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A VOZ DE

ERMESINDE

MAIS DE 50 ANOS – E MAIS DE 900 NÚMEROS! N.º 907 • ANO LIII/LV

AGOSTO de 2013

DIRETORA: Fernanda Lage

M E N S Á R I O

PREÇO: 1,00 Euros (IVA incluído)

TAXA PAGA PORTUGAL 4440 VALONGO

• Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 • Fax: 229759006 • Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde • E-mail: avozdeermesinde@gmail.com

“A Voz de Ermesinde” - página web: http://www.avozdeermesinde.com/

JOSÉ MANUEL RIBEIR O RIBEIRO

FOTO URSULA ZANGGER

DESTAQUE CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO

Aprovado protocolo com IPSSs, implementado Programa Metropolitano de Emergência Social e aprovada candidatura ao Programa Contrato-Emprego do IEFP para 2013/2014

Eu sou o próximo presidente da Câmara de Valongo!

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Concelho não tem estratégia de desenvolvimento nem de afirmação. Precisa de mais democracia e de uma nova imaPágs. 4, 5 e 6 gem.

21º Aniversário da Fraternidade Nuno Álvares de Ermesinde

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Exposição de arte sacra “Caminhar na Fé”

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LITERATURA

PSD lançou oficialmente a candidatura de João Paulo Baltazar

O estranho caso de Paulo José Miranda

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URSULA ZANGGER

HISTÓRIA

Apresentação mediática da candidatura “A Vitória de Todos”/PSD, com video, balões e um dueto musical. Jota esteve em grande! Págs. 8 e 9

A c o m p a n h e t a m b é m “ A Vo z d e E r m e s i n d e ” o n l i n e n o f a c e b o o k

Recordando o tempo da Restauração

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ESPECIAL

Feira do Livro Pág.s I a IV


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Destaque

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alvores da feira do livro

FOTOS URSULA ZANGGER


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Destaque

FERNANDA LAGE DIRETORA

Na Feira do Livro

EDITORIAL

A

Feira do Livro em Ermesinde, para além de divulgar livros e autores, é ponto de encontro de velhos amigos e conhecidos que aproveitam esta época do ano para pôr as novidades da terra em dia. Na verdade tem esta virtude de se realizar num espaço convidativo e de barraquinha em barraquinha lá nos vamos encontrando e falando da nossa cidade. Em vésperas de eleições autárquicas muito se falou desta terra, das suas ligações à cidade do Porto, das freguesias entre si, do passado e do presente deste concelho e em especial da cidade de Ermesinde. Num tempo em que tudo é transitório e efémero lembrar a importância de conhecermos os sítios onde vivemos faz todo o sentido, talvez por isso tenha gostado de encontrar e ouvir o autor Hélder Pacheco. Hélder Pacheco foi e é um desses pedagogos que deixou marcas no nosso ensino, quantas e quantas escolas neste país seguiram os seus conselhos, adaptaram, acrescentaram e desenvolveram uma pedagogia que contribuiu para valorizar o património das diferentes terras, o respeito pelos saberes tradicionais e a cultura popular. As suas obras sobre o Porto introduziram um outro olhar sobre a cultura que vai muito para além da análise dos monumentos e da chamada cultura erudita. Este ano o tema escolhido para as conversas entre amigos na Feira do Livro centrou-se em Valongo e nas diferentes alternativas para a sua governação. Curioso foi verificar a unanimidade de opiniões em

torno da relação das diferentes freguesias do concelho de Valongo com a cidade do Porto, acabando sempre por referir as suas ligações à periferia e o papel desta cidade no País. Neste contexto eu diria que os livros do Hélder Pacheco são leitura obrigatória para os novos candidatos na nossa autarquia… Valongo é uma pequena região muito diversificada, quer em relação à sua formação geológica, quer à sua cultura e ao seu desenvolvimento, ao FOTO VALONGO AMBIENTAL contrário do que muitos pensam, entender esta diversidade enriquece o concelho porque os saberes e as culturas se completam. Se analisarmos a situação geográfica desta região percebemos porque o Porto sempre se ligou com grande facilidade a Coimbra, Braga ou Barcelos, o mesmo não acontece por exemplo com Lamego. «As Serras quartzíticas desabitadas prolongam-se a norte do rio pelas cristas paralelas de Valongo, recortadas pelas gargantas epigénicas do rio Sousa e dos seus afluentes. Este alinhamento de colinas agrestes está situado a apenas a 10 km do centro do Porto». (1) É nesta encruzilhada que aparece Valongo, algumas das suas freguesias funcionaram como barreiras difíceis de transpor, terras pobres para o cultivo, pouco atrativas para habitar. No entanto é curioso que Valongo tenha abastecido o Porto de pão de trigo, trigo que não era abundante na região. Nesta feira falamos do pão, da regueifa e dos pregões que ouvíamos na estação na nossa juventude. Valongo é isto e muito mais, com terras ricas de cultivo junto ao Leça cujas águas transportam outras culturas, outras formas de viver. (1)

“Portugal – O Sabor da Terra”, José Mattoso, Suzanne Daveau e Duarte Belo,

Círculo Leitores.

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Destaque

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• GRANDE ENTREVISTA • GRANDE ENTREVISTA • GRANDE ENTREVISTA •

José Manuel Ribeiro

–A

nossa estratégia é mudar a imagem que todos os que estão de fora têm do concelho Licenciado em Relações Internacionais, aderiu à JS em 1993 e ao Partido Socialista em 1995. Com 29 anos foi, pela primeira vez, candidato a presidente da Câmara de Valongo, sendo então derrotado por Fernando Melo. É presidente da Concelhia do PS, deputado na Assembleia Municipal de Valongo e na Assembleia Metropolitana do Porto, desempenhando funções de porta-voz nas duas bancadas. LC

“A Voz de Ermesinde” (AVE) – É muito jovem que adere ao PS. O que é que o interessou nas propostas socialistas? E como chegou tão rapidamente a candidato socialista à presidência da Câmara de Valongo? José Manuel Ribeiro (JMR) – Bom... tão rapidamente não! AVE – Tendo em conta, a sua idade, era ainda muito jovem... JMR – Sim, eu tenho 41 e aderi à Juventude Socialista em 1993 e ao PS em 95. O meu interesse pelas atividades cívico-políticas nasce muito na ligação que tive ao movimento associativo. Onde despertou o meu interesse foi na escola, com a ligação que tive às associações de estudantes e depois a muitas associações criadas na cidade de Valongo, onde eu cresci. Eu sempre tive um grande fascínio pela personalidade do Dr. Mário Soares, sobretudo a sua coragem de lutar por aquilo em que acreditava. AVE – Fascínio que ainda mantém, nos dias de hoje...? JMR – Continuo a ter... gosto imenso da sua personalidade, é uma pessoa com muita coragem e os tempos que atravessamos exigem muita coragem política. Ele teve coragem para defender ideias e projetos e preocupou-se sempre com Portugal. Hoje, à distância percebe-se isso. Foi uma das pessoas que mais lutou para que estivéssemos hoje na União Europeia. E eu, que tinha esse fascínio, aderi ao Partido Socialista por motivos claramente ideológicos. Eu sou progressista e acredito que não devemos estar presos à condição de nascimento – aquela ideia de que filho de pobre não deve ser po-

bre, eu acho que todos devemos ter oportunidade de prosseguir os nossos sonhos. Essa é uma ideia progressista muito forte. É talvez uma das ideias mais fortes no movimento progressista, que é, no fundo, a possibilidade do homem vencer a condição de partida. Sou uma pessoa sensível às injustiças, sem-

soas vasto de pessoas na minha organização verem em mim uma pessoa com a capacidade de desempenhar essas funções, porque doutra formas tal não teria sido possível. AVE – São muito diferentes, hoje, as condições da sua candidatura, daquelas que

Se não fosse a escola nunca teria feito o percurso que fiz porque sou filho de gente muito humilde pre fui, acredito na escola, que é uma ferramenta importantíssima para a chamada mobilidade social. Se não fosse a escola eu nunca teria feito o percurso que fiz, porque eu sou filho de gente muito humilde, e foi claramente o ter investido na minha formação que me permitiu fazer um caminho. Eu aderi à JS, fui desde cedo dirigente quer da JS quer do PS, e fiz, de facto um percurso – como conhecerá do meu currículo pessoal, profissional, político – em que já fiz muita coisa, já desempenhei cargos de elevada responsabilidade (fui presidente de um instituto público, fui diretor geral, fui deputado duas vezes, integrei vários conselhos consultivos de entidades reguladoras, aqui em Valongo fui muito cedo vereador na oposição, durante oito anos, fui candidato à presidência da Câmara de Valongo com 29 anos, a primeira vez, já estou na Assembleia Municipal há oito anos, estou na Assembleia Metropolitana – onde sou porta-voz numa e noutra). Penso que isso se deve também ao facto das pessoas confiarem em mim. O meu percurso é também o reflexo de um conjunto de pes-

motivaram a candidatura à Câmara da primeira vez? JMR – São obviamente diferentes. A primeira candidatura, em 2001, é bom recordar!, foi uma candidatura que eu fiz com gosto, mas em que ninguém queria ser candidato, e eu aceitei o desafio, no momento mais alto da governação do Dr. Fernando Melo. Este momento é muito diferente! Há uma motivação que é comum, continuo a gostar muito da terra onde cresci, continuo a achar que tenho ideias e uma visão muito diferente para o concelho de Valongo, e acho que o tempo me tem dado razão. Já o dizia em 2001 – e aliás disse-lho a si, quando nessa altura fui entrevistado. O nosso concelho caminhava rapidamente para se tornar um mero dormitório da Área Metropolitana do Porto. E foi o que veio a acontecer, infelizmente, nunca houve aqui uma estratégia no sentido de evitar que o concelho fosse visto como um dormitório. Temos que atalhar caminho, encontrar alguns investimentos importantes e prioritários, para além do que são as necessidades imediatas, que nos tirem deste cami-

nho. É óbvio que são condições diferentes. Eu vou ganhar as eleições em 29 de setembro! Eu vou ser o próximo presidente da Câmara, portanto só isso torna esse processo muito muito diferente. AVE – Falou-me aí em investimentos prioritários. Que tipo de investimentos é que são prioritários para definir uma nova estratégia para o concelho, encarrilando-o num sentido diferente? JMR – Numa Câmara que tem muito pouco dinheiro – como sabe a Câmara de Valongo é intervencionada pelo PAEL. Mas há quase 200 câmaras em 308 que não tiveram que recorrer ao PAEL e portanto esses gestores autárquicos é que são heróis, porque não tiveram necessidade de contrair um empréstimo – como o PAEL – para pagar as dívidas. Numa Câmara com poucos recursos financeiros, como eu dizia, temos que ter muito rigor e fazer uma análise muito inteligente do que é prioritário. É evidente que há aqui uma área fundamental – a área social, o concelho de Valongo, também fruto do desenvolvimento que teve, tem problemas sociais muito graves, alguns mais visíveis e outros menos. Em cidades como Ermesinde e Valongo existem hoje fenómenos muito preocupantes de solidão, e que são, no fundo, fenómenos com ligação profunda a dinâmicas de exclusão social, e isso é um problema grave. Nós vamos reduzir em 50% o número de chefias da Câmara Municipal, que tem uma estrutura desenhada para manter no poder um conjunto de familiares e amigos e pessoas que estão à frente de cargos partidários. Não vamos despedir, obviamente, mas 50% dessas pessoas vão deixar de ser chefes, e isso vai permitir ganhos de muito dinheiro, que vai ser canalizado para reforçar o fundo municipal de emergência social nas áreas do risco alimentar das crianças, que afeta o desempenho educativo nas escolas, quer ao nível das carências nas famílias, para as quais queremos canalizar esse reforço de verba para esta rede de luta contra a solidão. Para além deste investimento, que é claramente o primeiro investimento, estamos muito interessados em,

com muito pouco dinheiro, conseguir criar espaços que aumentem a qualidade de vida dos cidadãos, por intervencionando áreas que são da Câmara. Por exemplo em Ermesinde, nós achamos que não é aceitável a Câmara gastar dezenas de milhares de euros num concurso público para requalificar a zona do atual mercado... e nada ter acontecido. A Câmara tem lá terrenos que são públicos e, por isso nós vamos requalificar a parte pública numa primeira fase, no sentido de transformar aquele espaço num espaço de convívio. É mais um espaço verde que vamos dar à população da Gandra. Aqui, neste sítio, no largo da antiga feira, que é outro espaço público, bastará uma intervenção simples e pouco dispendiosa, para remover obstáculos e devolver o espaço às pessoas. Porque estes espaços não foram intervencionados nesse sentido. Depois há outra área que é muito importante, nós entendemos como prioritários alguns investimentos que possam exatamente contribuir para mudar a imagem que temos do concelho. Ainda na semana passada fui convidado para a apresentação de um projeto da comunidade de Alfena que é o museu do brinquedo tradicional. Essa é uma área de apoio prioritário. A Câmara tem que encontrar recursos internamente – não será no primeiro ou no segundo ano – mas será no período dos quatro anos – para investir, com a ajuda de fundos comunitários, que apoiam este tipo de projetos, na área do imaterial –, que criem aqui ícones no concelho, motivos para que as pessoas venham ao concelho. Fizemos o mesmo a semana passada, lançando a ideia de criar, num curto espaço de tempo, no antigo quartel dos Bombeiros Volun-

tários de Valongo – que é um edifício centenário, onde funcionou o primeiro cine-teatro da cidade de Valongo – um museu-oficina das tradições e memória da regueifa, do pão e do biscoito, aliás à imagem do que é hoje feito em Seia. O Museu de Seia, em 10 anos, recebeu um milhão de visitantes! E é um pequeno museu do pão. Aqui está um exemplo de um investimento que pode fazer muito pela mudança de paradigma. AVE – Considera positivo o que a Câmara tem feito ultimamente quanto às Bugiadas? JMR – Com certeza! Essa matéria, aliás, tem merecido o apoio de todas as forças político-partidárias. E é bom que se recorde que a candidatura do Partido Socialista nas últimas Autárquicas foi quem lançou a primeira vez a candidatura das Bugiadas e Mouriscadas a Património Imaterial da Humanidade. Essa é uma matéria de consenso político. E vamos mais longe, nós gostaríamos que num daqueles espaços que já lá existem, na vila de Sobrado, adaptá-lo e fazer desse espaço um museu vivo das Bugiadas e Mouriscadas, aliás como fazem os caretos, que têm um espaço desse género. Aliás, qual é o ratio destas propostas? As Bugiadas são uma manifestação cultural, religiosa, que é muito forte, muito forte mesmo e que no dia da festa atrai à vila de Sobrado dezenas de milhares de pessoas, mas essa força esgota-se nesse dia. Se formos hoje ao aeroporto do Porto e chegar uma delegação de turistas, do Japão, da Alemanha ou doutro país qualquer e encontrar o filme que lá está sobre as Bugiadas e quiser ir visitar Sobrado e conhecer aquela tradição não encontra lá nada. Tem que esperar um ano. Ora isto é um filão que deve ser utilizado, separando


