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A VOZ DE

ERMESINDE

MAIS DE 50 ANOS – E MAIS DE 900 NÚMEROS! N.º 904 • ANO LIII/LV

30 de abril de 2013

DIRETORA: Fernanda Lage

M E N S Á R I O

PREÇO: 1,00 Euros (IVA incluído)

TAXA PAGA PORTUGAL 4440 VALONGO

• Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 • Fax: 229759006 • Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde • E-mail: avozdeermesinde@gmail.com

“A Voz de Ermesinde” - página web: http://www.avozdeermesinde.com/

ADRIANO RIBEIRO:

FOTO UUURSULA ZANGGER

Esperamos que a nossa coerência seja reconhecida nas urnas

DESTAQUE ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE ERMESINDE

Limites da freguesia e Contas de 2012 aprovados

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE VALONGO

PÁG. 3

Satisfeita com acordo sobre território entre todas as freguesias

CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO

Pág. 7

Regulamento de Propaganda política e publicidade ... a escaldar!

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE JOVENS

Pág. 8

Quais são os problemas do município?

Pág. 9

Adriano Ribeiro, operário metalúrgico aposentado e conhecido autarca local do PCP que chegou à política pela mão do MDP/CDE após o 25 de Abril, é o cabeça de lista da CDU à presidência da Câmara Municipal de Valongo nas próximas eleições autárquicas. Aderiu ao PCP no 25 de Novembro, «porque é nas horas difíceis que a gente tem que se definir». Pág.s 4, 5 e 6 A c o m p a n h e t a m b é m “ A Vo z d e E r m e s i n d e ” o n l i n e n o f a c e b o o k

Comemorações do 25 de Abril em Ermesinde

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FUTEBOL

Entrevista com a Comissão Administrativa do Formiga Pág. III


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A Voz de Ermesinde •

Destaque

30 de abril de 2013

FERNANDA LAGE DIRETORA

Rituais de primavera

EDITORIAL

A

humanidade, atenta ao meio que a envolve, sempre encontrou explicações e significados para a transformação do tempo, com especial incidência nas mudanças das estações do ano. A primavera é no entanto aquela que apresenta um maior número de inventos e rituais, muitos deles atualmente associados a atos ou acontecimentos religiosos. Com o início da primavera tudo se quer puro e limpo, época das grandes limpezas e recuperação das casas, a Páscoa é esse marco cheio de significado em que se preparam e enfeitam as casas para receber o Senhor. Segue-se o Primeiro de Maio com toda a tradição dos Maios e das Maias, o País enfeitavase de flores das giestas – as maias – para que o carrapato não entrasse nas casas. Lembro-me de, na Maia, se fazerem coroas com giestas e rosas que se colocavam nos portões e portas de entrada das casas de lavoura e de ter andado vestida de branco com uma coroa de maias com brincos de princesa. Estes festejos do Primeiro de Maio nada têm a ver com o Dia do Trabalhador, refiro-me a outro tipo de cerimónias, de crenças pagãs muito antigas, em que se acredita que «o Primeiro de Maio corresponde à noite de Valpurgis, que a demonologia medieval germânica povoou de bruxas invisíveis que andavam no ar a praticar as suas obras infernais, certamente por herança da crença pagã nos espíritos nocivos do Inverno e da Morte, de que era necessário purificar ritualmente a terra no início do ano agrário». (1) Em Portugal as flores são as maias, mas nos últimos anos já poucas são as pessoas que as colocam nas casas. Quando era pequena lembro-me de ver maias nas casas, nos carros de bois, nos animais e até nas máquinas dos comboios.

Hoje são muito raras as pessoas que continuam a colocar giestas nas portas, a porta deixou de ser o limite da privacidade, a comunicação social invade-nos e os demónios entram nas nossas casas com giestas ou sem elas, eles continuam por aí, difícil é encontrar rituais que os expulsem… No sul do País a tradição dos Maios e das Maias, bonecos feitos de palha centeia vestidos de trapos ainda não se perdeu de todo, que o digam os habitantes de Olhão. Depois das Maias e dos Maios, o Dia da Espiga. Herdeiros de tradições ancestrais, os portugueses sempre souberam associar as velhas lendas, crenças e memórias ao calendário litúrgico, como no Dia da Espiga. Associado à 5ª feira da Ascensão, IMAGEM DE ARQUIVO quarenta dias depois da Páscoa, temos o Dia da Espiga, foi noutros tempo um dos feriados mais santos, até este já acabou há muito!... Dia sagrado e festivo em que o trabalho era completamente posto de parte, nalgumas regiões até as refeições eram preparadas de véspera. Nesse dia destaca-se o período que vai do meio-dia à uma hora da tarde – a Hora – Era tempo mágico em que a «água não corre no rio, os pássaros não bolem no ninho, o pão não leveda, o leite não coalha». (1) As pessoas iam ao campo apanhar a “espiga”, raminho constituído por espigas de cereais, pampilhos, margaridas, papoilas e ranquinhos de oliveira, todas estas plantas com um significado simbólico. A “espiga” era guardada na cozinha ou na sala até ao ano seguinte. A primavera foi e continua a ser motivo de inspiração e renovação cultural, é disso testemunho a Sagração da Primavera, criação do músico Igor Stravinsky, do filósofo e pintor Nicholas Roerich e do coreógrafo Vaslav Nijinsky, que marcou a história da música e da dança do século XX. Mais uma vez um exemplo de rutura e inovação tão necessária nos nossos tempos. (1)

Ernesto Veiga de Oliveira, “Festividades Cíclicas em Portugal”, Publicações Dom Quixote,1984.


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• ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE ERMESINDE•

Limites da freguesia e contas de gerência de 2012 prenderam as atenções da Assembleia MANUEL VALDREZ

Um dia depois de ter participado nas comemorações do 39º aniversário do “25 de Abril”, a Assembleia de Freguesia de Ermesinde (AFE) voltou a reunir-se, desta feita numa sessão ordinária, onde em cima da mesa esteve precisamente uma análise – levada a cabo pela CDU – às celebrações deste ano da “Revolução dos Cravos”. Os limites da freguesia e as contas de gerência do ano de 2012 também foram alvo de debate por parte das forças partidárias com assento nesta assembleia. MIGUEL BARROS

Foi com o habitual período de informações que o presidente da AFE, Raul Santos, deu início aos trabalhos, dando então conta do pedido de substituição por parte do deputado Jorge Aguiar, o qual pretendia agora integrar a Assembleia na qualidade de independente, após a sua recente saída da bancada da Coragem de Mudar (CM). Posteriormente foi dada a palavra aos membros da AFE – na qual Jorge Aguiar já se fazia representar como independente – período preenchido quase na sua totalidade pela CDU, força política que pela voz de Sónia Sousa começaria por traçar uma espécie de balanço das comemorações da véspera alusivas ao “25 de Abril” levadas a cabo pela Junta de Freguesia de Ermesinde (JFE). A autarca comunista recordou então que a ideia comum retirada dos discursos de todas as forças partidárias com assento na AFE no decorrer das cerimónias das citadas comemorações focou a necessidade de fazer com que os ideais do “25 de Abril” estivessem mais presentes na atualidade, e que esta data não se limitasse a ser apenas um mero facto histórico. Mas como da teoria à prática o caminho é longo, Sónia Sousa criticou a Junta de pouco estar a fazer para manter o espírito de Abril vivo entre a comunidade local, já que em seu entender as comemorações da histórica data têm vindo a perder algum dinamismo. Exemplificou esta sua opinião com o facto de a Corrida Juvenil “25 de Abril” ter deixado de ser realizada em simultâneo com as habituais intervenções das forças partidárias na

assembleia, o que atraía muita gente ao exterior do edifício da JFE, pequenos e graúdos, às centenas, e consequentemente uma maior envolvência da população na iniciativa. Lamentaria o fim da prova “Ermesinde Corre Livre” – direcionada à população adulta –, do concurso de cartazes destinado à comunidade escolar, e dos debates com esta mesma comunidade em volta da temática do 25 de Abril”, questionando em seguida o porquê de a Junta ter acabado com estas iniciativas, acrescentando que estas não traziam qualquer custo adicional à edilidade. Na resposta o presidente da JFE, Luís Ramalho, referiu que as comemorações deste ano haviam sido divididas em três momentos – o concerto “Memórias Partilhadas” na noite de 24, o tradicional hasteamento da bandeira seguido das intervenções políticas na manhã de 25, e a corrida juvenil na parte da tarde deste mesmo dia – e que tinha pena de só ter visto a autarca da CDU apenas num deles – o das intervenções partidárias –, explicando ainda que a caminhada “Ermesinde Corre Livre” não se fez porque, contrariamente ao que Sónia Sousa havia dito, a realização do evento custa dinheiro, já que seria necessário pagar à polícia. O concurso de cartazes não teve este ano continuidade devido a alguns problemas que surgiram na edição passada, enquanto que sobre a corrida juvenil o autarca sublinhou a excelência da prova deste ano, muito participada, classificando-a mesmo de sonho, voltando a frisar que havia tido pena de não ter visto Sónia Sousa por lá! A resposta

desta não se fez esperar, e até com algum sentido de humor à mistura, dizendo que Ramalho deveria era querer ver os ermesindenses nas iniciativas da Junta, e não ela em particular, não querendo que o presidente organizasse propositadamente a corrida para a ver por lá, até porque era uma mulher casada! Sem perder o fio à meada Sónia Sousa colocaria ainda em cima da mesa algumas questões, entre outras saber onde era aplicado o dinheiro proveniente das vendas da Loja Social da JFE, mais precisamente se este era direcionado para a ajuda aos cidadãos mais carenciados, e se a situação (da colocação) das máquinas do andante no apeadeiro da Travagem já estava resolvida. Sobre a primeira questão Luís Ramalho disse que a receita proveniente da Loja Social serve essencialmente para suportar os custos do espaço e pagar às duas funcionárias que ali trabalham, acrescentando que nenhuma verba proveniente de receitas pode ser incluída na rubrica de apoio às famílias (carenciadas). Quanto à segunda questão referiu que a Junta havia recebido a informação de que o assunto estava ainda a ser estudado. Ainda antes da entrada no período da Ordem do Dia Luís Ramalho lançou um apelo à assembleia, para que todos participassem na sessão de fados a favor de Iara, uma menina queimada com óleo num restaurante, cuja família se encontra sem recursos financeiros após a luta judicial travada com o espaço comercial no sentido de conseguir uma indemnização que possa suportar os tratamentos da meni-

na. Espetáculo de solidariedade este que se realiza no próximo dia 12 de maio, e terá lugar no Fórum Cultural de Ermesinde, sendo que os interessados em contribuir para esta causa podem adquirir os bilhetes ou na sede da JFE ou no próprio local do evento. Período da Ordem do Dia Após a aprovação por maioria da ata da reunião anterior – com três abstenções justificadas com o facto de os seus “votantes” não terem estado na referida sessão – Raul Santos colocaria em cima da mesa os pontos da Ordem de Trabalhos, começando com a votação da proposta sobre os limites da freguesia. Após uma detalhada explicação sobre a comissão que acompanhou a discussão e análise aos limites territoriais das cinco freguesias do nosso concelho, Raul Santos informaria que as “negociações”, digamos assim, entre as juntas de Ermesinde e Alfena haviam sido pacíficas, passando em seguida a palavra a Luís Ramalho para que este pudesse explicar melhor o que se havia passado. O presidente da JFE disse então que contrariamente ao que verificou com Sobrado e Alfena, ou Sobrado e Valongo, a reunião entre Ermesinde e Alfena para definir os limites das freguesias foi rápida e pacífica, já que houve apenas um foco de discussão “situado” no Bairro de Mirante de Sonhos. Ou seja, presumia-se que metade do referido bairro pertenceria a Ermesinde, enquanto que outra metade a Alfena, uma questão que foi então rapidamente esclarecida entre as duas freguesias (o bairro

está situado em território ermesindense), uma vez que os limites entre ambas estavam errados. Ramalho sublinhou então que Ermesinde não perdeu terreno para nenhuma outra freguesia do concelho, situação que já não se pode confirmar – ou desmentir – em relação a concelhos vizinhos, uma vez que continua acesa a discussão com Baguim do Monte, freguesia gondomarense para a qual Ermesinde corre o risco de perder território. Na hora de votar o ponto a CM mostrou-se bastante crítica quanto ao relatório apresentado pela comissão que acompanhou todo este processo dos limites territoriais das freguesias, classificando-o, entre outras coisas, de inconclusivo e de insultuoso para quem faz relatórios (!), já que nem assinado estava, não sendo mais do que um enunciado de nomes e datas, assim se podia ler na declaração de voto dos independentes. Na sequência desta intervenção Raul Santos explicaria que aquele não seria o relatório final da comissão, mas sim uma espécie de ata anexa ao novo mapa territorial do concelho de Valongo. Colocado à votação o ponto seria aprovado por maioria, com três abstenções da CM. Outro ponto que suscitaria alguma discussão aludiu à apreciação e votação das contas de gerência de 2012. Mais uma vez a CDU usaria da palavra para apreciar o documento, começando por salientar que não colocava em causa a correção contabilística do mesmo, mas antes a execução do orçamento/plano de atividades a que as contas diziam respeito. «Continuamos a considerar que uma Junta digna

para a cidade de Ermesinde não pode apresentar contas de gerência em que as despesas de capital na administração autárquica, nos cemitérios, na feira e mercados têm um grau de execução de zero por cento. Num ano de agravamento de crise a Junta conseguiu diminuir o grau de execução referente às despesas com as instituições sem fins lucrativos, passando de 70 por cento no ano anterior para 56 por cento neste ano e conseguiu não gastar toda a verba referente às famílias, apenas tendo executado 84,6 por centro dessa verba». Na sua declaração de voto os comunistas terminariam com a seguinte questão: «Sendo estas as últimas contas de gerência aprovadas por este executivo será que aguardam pelos últimos meses de governação para efetuarem os investimentos de capital, querendo aqui o PSD aproveitar-se destes investimentos para efetuar campanha eleitoral?». Com o voto contra da CDU e as abstenções dos três elementos da CM e do agora independente Jorge Aguiar, o documento seria viabilizado por maioria. Com a mesma linha de votação seria aprovado o ponto seguinte, alusivo à primeira revisão do orçamento e plano plurianual de investimentos do ano de 2013, sendo que aqui o Partido Socialista faria uma declaração de voto para justificar a sua posição favorável à votação do documento, frisando que o havia feito porque o orçamento iria ser reforçado com uma verba destinada à área da ação social, precisamente uma proposta dos socialistas no executivo da Junta.


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• GRANDE ENTREVISTA • GRANDE ENTREVISTA • GRANDE ENTREVISTA •

Adriano Ribeiro

– esperamos eleger um vereador e que o eleitorado castigue bem o PSD em Sobrado

FOTOS URSULA ZANGGER

Apresentado recentemente como o cabeça de lista da CDU à Câmara Municipal de Valongo nas próximas Autárquicas, Adriano Ribeiro, operário metalúrgico reformado, começou a sua militância política no MDP/CDE após o 25 de Abril, tendo participado ativamente no movimento das Comissões de Moradores. Aderiu ao PCP em contraciclo, no 25 de Novembro. É atualmente deputado municipal. E espera ser eleito vereador em outubro. LC

“A Voz de Ermesinde” (AVE) - Quem é o Adriano Ribeiro? Adriano Ribeiro (AR) - Eu sou natural de Campo, operário metalúrgico, ativista do PCP e da CDU desde os tempos da Aliança Povo Unido, tenho sido eleito na Assembleia de Freguesia de Campo, na Assembleia Municipal por mais do que uma vez, e também já desempenhei o papel de vereador da Câmara Municipal de Valongo. Atualmente exerço o papel de membro da Assembleia Municipal. AVE - Como é que se tornou membro do PCP? Com que idade e como foi esse processo? Já tinha antes simpatias pelo comunismo? AR – O partido que me conquistou após o 25 de Abril foi o MDP/CDE. Havia pouca prática e eu era jovem e tinha poucos conhecimentos políticos. No entanto, com o 25 de Abril, houve este desabrochar de movimentos e opiniões, e o MDP/CDE, tendo em conta as pessoas que a ele se ligavam e que vinham também de antes do 25 de Abril foi o primeiro partido a conquistar a minha simpatia. Mas após a evolução dos acontecimentos, naturalmente, fui-me apercebendo de algumas afinidades, e de um bom entendimento entre o Partido Comunista e o MDP/CDE, que me levaram a perceber, com a minha atividade, que o partido mais coerente e que apresentava melhores propostas e lutava pela defesa dos meus interesses era o Partido Comunista. E deu-se aí a minha adesão, numa altura um pouco complicada, pois aderi ao PCP por volta do 25 de Novembro. Era uma altura muito pouco propícia para os partidos de esquerda, mas também é nas horas difíceis que a gente tem de se definir.

AVE – Como surge a sua atividade enquanto elemento do movimento associativo? É posterior a essa atividade militante ou já antes estava ligado a ele?

aquilo que eram então autênticos labirintos hoje são avenidas, como a Avenida 1º de Maio, a Rua 25 de Abril, onde circulam os transportes públicos, que ajudam a resolver os pro-

Só a queda deste Governo pode possibilitar uma reviravolta no processo de extinção das freguesias AR – Um dos primeiros movimentos que me conquistou foi o das comissões de moradores. Na minha freguesia faltava tudo, as infraestruturas eram muito más. Do rio Ferreira para lá as vias eram praticamente intransitáveis, um autocarro não podia circular, eram só carreiros e quelhas. E com a criação das comissões de moradores e a participação popular, a freguesia de Campo desenvolveu-se muito e

blemas de transporte daquela gente. Tal como os problemas da falta de água canalizada. Era uma luta por melhores condições de vida, em que os comunistas tiveram um papel importante e ainda hoje são lembrados por esse feito. AVE – A freguesia de Campo sempre tem sido, no concelho, a freguesia que vota mais à esquerda, com uma

componente sociológica que, se calhar, explica um bocadinho isso. Em seu entender o que é que sobretudo explica uma posição marcadamente à esquerda no concelho? AR – Esse movimento de que falei tem uma influência muito grande e o próprio Partido soube aproveitar os seus elementos mais destacados na freguesia e transmitir a sua mensagem. É inegável que a freguesia com maiores carências era a freguesia de Campo, onde havia muita miséria e era necessário dar combate a isso. O Partido Comunista esteve sempre na dianteira, com coerência, na luta por melhores dias para aquela gente, e isso acabou também por se traduzir nos resultados eleitorais. AVE – E agora, com esta lei da fusão das freguesias que vai levar à fusão de Sobrado e Campo, pelo menos no próximo ato eleitoral, o que é que se espera desta embrulhada que é a fusão das freguesias? AR – Aquilo que nós esperamos – e por nós falamos – é que nestas duas freguesias, aquelas onde se faz sentir o problema, e muito mais em Sobrado, tendo em conta que a própria lei define, para já, provisoriamente que a sede da fusão das freguesias de Campo e Sobrado seja instalada em Campo, é que as pessoas de Sobrado, que na sua maioria têm dado o seu voto ao partido do Governo, o qual destruiu a sua freguesia, reconheçam que o PCP tem, de uma forma coerente, quer nas Autarquias Locais quer na Assembleia da República,

desempenhado um papel na luta pela não concretização desta medida, que prejudica, no meu entender mais a freguesia de Sobrado do que a freguesia de Campo. No entanto, a própria retirada da identidade à freguesia de Campo, com a sua extinção, é também um golpe contra o qual lutamos. Eu creio que uma das grandes possibilidades de haver uma reviravolta era a queda deste Governo. Àqueles que pensam que não há nada a fazer nós respondemos que há muito a fazer, e que o Partido Socialista tem uma palavra importante a dizer. AVE - Espera que o Partido Socialista, confrontado com a possibilidade de alterar a lei, o faça? AR – Aquilo que gostávamos de ouvir era o Partido Socialista dizer que, se porventura nas próximas eleições as viesse a ganhar, o que nós admitimos, faria voltar isto à estaca zero, anulando esta lei – o que é mais fácil do que a pôr em prática. Mas nós não ouvimos o Partido Socialista a dizer isto. Se houver eleições no curto prazo, uma das medidas que iremos apresentar na Assembleia da

República será uma proposta de revogação desta lei. E nós esperamos que as pessoas de Sobrado percebam que não podem contar com quem destrói a sua freguesia. Têm de nos dar força para podermos melhor combater esta questão. AVE – Se o Governo não cair antes, pensa que o resultado das Autárquicas pode eventualmente precipitar uma queda do Governo? AR – Espero bem que sim, porque este Governo não está a fazer esta política por engano, é coerente com aquilo que faz. Embora localmente as suas organizações tentem provar o contrário, na prática este é um rumo que o PSD e o CDS escolheram. Por isso esperamos que o resultado das Autárquicas contribua para reverter este caminho e mostre, pelo menos, um cartão amarelo ao Governo, para que este perceba que este rumo não está certo. AVE – Duas questões distintas: quais são as expetativas da CDU nestas Autárquicas e, realisticamente, quem pensa que vai conseguir conservar ou tomar a liderança da Câmara?


