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A VOZ DE

ERMESINDE

MAIS DE 50 ANOS – E MAIS DE 900 NÚMEROS! N.º 903 • ANO LIII/LV

31 de março de 2013

DIRETORA: Fernanda Lage

M E N S Á R I O

PREÇO: 1,00 Euros (IVA incluído)

TAXA PAGA PORTUGAL 4440 VALONGO

• Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 • Fax: 229759006 • Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde • E-mail: avozdeermesinde@gmail.com

“A Voz de Ermesinde” - página web: http://www.avozdeermesinde.com/

Ale xandr e Teix eir ag ar ante Alexandr xandre eixeir eira gar arante URSULA ZANGGER

DESTAQUE Assembleia Municipal de Valongo em Sobrado: reorganização de freguesias em destaque

Pág, 3

Encerramento da Mostra de Teatro Amador

CDS

so zinho sozinho nas autár quicas autárquicas MANUEL VALDREZ

Pág.s 4 a 6

Inauguração do novo Parque Infantil do CSE

RIO DE ESTADO NTÓNIO COSTA APOIO AO CSE

MANUEL VALDREZ

Entrega de diplomas das Novas Oportunidades URSULA ZANGGER

A c o m p a n h e t a m b é m “ A Vo z d e E r m e s i n d e ” o n l i n e n o f a c e b o o k

Pág. 7

MANUEL A. DIAS

O novo Papa antecipa a “primavera”

Pág. 11

DAMAS

I Open Nacional de Damas Clássicas Cidade de Ermesinde Pág, III

EDIÇÃO NET * EDIÇÃO NET * EDIÇÃO NET


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A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013

Destaque

FERNANDA LAGE DIRETORA

Ruturas

EDITORIAL

A

vida é feita de mudanças e passagens, umas mais marcantes, outras menos, umas boas outras más, às vezes são necessárias mesmo ruturas. Foram ruturas profundas que contribuíram para uma cultura mais justa, mais humana mais igualitária a nível dos géneros, das raças, das religiões, dos povos. Na natureza as diferentes estações do ano marcam tempos e mudanças que afetam a vida animal e vegetal e influenciam profundamente a vida das pessoas, é o caso da passagem do inverno para a primavera. A primavera é essa estação da renovação, do renascer, a que associo a Páscoa, a passagem da morte para a vida, da escravidão para a liberdade. É tempo de reflexão, de olharmos à nossa volta e continuar a caminhada com mais vontade, escolhendo o caminho que nos parece mais acertado. Nesta primavera advinhamse mudanças a nível da igreja católica. Com a eleição do novo Papa Francisco alguns católicos aguardam algumas ruturas. Em momentos de crise e desânimo é bom pensar que todos os anos há primavera, que é na primavera que a vida se renova, não podemos fechar os olhos e deixar passar, temos que ver e reconhecer o caminho. Mas há ruturas e mudanças que nada têm a ver com as do poeta: «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança: Todo o mundo é composto de mudanças, Tomando sempre novas qualidades». (1)

Romper com a miséria, com a injustiça, com a pobreza, para atingir uma sociedade mais justa onde cada um de nós possa ser mais feliz, essas ruturas são necessárias. Ruturas em tecidos acabados de tecer, ruturas nas conquistas dos povos a nível social e político, essas são muito perigosas. Vivemos momentos difíceis. «Estamos à beira de uma tragédia social de consequências IMAGEM DE AQRQUIVO imprevisíveis para a vida dos portugueses e para o regime democrático». (2) Dia a dia o país empobrece, a esperança vai desaparecendo, instalase o desespero e a perda de confiança, já ninguém acredita em ninguém. Nenhum órgão de soberania, responsável político, nenhum de nós, pode ignorar o estado de pré-rutura social a que o nosso país chegou. Portugal vive hoje uma situação de crise económica e social que se agrava de dia para dia, uma dívida pública a aumentar, 942mil desempregados, cortes nos salários, nas pensões, na área da segurança social, da educação e da saúde, uma crise generalizada que atinge diferentes estratos sociais. Para fazer frente a esta crise é necessário em primeiro lugar conhecer a verdade, exigir seriedade para acreditar em quem nos governa, pensar nas pessoas e não em números, só assim é possível construir cumplicidade e confiança entre governantes e governados. Abril está aí, esperemos que nos traga sol e algum calor porque até agora a primavera ainda não se fez sentir… (1)

Luís de Camões

(2)

Citação do PS


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• A Voz de Ermesinde

Destaque

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• ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE VALONGO •

A voz a Sobrado!

FOTOS URSULA ZANGGER

Decorreu no passado dia 28 de fevereiro a última sessão da Assembleia Municipal de Valongo, que mais uma vez teve realização descentralizada, tendo sido realizada em Sobrado. Naturalmente os problemas da freguesia e a decisão da Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território (UTRAT) em aprovar a fusão das freguesias de Sobrado e Campo estiveram em destaque. Foram aprovadas algumas moções, entre elas duas da CDU, uma “Em Defesa do Poder Local Democrático” e outra “Sobre a proposta de alteração da Lei das Finanças Locais”, que foram aprovadas por unanimidade.. LC

A sessão teve início com as intervenções do público, sendo a primeira do munícipe Joaquim Delgado, que abordou a questão da agregação de freguesias, a que se seguiu Guilhermino Sousa, sobre a falta de transporte público em Sobrado e a inexistência de uma verdadeira zona industrial, entre outros assuntos. Seguiu-se-lhes Celestino Neves, que pegando também na questão da agregação de freguesias, denunciou a existência de pessoas naquela sala que estiveram a favor da agregação. Celestino Neves acusou também a Câmara Municipal de Valongo de não ter clamado bem alto a sua revolta. E terminou apontando que «há comentários solidários que de solidariedade têm muito pouco». O presidente da Câmara Municipal de Valongo, João Paulo Baltazar, responderia a estas intervenções afiançando que todos os presidentes das juntas de freguesia do concelho (as cinco) estavam disponíveis para se constituírem como assistentes no processo jurídico contra a agregação de freguesias. O presidente da Mesa da Assembleia Municipal de Valongo, Henrique Campos Cunha, anunciou a renúncia do mandato municipal de Eliseu Lopes. Na sessão já foi este substituído por Nuno Monteiro, outro membro da Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda. Anunciou ainda a passagem a independentes de três eleitos nas listas do Partido Socialista – Cândida Bessa, Raquel Santos e Sérgio Bessa.

Ao mesmo tempo, na Ordem de Trabalhos da Assembleia, figurava ainda a renúncia ao mandato de José Bandeira, eleito nas listas da Coragem de Mudar e atual presidente da Associação Coragem de Mudar, que algumas fontes dão como possível incluído em futuras listas autárquicas do PS. Período de intervenções antes da Ordem do Dia No período de intervenções antes da Ordem do Dia interveio Orlando Rodrigues, do PS, que praticamente repetiu a apresentação de uma anterior moção aprovada em assembleia contra o encerramento das piscinas de Campo e Sobrado, exigindo a sua reabertura e fazendo coincidir o facto com a proposta de agregação das duas freguesias. Seguiu-se-lhe Rosa Maria Rocha que destacando os problemas de Sobrado, sublinhou a importância das Bugiadas e o apoio da autarquia à sua promoção, anunciando que o evento iria ser promovido pelas instâncias turísticas distritais. Defendeu a decisão camarária de encerrar as piscinas, uma decisão responsável mas difícil em período eleitoral, e respondeu a “vozes do PS” que andariam a anunciar um iminente aumento do IMI, o que não seria verdadeiro. Estreou-se depois enquanto deputado municipal o bloquista Nuno Monteiro, que quis um ponto da situ-

ação do debate em torno da revisão do PDM e apresentou uma moção “Pela democracia participativa”, opondo-se a uma lei que retira competências aos órgãos deliberativos municipais, passando-as para a órbita de órgãos metropolitanos. Adriano Ribeiro, da CDU, lembrou aos cidadãos de Sobrado que eles foram vítimas na agregação de freguesias, precisamente das forças políticas em que tinham votado, PSD e CDS (Sobrado ajudou a eleger este Governo, com 57% dos votos a favor das forças políticas que o compõem). Também em relação ao Presidente da República, que assinou a lei (aí votado com 70% dos votos). À sua anotação de que a população de Sobrado irá ser derrotada por aqueles em quem votou, haveria mais tarde de protestar Albino Poças, que acusou o deputado municipal da CDU de querer passar um atestado de menoridade à população de Sobrado, o que Adriano Ribeiro recusou. Este, além de apresentar as duas propostas de moção já referidas, apresentou ainda uma recomendação

para entregar a devoluta Escola da Lomba ao movimento associativo. Interveio de seguida Cândida Bessa, que traçou um quadro de Sobrado, salientando o seu movimento associativo e o empreendedorismo. José Manuel Pereira, da Coragem de Mudar, exprimiu a sua indignação pela forma como no “Jornal de Notícias”, com imprecisões e devaneio, se atinge a Coragem de Mudar, «que serve para tudo», quando não foi ouvida nem achada. E lembrou que o compromisso da Coragem de Mudar (CM) está registado notarialmente. Por fim apresentou um voto de congratulação pelo facto de os alunos oriundos da Escola Secundária de Ermesinde serem, juntamente com os da Escola Garcia da Horta, os que têm uma melhores notas entre os alunos das universidades portuenses, conforme aponta um estudo recentemente divulgado. Alexandre Teixeira, do CDS, interveio a seguir, de forma muito crítica para com a maioria do Executivo camarário, a quem acusou de, ao invés do muito anuncia-

do, nada ter feito para promover o concelho na recente Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), ao contrário de muitos outros municípios. Afiançou depois que o CDS estava contra qualquer agregação de freguesias, mas que as providências cautelares e demais iniciativas legais não iriam vingar. «Não decidimos por nós, temos o que merecemos», comentou ainda a propósito da defesa que então fizera de que o município deveria ter apresentado a sua proposta própria de agregação em vez de se sujeitar ao que outros, externamente, decidissem. Esgotada rapidamente a Ordem do Dia sem nada de especial a assinalar, seguiuse a continuação do período de intervenções exteriores às Ordem do Dia. Alfredo Sousa, do PS, presidente da Junta de Freguesia de Campo, interveio para pedir um conjunto de verbas para entregar a todas as freguesias, no período referente a 2013, e destinadas à limpeza de bermas e valetas. José Manuel Ribeiro, do PS, considerou que é de falta de ação [da Câmara] que os sobradenses se queixam. A estas intervenções respondeu João Paulo Baltazar que, entre outros assuntos, apontou estar o assunto das piscinas completamente ultrapassado, até pela própria aprovação do Plano e Orçamento. Sobre o debate a propósito da revisão do PDM prometeu que logo que houvesse um documento concerta-

do, a Câmara iria promover o seu debate, essa discussão não estava esquecida. Responderia ainda a Alexandre Teixeira afirmando que o município tinha sido promovido na BTL, sobretudo ao nível das Bugiadas e da sua gastronomia. Responderia ainda a Alfredo Sousa que as freguesias só deveriam receber contrapartidas pelos trabalhos efetivamente feitos. Passou-se finalmente ao período de análise e votação das propostas de moção e recomendações apresentadas. Uma proposta de moção apresentada pelo PS, pela defesa das freguesias, seria aprovada com 15 votos a favor, 6 abstenções (entre BE e CM) e 10 votos contra (PSD). A proposta de defesa do Poder Local Democrático, apresentada pela CDU, seria aprovada com 13 abstenções (PSD, CDS e UPA) e 18 votos a favor. A proposta contra a alteração da Lei das Finanças Locais, também apresentada pela CDU, seria aprovada com 12 abstenções (PSD e CDS) e 19 votos a favor. A proposta de moção pela Democracia Participativa Local, apresentada pelo BE, seria aprovada com 15 abstenções e 16 votos a favor. A proposta de voto de congratulação da CM seria aprovada por unanimidade. Desta vez, a votação na moção contra o encerramento das piscinas não teve o acolhimento da assembleia anterior, tendo vários deputados municipais que então votaram a seu favor, votado agora contra, tendo em conta a alteração das circunstâncias de tal votação.