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Destaque

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• GRANDE ENTREVISTA • GRANDE ENTREVISTA • GRANDE ENTREVISTA • bem o que é a festa, do que pode ser um museu com estas características. E não será caro fazer uma intervenção destas. Lançamos esta semana 12 compromissos da Câmara por cada freguesia, porque há muito pouco diálogo entre a Câmara e as Juntas de Freguesia, no caso de Sobrado até é um pouco estranho porque a Câmara e a Junta de Freguesia local têm a mesma cor política. E é curioso, há um projeto candidatado ao PRODER que vai implicar uma despesa de cerca de 200 mil euros para converter a antiga Casa do Povo numa Casa das Artes, que na prática é um Centro Cultural. Isto é, a vila de Sobrado, que tem um Centro Cultural muito pouco utilizado, quase fechado, vai ter um segundo centro cultural! Nos tempos que correm não podemos aceitar esta forma de gastar dinheiro, tendo em conta que o dinheiro é muito escasso. E esse dinheiro, se calhar, era suficiente para adaptar uma das estruturas, e fazer nela exatamente um museu vivo, um museu-oficina dessa natureza. Era um dinheiro mais do que suficiente. Ele existe, está é a ser mal alocado. AVE – Que trabalho se exige ao presidente da Câmara e à sua equipa no sentido de ultrapassar a imagem cinzenta que hoje ainda cobre o concelho? JMR – Essa imagem tem muito a ver com a forma como o concelho é governado. Há falta de vida cívico-política. Falta de informação. É preciso exigir que a informação seja tornada pública. É inaceitável que a Câmara sonegue até ao dia da Assembleia uma longa lista de 11 mil faturas por pagar. E ainda recentemente, na criação da nova imagem gráfica da Câmara, assistimos à repetição do erro – uma imagem criada dentro de um gabinete, em que ninguém é envolvido, nem há qualquer concurso de ideias, quando na mesma semana a Escola Secundária de Valongo lança um concurso público de ideias para criar uma imagem gráfica da escola. O erro é grave, tanto mais que a imagem criada e assumida pelo presidente da Câmara é voltada para quem cá vive, um erro de quem não sabe minimamente o que é a criação de uma identidade corporativa, a imagem de um município deve servir fundamentalmente para os públicos que estão fora. AVE – Necessariamente vai retomar esse dossier...? JMR – Obviamente! Porque a imagem de um município

deve servir para atrair pessoas ao município, uma imagem que reforce aquilo em que somos fortes. Nós somos basicamente uma terra de sensações, de tradições. Repare: somos muito fortes na área do brinquedo, efetivamente e historicamente somos, está comprovado. Alfena e Ermesinde têm uma ligação histórica ao brinquedo. Temos uma tradição muito forte ligada à ardósia, temos uma tradição fortíssima ligada à máscara através das Bugiadas e Mouriscadas, temos uma tradição muito forte ligada ao pão (à regueifa, ao biscoito), tudo isto é um património muito ligado à área sensorial. E depois temos uma vantagem, temos tudo para dar certo. Do

uma ida a Lisboa de todos os partidos, não conseguirmos atrair para Valongo a plataforma logística da Jerónimo Martins. Seria criminoso, num concelho que tem quase dez mil desempregados! Porque era um investimento que representava cerca de 45 a 50 milhões de euros e que iria criar – isso foi-nos dito pela administração da Jerónimo Martins – 600 a 700 postos de trabalho, destes 300 e muitos líquidos. Não atrair este equipamento para Valongo é um erro, porque é um equipamento capaz de gerar em muito pouco tempo muitos postos de trabalho. Ainda por cima, e segundo informação da própria Câmara, e também da Jerónimo Martins, um dos novos investimentos que pretenFOTOS URSULA ZANGGER diam fazer aqui era exatamente uma fábrica de pão. De pão e não só, para todas as lojas da Jerónimo Martins. A Jerónimo Martins é um grupo credível, portanto não compreendemos o que se está a acontecer. Já passaram quase dois anos e sobre isto, zero! E portanto será um desastre, quer revela bem a incapacidade da Câmara Municipal de Valongo nessa área. Aliás, nas últimas eleições, em 2009, o PSD propunha a dinamização, a criação de investimento que atraísse empresas à Zona Industrial de Campo. Nada aconteceu. Agora há uma empresa que está 500 metros ao lado que vai mudar-se para Campo. Vai aparecer como ponto de vista metropolitano um grande investimento! nós temos uma localização ótiFoi prometido há bem pouco ma. O próprio PROT, o Plano tempo atrair aqui para o Edifício Regional de Ordenamento do Faria Sampaio – eu sou o autor da Território Norte diz que o condesignação Faria Sampaio, como celho de Valongo é o que tem sabe, foi proposta minha quando melhor localização estratégica na era vereador –, e fiquei muito conÁrea Metropolitana do Porto – tente com este anúncio, que só esestamos na encruzilhada entre o pero passe do anúncio. Estamos norte e o sul, o litoral e o interiexpectantes de que este anúncio se or, os hoje um conjunto de vias venha a concretizar. Embora dias rodoviárias que nos atravessam antes o presidente da Câmara ane também a ferrovia, que fazem dasse em negociações para lá insque seja muito fácil chegar ao talar outras entidades. Porque não concelho. Temos quase cem mil sei se sabe, o edifício grande, o blohabitantes, uma percentagem co 2 do Edifício Faria Sampaio, está elevadíssima de jovens, três cipor construir, está incompleto, dades, e uma delas que é um gisabe disso? gante adormecido – Ermesinde. AVE – Sim, o miolo... JMR – O miolo. Está por fora AVE – Revê-se na ideia aparentemente construído, mas gizada na proposta de revisão não. Implica ali fazer alguma interdo PDM, considerando para o venção. Mas tudo bem. Nós concelho de Valongo sobretudissemo-lo na Câmara, através dos do uma grande vocação para a nossos representantes, somos fainstalação de plataformas voráveis, naturalmente, e esse alilogísticas? ás foi o timbre de todas as interJMR – Valongo pode aprovenções. Que se venha a concretiveitar a sua localização estratézar e não seja mais uma promessa, gica para atrair esse tipo de inporque estamos a dois meses das vestimentos. Aliás eu estou eleições... expectante, e se não se confirmar será uma estratégia para o AVE – Apesar de já não se concelho, se depois de tanto verificarem movimentos autodebate político, depois de tannomistas, o que é facto é que o tos pedidos de esclarecimento, de concelho tem tido sempre duas

entidades bem separadas, Ermesinde e Alfena – antigas terras da Maia –, e as zonas de Aguiar de Sousa, e nunca houve aqui um encontro destas realidades bem distintas. Do ponto de vista sócio-cultural, tem alguma ideia quanto a isto para o concelho, ou pensa que é uma coisa em que não se pode nem se deve mexer? JMR – A sua pergunta, que encerra um bom conhecimento do território, é também uma crítica àquilo que tem sido feito nos últimos 20 anos. Há muita gente em Ermesinde que desconhece ou conhece muito mal a realidade do outro lado do concelho, assim como há muita gente do outro lado da serra que desconhece a realidade de Alfena e Ermesinde. Porque nunca houve a preocupação de investir nesse conhecimento. Penso que é até um problema de comunicação. O nosso enfoque prioritário, do ponto de vista estratégico, é acabar com esta imagem de dormitório, e esse é um bom mote, envolver todo o concelho nesse objetivo. Porque aqui em Ermesinde, Alfena, Valongo, Campo e Sobrado, se todos conhecerem bem o território, as suas tradições e conseguirmos criar estes ícones para que quem está fora venha ao concelho, pode criar-se essa identidade coletiva. Na Área Metropolitana do Porto, do 1º Ciclo ao 12º Ano existem 250 mil alunos, que têm todos os anos de fazer visitas pedagógicas. E se alargarmos isto à zona Norte, estamos a falar de mais de 300 mil, quase 400 mil alunos. Só a cidade do Porto, o ano passado, teve um milhão de hóspedes. E o aeroporto do Porto já consegue ultrapassar os seis milhões de passageiros. E nós só temos – isto é uma guerra entre os territórios à volta do Porto – que competir para atrair turistas aqui. Quer os que vêm de fora, quer os que vivem na Área Metropolitana, que são mais de dois milhões de pessoas. E, se alargarmos, de Aveiro até Braga, são mais de três milhões. E se colocarmos a Região Norte em conjunto com a Galiza são mais de seis milhões. Há aqui mercado... Nesta semana, eu pus cá fora um conjunto de doze compromissos freguesia a freguesia. Vamos reduzir o IMI. Há dez anos que defendo a redução do IMI. E se o PSD ou a Câmara vierem dizer que isto é demagogia, eu respondo que demagogia é a do PSD, porque não podem andar a dizer à terça, quarta e sexta que têm as contas em dia, e depois, à quinta, sábado e domingo, que já não podem mexer no IMI. Em função do estado financeiro real da Câmara, vamos mexer no IMI, é um compromisso! O que temos é que apostar

em ideias que nos mobilizem, a 10 anos, a 12 anos, porque senão não conseguimos mudar o paradigma, porque o concelho, hoje, tem pouca visibilidade e peso político próximo do zero! A forma como o concelho foi tratado na agregação dos centros de saúde é bem um paradigma e o próprio PSD local reconhece que não foi tido nem achado. Algum dia isso aconteceria comigo? Acredite que não aconteceria, primeiro porque antes

AVE – Íamos pegar então num conjunto de duas ou três questões essenciais que entenda definirem no fundamental a sua candidatura e as propostas do PS. Na área social...? JMR – Vamos apresentar um conjunto de propostas na área social, prioritária como é óbvio, e um dos nossos primeiros combate é o do combate à solidão, criando uma Rede de Luta contra a Solidão e Exclusão Social e de Apoio a Idosos,

O concelho, hoje, tem pouca visibilidade e um peso político muito próximo do zero estaríamos atentos e preocupados em saber tudo o que se passa, e depois não iríamos aceitar de forma tão pacífica aquilo que foi feito aqui. AVE – Agora é possível voltar atrás? Aqui e também na administração territorial? JMR – Claro. Isso é um primeiro objetivo que temos para Campo e Sobrado. Aliás o candidato à Junta já o assumiu publicamente e eu também o assumo. O secretário-geral do Partido Socialista já deu abertura para isso, bem recentemente no Congresso do Partido Socialista, com uma mudança do Parlamento português. E tem de haver uma mudança. AVE – Tal como em relação às questões de género há uma obrigação de paridade, a lista do PS para Campo/Sobrado respeita alguma paridade local? JMR – A lista e os candidatos PS de Sobrado e Campo afirmam um compromisso, relativamente a essa nova união, que não foi desejada, mas imposta pelo PSD e CDS/PP. Esta fusão foi um resultado que se insere no desastre da pseudoreforma Miguel Relvas, bem chumbada recentemente na questão do diploma das entidades supra-municipais – um chumbo por unanimidade de todos os juízes do Tribunal Constitucional – e aquele era o principal pilar da reforma, a atribuição de competências e poderes não eleitos. O nosso primeiro compromisso é este: reverter o processo e voltarmos a ter Campo freguesia e Sobrado freguesia, e neste processo eleitoral, porque temos que ir a votos, vamos ter uma paridade: o mesmo número de cidadãos de Sobrado e de Campo. Isto é bem revelador da forma séria como estamos neste processo.

em todas as freguesias. Outra é a ideia de que já falámos atrás, de reduzir em 50% as chefias da Câmara, para reforçar o Fundo Municipal de Emergência Social, no apoio às famílias carenciadas e crianças em risco alimentar. Já agora, quanto às cantinas sociais e fornecimento de refeições às escolas, que nos parecem ideias interessantes, vamos avaliar, juntamente com as IPSSs, porque como sabe nem todas as IPSSs aceitaram esse desafio. Porque ao contrário do que é dito pela Câmara, o desafio financeiro também é para as IPSSs, porque se não tiverem dinheiro não podem aceitar essa responsabilidade, porque os pagamentos não são automáticos. AVE – Na área educativa...? JMR – Na área educativa queremos ser um parceiro muito mais ativo das direções dos agrupamentos escolares e achamos que uma forma da Câmara poder ajudar os agrupamentos, que estão hoje tutelados pelo Ministério da Educação é a autarquia assumir a manutenção dos equipamentos educativos, porque a Câmara tem capacidade de o fazer, tem é de ter vontade. Seria uma grande ajuda às direções dos agrupamentos escolares, que devem estar sobretudo concentradas em assegurar o sucesso educativo. A Câmara não tem vocação para gerir escolas. A gestão deve ser dos agrupamentos, mas a Câmara tem meios e recursos humanos para fazer essa manutenção, até porque já o faz no 1º Ciclo. Estabelecer-se-á essa ajuda através de protocolos, e esta será a melhor maneira de ajudar as crianças e os pais das crianças. E isto não interfere em nada com o fornecimento de refeições, isso é outra matéria.


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GRANDE ENTREVISTA GRANDE ENTREVISTA GRANDE ENTREVISTA ENTREVISTA • ENTERRO DO JOÃO•••GRANDE ENTERRO DO JOÃO •• GRANDE ENTERRO DO JOÃO ••• •• GRANDE ENTREVISTA ENTREVISTA

É nossa obrigação hoje defendermos a escola, que é um investimento prioritário. Não entendemos porque é que isto nunca foi feito. A nossa Câmara teve um investimento nas escolas do 1º Ciclo, mas relativamente aos 18 milhões de euros que gastaram, tiveram muito pouca eficiência nas candidaturas a fundos comunitários, isso nem é público. E isto explica muitas das dívidas que a Câmara contraiu nos últimos anos. Quando olhamos para as câmaras da Maia, Gondomar, Paredes e outras câmaras vizinhas, vemos que elas fizeram na mesma um investimento financeiro, construíram escolas, mas mantêm as atividades extra-escolares (AECs), mantêm as Estruturas Comuns de Avaliação (CAFs) , mantêm um conjunto de apoios de que aqui a Câmara de Valongo desistiu, porque nunca deu importância à Educação. Sabia que, durante anos, a Câmara de Valongo nem sequer uma chefe de Divisão tinha na área da Educação? Estava previsto mas não havia. Tem agora uma chefe de Divisão que é a antiga responsável do Gabinete do Empresário, que poucos resultados teve... ou nenhuns. AVE – Na área cultural...? JMR – Quanto à área cultural a nossa estratégia é mudar a imagem que todos os que estão de fora têm do concelho. Temos de ser vistos como uma terra de tradições e sensações e isto está muito ligado à questão cultural. Aqui o veículo cultural é o grande dinamizador da criação de riqueza. Iremos apoiar o Museu do Brinquedo, um projeto da comunidade alfenense. Atenção!, disseram-me os responsáveis pelo projeto que têm neste momento já peças que poderão ultrapassar as seis dezenas de milhar! Um espólio riquíssimo e nas três vertentes – em chapa, em madeira e em plástico. O museu-oficina do pão e do biscoito, o museu vivo das artes. Em Sobrado era possível

criar-se um museu para formar artesãos. Por exemplo, se se quiser uma miniatura de um bugio em pano, não há. Sabe que há imensas famílias que decoram as casas com máscaras? Estamos a passar uma crise, por isso temos que investir prioritariamente na área social, temos que apoiar a escola, mas não podemos deixar de sonhar com investimentos que criem riqueza, porque se só estamos a tratar daquilo que são os problemas no imediato... não vamos longe. O teatro foi uma aposta bem sucedida do Dr. Fernando Melo e da ex-vereadora Eduarda Ferreira, do Partido Comunista (e também do antigo presidente João Moreira Dias), e é nossa obrigação continuar a apoiar o teatro. AVE – Reconhece alguma diferença de João Paulo Baltazar relativamente a Fernando Melo? JMR – Nenhuma! A Câmara Municipal de Valongo, neste momento, funciona em serviços mínimos, é bom que se diga isto aos cidadãos. O meu adversário está a fazer uma operação de cosmética – não trouxe nada de novo, na substância, relativamente ao antecessor –, é exatamente igual. Esta Câmara é basicamente a manutenção de pequenos poderes e vícios instalados e todo este processo não passa de cosmética, basta ver a estrutura de comando. Algum dia eu terei alguém da minha família dentro da Câmara? Nunca! E muito menos em cargos de chefia, e isto tem que ser dito, porque explica a promiscuidade que existe na Câmara. Tudo isso tem que acabar. Muitas chefias só se explicam pela necessidade de manter em cargos remunerados a algumas pessoas, ou por motivos familiares ou por motivos ligados à estrutura partidária do PSD. Aliás basta olhar para as críticas do ex-parceiro de coligação, o CDS/PP, que diz que o PSD falhou em toda a linha.

AVE – Quanto ao projeto de ordenamento do território? JMR – Quanto ao ordenamento do território, acha credível uma Câmara que anda há 13 anos a rever o PDM? Há 13 anos!... Mais, do ponto de vista da criação de investimento, o resultado é nulo. Há uma coisa que eu vou querer ter – um gabinete exclusivamente dedicado à captação de empreendimentos – e falo com alguma autoridade, porque trabalho há 14 anos na Agência para o Investimento e Comércio Externo. Conheço muito bem a dinâmica da captação do investimento externo e esta Câmara não sabe fazer esse trabalho. Perdemos com muita frequência investimentos que podiam estar aqui. Já lhe referi o investimento da Jerónimo Martins... AVE – … Que começou mal... JMR – Muito mal! Aliás essa questão foi bem trabalhada pel'“A Voz de Ermesinde”, mas começou mal na fase da especulação dos terrenos, mas uma questão é a da especulação dos terrenos, outra é que o processo avançou, e é bom que se recorde que a vocação dos terrenos para fins empresariais foi alterada no mandato anterior, com a célebre votação de dois votos a favor e sete abstenções à instalação da Chronopost, não nasceu agora. Depois de estar aberta aquela via, e entretanto a Comissão REN deu OK à alteração do estatuto daquele território. Depois de ultrapassada a questão é bem vindo um investimento desta natureza. Acha que é todos os dias que anda a passear um investimento capaz de criar 600 a 700 postos de trabalho quase no imediato? Não me parece. AVE – E pode sacrificarse a REN a qualquer preço? JMR – Não não! Claro que está previsto compensar a REN. Uma das ideias que nós

temos para atrair empresas ao concelho é alterar as taxas das infraestruturas, reduzi-las, tornar mais competitivo o regulamento, trazer as empresas para Valongo. Mas o atual presidente não está livre dessas críticas, porque a forma como está a gerir o processo de deposição de terras numa zona que é de proteção, de leito de cheia, RAN e

dustrial de Campo é preciso continuar a apostar, mexer no regime das taxas. As decisões de investimento também têm em conta o custo. Se você faz uma fábrica aqui não é só porque pode, é porque entende que pela localização e taxas isso é vantajoso. Sabe que a administração da Jerónimo Martins, quando falou connosco dizia-nos que co-

Alguma dia eu teria alguém da minha família a trabalhar na Câmara em cargos de chefia? Nunca! REN, é bem demonstrativo de como tudo está igual dentro da Câmara. Mas a especulação foi a grande marca dos últimos vinte anos. Nós até temos um cemitério de prédios inacabados, como sabe. De que até uma exposição tivemos, recentemente. AVE – Divulgada pela Câmara... JMR – Divulgou, claro, isso é uma técnica de comunicação – reconhecer o erro. AVE – Quanto ao desenvolvimento industrial, nomeadamente a Zona Industrial de Campo...? JMR – Quanto à Zona In-

locar o empreendimento na zona de Alfena permitia que a circulação de camiões nunca entrassem na malha urbana, e concentrar todas as atividades logísticas num ponto, ali em Alfena, iria permitir uma redução diária de cerca de 1 500 quilómetros – é muito quilómetro. Até do ponto de vista da pegada ambiental. É este tipo de critérios que contam! Porque é que não atraímos empresas de tecnologias limpas ou de serviços para a zona de Sá, aqui em Ermesinde, por exemplo? É hoje uma tendência as empresas voltarem a instalarse no centro das cidades para

evitar deslocações e poluição. AVE – Uma ou duas últimas questões que não tenham sido abordadas? JMR – Uma questão importante, não sendo a única força política a defendê-lo, é a defesa que fazemos dos Orçamentos Participativos. Outra, a importância de investir no rio Leça. A resolução do problema da saída da auto-estrada, pior com o problema das portagens. Outra é a serra de Santa Justa. Vila do Conde criou a primeira Área de Proteção Regional na reserva ornitológica. Valongo, com o pulmão do Grande Porto, apenas tem uma Área de Proteção Local, nem regulamento tem!Há qualquer coisa aqui que não faz sentido. Por isso digo que esta Câmara não tem peso e só está concentrada em fazer cosmética! Eu sou a renovação política deste concelho!. O meu adversário esteve 20 anos calado, a bater palmas ao Dr. Fernando Melo. E uma vitória aqui, em Gaia, em Gondomar e nas Áreas Metropolitanas é um grande passo para acabar com este Governo, que está a fazer muito mal às pessoas. E é por isso que aqui quase escondem o símbolo do PSD. As pessoas não podem ficar em casa, temos que ir votar, temos que pôr um fim a este ciclo!