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• GRANDE ENTREVISTA • GRANDE ENTREVISTA • GRANDE ENTREVISTA • samos que a concessão dos SMAES, a entrega dos serviços de limpeza e a concessão dos parquímetros se mostraram ruinosas, prejudiciais ao concelho, e é necessário reverter esse caminho. Foram feitos investimentos megalómanos nunca justificados, estou a lembrar-me da Biblioteca, sobre a qual tenho grandes dúvidas da sua utilidade presente. É necessária uma biblioteca, mas não atirada para o sítio que foi. Muito provavelmente será mais um serviço a encerrar. Consideramos o PSD como um partido bipolar, ou vítima dessa doença, é capaz de fazer tudo, de se meter em grandes aventuras, e depois, a seguir, começa a encerrar piscinas, bibliotecas, serviços essenciais para o concelho. É um partido com comportamentos desequilibrados.

AR – Neste momento quem tem os cordelinhos e o aparelho na mão é o PSD, agora desfasado do CDS, porque tudo indica que não concorrerão coligados. E por isso vai utilizar todos os meios ao seu dispor no sentido de ganhar a Câmara. Está numa posição de vantagem dados os apoios financeiros que tem. O Partido Socialista também, tradicionalmente, tem tido um bom apoio por parte da população de Valongo e é um dos dois partidos melhor colocados. No entanto fazemos depender o resultado da vontade da população e esperamos que ela perceba que o caminho traçado pela coligação PSD/CDS ao longo destes 20 anos deu no que deu! E também de certa forma isso foi facilitado pelo Partido Socialista, que lhe estendeu o tapete em muitas ocasiões. Pensamos que o PSD não merece continuar ganhar a Câmara e o PS, pelo que tem feito na oposição, também não é merecedor. Por isso nós fazemos um apelo para que as pessoas reconheçam que a CDU deve estar representada na Câmara, naturalmente a uma distância considerável, com mais dificuldades, mas que deve dar uma oportunidade à CDU. AVE – Considera possível a CDU, claramente – isso tem sido afirmado – eleger um vereador. E quanto à Assembleia Municipal? AR – O nosso grande objetivo é eleger um vereador, e quanto à Assembleia Municipal o nosso objetivo é reforçar a representação, porque é muito difícil a intervenção de um elemento isolado – no que não somos caso único – entre trinta e dois

deputados municipais. No caso de aumentarmos a representação na Assembleia Municipal, o objetivo não é aliviar o trabalho de um ou do outro, mas o de reforçá-lo e abordá-lo com mais profundidade, o que com uma só voz não é possível. AVE – O que tem a dizer sobre esta gestão camarária? AR – A atual gestão camarária vem na senda do percurso iniciado com a vinda de Fernando Melo para Valongo. Não se trata de uma governação unipessoal, mas da governação de um partido, que traçou este caminho, que infelizmente – em nosso entender – conseguiu algumas maiorias absolutas que lhe permitiram continuar desabridamente, sobretudo em anos de eleições, a levar o concelho a uma situação financeira catastrófica da qual dificilmente agora nos vamos ver livres. Quando se diz que há uma alteração nos últimos tempos, nós consideramos que apenas houve uma alteração fruto da perda da maioria absoluta e portanto, o PSD foi obrigado a pôr um travão. Depois, independentemente do estilo, João Paulo Baltazar foi vicepresidente de Fernando Melo, foi membro da Assembleia Municipal e assessor de Fernando Melo, e portanto está ligado à Direção do PSD no concelho e a esta política traçada ao longo dos últimos anos, que não se trata de obra do acaso ou fruto da ação de uma pessoa isolada. AVE – Quais são as principais críticas que a CDU tem a apresentar? AR – Nós temos muitas críticas a fazer, naturalmente. Pen-

AVE – Fale-me de algumas propostas que a CDU tem para apresentar. AR – Se nós tivermos representante na Câmara, uma das nossas principais propostas será iniciarmos o caminho de reversão desses serviços para a tutela do município. Ainda há bem pouco tempo foi publicado um estudo feito por uma empresa da especialidade no âmbito do Plano de Saneamento Financeiro entretanto abortado, que reconhecia algumas asneiras que foram feitas e a possibilidade que há de renegociar a concessão. Por exemplo nos SMAES, a utilização de instalações municipais pela entidade a quem o serviço foi concessionado, não trazia nenhum benefício para a Câmara. Nós sabemos que não podemos chegar lá e rasgar tudo, há compromissos assumidos a respeitar, mas devemos explorar a possibilidade de iniciar a reversão desses serviços para a tutela do concelho. Naturalmente que com uma gestão melhor isso permitiria dar apoio ao associativismo, pois em nosso entender, a gestão atual, mais nuns casos do que noutros, está a trazer malefícios às associações pela falta de atenção e disponibilidade financeira da Câmara, uma vez que se meteu num buraco de que agora tem dificuldade em sair. Com uma gestão melhor deveríamos dar atenção a outras frentes que têm sido abandonadas. AVE – Tem esperanças de que a revisão do PDM possa trazer um ordenamento do território mais harmonioso e consentâneo com o que são as aspirações e interesses do povo do concelho?

AR – Nós temos acompanhado os trabalhos da revisão, e vão sendo dados alguns esclarecimentos sobre a evolução da revisão, e estamos confiantes em que o PDM irá clarificar melhor a situação no concelho. Pelas informações de que dispomos, creio que o PDM pode ser uma mais-valia para o concelho, a sua conclusão é que está atirada eternamente para as calendas. Já vem sendo anunciada a sua conclusão desde 2000 ou 2001, é todos os anos assim! Temos grandes reservas em que o PDM seja concluído ainda neste mandato. AVE – Já está a trabalhar para construir a candidatura e lista de candidatos? Há alguma coisa mais que possa ser anunciada, por exemplo às freguesias, não às cinco mas às quatro, à Câmara e Assembleia Municipal? AR – Estamos a trabalhar nisso. São processos diferentes, mas as candidaturas à Câmara e Assembleia Municipal envolvem elementos das freguesias e, por isso, estamos a trabalhar em paralelo. E pensamos apresentar publicamente as listas completas à Câmara e à Assembleia Municipal e às freguesias durante o mês de junho. AVE – Que critérios é que vão presidir a essas candidaturas, o que é que se privilegia? Que as pessoas tenham trabalho associativo, que sejam reconhecidas pela comunidade, que tenham uma ligação de ideias ao PCP? E o que é que o PCP considera que é importante fazer na CDU relativamente a pessoas vindas de outras áreas de ideias? AR – Eu penso que colocou bem o leque de questões que nós privilegiamos quando contactamos os nossos candidatos. Tem que ser gente ligada aos problemas da população, gente com conhecimentos, gente dedicada à causa pública

e naturalmente gente que esteja disponível, porque há muita gente que conhece as questões mas não está disponível. A nossa batalha é no sentido de ir à procura dessas pessoas, para que, dentro daquele espírito que possuímos e preside à nossa intervenção progressista, encontremos pessoas dedicadas à causa pública e que estejam naturalmente em coerência com os princípios que defende o PCP. E encaramos isto com uma grande abertura – gente que muitas das vezes não tem ligações partidárias mas nas quais reconhecemos um grande valor. Muitas vezes conseguimos convencer as pessoas, outras não. Esta está a ser uma batalha que já estamos a desenvolver. AVE – Do ponto de vista da História daquilo que têm sido as candidaturas da CDU há algumas más experiências no passado recente – lembremos, por exemplo, a pessoa que foi presidente da Mesa da Assembleia Municipal de Valongo, Sofia de Freitas – e que depois fez o percurso que se conhece, lembremos até, em certa medida, por exemplo o candidato à presidência da Câmara anterior, Serafim Vieira. Esses perigos que decorrem da abertura das listas foram ponderados?

tor em que estão inseridas, nos oferecem alguma confiança que, às vezes, não se confirma, como por exemplo no caso concreto da referida candidatura à Assembleia Municipal. No entanto, com Serafim Vieira a situação é diferente. Ele era um homem dos movimentos católicos em quem a gente apostou, um sindicalista, alguém ligado ao movimento dos trabalhadores. Não foi um tiro no escuro. Às vezes as coisas não correm como a gente espera. Mas isto também prova que damos oportunidades às pessoas e é com elas que a gente trabalha. AVE – Sofia de Freitas foi um tiro no escuro? AR – Foi um pouco mais arriscado. AVE – O trabalho da CDU pode ser seguido com interesse, mesmo por outros setores? AR - Está criada alguma expetativa tendo em conta o nosso trabalho na Assembleia Municipal. É um trabalho reconhecido, em que a CDU se tem prestigiado por aquilo que apresenta. Ainda há bem pouco tempo, e na sequência de uma proposta da CDU, está – creio – resolvido o problema dos limites entre as freguesias, falta-me apenas conhecer o resultado da Assembleia de Freguesia de Sobrado, que foi no dia 30 de abril.

Queremos iniciar o processo de reversão para a tutela do município das concessões que foram feitas aos privados AR – Nós não temos uma visão estática sobre o que as pessoas foram. Naturalmente que analisamos e há pessoas que, pelo seu empenho no se-

Este foi um problema que se arrastou ao longo dos tempos e em que não havia vontade de resolver – não seria por todos naturalmente, quem se manifes-


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GRANDE ENTREVISTA GRANDE ENTREVISTA GRANDE ENTREVISTA ENTREVISTA • ENTERRO DO JOÃO•••GRANDE ENTERRO DO JOÃO •• GRANDE ENTERRO DO JOÃO ••• •• GRANDE ENTREVISTA ENTREVISTA

tava mais a favor da resolução era a freguesia de Alfena. Todos acabaram por reconhecer que foi uma importante decisão da CDU apresentar essa proposta em que num prazo quase recorde se resolveu um problema que poucos acreditavam que fosse resolvido. Também agora, na última Assembleia, apresentamos uma proposta para analisar a concessão dos SMAES. Esperamos que isso possa clarificar a situação, e isso irá permitir que todos tenham acesso ao processo, mesmo os que não têm acesso à vereação – e são alguns. Enfim, creio que o nosso trabalho de iniciativa – não é só resistir mas também ir apresentando propostas – nos permite acalentar a esperança de que, na próxima vereação, iremos estar representados. AVE – Mas acha que esse trabalho é conhecido pela população?

AR – Nós temos alguma dificuldade em divulgar esse trabalho, naturalmente contamos, como é o caso de “A Voz de Ermesinde”, com a comunicação social local. Não contamos com todos, porque alguns não existem para uma comunicação isenta, existem apenas para o período das eleições e ao serviço de um partido. Mas, como dizia, os órgãos de comunicação social local têm desempenhado um papel importante na divulgação do nosso trabalho e nós, internamente, também vamos divulgando dentro das nossas possibilidades, o trabalho que vamos desenvolvendo e, por isso, esperamos chegar junto das populações, mostrando o nosso papel coerente, em que aquilo que defendemos ao nível local é o mesmo que defendemos na Assembleia da República. Não temos duas caras, como tem sido o caso do PSD, que até está «contra a extinção das

freguesias», mas são eles que acabam com as freguesias. Esperamos que essa coerência acabe por ser reconhecida. AVE – Tem esperanças então que em Sobrado o PSD possa ser castigado por esta situação? AR – Espero bem que sim. Aliás, numa Assembleia Municipal fiz uma intervenção no sentido de as pessoas perceberem o que se estava a passar, quem os estava a castigar, etc.. E todas as vezes que temos ido a Sobrado temos sido bem recebidos. Já fizemos lá uma sessão de esclarecimento, já fomos à feira e fizemos uma visita à freguesia e as pessoas têm-nos recebido muito bem. Aquele receber o papel e olhar de lado já não é o mesmo, e as pessoas procuram saber o que há de novo, porque há, de facto, um sentimento de revolta em Sobrado. É conhecida uma certa tendência em Sobrado para a abstenção, o que seria um erro. As pessoas devem é com o seu voto castigar quem as está a prejudicar. AVE – A CDU é às vezes acusada de divisionismo... AR – Sim, muitas das vezes somos acusados da falta de união. Mas nós não queremos estar unidos só por estar unidos, queremos estar unidos é em termos de coisas concretas. E se aparecerem propostas, venham elas donde vierem, nós analisamo-las e não vamos, à partida, distinguir as propostas pela sua cor. AVE – Quanto às vossas ideias e propostas, por exemplo no campo da saúde? AR – Há vários assuntos que nos preocupam. Por exemplo, o não encerramento dos serviços do Hospital de Valongo, de que temos grande receio que após as eleições seja um processo retomado – e que já esteve em cima da mesa, e a solução definitiva – porque até aqui eram terrenos que faltavam, para a construção dos cen-

tros de saúde de Alfena e Campo. O problema de Alfena está resolvido em termos de terreno. Quanto ao problema do Centro de Saúde de Campo foi anunciado o início da a sua construção no ano 2011, para conclusão em 2012, e até hoje...

maior cidade do concelho, Ermesinde? AR – Ermesinde foi uma cidade fustigada pelos efeitos da Fertor, problema que foi resolvido com os dinheiros públicos, intermunicipais e comunitários, na sua maior parte. Mas hoje

Temo que depois das eleições volte a tomar corpo a tentativa de encerramento das urgências do Hospital de Valongo nem um prego! Foi mais uma promessa, anunciada com pompa e circunstância, com a presença do secretário de Estado, o presidente da Câmara, as autoridades... Foi um tiro de pólvora seca. Continuará a ser uma das nossas lutas. AVE – Que questões lhe merecem maior atenção na

começa a temer-se a privatização [da Lipor]. Isto é, antes não apareceu nenhum privado a querer tomar conta do problema, mas hoje, que no fundamental está resolvido, já aparece. O público é de todos e o privado só do interesse de alguns. Outra questão é o problema da água, de que se reconhece a mé-

rito a quem o resolveu, mas que hoje também nos preocupa. AVE – Voltando – e finalizando – com a freguesia de Campo. Recentemente foi anunciado um grande papel da Câmara na resolução do problema do campo de jogos do Sporting Clube de Campo... AR – Isso foi abordado na última reunião da Assembleia Municipal. Surgiu uma notícia que basicamente dizia que «bastou uma hora para [a Câmara] resolver um problema de 15 anos». Nós requeremos uma cópia do documento assinado entre a Câmara e os proprietários e... não se resolveu nada. A Câmara só deu uma gorjeta aos proprietários do terreno. Se o Sporting Clube de Campo subir de divisão terá de ir jogar para Sobrado ou Valongo. Se a Câmara resolveu alguma coisa, então diremos que levou 15 anos a resolver um assunto que se resolvia numa hora. Mas nem isso!


30 de abril de 2013

• A Voz de Ermesinde

Destaque

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• ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE VALONGO •

Assembleia Municipal satisfeita com trabalho de fixação dos limites das freguesias

FOTO URSULA ZANGGER

A Assembleia Municipal de Valongo reuniu em sessão ordinária no passdo dia 29 de abril para, entre outras matérias, aprovar as Contas Consolidadas do Município de Valongo e as Contas dos SMAES e a alteração ao Mapa de Pesoal para 2013, mas igualmente para apreciar o Relatório Final da comissão para o estudo e retificação dos limites históricos das freguesias do concelho de Valongo, entre outros pontos agendados. Os Grupos Parlamentares apresentaram ainda uma série de propostas, fazendo a sessão prolongar-se até altas horas, sendo necessário votar a sua continuação. LC

Albino Poças, do PSD, abriu as hostilidades, criticando o líder socialista local José Manuel Ribeiro por este ter acusado a Câmara Municipal de Valongo de ter «pouco peso político», como se tinha visto pelo facto das escolas do concelho terem ficado de fora das que primeiro vão ser intervencionadas para a retirada do amianto dos telhados. Albino Poças considerou que o problema real da Escola EB 2,3 de Valongo era sobretudo de ampliação e acusou por sua vez o líder socialista de, enquanto deputado, também não ter demonstrado ter qualquer peso político. Jorge do Aido, da Coragem de Mudar, evocou Abril, em tom crítico da realidade atual: «Não se diga que por representar uma maioria de eleitores se governa em democracia». E fez ainda várias críticas pontuais à CMV. Nuno Monteiro, do Bloco de Esquerda denunciou o ataque ao Poder Local, em que depois de se terem extinto mais de um milhar de freguesias, são agora extintas as Assembleias Metropolitanas de Lisboa e Porto. E avisou que se prevê que o novo regime de arrendamento deve levar ao despejo de 40 mil famílias. Por fim manifestou-se contra as «candidaturas autárquicas fora da lei», matéria sobre a qual apresentou uma proposta de moção [ver mais à frente]. Adriano Ribeiro, da CDU, referiu a promessa de novo edifício da CMV no antigo quartel dos Bombeiros como

mera fumaça, denunciou a falsa resolução do problema do campo de jogos do Sporting Clube de Campo, questionou sobre informações a propósito da providência cautelar contra a fusão das freguesias de Sobrado e Campo e, finalmente, apresentou uma proposta de constituição de uma comisssão para fiscalizar a privatização das águas e saneamento. Daniel Gonçalves (PSD) anunciou um voto de pesar pela morte do ex-presidente da CMV João Moreira Dias. Orlando Rodrigues, do PS, responderia a Albino Poças, reafirmando a «falta de peso político» da CMV. E Alexandre Teixeira (CDS), lamentando a falta de público nas assembleias municipais, acusou a CMV de pouca divulgação destas. E manifestou-se ainda contra os ataques políticos pessoais [de Albino Poças a José Manuel Ribeiro]. «A Câmara está em campanha», acusou por fim. Albino Poças responder-lhe-ia que Alexandre Teixeira tem memória curta e que o seu desejo seria sentar-se num cadeirão. O deputado municipal do CDS responderia que nunca se ofereceu para nenhuma lista, mas que de facto, o CDS quer estar representado na Câmara Municipal, onde não tem assento. Após este período seguiram-se as respostas do presidente da CMV, João Paulo Baltazar. As respostas da Câmara O presidente da CMV começou por recordar a

Orlando Rodrigues a reunião havida em Ermesinde com o ministro da Educação, em que o compromisso daquele foi, assim que a Parque Escolar ou empresa semelhante reatasse funções, as escolas do concelho seriam de intervenção prioritária. E denunciou depois as obras sumptuárias realizadas nalgumas escolas, e que impediram, por falta posterior de meios, a intervenção noutras. Referiu que a entrega de 5 000 euros aos proprietários do terreno do Sporting Clube de Campo era um mínimo devido e que o clube também não tinha cumprido o acordo assinado em 2001. Adriano Ribeiro responderia que alterando o terreno da contrapartida para urbanizável, a CMV dava dois benefícios aos proprietários. João Paulo Baltazar responderia que os terrenos à esquerda e à direita tinham estatuto de urbanizáveis e que a CMV não fez nada de mais. Ordem do Dia Entrou-se de seguida na Ordem do Dia, sendo o primeiro ponto a merecer várias intervenções o relativo ao Relatório Final da comissão para a fixação dos limites das freguesias. Adriano Ribeiro sublinhou o bom desempenho desta comissão (não remunerada e proposta pela CDU), o contributo dos presidentes de Junta, e ainda o do técnico Manuel Santos. Castro Neves, da CDU, por sua vez, secundando os destaques de Adriano Ribeiro, salientou a prestação deste último. Luís Ramalho, presiden-

te da Junta de Freguesia de Ermesinde, salientou igualmente o conhecimento e ajuda de Manuel Santos. Seguiu-se a discussão das Contas Consolidadas da Câmara e Contas dos SMAES, com Nuno Monteiro do BE a anunciar desde logo a abstenção nos dois pontos. Adriano Ribeiro anunciaria quanto ao primeiro ponto, o voto contra da CDU. Rosa Maria Rocha (PSD) por sua vez, elogiaria a verdade do documento, anunciando o voto favorável. O voto de abstenção do PS foi, por suas vez anunciado por José Manuel Ribeiro, «de acordo com a orientação dos vereadores», que apontou ter-se ficado longe de uma execução a 100% do Orçamento, que a CMV nunca tinha explicado o encerramento das piscinas nem os resultados do Plano de Saneamento Financeiro. Por outro lado, passados três meses, continuava sem apresentar o relatório mensal de gestão devido, o que constituía gravíssima violação. Rosa Maria Rocha responderia que o fecho das piscinas foi explicado, que o PAEL tinha impedido maiores receitas e, passando ao ataque, acusou a freguesia de Campo de má gestão, por compra, cara, de terreno incluído na RAN. Alfredo Sousa, presidente da Junta de Freguesia de Campo, intervindo em defesa da honra, declarou-se «alarmado pela falta de dignidade» e respondeu que ele não tinha levado a freguesia de Campo à falência, como o PSD levou a Câmara. João Paulo Baltazar explicou que a execução o deixa-

va satisfeito, que o PS no passado também muitas vezes tinha subscrito as obras emblemáticas que agora acusa o PSD de ter promovido, e por fim acusou José Manuel Ribeiro de não ter propostas, mas se limitar a atacar os supostos erros dos outros. Acusaria ainda o PS de ter votado a favor do primeiro Plano de Saneamento Financeiro só por este incluir algumas obras que o PS defendia nas freguesias. Diomar Santos (PS) reagiria em defesa da honra, esclarecendo que aquilo que moveu o PS não foram as obras, mas que resolvessem as dívidas aos fornecedores. O documento viria a ser aprovado com 15 votos a favor (PSD, CDS e UPA), 16 abstenções (PS, BE e CM) e 1 voto contra (CDU). As Contas dos SMAES, por sua vez seriam aprovadas com 13 votos a favor, 17 abstenções e sem votos contra. Finalmente o Regulamento de Propaganda e Publicidade, depois de muita discussão e acertos, lá seria aprovado sem oposição Período final Foram ainda votadas uma série de propostas apresentadas pelos vários grupos parlamentares. Votação idêntica aprovaria o Mapa de Pessoal para 2013. Assim foi aprovada uma moção do Bloco de Esquerda “Democracia local não pode aceitar candidaturas fora da lei”, com 9 votos a favor, 14 abstenções e 6 votos contra. Rogério Palhau (UPA) que se absteve, faria uma declaração de voto em que afirmou estar de acordo com a ideia da moção,

mas que não a poderia aprovar por razões de ordem jurídica. Também Daniel Gonçalves (PSD) faria uma declaração de voto no qual considerou ser uma vergonha os partidos políticos terem deixado chegar as coisas a este ponto, quando há muito o podiam ter clarificado. Outra moção do BE, sobre a autonomia local, seria igualmente aprovada, com 13 votos a favor e 16 abstenções. Finalmente, uma terceira moção deste partido, sobre o arrendamento urbano, seria chumbada por 15 votos contra, 5 abstenções e 9 votos a favor. Um voto de louvor do PSD aos Bombeiros Voluntários de Valongo foi aprovado por unanimidade, tal como o voto de pesar igualmente apresentado pelo PSD relativo à morte do ex-presidente João Moreira Dias. A Mesa da Assembleia Municipal de Valongo (AMV) apresentou ainda um voto de louvor relativo ao trabalho de fixação dos limites das freguesias, também aprovado por unanimidade. Foi aprovada ainda, por unanimidade, uma proposta de deliberação da CDU para a constituição de uma Comissão Eventual de Avaliação da privatização dos serviços de águas e saneamento. No ponto destinado ao público interveio Celestino Neves, que considerou pouco amigável o site da Câmara, já que este imporia um browser proprietário da Microsoft, sendo hostil para outras soluções. João Paulo Baltazar responderia que a CMV irá melhorar a acessibilidade do site, criando uma ferramenta colaborativa para os utilizadores.


