da Confederação Nacional do Transporte (CNT), com salas e equipamentos para proporcionar maior interatividade

113

nas reuniões. O complexo administrativo recebeu o nome de

Erozalto Nascimento, em homenagem póstuma ao membro do Conselho Nacional eleito no biênio 2010/2011.

2011

IPI Entrou em vigor, em setembro desse ano, o decreto presidencial nº 7.567, que regulamenta as mudanças na cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados de fora do Mercosul e do México.

O presidente destacou, ainda, que 2010 foi o melhor dos últimos 20 para esse resultado. Foi a partir da melhoria da qualidade dos serviços prestados que a ABLA ganhou ainda mais respeito e credibilidade. Mais do que isso, ganhou força e importância na cadeia produtiva, a ponto de ter voz ativa e fazer parte do Conselho de Serviços do Plano Brasil Maior.

BOM DESEMPENHO

2011

anos para o setor, e o investimento no capital humano foi fundamental

O faturamento do setor atingiu R$ 5,11 bilhões, um crescimento de 17% em relação a 2010. A ABLA passou a congregar 2008 locadoras em todo o país, e a frota superou, pela primeira vez, os 400 mil veículos, crescendo 14%.


ABLA | 35 anos

Desde maio, todas as locadoras da capital paranaense têm de contar com um percentual de carros com câmbio automático, destinados a pessoas portadoras de necessidades especiais. Para frotas de até 200 carros, o percentual de automáticos deve

2012

NO PARANÁ

ser de 10%; entre 201 e 500 automóveis, a cota passa a ser de 5%, e, acima de 501 carros, 2% devem seguir a exigência.

114

PLANO BRASIL MAIOR

“Inovar para competir. Competir para crescer”. Esse é o lema do Plano Brasil Maior, lançado em abril de 2012, em Brasília, com 19 conselhos de competitividade. Formados trabalhadores, os conselhos têm por objetivo discutir temas setoriais e a organização de agendas estratégicas. Uma das cadeiras foi ocupada por Paulo Gaba Jr., então presidente da ABLA. Durante o lançamento do novo plano, Gaba observou que a criação desses conselhos só agregou valor à cadeia produtiva, fomentando a profissionalização da cadeia produtiva do país. “A presença da ABLA no lançamento de um programa desse porte reforçou a representatividade que o setor conquistou no decorrer dos anos.”

2012

por 600 representantes do governo federal, empresários e


Presidentes | Paulo Presidentes | PauloGaba GabaJr. Jr.

115


ABLA | 35 anos

A complexidade do setor é intrigante para os novatos

JOÃO CLAUDIO BOURG PRESIDENTE EXECUTIVO

D 116

urante os 27 anos de trabalho em várias montadoras de

Estamos aprimorando a parceria com as montadoras de modo que elas

automóveis, entre elas, Ford, Fiat, Kia e Hyundai, eu enxergava

possam comercializar cada vez mais veículos, oferecendo, em contrapartida

o setor de locação como uma ótima oportunidade de venda de

assistência às locadoras que atendem diversos outros clientes finais, em

produtos e um canal especializado para teste e apreciação de lançamentos.

diferentes mercados. Trabalhamos em busca de uma parceria cada vez mais

Costumava dizer que manter um relacionamento afinado com as locadoras,

estreita, pois para o setor de locação, veículos é sinônimo de instrumento

significava ter um retorno rápido sobre as necessidade de correções, quando

de trabalho. Temos plena certeza de que no momento em que os fabricantes

apresentava defeito de qualidade ou oportunidade de melhoria de projeto para

adotarem as locadoras como parceiras e não apenas como canal de vendas, o

um novo veículo colocado na praça.

setor tenderá a crescer muito. A ABLA trabalha para isso.