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“A Vitória de Todos”/PSD apresentou candidatura de João Paulo Baltazar FOTOS URSULA ZANGGER

Com um espetáculo mediático orquestrado ao pormenor, a candidatura o PSD lançou publicamente no passado dia 6 de julho, no Fórum Cultural de Ermesinde, a candidatura de João Paulo Baltazar à presidência da Câmara Municipal de Valongo, apresentada sob o lema “A Vitória de Todos” – “O Nosso Presidente”. Vídeos, canções, mensagens de Fernando Melo e Marco António Costa, intervenções do presidente da Distrital, Virgílio Macedo e do vicepresidente da bancada laranja na AR, Miguel Santos, balões, garrafas de água etiquetadas com o lema da candidatura oferecidas a todos os presentes, e uma entrada dos jovens da Jota, a prolongar a exibição de um vídeo foram aliciantes que ajudaram a manter o clima de vitória pretendido pelo candidato e atual presidente João Paulo Baltazar.

LC

João Paulo Baltazar contou na sua apresentação, e para além das intervenções dos dirigentes social-democratas que usaram da palavra e das presenças do presidente da Câmara Municipal da Maia, Bragança Fernandes e do vereador da mesma Câmara Nogueira dos Santos, ainda com algumas declarações de apoio mais ou menos inesperadas/esperadas, como o foram, dentro da sala do Fórum Cultural, a intervenção dos seus próprios filhos, ou no exterior, a declaração de apoio pessoal (não extensiva ao PSD), de Maria José Azevedo e Pedro Panzina, os vereadores que foram eleitos nas últimas Autárquicas pela lista independente Coragem de Mudar, que estiveram à porta do Fórum Cultural de Ermesinde a desejar sucesso ao atual presidente da Câmara de Valongo. Quanto aos seus próprios filhos, João Paulo Baltazar mostrou-se muito surpreendido, tendo posteriormente agradecido a organização deste evento, relativamente ao qual destacou o trabalho de César Vasconcelos, o presidente da JSD de Valongo, que foi o maestro desta sessão até ao ponto de gerir com os seguranças do Fórum quem sim e quem não podia estacionar ali ou acolá.

Intervenção de João Paulo Baltazar Na sua intervenção, o desejado presidente do povo laranja valonguense João Paulo Baltazar após saudar os presentes, destacou a identidade muito própria dos cinco núcleos urbanos do concelho, a excelente rede de acessibilidades a este, atravessado como é por dois rios mais importantes, a floresta, mas também os recursos humanos espelhados em mais de uma centena de associações ativas – após o que pediu para os dirigentes associativos se levantarem; e entre os que o fizeram não pôde deixar de notar-se Ventura de Almeida, ex-vereador socialista e ex-presidente da Concelhia de Valongo do PS. Depois agradeceu a compreensão da família e destacou a qualidade das gentes de Valongo: «gente boa e de trabalho». Agradeceu também aos vereadores Maria Trindade Vale, Arménio Pedro e Sérgio Sousa todo o trabalho feito e também aos presidentes de Junta presentes, Luís Ramalho (Ermesinde) Carlos Mota (Sobrado). E apontou depois que era candidato porque o queria, mas claro, também porque o esco-

lheram. E afirmou, de seguida, a sua postura: «Sou social-democrata com orgulho, honra e convicção», mas que entendia ainda assim a sua candidatura, como abrangente e uma «coligação de pessoas». Curiosamente a candidatura do PSD nestas Autárquicas apresenta-se com o nome “A Vitória de Todos”, isto é o nome da coligação PSD/CDS de há quatro anos atrás, embora agora só com o PSD por trás, que na imagem gráfica surge com o logo muito discreto. O autarca candidato apontou depois os êxitos da governação do PSD na Câmara de Valongo quanto às taxas de cobertura do saneamento e abastecimento de água, e pediu uma salva de palmas para Fernando Melo, pelo trabalho feito. Seguidamente e justificando o desequilíbrio das contas no município de Valongo apontou que as receitas dos municípios diminuíram nos últimos 10 anos. Mas caracterizando a realidade presente apontou que hoje Valongo é um concelho honorável: «Está rota a bandeira da oposição da Câmara falida!». Para os bons resultados da Cânmara atual muito teriam contribuído os seus funcionários, a Câmara criou mais servi-

ços e com menos custos, e destacou o Gabinete do Munícipe, anunciando um para breve em Ermesinde, sucedendo-se depois outros, um em cada um dos centros urbanos do concelho. E adiantou ainda os problemas por resolver de há anos que rapidamente tinham sido ou estavam em vias de ser resolvidos, casos do recinto de jogos do Sporting de Campo ou do Estádio de Sonhos que, em breve, será propriedade municipal. Apontou ainda o investimento a ser feito por uma empresa holandesa no Edifício Faria Sampaio em Ermesinde, e o trabalho de divulgação e reconhecimento do valor das Bugiadas e Mouriscadas de Sobrado, a caminho de serem consideradas património cultural imaterial da Humanidade, pela UNESCO. Apontou depois o futuro: um compromisso de reforço da proximidade da Câmara aos munícipes, com reuniões periódicas nas localidades, a continuação da intervenção no parque escolar, exigindo a requalificação das escolas secundárias de Ermesinde e Valongo, o apoio à juventude, em particular no domínio do emprego, desejando a Câmara atrrair investimento através de uma maior atratividade fiscal.

No final da sua intervenção um dueto jovem interpretaria uma canção de campanha, de onde sobressaía o slogan: «Já temos presidente!». Intervenção de Miguel Santos Miguel Santos, um ex-vereador da Câmara de Valongo, faria o elogio de Fernando Melo (com quem nem sempre esteve de acordo), destacando quanto o concelho a ele devia e apon-

tando João Paulo Baltazar como o candidato hoje desse projeto do PSD para o concelho. Aludindo depois à vida política nacional, em que Portugal atravessa tempos austeros, de falta de rendimentos, e em que é necessário tomar decisões complicadas, destacou o espírito férreo de homens de coragem capazes de tais decisões, tendo em vista a meta de reequilibrar o País, para poder criar postos de trabalho. E justificou a alusão à política nacional, porque deve ser encarada cara a cara e com honra. Descendo depois à vida autárquica, Miguel Santos fez o elogio de uma Câmara que se destaca pelo rigor, inovação e empenho.E apontou que não queria experimentalismos no município de Valongo. Fez depois o elogio de João Paulo Baltazar, a quem reconheceu qualidades inatas enquanto autarca. E acrescentou: «Rigor é qualidade essencial para gerir a coisa pública». Intervenção de Virgílio Macedo Também Virgílio Macedo, líder da Distrital do PSD, elogiou João Paulo Baltazar, que se afirmou perante os seus pares e que deu um novo cunho ao município de Valongo.


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• CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO •

Câmara aprova protocolo com IPSSs e intervém na área do emprego MANUEL VALDREZ

Realizou-se na passada quinta-feira, dia 4 de julho, a última reunião da Câmara Municipal de Valongo, em sessão que contava, na sua Ordem de Trabalhos, alguns pontos importantes, e dos quais destacamos o Protocolo de Cooperação com as IPSS do Concelho, a Implementação do Programa Metropolitano de Emergência Social e a Candidatura ao Programa Contrato Emprego-Inserção do IEFP para o Ano Letivo 2013.2014. Foi aprovado ainda um subsídio à Casa do Bugio.

AVE

Além da aprovação de vários processos de obras, autorização para a realização de festas e condicionamentos de trânsito, que foram rápida e unanimemente aprovados, a Câmara Municipal de Valongo decidiu também consensualmente acerca de vários outros assuntos de maior relevância, na área social e do emprego. Um deles foi o Protocolo com as IPSS do concelho, relativamente ao qual a edilidade, considerando que: «– As Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) são entidades com sólida implantação e enraizamento local, sendo de salientar a sua proximidade da população; – A responsabilidade, idoneidade, experiência e capacidade organizativa das IPSS são (re)conhecidas e claramente demonstradas pela diversidade de atividades desenvolvidas e respostas sociais implementadas no âmbito da sua intervenção, porquanto entidades basilares no apoio a diferentes franjas da população; – É de interesse geral o estímulo, a valorização e o desenvolvimento da economia social, bem como das organizações que a representam, conforme estipulado na Lei de Bases da Economia Social (Lei n.º 30/2013, de 8 de maio), que determina ainda que: no seu relacionamento com as entidades da economia social, o Estado deve estimular e apoiar a atividade das entidades da economia social; e que os poderes públicos, no âmbito das suas competências em matéria de políticas de incentivo à economia social, devem promover os princípios e os valores da economia social; fomentar a criação de mecanismos que permitam reforçar a autossustentabilidade

económico-financeira das entidades da economia social e apoiar a diversidade de iniciativas próprias deste setor, potenciando-se como instrumento de respostas inovadoras aos desafios que se colocam às comunidades locais; – A economia local é passível de ser significativamente impulsionada pelas IPSS, porquanto os seus recursos humanos habitam tendencialmente no seu território de atuação, bem como as compras e abastecimentos necessários às atividades que desenvolvem são frequentemente feitas no concelho, aspetos que importa valorizar e incentivar; – As IPSS têm condições ímpares, atento o seu âmbito de atuação e valências disponíveis, para assegurarem respostas adequadas a munícipes em situação de maior carência ou risco de exclusão social; – As IPSS concelhias têm vocação, competência técnica e capacidade instalada para colaborar com o Município nas seguintes atividades que este implementa, valorizando-as inequivocamente: - Dia Mundial da Criança: Dinamização de atividades diversificadas no âmbito da comemoração do dia em causa, dirigidas às crianças residentes no concelho; - Valongo Mexe Comigo: Campo de férias destinado a crianças entre os 6 e os 11 anos, cujo objetivo é fomentar a conciliação de pais e mães do concelho em momentos de pausa letiva, ocupando de forma saudável os tempos livres das crianças e jovens em período de férias; - No meu tempo era assim…: Atividade de educação não formal promotora da intergeracionalidade, em que utentes seniores de valências de IPSS do Concelho interagem com crianças que frequentam os Jardins de

Infância e 1º Ciclo do Ensino Básico do Concelho, partilhando as suas memórias; - Dia da Vizinhança: Visa estimular nas pessoas residentes em empreendimentos de habitação social o espírito de solidariedade, proximidade e entreajuda, bem como contribuir para o estabelecimento de redes de vizinhança; - Festa de Natal: atividade de caráter lúdico e recreativo, dirigida a todas as crianças residentes nos Empreendimentos de Habitação Social, assinalando a quadra natalícia e proporcionando momentos de convívio e de festa; - Sessões de informação e sensibilização no âmbito da alimentação e confeção saudável e económica dirigida a públicos desfavorecidos; – Existem diversos Municípios do país em que o serviço de refeições é assegurado com sucesso por entidades da economia social; Foi entendido lançar às IPSS o desafio de aprofundamento da cooperação com o Município, por via da colaboração ao nível do serviço de refeições escolares e do serviço de refeições do Plano de Emergência e Apoio Alimentar (PEEA), áreas nevrálgicas de atuação em que se considera poderem surgir como inegáveis mais-valias. Crê-se que a participação dessas entidades no funcionamento desses serviços de refeições se assumirá como garante da qualidade, constituindo-se ainda como potencial mais-valia para a dinamização da economia local e do mercado de trabalho. Por outro lado, far-se-á assim uma inequívoca aposta na economia social, algo particularmente relevante no atual contexto social e económico, em que a vitalidade das IPSS é um imperativo. A Santa Casa da Misericórdia de Valongo e as IPSS do

Concelho foram já auscultadas quanto à possibilidade de assinarem Protocolo com o Município neste âmbito, verificando-se a disponibilidade da ADICE – Associação para o Desenvolvimento Integrado da Cidade de Ermesinde, do Centro Social de Ermesinde, do Centro Social e Paroquial de S. Martinho de Campo e do Centro Social e Paroquial Santo André de Sobrado. Considerando-se crucial que tal cooperação assuma contornos de efetiva reciprocidade e parceria efetiva, e numa lógica de rentabilização de recursos e mobilização de sinergias, propõe-se que o Protocolo a assinar entre as partes mobilize as IPSS para colaborem ativamente na realização das atividades mencionadas atrás. Mais se sugere que essas IPSS disponibilizem vagas em valências suas, sem quaisquer encargos, para serem ocupadas por munícipes em situação de maior vulnerabilidade ou risco de exclusão social sinalizados pelo Município, conforme segue: - ADICE: até 3 vagas na Comunidade de Inserção; - Centro Social de Ermesinde: até 4 vagas em Serviço de Apoio Domiciliário; - Centro Social e Paroquial Santo André de Sobrado: até 2 vagas em Serviço de Apoio Domiciliário; - Centro Paroquial de Social de S. Martinho de Campo: até 2 vagas em Centro de Dia». Implementação do Programa Metropolitano de Emergência Social Também aprovada foi a Implementação do Programa Metropolitano de Emergência Social da Área Metropolitana do Porto - Protocolo de Coo-

peração Financeira e Projeto de Regulamento Municipal e a Atribuição de Apoio Financeiro a Agregados Familiares Carenciados no Âmbito do Programa Metropolitano de Emergência Social da Área Metropolitana do Porto, nos âmbitos da habitação, da carência alimentar, de cuidados de saúde, e do apoio à educação das crianças e jovens em que todos/as os/as beneficiários/as têm que residir num dos Municípios que integram a Área Metropolitana do Porto e cujos apoios poderão ser também destinados à alavancagem ou reforço de projetos de intervenção social com este cariz excecional e temporário, que já estejam lançados e que se enquadrem nas tipologias referidas. O Município de Valongo constituiu-se assim como o parceiro local, de acordo com os critérios estabelecidos, ficando responsável pela atribuição das verbas aos agregados familiares a disponibilizar através do Programa e cujos critérios deverão também ser alvo de parecer do Núcleo Executivo da Rede Social do concelho. Candidatura ao Programa Emprego-Inserção do IEFP para 2013/2014 A Câmara aprovou também a apresentação de «uma candidatura ao Programa Contrato Emprego-Inserção do IEFP Ano Letivo 2013-2014. Com a candidatura pretende-se «reforçar e apoiar, os pressupostos subjacentes à “escola a tempo inteiro”; à continuidade do acolhimento na Educação Pré-Escolar (EPE), ao alargamento do acolhimento ao 1º Ciclo do Ensino Básico (1ºCEB), e à necessidade de assegurar condições de acolhimento, segurança e

bem-estar dos/as discentes, bem como condições de higienização pessoal e dos espaços escolares». Visa-se, por outro lado, «promover a empregabilidade de pessoas em situação de desemprego, fomentando o contacto dos/as desempregados/as com outros/as trabalhadores/as e atividades, fomentando e melhorando as suas competências socioprofissionais em contacto com o mercado de trabalho» Foi considerado o o seguinte enquadramento por agrupamento: Agrupamento de Escolas de Alfena: 16 colaboradores/ as; Agrupamento de Escolas de Campo: 18 colaboradores/as; Agrupamento de Escolas de Ermesinde: 11 colaboradores/as; Agrupamento de Escolas de S. Lourenço: 24 colaboradores/as; Agrupamento de Escolas de Valongo: 10 colaboradores/as; Agrupamento de Escolas Vallis Longus: 26 colaboradores/as. São competências do Município, enquanto entidade promotora: «- Efetuar um seguro que cubra os riscos que possam ocorrer durante e por causa do exercício das atividades; - Proceder ao pagamento de uma bolsa mensal complementar, aos/às desempregados/as beneficiários/as do subsídio de desemprego e do subsídio social de desemprego, de montante correspondente a 20% do valor Indexante dos Apoios Sociais (IAS); - Proceder ao pagamento de subsídio de alimentação, por cada dia de atividade; - Proceder ao pagamento de despesa de transporte, entre a residência habitual e o local da atividade». Sendo certo que “as atividades no âmbito destas medidas não podem consistir na ocupação de postos de trabalho, mas sim no desenvolvimento de tarefas que satisfaçam necessidades sociais e coletivas”, os/as colaboradores/as a afetar deverão exercer as seguintes funções: «- Receção das crianças da EPE e alunos/as do 1º CEB no acolhimento; - Acompanhamento das crianças e alunos/as durante o período do almoço (apoio no funcionamento da cantina/refeitório); - Apoio pedagógico ao nível das atividades desenvolvidas; - Apoio no Prolongamento de Horário, sempre que solicitado; - Apoio ao nível da manutenção e limpeza do espaço físico afeto aos estabelecimentos; - Acompanhamento nas saídas ao exterior». O total do projeto, nos seus dois anos, orçará os 257 333,92 euros.