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A Voz de Ermesinde •

Destaque

CÂMARA

MUNICIPAL

DE

VALONGO

30 de abril de 2013

Propaganda política... a escaldar!

FOTOS URSULA ZANGGER

No passado dia 18 de abril reuniu a Câmara Municipal de Valongo para discutir algumas questões pendentes, sendo as mais importantes uma proposta de regulamento municipal de atividades dispersas e o regulamento municipal de publicidade e propaganda política, tendo sido este último objeto de muita controvérsia política a propósito da intervenção do Partido Socialista neste assunto. LC

Com o início da sessão a redefinir a Ordem de Trabalhos – retirado um ponto e acrescentados vários, de alteração ao Orçamento e de interrupções de trânsito devido a eventos próximos, até demasiado próximos, já que pelo regulamento camarário as propostas chegadas já deveriam há muito ter dado entrada na Câmara – apenas Afonso Lobão (e naturalmente o presidente João Paulo Baltazar em resposta) usou da palavra no período antes da Ordem do Dia. O vereador independente chamou a atenção para o estado lastimoso dos passeios na Quinta da Lousa, uma urbanização cuja qualidade de vida ficou muito aquém das expetativas ali criadas aos munícipes. João Paulo Baltazar responderia que os promotores da urbanização, por necessidade de a valorizar no imediato, tinham optado por plantar árvores de crescimento rápido, que logo passados alguns anos começam a danificar irremediavelmente os passeios. Referiu que a Câmara tem estado, em vários locais, e fá-lo-á igualmente na Quinta da Lousa a substituir as árvores, que serão transplantadas para outro local, por

citrinos, que além de não danificarem os passeios, não são árvores de folha caduca, o que coloca ainda outros problemas à autarquia. Passou-se logo de seguida à discussão da proposta de regulamento municipal de atividades dispersas, com Pedro Panzina, da Coragem de Mudar, desde logo a colocar algumas dúvidas sobre o interesse e oportunidade de regular atividades como as de guarda-noturno, vendedor ambulante de lotaria ou arrumador de carros. Além do mais, no concreto, os potenciais destinatários do regulamento nem caberiam nele. Também Maria José Azevedo, da mesma força política, defendeu que seria preferível nem regulamentar. E apontou o caso dos arrumadores, cuja atividade que muitas vezes constituía quase uma coação sobre os automobilistas, não deveria ser caucionada. Pedro Panzina também chamou a atenção para o facto de alguns potenciais destinatários – cidadãos comunitários – terem vedado ao acesso a atividades como as de deputado, polícia, veterinário municipal, e no caso que aqui interessava, guarda noturno. João Paulo Baltazar, após informar estar a decorrer um

concurso para guardas noturnos, propôs a retirada do ponto para maior esclarecimento e eventual introdução de alguns ajustes. Regulamento municipal de publicidade e propaganda política Coube ao vereador Sérgio Sousa a apresentação deste regulamento, o qual vinha de novo à reunião da Câmara após esgotado o período de consulta pública sem ter havido qualquer proposta de alteração. Luísa Oliveira, do Partido Socialista, apresentou contudo uma questão: a do parecer negativo da Comissão Nacional de Eleições (CNE), que considerava poder o referido regulamento, nalguns pontos, estar ferido de inconstitucionalidade. Perante esta posição, Sérgio Sousa manifestou a sua surpresa, já que nem na anterior reunião da Câmara, nem no período de consulta pública, o PS se tinha manifestado contra, ao que Luísa Oliveira responderia que, nessa altura, o PS não conhecia o parecer da CNE. João Paulo Baltazar precisou que, após a proposta de re-

gulamente ter recebido aprovação unânime na Câmara, houve uma denúncia do regulamento à CNE por parte do presidente da Concelhia do PS, cuja única preocupação seria a de criar factos políticos, sem preocupações de ética. «Tem que haver coluna vertebral!», comentou.

sobre o assunto. Com a polémica instaurada e a azedar-se, coube ao socialista José Luís Catarino pôr um pouco de água na fervura. «Não há intenção de criar problemas», garantiu, mas «o parecer da CNE diz taxativamente que a lei não dá a possibilidade de de-

Polémica ainda acerca do facto de o presidente da Câmara ter sido notificado ou não, já que dizia não ter conhecimento de nenhuma posição contrária ao regulamento. Luísa Oliveira afirmava ter sido notificado da posição da CNE, João Paulo Baltazar afirmava apenas ter sido avisado por e-mail, da entrega da denúncia, e a perguntar se se queria pronunciar

finir lugares proibidos de propaganda. E não podemos incorrer no perigo de inconstitucionalidade do regulamento». Maria José Azevedo colocou então a questão de se saber se o parecer da CNE seria ou não vinculativo. Além do mais ele apontava que os potenciais lesados poderiam recorrer aos tribunais. Seriam então estes e não a

CNE que deveriam pronunciarse pela inconstitucionalidade ou não do regulamento. Pedro Panzina, por sua vez, apontou que o dirigente do PS, mesmo sabendo que a autarquia iria reunir a 7 de março, e conhecendo a agenda da autarquia, no dia 5 de março fez seguir a denúncia para a CNE, o que considerou inqualificável. Apontou depois que o parecer desta não seria vinculativo, e mesmo que haver um regulamento, só por si não provocava lesão. Apontou também que todas as candidaturas, nas eleições anteriores, tinham violado o regulamento, sem que qualquer delas tivesse sido penalizada por isso. Regulamento que, por sua vez, acrescentou João Paulo Baltazar, teria resultado de um acordo PSD/PS. Colocado à votação foi a proposta aprovada por 6 votos a favor (PSD, Coragem de Mudar e Afonso Lobão, e 2 abstenções, do PS). Foram ainda aprovados, por unanimidade, o regulamento de esplanadas, várias declarações de caducidade de obras, várias interrupções de trânsito e a 2ª alteração ao orçamento, questão que, como frisou João Paulo Baltazar, era meramente administrativa.

Contas dos SMAES e Vallis Habita aprovadas LC

A sessão da Câmara Municipal de Valongo (CMV), realizada no dia 12 de abril (inabitualmente a uma sexta-feira) viu a aprovadas as contas de gestão do Município, da Vallis Habita e dos SMAES, umas e outras contudo alvo de críticas, que valeram a abstenção das forças da Oposição. Aprovado foi ainda a alteração ao Mapa de Pessoal e a abertura de procedimentos concursais para o preenchimento de cargos de chefia. Sem intervenções antes do período da Ordem do Dia, deu-se início à discussão dos pontos em

agenda, o primeiro dos quais seriam as contas da Vallis Habita. Pedro Panzina usou da palavra, primeiro para protestar sobre a maneira como estas contas estavam apresentadas, com gráficos que tornavam incompreensíveis a sua leitura, depois para voltar a frisar o seu desacordo com a forma enganadora como a Vallis Habita contabiliza o valor patrimonial dos edifícios, encobrindo o défice real das suas contas. Este ponto e seguinte, acerca da aplicação do resultado líquido das contas de exercício da Vallis Habita foi aprovado com 4 votos a favor (PSD) e 4 abstenções (2

PS e 2 Coragem de Mudar, CM, estando ausente o vereador independente Afonso Lobão). A criação de um regulamento de fundos de maneio foi aprovada de seguida, pacificamente, por unanimidade. Seguiu-se a discussão das contas consolidadas do município de Valongo, com João Paulo Baltazar a esclarecer que o resultado líquido negativo de 6 milhões de euros resultava, sobretudo, da amortização da dívida, mas que em termos de resultado de exploração se tinham feito grandes progressos, com a redução das despesas em 700 mil euros de ilumi-

nação, 300 mil euros com o encerramento das piscinas de Campo e Sobrado e 400 mil euros nas concessões contratadas. João Paulo Baltazar acrescentou ainda que as verbas do PAEL só chegaram em 2013 e que, além disso, as contas refletem também a situação não só do município de Valongo, mas do “ecossistema”, permitindo por isso um sentimento de «satisfação moderada». O presidente da CMV sublinhou ainda algumas alterações introduzidas no serviço aos munícipes, garantindo que a autarquia teria nesse serviço, de forma global, a sua grande preocupação.

A socialista Luísa Oliveira, pelo seu lado, sublinhou o resultado líquido negativo, verificado mais uma vez, apontou que a redução da dívida era sobretudo com a banca e não com os fornecedores, e terminou desejando que «a Câmara se encontrasse tão bem como a Junta de Freguesia de Valongo, que apoia as pessoas e não tem dívidas». Pedro Panzina, ao invés do documento da Vallis Habita, elogiou a apresentação deste e apontou que grande parte destes resultados derivava das contas dos SMAES. Em geral apontou que as contas refletem com verdade

a situação financeira do município, exceção feita às contas já referidas da Vallis Habita. Mas concordando com a “verdade” dos documentos, discordava contudo da sua realidade. O documento seria aprovado com 4 votos a favor (PSD) e 4 abstenções (2 PS + 2 CM). Discutiram-se a seguir as contas dos SMAES, cuja votação teve idêntico desfecho. Aprovou-se depois a alteração ao Mapa de Pessoal da Câmara e a abertura de procedimentos concursais para provimento de cargos de direção na Câmara, com 6 votos a favor (PSD + CM) e 2 abstenções (PS).


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• A Voz de Ermesinde

Destaque

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• CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO • Assembleia Municipal de Jovens chama a atenção para vários problemas no Município FOTO MAD

MAD

Como vem sendo habitual nos últimos anos, teve lugar no Auditório António Macedo em Valongo, ao início da noite do passado dia 24 de abril, mais uma edição da Assembleia Municipal de Jovens, uma iniciativa da Assembleia Municipal de Valongo que assim pretende “ensinar” os jovens a saberem intervir em democracia, criticando junto do poder local (Assembleia Municipal e Câmara Municipal) e das forças políticas (estiveram presentes dirigentes de todos os quadrantes políticos com assento na Assembleia Municipal) tudo aquilo que consideram estar menos bem neste município e, nalguns casos, recomendando soluções. Deve dizer-se, em abono da verdade, que este ano maior número de pessoas testemunhou ao vivo o desempenho dos jovens deputados, conforme fez notar o Presidente da Assembleia nas suas palavras de congratulação pelo sucesso do evento. Depois de curtas palavras dos líderes políticos (PPD/PSD, Coragem de Mudar, CDS/PP, PS, CDU, Bloco de Esquerda e um Presidente de Junta eleito em lista de cidadãos independentes)

que estimularam os jovens a serem determinados nas suas intervenções e críticas, foi a vez de “desfilarem” os 7 estabelecimentos de ensino, que este ano aderiram a este Projeto e que foram os seguintes: EB 2,3 de Campo, Agrupamento de Escolas Vallis Longus, Escola Secundária de Ermesinde, Agrupamento de Escolas de Alfena, Escola D. António Ferreira Gomes, CENFIM – núcleo de Ermesinde e Agrupamento de Escolas de Valongo. Logo a primeira escola recordou ao Presidente da Câmara, João Paulo Baltazar que esteve presente em toda a sessão, as necessidades em termos de desporto, lazer e ambiente que sentem os munícipes residentes em Campo, bem como a urgência da antiga estrada nacional n.º 15 ser dotada de passeios e passadeiras para maior segurança dos muitos transeuntes que por ela quotidianamente se deslocam. O Agrupamento de Escolas Vallis Longus explanou a questão da educação ambiental tão cara a este segmento da população e deu interessantes sugestões. O jovem “deputado” da Escola Secundária de Ermesinde

reivindicou uma Casa da Juventude digna para este dinâmico grupo da cidade e apresentou algumas críticas pontuais para maleitas da cidade, designadamente o eterno problema do antigo cinema de Ermesinde – um edifício cada vez mais degradado, bem no centro desta cidade. O Agrupamento de Escolas de Alfena falou de vários

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aspetos que preocupam a juventude daquela novel cidade do Município, designadamente da reabilitação do antigo cinema que, conforme mostraram com a exibição de várias fotos, se encontra em adiantado estado de degradação. Os jovens “deputados” da escola ermesindense D. António Ferreira Gomes trouxeram ao

“parlamento” municipal vários assuntos, nomeadamente o velho problema do Museu da Cidade, o estado de alguns espaços ajardinados, designada mente o largo onde se fazia a antiga Feira de Ermesinde e a proteção das jazidas de fósseis do alto dos Montes da Costa. Seguiu-se o Cenfim - núcleo de Ermesinde (único estabele-

cimento de ensino privado a fazer-se representar), que levou aos ouvidos dos políticos locais um problema que afeta a juventude da cidade, mas também toda a sociedade - o tráfico de droga em várias zonas da Ermesinde, que identificou. Recomendou, ainda que as autoridades providenciem, junto da Brisa, a colocação de um placard eletrónico no acesso ao nó da A4 em Ermesinde, para informar os condutores sempre que haja um acidente na A4, evitando assim o aglomerar de filas intermináveis que prejudicam muitas pessoas no cumprimento do seu dever de pontualidade. Terminaram as intervenções os jovens do Agrupamento de Valongo, que trouxeram à Assembleia alguns dos “ex-libris” da cidade, no campo da natureza e da gastronomia, que importa valorizar no sentido de atrair cada vez maior número de turistas. O Presidente da Câmara, interveio quase no final da sessão, elogiando o trabalho das escolas e dos professores envolvidos, demonstrando ter estado muito atento à sessão e prometendo que terá em conta todas as críticas feitas e sugestões apresentadas.

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30 de abril de 2013

Sessão política comemorativa do 25 de Abril na Junta de Freguesia de Ermesinde FOTOS LC

LC

Decorreu, aliás como já vem sendo habitual, no Auditório da Junta de Freguesia de Ermesinde, na manhã do dia 25 de abril, a comemoração da histórica data da Revolução dos Cravos. À tarde teve lugar a Corrida Juvenil comemorativa. Na sessão da manhã intervieram representantes de todos os partidos com assento na Assembleia de Freguesia de Ermesinde, o presidente da Junta e o presidente da Assembleia de Freguesia de Ermesinde. A nota mais comum nestas intervenções foi o lamento da situação presente e o consequente incumprimento de Abril. O primeiro a usar da palavra foi Adelino Soares, da CDU, que denunciou as tentativas malabaristas de destruição da Constituição e a alternativa vazia do “ora agora mandas tu, ora agora mando eu” entre o PSD e o PS, denunciou «os mesmos problemas da exploração». E continuou: «Mas fica o povo. Os trabalhadores, a população e muitos de nós aqui presentes que encaramos a nossa atividade solidária e militante na defesa das populações

com o assumir de muitos problemas que se colocam no dia a dia. Num tempo em que aumentam as dificuldades dos trabalhadores e do povo em geral. Com níveis de desemprego cada dia mais preocupante pelos dramas individuais e familiares que provocam e que nos empurram a caminho de uma cada vez maior pobreza. Ficamos muitos de nós, que vamos fazendo o Poder Local (...) a aguentar diretamente todos as dificuldades criadas por estas políticas de destruição dos nobres objetivos do 25 de Abril de 1974. Seguiu-se-lhe João Arcângelo, da Coragem de Mudar, que com uma intervenção igualmente muito crítica sublinhou que «comemorar Abril não pode ser um ato circunstancial». O representante da força política independente apontou ainda que hoje não há vergonha quando os jovens são obrigados a emigrar.Denunciou também que se vive hoje num país «supostamente livre, democrático e soberano», «sem rumo, sem esperança e sem dignidade», em que «cada vez são menos os que podem comemorar Abril». A letra D, apontou ainda, já não é de “democracia”, mas de “derrota” e “derrocada”.

E considerou ainda muito cáustico, que vivemos num «país onde o povo geme e já não grita, barafusta mas nada faz». Desejou, por fim, que nas próximas Autáqrquicas, o voto sirva para um momento de reflexão cívica. Também Tavares Queijo, do Partido Socialista, se não afastou deste registo muito crítico, que iniciou, aliás com uma referência aos “vampiros” de Zeca Afonso. Apontou depois a marca do PS em muitas das conquistas de Abril – o Sistema Nacional de Saúde, o parque escolar (aproveitando aqui para denunciar a atual situação da Escola Secundária de Ermesinde – que mais parece uma escola do 3º Mundo. «Passados 39 anos dizemnos que são os troikos que nos deixam uns trocos», gracejou, mas apontou que quando a Troika manda baixar os preços da energia, por exemplo, o Governo não o faz. E traçou depois um quadro geral da degradação social que está em marcha, referindo por exemplo que «os idosos não compram medicamentos, as crianças vão para a escola sem pequeno almoço», apelando por fim a um outro Abril, não pela força das armas, mas ainda «contra o capita-

lismo selvagem, a quem só interessam os números». Luís Vasques, do PSD foi o orador seguinte, bem menos cáustico que todos os anteriores. Preferindo apontar para a realidade local em vez de uma realidade nacional, como as vozes anteriores, e citando de novo John Kennedy, tal como no ano passado, apelou a que «não perguntem o que Ermesinde pode fazer por nós, mas sim o que é que podemos fazer por Ermesinde?». E foi apontando neste patamar mais micro, as conquistas dos últimos três anos, em que «os interesses gerais se sobrepuseram a qualquer interesse particular». Luís Vasques defendeu ainda «uma sociedade civil livre mas mais ativa» e «uma cultura de responsabilidade». E advogando uma posição bem mais próxima da linha do Governo, ao contrário dos oradores anteriores, apontou que «O Estado tem de ser sustentável – tem que se mudar tudo o que possa ser um entrave. É necessário libertarmo-nos de estigmas e ortodoxias. Sim ao carácter ao método, à inovação». E defendeu depois a gestão social-democrata em Ermesinde: «O PSD está concentrado em Ermesinde no que é essencial,

adiando projetos que consumiriam recursos». E terminou afirmando que, em Ermesinde, «os ideais políticos reformistas tiveram êxito, conseguido o consenso» [numa referência ao que tem sido a posição do PS local]. «O lema foi cumprido: A Vitória de todos!». Foi então a vez do presidente da Junta de Freguesia, Luís Ramalho, afirmar que «continuamos à procura da forma de podermos ser livres». E referiu alguns dos limites dessa liberdade, as cadeias de supermercados, a publicidade enganosa, a televisão. E retomando uma ideia já expressa por Luís Vasques, apontou que Abril é liberdade e responsabilidade. Criticou depois os críticos que não votam. E a partir de um pequeno cravo feito na escola pelo seu próprio filho, considerou que o Estado do País era como aquele cravo, «preso por arames e frágil como o papel de celofane». Mas terminou com uma palavra positiva: «Abril é esperança e renovação de votos». O último orador foi o presidente da Assembleia de Freguesia de Ermesinde, Raul Santos. Começando por lembrar que este era o último 25 de Abril

deste mandato, recordou, ao contrário do presidente da Junta, muito mais jovem, a sua vivência da data histórica do 25 de Abril, a concentração das pessoas na Rua do Heroismo, a libertação dos presos políticos, a caça aos pides, alguns tiros ainda disparados pela polícia afeta ao regime, felizmente sem consequências. Referiu depois o surgimento do Portugal democrático, «o sonhar constante» e também «a democracia que virou anarquia, culpa da quantidade de grupos partidários que se formaram». Para, a seguir, e referindo-se aos dias de hoje, os qualificar como o «período mais negro da história dos Portugueses desde que foi instalada a democracia». E exemplificou, entre outros com estes dados: «Os jovens, hoje mais habilitados para o mercado de trabalho, são convidados a emigrar» e os que não saem não têm outro remédio senão sobrecarregar a reforma dos pais. É uma «autêntica tragédia, sem fim à vista, fruto de uma crise europeia (...), mas «principalmente pelas políticas de austeridade que nos impuseram». No final, o presidente da Junta anunciou o restante programa da comemoração.