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A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013

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• GRANDE ENTREVISTA • GRANDE ENTREVISTA • GRANDE ENTREVISTA •

Alexandre Teixeira

FOTOS URSULA ZANGGER

– o CDS está num ciclo de consolidação organizativa Dirigente concelhio desde há alguns anos, Alexandre Teixeira da Silva, engenheiro de profissão, é o presidente da Comissão Política do CDS de Valongo e tem sido o organizador local do partido, sendo o rosto deste na Assembleia Municipal, onde também tem assento – mas nas funções de presidente da Mesa –, Henrique Campos Cunha. Nas suas declarações ao jornal “A Voz de Ermesinde” o jovem dirigente centrista ajusta aqui as contas com o ainda parceiro de coligação, a quem acusa de desrespeito para com o CDS e de falta de uma estratégia de desenvolvimento para o concelho. LC

“A Voz de Ermesinde” (AVE) - Para a Comissão Política Concelhia foi relativamente fácil ou resultou de uma discussão bastante acesa tomar esta decisão de o CDS avançar sozinho para as próximas eleições autárquicas? Alexandre Teixeira (AT) – A discussão não foi acesa. Desta vez, e porque era uma situação crítica e importante, eu tomei a decisão de convocar uma Comissão Política Alargada, que reúne não só com os membros que pertencem à Comissão Política, mas engloba um conjunto de pessoas que são referenciais no CDS e que, por norma, eu os costumo ouvir, e foi essa a figura que foi usada para esta tomada de posição. E a maioria – e digo maioria porque uma ou duas pessoas terão tido mais alguma reserva – manifestou uma convicção absoluta de que não deveríamos repetir o cenário da coligação das últimas autárquicas, em 2009. Nessa altura aconteceu um facto à última da hora, que foi uma reorganização dos interesses que acabou por decidir que deveríamos ir em coligação. Uma vez mais, tendo sido isso decidido em Comissão Política que, então, decidiu dar a sua anuência. Desta vez as mesmas pessoas, que fizeram então a campanha autárquica ao lado do PSD, que tiveram desde então contactos com o PSD, e que, até pela forma como temos sido tratados e dos interesses do próprio CDS, decidiram embora não de forma unânime, mas de forma solidamente maioritária, não repetir os termos da coligação, em qualquer cenário. Chegou-se a alvitrar que estamos a procurar é ter mais algum lugar, mas quero di-

zer aqui claramente que não estamos a correr por nenhum lugar. Se o PSD nos quisesse ao

no atual mandato. Houve uma série de momentos em que até, obrigatoriamente teríamos que

O relacionamento do CDS com o atual presidente da Câmara é mais difícil do que com o Dr. Fernando Melo seu lado para termos alguma responsabilidade na governação do concelho nós estávamos disponíveis, não lugares mas responsabilidade, mas não é isso que o PSD quer, o PSD quer ser o único a governar, com o apoio dos votos do CDS e não mais do que isso, ou seja, nós queremos aqui dizer qualquer coisa também. E isto tem sido muito visível até

ser ouvidos os partidos, por lei, no respeito do direito da oposição, aquando da apresentação dos orçamentos e nem sequer aí o CDS foi ouvido. Eu lembrome de ter sido ouvido apenas duas vezes, uma delas quando o responsável pela área financeira, então o Dr. Arnaldo Soares, teve a amabilidade de nos convocar para uma reunião para dis-

cutirmos o orçamento. E lembro-me de ter feito precisamente essa crítica em Assembleia Municipal ao Dr. Fernando Melo. AVE - Traça, por isso, um balanço negativo da coligação? AT – O CDS não pode estar confortável quando houve pessoas do PSD eleitas pela lista da coligação PSD-CDS a dizerem, imediatamente após terem sido eleitas, que não queriam ter o CDS ao seu lado, e esse foi um primeiro sinal de desconforto. Eu já contei muitas vezes a história de, quando um ano depois de uma lista de coligação PSD-CDS ter feito a celebração da vitória dessa coligação, tal celebração ter sido conduzida apenas pelo PSD, que nem sequer nos convidou! É como se o marido organizasse em sua casa uma festa de celebração do casamento e não convidasse a própria esposa! Coisas destas aconteceram. Logo a seguir às eleições autárquicas houve uma eleição para as Presidenciais em que nós quisemos colocar nalgumas mesas alguns representantes do CDS que apoiavam o candidato presidencial da altura, e tal não foi possível porque o mandatário concelhio do atual Presidente da República, um elemento do PSD, barrou completamente as indicações de nomes por parte do parceiro de coligação. É difícil perceber como se pode chamar um casamento a isto, quando tivemos o triste episódio de o engenheiro Campos Cunha ter sido marinado em praça pública por causa da questão das fre-

guesias. Foi uma vergonha aquilo que aconteceu na Assembleia Municipal que se realizou em Sobrado! Expor e tentar desgastar em praça pública alguém que não teve intervenção direta na escolha da reorganização de freguesias. Foi um conjunto de pessoas que decidiram isso – porque nós aqui nos demitimos de decidir. À luz daquilo que se sabe – até já é conhecido e já é público –, o PSD fez algumas manobras de bastidores para que a configuração fosse outra. Não se pode esperar que se faça uma análise positiva. AVE – Não vê diferença de comportamentos entre os mandatos do Dr. Fernando Melo e o mandato do Dr. João Paulo Baltazar? AT – O Dr. Fernando Melo tinha os seus quês. O Dr. Fernando Melo e o CDS tiveram algumas divergências no passado, mas eram sempre passíveis de recuperar. Eu e o Dr. Fernando Melo tivemos uma grande divergência, mas tudo isso foi ultrapassado. Era possível. Neste momento, o relacionamento com o atual presidente da Câmara é mais difícil. São pessoas diferentes, com

personalidades diferentes. Era mais fácil lidar com o Dr. Fernando Melo do que agora com o Dr. João Paulo Baltazar. AVE – Ainda sobre o desenho da reorganização de freguesias. Queixou-se de que o engenheiro Campos Cunha (e por isso o CDS) foi maltratado na Assembleia Municipal. Isso também por parte do PSD? AT – Sobretudo por parte do PSD! Eu ouvi um elemento do PSD numa sessão da Assembleia Municipal a pedir a demissão do presidente da Mesa da Assembleia, que tinha sido suportada por eles, isto aconteceu numa Assembleia Municipal em Valongo na sequência desse episódio da reorganização de freguesias. AVE – Mas vamos lá a ver... Tendo a Assembleia Municipal tomado uma posição desfavorável à reorganização, da parte do senhor presidente da Assembleia Municipal não deveria ter havido uma outra posição relativamente às responsabilidades que assumiu, e às posições que subscreveu ou se viu obrigado a


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• A Voz de Ermesinde

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• GRANDE ENTREVISTA • GRANDE ENTREVISTA • GRANDE ENTREVISTA • ria era validar tecnicamente se aquela proposta respeitava os requisitos legais. AVE – Mas qual deveria ser essa proposta concreta? AT – Há várias interpretações... Havia um conjunto de... configurações possíveis. Tantas quantas matematicamente é possível organizar entre cinco fundirem-se em quatro. Então esta foi aquela que foi decidida, não podemos é depois vir para a praça pública dizer que esta é uma má decisão. Então se esta é uma má decisão, se alguém tinha uma proposta melhor oportunamente que a apresentasse. A mim, e com toda a franqueza, o que me parece correta é a posição do CDS. Ponto n.º 1: Absolutamente contra esta lei. Ponto n.º 2: Não sendo nós a decidir, temos que aceitar a decisão.

tomar? Não sei se a Comissão Política Concelhia discutiu essa situação ou se não. AT - … Eu vou-lhe dizer aquilo que disse da primeira vez que este assunto começou a ser discutido –, e lembro-me bem de ter dito isto numa sessão de esclarecimento que ocorreu em Campo –, tendo a perfeita noção dos custos políticos que isto tem, acho que devíamos ter sido nós a decidir o que devíamos querer para o nosso concelho. Assim corremos o risco de ter umas pessoas, à distância, a tomar decisões que nos dizem respeito a nós. Sou absolutamente contra, e foi esse o sentido do nosso voto na Assembleia Municipal, esta reorganização de freguesias, até porque, no primeiro documento, Valongo não precisava de perder nenhuma freguesia. Aliás, é fácil de olhar para concelhos vizinhos que têm a mesma densidade populacional que nós temos e o mesmo espaço, e não têm quatro ou cinco freguesias, têm mais de oito! E nós não precisávamos de ter reduzido. Por definição e em absoluto, sou contra esta reorganização, agora vamos à forma como se decidiu a reorganização. Foi-nos dada a possibilidade de podermos escolher, sob os nossos critérios, razoáveis, como é que reorganizávamos, sendo forçoso, como acabou por ser, reorganizar. E nós podíamos ter dito alguma coisa. Mas decidimos – e foi uma estratégia global que não foi do CDS, não foi do PSD, não foi do Bloco de Esquerda, foi de todos os partidos –, que o havia de fazer era declararmo-nos em absoluto contra esta lei, e deixar que ela fosse agarrada por

uma comissão técnica que faria... uma avaliação técnica. A partir desse instante entregamos nas mãos de outros uma decisão que podia ter sido nossa. Vamos agora à questão do engenheiro Henrique Campos Cunha estar nessa comissão. Era mais uma das pessoas que pertencia a essa comissão. Havia pessoas de vários partidos, do PSD e do CDS, e a decisão quanto a Valongo foi votada por unanimidade. E essa foi uma decisão meramente técnica: foram avaliadas as continuidades das manchas urbanas, e estas avaliações estão publicadas na internet e verificou-se que entre as possíveis fusões de Campo e Valongo e Campo e Sobrado, e havia realmente continuidade entre Campo e Sobrado. Mais ainda: a zona de fronteira é muito maior entre Campo e Sobrado que entre Campo e Valongo. Razão pela qual, sabendo que era forçoso perderem-se freguesias, a comissão ter definido uma metodologia em que se aplicaram apenas critérios matemáticos e técnicos definidos (e na comissão havia peritos em Planeamento e Urbanismo), o que faria sentido, foi a conclusão, era a fusão entre Campo e Sobrado. AVE – Poderia ser outra a decisão, se a Assembleia Municipal decidisse apresentar uma proposta concreta? AT – Sim, se a assembleia Municipal decidisse apresentar uma proposta concreta, tal podia inclusivamente implicar a reorganização das freguesias, isto é definir novos limites para as freguesias, e então a única coisa que a comissão técnica fa-

AVE – E qual a posição do CDS quanto à apresentação de providências cautelares e outras iniciativas do domínio jurídico? AT – Não sou jurista, sou engenheiro. Mas os advogados com quem tenho falado têm-me dito uma coisa muito clara: a providência cautelar implica sempre, depois, uma ação principal. E qual vai ser a nossa ação principal, dizer que somos contra uma lei, votada e aprovada pela Assembleia da República? A única coisa que poderíamos dizer numa providência cautelar é que a lei está mal aplicada. Mas não está. No caso concreto aqui de Valongo diz que, de cinco freguesias tem que se passar para quatro, e passou-se para quatro, pela aplicação do critério. Vou-lhe dizer, sinceramente, o que acho sobre as providências cautelares: é uma forma da Câmara tentar branquear as suas responsabilidades. As providências cautelares têm tido o sucesso que se sabe: absolutamente nenhum no que diz respeito a esta matéria, e é isso que irá acontecer. Vamos gastar dinheiro, e a seguir a essa providência cautelar vai ser preciso apresentar uma ação principal que não tem fundamento, isto é o que todos os juristas me têm dito. AVE – Esta questão da reorganização administrativa veio tornar ainda mais clara a insatisfação do CDS com a coligação no concelho. Já abordámos a questão dos comportamentos e quanto à questão das políticas? Há diferenças substanciais de estratégia entre um partido e outro? AT – Voltando um bocadinho atrás, eu não diria que esta

questão afastou mais os dois partidos, se esta questão não tivesse existido os dois partidos já estavam naturalmente afastados. E agora, retomando a questão que me colocou: do ponto de vista político tem havido algum afastamento da estratégia? Eu não sei, eu não consigo ver nenhuma estratégia nesta presidência de Câmara. A única estratégia que existe é de deixar os dias correrem, não há estratégia política. À questão de para onde é que Valongo deve crescer e de que forma, onde é que deve estar nos próximos vinte anos, não há nenhuma resposta estratégica, não há nenhum macroplano que diga para onde é que Valongo deve ir. Por isso não sei se estamos de acordo com a estratégia, porque ela não existe. Nós temos algumas ideias de para onde é que Valongo deveria caminhar. Não sei se já toda a gente se terá apercebido que 55% da área verde da região do Grande Porto está aqui em Valongo. AVE – Então o que seria uma estratégia de desenvolvimento adequada para o concelho? AT – Eu conheço um conjunto de pessoas que vêm todos os fins de semana praticar desporto para Valongo. Temos aqui condições para tornar possível a prática de vários desportos da natureza, nós não temos nenhuma pousada ecológica, nós não temos nenhumas condições de suporte a estas atividades na serra, Valongo é o primeiro concelho da Área Metropolitana já a caminho do interior, tem vias rodoviárias fantásticas, mas as mesmas vias que nos servem a nós servem também concelhos vizinhos quer conseguem criar mais condições de atratibilidade. Quem vem pela A41 tem Valongo, mas depois logo a seguir tem concelhos que são muito mais aguerridos na captação do investimento para as suas localidades. Valongo não

tem nenhuma estratégia nesse sentido. Há uns tempos atrás era conhecido por ser um sítio bom para se viver porque tinha casas baratas, hoje em dia nem isso. Eu trabalho numa organização que desenvolve projetos na área do automóvel e da aeronáutica., com investimentos imensos na investigação, desenvolvimento tecnológico e engenharia. Era impossível uma organização desta natureza, que está sediada atualmente na Maia, vir para Valongo. Valongo nem sequer tem uma capacidade hoteleira e uma capacidade de restauração para poder albergar visitas que venham relacionar-se e fazer negócios com as suas empresas. Valongo tem três parques industriais que estão mais ou menos ocupados. Nenhum deles está capacitado e organizado em clusters por nenhuma área temática. O que nós temos são pequenos armazéns de pouco mais de mil metros quadrados. Mas a maior parte das unidades que nós temos, por exemplo na zona de Sobrado, são pequenas oficinas com pouco mais de cem metros quadrados. Há raríssimas exceções – pois temos algumas empresas de qualidade que produzem com-