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Local

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FOTOS ARQUIVO

Comemorações do 92º Aniversário dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde Aproximando-se a passos largos do centenário da sua existência, a corporação dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde organizou no passado fim de semana dos dias 15 e 16 de junho, o seu 92º Aniversário. As comemorações tiveram o seu início no sábado, dia 15 de junho, pelas 17h00, com a realização do simulacro de um acidente rodoviário realizado na parada dos

Até sempre!...

Bombeiros Voluntários no seu quartel em Ermesinde. No domingo, dia 16 de junho, que foi o dia principal destas comemorações, estas tiveram o seu início pelas 08h30, com a tradicional cerimónia do hasteamento também ocorrido no quartel da corporação. Às 09h00 celebrou-se uma missa católica a que assistiram os Bombeiros e em sua honra que foi cele-

brada na Igreja Paroquial de Ermesinde. As comemorações prosseguiram depois com a romagem aos cemitérios de Águas Santas e Ermesinde para honrar a memória dos bombeiros já desaparecidos. Às 11h00 realizou-se uma Homenagem ao Bombeiro Voluntário. Finalmente, por volta das 12h30, teve lugar uma cerimónia de bênção de viaturas.

I Caminhada da Comissão de Trabalhadores do CSE FOTOS CTCSE

Maria do Céu Vasconcelos Teixeira, mãe do jornalista de “A Voz de Ermesinde” Miguel Barros, faleceu no passado dia 4 de julho, aos 61 anos de idade, vitimada por um cancro. Nascida no Marco de Canavezes, viveu a maior parte da sua vida em Ermesinde, localidade para onde veio viver ainda jovem, tendo aqui criado as suas raízes: casou, criou os seus filhos, e onde desenvolveu múltiplas amizades ao longo da sua vida. Foi nesta mesma ci-

dade em cuja Igreja Matriz se celebrou a missa de corpo presente, e de onde a urna com o seu corpo partiu para ser cremado no Tanatório de Matosinhos. Aos muitos amigos e amigas que estiveram presentes no último adeus à popular Dona Céu a família endereça os mais sinceros e profundos agradecimentos. «Eternamente viva nos nossos corações, continuarás a ser estrela que ilumina o nosso caminho» (a família).

FLORENTINO SILVA

Foi no passado dia 15 de junho, sob condições bem

propícias a uma caminhada, que a Comissão de Trabalhadores do Centro Social de Ermesinde (CTCSE) rea-

lizou o seu 1º percurso pedestre pelo Corredor Ecológico de Valongo. O desafio da CTCSE foi lançado para uma tirada de dez quilómetros realizada entre o meio rural e a paisagem natural, nas margens dos rios Simão e Ferreira.

O trilho fez-se em convívio e em contacto com a realidade geológica, faunística e florística, e o piquenique, para se recarregarem baterias para o regresso, na aldeia de Couce. Um dia bem passado que deixou as marcas para novos desafios.


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21ºAniversário do Núcleo de Ermesinde da Fraternidade Nuno Álvares ADRIANO MOTA (*)

O Núcleo de Ermesinde da Fraternidade de Nuno Álvares – Escutismo Adulto, comemorou no passado dia 10 de junho o seu 21º Aniversário, e como sempre acontece, fê-lo de forma festiva. Reunidos na Quinta da Valdeira em Sobreira, associados, familiares e amigos viveram intensamente este dia e o espírito de fraternidade, partilha e solidarie-

dade estiveram sempre presentes no desenvolvimento de todas as ações previstas em programa. Após a concentração junto da Igreja, foi feita homenagem aos associados já falecidos. Homenagem essa que se iniciou na Matriz, junto aos bustos dos Padre Luís e Mota, antigos assistentes do Núcleo, continuando depois no cemitério onde para além de uma oração, foi depositada uma flor

junto da cada um. Já na Quinta da Valdeira, após a montagem e preparação do espaço previsto para a atividade, foi celebrada eucaristia pelo assistente da FNA Ermesinde, cónego João Peixoto que, amavelmente, aceitou o convite e que, para grande satisfação dos associados, fez questão de estar presente e partilhar vários momentos altos do programa. Na eucaristia estiveram presen-

CONDURIL -

tes e participaram, para além dos associados e suas famílias, vários elementos da Direção do Agrupamento n.º 7 do CNE de Ermesinde, presença essa aliás que se verificou animada ao longo de todo o dia, enchendo os associados de enorme satisfação. O almoço, como sempre acontece nestes encontros, foi um momento especial de partilha e franco convívio que mais especial se tornou

com a chegada dos convidados e amigos, Jovens APPC-UR (Associação do Porto de Paralisia Cerebral – Vila Urbana) com quem ta FNA Ermesinde tem mantido uma relação fraterna. O ponto alto da tarde aconteceu com a realização de um Jogo de Patrulhas – Lobo e Águia, para o qual o grupo se dividiu e percorreu vários trilhos de montanha num percurso assinalado com sinais de pista. O tema do jogo foi FOTOS FNA “Os Três Franciscos” (de Assis, Marto e Papa) e em três alturas do percurso foi feita uma pausa para a leitura e reflexão de três textos. De S. Francisco de Assis – Oração – leitura da Oração da Paz; do Beato Francisco Marto – Exemplo - reflexão sobre a sua transformação, a importância do Terço na conversão dos pecado-

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res e na contemplação de todas as coisas, obras de Deus; do Papa Francisco – Desafio – leitura e reflexão de um excerto da homilia do V Domingo de Páscoa sobre o quanto seria belo, guiados por Deus, realizar gestos de amor pelos outros. Houve ainda tempo para uma rápida Reunião Plenária Extraordinária na qual, por unanimidade dos associados, foi aprovada uma proposta da Direção para aceitação do S. Lourenço de Asmes como padroeiro do Núcleo FNA de Ermesinde. O convívio e o espírito fraterno prolongaram-se até ao final da tarde com um lanche e bolo de aniversário, onde se cantaram os Parabéns e se desejaram as maiores felicidades e anos de vida ao Núcleo FNA de Ermesinde. Na despedida foi cantada a canção do Adeus e todos se comprometeram a voltar a encontrar. A Direção da FNA Ermesinde fez um agradecimento especial à presença dos Jovens APPC-UR e aos amigos que fazem o seu acompanhamento voluntário. Bem hajam. (*) Fraternidade Nuno Álvares

CONSTRUTORA DURIENSE, S.A.


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Exposição de arte sacra “Caminhar na Fé” Entre 11 de outubro de 2012 e 24 de novembro de 2013 assinala-se o Ano da Fé, decretado pelo papa Bento XVI, com o objetivo de «dar um impulso renovado à missão de toda a Igreja de conduzir o homem do deserto, onde frequentemente se encontra, para o lugar da vida, para a amizade com Cristo (…)». Nesse sentido, são inúmeras as manifestações a acontecer um pouco por toda a parte, integradas nesta comemoração. A exposição patente no Fórum Cultural de Ermesinde, por motivo do Ano da Fé, surge no âmbito de uma coorganização entre o Município e a Vigararia de Valongo.

Não é tanto uma exposição iconográfica de arte sacra, mas pretende ser, para quem a visita, um momento de reflexão sobre aqueles que fizeram o seu caminho de fé: os padroeiros das comunidades cristãs e religiosas, das suas capelas, da sua devoção. Num tempo em que fazem falta referências, modelos de vida coerente, eis aqui representados iconograficamente alguns dos que «venceram o mundo, mas ao mesmo tempo devolveram ao mundo a fé na humanidade; receberam de Deus a coroa de glória e enobreceram a humanidade inteira». FOTOS MANUEL VALDREZ

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O estranho caso de Paulo José Miranda

RICARDO SOARES (*)

e escritor-promessa da geração de 1990 a persona non grata do meio literário português, eis Paulo José Miranda. Um ilustre desconhecido, agora a viver no Brasil. Não são poucas as obras que publicou entre 1998 e 2008 e, hoje em dia, os seus livros só se encontram em alfarrabistas ou na Feira da Ladra. José Saramago atribuiu-lhe o primeiro prémio literário com o seu nome e Herberto Hélder disse que ele era «o único jovem romancista português que conseguia ler». Não há quem não conheça José Luís Peixoto, Valter Hugo Mãe, Gonçalo M. Tavares ou João Tordo. Mas poucos conhecem o nome de Paulo José Miranda e da sua pequena obra-prima, Natureza Morta, que em 1999 foi distinguida com o primeiro prémio literário José Saramago. Paulo José Miranda, 48 anos, é poeta, escritor e dramaturgo. Licenciou-se em Filosofia pela Universidade de Lisboa. É membro do Pen Club desde 1998. Publicou três livros de poesia, quatro novelas e uma peça de teatro. O seu primeiro livro de poesia venceu o Prémio Teixeira de Pascoaes em 1997 e a sua segunda novela venceu o primeiro Prémio José Saramago em 1999. Recebeu uma bolsa de criação literária do Ministério da Cultura para escrever a sua terceira novela e uma outra da Fundação Oriente para viver três meses em Macau e escrever a sua quarta novela. O seu último trabalho é “América”: um texto acerca da América em 99 pontos (tem mais dois livros a serem publicados). No âmbito da poesia: “Voz que nos Trai”, 1997 (Primeiro prémio Teixeira de Pascoais em 1997), “AArma do Rosto, 1998, “O Tabaco de Deus", 2002. Quanto à ficção, tem publicadas as seguintes obras: “Um Prego no Coração”, 1998, “Natureza Morta”, 1998 (Primeiro Prémio José Saramago), “Vício”, 2001 (Bolsa de criação literária do IPLB), “O Mal”, 2002 (Bolsa da Fundação Oriente). Escreveu, ainda, uma peça de Teatro: “O Corpo De Helena”, 2002. Afirma o escritor: «Desde o meu começo como escritor, em 1998 , que fui acusado de escrever muito. Isso lembra-me uma estória contada pelo meu amigo e filósofo António C. Caeiro, que ele presenciou num aldeia de Trás-os-Montes: um homem era acusado de beber muito, bebia três garrafões de vinho

por dia, 15 litros, e um dia respondeu a quem o acusava: “Vocês só veem o que eu bebo, não veem a sede que eu tenho”. Ora, precisamente! De onde vem a sede, isso já é uma outra estória». E continua: «Na minha prisão dos meus dias, que é não ter nada deste mundo, ou muito pouca coisa que lhe interesse, escrevo. Escrevo e penso horas e horas por dia: para não matar e para não me matar. Quem julgue que isto é exagero é porque tem seguramente uma casa e não sabe o que é não têla. Tem seguramente algum dinheiro e não sabe o que é não tê-lo. Tem seguramente alguma beleza e não sabe o que é já não têla. Quando, burguesmente, alguém diz de outrem que ele escreve muito, deveria averiguar se ele escreve muito porque precisa para comer, para não matar ou, pelo contrário se escreve muito por vaidade, para enriquecer

Breves

cebido num certo meio literário lisboeta que se reunia todas as tarde numa leitaria das Escadinhas do Duque e onde paravam, entre outros, os poetas António Cabrita e Herberto Hélder. Nunca deu uma entrevista. Nunca escreveu crónicas em jornais nem apareceu em programas de televisão. Porquê? «Porque nunca me convidaram», responde com alguma indiferença. O escritor que fora a promessa dos anos 1990 não parece interessar ninguém ou quase. Não consegue editar os seus livros e diz que é ostensivamente ignorado pelos media portugueses. As suas narrativas têm uma carga e uma intenção poética, quer ao nível da ação quer da linguagem, que o tornam incomparável. Nada ali é gratuito ou para entreter. Não escreve aquilo que os editores querem publicar, não escreve para as massas. Lançou uma das mais belas e inesquecíveis peças da FOTO ARQUIVO

• Mia Couto vence o Prémio Camões 2013, a 25ª edição do prémio, no valor de •100 mil, que é o mais importante galardão literário da língua portuguesa. • O livro "A Rainha dos Estapafúrdios" valeu ao escrior angolano José Eduardo Agualusa o prémio Manuel António Pina, criado este ano para distinguir obras da literatura para a infância e juventude. • A XIX edição do “Porto de Encontro — À Conversa Com Escritores” servirá para realizar uma grande homenagem a Fernando Pessoa e celebrar os 125 anos sobre o nascimento do poeta. A sessão está agendada para 30 de junho, às 17h00, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, aos Jardins do Palácio de Cristal, no Porto.

mais ou para ocupar o tédio dos seus dias. E a maior das dificuldades, para comigo mesmo, é estar continuamente dividido entre o desejo de não escrever e não ter outra alternativa a não ser escrever». Mas afinal quem é e o que anda a fazer Paulo José Miranda? - Vive há sete anos no Brasil e como todos os que têm o vício da imaginação e o génio da palavra escreve compulsivamente: Poesia, romances, ensaios, que aguardam ver a luz do dia. Emigrante ilegal e, até há dois meses, totalmente indocumentado (a validade do passaporte expirou em 2005, pouco depois de chegar ao Brasil, e o bilhete de identidade tinha caducado em 1997), Paulo José Miranda sobrevive dando ocasionalmente algumas aulas particulares de música. Viveu no Rio de Janeiro, São Paulo e agora em Curitiba. Apesar das precariedades do quotidiano, voltar a Portugal é algo que o «aterroriza». Nunca saiu da penumbra, embora não tenha passado desper-

nova dramaturgia portuguesa, “O Corpo de Helena”, em que recupera a voz do herói mítico Agamémnon; “Com o Corpo Todo” é um romance violento, sem concessões; “Um Prego no Coração”, em torno de Cesário Verde; “Natureza Morta”, sobre a obra e a figura do compositor português do séc. XIX Domingos Bomtempo... Este desligamento de Paulo José Miranda aos constrangimentos do quotidiano e as circunstâncias difíceis da sua vida são porque ele é mesmo assim – é um poeta. Agora em Curitiba escreve, reescreve, toca, reinventa-se. Por necessidade, por fatalidade – como um poeta. Torna-se urgente colocá-lo definitivamente nas rotas literárias dos portugueses, porque afinal, como ele próprio escreveu um dia, «só sofremos de amor e de uma obra por cumprir». (*) avozdasp@gmail.com

• O mais importante prémio literário brasileiro de literatura para crianças e jovens foi atribuído ao livro “A Bicicleta Que Tinha Bigodes”, de Ondjaki. O Prémio FNLI J, criado pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil FNLIJ. Esta obra foi publicada em Portugal, pela Caminho, e também venceu o Prémio Bissaya Barreto de Literatura para a infância. • O poeta Nuno Júdice foi o vencedor da XXII Edição do Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-americana pelo conjunto da sua obra, publicada pela Dom Quixote. • Curso de Escrita Criativa – carga horária de 14 horas, na Academia Apamm de Ermesinde. Contactos: tlf-220924475, tlm-918963100; morada: Rua José Joaquim Ribeiro Teles, nº 545, 4445-485 Ermesinde; email: ermesinde@academiaapamm.com


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• A Voz de Ermesinde

Feira do Livro I15

• ESPECIAL FEIRA DO LIVRO • ESPECIAL FEIRA DO LIVRO •

Um ano sob o fogo das politicas de austeridade e dos jogos de poder URSULA ZANGGER

LC

Com início ocorrido em plena crise política (Paulo Portas demissionário ainda por anunciar como vice-primeiro-ministro), cercada já de antemão pela férrea austeridade que se abate, e agora de lei, sobre a cada vez mais ausente clientela, a XX Feira do livro do Concelho de Valongo não augura (com as contas ainda por fazer, mas vendo já como rola a carruagem), nada de bom para estes pequenos editores e livreiros que se aventuram a cá vir. Presentes, desta vez, estão stands tão diver-

sos como os protagonizados por IPSSs, associações culturais, jornais, pequenos editores e livreiros. Para além de “A Voz de Ermesinde”, naturalmente, estão este ano na Feira a Santa Casa da Misericórdia de Valongo, com o Centro de Acolhimento Mãe dÁgua, a própria Câmara Municipal de Valongo, organizadora do evento, este ano apostando – e bem – na Bugiada e Mouriscada de Valongo, as Publicações Europa-América, que como sempre dispõem de um espaço generoso para o seu muito alargado espólio livreiro, a Palmo a Palmo, a Divina Comédia e Jazz, representando a Cava-

lo de Ferro, a Papa Letras e a Caleidoscópio, Marta Pereira – Artesanato para Livros, a editora Lugar da Palavra, a Livros Mais, representando a Girassol, Mel Editora, Gradiva, Esfera dos Livros, Terramar, Paulinas, Estampa, Plátano, Planeta Tangerina e Gatafunho, a Papelaria “A Capa”, representando a Civilização e a Porto Editora, a Lusodidacta, o Grupo Leya (com aASA, Dom Quixote, Caminho, Texto, Teorema, Gailivro, Oficina do Livro, Casa das Letras, Quinta Essência, Estrela Polar, Bis, Lua de Papel, Caderno, 1001 Mundos, Sebenta e Livros d’Hoje), a 7 Dias 6 Noites, com Palavras & Rimas, a editora Mosaico

de Palavras, a Livraria Papa Livros e Editora Tcharan, a Estratégias Criativas, a Companhia das Artes e a Afrontamento, e por fim a associação Ágorarte, com a representação da Lema d’Origem, mas ainda este ano também associada à Companhia das Artes e à Afrontamento. Por sua vez, o jornal “A Voz de Ermesinde” representava este ano as editoras Antígona, & etc, Orpheu Negro, Letra Livre e Averno. A Feira, relativamente ao ano anterior terá ganho numa maior proximidade da organização, como sempre solícita a tentar resolver problemas existentes. Um desses, a corrigir em

próximas ocasiões é o espaço diminuto entre os stands, que com os bancos já existentes no Parque Urbano e os enormes vasos decorativos, tornam impossível o trânsito de uma viatura para a montagem e desmontagem da carga de livros – uma incomodidade. Outra questão que se revelou muito errada, mas que – vá lá a organização corrigiu de imediato – foi a exiguidade do palco colocado junto à feira, absolutamente impróprio para a Banda Musical de S. Martinho, que se manifestou publicamente contra a falta de respeito para com ela havida, já que teriam avisado com tempo que teriam mais de 50 elementos

em palco. O próprio maestro foi obrigado a dirigir com um abismo por trás, numa situação de um evidente perigo iminente. mas como dissemos, a organização corrigiu de imediato e, duas noites depois, já a Tuna Feminina da Universidade Católica do Porto usou o palco do anfiteatro ao ar livre do Parque Urbano, uma solução muito mais acertada à natureza da proposta musical. Quanto à programação da feira nada de muito especial a apontar, vindo na sequência de um melhor acerto já verificado no ano anterior.