Quantas vezes, as locadoras escutando o cliente final ajudaram as montadoras a desenharem modelos adequados para o setor. Em 2000,

A associação também tem se manifestado a órgãos e autoridades competentes em relação a assuntos de interesse geral para a livre iniciativa.

por exemplo, a Fiat lançou o Palio VD exclusivo para frotistas. O modelo

Defendemos bandeiras relacionadas à diminuição da carga tributária,

reunia tudo o que as locadoras precisavam: modelo básico equipado com

capacitação profissional, aspectos de educação no trânsito, ao apoio e

limpador do vidro traseiro, protetor do tanque de combustível, rodas

à presença em eventos de turismo e da indústria automobilística. Nosso

com aro e pneus especiais, com opções de ar-condicionado e direção

objetivo é fortalecer as locadoras de automóveis, manter um bom diálogo

hidráulica. O veículo aos poucos se transformou em um dos principais

com o setor governamental e conquistar parcerias fortes e duradouras com

modelos da montadora para o varejo, o Palio Fire, ainda hoje nas

os fornecedores.

revendedoras. Trata-se apenas de um exemplo de como as locadoras ao

Aprendi a olhar o ambiente empresarial com os olhos das locadoras, e a

longo dos anos serviram de verdadeiros laboratórios para as montadoras.

experiência prévia nas montadoras, me ajuda a entender as engrenagens setoriais.

Confesso que ao passar para o outro lado da mesa comecei a encarar

O negócio da locação é primordial para as montadoras, seja no

este setor de forma diferente. Se eu já admirava a ousadia de alguns empresários, consegui ver as

lançamento de produtos, venda de autopeças & serviços, manutenção e distribuição, essa é a minha teoria.

dificuldades e os riscos que envolviam seus negócios. A complexidade

Espero continuar unindo as duas realidades e comprovar essa tese, o que

deste setor é intrigante para os “novatos”, e é um setor da economia que

não é segredo para ninguém é que juntos crescerão ainda mais. Sinto este

está presente em todos os outros.

momento cada vez mais próximo...!


Presidentes | Paulo Gaba Jr.

117

Homenagem aos líderes natos Paulo Gaba Jr., em nome de todos que fizeram e fazem parte da ABLA

A

lgumas pessoas já nascem liderando naturalmente, e ajudam

Nascimento foi consultado para presidir a ABLA e Paulo Bonilha para o Sindloc-SP,

a construir um mundo melhor sem pedir nada em troca.

e nenhum deles jamais aceitou. Meu palpite pelas recusas é porque na verdade já

Em um curto período de tempo perdemos dois Conselheiros

comandavam, e nenhum presidente eleito poderia abrir mão de tê-los por perto.

de “vida”, mestres do consenso e da ponderação, despidos de vaidade e

Erozalto Nascimento deu nome ao Complexo Administrativo de Brasilia

cheios de sabedoria.

ABLA e FENALOC, e Paulo Bonilha, que faleceu na data da aquisição da sede

A história da ABLA foi construída com a participação fundamental

do Sindloc-SP, deu nome a seu auditório.

deles, que apaziguaram discussões acaloradas, mediaram acordos,

Dedicamos a vocês, Nascimento e Paulo Bonilha, mais que nossas lágrimas, a

estiveram presentes em momentos decisivos e deixaram mais que

admiração e a reverência aos que só construíram, sem destruir!

saudade. Seus conselhos nortearam os presidentes e direcionaram a

E é por isso que fazem parte deste livro, fizeram história e continuarão fazendo por

ABLA ao crescimento e ao fortalecimento.

seu legado...


ABLA | 35 anos

E

m 35 anos de história, a ABLA desempenhou importante papel na defesa dos interesses de seus associados junto ao governo e às montadoras, participou ativamente da abertura do mercado para a importação de veículos, funcionando como porta de entrada para os fabricantes

estrangeiros. Quando a associação iniciou suas atividades, eram apenas quatro montadoras. Em 2012, são mais de 40 no país. A força somada pelo setor de locação nas últimas três décadas é facilmente comprovada pelos números. A ABLA representa nacionalmente mais de 2 mil locadoras, das quais 1,2 mil são associadas, donas de uma frota superior a 445 mil veículos. Juntas, elas respondem por R$ 1,86 bilhão em arrecadação de impostos federais, além de gerar mais de 277 mil empregos diretos e indiretos. O faturamento anual reflete o desempenho expressivo do segmento, ultrapassando a casa dos R$ 5,6 bilhões. A expectativa é uma performance ainda melhor para a próxima década, seja pelo aumento da cultura de locação de automóveis por parte dos brasileiros e pela realização dos dois maiores eventos esportivos mundiais no

118

Brasil – a Copa do Mundo e as Olimpíadas —, seja pelo investimento de R$ 60 bilhões na renovação da frota até 2016.