Memórias Partilhadas abrem comemorações da Revolução dos Cravos MIGUEL BARROS

Noite primaveril a dar início às comemorações do 39º aniversário do “25 de Abril” na nossa cidade. Recorrendo ao idílico parque urbano como cenário, a Junta de Freguesia de Ermesinde (JFE) levou a cabo na noite de 24 o espetáculo intitulado “Memórias Partilhadas”, protagonizado por três nomes bem conhecidos do meio artístico nacional, Francisco Mendes (filho do cantor e compositor Carlos Mendes), José Fanha, e António Palma. No anfiteatro – ao ar li-

vre – do recinto os três convidados deram vida a um leque de histórias – muitas delas alusivas, claro está, à época do 25 de Abril de 1974 – transformadas numa mescla de música e poesia. Conjunto de músicas e poemas que foram sendo “atirados” de forma alternada para a bem composta plateia – onde sobressaíam algumas figuras locais, casos dos presidente da JFE, Luís Ramalho, e da mesa da Assembleia de Freguesia de Ermesinde, Raul Santos – numa espécie de diálogo a três, onde as músicas revisitadas pela

voz de Francisco Mendes – interpretou temas de Carlos do Carmo (“Os Putos”), Dany Silva (“Branco Velho, Tinto e Jerupiga”), Francisco José (“Olhos Castanhos”), ou Trovante (“Ser Poeta”), eram adornadas pelo poeta e declamador José Fanha (declamou, entre outros, poemas de João Villaret, Jorge Lima, ou Rosa Lobato Faria), sempre acompanhados pela suavidade do piano de António Palma. Se tivéssemos de descrever numa só palavra este espetáculo diríamos que foi: memorável.

FOTO JFE


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• A Voz de Ermesinde

Destaque

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• NOTÍCIAS DO CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE •

Relatório e Contas do Centro Social de Ermesinde aprovados por unanimidade LC

Mais uma vez com a afluência de um reduzido número de associados – e tal facto levou mesmo o presidente da Mesa da Assembleia Geral, José Maria Ferreira dos Santos, a fazer um apelo aos sócios para uma maior participação – a Assembleia Geral do Centro Social de Ermesinde viu aprovadas as Contas e Atividades apresentadas pela Direção que, em intervenção do seu presidente, Henrique Queirós Rodrigues, traçou, em linhas gerais um quadro da situação atual da IPSS, os seus constrangimentos e as suas conquistas. Assim o presidente, começando por destacar os resultados de exploração positivos – com um saldo superior a 25 mil euros –, resultados positivos estes repetidos pelo terceiro ano seguido, alertou para que a instituição não se deixasse distrair de «outros factos, causadores de constrangimentos».

Salientou o quadro externo, que entre outras coisas arrastou com ele a comparticipação das famílias, a dificuldade, neste enquadramento, de diminuir significativamente, a dívida ao fornecedores e à banca, mesmo

assim com substancial diminuição da dívida, uma e outra. Apontou depois os pontos mais críticos deste exercício, ATL, Formação Profissional e jornal “A Voz de Ermesinde”. Explicou a situação tran-

CONDURIL -

sitória referente ao Centro de Formação (pelo desmantelamento dos Centros Novas Oportunidades), valência esta que apontou contudo como atuando numa área que é fulcro «de uma instituição como a nossa». FOTO URSULA ZANGGER

Relativamente ao jornal apontou um caminho de aumento de receitas, pelo alargamento da rede de leitores e assinantes e por uma mais eficaz cobrança quer a assinantes quer a anunciantes. Referiu a adesão do CSE ao Plano de Emergência Social e a colaboração com a Câmara Municipal de Valongo no fornecimento de refeições escolares. Destacou depois o que foi alcançado pela instituição em termos do processo de certificação de qualidade, agradeceu a dedicação dos trabalhadores e encerrou a sua intervenção com um agradecimento a várias instituições pela sua cooperação – Câmara de Valongo e Junta de Freguesia de Ermesinde, Centro de Emprego de Valongo, Delegação Regional do IEFP e Centro Distrital da Segurança Social do Porto. Após apresentada a posição da Direção passou-

se à discussão do Relatório e Contas, que foi aprovado por unanimidade. Artur Carneiro, presidente do Conselho Fiscal, leu depois o parecer deste órgão, que ressaltou o «controlo rigoroso dos custos e dos resultados de exploração promovido pela Direção» e elogiou a qualidade dos documentos ali apresentados. O Parecer do Conselho Fiscal chamou a atenção, contudo, para a situação financeira negativa do jornal “A Voz de Ermesinde”, «colocando, mais ano menos ano em causa a sobrevivência do Centro Social de Ermesinde». O mesmo órgão apelou ainda à Direção para «equacionar a sua continuidade», embora fosse favorável à sua sobrevivência, «mas em moldes diferentes dos atuais». Finalmente o Parecer salientou «“Alguém” que manifestamente se excedeu, em silêncio» – os colaboradores do Centro Social de Ermesinde.

CONSTRUTORA DURIENSE, S.A.


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A Voz de Ermesinde •

Literatura

30 de abril de 2013

• A VOZ DAS PALAVRAS • A VOZ DAS PALAVRAS • A VOZ DAS PALAVRAS •

Eugénio: alguns traços fronteira do silêncio / a mão ilumina a terra inacabada / Interminavelmente».

RICARDO SOARES (*)

herança que Eugénio de Andrade nos deixa é incalculável, poucas haverá tão fecundas para a cultura portuguesa: mais de duas dúzias de livros de poemas, três ou quatro livros de prosas mais ou menos poéticas, dois livros para crianças, várias antologias, com destaque para a Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa, várias traduções, sobretudo de poetas – desde a grega Safo a contemporâneos seletos. Por algum motivo Eugénio era, depois de Pessoa, o poeta português mais estudado e traduzido, pois já foi traduzido, e com sucesso, em mais de duas dezenas de línguas, incluindo o letão, o servo-croata, o russo, chinês, japonês. E não admira que a sua produção tenha merecido medalhas, condecorações e prémios nacionais e internacionais, com destaque para o Prémio Camões, que ele recebia com agrado mas que rapidamente esquecia, logo se entregando com humildade ao seu minucioso trabalho com as palavras. Eugénio não nos deixou só um legado literário, de uma poesia que soube conciliar o antigo e o moderno, o oral e o escrito, o popular e o culto, a cultura ocidental e a oriental; deixou-nos também o exemplo de um homem íntegro, rigoroso, devotado à causa da Justiça, da Verdade ou do Amor, implacável inimigo da frivolidade, da mentira e da hipocrisia e firme no cumprimento do dever. Nunca lhe faltou o gosto em viver nem desdenhou o prazer do corpo que tanto celebrou, e pôde até fazer, como nunca em português alguém fizera, o elogio do sorriso:

Neste poema, como em muitos outros, a palavra é como que um recorte do silêncio eterno. É uma poesia cristalina, que valoriza a palavra, quer no seu valor imagético-simbólico, quer rítmico, sendo a musicalidade um dos aspetos mais marcantes, aproximando-a, assim, do lirismo primitivo da poesia galaico-portuguesa ou, mais recentemente, do simbolismo de Camilo Pessanha. Marcada por um lirismo puro, carregado de metáforas luminosas que harmonizam o amor e os quatro elementos primordiais: água, terra, ar, fogo. Exemplo: Fogo: verão. Água: fonte, rio, mar. Ar: vento, música, poesia. Terra: ruralidade, casa, mãe, corpo, criança, pastor; reino vegetal (frutos, rosa...); reino animal. Há a perspetivação da música entendida como metáfora da poesia. A essência de uma poesia/música provém de um obsessivo labor em relação ao qual o poeta, implícita ou explicitamente, convoca o modelo analógico de ordem musical. «Reescrevo os textos obsessivamente. Em mim o ataque do poema é da ordem musical. Uma palavra é como a nota que procura outras

«Entre a folha branca e o gume do olhar/ a boca envelhece / Sobre a palavra /a noite aproxima-se da chama / Assim se morre dizias tu/ Assim se morre dizia o vento acariciando-te a cintura / Na porosa

«Toda a manhã procurei uma sílaba. / É pouca coisa, é certo: uma vogal, / uma consoante, quase nada. / Mas faz-me falta. Só eu sei / a falta que me faz.» Esforço, equilíbrio, capacidade de haurir as lições dos grandes mestres do passado (desde Homero), renovando-as e afeiçoando-as ao tempo presente, numa escrita despojada, mas também musical e fluida. A Casa, muitas vezes descrita na poesia de Eugénio, assume lugar da mãe e do corpo. A habitabilidade augura o preenchimento, a totalidade. A casa desabitada (porta fechada, casa na chuva...), sinal da ausência da mãe, é lugar de desproteção e abandono, e, portanto, metáfora do vazio. O Tempo assume uma importância constante em toda a sua obra. Essencialmente há três linhas segundo a metáfora vitalista: a infância, a idade madura (onde se instaura a coincidência estrutural que faz representar a idade como verão) e por fim o declínio. Outra característica sonante é o fluir da água, que simboliza o fluir do tempo e supõe uma ideia de percurso. Um procurado universo de água equivalente de um universo do desejo, do materno e da poética. O chamamento do mar (o ir e vir das marés) é materno. «O mar. O mar novamente à minha porta. / Vi-o pela primeira vez nos olhos / de minha mãe, onda após onda, / perfeito e calmo, depois, / contra falésias, já sem bridas…»

«Apetecia / entrar nele, tirar a roupa, ficar / nu dentro daquele sorriso. / Correr, navegar, morrer naquele sorriso.» Para o Poeta “a morte é tão pouco”. Aliás, como ele também disse, o que mais nos deve doer não é a morte, «é o que nos divide e mata / antes de morrer”. Há no poeta uma interessante dicotomia entre palavra e silêncio, sendo que aquela se apresenta, face ao todo do corpo poético, como uma característica forma de silêncio. No poema "Sobre a palavra" isso é bem visível quando se lê:

O acto de criação é de natureza obscura, nele é impossível destrinçar o que é de razão e o que é do instinto, o que é do mundo e o que é da terra; o acto poético é o empenho total do ser para a sua revelação; o poema é conquistado sílaba a sílaba. Particularmente expressivo é o poema “A Sílaba”:

FOTO ARQUIVO

para o acorde perfeito». A metáfora da música revela a dimensão ontológica e a idealidade de um mundo ordenado por uma harmonia e equilíbrio essenciais, de profundas ressonâncias maternas. O poema, que congrega todos os elementos, aspira ao ideal de perfeição; como música verdadeiramente elementar.

A poesia fez o prodígio de Eugénio de Andrade, Eugénio de Andrade fez o prodígio da sua poesia: deixou-nos poemas e versos que não ressuscitam os mortos mas são ardor, fulgor, vigor e amor; amor que envolve pessoas, coisas, palavras; palavras que nos ajudarão a viver melhor e contribuirão para que a terra seja cada vez mais habitável. (*) avozdasp@gmail.com

Breves • 20 de Maio às 18h30 - Lançamento do livro "O Mundo de Enid Blyton", de Alice Vieira. Livraria LeYa na Buchholz, Lisboa. • À quinta edição o Prémio Leya (100 mil euros) vai pela segunda vez para um autor português: Nuno Camarneiro, de 35 anos, vence com “Debaixo de Algum Céu”. A cerimónia de entrega do Prémio LeYa será presidida pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e está marcada para 8 de maio, em Lisboa.

• Está à venda nas livrarias o novo romance de Manuel Alegre, "Tudo É e não É", editado pelas Publicações Dom Quixote, um livro diferente e perturbador, escrito a partir de sonhos, porque, como diz o autor, citando Shakespeare, "somos feitos da mesma matéria de que são feitos os sonhos."

• Já está nas livrarias o novo livro de crónicas de Miguel Esteves Cardoso, intitulado “Como é linda a puta da vida” - a primeira coleção de crónicas publicadas pela Porto Editora –, e ainda outras quatro novas edições: “A causa das coisas”, “O amor é fodido”, “Os meus problemas” e “Explicações de Português explicadas outra vez”. • Curso de Escrita Criativa – carga horária de 14 horas, na Academia Apamm de Ermesinde. Contactos: tlf220924475, tlm-918963100; morada: Rua José Joaquim Ribeiro Teles, n.º 545, 4445-485 Ermesinde; email: ermesinde@academiaapamm.com


30 de abril de 2013

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Desporto

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Suplemento de "A Voz de Ermesinde" N.º 904 • 30 de abril de 2013 • Coordenação: Miguel Barros

ENTREVISTA...

Formiga prepara o regresso ao ativo FOTO MANUEL VALDREZ

A União Desportiva e Recreativa da Formiga está viva, ao contrário do que muita gente possa pensar. Quem o diz é a Comissão Administrativa que neste momento guia os destinos de um clube que se prepara para terminar a longa travessia no deserto trilhada ao longo do último ano e, em breve, voltar ao ativo.

Ermesinde SC confirma descida de divisão


II

A Voz de Ermesinde •

Desporto

30 de abril de 2013 BASQUETEBOL

ATLETISMO

Cerca de duas centenas de jovens deram vida a mais uma Corrida Juvenil "25 de Abril" FOTOS MANUEL VALDREZ

MB

Agostinho Pinto entre os 100 melhores treinadores da história! MB

Cerca de duas centenas de crianças deram vida a mais uma edição da Corrida Juvenil "25 de Abril", certame como habitualmente acontece chancelado pela Junta de Freguesia de Ermesinde (JFE). Ocorrida durante a tarde das comemorações do 39º aniversário da "revolução dos cravos" a prova transformou as imediações da edilidade ermesindense num imenso mar de alegria, ambiente criado não só - mas sobretudo - pelas cerca de duas centenas de crianças oriundas de diversos estabelecimentos escolares de ensino básico da nossa cidade, mas também pelos respetivos progenitores que as acompanhavam e que vibraram de orgulho com as façanhas atléticas dos seus rebentos. Entre a multidão vislumbraram-se algumas figuras locais, entre outros o presidente da JFE, Luís Ramalho, que se fazia acompanhar não só de outros membros do executivo como também da Assembleia de Freguesia de Ermesinde, o presidente da Câmara de Valongo, João Paulo Baltazar, e José Manuel Ribeiro, o já anunciado candidato do Partido Socialista à autarquia valonguense. Poder político que assistiu então a uma série de animadas e bem disputadas corridas, cujo percurso contemplava metade da avenida da Junta e parte da Rua D. António Ferreira Gomes, junto às escolas Secundária e de S. Lourenço. Novidade na prova deste ano foi o parceiro escolhido pela Junta para o auxílio na organização do cada vez mais popular evento desportivo, o qual deu pelo nome de Clube Zupper, coletividade local cujo dinamismo na prática do desporto e agora também na ajuda à edificação de competições a nível local tem sido por demais evidente ao longo dos últimos tempos. Finalmente, os nomes dos vencedores da Corrida Juvenil "25 de Abril": Pinguins masculinos: José Miguel Pereira; Pinguins femininos: Alexandra Maria Araújo; Infantis "A" masculinos: Leonardo Henrique Martins Vaz; Infantis "A" femininos: Marta Cruz Meneses; Infantis "B" masculinos: João Luís Alves Perdigão; Infantis "B" femininos: Ana Sofia Figueirinha Fagundes; Iniciados masculinos: João Pedro Esmoriz da Silva; Iniciados femininos: Sofia Alexandrina Carneiro; Juvenis masculinos: Rafael Ferreira de Sousa.

CORRESPONDENTES CORRESPONDENTES M-SE! A S I C E R P

SE TEM UM GOSTO PARTICULAR POR ALGUMA MODALIDADE E GOSTA DE ESCREVER, PORQUE NÃO NOS AJUDA A FAZER UM

Incontornável figura da história do Clube de Propaganda da Natação (CPN) Agostinho Pinto foi neste final de abril nomeado pelo sítio "Planeta Basket" como um dos 100 melhores treinadores de basquetebol da história, no que ao plano nacional diz respeito. Segundo o "Planeta Basket" - conceituado jornal on line dedicado à modalidade - esta iniciativa - de nomear os melhores treinadores - visa mencionar os técnicos que ao longo dos últimos 100 anos contribuíram para o desenvolvimento do basket em solo lusitano.


30 de abril de 2013

• A Voz de Ermesinde

Desporto

III

ENTREVISTA COM A COMISSÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO DESPORTIVA E RECREATIVA DA FORMIGA

Travessia no deserto do Formiga tem os dias contados Há um ano atrás, mais coisa menos coisa, andavam nas bocas do mundo, graças ao surpreendente trajeto percorrido nos campeonatos distritais da Associação de Futebol do Porto (AFP), onde pela primeira vez na sua história marcavam presença. Terminada a - boa - temporada futebolística o céu desabou sobre a coletividade! O timoneiro que guiou a nau do clube ao longo dos últimos seis anos decidiu sair, alegando motivos pessoais e profissionais, e posteriormente, a pouco e pouco, outros seus pares seguiram-lhe o exemplo. A nau ficou então como que à deriva, isto é, sem uma Direção, o que levou a um desaparecimento do mapa desportivo local desde então. Na ausência de uma solução diretiva a coletividade passou a ser guiada por uma comissão administrativa de três elementos, os três últimos resistentes (!), que procuram agora arrumar a casa e abrir novamente as portas do clube à cidade que continua a chamar por eles. Esta breve sinopse retrata a atualidade da União Desportiva e Recreativa da Formiga, emblema ermesindense que o nosso jornal visitou este mês de abril, e que junto dos seus responsáveis testemunhou que apesar dos muitos obstáculos que presentemente se atravessam no seu caminho, o popular Formiga tem planos para no futuro próximo regressar ao ativo. MIGUEL BARROS

Contrariamente ao que muita gente possa pensar no seio da nossa comunidade, o Formiga não morreu, está vivo. Quem o diz são dois dos três elementos que compõem a Comissão Administrativa (CA) que por estes dias vai mantendo a porta do clube entreaberta. Francisco Araújo e Joaquim Neto, foram os responsáveis formiguenses (o terceiro elemento da comissão, Paulo Rodrigues, esteve ausente por motivos profissionais) que nos receberam na pequena sede da coletividade, onde o futebol seria o primeiro tema a saltar para cima da mesa de conversa. Ainda fresca na memória de todos está a campanha realizada em 2011/12, a época em que o Formiga decidiu arriscar - pela primeira vez na sua história - participar nos campeonatos distritais da AFP, e para um principiante certo é que as coisas até correram muito bem. «Fizemos uma primeira volta espetacular, como comprova o quarto lugar que ocupávamos na classificação. Antes de começar a segunda volta estávamos a ver que íamos ficar sem 6 ou 7 jogadores - que eram cobiçados por outros clubes - mas no entanto acabariam por ficar, pois mesmo não lhes dando dinheiro, a única coisa que lhes dávamos era um sumo e uma sandes no final de cada jogo, eles gostavam de aqui estar, conseguindo cativá-los com o espírito de amizade que reinava dentro do clube. Tínhamos um ambiente espetacular». Como fazem questão de sublinhar, o futebol colocou o ego do clube lá em cima, e a popularidade deste junto da população - em especial das zonas da Formiga e dos Montes da Costa crescia de jogo para jogo. «Éramos seguramente dos clubes do concelho de Valongo que mais adeptos levava quando jogava fora de casa. Organizávamos excursões com 70 ou 80 pessoas sempre que íamos fora. Além de um grande espírito de amizade tínhamos uma boa organização. Todas as pessoas se apercebiam do nosso bom trabalho. Sabiam que não tínhamos muito dinheiro, e mesmo assim fizemos um trabalho reconhecido por todos. Davam-nos

valor, e estamos em crer que se tivéssemos permanecido no 4º lugar até final do campeonato teríamos subido à 1ª Divisão Distrital, de acordo com a reestruturação feita pela AFP no final da época, e hoje poderíamos estar a jogar com o Alfenense e estar mais próximos do outro clube da cidade que se dedica ao futebol, o Ermesinde. Teria sido espetacular ver o Ermesinde e o Formiga na mesma divisão…». Contudo, do sonho à realidade por vezes o caminho é longo e sinuoso, e o futebol acabou por ser a pedra no sa-

que saiu caro ao clube. E embora sublinhem que o Formiga nada deve a ninguém, que o saldo da sua contabilidade é atualmente positivo, curto, mas é, o que é certo é que não era sustentável continuar a suportar a modalidade por mais um ano. A conjuntura económica do país assim o dita, pois se no passado recente o comércio vizinho - cafés, talhos, etc. - apoiava o clube com donativos na casa dos 25 euros atualmente esse apoio não chega nem a metade! «Para participarmos num campeonato distrital preci-

Dinheiro, ou a escassez dele, foi a principal razão pela qual o Formiga não continuou a sua aventura futebolística, não pela falta de jogadores, pois ainda hoje são muitos os que ligam para o clube a questionar o porquê deste não avançar novamente para a competição, disponibilizando-se a vestir a indumentária formiguense de forma graciosa, apenas pelo prazer de jogar e de viver o ambiente saudável que sempre reinou no clube. Mas… «fizemos contas e vimos que não dava para continuar, e o Formiga decidiu parar».