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sociação empresarial forte no concelho? AT – Eu venho de uma via empresarial e para haver negócio e para haver empresas não é precisa uma associação empresarial, mas elas ajudam, porém, se existirem. Valongo poderia ter criado – há algum tempo que eu defendo isso – um ninho de empresas, para aqueles pequenos negócios que se querem iniciar e, muitas das vezes, têm dificuldades em encontrar um espaço – como vocês, como alguém que queira iniciar a sua atividade de advocacia, de contabilidade, de revelação de fotografias, de paginação,... e não tem um sítio, pequeno, para poder começar o seu negócio. Por outro lado, temos ali um edifício, ao lado da Veolia, que há não sei quantos anos, está desocupado, a que não se dá uso. Eu contacto frequentemente com as associações e elas têm sempre a mesma queixa, não têm uma sede, não têm um local para se reunir. E nós temos ali aquele edifício. Não é necessário haver uma associação empresarial para se dinamizarem as empresas. Agora é preciso criar condições de atratibilidade, criando infraestruturas de apoio e fixando as empresas. Eu cheguei a Valongo em 2005 e na al-

O PSD não tem sequer qualquer estratégia para o desenvolvimento do concelho ponentes para a microinformática, para a aeronáutica, não estão sequer identificadas ou apoiadas pela Câmara, porque não há nenhum plano estratégico para essa sustentabilidade. AVE – Também pensa que é da responsabilidade da autarquia não haver uma as-

tura achava muito estranho que na campanha autárquica toda a gente falava do fantástico que era em todas as cinco freguesias haver um pavilhão gimnodesportivo e uma piscina. Agora estamos a fechá-las. Gastamos dinheiro a fazer coisas para a seguir as fecharmos. E esquecemo-nos de ir à base do pro-


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Destaque

GRANDE ENTREVISTA GRANDE ENTREVISTA GRANDE ENTREVISTA ENTREVISTA •• GRANDE ENTREVISTA ENTREVISTA • ENTERRO DO JOÃO•••GRANDE ENTERRO DO JOÃO ••• GRANDE ENTERRO DO JOÃO •••

blema, que é pensarmos a longo termo. Isto faz-se no norte da Europa. AVE – Mas havia agora outra solução que não fosse fechar essa piscinas? AT – Se calhar não, se calhar o problema foi gastar-se dinheiro em criá-las. Em quando avalio do ponto de vista macro, a quantidade de utilizadores e o custo por utilizador dessas piscinas, é difícil encontrar argumentos para sustentar a abertura das piscinas, no momento atual, de crise. Se calhar o que deveríamos era ter, na altura certa, canalizado o dinheiro, que usámos para criar pavilhões gimnodesportivos e criar piscinas em todas as freguesias, para criar outras condições de atratibilidade. Nós em Valongo temos muitas promessas mas poucas concretizações. Todos nós ouvimos falar de não sei quantos hotéis que se iam criar,

casas de saúde para idosos a instalar... eu vivi durante muito tempo na avenida com o nome de Dr. Fernando Melo, aquela célebre avenida que está mais de metade desocupada, com as paredes ao alto e as casas ao abandono. Iniciou-se de forma descontrolada a autorização de construção para uma coisa que já não era sustentável. No trabalho que tem sido feito para a atual próxima revisão do PDM, lembro-me do técnico responsável por esse plano dizer, há quatro anos atrás que Valongo, naquela altura, já tinha habitação suficiente para os próximos 15 anos! Quer isto dizer que, quando há uns cinco, seis anos atrás, estavam a ser emitidas licenças de construção, já estavam a ser emitidas em excesso. Os sinais de modernidade e sustentabilidade que a Câmara às vezes dá parece que são medidas avulso. Surpreende-me muito porque é que a Câmara com maior número de veículos

elétricos no país é uma Câmara que está falida e é a de Valongo. Mas por outro lado não tem criado no concelho de Valongo uma infraestrutura de carregamento para veículos elétricos. As medidas que são tomadas são apenas para sair no jornal. Com aquela de se lançar agora uma providência cautelar. Se se visitar o site da Câmara, quem não for de Valongo e for lá dar uma vista de olhos, tem uma falsa ideia de que a Câmara é muito dinâmica. Eu já contei que se tinha dado um grande destaque à participação da Câmara de Valongo na Bolsa de Turismo de Lisboa, e na verdade não tinha lá rigorosamente nada nem ninguém, nem um cartaz ou um panfleto. A única coisa eram uns bolinhos de uma empresa aqui do concelho e um filme de 15 minutos. Isto não é forma de promover o concelho, num sítio que não era um sítio qualquer, mas onde havia ótimas condições para promover o turismo, principalmente o turismo ecológico. AVE – Voltando às questões mais da política partidária e no que respeita à vida do próprio CDS, estes quatro anos de coligação não foram um marcar passo na implantação do partido, tendo em conta que, atrelado a uma estratégia de coligação, estava coartado na possibilidade de se ir cimentando nas várias freguesias? AT – Eu cheguei a Valongo em 2005, como disse, e quando fiz a primeira reunião de militantes de Valongo reunimos num café em Valongo e éramos cinco à volta de uma mesa, e dessas cinco uma era eu, acabado de chegar e outra o engenheiro Campos Cunha. Assim, na verdade tínhamos três pessoas em 2005. Tivemos vantagem em estar coligados com um partido grande – creio que a pergunta era essa – ?. Eu direi que teríamos tirado vantagens se tivéssemos ganho alguma visibilidade. O CDS orgulha-se de não ter – nestes anos todos de coligação – tirado nenhuma vantagem, direta ou indireta,

por estar coligado como PSD. AVE – E isso é motivo de orgulho? AT – É motivo de desamarra, uma coisa que nos facilita qualquer decisão, porque realmente, agora que estamos a preparar listas para nos candidatarmos, temos de nos lembrar que já fomos cinco à volta de uma mesa e não tiramos vantagem nenhuma na coligação com o PSD. Diria até que se fizermos um balanço nesse sentido, o resultado foi negativo, porque há sempre a tentação do partido grande poder cooptar

a responsabilidade das decisões e para a responsabilidade governativa. Há um conjunto de quadros que estão absolutamente preparados para assumirem funções, sendo isso naturalmente mais fácil nalgumas freguesias e nalguns órgãos do que noutros, mas isso faz parte desta nova etapa. AVE – O CDS já tem definidos alguns cabeças de lista? AT – Estão, em todos os órgãos, definidos os perfis, e temos um calendário próprio que nos dita que no final do mês

O PSD e o CDS não estão em condições de poderem ter o seu melhor resultado nestas autárquicas os elementos bons do partido mais pequeno, e isso aconteceu também aqui. Não tirámos vantagem nenhuma, mas permitiunos foi, na Assembleia Municipal, com a prática política e as preocupações de termos de trabalhar com pouca gente, formar um grupo e ter criado pessoas que estão preparadas para dar continuidade ao CDS aqui no concelho. Isso sim. AVE – O CDS tem condições para apresentar candidaturas a todas as freguesias, para além da Câmara e Assembleia Municipal? AT – Sim e esse processo está a decorrer e quero falar um bocadinho nisso. Nós vamos a todos os órgãos. É uma candidatura com abertura, que terá muitos candidatos que são independentes, e é uma candidatura que se quer sobretudo para consolidar este ciclo de crescimento que o CDS tem tido. Houve uma fase de reorganização, a partir daquele grupo de cinco inicial, e estamos agora numa fase de consolidação. E isto vai-nos também atirar para

de abril esses candidatos serão anunciados. Alguns dos candidato, até pela posição que já têm assumido no terreno, já estão em marcha. AVE – Já há alguma ideia sobre quem vai ser o cabeça de lista do CDS à Câmara Municipal? AT – Há um perfil perfeitamente definido e pessoas que se encaixam bem nesse perfil no caso da Câmara, da Assembleia e no caso da Junta de Freguesia de Ermesinde. Nos outros casos os perfis são mais amplos, estes três são mais fechados e pessoas que se identificam claramente com o CDS encaixadíssimas nesse perfil. AVE – Há a possibilidade de haver cabeças de lista nesses órgãos – Câmara Municipal e Assembleia Municipal, que não sejam militantes do partido? AT – Em teoria há. Não lhe estou a responder que alguns destes, de perfil mais fechado, seja independente. Mas terá sempre de ser alguém que se identifique de algum modo com o CDS, não

estamos à procura de independentes só porque são nomes sonantes, mas sim que possam trazer mais-valias para o CDS e estejam alinhados com a estratégia e a filosofia do partido. AVE – Acha que o CDS beneficia, do ponto de vista político, da sua coligação partidária governativa? AT – O que eu acho? Que é uma grande tarefa aquela que o CDS tem pela frente. Não se podem esconder os atuais confrontos políticos na coligação governamental. O CDS está a fazer um esforço hercúleo, porque tem a noção da responsabilidade que seria bater com a porta, o que implicaria ter de ir aos mercados em condições muito mais desfavoráveis para o país. É uma grande lição que o CDS está a dar ao país. Se quer a minha opinião, não sei se será possível continuar... AVE – Acha que o voto autárquico pode castigar duramente os partidos da coligação e daí isso ter repercussões claras a nível governativo? AT – Eu não acho isso. Já tivemos um primeiro-ministro que se demitiu porque teve um mau resultado nas autárquicas. O que é que eu acho? Que é uma grande tarefa aquela que o CDS tem pela frente. Eu sei bem como é que as pessoas votam nas autárquicas. Votam naquela pessoa que conhecem e não tanto no programa que apresenta e na visão que tem para o seu concelho. Nas legislativas e europeias votam mais numa ideia genérica e global para o destino do país. Não há ligação direta e achei mal quando esse primeiro-ministro se demitiu. Eu acho que o PSD e o CDS não estão em condições de poderem ter o seu melhor resultado nestas autárquicas, mas espero que as pessoas percebam qual foi o papel de cada um. AVE – Quais são as expetativas do CDS em termos de resultados eleitorais? É possível eleger um vereador? AT – É claramente possível.


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• A Voz de Ermesinde

Destaque

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• MOSTRA DE TEATRO AMADOR • MOSTRA DE TEATRO AMADOR • ENTREVISTA •

ENTREtanto repôs no Dia Mundial de Teatro “O Marido de Conceição Saldanha”

URSULA ZANGGER

Mais uma vez a Mostra de Teatro Amador encerrou no Dia Mundial do Teatro, antecedida por um espetáculo da companhia profissional residente do concelho de Valongo, o ENTREtanto Teatro. Júnior Sampaio escolheu repôr em cena “O Marido de Conceição Saldanha”, peça encenada por si e com texto de João Mohana, muito atual pelas condições sociais que atualmente vivemos, como aliás o próprio presidente da Câmara, João Paulo Baltazar, sublinhou no final. Representação – como aliás já nos habituou – exigente, intensa e fenomenal, da parte de Júnior Sampaio! LC

A cenografia de “O Marido de Conceição Saldanha” é muito parca – um banco de jardim e um chão atapetado de pétalas de rosas, bem de acordo com o martírio quase se diria agónico e pascal, de Alcides Ferreira, a personagem que Júnior Sampaio interpreta. A interpretação torna-se assim ainda mais essencial e nuclear numa peça com este texto e que condiciona

grande parte da encenação. O público defronta-se com um banco de jardim vazio – o único elemento em palco e, só pouco a pouco se vai apercebendo da entrada lenta e compassada em cena, vindo lá de trás por entre o público (numa sala como a do Fórum Cultural de Ermesinde vindo lá de cima), da personagem única da peça, com o olhar vazio pregado a coisa nenhuma. As palavras fazem-se esperar e quando eclodem, são

um estertor de angústia, a única coisa que resta da devastação do ser humano que ali confidencia a sua história. Que não se metesse onde não era chamado, não é caro leitor?, foi pois culpa exclusivamente sua se perdeu o emprego e arrastou a família para a miséria. Não tinha que andar a criticar as desigualdades, injustiça, isto e aquilo, pondo em causa a boa harmonia da empresa. As coisas são como são! Isto dizemos nós, não diz a peça.

Agora, desesperado, resta--lhe ao menos a ternura que sente pelos filhos, a quem não consegue poupar privações e humilhações, e o amor extremoso da mulher, sempre compreensiva e terna ao seu lado. E essa réstia de luz perpassa ainda num sorriso quando recorda o casamento, as brincadeiras dos filhos, e esse foi o desafio que o ator defrontou, conseguir ao mesmo tempo que aflora a alegria jubilosa do dia do casamento, ao mesmo tempo, repetimos, e não a seguir, e não depois, fazer transparecer no rosto a amargura profunda que sobreveio àquele paraíso perdido. Peça pois de uma extrema dificuldade e exigência, obrigando a uma precisão, concentração, entrega até ao limite, que culmina no paroxismo final do homem estátua, sem a mínima cintilação ou piscar de olhos,

como se o marido de Conceição Saldanha tivesse ficado morto em vida!... Interpretação absolutamente fenomenal de Júnior

Sampaio que, no final, com muito e prolongado esforço, demora compreensivelmente a despir a pele de Alcides Ferreira!

FICHA TÉCNICA Texto: João Mohana; Encenação e interpretação: Júnior Sampaio; Iluminação: Luís Ribeiro; Produção executiva: Tânia Seixas; Produção: ENTREtanto Teatro; Duração: 50m; Classsificação: M/12

Encerramento da Mostra de Teatro Foi o final da Mostra de Teatro Amador, pelos vistos a 19ª (os próprios organizadores já nem recordam bem), e durante esta edição pisaram os palcos 11 grupos e cerca de 200 intervenientes, para o que se calcula um total de cerca de dois mil e quinhentos espetadores. Na cerimónia de encerramento, o presidente da Câmara Municipal de Valongo, João Paulo Baltazar, proferiu algumas palavras e entregou às associações presentes um diploma de participação e uma lembrança. E prometeu que a Mostra vai continuar a ter o apoio da autarquia. Todos os presentes aplaudiram.