A Voz de Ermesinde •

Livro II Especial 16Feira do

AGOSTO de 2013

• ESPECIAL FEIRA DO LIVRO • ESPECIAL FEIRA DO LIVRO •

Narrativa da Foz do Douro A PARTIR DE FOTO DE TIAGO REIS

OS PLÁTANOS DO JARDIM DO MARQUÊS E

Entravam tranquilos pela terra. Puríssimos ardiam sob o dia. Com o rumor das pedras deslizavam como aves. Dividem ainda a nossa frágil solidão. Dolorosas são as árvores da infância, secretas e demoradamente breves como a luz de um olhar.

LC

O jornal “A Voz de Ermesinde” patrocinou nesta XX Feira do Livro do Concelho de Valongo a apresentação do livro “Narrativa da Foz do Douro”, uma obra com poemas de Jorge Velhote ilustrados com a fotografia de Tiago Reis. Para além do livro propriamente dito, o público ermesindense pôde também apreciar as fotografias de Tiago Reis, que estiveram expostas no dia da apresentação do livro. Convém fazer, antes de qualquer outra consideração, uma breve apresentação do projeto Ideias à Volta do Espaço, comissariado por António E. Teixeira Lo-

pes, que esteve igualmente presente na tertúlia ermesindense à volta do livro. O projeto «abraça um conjunto de interesses que contempla aspectos societários abrangentes à cultura hodierna [séc. XXI] tais como a Poesia, a Música, a Escultura, a Fotografia, a Crise e Sociologia, a Arquitectura e o Património, a Utopia e a Sociedade, Leitura Encenada, Pintura – Escultura – Desenho, Teatro Amador, Conservação e Restauro, Coro e Orquestra, que se realizou entre 26 de Outubro de 2012 e 12 de Julho de 2013, na Casa Museu Abel Salazar, em S. Mamede de Infesta». Trata-se assim de uma reflexão pouco inocente, através do olhar inquisitivo e curioso da cultura e da arte sobre o nosso viver e o nosso bem/mal-estar. E tendo Abel Salazar co-

mo seu anjo tutelar quase se podia dizer que está tudo dito. Mas a questão é precisamente essa, que nunca está tudo dito. E é isso que Jorge Velhote com a sua pena e Tiago Reis, com o seu olhar, nos mostram neste livro. As citações que abrem a obra já ajudam a discernir o seu programa, e são nada menos de três, de Lawrence Durrel, Henry Miller e Miguel Serras Pereira. Diz o primeiro: «Uma cidade torna-se num universo quando estamos apaixonados por um dos seus habitantes». Miller é provocante e taxativo, claro: «O que não se passa em plena rua é falso, inferido, isto é, literatura». E finalmente, Miguel Serras Pereira, tecendo o fio que leva a obra ao mundo: «A carne de que somos feitos e em cuja espessura para sem-

pre indecisa se apoia a tecelagem de quanto fazemos, essa carne por certo que é uma metamorfose deste mundo». Jorge Velhote aborda então este micromundo tornado universo e revelador de todas as coisas. Lugar de infância e de memória, ele é «espuma» e «luz invisível», ele é «melodia» com que invetivamos razão e paixão, tranquilidade e inquietação. Passam lugares: Jardim da Cordoaria, Jardim do Palácio de Cristal, Casa do Roseiral, Jardim do Marquês, Cemitério da Lapa, Miradouro de Santa Catarina, o rio, a Cantareira, a Praia do Leme, a Pria dos Ingleses, Campo Alegre, Foz do Douro, Jardim do Passeio Alegre, todo um roteiro dos sentidos, levando-nos para o mais íntimo de nós, pela mão da cidade. O que é a cidade senão

metáfora das nossas vidas, de amores e desencontros, de emulações, até horrores, desafios, sensações por ex-

perimentar, viagens feitas e por fazer? Como o explica Jorge Velhote:

DISCURSO E TESTAMENTO POLÍTICO DO SENHOR DUQUE DA RIBEIRA, SALVADOR DE ALMAS, À CIDADE DO PORTO E ÀS ÁGUAS DO DOURO Há uma cidade que habita em cada um de nós. Uma cidade de muralhas e jardins, de luz e ternura – uma cidade que nos traz à infância, às coisas simples e duradouras – uma cidade com pombas e estátuas, pedras adoçadas pelas mãos de pedreiros e canteiros, cidade com rio e mar ao fundo, pontes e um cais à janela da ribeira, torres e zimbórios, campanários e claraboias, uma cidade azul e rosa, ocre e carmim, com odores a terra húmida e hortaliça, com ruas e vielas e crianças pela mão, peixeiras, putas e padres, tarefeiros de ofícios menores e apressados negociantes, uma cidade incandescente e nocturna, suspensa de neblinas, lumes e lamas, pela poalha das estrelas polvilhada, máscara de surpreendentes sorrisos, cidade de navalha e decote, cartola e romaria, por pintores emoldurada, deitada sobre o silêncio e suspiro, feliz e embriagada, (...)


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Feira do Livro III17 Especial

• ESPECIAL FEIRA DO LIVRO • ESPECIAL FEIRA DO LIVRO • FOTOS MANUEL VALDREZ


A Voz de Ermesinde •

do Livro IV 18 FeiraEspecial

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• ESPECIAL FEIRA DO LIVRO • ESPECIAL FEIRA DO LIVRO •

Gosto, frete e crítica LC

Uma questão que já não é nova na Feira do Livro do Concelho de Valongo é a da disparidade dos autores apresentados, uma questão a que “eternamente” regressamos, mas que não é resolúvel no quadro atual do gosto literário vigente no meio. Cabe por isso, aqui, a “A Voz de Ermesinde” explicar-se por que razão não aborda ainda a apresentação dos livros de Hélder Pacheco e Raul Simões Pinto, sobre os quais só nos debruçaremos no pró-

ximo número de “A Voz de Ermesinde”, destacando já a sua presença e proposta cultural e artística. Mais difícil é quando o crítico se vê confrontado com autores que de si próprios dizem coisas como «a elaborada criação literária pela minha parte» ou «sinto-me particularmente agradado/a com este meu trabalho linguístico». Então tememos não estar à altura e o melhor é calarmo-nos e passar ao lado. Qualquer outra abordagem seria um risco (mas nunca um frete). Pedimos desculpa!

FOTOS URSULA ZANGGER


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• A Voz de Ermesinde

História

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Recordando o tempo da Restauração No dia 26 de junho de 1662, há 351 anos, ocorreu um golpe palaciano em Lisboa, que pôs fim à regência de D. Luísa de Gusmão e fez com que o debilitado D. Afonso VI assumisse a titularidade do seu reino e a fação do 3º Conde de Castelo Melhor chegasse ao poder, que manteve praticamente até ao fim das guerras da Restauração. MANUEL AUGUSTO DIAS

e todos os textos constitucionais, a Carta Constitucional de 1826 foi, sem dúvida, a que mais tempo vigorou em Portugal, até hoje. Outorgada a 29 de abril de 1826, por D. Pedro IV (D. Pedro I, do Brasil), a Portugal, quase logo após a morte de D. João VI, seu pai, a 10 de março de 1826, seria suspensa a 3 de maio de 1828, na conjuntura da aclamação de D. Miguel. Mas na Ilha Terceira (Arquipélago dos Açores) ela seria restaurada, no dia 22 de maio de 1828, fez, há escassos oito dias, precisamente 185 anos. Em boa verdade, poder-se-á dizer que a Ilha Terceira se manteve como o único baluarte do liberalismo em Portugal, no período das guerras liberais, uma vez que nunca se submeteu à autoridade de D. Miguel. O novo texto constitucional (Carta Constitucional de 1826) baseava-se na Constituição Bra-

sileira que, nalgum do seu articulado, se filiava no texto constitucional francês de 1814. A Carta Constitucional de 1826 evidenciava também influência da 1ª constituição portuguesa (Constituição de 1822) e da Constituição Setembrista (1838) Tratava-se de um texto moderado, que representava um compromisso entre os revolucionários vintistas (cujo ideário é consagrado na Constituição de 1822) e os defensores de um reforço do poder régio. O rei passava a ter o poder moderador que anexava ao poder executivo e ainda nomeava os membros, vitalícios e hereditários, da Câmara dos Pares. O poder legislativo era entregue a duas câmaras: dos Pares (de nomeação régia) e de Deputados (eleitos). O sufrágio era indireto e censitário (só podiam votar os homens com mais de 25 anos e que tivessem de rendimento líquido anual 100$000 réis

“Portugal feudal” num país, progressista e liberal. Em termos político-sociais garantiu a salvaguarda jurídica da liberdade individual em todos os setores (código penal, administração, ensino, pensamento, probens imóveis; acabou com as portagens, aboliu os direitos de pesca e reduziu as taxas alfandegárias para as exportações a 1%. Era, efetivamente, um texto constitucional mais conservador do que aqueles em que se inspira, mas, mais adaptado à realidade portuguesa, e daí a sua longevidade, até à proclamação da República, em 1910,

ou mais). Este novo texto constitucional garantia aos cidadãos os direitos à liberdade, segurança individual e propriedade. A Carta (cartismo) esteve em vigor em Portugal Continental e Insular (à exceção da Ilha Terceira): de 31 de julho de 1826 a 3 de maio de 1828 (regência de D. Isabel Maria); de 27 de maio de 1834 a 9 de setembro de 1836 (D. Ma-

ria II) e de 1842 (golpe de Costa Cabral) a 1910 (implantação da República). Com o regresso da Carta Constitucional de 1826, após a vitória liberal na Guerra Civil (1834), Mouzinho da Silveira, enquanto Ministro da Fazenda e da Justiça (1832) produziu um conjunto de decretos que permitiram transformar o velho

EFEMÉRIDES DE ERMESINDE - JULHO

A Igreja do Bom Pastor, na Palmilheira No dia 14 de julho de 1957 foi benzida a primeira pedra da Igreja do Instituto do Bom Pastor, numa cerimónia presidida pelo Bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, acompanhado das autoridades locais. Esta Igreja foi consagrada ao Divino Coração, em cumprimento de um voto da Irmã Maria do Divino Coração. Em 1965 as obras da Igreja, considerada justamente uma importante obra arquitetónica que contrasta, na organização do seu espaço interior, com aquilo que é usual ver-se neste tipo de templos, aproximavam-se do fim, tendo a respetiva inauguração ocorrido no dia 21 de abril de 1966, numa cerimónia de alta dignidade, presidida pela autoridade eclesiástica da diocese do Porto. Este bonito templo de Ermesinde, que foi construído pelo empreiteiro Amadeu Gaudêncio, de Lisboa, guarda dentro de si uma verdadeira preciosidade – o Mausoléu da Beata Maria do Divino Coração. Esta Irmã que foi Superiora da Congregação do Bom Pastor no Porto, foi Beatificada em Roma, pelo Papa Paulo VI, no dia 1 de novembro de 1975 (dia de todos os Santos). Um mês e dois dias depois, ou seja no dia 3 de dezembro de 1975 (a primeira sexta-feira do mês – dia, para ela, de especial devoção) o seu Corpo deixou o Cemitério de Paranhos, com destino à Igreja do Bom Pastor, em Ermesinde, onde se encontra num Monumento tumular próprio, encontrando-se o seu corpo, devidamente conservado à vista dos fiéis e peregrinos (todos os anos é visitado por vários grupos de peregrinos nacionais e estrangeiros, normalmente de nacionalidade alemã).

priedade, segurança e trabalho); em termos económicos procurou compensar o país pela perda do Brasil, liberalizando a economia: libertou a propriedade agrária dos antigos direitos senhoriais, aboliu alguns morgadios (os de rendimento inferior a 200$000 réis), aboliu todos os dízimos (que eram pagos à Igreja), limitou o pagamento da sisa à transação dos

com apenas três revisões, noutros tantos Atos Adicionais (1852, 1855 e 1896). Entre os valorosos liberais do período vintista, refira-se o nome de D. António José de Sousa Manuel de Meneses Severim de Noronha, 1º Duque da Terceira, que se bateu corajosamente nas lutas liberais contra o Absolutismo, que tiveram o seu epílogo, precisamente aqui (recordo a lápide tumular que existe à entrada da Igreja de Santa Rita e que guarda os restos mortais de muitos soldados que tombaram nessas guerras liberais) na região do Grande Porto, entre 1832 e 1834, tendo a vitória sorrido à causa liberal. Nos anos seguintes, desempenhou vários cargos políticos: foi Par do Reino e Governador das Armas da Província do Alentejo (reprimindo algumas movimentos militares que se levantaram a favor do Absolutismo). Mais tarde, iria para a Ilha Terceira onde a sua ação também é relevante, na expansão do liberalismo a outras ilhas daquele arquipélago, antes de vir para o continente, onde participou nas guerras liberais, ao lado de D. Pedro. O Duque de Saldanha, o Duque de Palmela e Mouzinho da Silveira são outros nomes insignes do liberalismo português.

Alguns dos protagonistas D. João IV Rei entre 1640 e 1656 – cognome: "O Restaurador". Nasceu no dia 19 de Março de 1604, em Vila Viçosa e faleceu no dia 6 de Novembro de 1656, em Lisboa. Casou com D. Luísa Francisca de Gusmão. Foi o monarca que recuperou a verdadeira independência nacional. Embora todo o País quisesse a separação da Espanha, houve ainda algumas manifestações de revolta, de que se destacou a do marquês de Vila Real e a do duque de Caminha, seu filho, que foram executados. Continuaram os ataques dos inimigos da Espanha a diversas regiões do Ultramar, nomeadamente em Angola e no Brasil, obrigando-nos a fazer grande esforço para conservar umas e recuperar outras. Houve cidades que se perderam, como aconteceu com Malaca e como antes ocorrera com Ormuz e outras praças de guerra. Uma das suas medidas mais famosas foi proclamar Nossa Senhora da Conceição (Imaculada Conceição) padroeira e rainha de Portugal.

D. Luísa de Gusmão N. em S. Lucar de Barrameda, na Andaluzia, Espanha, a 13 de outubro de 1613 e faleceu em Lisboa a 27 de fevereiro da 1666. Mostrou ser muito corajosa e ambiciosa, apoiando o marido e incentivando-o a que aceitasse a coroa. Diz-se dela que na altura da indefinição inicial do marido terá afirmado “mais vale ser rainha por uma hora, do que duquesa toda a vida!”. ou então que “era preferível morrer reinando do que viver servindo!”. Quando o marido morreu assumiu a regência e nesses seis anos (1656-1662) foi capaz de suportar a guerra com a Espanha no seu auge, tendo sido nessa altura que ocorreu a importante batalha das linhas de Elvas.

Conde de Castelo Melhor Luís de Vasconcelos e Sousa foi o 3º conde de Castelo Melhor (filho de D. João Rodrigues de Vasconcelos e D. Mariana de Lencastre e Vasconcelos). Nasceu em 1636 e faleceu em 1720. Através de golpe palaciano conseguiu pôr termo à regência de D. Luísa de Gusmão, em 1662. Notabilizou-se como governante por ter conseguido levar a Guerra da Restauração ao seu termo. Depois foi exilado, regressando ao país em 1685. Fez parte ainda do Conselho de Estado de D. João V e foi o 12º Capitão Donatário da Ilha de Santa Maria (Açores).