BOM NEGÓCIO PARA O BRASIL Somente nos últimos três anos, o setor de locação recolheu R$ 4,9 bilhões em tributos

ANO

RECOLHIMENTO

REAIS

2011

1,86 bi

2010

1,69 bi

2009

1,44 bi

2008

1,27 bi

2007

1,06 bi

2006 2005

0,94 bi 0,87 bi

2004

0,79 bi

2003

0,69 bi

2002

0,67 bi

2001

0,58 bi

2000

0,48 bi

1999

0,41 bi

1998

0,40 bi


$$

De símbolo de status a motor daIndicadores economia nacional do Setor

UM SETOR BILIONÁRIO Entre 1997 e 2011, o faturamento do setor cresceu cerca de cinco vezes e impactou de forma direta a indústria de automóveis

ANO

FATURAMENTO

REAIS

2011

5,67 bi

2010

5,11 bi

2009

4,37 bi

2008

3,99 bi

2006

3,17 bi

2005

2,91 bi

2004

2,68 bi

2003

2,34 bi

2002

2,26 bi

2001

1,89 bi

2000

1,63 bi

1999

1,39 bi

1998

1,34 bi

1997

1,30 bi

119

EXÉRCITO PODEROSO No início dos anos 2000, eram 133 mil veículos, hoje são mais de 445 mil

ANO

QUANTIDADE

VEÍCULOS

2011

445.470

2010

414.340

2009

363.456

2008

318.865

2007

283.562

2006

250.204

2005

223.811

2004

203.650

2003

181.900

2002

178.000

2001

155.000

2000

133.000

1999

116.000

1998

112.000

1997

90.000


ABLA | 35 anos

AUMENTO DA DEMANDA

Cresce o número de brasileiros que usam os serviços de locação

ANO

LOCAÇÃO

BRASILEIROS

2011

18,6 mi

2010

17,7 mi

2009

16,8 mi

2008

16, 2 mi

2007

15,1 mi

2006

14,1 mi

2005

12,2 mi

2003

8,7 mi

2002

8,3 mi

2001

7,1 MI

2000

6,2 mi

1999

5,5 mi

1998

5,1 mi

1997

3,8 mi

120

GERAÇÃO DE EMPREGOS DIRETOS E INDIRETOS O setor entrou na segunda década dos anos 2000 com mais de 277 mil vagas ocupadas

ANO

EMPREGOS

PESSOAS

2011

277.943

2010

264.708

2009

240.644

2008

209.061

2007

194.838

2006

185.560

2005

178.240

2004

168.200

2003

165.500

2002

165.000

2001

144.000

2000

123.000

1999

107.000

1998

104.000

1997

64.000


De símbolo de status a motor daIndicadores economia nacional do Setor

O MAPA DAS LOCADORAS A Região Sudeste abriga o maior número de locadoras no país

(N) (NE)

REGIÃO NORTE (N)

ACRE AMAPÁ AMAZONAS PARÁ RONDÔNIA RORAIMA TOCANTINS

CENTRO-OESTE (CO)

DISTRITO FEDERAL GOIÁS MATO GROSSO DO SUL MATO GROSSO

LOJAS

8 28 22 56 10 19 14

LOJAS

57 45 23 15

NORDESTE (NE)

ALAGOAS BAHIA CEARÁ MARANHÃO PARAÍBA PERNAMBUCO PIAUÍ RIO GRANDE DO NORTE SERGIPE SUDESTE (SE)

ESPÍRITO SANTO MINAS GERAIS RIO DE JANEIRO GRANDE SÃO PAULO ESTADO DE SÃO PAULO

LOJAS

121

(CO)

37 189 92 38 39 85 17

(SE)

80 30 LOJAS

108 225 125 216 161

LOJAS

SUL (S)

(S)

PARANÁ RIO GRANDE DO SUL SANTA CATARINA

121 126 97

TOTAL GERAL: 2.083 FONTE: ABLA


ABLA | 35 anos

Conselhos & Diretorias 1977 A 1980 Presidente Josef Kurc

Diretor Secretário Alberto Lutaif Diretor Tesoureiro Paulo Batista Pereira Conselho Fiscal Gilson Benzota Carvalho Yeno Severo José Carlos Pimparel

Presidente Alberto Morares Barros Filho Vice-Presidente Udo Stellfeld Diretor Secretário Damião Bianchi Diretor Tesoureiro Fernando Antonio Barbosa Tamassia Diretor Conselheiro Josef Kurc