Realizaram-se três assembleias gerais no sentido de encontrar uma nova Direção, mas ao invés disso os sócios foram-se afastando. Os sócios e a grande parte dos pares de Nuno Ferreira, ficando apenas Paulo Rodrigues, Francisco Araújo, e Joaquim Neto, três amigos de longa data que prometeram a si mesmos que o clube não iria morrer. Dizem-se algo cansados, pois não é tarefa fácil guiar um clube com tão pouca gente, e que com uma Direção tudo seria diferente, já que com mais gente era mais fácil trabalhar para

FOTO MANUEL VALDREZ

pato do Formiga nos meses que se seguiram ao final da temporada 2011/12. Hoje, Francisco Araújo e Joaquim Neto reconhecem que foi talvez um erro o clube ter-se dedicado exclusivamente ao futebol, até porque diz a história que o Formiga é muito mais do que um clube de futebol. No entanto o desporto rei absorvia muito do tempo dos 12 elementos que compunham a Direção liderada pelo jovem Nuno Ferreira. Recordam que o futebol obrigava-os a ter sempre 10 ou 12 elementos a trabalhar à volta de um jogo todos os domingos. «Em dias de jogo começávamos a trabalhar às 8 horas da manhã e terminávamos às 8 horas da noite. Com isto fomos esquecendo a parte cultural que o clube sempre teve, como as marchas populares, que sempre atraíram ao Formiga muita gente», lamentam agora, de certa forma, ao olhar para trás. O futebol foi pois um sonho

sávamos de cerca de 4 000 euros para começar. Depois, ao longo da época eram precisos pelo menos 500 euros mensais para fazer face às despesas, como por exemplo pagar o policiamento dos jogos em casa. Inicialmente tínhamos os cafés e talhos da zona, que nos davam donativos de 25, 30, 50, ou 100 euros que, com mais alguns fundos angariados - o bar, por exemplo, que em dias de jogo originava uma receita na ordem dos 300 euros iam dando para colmatar essas despesas. Os nossos amigos patrocinadores começaram a reduzir para menos de metade os donativos, o bar a certa altura começou a dar algum prejuízo, e o dinheiro começou a ficar muito certo, e a dada altura começámos a pôr dinheiro do nosso bolso! Perante isto não tínhamos condições para começar uma nova época futebolística com o mínimo de condições de trabalho».

Sem Direção tudo fica mais difícil Mas não foi só o dinheiro a causa desta súbita paragem de atividade desportiva do emblema ermesindense. No final da temporada passada o presidente da Direção, Nuno Ferreira, comunicou aos seus pares que por motivos pessoais e profissionais não iria recandidatar-se a mais um mandato. Liderava uma jovem Direção - da qual faziam parte os três elementos da atual CA - há já seis anos, um grupo de dirigentes que arrumou a casa assim que chegou ao leme da coletividade. Liquidaram-se as dívidas, e posteriormente deu-se algum dinamismo ao clube. Nuno Ferreira saiu, mas colocou-se ao dispor dos pares de Direção para ajudar no que fosse preciso. Mas com a saída do jovem dirigente o Formiga não encontrou um novo rumo diretivo.

reerguer o emblema. «É preciso apoio humano» dizem, ao mesmo tempo que lamentam que os reformados da zona, por exemplo, podiam ajudar, fazer alguma coisa, não só pelo clube mas também por eles, estar mais ativos ao envolver-se numa atividade, mas preferem estar quietos no seu canto. Futuro passa por criar bases Mas com ou sem apoio das gentes da Formiga - e arredores -, com ou sem Direção, o trio que dá vida à CA está disposto a ressuscitar o clube. Querem começar do zero, criar bases, para voltar a recolocar o Formiga em atividade. E criar bases passa no imediato por arranjar uma nova sede, porque a atual além de não reunir as mínimas condições para que os sócios possam conviver, por exemplo, vai sofrer um au-

mento no que à renda mensal diz respeito. «Não podemos pagar mais do que aquilo que pagamos. Como tal queremos arranjar um espaço aqui próximo, próximo das nossas gentes, das pessoas que nos ajudam, pois não faz sentido arranjarmos uma sede fora da Formiga. Nós somos daqui, somos bairristas com orgulho, e esta é a nossa zona». Construir bases passa também por atualizar a quotização dos 132 associados atualmente filiados - que com a paralisação do clube não viram as suas quotas ser regularizadas - e criar um plano de atividades anual para concorrer a futuros subsídios concedidos pela Junta às coletividades locais. «Vamos arrumar a casa. Queremos ter bases para arrancar, e não desistir no ano a seguir por falta de condições». E o regresso à atividade no futuro imediato passa pelas marchas populares de S. João, para muitos a essência do Formiga. Recordam que as marchas sempre movimentaram muita gente à volta do clube, e ainda hoje outras coletividades que durante anos rivalizaram com os formiguenses nos concursos de marchas sanjoaninas dizem que são estes que sempre deram vida a esta atividade popular. O próprio poder autárquico reclama o regresso do Formiga às marchas, porque sem eles a coisa deixou de ter graça. «Mas, vamos ver. Vamos pensar e decidir nos próximos dias se vamos ou não fazer as marchas este ano. Temos algum dinheiro para começar a trabalhar, não devemos nada a ninguém, mas primeiro queremos arrumar a casa, e apesar de querermos recuperar as pessoas que todos os anos se juntavam a nós nas marchas sabemos que fazer esta atividade tem custos elevados, e não queremos ter prejuízos». Sem saber ainda se vão ou fazer regressar uma das bandeiras do clube - precisamente as marchas sanjoaninas - os elementos da CA que guiam este emblema com 44 anos de vida terminaram esta pequena conversa com o nosso jornal com um aviso à comunidade: «O Formiga está vivo, e brevemente vai aparecer com uns eventos. Mais cedo ou mais tarde vamos voltar».


A Voz de Ermesinde •

Desporto

30 de abril de 2013

FUTEBOL

Ermesinde SC confirma descida de divisão O que há muito já se previa foi neste último domingo de abril confirmado: o conjunto principal do Ermesinde está de volta à 1ª Divisão Distrital. A despromoção ao escalão de onde saiu na época passada rumo à Divisão de Honra da Associação de Futebol do Porto (AFP) foi então consumada no reduto do Sport de Rio Tinto, de onde os pupilos de Jorge Abreu saíram derrotados por 0-1, em partida alusiva à 31ª jornada da competição maior do futebol distrital portuense. A três jornadas do final da prova está assim ditada a sentença do Ermesinde, que dificilmente sairá do 17º e penúltimo lugar da tabela classificativa, onde está "estacionado" com 25 pontos, a 12 do primeiro clube posicionado acima da "linha de água", o Canidelo, embora com menos um jogo realizado, já que o dérbi com o Sobrado, alusivo à 29ª ronda, não chegou ao fim. Em seguida apresentamos o resumo do fatal mês de abril para as cores da turma da nossa freguesia. MB No passado dia 28 de abril o Ermesinde visitou o Sport de Rio Tinto (jogo da imagem de baixo), num jogo crucial para as aspirações ermesindistas na Divisão de Honra da AFP, já que uma derrota significava o adeus definitivo a este escalão. Sabendo disso o Ermesinde lutou com todas as suas armas para sair de Rio Tinto com os três pontos no bolso, realizando uma exibição muito positiva - tendo sido muito superior ao conjunto da casa - tendo apenas pecado no capítulo da finalização. O momento flagrante da partida ocorreu ao minuto 70, quando Hemery recebeu um passe de Miguel e de frente para a baliza, na cara o guarda-redes, permite o corte de um defesa contrário, desperdiçando assim a melhor oportunidade dos verde e brancos em chegar à justa vantagem no marcador. Mas como justiça e futebol nem sempre estão de mãos dadas aos 89 minutos Joel Alves, contra a corrente de jogo, faz o golo da vitória para os homens da casa. MÁRCIO CASTRO/MB

FOTO MÁRCIOCASTRO

Empate caseiro ante S. Martinho Na altura a precisar de pontos como do "pão para a boca" com a finalidade de manter viva a ténue chama da esperança na manutenção a turma de Sonhos voltou a 21 de abril a desperdiçar a oportunidade de somar três preciosos pontos, já que não foi além de um empate caseiro a uma bola diante do S. Martinho, em partida alusiva à 30ª jornada. Um resultado que no entanto não reflete na íntegra o que se passou no relvado de Sonhos, onde o Ermesinde foi sempre superior a um S. Martinho que parecia jogar para garantir o "pontinho". Os da casa adiantaram-se no marcador à passagem do minuto 20, por intermédio de Sousa, a premiar um bom trabalho individual no interior da área contrária. Já na etapa complementar os homens de Santo Tirso chegaram à igualdade. Um golo caricato, ocorrido aos 61 minutos, e que teve como principais protagonistas o árbitro principal e um dos árbitros assistentes. Num lance de ataque visitante este último assinala um fora de jogo, ao que o árbitro principal manda de imediato baixar a "bandeirola" e dar seguimento à jogada, a qual acabaria em golo, apontado por Tanta. Pouco mais de dez minutos volvidos o Ermesinde teve a oportunidade de desfazer a igualdade, mas Guedes desperdiçaria uma grande penalidade ao permitir a defesa do guardião forasteiro. Diante do S. Martinho o Ermesinde alinhou com: Rui Manuel, Gato, Hélder Borges, Huguinho (André Ribeiro, aos 45m), Delfim, Sousa (Paulo, aos 68m), Guedes, Bruno (Morangos, aos 61m), Miguel, Hemery, e Flávio. MÁRCIO CASTRO/MB Dérbi com Sobrado não chega ao fim Terminou numa valente confusão o dérbi concelhio entre o Sobrado e o Ermesinde (na imagem de cima), referente à 29ª jornada do Campeonato da Divisão de Honra da Associação de Futebol do Porto (AFP), ronda esta ocorrida a 14 de abril passado. Quando o relógio marcava 62 minutos o árbitro do encontro mandou toda a gente para os balneários na sequência dos incidentes que se verificavam dentro do terreno de jogo do (campo) Joaquim Coelho da Rocha. Isto, numa altura em que o Ermesinde perdia por 0-1, na sequência de um golo apontado por João Miguel na conversão de uma grande penalidade - à passagem do minuto 50 - a castigar uma falta de Stam, que de imediato recebeu ordem de expulsão. Foi a partir deste momento que o "caldo entornou", e pouco depois seria Leça a ver a cartolina vermelha, e o Ermesinde - que até fez uma boa primeira parte - ficava reduzido a nove unidades. Por volta dos 62 FOTO JOANA FITAS

minutos os recém-entrados Rivaldo e Carlos Pinto - respetivamente atletas do Ermesinde e do Sobrado envolvem-se num acesa discussão e o árbitro não hesita em exibir de novo o cartão vermelho, expulsando os dois jogadores. Quando estes recolhiam ao balneário o público afeto ao conjunto da casa dirige uma série de insultos à comitiva ermesindista, tendo inclusive alguns adeptos sobradenses invadido o terreno de jogo, não tendo o árbitro outra alternativa senão interromper a partida e mandar toda a gente para os balneários. Ali, e por ordem da GNR, os jogadores do Ermesinde tiveram de ficar fechados durante cerca de meia hora, até os ânimos no exterior serem serenados. Resta agora esperar pela decisão da AFP para saber se o resultado (1-0 a favor do Sobrado) é homologado ou se o jogo voltará a ser reatado para cumprir os minutos que faltavam ainda jogar. MÁRCIO CASTRO/MB

Desaire no terreno do Candal A 7 de abril os pupilos de Jorge Abreu somaram mais uma derrota, desta feita em Sonhos, diante do Candal, por 1-2, em partida referente à 28ª ronda. O Candal, com mais 11 pontos (14, após o jogo) na tabela classificativa do que o Ermesinde, entrou com confiança no relvado de Sonhos, acabando por justificar a vitória, sobretudo pelo seu desempenho nos primeiros 45 minutos, ao adiantar-se no marcador logo aos sete minutos, depois de ter enviado uma bola à trave da baliza de Rui Manuel (que parece estar de regresso ao clube após ter desertado durante uma semana!) apenas três minutos antes. Os da casa reagiram, mas sem criar grandes oportunidades de golo, já que a defesa visitante se mostrou bastante eficaz. Contudo, os jogadores mais ofensivos da equipa visitada foram o capitão Delfim, Flávio e Hugo, sendo que este cairia aos 42 minutos na área adversária, depois de ter sido agarrado por um defesa do Candal, mas o árbitro considerou que não foi suficiente para assinalar o castigo máximo, acabando por admoestar o jogador ermesindista com um cartão amarelo por ter entendido que este havia simulado a grande penalidade. No segundo tempo, com as substituições operadas (Rivaldo logo de início a substituir a inércia de Sousa, e, 15 minutos depois, Miguel a subsistuir Hugo, o que trouxe maior acutilância ao seu meio campo), o Ermesinde conseguiu equilibrar o jogo. Mas, primeiro ainda foi o clube visitante a dilatar o marcador, quando estavam decorridos 55 minutos. Monteiro, desde o meio campo, rematou com conta, peso e medida, tendo a bola saído rasteira. Rui Manuel ainda se fez ao lance, e pareceu mal batido, apesar do estado pesado e molhado do terreno de jogo. Porém, sete minutos depois, Delfim, de cabeça, na sequência de um pontapé de canto, conseguiu reduzir a desvantagem no marcador e trazer novo dinamismo à partida. Seguiram-se então algumas oportunidades para o clube anfitrião chegar ao empate, ou fazer mesmo a reviravolta no marcador, mas os homens mais avançados estiveram perdulários. Ante o Candal os ermesindistas alinharam com: Rui Manuel, Vítor Gato, Hélder Borges, Stam, Delfim, Sousa (Rivaldo, aos 45m), Leça, Hugo (Miguel, aos 60m), Paulo, Hemery e Flávio. LUÍS DIAS/MB Apelo à participação eleitoral E se abril foi um mês tristemente decisivo no que ao plano desportivo diz respeito maio afigura-se como fulcral para o futuro da coletividade no plano diretivo. No próximo 31 de maio o Ermesinde vai a votos (a convocatória da Assembleia Geral (AG) pode ser vista na página dois deste caderno desportivo), no sentido de encontrar o sucessor, ou não, de José Araújo ao leme da nau ermesindista, dirigente este que ao nosso jornal disse estar ainda a ponderar se irá ou não recandidatar-se. O apelo à participação no ato eleitoral, bem como ao surgimento de listas de candidatura, chega pela voz do presidente da Mesa da AG do clube, Isidro Vaz, que junto do nosso jornal apelou então para que os ermesindistas e a comunidade em geral não se esqueçam do clube neste momento tão difícil. MB

Suplemento de “A Voz de Ermesinde” (este suplemento não pode ser comercializado separadamente). Coordenação: Miguel Barros; Fotografia: Manuel Valdrez. Colaboradores: Agostinho Pinto e Luís Dias.


30 de abril de 2013

• A Voz de Ermesinde

História

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O 39º aniversário da Revolução «Abril só se cumprirá quando todos os portugueses tiverem o mínimo para viver com dignidade, na sua terra, e sem terem de sobreviver com o credo na boca ou a mão estendida à caridade»

MANUEL AUGUSTO DIAS

elebrou-se no passado dia 25 de abril, o 39º aniversário da última revolução que ocorreu em Portugal. Militares, políticos da oposição, cantores de intervenção, jovens e a população em geral vieram todos “gritar” para a rua, a plenos pulmões, que o povo era então “quem mais ordena”! A liberdade, há tantos anos reprimida, voltava a ser palavra de “ordem”. De reivindicação perseguida e coartada, em tantos casos com a morte, tornava-se então uma conquista plenamente concretizada.

É verdade que nem tudo correu como se desejava. O período do PREC trouxe, a quem o viveu, reais momentos de angústia. Mas, a democracia, conforme era entendida no bloco ocidental (não podemos esquecer que o mundo ainda vivia a guerra fria e Portugal até estava, e ainda está, ligado à Nato, de que foi

um dos países fundadores) acabou por ficar consolidada no articulado da Constituição. O povo português voltou a acreditar no direito à vida plena. A liberdade permitiu retirar o véu cinzento com que a verdade nos era dissimulada; os soldados portugueses puderam regressar às suas casas e ao seio

das suas famílias; os povos africanos puderam tornar-se independentes. E Portugal, virando-se, também, para a Europa, pôde almejar integrar a CEE. Ao nível do poder local, as autarquias passaram a dispor de meios que nunca tinham tido. E o resultado vê-se hoje de lés-a-lés de Portugal. O país está

irreconhecível se comparado com o de há 40 anos atrás. As terras e as pessoas têm uma vida mais digna. Mas, infelizmente, os últimos anos puseram a descoberto uma crise de que não se conhecem bem os contornos, nem o princípio, nem o fim. Parece ter sido financeira, mas é sobretudo económica, política e social! As pessoas têm sofrido, em números nunca vistos, o problema do desemprego. Os jovens concluem os cursos, que ajudamos a pagar com os nossos impostos e vão ficar ao serviço de outros povos que assim beneficiam diretamente de uma mais-valia cujos custos fomos nós que suportámos! E se Portugal está mal, com esta debandada, da gente jovem, culta e dinâmica, ainda fica pior. As pessoas que fazem sacrifícios continuam a ver que outros concidadãos seus não sofrem qualquer espécie de “corte” nos seus largos rendimentos, e alguns até com culpas no cartório, pelo estado de coisas a que chegámos! E isso alimenta uma revolta que começa a deixar de ser “surda e muda”.

O “25 de Abril” foi, mais uma vez aproveitado, por muita gente, para sair à rua, reivindicando “igualdade”, “justiça”, “trabalho” e “pão”. No fundo, para pedir aquilo que a Lei fundamental, escrita depois de abril, consubstancia. E os políticos não podem afastar-se do querer do povo, deviam ser, aliás, os primeiros executores da sua vontade, pois é por vontade do povo que eles chegam ao exercício do seu cargo. Não podem enveredar por uma política neoliberal que esquece os grupos sociais mais fragilizados; nem por uma política de proteção do grande capital sacrificando o presente e adiando o futuro do país e das novas gerações. Consenso, justiça, igualdade, humanismo e solidariedade têm de ser preocupações constantes de quem nos governa e não apenas promessas vãs e conjunturais de momentos de campanha. Abril só se cumprirá quando todos os portugueses tiverem o mínimo para viver com dignidade, na sua terra, e sem terem de sobreviver com o credo na boca ou a mão estendida à caridade.

EFEMÉRIDES DE ERMESINDE - ABRIL

Abril em Ermesinde Consubstanciada a separação do Estado da Igreja, após a implanPor causa da aquisição deste edifício houve um litígio entre os tação da República, em 1910, e criada a Associação de Beneficência e vendedores e a Junta que se prolongou dos finais de 1941 até abril Culto de Ermesinde, a Comissão Administrativa Republicana que de 1942, aceitando a Junta a decisão do Tribunal relativamente ao estava à frente da freguesia solicitou, em março de 1912, ao Ministro caso, conforme se pode ver pela ata relativa à reunião do dia 14 de da Justiça a cedência de uma sala na Residência Paroquial para realiabril de 1942. Em dezembro do mesmo ano ficou decidido pagar o zar as suas reuniões, já que entendia que a Comissão devia ser o mais empréstimo de 105 contos, durante um período de 18 anos. Vinte e independente possível da Igreja. Em abril do mesmo ano, a Comissão seis anos após a sua aquisição, ou seja em dezembro de 1962, ficava Administrativa da Freguesia de Ermesinde foi informada pela Comisconcluído o pagamento do edifício da Junta, com a cobrança da são Jurisdicional dos Bens das Extintas Corporações Religiosas de última prestação no valor de 9 contos (cf. ata da reunião da Junta da que a antiga Residência Paroquial só podia ser cedida para instalar a Freguesia, de 12 de dezembro de 1962). Junta através de arrendamento. Por isso, em reunião de 7 de abril de A casa onde a Junta de Freguesia se instalou pertenceu a Ezequiel 1912, a Comissão deliberou oferecer 20 mil réis por ano pelas referiAugusto Ribeiro Vieira de Castro, que aí vivia ainda nos finais do das instalações. Dois meses mais tarde, seria efetivamente concedida século XIX, sendo uma personalidade de grande destaque no meio a Residência Paroquial à Comissão Administrativa da Freguesia de ermesindense, sempre pronto a colaborar nos empreendimentos Ermesinde, conforme consta no Diário do Governo, pelo montante que tivessem por objetivo melhorar a qualidade de vida da sua terra. de 20 mil réis anuais, para nela instalar uma Creche e Escola, ficando É o que se pode concluir da ata da reunião da Junta de Paróquia de a Junta com uma sala gratuita para as suas reuniões. Com o fim da Primeira República e a devolução à Igreja da maior ARQUIVO MAD parte dos bens que lhe haviam sido retirados, a Junta da Freguesia de Ermesinde teve de procurar, no centro da povoação, um edifício capaz de albergar dignamente este corpo administrativo. O primeiro passo para a resolução deste problema foi dado em 1934. A Comissão Administrativa da Freguesia de Ermesinde, presidida então por Manuel Silva Baltazar Brites, debruçou-se sobre a questão de procurar um edifício suficientemente espaçoso onde se pudesse instalar a Junta da Freguesia e outros serviços públicos. Encontrando-se à venda um prédio urbano, no lugar do Passal, entre as passagens de nível das linhas do Douro e do Minho, a Comissão Administrativa mostrou vontade de o adquirir, para ali instalar não só a Junta de Freguesia, mas também a Regedoria, o Posto de Registo Civil, o Posto Médico e, talvez até, a Estação Telégrafo-Postal. O referido prédio foi avaliado em 150 contos, mas o seu proprietário, tendo em consideração o fim a que se destinava, vendia-o apenas por 70 contos. A Comissão Administrativa da Freguesia de Ermesinde, na sua sessão de 23 de dezembro de 1934, deliberou ir para a frente com Neste edifício entre linhas ferroviárias (do Douro e do o processo da sua aquisição, recorrendo a um empréstimo junto da Caixa Geral de Depósitos. A compra do referido edifício só seria concre- Minho) esteve instalada, mais de meio século, a Junta da Fretizada no ano de 1936, por 85 mil escudos, quando presidia à Comissão guesia de Ermesinde, depois de no período da I República ter Administrativa da Freguesia de Ermesinde o Dr. Luís Ramos. estado na antiga Residência Paroquial.