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A Voz de Ermesinde •

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Crónicas

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Enriquecimento cultural e cidadania

NUNO AFONSO

o grupo de sociólogos de que passei a fazer parte na FASE, organização dos bispos católicos norte-americanos para o desenvolvimento social e educacional, deparei com uma jovem loira, cabelo cortado curto e pele muito branca, produto típico da Velha Albion. Chamava-se Hillary e encontrava-se entre nós a exercer trabalho voluntário que, nas suas palavras, era comum entre os licenciados britânicos após a conclusão do curso. O destino destes voluntários era, invariavelmente, um país subdesenvolvido, categoria em que o Brasil se encontrava nos derradeiros anos de 60. Falava a nossa língua com desenvoltura e ligeiríssimo sotaque, motivo de admiração para as dezenas de funcionários da organização. A sua maior dificuldade consistia em adaptar o idioma que aprendera com uma senhora portuguesa, na sua Boston natal, à norma brasileira tal como sucedia a qualquer imigrante luso. Fizera uma aprendizagem intensiva e, em três meses, atingira um domínio do Português absolutamente notável. Os seus relatórios escritos nada ficavam a dever aos dos outros componentes da equipa e, nas reuniões do grupo, exprimia-se com clareza e uma capacidade de análise ou de síntese que outros estavam longe de possuir. Gostava de participar em conversas, quer formais e obrigatórias no exercício das atividades que nos eram atribuídas, quer

informais, durante as nossas deslocações e sempre que alguém a convidava para almoçar em família ou “pegar uma praia” em fim de semana. Estas limitações causavam-lhe certo desconforto. Porque não visitar um museu? Não havia uma exposição de pintura ou de escultura? A programação cultural, no Rio de Janeiro, não incluía um concerto de música clássica? Os brasileiros não gostavam de teatro? Haveria, certamente conferências de grande interesse fossem ou não específicas da nossa área cultural. Tive ocasião de lhe explicar que a oferta existia, sem dúvida, bastava abrir um diário e procurar nos espetáculos. O que faltava eram hábitos que favorecessem a procura. Só uma reduzida camada da população estava preparada e tinha hábitos de consumo para esse tipo de eventos. Quando muito, “um cineminha” ou um jogo de futebol. Havia uma área povoada de casas de espetáculos de cinema, justamente chamada Cinelândia, onde desaguava grande parte da população carioca

uma conversa que mantive com a mãe duma colega de colégio e em atividades extra-escolares da minha neta. Como é natural, mostrava-se orgulhosa das prestações da filha em natação e ginástica rítmica, tendo já obtido excelentes classificações em concursos nacionais. Deilhe os parabéns e expliquei que a Matilde não frequenta essas atividades para competir, apenas para enriquecer o seu espetro de conhecimentos e de valências sociais e culturais. Referi que a minha geração foi privada de uma educação mais completa, por inexistência de estruturas e de fomento de aspetos importantes, além da escolaridade mais ou menos extensa. Se, no ensino, poucas crianças completavam o ensino primário e muito menos adquiriam um diploma universitário, quase ninguém aprendia coisas tão simples como andar de bicicleta, nadar, desenvolver o gosto pela música, pela sua linguagem e seu exercício; pelas artes, seus signos e códigos, em todos os casos, de molde a sentir e transmitir emoções de tal forma que, gradualmente, fossem adquirindo não apenas o FOTO ARQUIVO conhecimento mas a necessidade de, pelo seu exercício, alimentar o espírito em concertos, exposições, sessões de teatro e de ópera, visitas a museus e outros certames. E se o que ficou dito valia para os rapazes, o mesmo já não acontecia com as meninas, às quais era limitado o acesso ao ensino e ainda mais coarctada a frequência de outras atividades. A geração seguinte já teve melhores oportunidades embora circunstâncias várias as tivessem limitado no seu alcance. O número de meninos e meninas de hoje que alcançam níveis elevados de escolaridade e preparação num leque diversificado de competências extra-escolares aumentou exponencialmente, ainda que em percentagem bem menor do que a alcançada pelos jovens de países mais evoluídos. Pretende-se que, a breve prazo, as pessoas sejam culturalmente ainda mais completas, o que conduzirá a uma cidadania mais vasta e reciprocamente tolerante. A mormente em sábados e domingos. E havia o Maracanã, democratização das populações tem ainda um longo que não seria muito adequado a quem se declarava adepta e caminho a percorrer e às autoridades exige-se a criação praticante de hóquei em campo. de condições para que se ampliem o incentivo e as ofertas Lembrei-me da Hilária – era assim que a tratávamos que deem a todos a possibilidade de contribuir para aportuguesando ou abrasileirando o seu nome – durante uma sociedade mais rica e mais justa.

Passarada

GIL MONTEIRO (*)

m tempo de crise tudo muda para pior. Falo nas condições do meio ambiente, pois nas organizações sociais os mais desprotegidos são os mais vulneráveis a pagar os insucessos. Jamais pensaria que a grande crise económica, que assola Portugal, a Europa e, diria, o Planeta, fosse interferir tanto nas aves

do Céu! Como as condições climáticas do norte do globo se alteraram muito, os bandos de estorninhos e tordos começaram a arribar ao Douro mais cedo, ainda com as oliveiras a florir e os cereais sem sementes! Esperamos que as levas de tordos, a dizimarem a azeitona dos olivais, este ano não se verifiquem. As cerejas já pagaram as favas!... Ir a Soutelo do Douro às cerejas temporãs e alertado para invasão dos pássaros, pensava, mesmo assim, em matar o desougo, e ofertar outras aos amigos do Porto. Qual quê?! Apenas comi uma, camuflada entre abundante folhagem. A Maria Fernanda só verificou a razia e o solo “estrumado” de caroços dos frutos, e outros pendurados, ligados pelos pedúnculos na árvore! O Carlos elucidou: – Tentei cobrir uma cerejeira com lonas da azeitona mas, em três dias, a folhagem começou a amarelar. Portanto, era preciso estar alguém a guardar as cerejas. A fome da passarada era tanta que nem respeitaram os espantalhos! O Barrosas chegou a ir para o Cortinhal dar tiros aos estorninhos, mas, ao mandar chumbos para uma

cerejeira, outra era atacada... Desistiu! Os tempos têm sido tão pródigos para as aves que os ninhos, encontrados na quinta, são muitos. Sim: gosto de os procurar e observar, sem chegar muito por perto ou perturbar. Mas, não contava que cedros plantados aquando do nascimento dos meus filhos acolhessem vários ninhos, de pintassilgo, melro e rola (dita asiática). Um, perto das escadas da cozinha. As pessoas passavam e a ave continuava tranquila no choco!... Se há árvores próprias para ninhos são as oliveiras. Por ter visto um gaio – caso raro, agora – bem procurei o ninho, mesmo nas grandes, mas sem sorte! Em Roalde, os gaios eram os salteadores do milho temporão nas terras mais secas. Rasgavam as espigas e comiam os grãos ainda mal formados. Pela mão da avó materna, viúva a viver na nossa casa e apelidada de Mãezinha, assisti à colocação de espantalhos no milheiral da leira da Fonte do Monte, pois no lameiro, junto ao ribeiro, o milho mal espigava. Bonitos eram os bonecos espetados, em paus espalhados pelo campo e outros escondidos, entre as plantas, como se fosse o dono

do campo a sachar, mas, mesmo assim, o investir não parava! A própria presença da Mãezinha não surtia efeito, era preciso bater em latas para fugirem em direção às matas próximas. No ano seguinte, ajudado pelo paquete dos bois, Zé Pelado, de Fermentões, e tendo observado o aparelho feito pelo Ernesto Nijo, construí uma taramela, para afugentar os gaios do milho, e dar descanso à avó, pois a leira ficava longe do pequeno povoado. Lembro bem do fundo da lata, onde as duas bolas de chumbo batiam, acionadas pelo eixo do para vento, e da estaca bem alta, onde foi colocada entre espigas. O vento era muito e constante. O tempo do milho temporão da Fonte do Monte – como não tinha idade de ir para a escola –, era dedicado à aprendizagem da natureza. Passava horas, não sei se a ver a minha taramela a funcionar ou a ver os lindos gaios. Andar aos ninhos era outro negócio!... (*) jose.gcmonteiro@gmail.comm

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Crónicas

AGOSTO de 2013

Uma menina chamada Inês

GLÓRIA LEITÃO

o ver, numa rede social (uma das que uso como fonte de aprendizagem) a foto de uma jovem com quem a vida me tinha cruzado há tempos atrás, fiquei admirada – ela tinha um expressivo olhar de felicidade e com um troféu na mão, dava a impressão de estar a dizer-me: «Olha o que fiz com o meu querer!». Fiquei admirada porque esta jovem, uma das “guerreira do basquetebol” de uma das minhas crónicas “Perdas e Ganhos” tinha sofrido uma lesão grave: uma rutura de ligamentos cruzados a nível de joelho. Estava impedida de jogar ,daí que não era suposto ter aquela taça na mão. Precisei de fazer perguntas e soube que o troféu que ela ostentava, com orgulho, significava que o clube que ela representa – CPN, Clube de Propaganda de Natação, tinha conquistado o Torneio Nacional de Sub 14 Feminino. A Inês Alves não jogava mas esteve lá, ao lado do seu clube, ao lado da sua equipa que a elegeu como sua representante e também ela legítima merecedora deste troféu que recebeu em nome de todos. Aprendi que as CEPAS têm um lema: Veni, Vidi, Vici – Chegamos, vimos e vencemos. Certo é que, ao abrigo deste lema, estas jovens, “todas juntas”, colocaram o CPN

como líder absoluto no ranking da Associação de Basquete do Porto 2013/2014, em femininos. Dizse que “santos da terra não fazem milagres” mas certo é que, sendo este clube quase “vizinho de porta” do nosso gabinete de trabalho é impossível ficar indiferente a este acontecimento. Em qualquer tipo de modalidade desportiva (que merece todo o meu respeito) e não só, normalmente, quando existe uma conquista no colecivo existe sempre por trás disso uma organização e um líder - a pessoa que tem o talento de conjugar todas as sinergias de tal forma que “põe todos a remar para o mesmo lado”, utilizando os talentos diferentes, as diferentes formas de ser e as diferentes formas de estar. Foi preciosa a consulta dos arquivos deste pequeno arauto, que lentamente se foi tornando no meu companheiro e isto porque ao consultar a edição de 30/04/2013, de “A Voz de Ermesinde” percebi que um nome de quem tem que se falar é: Agostinho Pinto. Li e reproduzo a referida notícia «Incontornável figura da história do Clube de Propaganda da Natação (CPN) Agostinho Pinto foi neste final de abril nomeado pelo sítio "Planeta Basket" como um dos 100 melhores treinadores de basquetebol da história, no que ao plano nacional diz respeito. Segundo o "Planeta Basket" - conceituado jornal on line dedicado à modalidade - esta iniciativa - de nomear os melhores treinadores - visa mencionar os técnicos que ao longo dos últimos 100 anos contribuíram para o desenvolvimento do basket em solo lusitano». Cá está um treinador, que representa um “mister”, um líder, um coach (tudo designações que substituem a do “chefe”), transformando esta figura num orientador de pessoas (muitas vezes coadjuvados por adjuntos de gabarito), que trabalha para os resultados e gere com sabedoria as questões técnicas, a gestão de conflitos, a gestão do stress, a gestão da motivação e até da desmotivação. Fá-lo de tal forma que os resultados falarão por si mesmos: quer seja no desporto, quer seja nas empresas, quer

FOTO ARQUIVO GL

seja em até num contexto de família. A tendência do ser humano é “esmiuçar” para desvalorizar, mas eu gosto de me orientar para a crença e convicção. Gosto de pertencer ao grupo dos que ainda acreditam que há santos da porta que fazem milagres e que as freguesias, as cidades e os países valorizem o que têm de melhor “entre portas”. Um idoso que conheço respondeu a uma pessoa que intrigava contra um dos seus familiares: «Para dizer mal dos nossos, estamos cá nós!». É isso, se não gostamos, se sabemos que fazemos melhor, descruzamos os braços, arregaçamos as mangas e participamos, propomos e ajudamos a melhorar. Eu fiquei contente por não me ter enganado quando naquele apontamento escrevi

um sentimento muito meu - «tal como os homens, também as mulheres são “rijas” e inteligentes, tenazes e resistentes ao calor e ao frio, à dor e à alegria e se calhar até muitas vezes aguentarão o sofrimento a dobrar pelo simples facto de terem uma sensibilidade muito própria das mulheres, ainda hoje hostilizadas por muitos e negligenciando a sua força por outros tanto que desafiam as suas capacidades de lutadoras, assistindo-se ainda a muita desigualdade e um desnível acentuado de direitos e garantias». Passados uns meses, repetia da mesma forma a conclusão para o tal apontamento – «se pensarmos com o coração, fazendo-lhe uma raiz quadrada com a razão, podemos concluir que há perdas que se podem transformar em ganhos, fraquezas em forças e derrotas em conquistas – assim é com a vida, assim é com as pessoas» mas, repetia também a reflexão final de “As molinhas da Matilde”: « Dividir molinhas, dividir um pão a meias no recreio, convidar amigos para partilhar brincadeiras, ir junto do colega que cai, ajudando-o a levantar-se e perguntandolhe se está bem, preocupar-se em secar lágrimas de colegas como vi fazer através daquela rede, são sementinhas de uma amizade que espero te acompanhem ao longo da vida, pequena Matilde!». E ao lembrar isto é somente porque todos sabemos que tudo começa de pequenino, daí que a taça que se vê na mão da Inês é um bocadinho de cada um dos pais daquelas jovens que se podem orgulhar ainda de não terem deixado para trás “uma das suas”, acrescentando a este gesto um outro de igual nobreza: teremna escolhido como o rosto do seu próprio reconhecimento – o verdadeiro espírito de uma equipa, uma aprendizagem que também é em casa que começa.

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AGOSTO de 2013

• A Voz de Ermesinde

Opinião

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Quem paga as crises bancárias

A. ÁLVARO SOUSA (*)

acordo com relatos na comunicação social, os ministros das finanças dos países que integram a União Europeia a 27, continuam a pensar em usurparem patrimónios que foram entregues aos bancos, na qualidade de fiéis depositários, sem que alguma vez alguém ousasse pensar que pela via de um depósito à ordem ou a prazo, se produzia a transferência da propriedade do património do depositante para o depositário. Para melhor se entender o que se passa com os dinheiros depositados nos bancos, talvez seja útil ficcionar situações frequentemente registável em processos judiciais de insolvência. Imaginemos, pois, o proprietário de um veículo automóvel que, amigo de alguém que

vem a ser considerado insolvente, empresta-lhe a viatura para determinado tarefa. E que, no entretanto, em consequência da insolvência, o funcionário judicial apresenta-se nas instalações para “arrolar” o património do que há-de servir para ressarcir os credores. Ninguém tem dúvidas que, informado que o veículo é propriedade de terceiro o exclui do respetivo role. Um outro exemplo que ilustra ainda melhor a situação semelhante dos depósitos bancários: as viaturas entregues pelos clientes e recebidas por um determinado reparador de veículos que, entretanto, declara-se insolvente. Acaso alguém, ou alguma vez, os credores do insolvente considerarão que o património constituído pela “frota” entregue por depósito para ser sujeita a tratamento que o fiel depositário (reparador) entenda dar-lhe, deverá ser arrolado como bens da “massa falida”? É altura, pois, das entidades que num Estado de direito têm a obrigação de velar pelos direitos dos cidadãos, se manifestarem alertando os políticos de que os depósitos bancários não são parte do património penhorável em caso de insolvência das instituições, alertando-os, a eles e aos responsáveis bancários, de que serão imediatamente detidos pelas autoridades judiciais, acusados de crimes contra o património, designadamente, o crime de furto de coisa alheia, caso se atrevam a apropriar-se de bens que lhes estão confiados como meros depositários. Sem conceder, antes de qualquer ação visando o reforço patrimonial dos bancos, as autoridades deverão perseguir as pessoas e os respetivos

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patrimónios, de todos quantos durante o tempo das “vacas gordas”, se envolveram em negócios geradores de elevados lucros que foram distribuídos na forma de dividendos e de generosos prémios de gestão, empurrando as

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instituições para as difíceis situações económicas em que dizem que se encontram. Pague, pois, quem deva! (*) alvarodesousa@sapo.pt

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Rua de Luanda, n.º 217 | 4445-499 ERMESINDE Tel. 22 974 7204 • Tlm. 91 092 1573 | 91 218 8570

Farmácia Telefone 229 710 101 Rua Rodrigues de Freitas, 1442

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A Voz de Ermesinde •

Lazer

Efemérides

Coisas Boas

30 JULHO 1863 – Nascimento de Henri Ford (morreu a 7 de abril de 1947) – um empresário norte-americano, fundador da Ford.

Bolo vegano de marmelos • 30g de margarina de cozinha vegana ou óleo de coco extra-virgem; • canela em pó q.b.; • 4 a 5 marmelos sem casca nem caroços; • 1 colher e 1/2 de sopa de açúcar mascavado; • 1/2 colher de sopa de geleia de arroz ou de agave; • sumo de meia laranja pequena.

Palavras cruzadas

HORIZONTAIS

Preparação: Leva-se a margarina a derreter numa sertã em lume médio e salteiam-se os marmelos às fatias. Junta-se o açúcar e a canela. Envolve-se bem; junta-se a geleia e o sumo e deixa-se cozinhar até o marmelo ficar apenas tenro. Escorre-se e reserva-se. Para a massa, bate-se o açúcar com a margarina e junta-se a mistura de linhaça e de amido aos poucos. Depois, juntam-se a farinha, a raspa, a canela e o leite. Bate-se bem. No final, junta-se a amêndoa ralada. Verte-se metade da massa para uma forma untada e polvilhada. Dispõe-se metade das fatias de marmelo por cima da massa. Verte-se a restante massa e volta-se a dispor as últimas fatias de marmelo. Leva-se ao forno a cerca de 180ºC.

VERTICAIS SOLUÇÕES: VERTICAIS 1. Imorais; tu. 2. Medi; devir. 3. Iates. 4. Oco; ra. 5. So; parcela. 6. Sao; ora. 7. Ir; leem; ta. 8. Mesteres. 9. Elias; tira. 10. Livrarias.

HORIZONTAIS

“A Voz de Ermesinde” prossegue neste número uma série de receitas vegetarianas de grau de dificuldade “muito fácil” ou “média”. A reprodução é permitida por http://www.centrovegetariano.org/receitas/, de acordo com os princípios do copyleft.