1981 A 1983

Diretor Conselheiro Vitório D’Amico Neto

Vice-Presidente Udo Stellfeld

Conselho Fiscal Sérgio Luiz Arnt Cristina Stroebele Norberto Poci

Presidente Alberto Morares Barros Filho

Diretor Secretário Damião Bianchi

122

19861987

Diretor Tesoureiro Fernando Antonio Barbosa Tamassia Diretor Conselheiro Josef Kurc Diretor Conselheiro Vitório D’Amico Neto Conselho Fiscal Sérgio Luiz Arnt Cristina Stroebele Norberto Poci

19841985 Presidente Vitório D’Amico Neto Diretor Secretário Udo Stellfeld Diretor Tesoureiro Fernando Antonio Barbosa Tamassia Assessor Econômico Alfio Fernando Giancoli Conselho Fiscal Sérgio Luiz Arnt Cristina Stroebele Norberto Poci

19881989 Presidente Udo Stellfeld

Vice-Presidente Nelson Colaferro Jr. Diretor Secretário Abel Augustp Ferreira Diretor Tesoureiro Lineu Nassif Diretor Regional – SP Capital Marco Antonio Ghibert Diretor Regional SP – Interior Élcio Cerqueira Leite Diretor Regional RJ-ES José Carlos D’Almeida Diretor Regional MG Leonardo Euler Martins Motta Diretor Regional RS/PR/SC Áureo Storck Diretor Regional – DF Wolmy Albernaz Diretor Regional BA/SE Jorge Luiz Santos Bomfim Diretor Regional – PE/AL Jose Carlos Gordilho Diretor Regional AM/PA/RR/AP Cacildo Garcia Macedo Conselheiro Fiscal Anito José Werner Conselheiro Fiscal João Batista Parreira Diretor Conselheiro

Alberto Moraes Barros Filho Diretor Conselheiro Josef Kurc Coordenador do Comitê de Marketing Moyses Samuel Aguiar Gerente Administrativo (funcionário) José Preti Neto Assessor Econômico Carlos Roberto Azzoni Assessor de Planejamento Empresarial Gentil Choji Nishioka Assessor de Planejamento de Recursos Humanos Geraldo Leal de Moraes Comitê de Marketing Valter de Souza Mesquita Assessor de Marketing e Comunicação Dennis Giaometti Assessores de Imprensa Paulo Miranda e Denise Moreno Assessor Jurídico Francisco Gabilan

19901991 Conselho Nacional Presidente J. Salim Mattar Jr. Vice-Presidente Alberto Moraes Barros Filho Membros Udo Steffeld Otavio L. Franco Antenor Figueira Vittorio E. Primo Rossi Sérgio Passos Carlos Faustino Dener Mallard Juarez Xavier de Azevedo Izabel Monteiro Humberto Carneiro Damião Bianchi Roberto Nobre Orlando da Silva Júnior José Américo Huertas Francisco José da Silva Moysés Aguiar

1992-1993 Presidente Francisco José da Silva Conselho Nicolau Rezé José Americo Huertas


Diretorias ABLA

Luiz Reinaldo Zanon Dener Arthur Gomes Mallard Célio Fonseca Antônio Joel Ferreira Jr. Jorge Luiz Santos Bonfim Saulo Tomaz Froes Antonio Marcio Cerqueira Laurindo Alceu Tomaz Pereira Osório Adriano Neto Jorge Alfredo do Amaral Francisco Assis de Jesus Alberto Moraes de Barros Filho Alvani Manoel Laurindo Gian Franco Piccin Reinaldo Rocha Duarte Marcia Rodrigues Vitória Bertol Diretores Regionais Alvani Manoel Laurindo Célio Macedo da Fonseca Antonio Expedito Aguiar José Americo Huertas Frederico Evangelista Wanda Goldfeld de Melo Francisco Assis de Jesus Antonio da Silva Antonio Marcio Gonçalves Luiz Reinaldo Zanon Jorge Luiz Santos Bonfim Saulo Tomas Fróes Remi João Zarth Eduardo Albuquerque Ricardo Guimarães Jonas Montrimas Juvenil M. da Silva Adriana Mendonça Silva Marcelo Amorim Fialiso Jorge Macedo do Amaral Fabio Colaferro Dener Arthur Gomes Mallard Nicolau Reze Francisco José da Silva Farid Moyses Ronald Sclavi Maria do Carmo A. Souza