4 de setembro de 1898, onde relativamente a Ezequiel Vieira de Castro, o Presidente (P.e Alberto Moreira Maia) refere que era morador em Ermesinde e que «se achava quase restabelecido d’uma infermidade que o teve ás portas da morte», diz ainda «que este estimavel cavalheiro tem sido incansavel nos trabalhos de melhoramentos que se projectam n’esta freguesia e que por isso propunha se lhe mandasse celebrar uma missa cantada em acção de graças pelas suas milhoras». Sobre o edifício propriamente dito, que pertence atualmente à REFER – Rede Ferroviária Nacional, transcrevemos a descrição que dele faz Mafalda Ribeiro, no seu trabalho “O Vilegiamento em Ermesinde: memória de uma estância de veraneio” (1997), páginas 43 e 44: «De planta rectangular, o edifício desenvolve volumes formados pelo corpo principal e por dois sobreelevados nas fachadas nascente e poente que ampliam o espaço formado pelo vão da cobertura. Na fachada principal, apesar da sua aparente simplicidade, notase uma preocupação estética no ritmo das aberturas de arco abatido dos postigos do rés-do-chão, dos vãos rectos das janelas geminadas do 1.º andar com paralelismo na porta principal. O ferro fundido está presente como estrutura de varanda dos corpos sobreelevados e na bandeira com rosácea em fundo “geodesic” vazado da portaria. E se a fachada principal deste elegante e sóbrio chalé mereceu um tratamento condizente, os alçados laterais não destoam antes complementam-na pela profundidade e movimento que os vãos das portas, janelas e varandas dos corpos sobreelevados lhes conferem. Circundado por um espaço ajardinado, a panorâmica da Estação e do movimento dos passageiros é captada de um velho mirante estruturado em ferro fundido de gracioso desenho que se insere no ângulo sul formado pela bifurcação das vias férreas». O referido edifício, onde esteve instalada a Junta de Freguesia de Ermesinde, durante cerca de 60 anos, foi vendido ao Nó Ferroviário do Porto, quando se procedeu ao alargamento e modernização das Linhas do Minho e do Douro, transferindose a Junta, provisoriamente, para o rés-do-chão de um edifício habitacional na Travessa Dr. Luís Ramos, onde hoje é a Loja Social de Ermesinde.


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A Voz de Ermesinde •

Património

30 de abril de 2013

• TEMAS ALFENENSES •

A delimitação de Alfena com Água Longa – 1690

ARNALDO MAMEDE (*)

oncluindo o tema da delimitação da freguesia de Alfena, vamos, agora, reter-nos um pouco no limite com Água Longa. Ao contrário dos anteriores que foram demarcados em Junho de 1689, o limite de Água Longa só o foi em fevereiro de 1690, após nova Provisão Real de D. Pedro (agora já Rei de pleno direito), e com a substituição do Juiz do Tombo, motivada, talvez, pela avançada idade do Doutor Cristovão Alão de Morais, pouco consentânea com estas “aventuras” por montes e vales… Este é também um limite perfeitamente pacífico e, tirando a parte inicial, não existem grandes divergências entre o limite histórico e o existente na atual CAOP. É também aquele onde ainda encontramos um elevado número de marcos com o monograma do Colégio do Carmo. Mas vamos pois ao texto histórico de 1690, o qual, em virtude da sua extensão, dividiremos em duas partes, a primeira a sul do Leça (correspondente ao medieval lugar de Treslecia) e, num segundo artigo, a parte a norte do Leça (correspondente ao medieval lugar da Ferraria), um e outro subscritos por Arnaldo Mamede e Ricardo Ribeiro, elementos da AL HENNA que se têm revezado na colaboração com “A Voz de Ermesinde”: Tombo da Igreja de São Vicente de Alfena «Título da mediçam e demarcação da frgª. de Alffena Demarquaçam de Alffena com a frgª de Auga Longua Aos noue dias do mes de Fr.º de mil seis sentos e nouenta annos em o alto da serra chamada ual de porcos que he em a frg.ª de Alffena, sita em a Com.ª da Maya, termo e jurisdiçam da muyto nobre e sempre leal sidade do Porto, ahi estando prezente o doutor Jozeph da Crus, Juiz do Tombo do Coll.º de nossa sr.ª do Carmo da Uniuersidade de Cohimbra. Ahi perante elle Juiz pareseo prezente Manoel de Payua, procurador do dto. Coll.º e por elle foi requerido a elle Juiz que elle fizera sitar a Ber. [N.R.: «Bertholameu»] Ferras de Almeida comendador da comenda de Sam Juliam de Augalomga com quem comfina esta frg.ª de Alffena p.ª q em o dia de hoye pla huma ora dipois do meyo dia se achace no prezente lugar ou seu procurador p.ª se continuar com esta demarcaçam de emtre huma frg.ª e outra, e que elle Juiz o mandace appregoar plo porteiro e que nam parecendo a sua Reuelia se fosse continuando com a dtª demarquaçam o que uisto por elle

ERMESINDE Sede: R. Manuel Ferreira Ribeiro, 30 4445-501 Ermesinde TEL: 22 971 4442 FAX: 22 975 8926 TLM: 91 755 4658 / 91 269 6074 / 91 689 7854

Juiz seu requerimento confirmado de mim escriuam de como fis a dtª sitaçam mandou apregoar ao dito comendador Ber. Ferras de Almeida, o coal o dtº porteiro aprregoou e logo paresseo prezente elle Juiz Manoel de Oliua, e apresentou a procuraçam atras proxima que eu escrivão reconhesi ser feita e asignada pla mão do dito Ber. Ferras e disse que em uertude della uinha asistir a dita demarquaçam e que por tal effeito se louuaua em Pedro Franc.º da mesma frg.ª de Auga Longa ao coal elle Juiz mandou uir perante sim e lhe deu o juramento dos santos euangelhos sob cargo do que depois de lhe por sua mão direita lhe encarregou que bem e uerdadeiramente declarasse a diuizam de entre as freiguezias e declarece adomde era nesessr.º levantar marcos pª se desfazerem as duuidas que nisso podia aver o que elle prometeo fazer uerdade comforme emtendece plo juramento que elle Juiz lhe daua de que elle Juiz mandou fazer este termo que asignou com os ditos louuados e procurador e eu Manoel de Souza Barboza escrivão das sizas neste Conc.º da Maya, e deste Tombo que o escreuy // Jozeph da Cruz // Manoel de Oliua // de Pedro Franc.º louuado Franc.º da Costa // Primeiramente comesaram elles louuados a medir pela deuizam de emtre as freiguezias do alto da serra chamada val de porcos donde estaua feito huma Crus em hum penedo que era o ultimo marco que estaua posto adomde comesaua a d.ª frg.ª de Sam Juliam e dahi indo pela serra abaixo athe junto o sobrejro uentoso coatrocentas e uinte e duas uaras adonde diseram era nesesr.º leuantar um marco o que elle juis mandou leuantar e dar um prégam pelo porteiro Manoel Fran.co que com pena da lei nimguem o arranquáce nem emtendêce com elle. E logo foram medimdo elles pela deuizam de emtre as freiguezias the o p.ro [N.R.: primeiro] outeiro de junseda cemto e doze uaras a ahi se fes huma Crus em hum penedo que serue de marco da deuizam. E logo foram medimdo mais elles louuados pela deuizam de emtre as freiguezias em dir.to p.ª o poente athe o outro outeiro adomde chamão tambem junceda em direito do penedo piqueno sempre augas uertentes cemto e oito uaras, se fes huma crus em huma pedra q. fiqua tambem seruindo de marco. E logo foram medindo elles louuados pela deuizam de emtre as frg.as em direito p.ª o poente the o alto da serra adomde chamam penas altas em a Recham delle seis sentas sesenta e sete uaras e ahi

disseram era nesessr.º leuantar outro marco o que elle juis mandou leuantar e dar prégam conforme o p.ro. E logo elles louuados foram medimdo pela deuizam de emtre as freiguezias em d.to p.ª o northe athe o alto da serra defronte de penas altas adomde

e dar prégam na forma dos mais. E logo foram medimdo elles louuados direito the o Rio Leça por rredor da parede da bouça de An.to Luis setenta e oito uaras e serue a d.ª parede de deuizam. (…)»

Esta descrição, bastante clara, coloca--nos, num primeiro ponto, no alto da Serra de Vale de Porcos ou do Sobreiro Ventoso, elevação existente entre os vales da Fonte da Prata e de Porcos, a sul da atual A41, no ponto onde se tocam as três freguesias, Alfena, Sobrado e Água Longa (ainda hoje lá está o penedo citado no Tombo). A partir desse ponto, o limite segue para noroeste, atravessando os terrenos que foram recentemente alvo da especulação imobiliária de que a imprensa deu nota, descendo para o “Sobreiro Ventoso”, junto ao Ribeiro de Junceda, nas imediações do Nó de Transleça/ Cruz da A41, local onde, até às obras de construção da auto-estrada existia um marco do Colégio do Carmo (infelizmente nem sempre as leis de proteção do Património são cumpridas e a construção da A41 foi um bom exemplo disso…). Depois o limite segue, quase em linha reta, pela cumeada dos outeiros da Junceda, onde ainda hoje existem os penedos referidos no Tombo (verdadeiros sobreviventes à força cega das está hum penedo duzemtas e uinte uaras em o coal buldózeres e à incompetência dos técnicos que defizeram tambem huma Crus em o d.º penedo o q.l veriam cuidar da defesa do nosso Património), pela encosta das “Penhas Altas” ou “Penhas d’Abelhas” [N.R.: qual] fica tambem seruindo de marco. E logo foram elles louuados medimdo direito p.ª (hoje conhecidas pelo moderno topónimo do “Alto o norte pela deuizam de emtre as freiguezias athe o Catorze”, numa alusão à casa do vigia da linha elétriualle da Ribr.ª junto ao caminho cemto carenta e oito ca de alta tensão ali existente até há alguns anos, o uaras e ahi disseram elles louuados era nesessr.º 14º desde a origem da linha, construção de que hoje leuantar outro marco o qual elle juis mandou leuantar apenas subsistem ruínas…), até chegar a um pequeno planalto ou “Recham” onde ainda FOTO AL HENNA hoje se encontra um outro marco com o monograma do Carmo. Da Rechã o limite continuava a quase linha reta anterior pela cumeada da elevação conhecida por “Serradinho”, descendo até ao “Caminho do Vale da Ribeira”, caminho público secular que liga os lugares de Transleça (Alfena) e da Cruz (Água Longa) pelo vale do Rio Leça, e deste caminho pela “Parede da Bouça de António Luís” até ao Rio Leça (esta parede existiu até há alguns anos até que o proprietário dos terrenos de ambos os lados do limite resolveu retirá-la para unir as terras e tentar obter maior rendimento agrícola). Num próximo artigo voltaremos ao tema para concluir a descrição do limite de Alfena com Água Longa a norte do Rio Leça. Em cima: limite descrito no tombo de 1689. Em baixo: marco na Rechã de Penhas Altas.

(*) Membro da AL HENNA – Associação para a Defesa do Património de Alfena.

Site: www/afunerariamarujo.com / Email: afunerariamarujo@gmail.com CONS. REG. COM. VALONGO N.º 56190

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ALFENA Armazém: R. das Passarias, 464 4445-171 Alfena ZONA INDUSTRIAL DE ALFENA TEL: 22 967 0005


30 de abril de 2013

• A Voz de Ermesinde

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A Voz de Ermesinde •

Crónicas

30 de abril de 2013

Natureza humana

NUNO AFONSO

á questões que persistem, provavelmente desde que o homem tomou consciência de si e para as quais não houve resposta única no decurso de milénios. Uma delas, talvez a mais importante, será: «O ser humano é intrinsecamente bom, a sociedade é que o corrompe», como defendia Jean Jacques Rousseau, um dos grandes filósofos iluministas do século XVIII ou «o homem é, por natureza, selvagem e capaz de todas as malfeitorias», no dizer do povo ou ainda «o homem é bom ou mau consoante a formação que recebeu e as circunstâncias que, em cada momento, acompanham as suas atitudes e decisões», aproximadamente o que Ortega y Gasset condensou na máxima que o tornou popular: «O homem é ele e a sua circunstância»? Antes dessa interrogação, teriam surgido muitas outras entre as quais a de saber o que é bem e o que é mal, categorias que impregnaram a filosofia e a teologia sobretudo desde que Zaratustra também conhecido pela designação grega Zoroastro, que terá nascido na antiga Pérsia um milénio antes da nossa era, surgiu defendendo que a origem de tudo se devia a dois princípios opostos: o Bem (Ormuz) e o Mal (Ariman). Porém, a distinção que esteve na origem da doutrina veiculada por Zaratustra préexistiria a essa figura histórica ganhando alforria a partir de então e assumindo importância histórica sob o nome de Masdaísmo ou Zoroastrismo, mais tarde (séc. III), retomada por Manes (Maniqueus) e que ficaria conhecida por maniqueísmo, que «assenta doutrinalmente no clássico dualismo gnóstico do espírito e da matéria, do bem e do mal, da luz e das trevas, assumido de modo absoluto e radical, ou seja, como dualismo substancial ou ontológico». O dualismo presente nessa doutrina encontra-se já expresso, ainda que embrionariamente, na Epopeia de Gilgamexe ou Gilgamech, a maior criação poética mesopotâmica cuja versão primitiva, de fundo sumério, terá sido escrita em carateres cuneiformes cerca de 1900 anos antes de

Cristo. Nota-se, em todo o poema, o contraste entre a alegria de um ideal de vida heroica e a caducidade da vida humana a culminar na fatalidade da morte. Há uma ânsia de nobreza, uma forte amizade entre os dois heróis aí celebrados, um desejo de fama, uma preocupação de purificação dos costumes a que a brevidade da existência e a inevitável transição da vida para a morte servem de contraponto. Aparece também a oposição entre a vida citadina e a vida campestre. Não encontramos nela apenas atos nobres, generosos, mas igualmente a prática de crueldades consideradas intoleráveis à luz dos valores que enformam a nossa civilização. Mas nem sempre as ações podem ser rigorosamente consideradas boas ou más, dependendo, muitas vezes, do circunstancialismo em que ocorram. É frequente tomarmos por boas atitudes e procedimentos que, em condições outras e por princípio, julgaríamos más, ou vice-versa. Um facto pode ser “mascarado” de verdadeiro, mesmo não o sendo, para não prejudicar outrem ou causar-lhe constrangimento, sofrimento ou dano. Ocultar a uma criança que o pai era um criminoso ou que a mãe foi uma pessoa pouco recomendável, com a intenção de lhe permitir um desenvolvimento emocional e moral equilibrado, pode ser aceitável (bem, afinal) quando, em situação diferente, seria mal. A amizade é um bem, mas pode redundar no oposto se o propósito de alguém for contrariado, com a intenção de lhe evitar um dissabor mas esse propósito não for entendido como tal. Por norma, a mentira é um não valor, no entanto, pode tornar-se, a prazo, algo positivo; a neutralidade, o suposto desconhecimento é um mal; será amizade sempre que possa evitar prejuízo a quem queremos bem; a franqueza é um atributo reconhecido como um bem mas torna-se um mal se provocar choque, mal estar ou ameaça de conflito com terceiro(s). A que propósito, vem tudo isto? Muito naturalmente, a propósito da vida em sociedade. Será o homem de hoje diferente dos seus antepassados? O apregoado progresso material (na ciência, na tecnologia, na arte, na literatura) terá equivalência no modo como são encaradas as relações interpessoais? Os extraordinários avanços, que não param de nos surpreender, serão correspondidos numa melhor e mais correta aproximação entre os seres racionais? A crueza de Gilgamech para com o seu amigo Enkidu no cosmos sumério, representará um degrau evolutivo em relação às lutas fratricidas travadas, em tempos muito mais recuados na disputa dos campos de caça ou da primazia sexual dentro dum grupo? O que sabemos dos tempos pré-históricos e das primeiras etapas da História não parecem convincentes a esse respeito. Se considerarmos as crenças desses longínquos

antepassados, verificamos que os seus deuses são, por vezes, sanguinários, traiçoeiros assim refletindo os próprios sentimentos e condutas dessas sociedades. Os períodos seguintes não parecem mais afirmativos tendo em conta a forma como os mais poderosos agiam relativamente àqueles sobre os quais detinham autoridade tudo se permitindo inclusive o direito a usurpar-lhes os bens, a honra e a própria vida. Temos conhecimento das razias praticadas sobre populações indefesas, da discricionariedade de tratamento sem outra justificação além da vontade ou do capricho dos senhores, frequentemente invocando a religião que interpretavam a seu bel prazer seguros da anuência ou da tolerância dos seus representantes, as próprias instituições religiosas que se confundiam com a autoridade civil,

nativos e a subsequente introdução de escravos africanos escrevendo assim uma das mais vergonhosas páginas da História. Mais próximo de nós, o mundo conheceu guerras mundiais e regionais, horríveis carnificinas, extermínio de milhões de pessoas com base em pseudoteorias científicas para justificar a ganância de quem as pôs em prática e delas quis tirar proveito. A Literatura traznos notícias de crimes inomináveis, escondidos da grande maioria da população, vide a escravatura nas roças de cacau de S. Tomé que Miguel de Sousa Tavares revelou no romance Equador. Também Mário Vargas Llosa, na obra “O Sonho do Celta” lembra o ciclo da borracha extraída das seringueiras na Amazónia peruana – situações parecidas ocorreram nas partes brasileira e colombiana – em que várias comunidades indígenas foram recrutadas à FOTO ARQUIVO - EPOPEIA DE GILGAMESH força, escravizadas, sujeitas a sevícias de atroz sadismo, – o chicote, a marcação a ferro e fogo no corpo de seres humanos como se de animais se tratasse, torturas como o tronco utilizado de maneiras “criativas” para infligir dores atrozes, o assassínio sem razão, a tiro, por afogamento ou estrangulamento, a violação de mulheres e tudo quanto a criminosa loucura humana concebia – sem qualquer espécie de compensação financeira e, pior ainda, sujeitos a preços extorsivos pelos bens essenciais que os “donos” lhes forneciam, criando assim uma dependência para o resto da vida. Semelhantes crimes foram praticados em África, como o tráfico humano, e tudo quanto as mentes doentias dos exploradores criavam por mera ganância. Houve, é certo, em muitos casos, a intervenção de instituições nacionais e privadas, de pessoas que não se deixaram corromper e que, em muitas ocasiões pagaram com a vida a sua retidão de caráter mas, graças às quais o mundo tomou conhecimento do que, verdadeiramente, estava a acontecer. Hoje, graças aos media, cada vez mais interventivos, as formas de exploração e de práticas desumanas mudaram. No entanto será um erro pensar que o mundo ficou perpetrando crimes hediondos e sem direito de melhor, que o bem prevaleceu sobre o mal. apelo. A expansão da Europa a partes do globo Muito simplesmente, houve mudança de ainda envoltas na bruma da suposição, a estratégias. A corrupção, as práticas lesivas descoberta de novas terras e gentes a quem do bem comum assumiram técnicas mais Portugal Espanha impuseram a sua soberania, as refinadas mas não menos destrutivas e suas leis, os seus costumes, não teve só aspetos criminosas. Através dos mercados, os positivos. Os descobridores levaram consigo especuladores não se importam de condenar missionários para converterem esses povos a uma milhões de pessoas à fome e ao desespero. nova religião. No processo decorrente da Para isso, jogam com a complacência, se não colonização foram cometidos muitos abusos, é com a conivência de governantes e de sistemas certo, o maior dos quais consistiu na mal sucedida judiciais viciados. O mundo estará, realmente tentativa de utilizar a força de trabalho dos melhor do que em tempos idos?