O presidente da Câmara de Valongo, João Paulo Baltazar, sublinhou, no passado dia 27 de março – Dia Mundial do Teatro – a importância do certame que é a Mostra de Teatro Amador, que a Câmara continuará a apoiar, garantiu. Agradeceu depois o trabalho de anos de formação teatral a Júnior Sampaio, «que formou centenas de pessoas, com disciplina e irreverência».

Dirigiu depois uma palavra às associações que participaram na Mostra, um trabalho fantástico!, elogiou, prometendo que ele iria ser alvo do devido balanço. Companhias participantes na Mostra de Teatro Amador Participaram nesta Mostra de Teatro Amador as companhias Associação URSULA ZANGGER

Académica e Cultural de Ermesinde – Grupo Casca de Nós (“Aniversário do Banco”), Cabeças no Ar e Pés na Terra, Associação Cultural – Batatas com Salsichas (“Sementinha”), Associação Cultural e Recreativa Vallis Longus (“A Titi é Boazona”), Teatro Amador Susanense (“O Duelo”), Centro Recreativo Estrelas da Balsa (“A Improvisação”), Associação Desportiva e Cultural Canários de Balselhas (Sai de Baixo – Pintou Sujeira”), Ágorarte, Associação Cultural e Artística – Grupo Sabor a Teatro (“Despertar da Primavera Tragédia da Adolescência”), Grupo Dramático e Musical de Campo (“A Calcinha do Zé”), Grupo Dramático da Universidade Sénior do Rotary Club de Valongo (“A Sopa Juliana”), Associação Cultural e Recreativa Fora d’Horas (Reis... ou Rainhas?”) e o Grupo Dramático e Recreativo da Retorta (A História é uma História”). LC


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A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013

Local

CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE • •• NOTÍCIAS CÂMARA DO MUNICIPAL DE VALONGO •

LC

Decorreu no dia 22 de março, no Salão Nobre do Centro Social de Ermesinde, a cerimónia de entrega de diplomas dos formandos do Centro Novas Oportunidades do Centro Social de Ermesinde (CSE), cerimónia esta que contou com a presença na mesa de honra das seguintes individualidades: secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social, Marco António Costa, presidente da Câmara Municipal de Valongo, João Paulo Baltazar, delegado regional do Norte do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), César Ferreira, e presidente da Direção do CSE, Henrique Queirós Rodrigues. À cerimónia compareceram ainda, entre outros, a vereadora Maria Trindade Vale e o diretor do Centro de Emprego de Valongo, Manuel Henriques, além de vários outros dirigentes do CSE e técnicos e formadores desta IPSS.A cerimónia, na qual foram entregues os diplomas a várias dezenas de formandos, teve início com as palavras dos quatro oradores presentes na mesa, a que se seguiu a cerimónia de entrega de diplomas propriamente dita, um porto de honra servido aos formandos e, por fim, um jantar oferecido pela instituição ao membro do Governo e aos outros convidados do CSE. Tomando a palavra no início da sessão, Henrique Queirós Rodrigues começou por agradecer a presença de todos, e em particular do secretário de Estado Marco

Secretário de Estado na cerimónia de entrega de diplomas a formandos do programa Novas Oportunidades do Centro Social de Ermesinde António Costa, agradecendo a este o reconhecimento do papel do CSE e de outras entidades análogas, na requalificação profissional dos cidadãos. O presidente da Direção do CSE reconheceu, por sua vez, a forma como este governante se tem mostrado disponível para uma maior abertura ao papel que as IPSS podem representar, alargando novos horizontes que facilitem o seu trabalho com as pessoas. Henrique Rodrigues atirou ainda que não causa estranheza a forma atenta como Marco António Costa tem seguido o trabalho destas instituições, «pudesse dizer o mesmo de todos os departamentos do Governo!...». Reconhecendo que tem mudado para melhor o relacionamento das IPSS com o Governo, o dirigente do CSE ressaltou a importância da nova Lei de Bases da Segurança Social, que veio dissipar dúvidas sobre a possibilidade daquelas poderem lançar iniciativas que possam concretizar a consolidação de recursos sustentáveis e resolver os constrangimentos que se possam sentir. Exemplificando, o presidente da Direção do CSE, apontou que este vai apresentar em breve as suas contas de exercício e nelas se pode verificar que a instituição recorreu a uma linha de crédito para poder respeitar os seus compromissos com os fornecedores, e que embora as contas de exploração anual sejam equilibradas, pesam sobre estas os encargos fi-

nanceiros decorrentes dos investimentos pertinentes a seu tempo lançados. Citando uma frase do padre Maia, dirigente da CNIS, que dizia que «quando há pouco dinheiro é sempre mais fácil zelar pelos bons princípios», Henrique Queirós Rodrigues estava esperançado, embora, que o secretário de Estado mantivesse a passado com que tem vindo a acompanhar as IPSS, dotandoas de mais meios, em particular no âmbito da qualificação profissional, um trabalho social que está na primeira linha das prioridades do país – o emprego.

pelo seu trabalho em favor das pessoas mais fragilizadas. O autarca desejou aos formandos que as novas competências adquiridas pudessem ser decisivas e constituir um marco na vida de todos. Fez depois uma referência muito elogiosa ao trabalho de Marco António Costa, que tem conseguido, em contraciclo, e com recursos mais escassos, proporcionar mais perspetivas de atividade para o setor social.

Passaporte para o emprego

Falou, por fim, o secretário de Estado Marco António Costa, que começou por cumprimentar os presentes e agradecer o poder estar ali com todos. Destacou depois a presença do delegado regional do IEFP, e recomendou a este as potencialidade do CSE, instituição com uma equipa disponível na área da Formação Profissional, na qual alguns institutos do Estado podem delegar iniciativas. Apontou depois que estas cerimónias têm dois objetivos, a de falar às pessoas, mas também de as ouvir, e realçou que tinha ouvido com a maior atenção as palavras de Henrique Queirós Rodrigues, as quais, pela sua parte agradecia, sendo certo que o trabalho que tem sido feito não resulta do brilhantismo do secretário de Estado, nem do ministro, mas também das intervenções dos técnicos e de pessoas como Henrique Rodrigues,

Usou em seguida da palavra o delegado regional do IEFP, César Ferreira, que elogiando a disponibilidade dos formandos para abraçarem uma maior qualificação profissional, reconhecia que nem sempre é fácil retirar tempo à família em favor dela, desejando que esta seja um passaporte para o emprego. E no sentido de valorizar o esforço dos formandos e de os incentivar, citou Francisco de Assis: «Primeiro fazer o que é necessário, depois o que é possível, e acabar por fazer o impossível». Também o presidente da Câmara Municipal de Valongo, João Paulo Baltazar, saudou os formandos presentes, a quem deu os parabéns, e manifestou a sua satisfação por estar numa instituição social tão significativa para a cidade de Ermesinde,

Contratos Locais de Desenvolvimento Social

no papel de dirigente da CNIS, apontando o que está mal e precisa de corrigir-se. Marco António Costa anunciou então que o município de Valongo será um dos 85 a nível nacional que terá acesso aos Contratos Locais de Desenvolvimento Social (CLDS), que têm por objetivo, entre outros, a melhoria das competências e o encaminhamento profissional. Às vezes existem problemas... e soluções, mas é preciso fazer chegar às pessoas essas soluções. Existem mecanismos de apoio ao empreendedorismo e ao papel de instituições como o CSE, a ADICE ou a Santa Casa da Misericórdia de Valongo, anunciou Marco António Costa, que mostrou uma completa disposição para ajudar a CSE a resolver os desequilíbrios estruturais do passado, já que a atual conta de exploração era equilibrada. Temos que encontrar soluções para que esta instituição não sofra constrangimentos a fazer aquilo que faz bem. Referiu depois a reunião de Fátima com as IPSS, na qual foram muito reforçadas as verbas (de 8 para 28 milhões de euros) para apoios pontuais de emergência. Anunciou também que as solicitações de João Paulo Baltazar pelo município de Valongo teriam uma resposta efetiva. Vamos ser capazes de ultrapassar as atuais dificuldades, apontou, acrescentando que ainda não mudou uma vírgula na sua agenda e que tinha estado a falar

com as pessoas na rua. Tendo duas filhas, que vivem neste concelho, é também por elas que acredita, que as pessoas poderão ter um futuro melhor. Passou-se depois à distribuição dos diplomas, com os formandos – perto de uma centena – a serem chamados um por um e a receberem das mãos do secretário de Estado, do delegado regional do IEFP ou do presidente da Câmara os seus diplomas. A responsável pelo Centro de Formação do CSE, Albertina Alves, convidou depois os presentes para um porto de honra. No final, em conversa com o jornal “A Voz de Ermesinde”, Marco António Costa precisou os mecanismos e alcance dos CLDS, que serão protocolos de iniciativa das IPSS, associadas à autarquia, e que deverão definir um plano de ação numa das seguintes três vertentes – desemprego, envelhecimento e desertificação. A ADICE beneficiou já de um destes protocolos, em 2008/2009, no âmbito da empregabilidade. O secretário de Estado confidenciou ainda que um dos principais trabalhos que foram feitos foi o da restrição da burocratização das soluções. Assim, para concretizar um CLDS, antes eram necessários cerca de dez meses, quando agora dois meses e meio seriam suficientes, garantiu o secretário de Estado. (*) Mais fotos na página do facebook de “A Voz de Ermesinde” FOTOS URSULA ZANGGER


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• A Voz de Ermesinde

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Local

• NOTÍCIAS DO CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE •

Centro Social inaugura o seu novo parque infantil MB

A concretização do sonho coincidiu com o dia (20 de março) em que nasceu a primavera, um sonho de longa data que tardou – cerca de um ano – a ver a luz do dia, mas com muito querer, muita dedicação, e uma boa dose de solidariedade, é hoje uma realidade. Referimo-nos ao novo

parque infantil do Centro Social de Ermesinde (CSE), moderna infraestrutura que foi então inaugurada no passado dia 20 de março com pompa e circunstância por mais de uma centena de meninos e meninas do Jardim de Infância (JI) da IPSS. O nosso jornal testemunhou de perto os raios de alegria que irradiavam dos rostos destas crianças

aquando da desejada abertura das portas do novo espaço de brincadeiras. Presentes neste momento solene estiveram as responsáveis pela valência, nomeadamente a diretora do CSE, Alcina Meireles, e a diretora técnica do JI, Creche, e Creche Familiar, Teresa Braga Lino. Na pequena conversa mantida com “A Voz de Ermesinde” Alcina Meireles deu conta de que a FOTO MANUEL VALDREZ realização deste sonho só foi possível graças à importante e para lá de imprescindível ajuda de muitos pais e mães destes meninos e meninas, que com a sua mão de obra – sempre disponível – deram um “empurrão” do sonho rumo à realidade. «Um muito obrigado a todos eles», sublinhou a diretora da instituição. Um mui-

CONDURIL -

to obrigado ainda ao Montepio Geral, entidade bancária que com a sua generosidade ofereceu um donativo – monetário – ao CSE que tornou possível este velho objetivo da instituição. Tanto aos pais como ao Montepio Geral os agradecimentos foram bem vincados, como aliás se podia ver no exterior da nova infraestrutura com cartazes de eternos “obrigados”. Orçado em 25 000 euros este novo parque infantil alia modernidade, diversões várias – inúmeros baloiços, balizas de futebol, cestos de basquetebol, etc. – e segurança – pisos de acordo com as novas regras de segurança nos parques infantis –, tornando-se desde logo num exemplo claro da inovação e qualidade que o CSE tem vindo a imprimir às suas valências. Mas o melhor mesmo deste momento foi ver a euforia dos meninos e meninos da instituição assim que as portas do novo parque foram abertas. O sonho era mesmo real.

Foi eleita a Comissão de Trabalhadores do Centro Social de Ermesinde Em votação que decorreu no passado dia 5 de março foi eleita a primeira Comissão de Trabalhadores do Centro Social de Ermesinde (CTCSE), que ficou assim constituída: Andreia Moreira, Florentino Silva, Luís Miguel Barros e Goretti Correia (suplente). Os membros da CTCSE foram eleitos na única lista que se apresentou a sufrágio, com 105 votos expressos (67,74% do total de trabalhadores e 92,10% dos votantes), havendo ainda nove votos em brancos e zero votos nulos. LC

CONSTRUTORA DURIENSE, S.A.