Diretores regionais Região 3 – PE, PB, RN e AL André Luiz da Silva Leitão Região 4 – BA-SE Francisco de Assis de Jesus Região 5 – AC, RO, MT e MS Alvani Manoel Laurindo Região 6 – GO e TO Dener Arthur Gomes Mallard Região 7 – MG Saulo Tomaz Fróes Região 8 – RJ e ES Adaury Maia Dantas Região 9 – SP Antonio Carlos Batista Ataíde Região 10 – PR, SC e RS Luiz Reinaldo Zanon Região 11 – DF Renato Sant’Anna Mattos

1994 A 1996

Diretor Tesoureiro Fernando Antonio Tamassia

Conselho Nacional Patrício Duprat Vittorio E. Primo Rossi Mônica Rossi Nicolau Rezé Marco A. Ghibert Tomaz Silveira Guimarães Marisa Machado Silva Carlos Alberto de Almeida Luiz Fernando Magnabosco Piro Manini Moacir Werner Filho J. Salim Mattar Jr. Célio Macedo da Fonseca Antonio Cláudio B. Resende Fábio Colaferro Remi João Zarth José Eduardo Pontes Alceu Tomaz Pereira Amílcar Pereira Ramos Luiz Reinaldo Zanon Dener Mallard Paulo Ribeiro Martins Netto Hélio Ribeiro Martins Luiz Ernesto Bley Jr. Fábio Paiva Guimarães Udo Stellfeld Luiz Jorge Ribeiro Jorge Luiz Bomfim A. Marcio Cerqueira Gonçalves

Diretor Secretário Luiz Antonio Cabral

Suplentes Francisco Assis de Jesus

19941995 Diretor Presidente Nicolau Rezé

Vice-Presidente Antonio Cláudio Resende

Antonio Expedito de Aguiar A.C.B Ataíde

19961997

Presidente do Conselho Nacional Antonio Claudio Resende Vice-Presidente do Conselho Nacional Nicolau Rezé Conselho Nacional Luiz Jorge Ribeiro da Silva Antonio Cássio dos Santos Paulo César Figueiredo Soares Álvaro Silveira Júnior Vittório Emanuelle Primo Rossi Mônica Rossi Marco Antonio Ghiberti José Rozendo de Almeida Júnior João Alexandre Celane Pinto Hector Nunez Ivete Maggiuzzo Carlos Alberto de Almeida Damião Bianchi Moacir Werner Filho Cacildo G. Macedo Jr. Valdir Gadelha Ivan de Souza Zaqueu de Oliveira Antonio Claudio Resende José Salim Mattar Jr. Beatriz Pereira Carneiro Cunha José Eduardo Arnhold Remi João Zarth Alceu Tomaz Pereira Luiz Antonio de Oliveira Cabral José Zuquim Militerno Antonio Carlos Batista Ataíde Hilton Ahiran da Silveira Filho Dener Artur Gomes Mallard Saulo Tomaz Fróes Antonio Márcio Cerqueira Gonçalves Simone de Oliveira Pino Antonio da Silva Conselheiro Emérito Alberto Moraes Barros Filho Udo Stellfeld

19981999

Presidente José Zuquim Militerno Vice-Presidente Pedro Dogani Diretor Tesoureiro Carlos Roberto Pinto Faustino

123


ABLA | 35 anos

Diretores Alberto Vidigal José Ricardo Braga de Camargo Raimundo Nonato de Castro Teixeira Diretoria Regional Região 1– AM Maria Julia Lucena da Costa e Silva Região 2 – MA, PI e CE Diosito Morais Cavalcante Região 3 – PE e AL André Luiz da Silva Leitão Região 4 – BA e SE Paulo César Figueiredo Soares Região 5 – MT Alvani Manoel Laurindo Região 6 - GO José Adriano Donzelli Região 7 – MG Ennio Dráuzio de Castro Região 8 – RJ João Carlos A. Silveira Região 9 – SP Melhem Yaryd Jr.