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30 de abril de 2013

• A Voz de Ermesinde

Opinião

Outras soluções para as dificuldades de Portugal e das suas clientelas em ocuparem os lugares atualmente detidos pelos militantes e simpatizantes dos congéneres que formam a maioria, entendemos

“dona” Merkel, em vez de se aliar aos seus colegas que enfrentam idênticos problemas: Irlanda, Chipre, Grécia, Espanha, Itália e, não demorará muito, que tenhamos de englobar os franceses. Como se tudo isto já não fosse demasiado para dificultar um qualquer consenso duradouro, o discurso do PR na cerimónia das comemorações do 25 de Abril, teve como consequência lógica dificultar os que no PS defendem uma disponibilidade para entabular negociações com o Governo, procurando pontos de consenso, em vez de exercitar uma guerrilha político-partidária que poderá ser bom alimento para querelas FOTO ARQUIVO

A. ÁLVARO SOUSA (*)

ai sendo lugar comum dizer que as coisas não correm bem no País e que o Governo já não sabe para que lado se há-de virar. E os acontecimentos dos últimos dias têm todos os ingredientes para dar razão a quem assim vê o panorama nacional. Com efeito, seguir Conselhos de Ministros extraordinários que duram horas e horas com comunicados que indiciam tudo menos que os ministros estiveram em consonância na procura de soluções entendíveis e duradouras para os verdadeiros problemas que diariamente afetam e apavoram os portugueses, deixam-nos todos séria e justificadamente preocupados, melhor, assustados com as novidades (serão?) que se anunciam para os próximos dias. Percebendo-se as dificuldades em conciliar as investidas do ministro das Finanças com o desconforto dos seus restantes colegas, há que encontrar saídas que deem a Portugal um mínimo de esperança, e aos portugueses algum ânimo para continuarem a lutar por um amanhã mais justo, mais solidário, mais confiante, mais estável. Não ignorando a avidez dos partidos da oposição de se sentarem nas poltronas do poder

que o Presidente da República tem razão quando alerta para soluções que não passam por eleições antecipadas. E, do mesmo passo, compreendemos que o PS tem razões de sobra para se manter longe do embuste que se percebe existir nos convites do primeiro-ministro para “conversar” a pretexto de encontrar soluções para uma reforma do Estado, quando se intui que a sua angústia provém em não saber para que lado se virar, talvez lamentando hoje a colagem desmesurada que adotou para com a

alimentícias da comunicação social, mas que nada contribuem para a felicidade dos portugueses. Pela nossa parte, com a informação que dispomos, que não vai para além da que absorvemos através da comunicação social, o país só poderá reencontrar o seu caminho quando: (I) elaborarmos um quadro fiscal subscrito, pelo menos, pelos partidos PSD e PS, plasmado numa lei de valor reforçado que só possa ser alterada por uma maioria qualificada de 2/3, a fim

de permitir aos investidores fazerem os seus projetos com a garantia que a envolvente fiscal se manterá inalterável durante o período necessário a encontrar o “break-even” dos capitais investidos; (II) sob o alto patrocínio do Senhor Presidente da República, desenhar uma arquitetura judicial em que a legislação assegure um quadro razoável garantístico para as partes, mas que elimine as “manobras” que visam retardar a decisão final das contendas e, por outro lado, sensibilizar os operadores judiciais para a necessidade urgente de, também eles, se associarem ao programa patriótico de defender a soberania nacional e de contribuírem para a solução dos problemas dos portugueses, e, não menos importante, também eles assegurem aos investidores respostas céleres e expectáveis quando à Justiça tenham de recorrer; (III) negociar clara e determinadamente com os credores da dívida nacional, um plano de pagamento e de nível de juros que passe por a dívida ser saldada ao longo de cinquenta ou cem anos, com encargos que tenham em conta o PIB nacional e a taxa de juro praticada pelo BCE. Para quantos não se revejam nesta nossa proposta, deixo-lhes um convite: avancem com uma qualquer solução, que o comum dos mortais subscreva, mas que não passe por se retornar ao estado de miséria que a maioria dos portugueses experimentou nos anos cinquenta do século passado, quando as populações viviam em autênticos casebres sem um mínimo de condições de comodidade e higiene, a saúde estava reservada para quem tivesse dinheiro ou alguma coisa de seu alienável, a mortalidade infantil a solução encontrada para limitar a ampliação dos agregados familiares, a tuberculose o veículo para encurtar a esperança de vida das pessoas, a educação para além da instrução primária privilégio de uma minoria, etc.. E, finalmente, que nos digam como é que, seguindo a política atual, não acabaremos por voltar a viver esses tristes tempos, que há uma dúzia de anos julgávamos jamais voltar a experimentar. (*) alvarodesousa@sapo.pt

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Farmácia Telefone 229 710 101 Rua Rodrigues de Freitas, 1442

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A Voz de Ermesinde •

Lazer

Efemérides

Coisas Boas

10 MAIO 213 – Nascimento de Cláudio II, general e imperador romano. Sucedeu a Galiano (de 260 a 268). Morreu dem 270, vítima de uma epidemia de peste.

Palavras cruzadas HORIZONTAIS

VERTICAIS

SOLUÇÕES: VERTICAIS 1. Relacional. 2. Ede; Ul; agi. 3. Quase; ED. 4. Capile. 5. Ia; vau; rir. 6. Ma; re; BD. 7. Ir; rua; aia. 8. Titan; AD. 9. Aparicio. 10. Reparacoes.

HORIZONTAIS

Sopa minestrone

1. Requisitar. 2. Edu; ripe. 3. Lear; TAP. 4. Varara. 5. Cueca; unir. 6. Il; aura; ca. 7. EP; sic. 8. Nadir; oo. 9. Ag; Líbia. 10. Liberdades.

Anagrama Descubra que rua de Ermesinde se esconde dentro destas palavras com as letras desordenadas: SER SELVISTÃO.

Refoga-se a cebola e o alho. Juntam-se as cenouras, a couve, o feijão-verde, as ervilhas, as batatas e os tomates. Junta-se o caldo, perfuma-se com o tomilho, o alecrim e o feijão escoado. Coze-se pelo menos meia hora na panela de pressão. Tira-se do lume e reduz-se a puré. Tempera-se a gosto. Põe-se de novo ao lume e quando estiver a ferver junta-se a couve. Reduz-se o lume e deixa-se cozinhar até a couve estar cozida. “A Voz de Ermesinde” prossegue neste número uma série de receitas vegetarianas de grau de dificuldade “muito fácil” ou “média”. A reprodução é permitida por http://www.centrovegetariano.org/receitas/, de acordo com os princípios do copyleft.

Sudoku

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Rua São Silvestre.

SOLUÇÕES:

Veja se sabe SOLUÇÕES:

Em cada linha, horizontal ou vertical, têm que ficar todos os algarismos, de 1 a 9, sem nenhuma repetição. O mesmo para cada um dos nove pequenos quadrados em que se subdivide o quadrado grande. Alguns algarismos já estão colocados no local correcto.

01 – Robert Cecil. 02 – Anamitas. 03 – Pablo Larrain. 04 – Rio Nabão. 05 – Mammíferos. 06 – Ásia. 07 – Bélgica. 08 – Basseterre. 09 – Ofiúco. 10 – Férmio.

01 - Britânico, Prémio Nobel da Paz em 1837. 02 - Povo seminómada que viveu no sopé das montanhas de Anam. 03 - Realizador chileno, autor de “Não” (2012). 04 - Afluente do Zêzere que passa na cidade de Tomar. 05 - A que classe de animais pertence o veado? 06 - A que continente pertence Nagorno-Carabaque? 07 - Em que país fica a cidade de Ostende? 08 - Qual é a capital de São Cristóvão e Nevis? 09 - A abreviatura Oph corresponde a qual constelação? 10 - Elemento metálico radioativo, n.º 100 da Tabela Periódica (Fm).

Provérbio Maio hortelão, muita palha e pouco grão. (Provérbio português)

Diferenças

SOLUÇÕES:

Sudoku (soluções) HTTP://WWW.PDCLIPART.ORG/

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Descubra as 10 diferenças existentes nos desenhos

FOTO ARQUIVO

• 150g de feijão branco seco (colocado de molho na véspera); • 100g de couve branca cortada finamente; • 2 cenouras cortadas; • 150g de feijão-verde cortado; • 150g de ervilhas; • 2 batatas cortadas aos cubos; • 4 tomates cortados; • 1 cebola grande; • 1 dente de alho picado; • 2l de caldo de legumes • tomilho q.b.; • alecrim q.b.; • sal q.b.; • pimenta q.b.; • manjericão fresco q.b.; • azeite q.b..

1. Requerer. 2. Nome masculino vulgar no Brasil; surripie. 3. Rei personagem de Shakespeare; transportadora aérea portuguesa. 4. Trespassara. 5. Peça de roupa interior; ligar. 6. Código internet de Israel; aragem; aqui. 7. Empresa pública; tal e qual. 8. Oposto ao zénite; o sono das crianças. 9. Prata (s.q.); País africano. 10. Direitos.

1. Que envolve uma relação. 2. Cidade da Holanda; freguesia do concelho de Oliveira de Azeméis; atuei. 3. Muito próximo; Ensino à distância. 4. Xarope de avenca. 5. Partia; baixio; galhofar. 6. Ruim; arguida; Banda desenhada. 7. Partir; artéria; criada. 8. A maior lua de Saturno; antiga coligação de direita. 9. Nome masculino. 10. Consertos.

30 de abril de 2013

01. Dedo. 02. Fivela. 03. Coldre. 04. Esporas. 05. Suspensórios. 06. Bota. 07. Camisa. 08. Chapéu. 09. Manga. 10. Nariz.


30 de abril de 2013

• A Voz de Ermesinde

distros em linha... Esta semana o site dedicado às distribuições de software livre Distrowatch anunciou o lançamento das várias variantes oficiais do novo Ubuntu 13.04 (Ubuntu, Edubuntu, Kubuntu, Xubuntu, Lubuntu, Ubuntu Studio e o novo Ubuntu GNOME).

UBUNTU 13.04 http://www.ubuntu.com/ O novo Ubuntu 13.04 traz melhorias gráficas e de performance, procurando ser mais rápido e fazer uma melhor gestão da memória. Imagem .iso para arquiteturas 64 bits (785MB, torrent).

EDUBUNTU 13.04 http://www.edubuntu.org/ Stéphane Graber anunciou o lançamento do Edubuntu 13.04, uma distribuição fácil de usar e dirigida ao público escolar. Terá suporte de nove meses. Vem com diversas novas aplicações. Imagem DVD .iso para arquiteturas 64 bits (2 733MB, torrent).

KUBUNTU 13.04 http://www.kubuntu.org/ Jonathan Riddell anunciou o lançamento do Kubuntu 13.04, uma disatribuição para uso quotidiano procurando oferecer um ambiente intuitivo e facilmente personalizável a partir do KDE 4.10. Imagem DVD .iso para arquiteturas 64 bits (928MB, torrent).

XUBUNTU 13.04 http://www.xubuntu.org/ Pasi Lallinaho anunciou o lançamento do Xubuntu 13.04, uma distribuição para uso quotidiano com o leve gestor de janelas Xfce. Esta é basicamente uma edição de manutenção, sem grandes novidades. Imagem .iso (801MB, torrent).

LUBUNTU 13.04 http://lubuntu.net/ Mario Behling anunciou o lançamento do Lubuntu 13.04, uma distribuição para uso quotidiano com o leve gestor de janelas LXDE. Vem com algumas melhorias de software e resolução de bugs. Imagem CD .iso para arquiteturas 64 bits (693MB, torrent).

UBUNTU STUDIO 13.04 http://ubuntustudio.org/ Kaj Ailomaa anunciou o lançamento do Ubuntu Studio 13.04, uma distribuição vocacionada para criação de média, com uma larga coleção de software. Vem com a resolução de alguns bugs e ambiente de desktop Xfce. Imagem .iso para arquiteturas 64 bits (801MB, torrent).

UBUNTU GNOME 13.04 http://ubuntugnome.org/ Matthew Butler anunciou o lançamento do Ubuntu GNOME 13.04, uma nova variante do Ubuntu, com ambiente de desktop puro GNOME 3.6. que em breve será substituído pelo GNOME 3.8. Imagem .iso para arquiteturas 64 bits (942MB, torrent).

Tecnologias

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Como instalar Ubuntu ou qualquer outra distribuição Linux no PC com Windows 8 pré-instalado LFFL (*)

Para tornar mais seguro o Windows 8, a Microsoft contactou todos os produtores de computadores pessoais (PC), indicando que os PCs lançados com o novo sistema operativo teriam ativado por defeito o chamado “UEFI Secure Boot” (United Extended Firmware Interface). UEFI Secure Boot é um sistema que verifica o sistema operativo no arranque e só o permite se este tiver uma chave de verificação integrada, caso contrário não será possível o arranque. Tudo isto acarretou diversos problemas aos desenvolvedores das principais distribuições Linux, visto que, sem a achave de autenticação, se torna impossível instalar e correr em modo live uma qualquer distribuição Linux. Para resolver este delicado problema, Matthew Garrett, desenvolvedor da Red Hat (e da distribuição lançada pela comunidade baseada no Red Hat, o Fedora), lançou o Shim, um pequene gestor de arranque certificado por uma chave de autenticação comprada nos meses precedentes e que permite carregar o Grub e assim lançar a distribuição em modo live para a instalar num PC com UEFI ativo. Atualmente as distribuições Linux que já têm, por defeito, suporte a UEFI Secure Boot são pouquíssimas. Neste guia podemos ver como resolver o problema de UEFI Secure Boot, mantendo

sempre o sistema dual boot entre o Windows 8 e o Linux. As possibilidades são duas, ou manter ativo UEFI Secure Boot ou desativá-lo. 1. Manter UEFI Secure Boot Attivo Se queremos manter ativo o UEFI Secure Boot só podemos instalar algumas das distribuições Linux, aquelas que já possuem o suporte para UEFI (como Ubuntu). 2. Desativar UEFI Secure Boot A maior parte dos PCs desktop e portáteis com Microsoft Windows 8 pré-instalado (e por isso com UEFI ativo) permite a desativação da "BIOS" clicando no arranque na tecla Esc ou F2 ou outra tecla de função (isto varia de PC para PC), mas isto fará com que o Windows 8 já não funcione. Todavia há uma forma de resolver o problema, permitindo que até o Windows 8 funcione também com UEFI Secure Boot disativado. Será apenas necessário reinstalálo com UEFI desativado. Ora isto permite até tornar o Microsoft Windows 8 mais veloz, dado que se reinstalarmos o sistema operativo de raiz, removemos todo o software antivirus trial e outros produtos pré-instalados, que na maior parte dos casos nunca mais são utilizados e apenas servem para tornar o sistema operativo mais lento.

Em muitos novos PC’s com Windows 8 o disco original do Windows 8 não é fornecido, mas é possível descarregá-lo a partir desta página (http://windows.microsoft.com/enUS/windows-8/upgrade-product-key-only) e inserindo a chave do Windows 8. Se ela não estiver na parte inferior do PC podemos recuperá-la através deste simples programinha denominado ProduKey (http://www.nirsoft.net/utils/product_cd_key_viewer.html). Uma vez descarregada a .iso do Windows 8 aconselhamos a fazer o backup dos drivers do Windows, para o fazer basta utilizar DriverBackup! (http://sourceforge.net/ projects/drvback/), uma aplicação livre e muito fácil de utilizar. Salvamos o backup dos drivers do Windows 8, desativamos o UEFI Secure Boot no arranque e reinstalamos Microsoft Windows 8. Uma vez instalado, instalamos por sua vez todos os drivers através do backup feito antes. A partir deste nomento temos o nosso PC a funcionar com Windows 8 com UEFI Secure Boot desativado, e não resta senão instalar normalmente a nossa distribuição Linux preferida. Esperamos que este guia possa servir de ajuda àqueles utilizadores que querem testar ou melhor ainda, passar para Linux e tenham problemas por causa de Uefi Secure Boot. (*) Linux Freedom for Life Tradução livre a partir do Italiano de “A Voz de Ermesinde”


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A Voz de Ermesinde •

Arte Nona

Entretanto

30 de abril de 2013

Sérvio Miro Stefanovic é o vencedor do PortoCartoon 2013

18º Salão Moura BD Na tarde do passado dia 19 de abril teve lugar a inauguração da 33ª Feira do Livro e do 18º Salão Moura BD, que além dos eventos diretamente relacionados com a BD, contou com muitos outros motivos de interesse. O Salão termina amanhã, dia 1 de maio. Do seu programa, destacámos os workshop de Cinema de Animação; e os eventos realizados nos dias seguintes: 20 DE ABRIL - Lançamento do n.º 9 dos “Cadernos Moura BD” (reedição de “O Cabo das Tormentas”, de Vassalo de Miranda) e do catálogo de caricaturas “Eros uma vez… o humorista Zé Manel”, com a presença dos autores e de Osvaldo de Sousa; - Apresentação do livro “Letras Ígneas”, de Miguel Tiago. 21 DE ABRIL - Apresentação da coleção de livros infanto-juvenis “Pippa Palito & Rafa Trivela – Uma dupla brutal”, de António Varela, Carlos Laranjeira e Paulo Gameiro, com a presença dos autores; - Apresentação dos livros: “Poesias” de Joaquim Costa (reedição) e “Joaquim Costa: poeta de Moura”, banda desenhada de Carlos Rico; 23 DE ABRIL - Dia Mundial do Livro - Apresentação do livro “Sentir nas Letras”, de Catarina Parreira; 25 DE ABRIL - Apresentação do livro “Os demónios de Álvaro Cobra”, de Carlos Campaniço; 27 DE ABRIL - Apresentação do livro “Migração dos Sabores”; - Apresentação do livro “A Árvore”, de Bruno Rodrigues; - Entrega de Prémios do 13º Concurso Escolar de BD e do 16º Concurso de Banda Desenhada e Cartune; - Sessão de Homenagens e entrega dos “Troféus Balanito” a Vassalo de Miranda, Hugues Barthe e Zé Manel; - Sessão de autógrafos com Vassalo de Miranda, Hugues Barthe e Zé Manel; 1 DE MAIO - Encerramento da Feira do Livro e do Salão Moura BD.

O Grande Prémio do PortoCartoon 2013, subordinado ao tema Liberdade, Igualdade e Fraternidade, foi atribuído ao cartunista sérvio Miro Stefanovic, com a sua obra “Shipwreck” (“Naufrágio”). O 2º Prémio foi para Angel Boligan, cartunista cubano radicado no México, com “Atrapados”, e o 3º para o holandês Willem Rasing, com “Libertea”. Foram ainda atribuídas menções honrosas a Lucv Descheemaeker (Bélgica), com "Dilemma", Luc Vernimmen (Bélgica), obra s/título, Mahmoudi Houmayoun (Inglaterra), com "Liberty", Alex Bartfeld (Israel), com "Libre", Pawel Stanczyk (Polónia), com "Liberty Equality Fraternity", Julian Penapai (Roménia), com "Opening Ceremony", Mihai Ignat (Roménia), obra s/ título e Vladimir Kazanevsk (Ucrânia), obra s/título. A edição deste ano contemplou dois prémios especiais de homenagem ao cineasta Manoel de Oliveira (que este ano fará 105 anos) e ao prémio nobel José Saramago. Os vencedores foram respetivamente Mauricio Parra, da Colômbia, e a Ivan Prado, autor espanhol residente na Alemanha. A António Santos e Catarina Morais, ambos portugueses foi atribuído respetivamente o 2º e 3º Prémio Manoel de Oliveira. A Abraham Averbuch, de Israel, e a Victor Emmanuel Becerra, do México, foram por sua vez, atribuídos respetivamente o 2º e 3º Prémio Saramago. A oportunidade do tema central do PortoCartoon 2013 e a elevada qualidade de grande parte dos participantes foi sublinhada pelos membros do Júri, em conferência de imprensa. Em apreciação estiveram cerca 1 700 obras, de mais de 500 artistas, oriundas de todos os continentes. O Irão é o país com mais participação: 121 trabalhos, de 41 cartunistas. Seguem-se a Roménia, a Sérvia,

a Turquia, Portugal e Bélgica. Com esta 15ª edição, o PortoCartoon reforça o seu lugar no pódio dos concursos internacionais de desenho de humor e mostra a pertinência da classificação do Porto com o 'capital do cartoon', atribuída em 2008. O Júri internacional do XV PortoCartoon foi presidido por Peter Nieuwendijk, presidente-geral da Feco (Holanda) e integrou Xaquín Marín, fundador do Museo de Humor de Fene (Espanha), Francisco Laranjo, diretor da Faculdade de Belas Artes do Porto e Luís Humberto Marcos,

diretor do PortoCartoon e do Museu Nacional da Imprensa. Os vencedores do X PortoCartoon receberão os troféus e os prémios durante a cerimónia de abertura da exposição que decorrerá nas instalações do Museu Nacional da Imprensa, a 23 de junho, aquando das Festas do S. João. Várias centenas de milhares de visitantes já viram as catorze edições do PortoCartoon realizadas nas instalações do Museu Nacional da Imprensa, e nas diferentes cidades por onde passaram as exposições: Argentina, Bolívia, Brasil, França, Espanha e México. Em cima, trabalho vencedor do PortoCartoon 2013, “Shiporeck”, do cartunista sérvio Miro Stefanovic.

Ao lado, trabalho a que foi atribuído o 2º Prémio, “Atrapados”, da autoria do cartunista mexicano Angel Boligan.