FOTO LC


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A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013

Literatura

• A VOZ DAS PALAVRAS • A VOZ DAS PALAVRAS • A VOZ DAS PALAVRAS •

Não é Meia Noite Quem Quer

RICARDO SOARES (*)

título “Não é Meia Noite Quem Quer” não lhe surgiu quase perto do fim, como aconteceu com os anteriores: há que tempos andava com o verso de René Char na cabeça. Em janeiro de 2011 António Lobo Antunes escreveu uma crónica na “Visão” a que chamou “Não é Meia Noite Quem Quer”: «Há anos que este verso de René Char me persegue. Pensei usálo como título para um livro, como coda para um capítulo, fazer variações em torno dele num texto qualquer. Não fiz nada, até agora, porque me anda na cabeça mas não me aparece na mão, e só consigo escrever com os dedos, os miolos não pegam na esferográfica. Por qualquer motivo obscuro o bico da caneta não o aprova. E, no entanto, volta não volta lembro-me dele. Por exemplo quando me cruzo com a mendiga estrangeira, alemã ou holandesa, não sei, a pedir esmola no semáforo aqui perto». Poucos meses passados “Não É Meia Noite Quem Quer” deu-lhe, enfim, um romance. Que escreveu, belo, a ouvir uma voz de mulher que lhe ditava tudo. A infância, a morte, a guerra colonial, o cancro: vida e obra indistinguem-se – «este é espantosamente autobiográfico. Fico com a sensação de me estar a conhecer melhor». (1) Para o autor, este é o seu melhor livro: «– É o meu livro que mais gosto. Um puro milagre, não sei explicar de onde é que veio, parecia água a correr, o livro a escrever-se sozinho dentro de mim» (2). Em 1980 aconteceu-lhe o mesmo, numa viagem de Aveiro para Lisboa, quando chegou tinha o livro “Explicação dos Pássaros” feito. Estava dentro de si, enchia-o todo, no seu sangue, nas suas veias. Bastava escrevê-lo para o papel: «– Pensei que este milagre não se iria repetir mais na minha vida, mas repetiuse com este livro, a mesma sensação de que me estava a ser ditado e que a mão e a esferográfica não conseguiam a mesma velocidade do que a voz que o dizia». (3) Chorava enquanto o escrevia, não porque se comovesse, mas porque aquelas eram as frases exatas. Porque o seguinte, “Caminho como

uma Casa em Chamas” (a sair em 2014) foi o tormento do costume, as falsas partidas, as emendas, os recuos, as hesitações… como dizia José Cardoso Pires, seu grande amigo, ocorre-lhe: «É preciso que a gente sofra para que o leitor tenha prazer». (4) “Não É Meia Noite Quem Quer” prende-nos, sitia-nos, cerca-nos, naquele labirinto atmosférico e concêntrico, em que no meio está inevitavelmente a morte: «Morrer é quando há um espaço a mais na mesa, afastando as cadeiras para disfarçar». (5) Desenvolve-se em três dias: sexta, sábado e domingo. Uma mulher, sem nome, com 52 anos vai à casa da praia da família que vendera. Ela é voz predominante, uma mulher operada, não tem um peito, extraíram-no, ao peito e à axila e vem despedir-se da casa de praia. A despedir-se relembra-se do que passara até lá chegar: dos frenesins da infância ao suicídio do irmão mais velho, do irmão surdo-mudo ao dramático relacionamento dos pais – e do depois: mal casada, sem filhos, em relação frustrante e sem en-

– que tanto podem estar num café com matraquilhos como num circo, num motociclista no poço da morte como numa acrobata em fato de banho – e tem fragmentos assim: «A Andrea, sem arame nem sapatilhas de bailarina, faltando-lhe uma alça na blusa, almoçava de uma panela com os outros artistas, era o mágico que, em vez de pombas, tirava batatas da cartola e as metia a cozer».

Breves • A Poesia Está na Rua: O Pina está no meio de nós – 40 dias de versos à solta em Santo Tirso / Tributo Nacional ao Prémio Camões, Manuel António Pina. Até 30 de abril, ver programa completo em www.cmstirso.pt

(6)

Foca a presença dos ausentes: «Por que razão as pessoas nos abandonam e os brinquedos permanecem mãe?»; «há pessoas que demoram tanto tempo a deixar-nos, o corpo vai-se mas os olhos permanecem ali, iguais aos cachorros largados longe que regressam sempre, não zangados, humildes…». (7) Também tem bicicletas. Uma velha, quadro com farol, buzina em vez de campainha e cesto de rede para pêssegos, levando sonhos, trazendo mágoas. E uma outra a abrirse em espanto: «trinta e seis velocidades, a do meu irmão mais velho nenhuma, selim especial, quadro de liga carbónica, acanhamento de FOTO ARQUIVO pergunta, desinteresse em conhecer, o homem muito mais novo – Não pesa nem três quilos O guiador cheio de botões, alavancas, patilhas». (8) Ao longo da obra verte algumas criticas: «…não existem amanhãs que cantam, existem ontens fugidios e hojes estreitos…»; «…tenho a consciência tranquila, não sei o que isso significa mas acho a frase bonita, e além disso passam a vida a dizêla, tenho a consciência tranquila, que curioso, não é, o mundo inteiro uma serenidade sem pecado…». (9) Percebe-se desde a primeira linha: é o romance que tusiasmo com colega mais velha, ilusões conta história em poema. E acaba deste enterradas, tentações que lhe vão puxando à modo: «já não se dá pelas ondas, não se ideia imitar o irmão, atirar-se das arribas, afo- ouve a espuma, não se escuta o vento, a minha mãe a separar-se de si e a estender-se na gando, de vez, a vida, por ali… … E ficamos sitiados neste romance re- direcção do mar, consoante me estendia, a dondo, que se passa em três dias, com dez fim de deitar-me, na direcção da cama, os capítulos cada, e, a páginas tantas, já as nos- lençois e a almofada a aproximarem-se e eu sas emoções foram sugadas pela ravina onde tão satisfeita, tão cansada, tão cheia de sono se despenham burros descarnados ou o ir- que, no momento em que me largou, não sei qual de nós as duas caiu». (10) mão mais velho, traumatizado da guerra. É uma família em estado de anonimato. (1) – Proferido pelo autor no Festival Literário EsTudo o resto é nomeado no livro, até o ricritaria, em Penafiel. noceronte de brincar (Ernesto), a pastelaria (2) – Ibidem. (Tebas), a vizinha do lado (Tininha), mas, (3) – Ibidem. (4) de resto, são o pai, a mãe, irmão mais velho, (5) – Ibidem. – António Lobo Antunes, in “Não é Meia Noite o irmão surdo, e aquele eu da mulher, filha Quem Quer”. que perdeu um filho e um seio. Um irmão (6) – Ibidem. (7) – Ibidem. que foi à guerra e assistiu ao episódio pun(8) gente de uma mulher que andava com o (9) – Ibidem. – Ibidem. bebé morto às costas, apodrecido há sema- (10) – Ibidem. nas. Este romance passa avassalador, enleante, por deslumbramentos e mistérios (*) avozdasp@gmail.com

• A Luz das Palavras. Exposição de homenagem a Manuel António Pina, está dividida em três vertentes: Jornalismo, Poesia e Literatura Infantil. Museu Nacional da Imprensa, EN 108, 206. Até 31 de maio, segunda a domingo 15h00 – 20h00. Entrada: 2euros

• O Desenho. Seleção de desenhos assinados por autores surrealistas ou com alguma ligação ao movimento, da autoria de Paulo Tomaz, António Maria Lisboa, Gonçalo Duarte, Ana Hatherly, Mário Cesariny, Cruzeiro Seixas, Eurico Gonçalves, Mário Henrique Leiria, António Pedro e António Dacosta. Na Fundação Cupertino de Miranda, Pç. D. Maria II, Vila Nova de Famalicão. Até 31 de maio.

• Curso de Escrita Criativa – carga horária de 14 horas, na Academia APAMM de Ermesinde. Contactos: tlf. 220924475, tlm. 918963100; morada: Rua José Joaquim Ribeiro Teles, n.º 545, 4445-485 Ermesinde; email: ermesinde@academiaapamm.com


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• A Voz de Ermesinde

História

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O novo Papa antecipa a “primavera” no Vaticano FOTO ARQUIVO MAD

MANUEL AUGUSTO DIAS

ão cedo não esquecerei que no dia 12 de março último, ao princípio da tarde, numa conferência na minha escola, um professor de História da Arte da Universidade Portucalense, que nos veio falar sobre um dos mais famosos quadros de Pablo Picasso – Guernica – revelou, em conversa inicial, que o próximo Papa, que só seria eleito no dia seguinte, escolheria o nome de Francisco e seria o 1º na História da Igreja a fazê-lo. No dia imediato, a “profecia” do professor revelou-se totalmente acertada! Interessante é também o facto deste Papa estar muito associado ao número 13, que no mundo esotérico, representa, “o recomeço”. Jorge Bergoglio foi ordenado presbítero no dia 13 de dezembro de 1969; eleito Papa 13 dias depois de Bento XVI ter abdicado; escolhido para chefe da Igreja pelo

conclave dos 115 cardeais no dia 13-03-2013 (somando todos estes algarismos dá 13); escolheu ser o “Papa Francisco” (somando todos os caracteres dá também 13) e a sua idade é 76 anos (somando ambos os algarismos, dá igualmente 13). O número “13” também é particularmente significativo para a Igreja Católica Portuguesa, designadamente no que respeita ao fenómeno das Aparições Marianas, em Fátima, a que os últimos Papas se têm associado, com a sua vinda a este Santuário, quase sempre a 13 de maio! Aliás, entre os pastorinhos, também há um Francisco, presente nas aparições de Nossa Senhora de Fátima, entre 13 de maio de 1917 e 13 de

outubro de 1917; os restos mortais do Beato Francisco Marto foram trasladados para a Basílica de Fátima, no mesmo dia que o “novo” Papa Francisco foi eleito – 13 de março, mas do ano 1952. No dia 13 de maio de 1989, o Papa João Paulo II, que tinha por Fátima um carinho muito especial, publicou o decreto que proclamou a «heroicidade das virtudes dos videntes Francisco e Jacinta Marto» e no dia 13 de maio de 2000, João Paulo II visitou, pela última vez, Fátima, tendo beatificado os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto e autorizado a revelação do 3º Segredo. O nome escolhido pelo jesuíta, Cardeal Jorge Mario Bergoglio, é particularmente signi-

ficativo, pois trata-se de S. Francisco de Assis, canonizado no século XIII e conhecido pelo seu voto de pobreza, renunciando definitivamente aos bens mundanos. Efetivamente, naqueles tempos medievais de miséria e pobreza, pela mão de S. Francisco de Assis, surgiriam, novas ordens religiosas mendicantes, que procuravam através do voto de pobreza e mendicidade, servir uma corrente moralizadora que criticava o luxo e a riqueza do Alto Clero e do próprio Papa para defenderem, em contrapartida, uma deliberda prática de solidariedade e de caridade. Entre essas ordens mendicantes, destacaram-se, sem dúvida, os Franciscanos.

O novo Bispo de Roma, ainda ficará conhecido na História, por outras particularidades: ter sido o 1º Papa jesuíta e o 1º nascido na América (Buenos Aires, 1936), embora de ascendência italiana. O novo Papa licenciou-se em Química, na Universidade de Buenos Aires, onde também concluíria o Mestrado na mesma área científica. Contudo, em 1958, com 22 anos, ingressaria na Companhia de Jesus. Em 1960 concluiu a sua licenciatura em Filosofia, tornando-se professor. Em 1969 é ordenado presbítero. De 1980 a 1985 foi Reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de S. Miguel. Já no pontificado de João Paulo II, Jorge Mario Bergoglio SJ seria, sucessivamente, nomeado Bispo Auxiliar de Buenos Aires (20-05-1992), Bispo Titular (27-06-1992), Arcebispo Coadjutor ( 3-06-1997), Arcebispo Titular (28-02-1998) e Cardeal (21-02-2001). Como Cardeal, Jorge Bergoglio, revelou uma forma muito peculiar de ser e de estar, que agrada, francamente, a quem o conhece bem. Vivia num pequeno apartamento atrás da Catedral de Buenos Aires, onde ele próprio preparava grande parte das suas refeições; quanto às deslocações utilizava sistematicamente os transportes públicos, metro e autocarro, como a generalidade dos habitantes da capital argentina. Conhecidos são, igualmente, os seus gestos de caridade, em favor dos que mais sofrem. Depois de ter sido eleito

EFEMÉRIDES DE ERMESINDE - MARÇO

O último Pároco de Ermesinde no tempo da Monarquia Já antes da implantação da República, o Pároco de S. Lourenço de Asmes tinha tido alguns problemas, chegando mesmo a ser agredido. A referência ao caso aparece na ata da reunião da Junta de 6 de março de 1910 – há 103 anos. Aí se dá a notícia de uma manifestação de simpatia para com Monsenhor Paulo António Antunes, ao tempo, por inerência, Presidente da Junta de Paróquia de S. Lourenço de Asmes e Vereador da Câmara Municipal de Valongo. O excerto a que nos referimos diz o seguinte: «Ao Presidente Monsenhor Paulo António Antunes, no dia treze de Fevereiro de 1910, foi feita uma extraordinaria manifestação de simpathia, estima, consideração e amizade com a entrega de uma pasta com uma significativa mensagem na qual tomaram parte a grande maioria dos seus parochianos e os de mais elevada posição social como protesto a umas insinuações calumniosas e a uma cobarde agressão com que alguem malevola e traiçoeiramente quiz ferir o seu caracter e a sua dignidade, promovida pelos seus colegas da Junta». Segundo Humberto Beça (Ermezinde / Monografia), Monsenhor Paulo António Antunes ao abandonar esta paróquia, em outubro de 1910, integrou as incursões monárquicas em Trás-os-Montes, que tiveram lugar na altura do primeiro aniversário da implantação da República, e que pretendiam o retorno à Monarquia. Perante a ameaça de ser preso, ainda de acordo com a mesma fonte, o antigo pároco de Ermesinde ter-se-á refugiado no Brasil. Na sua antiga Paróquia, à semelhança do que aconteceu em muitas outras terras do país, formou-se entretanto uma Associação Cultual que, apesar

de tudo, duraria pouco tempo. A Cultual de Ermesinde, surgiu nos finais de 1911 e tinha o seguinte nome “Associação Beneficência e Culto de Ermesinde”. Os seus primeiros Corpos Gerentes foram constituídos pelas seguintes personalidades: Amadeu Vilar (Presidente), Roberto de Barros (Secretário) e A. da Silva (Tesoureiro). Os substitutos eram A. S. Moreira (Presidente) Augusto Mendonça e Augusto Vieira Carneiro (Vogais). No fim do ano de 1911, já os respectivos Estatutos haviam sido enviados ao Governador Civil do Distrito. No princípio de 1912, o Administrador do Concelho de Valongo manda entregar a esta Comissão Cultual todos os objetos de culto pertencentes à Igreja Paroquial de Ermesinde. O Padre Capelão da “Associação Beneficência e Culto de Ermesinde” foi o Padre Paulo José Pereira Guimarães, que era o único autorizado a presidir aos atos de culto no Cemitério. Em Agosto de 1913, o Administrador do Concelho de Valongo comunica à Comissão Administrativa da Junta que a “Associação Beneficência e Culto de Ermesinde” havia resolvido dissolver-se, pelo que, daí em diante, ficava a cargo da Comissão Administrativa «a guarda da Igreja e dos seus pertences, podendo esta Comissão prover o quanto julgar conveniente com respeito ao culto» - (ata da Junta, de 6 de agosto de 1913). A partir de 1914, com a vinda para a Paróquia do Padre Avelino Moutinho Moreira da Assunção, as relações entre a Igreja local e a Administração Republicana entraram num clima de perfeita normalidade.