124

Região 10 – SC Erozalto Nascimento Região 11 – DF Álvaro Silveira Júnior Região 12 – AC e RO Antonio da Silva Região 13 – ES Paulo Roberto do Val Nemer Região 14 – TO Cleide Brandão Honorato Região 15 – RR Célio Fonseca Região 16 – RN Celso Macedo Região 17 – PA Juvenil Morais da Silva Região 18 – PB Fernando José Reis Meira Região 19 – RS Cássio Gilberto Lemmertz Região 20 – PR Valmor Emilio Weiss Região 21 – MS Edson Lazarotto Região 22 – AP Gilberto Laurindo Região 23 – SP (interior) Sidney Vanuchi

20002001

Presidente José Zuquim Militerno Vice-Presidente Pedro Degani Diretores Afonso Celso de Barros Santos Carlos Roberto Pinto Faustino José Ricardo Braga de Camargo Melhem Yaryd Júnior Júlio Maria Gontijo Saulo Tomaz Fróes Diretor Executivo Luiz Antonio de Oliveira Cabral Regional Norte Antonio da Silva – RO Célio Fonseca – RR Juvenil Morais da Silva – PA Carlos Benedito A. Teixeira – PA Francisco Antonio Freitas de Souza – PI Regional Nordeste Diosito Moraes Cavalcante – CE Pedro Manuel Oliveira N. Brandão – CE Nildo da Silva Machado Pedrosa – PE André Luiz da Silva Leitão – PE Alberto Faria da Silva – BA Marconi José de M. Dutra – BA Celso Macedo – RN José Maria Curralo – RN Fernando José Reis Meira – PB Olavo Bilac Cruz Neto – PB Valdir Laurindo – MA Osvaldo Antonio Pinto Sarmento – AL Sérgio Castro de Amorim – AL Eduardo Correia Teixeira – SE Paulo Roberto da Silveira Jr. – SE Regional Centro-Oeste Alvani Manoel Laurindo – MT Wanderley Viriato – MT José Adriano Donzelli – GO Joades Alves de Souza – GO Dilton Castro Junqueira Barbosa – DF Dácio Marta de Lacerda – DF Ademar Ferreira – MS Regional Sudeste Raimundo Nonato de Castro Teixeira – MG Luiz Fernando M. Porto – MG João Carlos A. Silveira – RJ Adilson Rodrigues Sampaio – RJ Alberto de Camargo Vidigal – SP Benedito de Oliveira – SP Paulo Roberto do Val Nemer – ES Eduardo Corrêa da Silva Fernando Albertine Cornelio – SP (interior) Ramiro Ferreira Júnior – SP (interior)

Regional Sul Erozalto Nascimento – SC Marco Antonio Ramos Gomes – SC Lúcio Bugin – RS Rodrigo Selbach da Silva – RS Valmor Weiss – PR Paulo Celso Barbosa – PR

2002 A 2005 Diretoria Executiva

Presidente Alberto de Camargo Vidigal Vice-Presidente Afonso Celso de Barros Santos Diretor Superintendente Luiz Antonio Cabral Diretores Nacionais Alberto Faria Carlos Benedito Teixeira Eládio Paniagua Nildo Pedrosa José Adriano Donzelli Carlos Roberto Pinto Faustino Cássio Lemmertz Marco Aurélio Galvão Paulo Roberto do Val Nemer

2006 A 2009 Diretoria Executiva

Presidente José Adriano Donzelli Vice-Presidente Marcello Wallace Simonsen Presidente do Conselho Nacional Afonso Celso de Barros Santos Vice-Presidente do Conselho Nacional Alberto de Camargo Vidigal Diretores Executivos Carlos Roberto Pinto Faustino Weber Mesquita Diretores Nacionais 2006/2007 Roraima Célio Fonseca Pará e Amapá José Emílio Houat Rondônia e Acre Antonio da Silva Diretorias Regionais Centro-Oeste Mato Grosso Alvani Manoel Laurindo Mato Grosso do Sul Marco Antonio de Almeida Lemos


Diretorias ABLA

Distrito Federal e Tocantins Weber de Oliveira Mesquita Goiás Joades Alves de Souza Diretorias Regionais Nordeste Alagoas Oswaldo Antonio Pinto Sarmento Bahia Marconi José Dutra Bahia Simone Pino Ceará e Piauí Pedro Manuel Oliveira Netto Brandão Eduardo Alencar Porto Lima Maranhão Valdir Laurindo Paraíba Olavo Bilac Cruz Neto Pernambuco Antonio Pimentel Alberto Jorge Alves de Queiroz Rio Grande do Norte Israel José Protásio de Lima Sergipe Otávio Meira Lins Neto Diretorias Regionais Sul