30 de abril de 2013

• A Voz de Ermesinde

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Arte Nona

A Quadrilha (11/12) autor: PAULO PINTO


A Voz de Ermesinde •

Serviços

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Farmácias de Serviço Permanente

Telefones CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE • Educação Pré-Escolar (Teresa Braga Lino) (Creche, Creche Familiar, Jardim de Infância)

De 01/05/13 a 04/06/13 Dias

• Infância e Juventude (Fátima Brochado) (ATL, Actividades Extra-Curriculares) • População Idosa (Anabela Sousa) (Lar de Idosos, Apoio Domiciliário) • Serviços de Administração (Júlia Almeida) Tel.s 22 974 7194; 22 975 1464; 22 975 7615; 22 973 1118; Fax 22 973 3854 Rua Rodrigues de Freitas, 2200 4445-637 Ermesinde • Formação Profissional e Emprego (Albertina Alves) (Centro de Formação, Centro Novas Oportunidades, Empresas de Inserção, Gabinete de Inserção Profissional) • Gestão da Qualidade (Sérgio Garcia) Tel. 22 975 8774 Largo António Silva Moreira, 921 4445-280 Ermesinde • Jornal “A Voz de Ermesinde” (Fernanda Lage) Tel.s 22 975 7611; 22 975 8526; Fax. 22 975 9006 Largo António da Silva Moreira Canório, Casa 2 4445-208 Ermesinde

ECA Telefones ERMESINDE CIDADE ABERTA • Sede Tel. 22 974 7194 Largo António Silva Moreira, 921 4445-280 Ermesinde • Centro de Animação Saibreiras (Manuela Martins) Tel. 22 973 4943; 22 975 9945; Fax. 22 975 9944 Travessa João de Deus, s/n 4445-475 Ermesinde • Centro de Ocupação Juvenil (Manuela Martins) Tel. 22 978 9923; 22 978 9924; Fax. 22 978 9925 Rua José Joaquim Ribeiro Teles, 201 4445-485 Ermesinde

Telefones de Utilidade Pública Auxílio e Emergência

Saúde

Avarias - Água - Eletricidade de Ermesinde ......... 22 974 0779 Avarias - Água - Eletricidade de Valongo ............. 22 422 2423 B. Voluntários de Ermesinde ...................................... 22 978 3040 B.Voluntários de Valongo .......................................... 22 422 0002 Polícia de Segurança Pública de Ermesinde ................... 22 977 4340 Polícia de Segurança Pública de Valongo ............... 22 422 1795 Polícia Judiciária - Piquete ...................................... 22 203 9146 Guarda Nacional Republicana - Alfena .................... 22 968 6211 Guarda Nacional Republicana - Campo .................. 22 411 0530 Número Nacional de Socorro (grátis) ...................................... 112 SOS Criança (9.30-18.30h) .................................... 800 202 651 Linha Vida ............................................................. 800 255 255 SOS Grávida ............................................................. 21 395 2143 Criança Maltratada (13-20h) ................................... 21 343 3333

Centro Saúde de Ermesinde ................................. 22 973 2057 Centro de Saúde de Alfena .......................................... 22 967 3349 Centro de Saúde de Ermesinde (Bela).................... 22 969 8520 Centro de Saúde de Valongo ....................................... 22 422 3571 Clínica Médica LC ................................................... 22 974 8887 Clínica Médica Central de Ermesinde ....................... 22 975 2420 Clínica de Alfena ...................................................... 22 967 0896 Clínica Médica da Bela ............................................. 22 968 9338 Clínica da Palmilheira ................................................ 22 972 0600 CERMA.......................................................................... 22 972 5481 Clinigandra .......................................... 22 978 9169 / 22 978 9170 Delegação de Saúde de Valongo .............................. 22 973 2057 Diagnóstico Completo .................................................. 22 971 2928 Farmácia de Alfena ...................................................... 22 967 0041 Farmácia Nova de Alfena .......................................... 22 967 0705 Farmácia Ascensão (Gandra) ....................................... 22 978 3550 Farmácia Confiança ......................................................... 22 971 0101 Farmácia Garcês (Cabeda) ............................................. 22 967 0593 Farmácia MAG ................................................................. 22 971 0228 Farmácia de Sampaio ...................................................... 22 974 1060 Farmácia Santa Joana ..................................................... 22 977 3430 Farmácia Sousa Torres .................................................. 22 972 2122 Farmácia da Palmilheira ............................................... 22 972 2617 Farmácia da Travagem ................................................... 22 974 0328 Farmácia da Formiga ...................................................... 22 975 9750 Hospital Valongo .......... 22 422 0019 / 22 422 2804 / 22 422 2812 Ortopedia (Nortopédica) ................................................ 22 971 7785 Hospital de S. João ......................................................... 22 551 2100 Hospital de S. António .................................................. 22 207 7500 Hospital Maria Pia – crianças ..................................... 22 608 9900

Serviços Locais de venda de "A Voz de Ermesinde" • Papelaria Central da Cancela - R. Elias Garcia; • Papelaria Cruzeiro 2 - R. D. António Castro Meireles; • Papelaria Troufas - R. D. Afonso Henriques - Gandra; • Café Campelo - Sampaio; • A Nossa Papelaria - Gandra; • Quiosque Flor de Ermesinde - Praça 1º de Maio; • Papelaria Monteiro - R. 5 de Outubro.

Fases da Lua

Mai 20 20113

Lua Cheia: 25; Q. Minguante: 2,31; Lua Nova: 9 ; Q. Crescente: 18 18..

Jun 2013

Lua Cheia: 26 26;; Q. Minguante: 30 30;; Lua Nova: 8 ; Q. Crescente: 16 16..

Ficha de Assinante A VOZ DE

ERMESINDE Nome ______________________________ _________________________________ Morada _________________________________ __________________________________________________________________________________ Código Postal ____ - __ __________ ___________________________________ Nº. Contribuinte _________________ Telefone/Telemóvel______________ E-mail ______________________________ Ermesinde, ___/___/____ (Assinatura) ___________________ Assinatura Anual 12 núm./ 9 euros NIB 0036 0090 99100069476 62 R. Rodrigues Freitas, 2200 • 4445-637 Ermesinde Tel.: 229 747 194 • Fax: 229 733 854

30 de abril de 2013

Cartório Notarial de Ermesinde ..................................... 22 974 0087 Centro de Dia da Casa do Povo .................................. 22 971 1647 Centro de Exposições .................................................... 22 972 0382 Clube de Emprego ......................................................... 22 972 5312 Mercado Municipal de Ermesinde ............................ 22 975 0188 Mercado Municipal de Valongo ................................. 22 422 2374 Registo Civil de Ermesinde ........................................ 22 972 2719 Repartição de Finanças de Ermesinde...................... 22 978 5060 Segurança Social Ermesinde .................................. 22 973 7709 Posto de Turismo/Biblioteca Municipal................. 22 422 0903 Vallis Habita ............................................................... 22 422 9138 Edifício Faria Sampaio ........................................... 22 977 4590

Bancos Banco BPI ............................................................ 808 200 510 Banco Português Negócios .................................. 22 973 3740 Millenium BCP ............................................................. 22 003 7320 Banco Espírito Santo .................................................... 22 973 4787 Banco Internacional de Crédito ................................. 22 977 3100 Banco Internacional do Funchal ................................ 22 978 3480 Banco Santander Totta ....................................................... 22 978 3500 Caixa Geral de Depósitos ............................................ 22 978 3440 Crédito Predial Português ............................................ 22 978 3460 Montepio Geral .................................................................. 22 001 7870 Banco Nacional de Crédito ........................................... 22 600 2815

Transportes Central de Táxis de Ermesinde .......... 22 971 0483 – 22 971 3746 Táxis Unidos de Ermesinde ........... 22 971 5647 – 22 971 2435 Estação da CP Ermesinde ............................................ 22 971 2811 Evaristo Marques de Ascenção e Marques, Lda ............ 22 973 6384 Praça de Automóveis de Ermesinde .......................... 22 971 0139

Desporto Águias dos Montes da Costa ...................................... 22 975 2018 Centro de Atletismo de Ermesinde ........................... 22 974 6292 Clube Desportivo da Palmilheira .............................. 22 973 5352 Clube Propaganda de Natação (CPN) ....................... 22 978 3670 Ermesinde Sport Clube ................................................. 22 971 0677 Pavilhão Paroquial de Alfena ..................................... 22 967 1284 Pavilhão Municipal de Campo ................................... 22 242 5957 Pavilhão Municipal de Ermesinde ................................ 22 242 5956 Pavilhão Municipal de Sobrado ............................... 22 242 5958 Pavilhão Municipal de Valongo ................................. 22 242 5959 Piscina Municipal de Alfena ........................................ 22 242 5950 Piscina Municipal de Campo .................................... 22 242 5951 Piscina Municipal de Ermesinde ............................... 22 242 5952 Piscina Municipal de Sobrado ................................... 22 242 5953 Piscina Municipal de Valongo .................................... 22 242 5955 Campo Minigolfe Ermesinde ..................................... 91 619 1859 Campo Minigolfe Valongo .......................................... 91 750 8474

Cultura Arq. Hist./Museu Munic. Valongo/Posto Turismo ...... 22 242 6490 Biblioteca Municipal de Valongo ........................................ 22 421 9270 Centro Cultural de Alfena ................................................ 22 968 4545 Centro Cultural de Campo ............................................... 22 421 0431 Centro Cultural de Sobrado ............................................. 22 415 2070 Fórum Cultural de Ermesinde ........................................ 22 978 3320 Fórum Vallis Longus ................................................................ 22 240 2033 Nova Vila Beatriz (Biblioteca/CMIA) ............................ 22 977 4440 Museu da Lousa ............................................................... 22 421 1565

Comunicações Posto Público dos CTT Ermesinde ........................... 22 978 3250 Posto Público CTT Valongo ........................................ 22 422 7310 Posto Público CTT Macieiras Ermesinde ................... 22 977 3943 Posto Público CCT Alfena ........................................... 22 969 8470

Administração Agência para a Vida Local ............................................. 22 973 1585 Câmara Municipal Valongo ........................................22 422 7900 Centro de Interpretação Ambiental ................................. 93 229 2306 Centro Monit. e Interpret. Ambiental. (VilaBeatriz) ...... 22 977 4440 Secção da CMV (Ermesinde) ....................................... 22 977 4590 Serviço do Cidadão e do Consumidor .......................... 22 972 5016 Gabinete do Munícipe (Linha Verde) ........................... 800 23 2 001 Depart. Educ., Ação Social, Juventude e Desporto ...... 22 421 9210 Casa Juventude Alfena ................................................. 22 240 1119 Espaço Internet ............................................................ 22 978 3320 Gabinete do Empresário .................................................... 22 973 0422 Serviço de Higiene Urbana.................................................... 22 422 66 95 Ecocentro de Valongo ................................................... 22 422 1805 Ecocentro de Ermesinde ............................................... 22 975 1109 Junta de Freguesia de Alfena ............................................ 22 967 2650 Junta de Freguesia de Sobrado ........................................ 22 411 1223 Junta de Freguesia do Campo ............................................ 22 411 0471 Junta de Freguesia de Ermesinde ................................. 22 973 7973 Junta de Freguesia de Valongo ......................................... 22 422 0271 Serviços Municipalizados de Valongo ......................... 22 977 4590 Centro Veterinário Municipal .................................. 22 422 3040 Edifício Polivalente Serviços Tecn. Municipais .... 22 421 9459

Ensino e Formação Cenfim ......................................................................................... 22 978 3170 Colégio de Ermesinde ........................................................... 22 977 3690 Ensino Recorrente Orient. Concelhia Valongo .............. 22 422 0044 Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomes .................. 22 973 3703/4 Escola EB2/3 de S. Lourenço ............................ 22 971 0035/22 972 1494 Escola Básica da Bela .......................................................... 22 967 0491 Escola Básica do Carvalhal ................................................. 22 971 6356 Escola Básica da Costa ........................................................ 22 972 2884 Escola Básica da Gandra .................................................... 22 971 8719 Escola Básica Montes da Costa ....................................... 22 975 1757 Escola Básica das Saibreiras .............................................. 22 972 0791 Escola Básica de Sampaio ................................................... 22 975 0110 Escola Secundária Alfena ............................................. 22 969 8860 Escola Secundária Ermesinde ........................................ 22 978 3710 Escola Secundária Valongo .................................. 22 422 1401/7 Estem – Escola de Tecnologia Mecânica .............................. 22 973 7436 Externato Maria Droste ........................................................... 22 971 0004 Externato de Santa Joana ........................................................ 22 973 2043 Instituto Bom Pastor ........................................................... 22 971 0558 Academia de Ensino Particular Lda ............................. 22 971 7666 Academia APPAM .......... 22 092 4475/91 896 3100/91 8963393 AACE - Associação Acad. e Cultural de Ermesinde ........... 22 974 8050 Universidade Sénior de Ermesinde .............................................. 93 902 6434

Farmácias de Serviço

01 Qua. Outeiro Linho (Val.) Martins Costa (Alto Maia) 02 Qui. Sampaio (Erm.) Silva Dias (Parq Nasc.) 03 Sex. Santa Joana (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) 04 Sáb. Bemmequer (Alf.) Silva Pereira (Costa Cabral) 05 Dom. Travagem (Erm.) Giesta (Areosa) Hosp. S. João (Circunv.) 06 Seg. Bessa (Sobr.) 07 Ter. Ascensão (Erm.) Sousa Torres (Maiashop.) 08 Qua. Central (Val.) Hosp. S. João (Circunv.) 09 Qui. Confiança (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) Areosa (Areosa) 10 Sex. Alfena (Alf.) 11 Sáb. Marques Santos (Val.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) 12 Dom. Formiga (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) 13 Seg. Sobrado (Sobr.) 14 Ter. Vilardell (Campo) Hosp. S. João (Circunv.) 15 Qua. MAG (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) 16 Qui. Marques Cunha (Val.) Hosp. S. João (Circunv.) 17 Sex. Nova Alfena (Alf.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) 18 Sáb. Palmilheira (Erm.) 19 Dom. Outeiro Linho (Val.) Hosp. S. João (Circunv.) 20 Seg. Sampaio (Erm.) Sousa Reis (Brás Oleiro) 21 Ter. Santa Joana (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) 22 Qua. Bemmequer (Alf.) Hosp. S. João (Circunv.) 23 Qui. Travagem (Erm.) Martins Costa (Alto Maia) Hosp. S. João (Circunv.) 24 Sex. Bessa (Sobr.) 25 Sáb. Ascensão (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) Costa Cabral (Costa Cabral) 26 Dom. Central (Val.) 27 Seg. Confiança (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) 28 Ter. Alfena (Alf.) Hosp. S. João (Circunv.) 29 Qua. Marques Santos (Val.) Sousa Torres (Maiashop.) 30 Qui. Formiga (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) Hosp. S. João (Circunv.) 31 Sex. Sobrado (Sobr.) Maia (Alto Maia) 01 Sáb. Vilardell (Campo) Hosp. S. João (Circunv.) 02 Dom. MAG (Erm.) 03 Seg. Marques Cunha (Val.) Oliveiras (Areosa) 04 Ter. Nova Alfena (Alf.) Hosp. S. João (Circunv.) FICHA TÉCNICA A VOZ DE

ERMESINDE JORNAL MENSAL

• N.º ERC 101423 • N.º ISSN 1645-9393 Diretora: Fernanda Lage. Redação: Luís Chambel (CPJ 1467), Miguel Barros (CPJ 8455). Fotografia: Editor – Manuel Valdrez (CPJ 8936), Ursula Zangger (CPJ 1859). Maquetagem e Grafismo: LC, MB. Publicidade e Asssinaturas: Aurélio Lage, Lurdes Magalhães. Colaboradores: Afonso Lobão, A. Álvaro Sousa, Ana Marta Ferreira, Armando Soares, Cândida Bessa, Chelo Meneses, Diana Silva, Faria de Almeida, Filipe Cerqueira, Gil Monteiro, Glória Leitão, Gui Laginha, Jacinto Soares, Joana Gonçalves, João Dias Carrilho, Sara Teixeira, Joana Viterbo, José Quintanilha, Luís Dias, Luísa Gonçalves, Lurdes Figueiral, Manuel Augusto Dias, Manuel Conceição Pereira, Marta Ferreira, Nuno Afonso, Paulo Pinto, Reinaldo Beça, Rui Laiginha, Rui Sousa, Sara Amaral. Propriedade, Administração, Edição, Publicidade e Assinaturas: CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE • Rua Rodrigues de Freitas, N.º 2200 • 4445-637 ERMESINDE • Pessoa Coletiva N.º 501 412 123 • Serviços de registos de imprensa e publicidade N.º 101 423. Telef. 229 747 194 - Fax: 229733854 Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde. Tels. 229 757 611, 229 758 526, Tlm. 93 877 0762. Fax 229 759 006. E-mail: avozdeermesinde@gmail.com Site:www.avozdeermesinde.com Impressão: DIÁRIO DO MINHO, Rua Cidade do Porto – Parque Industrial Grundig, Lote 5, Fração A, 4700-087 Braga. Telefone: 253 303 170. Fax: 253 303 171. Os artigos deste jornal podem ou não estar em sintonia com o pensamento da Direção; no entanto, são sempre da responsabilidade de quem os assina.

Emprego Centro de Emprego de Valongo .............................. 22 421 9230 Gabin. Inserção Prof. do Centro Social Ermesinde .. 22 975 8774 Gabin. Inserção Prof. Ermesinde Cidade Aberta ... 22 977 3943 Gabin. Inserção Prof. Junta Freguesia de Alfena ... 22 967 2650 Gabin. Inserção Prof. Fab. Igreja Paroq. Sobrado ... 91 676 6353 Gabin. Inserção Prof. CSParoq. S. Martinho Campo ... 22 411 0139 UNIVA ............................................................................. 22 421 9570

Tiragem Média do Mês Anterior: 1100


30 de abril de 2013

• A Voz de Ermesinde

Serviços

Agenda

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01 mai - 01 jun

Desporto

Espetáculos

Exposições

FUTEBOL

30 DE ABRIL A 5 DE MAIO - Centro Cultural de Campo TEATRANDO Encontr o Inter nacional de Tea tr o Escolar Encontro Internacional eatr tro

5 DE MAIO, 17H00

Estádio de Sonhos – ERMESINDE - VAL ONGUENSE ALONGUENSE Jogo a contar para a trigésima-segunda jornada do Campeonato Distrital – Divisão de Honra, da Associação de Futebol do Porto.

Atividade conjunta do TnE - Grupo de Teatro da Escola Básica e Secundária de Campo - e do TEBAS - Grupo de Teatro da Escola de Sobrado -, que consiste na realização de um encontro de teatro escolar, promovido em articulação com a autarquia, associações de pais e várias instituições escolares. «Educação não significa, apenas, adequirir conhecimentos, coligir e correlacionar factos; é compreender o significado da vida como um todo. A função da educação é criar seres humanos integrados e, por conseguinte, inteligentes (...)». (Agenda da CMV).

19 MAIO, 17H00

Estádio de Sonhos – ERMESINDE - ALPENDORAD A ALPENDORADA Jogo a contar para a trigésima-quarta jornada do Campeonato Distrital – Divisão de Honra, da Associação de Futebol do Porto. (Agenda Associação de Futebol do Porto).

15 DE ABRIL A 5 DE MAIO Fórum Cultural de Ermesinde “O TEMPO” - E XPOSIÇÃO FO T OGRÁFICA COMEMORA T I VVAA ANOS DO BANCO DO TEMPO

DE

10

Encontra-se patente no Fórum Cultural de Ermesinde, até ao próximo dia 5 de maio, uma exposição fotográfica comemorativa dos 10 anos de existência do Banco de Tempo em Portugal. O Banco de Tempo é um sistema de organização de trocas solidárias a nível local que promove o encontro entre a oferta e a procura de serviços disponibilizados pelos seus membros, tendo o tempo – e não o euro – como moeda de troca dos serviços trocados.

(Agenda Metroplitana da Cultura).

Prazos de entrega do IRS e uma maneira de ajudar o CSE sem gastar um tostão Sabia que, no preenchimento da declaração de IRS, podemos destinar 0,5 % do imposto a pagar, que em vez de ir parar aos cofres do Estado pode ser reencaminhado para uma instituição de solidariedade social, bastando para tal que cada contribuinte indique no Quadro 9 do Anexo H do Modelo 3 do IRS o número de contribuinte da instituição beneficiária? Isto não implica o pagamento de mais imposto, apenas que o contribuinte, desta forma, obriga o Estado a doar parte da verba que iria receber a uma instituição de solidariedade à escolha. Esta opção não tem, por isso, quaisquer custos e não interfere nos cálculos do que se possa vir a pagar ou receber de reembolso do IRS, tal como o define o n.º 6 do artigo 32.º da Lei n.º 16/2001, de 22 de Junho. Instituição de solidariedade cinquentenária, com várias valências dedicadas ao trabalho com idosos, crianças, desempregados e outras pessoas com necessidades formativas, com muitas provas dadas ao longo de todos estes anos, o Centro Social de Ermesinde (CSE) é, sem dúvida, uma instituição plenamente merecedora dessa doação ao fazer o seu IRS. Para tal, por favor, indique o número de identificação fiscal do CSE: 501412123, tal como exemplificado acima. DATAS DE ENTREGA IRS 2012 Entregas em papel 1ª Fase - 1 a 31 de março de 2013, para rendimentos das categorias A e H (já esgotado); 2ª Fase - 1 a 30 de abril de 2013, para os restantes rendimentos (já esgotado). Entrega via internet 1ª Fase - 1 a 30 de abril de 2013, para rendimentos das categorias A e H (já esgotado); 2ª Fase - 1 de maio a 31 de maio de 2013, para os restantes rendimentos (prazo alargado pelas Finanças).


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A Voz de Ermesinde •

Última

30 de abril de 2013

14º Aniversário da AACE FOTOS URSULA ZANGGER

A Associação Académica e Cultural de Ermesinde encerrou as suas comemorações do 14º aniversário com um espetáculo – intitulado “Décadas” e ocorrido na tarde do dia 21 de abril, no Fórum Cultural de Ermesinde, espetáculo esse no qual se

exibiram as suas classes de Danças de Salão e Danças Criativas e ainda as suas Escola de Música e Escola de Cavaquinhos. No final, o presidente da instituição, Alberto Mateus, proferiu a saudação final da iniciativa. LC


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