Papa, os seus pequenos gestos não deixam de surpreender o mais comum dos mortais: ele próprio telefona aos seus amigos ou a quem precisa de transmitir algum “recado”, como fez com o senhor do quiosque em Buenos Aires, a quem comprava os jornais; recusa tudo o que considera sinais de ostentação, como seja o manto vermelho usado por Bento XVI ou a limusina blindada do Papa; exigiu pagar pessoalmente a conta do Hotel que usou em Roma, durante o Conclave, apesar de o mesmo ser propriedade da Igreja; recusou a cruz de ouro papal, que fez substituir pela de prata. Este Papa que parece ter trazido uma antecipada e necessária “primavera” ao Vaticano, faz expectar novas mudanças no mundo católico, apesar da sua procedência de setores considerados conservadores. Na verdade, a sociedade há muito que espera da Igreja algumas mudanças no sentido da sua modernização, designadamente ao nível do tratamento da igualdade de género (não se compreende porque é que as mulheres continuam a ser privadas do exercício do sacerdócio!?) e ao fim do celibato clerical (porque é que os sacerdotes católicos não hão de poder casar-se, quando poderiam constituir até um modelo de família a nível paroquial?). O tempo nos dirá se o Papa Francisco consegue guiar a Igreja no sentido da modernidade que alguns setores anseiam.


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A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013

Património

• TEMAS ALFENENSES •

A delimitação de Alfena com Ermesinde – 1689

RICARDO RIBEIRO (*)

ontinuando o tema da delimitação da freguesia de Alfena, vamos, desta vez, debruçarmo-nos pelo limite que, provavelmente, trará mais interesse para os leitores de “A Voz de Ermesinde”, ou seja, o limite entre as freguesias de Alfena e de Ermesinde. É também um limite que é perfeitamente pacífico, não só devido à grande proximidade que sempre existiu entre as duas comunidades, mas também por ser um limite perfeitamente natural e de fácil identificação. Talvez por isso seja um pouco difícil perceber os erros grosseiros na elaboração da CAOP e que, neste caso, são “favoráveis” a Alfena e “desfavoráveis” a Ermesinde. Mas vamos pois ao texto histórico de 1689 (de notar que até 1836, ambas as freguesias pertenceram ao antigo concelho da Maia e à Terra da Maia): Tombo da Igreja de São Vicente de Alfena «Título da mediçam e demarcação da frgª. de Alffena Mediçam da frg.ª de S. L.ço de Asmez Aos vinte e sete dias do mes de Junho de mil seissentos e oitemta e noventa e nove anos em abouça da agra de Monforte q he da frg.ª de Folgoza sita em o conc. da Maya termo e jurisdiçam da muyto nobre e sempre leal sidade do Porto ahi adomde foi vindo o doutor Christovam Alao de Moraiz Juiz do Tombo

Limite descrito no Tombo de 1689.

ERMESINDE Sede: R. Manuel Ferreira Ribeiro, 30 4445-501 Ermesinde TEL: 22 971 4442 FAX: 22 975 8926 TLM: 91 755 4658 / 91 269 6074 / 91 689 7854

do Coll.º de nossa s. do Carmo da Vniversidade de Cohimbra em companhia de mim escrivam a requerim.to de Manoel de Payva procurador do d.º Coll.º p.ª effeito de fazer a mediçam e demarquaçam e divizam da frg.ª de Alffena com ad Sam Lourensso de Asmez e logo ahi perante elle Juiz paresseo prezente o d.º procurador e por elle lhe foi requerido que elle avia feito sitar o R.º Joseph de Magualhais Arauyo abb.e da d.ª frg.ª de Sam L.ço de Asmez para effeito de se achar prezente no d.º Lugar e dar seu louuado p.ª q com o medidor geral do d.º Coll.º fazerem a d.ª mediçam demarquaçam e deuizam de entre as d.ªs freiguezias como eu escriuam assim dou por elle auer feito a d.ª sitasam o que uisto por elle Juis do Tombo seu requerimento confirmado de mim escriuam de como auia feito a d.ª sitaçam mandou ao porteiro Manoel Franc.º aprregoar o coal logo o apregoou e por estar prezente por elle foi dito que elle p.ª a d.ª mediçam e demarquaçam, digo prezente por elle Juis lhe foi dito que p.ª a d.ª mediçam e demarquaçam e devizao nomeou hum louuado p.ª que com o medidor geral fazerem a dª devizam e demarquaçam e logo pelo d.º Reuerendo Abb.e foi dito que elle se louuaua por sua p.te em Antam Glz laurador e morador em a d.ª frg.ª de Alffena, digo na d.ª frg.ª de Sam Lourensso ao coal elle Juis do Tombo mandou uir perante sim e lhe deu O Juram.to dos santos euangelhos sob cargo do que lhe emcarregou q bem e verdadeiramente medisse demarquace e deuizace as ditas freiguezias comforme o emtendece em sua comsiensia o que elle prometeo fazer na uerdade dipois de ouuido o d.º Juramento de que tudo elle Juis mandou fazer este termo que asignou com o Reuerendo abb.e louuados e procurador. Eu Manoel de Souza Barboza escrivão do Tombo o escreuy // Alao // Joseph de Magualhais Arauyo // Manoel de Payua Barro // Franc.º da Costa // de Antam Glz louuado. Os d.os louuados comesaram de medir do outro marco atras da dita Comenda de Augas Santas pela deuizam de emtre as frg.as de Alffena e Sam Lourensso [N.R.: São Lourenço de Asmes, nome primitivo da actual freguesia de Ermesinde] p.ª a parte do sul the a serra de Vilar adomde elles louuados disseram era nesessr.º leuantar hum marco o coal elle juis mandou leuantar em o sima da d.ª serra e fiqua augas uertentes p.ª huma p.te e p.ª a outra e lhe mandou pelo porteiro dar hum pregám que com pena de coatro annos de degredo e cem mil rreis p.ª as despezas da R.am nimguem aranquáce o d.º marco nem emtendêce com elle e fica de distancia do outro atras the este duzentas e oito uaras. E logo elles louuados na mesma forma atras foram medindo pela deuizam de emtre as freiguezias direjto p.ª o sul e no mesmo montado adiante donde fas huma uolta no alto do d.º monte asima da bouça de cabeda e ahi disseram era nesessr.º leuantar outro marco o que elle juis mandou leuantar e se lhe lansou o pregám na mesma forma atras e fiqua de distancia do outro a este trezentas sesenta e coatro uaras. E logo na mesma forma atras os ditos louuados foram medindo pela deuizam de emtre as freiguezias direjto p.ª o sul the a parede de deuizão dos Campos de Domingos Miz. [N.R.: Martins] de Cabeda e de Pedro António de Sam Lourensso e ahi disseram elles louuados era nesessr.º leuantar outro marco o

que elle juis mandou leuantar e dar pregám em a forma dos mais e antes de chegar a este marco fiqua huma Chaue e tem de distancia do outro marco a este dozentas setenta e duas uaras. E logo na mesma forma atras foram elles louuados medindo pela deuizam de emtre as ditas freiguezias direjto p.ª o sul the o monte das possas iunto à estrada e ahi disseram os louuados era nesessr.º outro marco o que elle juis mandou leuantar e dar pregám na mesma forma dos mais e fiqua de distancia do outro a este cento e dezanoue uaras e m.ª. E logo elles louuados na mesma forma foram medimdo pela deuisam de emtre as freiguezias em uolta pela pena furada p.ª o alto da Serra do Reguengo direito p.ª o sul, disseram os louuados era nessesario meter outro marco o que elle juis do Tombo mandou leuantar e dar pregám na forma dos mais e fiqua de distancia do outro a este quinhentas e doze uaras. E na mesma forma foram elles louuados medimdo a distancia pela deuizam de emtre as freiguezias dir.to p.ª o sul the o outr.º [N.R.: outeiro] de uela de Sam Lourensso e ahi se lhe fes huma crus no penedo da d.ª uela e fiqua de distancia do outro marco a este cento e sete uaras e m.ª. E logo elles louuados foram medindo pela deuizam de emtre as frg.as direjto ao outejro da pedra talhada na direjtura do sul e disseram elles louuados era nesessario outro marco o que elle juis mandou leuantar e dar pregám na forma dos mais atras e fiqua de distancia do outro em que fiqua a Crus the este duzentas setenta e sete uaras. E logo em a mesma forma forma elles louuados medindo p.ª o sul direjto p.ª a Ribr.ª [N.R.: Ribeira] de Cabeda na serra das lameirinhas em uolta da baixa do outro marco por sima do d.º monte, disseram elles louuados era nesessr.º outro marco o que elle juis mandou leuantar e dar pregám na forma dos mais e tem de distancia do outro marco a este duzentas sincoenta e sinco uaras. E logo na mesma forma foram elles louuados medimdo pela deuizam de emtre as freiguezias the o monte desendo p.ª as lameirinhas inclinando p.ª o nasente, disseram os louuados era nesessr.º outro marco o que elle juis do Tombo mandou leuantar e fiqua de distancia do outro a este duzentas trinta e coatro uaras. E logo na mesma forma foram medimdo pela deuizam de emtre as freiguezias p.ª a p.te do nasente the junto ao Ribr.º, disseram os louuados era nesessr.º outro marco o que elle juis mandou leuantar e fiqua de distancia do outro a este cemto setenta e sinco uaras. E por este modo disseram elles louuados tinham uisto medindo e demarquando e leuantado os marcos pela deuizam de emtre ae frg.as bem e uerdadeiramente comforme o emtendiam em suas comsiensias sem odio nem afeição e por estar prezente o Reuerendo Joseph Magualhais Arauyo abb.e da d.ª freiguezia de Sam Lourensso por elle foi d.º achaua a d.ª demarquaçam bem feita e nam duuidaua que a asim na mesma forma se lansáse em Tombo de que fis este termo que elle asignou com os d.os louuados e eu Manoel de Souza Barboza Escriuam do Tombo o escreuj, Joseph de Magualhais Arauyo, Manoel de Payua Barro, Fran.co da Costa, de Antam Glz [N.R.: Gonçalves] louuado».

Esta descrição bastante clara, coloca-nos num primeiro ponto na “Agra de Monforte”, no ponto onde se tocam as três freguesias, ali mesmo na estrada real que da Travagem subia a Vilar, entrando em Alfena pela citada Agra de Monforte, descendo depois pelas Corgas, Passarias ou Parcerias, Quinta das Telheiras e seguindo depois para Guimarães. Hoje esta estreita artéria tem três topónimos: do lado de Alfena é a Rua de Monforte, na parte de Folgosa é a Rua de Monforte de Cima, e do lado de Ermesinde é a Rua Nova da Boavista (este francamente desajustado, pois de nova esta rua não tem nada). A partir desse ponto, o limite segue para sul pela cumeada da “Serra de Vilar”, atravessando o Rio Leça e subindo pela Rua Vasco Santana (artéria que foi construída sobre o limite) e pelo Monte das Poças e Pena Furada até ao Alto do Reguengo/Mirante de Sonhos, seguindo depois, aproximadamente a linha de cumeada, pelas traseiras do empreendimento de Mirante de Sonhos, até descer, junto à nova sub-estação da REN, em direção à Ribeira de Cabeda, encontrando aí o limite com Valongo. Este é pois um limite natural por fazer uso das cumeadas de dois montes que, neste local estreitam o vale do Leça, separando a grande agra do Reguengo de Cabeda (Alfena) de um lado, da outrora zona agrícola do lugar da Fonte (Ermesinde) do outro e que sempre, e sem polémica, separou as medievais São Vicente de Queimadela e São Lourenço de Asmes. (*) Membro da AL HENNA – Associação para a Defesa do Património de Alfena.

FOTO AL HENNA

Toponímia existente na Agra de Monforte, na antiga estrada real.