Nildo Pedrosa Roberto Bacelar Portugal Filho Saulo Tomaz Froes Valmor Emilio Weiss Suplentes Alberto Nemer Neto Carlos Benedito Adão Teixeira Carlos Roberto Pinto Faustino Cássio Lemmertz Eládio Paniagua Jr. João Carlos de Abreu Silveira Luiz Carlos Lang Marcelo Ribeiro Fernandes Nelma Cavalcanti Paulo Miguel Jr. Reynaldo Tedesco Petrone Conselho Fiscal Titulares Antonio Pimentel Eduardo Corrêa da Silva Flávio Gerdulo Jacqueline Moraes de Melo Paulo H. Bonilha Junior Raimundo Nonato de Castro Teixeira Suplentes Joades Alves de Souza Félix Peter João Regueira de Souza Filho Emerson Ciotto José Zuquim Militerno Marco Antonio de Almeida Lemos

Paraíba Olavo Bilac Cruz Neto Pernambuco Antonio Pimentel Alberto Jorge Alves de Queiroz Rio Grande do Norte João Bosco da Silva Sergipe Otávio Meira Lins Neto Centro-Oeste Distrito Federal Rodrigo Flávio Sá Roriz Goiás Joades Alves de Souza Mato Grosso Alvani Manoel Laurindo Mato Grosso do Sul Marco Antonio de Almeida Lemos Sudeste Espírito Santo Márcio Castelo Branco Gonçalves Minas Gerais Leonardo Soares Nogueira Silva Mauro Roberto Alves Ribeiro Rio de Janeiro Gustavo do Carmo Azevedo São Paulo Eládio Paniagua Jr. Flávio Gerdulo Marcelo Ribeiro Fernandes

Paraná Valmor Weiss

Diretoria Regional

Rio Grande do Sul Cássio Lemmertz

Amazonas Victor Simões da Silva

Santa Catarina Daniel Nascimento

Pará/Amapá José Emílio Houat

Paraná Valmor Weiss

Tocantins Fabio Bertozzi

Rio Grande do Sul Félix Peter

Rondônia/Acre Antonio da Silva

Santa Catarina Marco Antonio Ramos Gomes

20102011 Diretoria Executiva Presidente Paulo Gaba Jr. Vice-Presidente Paulo Roberto do Val Nemer Presidente Executivo João Claudio Bourg Conselho Nacional Titulares Marcelo Wallace Simonsen Alberto de Camargo Vidigal Alberto Faria da Silva Carlos César Rigolino Junior José Adriano Donzelli Luiz Lopes Mendonça

Norte

Roraima Célio Fonseca Nordeste Alagoas Lusirlei Albertini Bahia Marconi José de M. Dutra Simone Pino Ceará/Piauí Aleksander Rodrigues Rangel Maranhão Antonio Cesar de Araujo Freitas Valdir Laurindo

Sul

125


ABLA | 35 anos

Conselhos & Diretorias 2012 A 2013 Conselho Nacional

Presidente

Paulo Gaba Jr.

Vice-presidente

Presidente Executivo

Paulo Roberto do Val Nemer

João Claudio Bourg

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS LOCADORAS DE AUTOMÓVEIS

Suplente

126

Titular

Conselho Gestor

Emanuel Trigueiro

Simone Pino

Valmor Weiss

Aleksander Rangel

Alberto Vidigal

Alberto Faria da Silva

José Adriano Donzelli

Saulo Froes

Nildo Pedrosa

Carlos Rigolino Jr.

Mauro Ribeiro

Carlos Adão Teixeira

Marcelo Fernandes

Raimundo Nonato de Castro

Reynaldo Tedesco

Paulo Miguel Jr.