1. Impossivel. 2. Me; coar; li. 3. Odio; MIV. 4. Ria; Lear. 5. Travessa. 6. Idear; ET. 7. Ses; cometi. 8. Ser; ria. 9. Tio; later. 10. Ur; Sa; asas.

Anagrama

Sudoku

Descubra que rua de Ermesinde se esconde dentro destas palavras com as letras desordenadas: JÃO SOÃO. Rua de São João.

SOLUÇÕES:

Veja se sabe 01 - Britânico, Prémio Nobel da Paz em 1933. SOLUÇÕES: 02 - Antigo povo da Anatólia. Teve a capital em Hattusa. 03 - Realizador coreano, autor de “Noutro País” (2012). 04 - Rio que nasce na serra do Marão, em Pena Suar. 05 - A que classe de animais pertence o galeirão? 06 - A que país pertence a região da Anatólia? 07 - Em que país fica a cidade de Suez? 08 - Qual é a capital da Martinica? 09 - A abreviatura Aps corresponde a qual constelação? 10 - Elemento metálico radioativo, de transição, n.º 43 da Tabela Periódica (Tc).

01 – Norman Angell (Ralph Lane). 02 – Hititas. 03 – Hong Sang-soo. 04 – Rio Ovelha. 05 – Aves. 06 – Turquia. 07 – Egito. 08 – Fort-de-France. 09 – Ave-do-Paraíso. 10 – Tecnécio.

Provérbio Em julho abafadiço fica a abelha no cortiço.

(Provérbio português)

Diferenças

SOLUÇÕES:

164 Em cada linha, horizontal ou vertical, têm que ficar todos os algarismos, de 1 a 9, sem nenhuma repetição. O mesmo para cada um dos nove pequenos quadrados em que se subdivide o quadrado grande. Alguns algarismos já estão colocados no local correcto.

Sudoku (soluções) ILUSTRAÇÃO EXTRAÍDA DE ZORG.COM

164

Descubra as 10 diferenças existentes nos desenhos

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Massa: • 250g de açúcar mascavado; • 80g de margarina de cozinha vegana ou óleo de coco extra-virgem; • 2 colheres de sopa de linhaça moída misturada com 6 de água; • 2 colheres de sopa de amido de milho diluídas em 4 de água; • 220g de farinha de espelta ou kamut; • raspa de 1 laranja; • 3 colheres de sopa de leite vegetal q.b.; • 80g de amêndoas trituradas; • 2 colheres de chá de canela.

1. Não pode acontecer. 2. Pronome pessoal; filtrar; vi escrito. 3. Aversão; mil e quatro (rom.). 4. Braço de mar; rei personagem de peça de Shakespeare. 5. Irrequieta. 6. Conceber; extra-terrestre. 7. Hipóteses (fig.); perpetrei. 8. Ente; galhofava. 9. Irmão do pai; latejar. 10. Cidade bíblica; lugar de Ermesinde; membros superiores das aves.

1. Pouco éticos; pronome pessoal. 2. Avaliei; futuro. 3. Luxuosas embarcações de recreio. 4. Vazio; batráquio. 5. Isolado; parte. 6. Sadio; reza. 7. Partir; interpretam; tântalo (s.q.). 8. Cargos. 9. Profeta bíblico; faixa. 10. Loja de livros.

AGOSTO de 2013

01. Nariz. 02. Boca. 03. Laço. 04. Texto. 05. Cabelo. 06. Barco. 07. Mar. 08. Sapato. 09. Livro. 10. Botão.


AGOSTO de 2013

• A Voz de Ermesinde

distros em linha... O minicomputador Raspberry Pi revelou-se um sucesso entre os utilizadores de Linux mais voltados para a técnica e que preferem esta solução de um computador de baixo custo como sistema destinado a um propósito específico, como um centro de média, por exemplo. Daí o grande número de soluções de sistema operativo a este dispositivo dedicados que foram aparecendo, e que, na base de dados oficial da Distrowatch, não estava refletido. Até agora! Desde a semana passada que a Distrowatch lista cinco sistemas operativos criados especificamente para o Raspberry Pi, agrupados então nesta nova categoria. PIBANG http://pibanglinux.org/ PiBang Linux é uma distribuição Linux especificamente criada para o minicomputador Raspberry Pi. Foi inspirada pelo Crunchbang Linux e é baseda nos projetos Debian GNU/ Linux e Raspbian project. PiBang Linux proporciona um interface configurável Openbox e muito leve. PIDORA http://pidora.ca/ Pidora é uma distribuição de software criada para o Raspberry Pi. Contém pacotes de software extraídos do projeto Fedora e compilados para a arquitetura ARMv6 do Raspberry Pi, pacotes especificamente escritos ou modificados para o Raspberry Pi e software da própria Raspberry Pi Foundation específico do dispositivo. RASPBIAN http://www.raspbian.org/ Raspbian é sistema operativo livre baseado em Debian GNU/Linux e otimizado para o hardware do Raspberry Pi (a arquitetura do processador armhf). O Raspbian vem com cerca de 35 mil pacotes ou software précompilado apresentado num formato que permite a fácil instalação. RASPBMC http://www.raspbmc.com/ Raspbmc é uma distribuição mínima baseada em Debian Linux cujo propósito é trazer o centro de média XBMC para o minicomputador Raspberry Pi computer, constituindo uma solução de baixo custo para HTPC (Home Theatre Personal Computer), e permitindo a mesma experiência da plataforma XBMC. RISC OS Open https://www.riscosopen.org/ RISC OS é um sistema operativo livre não Linux criado originalmente em 1987 para os computadores Acorn Archimedes que usavam processadores ARM. Rápido, compacto e eficiente, RISC OS é desenvolvido e testado por uma comunidade de programadores e utilizadores.

Tecnologias

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PiPO X1 – um novo box TV stick também compatível com Linux Lffl (adaptado)

A PiPo X1

Voltamos hoje ao tema das propostas de microcomputadores em corpo de pendrive. Agora, uma das mais recentes novidades chega da China. A imprensa especializada em novidades tecnológicas tinha, não há muito tempo, divulgado notícias sobre os tablets U8 e S1 produzidos pela PiPO, um fabricante chinês que começa a ser muito conhecido em todo o mundo, graças sobretudo aos seus tablets da gama média alta a preços muito competitivos. Ora recentemente a PiPO anunciou o lançamento do novo stick box TV X1, baseado num sistemna operativo Android e capaz de conjugar ótimas performances com materiais de alta qualidade, tudo isso a um preço excelente. A PiPO X1 é uma box TV Android de

dimensões semelhantes a uma pendrive, e na qual podemos encontrar um processador

RAM DDR3 e com 8GB de ROM expansível através de microSD. Para além da porta HDMI necssária para ligar a box TV a uma FOTO ARQUIVO televisão ou a um monitor, a PiPO X1 dispõe de uma porta USB 2.0 para ligar discos externos, teclado, rato e uma porta microUSB para alimentação ou ligar o dispositivo a um PC, para eventual atualização do firmware ou outra necessidade. Para a conectividade encontramos um módulo Wireless WiFi 802.11b/g/n e Bluetooth 4.0 e como sistema operativo pré-instalado o Android 4.1 JB. Mas é possível também instalar PicUntu, uma distribuição Linux baseada em Ubuntu e dedicada a sistemas com processador RK3066. Poderemos, assim, utilizar a PiPO X1 como um normal PC desktop com ótimas dual core Rockchip RK3066 dual a 1.6 Ghz performances e sobretudo com um baixíssimo (Cortex-A9) e uma carta gráfica Mali-400 MP4 consumo energético. quad core capaz de reproduzir sem A PiPO X1 está já disponível nos problemas video em FullHD e 3D. mercados europeus a um preço à volta de 60 A PiPO X1 vem com 1 GB de memória euros.

Setor público pode poupar cerca de um bilião de euros por ano graças ao open source – aponta Comissão Europeia comentando decisão italiana Lffl (*)

O novo Decreto de Desenvolvimento do Governo Monti, na Itália, faz com que a Administração Pública seja obrigada a tomar em consideração também o software livre. Graças a este decreto, algumas comunas decidiram começar a utilizar o software livre na sua própria entidade, com benefícios não apenas económicos, mas também de segurança, dado que os sistemas Linux são atualmente mais seguros e quase imunes a vírus. O sucesso então verificado nas muitas comunas que adotaram standards abertos de software fez com que a Comissão Europeia tomasse em consideração o uso destas soluções no setor público. E segundo um relatório recente, graças à utilização de standards abertos no setor público, é possível poupar cerca de 1,1 biliões de euros no interior da União Europeia. A Comissão Europeia lançou recentemente um guia destinado principalmente aos funcionários responsáveis pela planificação e aquisição de sistemas e serviços de tecnologias de informação e comunicação para as entidades públicas. Este guia ajudará a valorar os standards existentes de um modo correto e transparente, a fim de que se possa escolher os mais adaptados a suportar as estratégias de tecnologia de informação e comunicação.

Assim, a pouco e pouco (graças também à crise económica) os standards abertos estão a ganhar espaço em Itália e em toda a União Europeia e devemos por isso agradecer a todos aqueles que, ano após ano se têm batido pela liberdade do software e a

tantos programadores que movidos pela paixão trabalham constantemente (e sem retribuição) pelo desenvolvimento do software livre. (*) Tradução AVE


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A Voz de Ermesinde •

Arte Nona

Entretanto

Feira de Poesia e Banda Desenhada Tantas biografias de poetas têm sido contadas pelas imagens sequenciais da BD, e até há poesias transformadas em quadradinhos! Daí que bem se compreenda a ideia que teve Inês Ramos de organizar uma feira em que ambas as formas de expressão estejam contempladas. É o que ela tem feito, na Feira do Livro de Poesia e Banda Desenhada, desde 29 de Setembro de 2012, todos os sábados. A persistência e capacidade organizativa da Inês é um espanto! Desta vez, para além das peças antigas e modernas de BD que ela lá tem à venda, a preços acessíveis, de diversos pequenos editores independentes, haverá também, entre as 15h e as 19h, uma sessão de autógrafos desenhados e caricaturas ao vivo, com vários banda-desenhistas e cartunistas, entre os quais Álvaro, Andreia Rechena, Estrompa, Filipe Duarte, João Mascarenhas. É natural que ainda apareçam mais, até só para conversar, como será o caso de Machado-Dias, também este blóguer, e talvez mais alguns, o espaço do Palácio Laguares, em Campolide, é suficientemente amplo para receber todos os grafistas que queiram desenhar. A Inês arranja lugares para todos!

AGOSTO de 2013

Livro de Banda Desenhada de Paulo Monteiro é sucesso internacional O livro “O Infinito Amor Que Te Tenho e Outras Histórias”, de Paulo Monteiro, editado em finais de 2010 pela Polvo e que venceu o Prémio Nacional de melhor livro do ano em 2011 no Festival Internacional de BD da Amadora, continua a dar que falar... depois de reeditado em Portugal em 2012 e internacionalmente, com edições em pelo menos três países, para já. Depois da edição polaca, no início deste ano, pela editora Pawe? Timofiejuk, da edição francesa pela 6 Pieds Sous Terre e da castelhana, pela Edicions do Ponent, espera-se que no próximo mês de Julho seja finalmente editado no Reino Unido pela Blank Slade Books – a primeira editora estrangeira a interessar-se na edição local do livro – e até final deste ano no Brasil. Duas edições portuguesas e cinco internacionais. É obra! JORGE MACHADO-DIAS (*)

As várias versões da capa (em todas as edições) têm o design de Susa Monteiro, companheira do autor, ilustradora, autora de banda desenhada e designer de serviço para os Festivais de BD de Beja, de quem falaremos no blogue Kuentro em próxima oportunidade. Paulo Monteiro, de quem já falámos aquando do texto sobre o Festival de BD de Beja, de que é diretor, nasceu em Vila Nova de Gaia em 1967. Licenciado em História de Arte, “aterrou” (entre aspas porque ainda não havia aeroporto) em Beja em finais dos anos 1980, como bolseiro do Museu Regional de Beja. Em 1996 cria o Atelier de Banda Desenhada Toupeira, ao abrigo dos Ateliers

Permanentes da Casa da Cultura de Beja e em 2004 apresenta à Câmara Municipal os projectos para a constituição de uma Bedeteca na CCB e para a realização de um Festival Internacional de Banda Desenhada na cidade, ambos concretizados em 2005. A atividade no Toupeira era complementada com a edição de fanzines – edições essas que tiveram o seu auge com a edição regular do fanzine “Venham + 5” e da Colecção Toupeira, nos Festivais a partir de 2005 – e Paulo Monteiro ia desenvolvendo também ele próprio, a técnica de contar histórias em quadradinhos. Publicou nos fanzines “Barsowia”, “Venham + 5”, e “Café e Cigarros” algumas das histórias curtas que resultaram neste livro, reunindo nele dez histórias realizadas entre 2005 e 2010, sobre amor, fragilidade, dúvidas, identidade, morte. O tom confessional e a candura do diário do autor no final do livro, mostra uma entrega apaixonada ao cultivo de pequenos poemas sob a forma de banda desenhada. A pedra de toque do autor é uma poesia narrativa, de histórias curtas,

embrulhadas num invólucro de ternura, de palavras amorosas, que são gestos simples de aproximação. Tudo isto revela em Paulo Monteiro uma intrínseca capacidade de escrita – escrita desenhada, digamos. É isso que torna este livro único. São, sobretudo histórias para se lerem, ilustradas num traço fluido e em movimento contínuo, que vai beber em influências reconhecíveis, sobretudo no desenho do italiano Lorenzo Mattotti (a preto-ebranco), do francês David B e mesmo da própria Susa Monteiro, podendo-se acrescentar mesmo alguns resquícios do catalão Max. As histórias são realizadas num registo intimista, poético, numa abordagem autobiográfica que cativa os leitores. E o sucesso internacional do livro estará, quanto a nós, neste registo. As preferências em matéria de BD estão a mudar desde há alguns anos, por influência de obras como “Blankets”, do norte-americano Craig Thompson, ou das reportagens desenhadas, do maltês Joe Sacco. Relatos intimistas, muito pessoais, que fazem aderir o público. (*) Diretor do BDJornal

Geraldes Lino, em: http://divulgandobd.blogspot.pt

Na altura em que editamos este jornal, realiza-se a Feira do Livro do Concelho de Valongo, em Ermesinde, onde “A Voz de Ermesinde” se encontra representada com um stand. Assim, as escolhas que hoje fazermos nesta página revestem-se de uma dupla atualidade, destacando o livro, mas também autores e divulgadores como Paulo Monteiro, Inês Ramos, Geraldes Lino e Jorge Machado-Dias. É, da nossa parte, uma espécie de homenagem, mais do que justa!

Paulo Monteiro a receber o Prémio Nacional do Melhor Livro do Ano no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora 2011 das mãos de Rui Lacas (vencedor no ano anterior).