Site: www/afunerariamarujo.com / Email: afunerariamarujo@gmail.com CONS. REG. COM. VALONGO N.º 56190

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31 de março de 2013

• A Voz de Ermesinde

Desporto

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Suplemento de "A Voz de Ermesinde" N.º 903 • 31 de março de 2013 • Coordenação: Miguel Barros

A elite nacional das damas esteve em Ermesinde FOTOADP

70 dos melhores damistas nacionais estiveram no passado dia 16 de março na nossa freguesia onde deram cor ao I Open Nacional de Damas Clássificas “Cidade de Ermesinde, certame levado a cabo pelo Núcleo de Damas de Ermesinde/Café Avenida, com o apoio da Federação Portuguesa de Damas, da Associação de Damas do Porto e da Junta de Freguesia de Ermesinde. Tendo decorrido no Polivalente da Escola Secundária local, o evento foi marcado ainda por uma homenagem àquele que muitos consideram como o melhor jogador português de todos os tempos, Vaz Vieira, que na nossa cidade comprovou – se é que ainda o tinha de fazer – o porquê deste “rótulo”.


II

A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013

Desporto TÉNIS

Clube de Ténis de Ermesinde de olhos postos no futuro CTE

ampliação do Complexo de Ténis da Vila Beatriz, onde o CTE tem desenvolvido a sua atividade. Em linhas gerais o clube passa a gerir todo o complexo atual, ficando a seu encargo as obras de ampliação, que contemplam a cobertura dos dois courts existentes e a construção de dois novos courts em terreno cedido pela autarquia. Desta forma o CTE passará a dispor de melhores infraestruturas de treino, indo ao encontro dos desejos dos seus associados e à tal crescente procura por parte da população de Ermesinde. (Nota: na imagem podemos ver o projeto de ampliação, cujas obras arrancaram já neste mês). Torneio de Páscoa

O Clube de Ténis de Ermesinde (CTE) é claramente um bom exemplo de crescimento no quotidiano desportivo local. São cada vez mais os jovens que procuram a coletividade ermesindense para desenvolver uma modalidade que vai subindo degraus na escada da popularidade entre a nossa comunidade, e nesse sentido o clube assinou no passado dia 15 de março um protocolo com a Câmara Municipal de Valongo (CMV) com vista à

Entretanto, o clube levou a cabo mais um torneio interno, neste caso o Torneio de Páscoa, certame que decorreu no Complexo da Vila Beatriz entre os passados dias 16 e 24 de março. Com a parceria da CMV e o apoio da Casa António Vieira o torneio contou com a presença de 51 atletas, tendo-se desenrolado nas variantes de singulares e pares. Os vencedores foram os seguintes: Grupo Amarelo: Tomás Dias, Grupo Amarelo/Pares: Eduardo Tavares e Ricardo Gomes; Grupo Azul: Bruno Marinho; Grupo Azul/Pares: Tiago Reigada e Bruno Marinho; Grupo Branco: Inês Silva; Grupo Branco/Pares: Diogo Moreira e João Magalhães; Grupo Preto: Carlos Bezelga; Grupo Preto/Pares: Hélder Sousa e Rui Gilsanz; Grupo Verde: Diogo Rua; Grupo Verde/Pares: Diogo Rua e Pedro Vasconcelos.

SETAS

Estádio Darts/40's Bar foram os únicos ermesindenses a apanhar o comboio rumo ao título da ASP Foram sem margem para dúvida a grande surpresa da reta final da primeira fase do Campeonato da 1ª Divisão da Associação de Setas do Porto (ASP). Boa prestação que garantiu um lugar entre as cinco primeiras equipas que na segunda fase irão lutar pelo título máximo da citada associação. Falamos do Estádio Darts/40's Bar, o único conjunto de Ermesinde a figurar no top 5 do escalão maior da ASP, fruto de uma importante e decisiva vitória em casa dos Alvarelhos, por 6-3, na 18ª e última jornada da primeira fase do campeonato, decorrida na noite de 22 de março. Um duelo que se antevia de vida ou morte, pois quem vencesse garantia a qualificação e quem perdesse arriscava-se a disputar a liguilha da manutenção, mas que acabou por ser uma noite de festa para as duas equipas, já que apesar da derrota os Alvarelhos também se qualificaram para a fase de apuramento do campeão da ASP, pois os outros dois clubes envolvidos na luta pela qualificação, ambos de Ermesinde, os Arrebola Setas e a Eleet Team/Café Conquistador, perderam os seus respetivos e cruciais jogos. Os primeiros foram derrotados de forma surpreendente em casa pela Addicted/Quinta da Caverneira por 4-5, ao passo que os segundos perderam – de forma natural – em casa do líder indiscutível desta primeira fase, o TNT/Quinta da Caverneira, também por 4-5, e apesar de terem concluído a primeira fase com os mesmos pontos que o 5º e último classificado a garantir a qualificação para a próxima etapa, perderam na diferença entre pontos marcados e pontos sofridos. Em termos de classificação a primeira fase do campeonato da 1ª Divisão ficou assim ordenada: 1º TNT/Quinta da Caverneira (52 pontos), 2º - Bar dos Bombeiros (46 pontos), 3º - Latitude (46 pontos), 4º Estádio Darts/40's Bar (38 pontos), 5º - Alvarelhos (34 pontos) - estas cinco equipas vão então discutir entre si o título de campeão da ASP na segunda fase -, 6º - Eleet Team/Café Conquistador (34 pontos), 7º - Arrebola Setas (34 pontos), 8º - Addicted/Quinta da Caverneira (34 pontos), 9º - Darts Carneiro (22 pontos), 10º - Dragões Vale do Ave (20 pontos) - sendo que estas últimas cinco equipas vão então disputar entre si uma liguilha da manutenção.

CORRESPONDENTES SE TEM UM GOSTO PARTICULAR POR ALGUMA MODALIDADE E GOSTA DE ESCREVER, PORQUE NÃO NOS AJUDA A FAZER UM “ERMESINDE DESPORTIVO” MELHOR?

Luta intensa na 2ª Divisão Acesa está também a luta na 2ª Divisão da ASP pelos dois lugares que dão acesso à subida de escalão. E se na semana passada esta luta era feita a três, após a realização da 18ª jornada - também decorrida a 22 de março - passou a ser disputada a quatro. Tudo porque o Bar dos Bombeiros 2 se intrometeu na discussão entre o primeiro posicionado, o Inter Claudis Darts, e os dois conjuntos dos ermesindenses do Pedros Bar, o Pedros Bar X, e o Pedros Bar. Equipas do Pedros Bar que nesta 18ª ronda cumpriram com a sua função, ou seja, venceram os respetivos jogos. Os primeiros venceram em casa do Café Rei por 5-4, ao passo que os segundos esmagaram o Alvarelhos Bar Sede por 8-1. Com menos um jogo realizado o Pedros Bar X baixou para o quarto lugar, somando agora 45 pontos, tendo sido ultrapassado pelo Bar dos Bombeiros 2 - venceu os Wizard Dartz por 6-3 - enquanto que na liderança segue o Inter Claudis Darts, com 49 pontos mas menos um jogo, e no segundo encontra-se o Pedro Bar, 48 pontos. Recorde-se que os dois primeiros classificados deste escalão alcançam então no final da temporada a promoção à 1ª Divisão da ASP. A luta pela subida está pois ao rubro. Pedros Bar III começa a recuperar na 3ª Divisão Entretanto o Pedros Bar III começa a dar indícios de querer apagar a má imagem deixada na primeira volta do campeonato da 3ª Divisão da ASP. Na segunda volta a turma ermesindense já leva duas vitórias, consecutivas há que sublinhá-lo, tendo a última ocorrida na 8ª jornada, em casa ante o AC Claudis II, por 6-3. Na classificação o Pedros Bar III ainda é quarto classificado, mas agora com 12 pontos, muito perto do líder, o Água de Côco (do Mindelo), que soma 17.

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31 de março de 2013

• A Voz de Ermesinde

III

Desporto

DAMAS

70 dos melhores damistas nacionais marcaram presença no I Open Nacional de Damas Clássicas “Cidade de Ermesinde” MIGUEL BARROS

Terra sobejamente conhecida nos quatro cantos do nosso Portugal pelo seu fervoroso entusiasmo pelo fenómeno damístico, Ermesinde acolheu no passado dia 16 de março um evento condizente com este seu sentimento pelo jogo das damas. Falamos do I Open Nacional de Damas Clássicas “Cidade de Ermesinde”, prova pontuável para o ranking nacional da Federação Portuguesa de Damas (FPD) da época de 2013, e que contou com a presença de 70 damistas oriundos de vários pontos do país, facto que desde logo coroou de êxito o recém nascido evento, o que – naturalmente – muito deixou orgulhosos e satisfeitos os seus organizadores, que prontamente apalavraram uma segunda edição em 2014. Mas já lá vamos. Organizado pelo Núcleo de Damas de Erme-

FOTOSADP

sinde/Café Avenida – o grande veículo do nome da nossa freguesia no mundo das damas – com o auxílio da FPD, da Associação de Damas do Porto, e da Junta de Freguesia de Ermesinde (JFE), o evento teve como palco o Polivalente da Escola Secundária local, onde durante a tarde do citado 16 de março evoluíram sete dezenas de damistas, alguns dos quais nomes consagrados da modalidade, facto que trouxe ainda mais brilho à competição. Geograficamente falando Ermesinde recebeu jogadores/equipas oriundo(a)s de Mangualde, Viseu, Vizela, Gondomar, Valadares, Vila do Conde, Lobão, Coimbra, Aveiro, Santo Tirso, S. Pedro da Cova, ou São João da Madeira. Paralelamente ao torneio oficial o Núcleo de Damas de Ermesinde/Café Avenida organizou uma outra competição – amigável – destinada a jovens com menos de 16 anos, na qual participaram oito promissores damistas, que além de terem

desfrutado de uma série de jogos entre si puderam aprender com alguns dos melhores mestres nacionais, como por exemplo Vaz Vieira, a grande estrela deste I Open Nacional de Damas Clássicas. Sem grande surpresa Vaz Vieira (da equipa ACM Coimbra) enriqueceu ainda mais o seu invejável – no bom sentido, claro está – palmarés, ao sagrar-se vencedor deste torneio. Quanto ao clube da casa, colocou em ação cinco damistas, tendo Nélson Monteiro obtido a melhor classificação, um décimo lugar, enquanto que os seus companheiros de equipa Manuel Silva, Sérgio Bonifácio, José Rocha, e Ricardo Araújo, foram respetivamente 14º, 15º, 20º e 39º. Ainda antes da cerimónia final, a qual contou com a presença do presidente da JFE, Luís Ramalho, e de um elemento ligado à Direção da Escola Secundária de Ermesinde, neste caso Ana Maria Cortez, o nosso jornal trocou breves palavras com Jorge

Rocha, um dos elementos da organização, que em jeito de balanço vincou então a satisfação e orgulho consequentes de tudo ter corrido... para lá do esperado. «Em Portugal existem opens que reúnem em média cerca de 50 damistas, aqui tivemos 70 (!), entre eles sete mestres nacionais, onde se destaca naturalmente o “doutor” Vaz Vieira, o melhor jogador português de todos os tempos. O sucesso deste I Open Nacional de Damas Clássicas “Cidade de Ermesinde” é a prova de que a nossa terra continua a ter uma tradição damística muito grande, é uma “universidade” das damas, que ao longo dos anos foi formando campeões, conquistando inúmeros títulos (coletivos e individuais), mas que por falta de algum dinamismo tem estado um pouco apagada, e passado ao lado da nossa sociedade civil. Entendemos por isso que pela primeira vez devíamos colocar o nosso nome no panorama desportivo da modalidade, e convidamos então muitos damistas, e com a impor-

tante contribuição da JFE conseguimos um evento que no número de pessoas é já o segundo maior do país! Queremos que isto funcione como um ponto de partida, de modo a que este desporto tão nobre e intelectual continue a dignificar o nome de Ermesinde como o tem feito ao longo dos últimos 30 anos pela mão do Núcleo de Damas de Ermesinde/Café Avenida», sublinhou.

Jorge Rocha mostrou-se ainda muito feliz pela “boa jogada” da organização em levar a cabo um torneio paralelo destinado a damistas com menos de 16 anos, um evento inovador em Portugal, que segundo o nosso interlocutor serviu como uma garantia de que o futuro da modalidade quer na nossa cidade quer no restante país tem pernas para andar.