João Carlos de Abreu Silveira

Luiz Carlos Lang

Eládio Paniagua

Nelma Cavalcanti

Cássio Gilberto Lemmertz


Diretorias ABLA

Conselho Fiscal

Titulares Antonio Pimentel Paulo Bonilha Jr. Jacqueline Mello

Suplentes Ricardo Gondim Eduardo Correa Rodrigo Roriz

Joades Alves de Souza José Zuquim Militerno Emerson Ciotto

Alberto Jorge Queiroz Felix Peter Marco Antonio de Almeida Lemos

Amazonas

José Emilio Houat Pará/Amapá

Clever Morato Axhcar

Lusirlei Albertini Alagoas

Marconi José de M. Dutra Bahia

Eduardo Alencar Porto Lima

Sudeste

Bernard da Costa Teixeira

Nordeste

Norte

Dirigentes Regionais Márcio Castelo Branco Gonçalves Espírito Santo

Leonardo Soares Nogueira Silva Minas Gerais

Gustavo do Carmo Azevedo

Tocantins

Ceará/Piauí

Rio de Janeiro

Antonio da Silva

Romero Rosa

Eládio Paniagua Jr.

Rondônia/Acre

Maranhão

São Paulo

Célio Fonseca

Luis Olavo Nesello

Roraima

Paraíba

João José Regueira de Souza Filho

Distrito Federal

José Ramom Goiás

Rissao Shimada Mato Grosso

Marco Antonio de Almeida Lemos Mato Grosso do Sul

João Bosco da Silva Rio Grande do Norte

Rafael Azevedo Freitas Sergipe

Sul

Centro-Oeste

Pernambuco

Nilson Oliveira Silva

Valmor Emilio Weiss Paraná

Félix Peter Rio Grande do Sul

Marco Antonio Ramos Gomes Santa Catarina

127


Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis Rua Estela, 515 – Bloco A – 5º andar CEP 04011-904 – São Paulo/SP Tel.: (11) 5087-4100 Fax: (11) 5082-1392 E-mail: abla@abla.com.br Site: www.abla.com.br SAUS Quadra 1, Bloco J, Edifício CNT, na sala 510 5º andar - Torre A. CEP 70070-010 Tel.: (61) 3225-6728 Fax: (61) 3226-0048 Coordenação

Coordenação e producão editorial

Paulo Gaba Jr.

Paulo Piratininga

Presidente do Conselho Nacional da ABLA Conselho gestor Paulo Gaba Jr., Paulo Nemer, Emanuel Trigueiro, Simone Pino, Valmor Weiss, Aleksander Rangel, Alberto Vidigal, Alberto Faria da Silva, José Adriano Donzelli, Saulo Froes, Nildo Pedrosa e Carlos Rigolino Jr. Conselho gestor (suplentes) Mauro Ribeiro, Carlos Adão Teixeira, Marcelo Fernandes, Raimundo Nonato de Castro, Reynaldo Tedesco, Paulo Miguel Jr., João Carlos de Abreu Silveira, Luiz Carlos Lang, Eládio Paniagua, Nelma Cavalcanti e Cássio Gilberto Lemmertz. Conselho fiscal Antonio Pimentel, Paulo Bonilha Jr., Jacqueline Mello, Ricardo Gondim, Eduardo Correa e Rodrigo Roriz. Conselho fiscal (suplentes) Joades Alves de Souza, José Zuquim Militerno, Emerson Ciotto, Alberto Jorge Queiroz, Felix Peter e Marco Antonio de Almeida Lemos. Suporte à pesquisa e produção João Claudio Bourg Jorge Machado Cibele Cambuí

Kátia Simões Eduardo Graboski Scritta - Divisão de Publicações scritta@scritta.com.br Tel.: (11) 5561-6650 Projeto gráfico e produção OCRE – oficina di creatività ocre@ocre.com.br Tel.: (11) 3286-0033 Fotos Arquivo Público do Governo do Estado de São Paulo Arquivo da família Penteado Getty Images Revisão Júlio Yamamoto

Direitos Autorais ABLA - Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis Os textos desta publicação foram baseados em pesquisas de documentos, material promocional, mídia impressa e entrevistas com funcionários, diretores, conselheiros e ex-presidentes da entidade. Apresentamos nossas desculpas àqueles que participaram desta história e, involuntariamente, não foram incluídos no conteúdo do livro.


ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS LOCADORAS DE AUTOMÓVEIS

ABLA  35 ANOS EM MOVIMENTO Uma publicação da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA) Rua Estela, 515 – Bloco A – 5º andar - CEP 04011-904 – São Paulo/SP Telefone: (11) 5087-4100 Fax: (11) 5082-1392 E-mail: abla@abla.com.br Site: www.abla.com.br



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