21 Arte Nona

• A Voz de Ermesinde AGOSTO de 2013

O Observador de impossíveis (01/02)

autor: PAULO PINTO


A Voz de Ermesinde •

Serviços

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Farmácias de Serviço Permanente

Telefones CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE • Educação Pré-Escolar (Teresa Braga Lino) (Creche, Creche Familiar, Jardim de Infância)

De 01/07/13 a 04/08/13 Dias

• Infância e Juventude (Fátima Brochado) (ATL, Actividades Extra-Curriculares) • População Idosa (Anabela Sousa) (Lar de Idosos, Apoio Domiciliário) • Serviços de Administração (Júlia Almeida) Tel.s 22 974 7194; 22 975 1464; 22 975 7615; 22 973 1118; Fax 22 973 3854 Rua Rodrigues de Freitas, 2200 4445-637 Ermesinde • Formação Profissional e Emprego (Albertina Alves) (Centro de Formação, Centro Novas Oportunidades, Empresas de Inserção, Gabinete de Inserção Profissional) • Gestão da Qualidade (Sérgio Garcia) Tel. 22 975 8774 Largo António Silva Moreira, 921 4445-280 Ermesinde • Jornal “A Voz de Ermesinde” (Fernanda Lage) Tel.s 22 975 7611; 22 975 8526; Fax. 22 975 9006 Largo António da Silva Moreira Canório, Casa 2 4445-208 Ermesinde

ECA Telefones ERMESINDE CIDADE ABERTA • Sede Tel. 22 974 7194 Largo António Silva Moreira, 921 4445-280 Ermesinde • Centro de Animação Saibreiras (Manuela Martins) Tel. 22 973 4943; 22 975 9945; Fax. 22 975 9944 Travessa João de Deus, s/n 4445-475 Ermesinde • Centro de Ocupação Juvenil (Manuela Martins) Tel. 22 978 9923; 22 978 9924; Fax. 22 978 9925 Rua José Joaquim Ribeiro Teles, 201 4445-485 Ermesinde

Telefones de Utilidade Pública Auxílio e Emergência

Saúde

Avarias - Água - Eletricidade de Ermesinde ......... 22 974 0779 Avarias - Água - Eletricidade de Valongo ............. 22 422 2423 B. Voluntários de Ermesinde ...................................... 22 978 3040 B.Voluntários de Valongo .......................................... 22 422 0002 Polícia de Segurança Pública de Ermesinde ................... 22 977 4340 Polícia de Segurança Pública de Valongo ............... 22 422 1795 Polícia Judiciária - Piquete ...................................... 22 203 9146 Guarda Nacional Republicana - Alfena .................... 22 968 6211 Guarda Nacional Republicana - Campo .................. 22 411 0530 Número Nacional de Socorro (grátis) ...................................... 112 SOS Criança (9.30-18.30h) .................................... 800 202 651 Linha Vida ............................................................. 800 255 255 SOS Grávida ............................................................. 21 395 2143 Criança Maltratada (13-20h) ................................... 21 343 3333

Centro Saúde de Ermesinde ................................. 22 973 2057 Centro de Saúde de Alfena .......................................... 22 967 3349 Centro de Saúde de Ermesinde (Bela).................... 22 969 8520 Centro de Saúde de Valongo ....................................... 22 422 3571 Clínica Médica LC ................................................... 22 974 8887 Clínica Médica Central de Ermesinde ....................... 22 975 2420 Clínica de Alfena ...................................................... 22 967 0896 Clínica Médica da Bela ............................................. 22 968 9338 Clínica da Palmilheira ................................................ 22 972 0600 CERMA.......................................................................... 22 972 5481 Clinigandra .......................................... 22 978 9169 / 22 978 9170 Delegação de Saúde de Valongo .............................. 22 973 2057 Diagnóstico Completo .................................................. 22 971 2928 Farmácia de Alfena ...................................................... 22 967 0041 Farmácia Nova de Alfena .......................................... 22 967 0705 Farmácia Ascensão (Gandra) ....................................... 22 978 3550 Farmácia Confiança ......................................................... 22 971 0101 Farmácia Garcês (Cabeda) ............................................. 22 967 0593 Farmácia MAG ................................................................. 22 971 0228 Farmácia de Sampaio ...................................................... 22 974 1060 Farmácia Santa Joana ..................................................... 22 977 3430 Farmácia Sousa Torres .................................................. 22 972 2122 Farmácia da Palmilheira ............................................... 22 972 2617 Farmácia da Travagem ................................................... 22 974 0328 Farmácia da Formiga ...................................................... 22 975 9750 Hospital Valongo .......... 22 422 0019 / 22 422 2804 / 22 422 2812 Ortopedia (Nortopédica) ................................................ 22 971 7785 Hospital de S. João ......................................................... 22 551 2100 Hospital de S. António .................................................. 22 207 7500 Hospital Maria Pia – crianças ..................................... 22 608 9900

Serviços Locais de venda de "A Voz de Ermesinde" • Papelaria Central da Cancela - R. Elias Garcia; • Papelaria Cruzeiro 2 - R. D. António Castro Meireles; • Papelaria Troufas - R. D. Afonso Henriques - Gandra; • Café Campelo - Sampaio; • A Nossa Papelaria - Gandra; • Quiosque Flor de Ermesinde - Praça 1º de Maio; • Papelaria Monteiro - R. 5 de Outubro.

Fases da Lua

Jul 20 20113

Lua Cheia: 2222 ; Q. Minguante: 29 29;; Lua Nova: 8 ; Q. Crescente: 16 16..

Ago 2013

Lua Cheia: 21 21;; Q. Minguante: 28 28;; Lua Nova: 6 ; Q. Crescente: 14 14..

Ficha de Assinante A VOZ DE

ERMESINDE Nome ______________________________ _________________________________ Morada _________________________________ __________________________________________________________________________________ Código Postal ____ - __ __________ ___________________________________ Nº. Contribuinte _________________ Telefone/Telemóvel______________ E-mail ______________________________ Ermesinde, ___/___/____ (Assinatura) ___________________ Assinatura Anual 12 núm./ 9 euros NIB 0036 0090 99100069476 62 R. Rodrigues Freitas, 2200 • 4445-637 Ermesinde Tel.: 229 747 194 • Fax: 229 733 854

AGOSTO de 2013

Cartório Notarial de Ermesinde ..................................... 22 974 0087 Centro de Dia da Casa do Povo .................................. 22 971 1647 Centro de Exposições .................................................... 22 972 0382 Clube de Emprego ......................................................... 22 972 5312 Mercado Municipal de Ermesinde ............................ 22 975 0188 Mercado Municipal de Valongo ................................. 22 422 2374 Registo Civil de Ermesinde ........................................ 22 972 2719 Repartição de Finanças de Ermesinde...................... 22 978 5060 Segurança Social Ermesinde .................................. 22 973 7709 Posto de Turismo/Biblioteca Municipal................. 22 422 0903 Vallis Habita ............................................................... 22 422 9138 Edifício Faria Sampaio ........................................... 22 977 4590

Bancos Banco BPI ............................................................ 808 200 510 Banco Português Negócios .................................. 22 973 3740 Millenium BCP ............................................................. 22 003 7320 Banco Espírito Santo .................................................... 22 973 4787 Banco Internacional de Crédito ................................. 22 977 3100 Banco Internacional do Funchal ................................ 22 978 3480 Banco Santander Totta ....................................................... 22 978 3500 Caixa Geral de Depósitos ............................................ 22 978 3440 Crédito Predial Português ............................................ 22 978 3460 Montepio Geral .................................................................. 22 001 7870 Banco Nacional de Crédito ........................................... 22 600 2815

Transportes Central de Táxis de Ermesinde .......... 22 971 0483 – 22 971 3746 Táxis Unidos de Ermesinde ........... 22 971 5647 – 22 971 2435 Estação da CP Ermesinde ............................................ 22 971 2811 Evaristo Marques de Ascenção e Marques, Lda ............ 22 973 6384 Praça de Automóveis de Ermesinde .......................... 22 971 0139

Desporto Águias dos Montes da Costa ...................................... 22 975 2018 Centro de Atletismo de Ermesinde ........................... 22 974 6292 Clube Desportivo da Palmilheira .............................. 22 973 5352 Clube Propaganda de Natação (CPN) ....................... 22 978 3670 Ermesinde Sport Clube ................................................. 22 971 0677 Pavilhão Paroquial de Alfena ..................................... 22 967 1284 Pavilhão Municipal de Campo ................................... 22 242 5957 Pavilhão Municipal de Ermesinde ................................ 22 242 5956 Pavilhão Municipal de Sobrado ............................... 22 242 5958 Pavilhão Municipal de Valongo ................................. 22 242 5959 Piscina Municipal de Alfena ........................................ 22 242 5950 Piscina Municipal de Campo .................................... 22 242 5951 Piscina Municipal de Ermesinde ............................... 22 242 5952 Piscina Municipal de Sobrado ................................... 22 242 5953 Piscina Municipal de Valongo .................................... 22 242 5955 Campo Minigolfe Ermesinde ..................................... 91 619 1859 Campo Minigolfe Valongo .......................................... 91 750 8474

Cultura Arq. Hist./Museu Munic. Valongo/Posto Turismo ...... 22 242 6490 Biblioteca Municipal de Valongo ........................................ 22 421 9270 Centro Cultural de Alfena ................................................ 22 968 4545 Centro Cultural de Campo ............................................... 22 421 0431 Centro Cultural de Sobrado ............................................. 22 415 2070 Fórum Cultural de Ermesinde ........................................ 22 978 3320 Fórum Vallis Longus ................................................................ 22 240 2033 Nova Vila Beatriz (Biblioteca/CMIA) ............................ 22 977 4440 Museu da Lousa ............................................................... 22 421 1565

Comunicações Posto Público dos CTT Ermesinde ........................... 22 978 3250 Posto Público CTT Valongo ........................................ 22 422 7310 Posto Público CTT Macieiras Ermesinde ................... 22 977 3943 Posto Público CCT Alfena ........................................... 22 969 8470

Administração Agência para a Vida Local ............................................. 22 973 1585 Câmara Municipal Valongo ........................................22 422 7900 Centro de Interpretação Ambiental ................................. 93 229 2306 Centro Monit. e Interpret. Ambiental. (VilaBeatriz) ...... 22 977 4440 Secção da CMV (Ermesinde) ....................................... 22 977 4590 Serviço do Cidadão e do Consumidor .......................... 22 972 5016 Gabinete do Munícipe (Linha Verde) ........................... 800 23 2 001 Depart. Educ., Ação Social, Juventude e Desporto ...... 22 421 9210 Casa Juventude Alfena ................................................. 22 240 1119 Espaço Internet ............................................................ 22 978 3320 Gabinete do Empresário .................................................... 22 973 0422 Serviço de Higiene Urbana.................................................... 22 422 66 95 Ecocentro de Valongo ................................................... 22 422 1805 Ecocentro de Ermesinde ............................................... 22 975 1109 Junta de Freguesia de Alfena ............................................ 22 967 2650 Junta de Freguesia de Sobrado ........................................ 22 411 1223 Junta de Freguesia do Campo ............................................ 22 411 0471 Junta de Freguesia de Ermesinde ................................. 22 973 7973 Junta de Freguesia de Valongo ......................................... 22 422 0271 Serviços Municipalizados de Valongo ......................... 22 977 4590 Centro Veterinário Municipal .................................. 22 422 3040 Edifício Polivalente Serviços Tecn. Municipais .... 22 421 9459

Ensino e Formação Cenfim ......................................................................................... 22 978 3170 Colégio de Ermesinde ........................................................... 22 977 3690 Ensino Recorrente Orient. Concelhia Valongo .............. 22 422 0044 Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomes .................. 22 973 3703/4 Escola EB2/3 de S. Lourenço ............................ 22 971 0035/22 972 1494 Escola Básica da Bela .......................................................... 22 967 0491 Escola Básica do Carvalhal ................................................. 22 971 6356 Escola Básica da Costa ........................................................ 22 972 2884 Escola Básica da Gandra .................................................... 22 971 8719 Escola Básica Montes da Costa ....................................... 22 975 1757 Escola Básica das Saibreiras .............................................. 22 972 0791 Escola Básica de Sampaio ................................................... 22 975 0110 Escola Secundária Alfena ............................................. 22 969 8860 Escola Secundária Ermesinde ........................................ 22 978 3710 Escola Secundária Valongo .................................. 22 422 1401/7 Estem – Escola de Tecnologia Mecânica .............................. 22 973 7436 Externato Maria Droste ........................................................... 22 971 0004 Externato de Santa Joana ........................................................ 22 973 2043 Instituto Bom Pastor ........................................................... 22 971 0558 Academia de Ensino Particular Lda ............................. 22 971 7666 Academia APPAM .......... 22 092 4475/91 896 3100/91 8963393 AACE - Associação Acad. e Cultural de Ermesinde ........... 22 974 8050 Universidade Sénior de Ermesinde .............................................. 93 902 6434

Farmácias de Serviço

01 Seg. Central (Val.) Hosp. S. João (Circunv.) 02 Ter. Confiança (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) 03 Qua. Alfena (Alf.) Areosa (Areosa) 04 Qui. Marques Santos (Val.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) 05 Sex. Formiga (Erm.) 06 Sáb. Sobrado (Sobr.) Martins Costa (Alto Maia) 07 Dom. Vilardell (Campo) Hosp. S. João (Circunv.) 08 Seg. MAG (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) 09 Ter. Marques Cunha (Val.) Hosp. S. João (Circunv.) 10 Qua. Nova Alfena (Alf.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) 11 Qui. Palmilheira (Erm.) 12 Sex. Outeiro Linho (Val.) Sousa Torres (Maiashop.) 13 Sáb. Sampaio (Erm.) Sousa Reis (Brás Oleiro) 14 Dom. Santa Joana (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) 15 Seg. Bemmequer (Alf.) Maia (Alto Maia) 16 Ter. Travagem (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) 17 Qua. Bessa (Sobr.) 18 Qui. Ascensão (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) 19 Sex. Central (Val.) 20 Sáb. Confiança (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) 21 Dom. Alfena (Alf.) 22 Seg. Marques Santos (Val.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) 23 Ter. Formiga (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) 24 Qua. Sobrado (Sobr.) Hosp. S. João (Circunv.) 25 Qui. Vilardell (Campo) Hosp. S. João (Circunv.) 26 Sex. MAG (Erm.) 27 Sáb. Marques Cunha (Val.) Oliveiras (Areosa) Martins Costa (Alto Maia) 28 Dom. Nova Alfena (Alf.) 29 Seg. Palmilheira (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) 30 Ter. Outeiro Linho (Val.) Areosa (Areosa) ) Hosp. S. João (Circunv.) 31 Qua. Sampaio (Erm.) 01 Qui. Santa Joana (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) 02 Sex. Bemmequer (Alf.) Hosp. S. João (Circunv.) 03 Sáb. Travagem (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) 04 Dom. Bessa (Sobr.) FICHA TÉCNICA A VOZ DE

ERMESINDE JORNAL MENSAL

• N.º ERC 101423 • N.º ISSN 1645-9393 Diretora: Fernanda Lage. Redação: Luís Chambel (CPJ 1467), Miguel Barros (CPJ 8455). Fotografia: Editor – Manuel Valdrez (CPJ 8936), Ursula Zangger (CPJ 1859). Maquetagem e Grafismo: LC, MB. Publicidade e Asssinaturas: Aurélio Lage, Lurdes Magalhães. Colaboradores: Afonso Lobão, A. Álvaro Sousa, Ana Marta Ferreira, Armando Soares, Cândida Bessa, Chelo Meneses, Diana Silva, Faria de Almeida, Filipe Cerqueira, Gil Monteiro, Glória Leitão, Gui Laginha, Jacinto Soares, Joana Gonçalves, João Dias Carrilho, Sara Teixeira, Joana Viterbo, José Quintanilha, Luís Dias, Luísa Gonçalves, Lurdes Figueiral, Manuel Augusto Dias, Manuel Conceição Pereira, Marta Ferreira, Nuno Afonso, Paulo Pinto, Reinaldo Beça, Rui Laiginha, Rui Sousa, Sara Amaral. Propriedade, Administração, Edição, Publicidade e Assinaturas: CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE • Rua Rodrigues de Freitas, N.º 2200 • 4445-637 ERMESINDE • Pessoa Coletiva N.º 501 412 123 • Serviços de registos de imprensa e publicidade N.º 101 423. Telef. 229 747 194 - Fax: 229733854 Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde. Tels. 229 757 611, 229 758 526, Tlm. 93 877 0762. Fax 229 759 006. E-mail: avozdeermesinde@gmail.com Site:www.avozdeermesinde.com Impressão: DIÁRIO DO MINHO, Rua Cidade do Porto – Parque Industrial Grundig, Lote 5, Fração A, 4700-087 Braga. Telefone: 253 303 170. Fax: 253 303 171. Os artigos deste jornal podem ou não estar em sintonia com o pensamento da Direção; no entanto, são sempre da responsabilidade de quem os assina.

Emprego Centro de Emprego de Valongo .............................. 22 421 9230 Gabin. Inserção Prof. do Centro Social Ermesinde .. 22 975 8774 Gabin. Inserção Prof. Ermesinde Cidade Aberta ... 22 977 3943 Gabin. Inserção Prof. Junta Freguesia de Alfena ... 22 967 2650 Gabin. Inserção Prof. Fab. Igreja Paroq. Sobrado ... 91 676 6353 Gabin. Inserção Prof. CSParoq. S. Martinho Campo ... 22 411 0139 UNIVA ............................................................................. 22 421 9570

Tiragem Média do Mês Anterior: 1100


AGOSTO de 2013

• A Voz de Ermesinde

Serviços

Agenda

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10 Jul - 31 Ago Dança

Animação

FOLCLORE

11 DE JULHO, 22H30

Par que Urbano Dr nando Melo arque Dr.. F Fer ernando Melo,, inte integg rado er na F eir vr o do Concelho de Valong o Feir eiraa do Li Livr vro alongo 13 DE JULHO, 21H00

Lar o Largg o do Centenário Centenário,, em Valong alongo – F esti nacional de F olc Festi estivv al Inter Internacional Folc olclor loree lor (com a participação de grupos de folclore do concelho) 14 DE JULHO, 21H00

Escola E. B B.. 2/3 P Padr adree Américo Américo,, em Campo adr – Actuação integrada no programa da Semana Cultur Cultural Campo.. al de Campo No âmbito da parceria cultural existente entre o Rancho da Escola Secundária de Valongo e o Grupo Folclórico Grego – Associação M.E.S.K. de Kyparissia, é com grande prazer que o concelho de Valongo acolherá a presença deste grupo folclórico entre os próximos dias 11 e 14 de Julho. (Agenda Câmara Municipal de Valongo).

DESDE 17 DE JUNHO A 9 DE AGOSTO Fórum Cultural de Ermesinde e Câmar o (pontos de encontr o) Câmaraa Municipal de Valong alongo encontro) “V AL ONGO MEXE COMIGO” “VAL ALONGO Uma parceria da Câmara Municipal de Valongo e da Associação Sójovem, que propõe várias atividades – ténis, equitação, jogos tradicionais, atividades plásticas, hip hop e muito mais... (Agenda da Câmara Municipal de Valongo).

26 DE JULHO, 21H00 Largo do Passal, Sobrado “FESTIV AL D A CANÇÃO DE SOBRADO” “FESTIVAL DA Décima edição do Festival da Canção de Sobrado, uma organização da Associação Social e Cultural de Sobrado e da Câmara Municipal de Valongo. O festival é composto por duas partes: interpretação de canções originais (letra e música) e interpretação de versões. (Agenda da Câmara Municipal de Valongo).


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A Voz de Ermesinde •

Última

AGOSTO de 2013

Inauguração da Feira do Livro Noite de julho estival, mesmo abafada, já os bombos anunciam o certame. Depois vem a pompa, a amena cavaqueira,

os sons os gostos, o virar da página. E... mais uma vez... partimos para lado nenhum... neste país de “cegos”. LC

FOTOS URSULA ZANGGER


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