Homenagem ao maior damista português de todos os tempos

No mundo das damas é tratado por “doutor”, uma designação que o próprio diz desconhecer a razão de existir, mas que ao olharmos de relance para o seu rico e extenso palmarés se fica facilmente a perceber o porquê da atribuição de um título tão pomposo. Vaz Vieira, ou melhor, “doutor” Vaz Vieira, assim é que é, considerado de forma unânime no “planeta” das damas como o melhor jogador português de todos os tempos, e que na nossa freguesia foi alvo de uma sentida homenagem que constituiu o ponto alto deste I Open Nacional de Damas Clássicas “Cidade de Ermesinde”. Como já referimos ele foi um dos 70 damistas presentes, e sem surpresa venceu a competição, com a classe e simplicidade do costume. No seguimento de uma pequena entrevista concedida ao nosso jornal ficamos a conhecer um pouco melhor esta lenda das damas – já ganhou esse estatuto – nascido há 69 anos em Guimarães, mas que de há umas décadas a esta parte faz de Coimbra o seu lar. Admirado e respeitado por todos os seus companheiros de modalidade, começou por agradecer o convite endereçado pelo seu amigo Sérgio Bonifácio – jogador do Núcleo de Damas de Ermesinde/Café Avenida – para vir até à nossa cidade participar neste primeiro evento dedicado à modalidade. «Agradeço-lhe o convite, ele, que além de um grande amigo, é um profundo entusiasta das damas,

e um dos mentores deste torneio, que espero que sirva para dinamizar a modalidade nesta cidade. Aliás, a minha vinda aqui também foi no sentido de contribuir para essa dinamização. Vou ser também homenageado, o que para mim é um motivo de orgulho e felicidade em sentir o apreço das gentes de Ermesinde, a quem deixo aqui o meu muito obrigado», expressou com alguma emoção o grande mestre das damas lusitano. No desfiar da nossa conversa recordou o passado, o seu passado glorioso ao serviço de uma modalidade pela qual se apaixonou ainda menino, numa altura em que os lares portugueses estavam ainda despidos das novas tecnologias – com a televisão e os computadores à cabeça – e como tal os serões em família eram passados com a saudável e alegre disputa de jogos tradicionais, como o rami, o abafa, o xadrez, ou as damas. «O meu pai gostava muito de jogar às damas, era aliás um grande jogador, e foi com ele que comecei a jogar. Recordo que chegava a chorar sempre que ele me vencia e depois me espicaçava com o seu triunfo. Como em tudo na vida sou persistente, e fui aprimorando o meu jogo, chegou uma altura em que ele já não me ganhava», relembra o “doutor” das damas com um sorriso nostálgico no rosto. Ainda deambulando pelo passado viajou até Moçambique, onde viveu grande parte da infância, junto dos seus progenitores, e onde vivenciou outra paixão desportiva, o futebol. Ao serviço do Benfica de Lourenço Marques foi mesmo campeão provincial, tendo mais tarde aquando da sua vinda para a metrópole integrado a equipa de juvenis da Académica de Coimbra, onde foi treinado pelo lendário “mestre” José Maria Pedroto. Por Coimbra ficou. Estudou na mítica universidade da cidade do Mondego, a mesma universidade onde desenvolveu a sua carreira de docente, e orientador de estágios. Em Coimbra casou, sem nunca esquecer a paixão de infância pelas damas, aliada à paixão entretanto travada com a Académica, pois «quem é que passa pela academia e não fica adepto da Briosa?», questiona Vaz Vieira. Nas damas tornou-se então o campeão dos campeões. Ao longo de décadas somou títulos atrás de títulos. Venceu 10 campeonatos nacionais seguidos, ao que se seguiu uma paragem de outra dezena de anos por motivos de saúde, e quando voltou

novamente à ação foi de novo campeão! Detém um impressionante registo de 86 vitórias em opens nacionais, número que nenhum outro damista se atreveu sequer a ameaçar. No plano associativo foi um dos fundadores da Federação Portuguesa de Damas, em 1980, onde hoje assume a função de presidente da Mesa da Assembleia Geral. Do seu currículo constam ainda dois pomposos títulos de campeão do Mundo de damas clássicas, e muitos outros títulos conquistados em épocas em que a FPD ainda não havia visto a luz do dia. Impressionante, de facto. O segredo deste sucesso? «É o trabalho, aliado ao gosto pela modalidade, de jogar somente pelo prazer, pelo prazer de jogar e não jogar pelo prazer de ganhar, que é uma das coisas que eu critico». Para si as damas são um desporto de grande beleza, «poucos jogos haverá com a beleza deste jogo, que nos proporciona combinações fantásticas, um jogo onde se podem construir problemas com muito poucas peças, e problemas com muitas pedras e com dificuldade extrema». O fim da carreira ainda bem longe, pois continua enamorado por este jogo, deixando os títulos e as vitórias de lado, até porque há muito que já não é isso que o motiva a continuar. Como grande mestre da modalidade viu com bons olhos a edificação de um torneio de jovens neste I Open de Damas Clássicas “Cidade de Ermesinde”, pois os jovens são o futuro, «e pena é que este tipo de iniciativas não se repita mais vezes noutros torneios nacionais. Hoje as “ruas” dos jovens são múltiplas, são os jogos de computador, os concertos, as playstations, um sem número de atividades que os desviam deste tipo de modalidades, como o xadrez e as damas, modalidades que neste momento estão em “banho maria” à espera que haja sangue novo. Mas isso só pode ser conseguido se houver uma aposta séria no desporto escolar, algo que neste momento não se faz em Portugal», desabafa o “doutor” Vaz Vieira pouco antes de receber das mãos do presidente da JFE, Luís Ramalho, a placa de homenagem com que foi brindado pelo Núcleo de Damas de Ermesinde/Café Avenida.MB


A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013

Desporto FUTEBOL

Ermesinde Sport Clube marca passo na fuga à despromoção Duas derrotas consecutivas nas duas jornadas mais recentes do Campeonato da Divisão de Honra da Associação de Futebol do Porto (AFP) puseram termo a uma série de sete resultados positivos obtidos pela principal equipa do Ermesinde Sport Clube, e mais do que isso colocaram o combinado verde e branco numa posição muito complicada na tabela classificativa, no que à luta pela manutenção diz respeito. Quando restam sete jornadas para o final da competição o Ermesinde mantém-se no 17º e penúltimo posto, com 24 pontos, neste momento a dez (!) do primeiro clube instalado acima da “linha de água”, o Canidelo. Em seguida apresentamos um resumo daquilo o que foi o mês de março para as cores do emblema da nossa freguesia. FOTO MANUELVALDREZ

Um grande passo atrás foi dado no passado dia 24 de março pela equipa do Ermesinde na acérrima batalha pela fuga à despromoção no Campeonato Distrital da Divisão de Honra. E assim o foi porque a turma de Sonhos voltou a perder, desta feita em S. Pedro da Cova, em partida (na imagem de baixo) alusiva à 27ª jornada, por 1-3, afundando-se um pouco mais na zona de descida. S. Pedro da Cova que foi sempre o conjunto mais desinibido no relvado do Laranjal, mas a primeira ocasião de golo foi para o Ermesinde logo nos minutos iniciais, uma ameaça que daria frutos aos 36 minutos, altura em que Flávio, após uma grande jogada individual, fez um grande golo, dedicado ao amigo António Braga, mais conhecido por Toninho, popular e dedicado diretor ermesindista falecido precisamente neste último fim de semana. Na segunda parte os homens da casa trocaram melhor a bola e nas duas vezes que chegaram à baliza marcaram, primeiro por Pedro Gomes, e posteriormente por Dani. O último golo dos caseiros já foi conseguido no período de descontos (passavam quatro minutos dos 90), por intermédio de Bertinho, numa altura em que o Ermesinde já jogava com menos um elemento, por expulsão – acumulação de cartões amarelos – de Guedes. No fim do jogo, os atletas do Ermesinde estavam desolados pelo decorrer das situações, e foram claros quando assumiram que enquanto for possível, não vão atirar a toalha ao chão, e deixaram também uma mensagem a Rui Manuel, guarda-redes que de forma misteriosa (!) abandonou a equipa nesta fase difícil: «Só fazem falta os que cá estão». Em S. Pedro da Cova o Ermesinde alinhou com: Eriksson; Tiago Silva, Hélder Borges (Rivaldo, aos 77m), Rui Stam, Delfim, Guedes, Ricardo Leça Vítor Gato, Miguel (Sousa, aos 64m), Huguinho (Paulo, aos 64m) e Flávio. MÁRCIO CASTRO/AVE

Perafita acaba ciclo positivo O Perafita colocou a 17 de março um ponto final numa série de sete jogos consecutivos em que o Ermesinde alcançou resultados positivos no escalão maior da AFP. Em

encontro referente à 26ª jornada a equipa de Matosinhos veio ao Estádio de Sonhos vencer por 3-2 (encontro da imagem de cima). Os visitados até foram bastante ofensivos nos primeiros minutos da partida, mas, contra a corrente do jogo, os visitantes desfrutaram, aos onze minutos de um livre direto, do lado esquerdo do seu ataque, que Hélder Silva, chamado a marcar, converteu num golo de belo efeito, com a bola a entrar, a meia altura, junto ao poste esquerdo da baliza defendida pelo veterano Rui Manuel. E, decorridos, apenas mais quatro minutos, o clube matosinhense logrou chegar ao segundo golo, na sequência de um pontapé de canto. Paulinho colocou a bola ao primeiro poste, e Guedes, no centro da defesa, procurando tirar a bola da sua área, acabou por marcar golo na própria baliza. Esperava-se que o Ermesinde reagisse a estes dois golos, mas a verdade é que só a espaços se aproximou da baliza de Artur e não teve a mesma sorte do Perafita na concretização dos lances de bola parada. Delfim, por exemplo, aos 23 minutos, desperdiçou um livre que podia ser perigoso, rematando fraco e contra a barreira formada apenas por dois homens. A oportunidade mais flagrante para a equipa da casa marcar foi aos 40 minutos, quando Stam, no centro da pequena área, rematou de primeira por cima da trave. Os golos sofridos muito cedo, e seguidos, fragilizaram muito a capacidade de reação do Ermesinde. Contudo, na segunda parte, os comandados de Jorge Abreu entraram mais fortes e conseguiram marcar dois golos (por intermédio de Delfim aos 68 minutos, e de Paulo aos 90+3m), contra apenas um do seu adversário (aos 77 minutos), em jogadas de contra-ataque; mas tal não foi o suficiente para pontuar, ficando cada vez mais longe o objetivo da manutenção. O árbitro nem sempre mostrou critérios iguais e por isso foi bastante contestado pela massa associativa de Ermesinde. Neste encontro os verde-e-brancos alinharam com: Rui Manuel, Tiago Silva, Hélder Borges, Stam, Delfim, Guedes, Leça (Sousa, aos 68m), Gato, Paulo, Hugo (Rivaldo, aos 45m) e Flávio (André Vale, aos 82m). LUÍS DIAS/AVE

Empate em Barrosas Esta derrota foi procedida de um empate a duas bolas precisamente no reduto do Barrosas, no passado dia 10 de março. Alusiva à 25ª ronda esta era uma deslocação que se antevia difícil, não só porque o Barrosas luta desesperadamente para fugir aos lugares de despromoção como também pelo facto de alguns dos principais jogadores do Ermesinde terem treinado durante a semana que antecedeu o encontro com algumas limitações de ordem física. Decorrido debaixo de uma forte intempérie, o jogo entre Barrosas e Ermesinde foi de pouca beleza, mas com bastantes ocasiões de golo. Em cima do apito para o intervalo Leça é chamado a bater um livre em posição fontal à baliza

da casa. Na cobrança a bola “fura” a barreira da casa e corre para o fundo da baliza. Estava assim aberto o marcador. Pouco depois do reinicio da partida os homens da casa fazem um golo, por intermédio de Luís Carlos, fruto de uma desatenção por parte da defesa ermesindista, que desta forma punha fim a um período de mais de 650 minutos sem sofrer golos! A alegria do Barrosas durou pouco tempo, já que aos 47 minutos Miguel, que entrara ao intervalo, devolve a vantagem ao clube da nossa cidade. Por volta do minuto 83 o Barrosas beneficia de um livre, e também da infelicidade de Rui Manuel, e faz o 2-2 final. Em Barrosas os ermesindistas alinharam com: Rui Manuel, Tiago Silva, Hélder Borges, Rui Stam, Delfim, Guedes, Ricardo Leça, Gato (Huguinho, aos 45m), Hemery (Paulo, aos 80m), Flávio Rocha e Rivaldo (Miguel, aos 45m). MÁRCIO CASTRO/AVE

Vitória ante o “lanterna vermelha” O último triunfo no campeonato foi obtido a 3 de março, ante o agora último classificado da prova, o Perosinho, por 2-0, em partida alusiva à 24ª jornada. Disputado no Estádio do Perafita, devido a interdição do Estádio de Sonhos, o encontro foi dominado pelo conjunto da nossa cidade. Cedo se viu um Ermesinde mais determinado em conquistar a vitória, mesmo não tendo sido uma equipa muito rematadora ao longo dos 90 minutos, mas fez o suficiente para merecer ficar com os três pontos em disputa. Foi acima de tudo um conjunto eficaz, já que nas duas ocasiões gritantes de golo, os homens comandados por Jorge Abreu tiveram sangue frio para fazer os tentos que valeram a vitória. Aos 33 minutos Flávio, de primeira, ornamentou um remate com muita força que fuzilou o guarda-redes adversário, e 10 minutos volvidos Rivaldo faria o segundo golo na sequência de um “chapéu” ao desamparado guardião forasteiro. Na segunda parte o Perosinho ainda tentou fazer pela vida, e mesmo trocando mais a bola, e tendo mais iniciativas do que na primeira parte, continuou sem assustar, muito devido à boa performance da defesa do Ermesinde. Ante o Perosinho o emblema verde-e-branco alinhou com: Rui Manuel, Tiago Silva, Hélder Borges, Rui Stam, Delfim, Guedes, Ricardo Leça, Gato (André, aos 82m), Hemery (Davide, aos 82m), Flávio Rocha (Paulo, aos 67m) e Rivaldo (Sousa, aos 67m). MÁRCIO CASTRO/AVE

FOTO MÁRCIOCASTRO

Suplemento de “A Voz de Ermesinde” (este suplemento não pode ser comercializado separadamente). Coordenação: Miguel Barros; Fotografia: Manuel Valdrez. Colaboradores: Agostinho Pinto e Luís Dias.


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Emprego

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A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013

Crónicas

O barulho das carroças vazias

SERAFIM MARQUES (*)

ma certa manhã, o meu pai, homem muito sensato e culto para a época e para o meio em que vivia, não sendo “doutor”, nem das “novas oportunidades, convidou-me a darmos um passeio pelo pinhal e que, com alegria, eu aceitei. Ele deteve-se numa clareira e depois de um pequeno silêncio, perguntou-me: filho, além do cantar dos pássaros, ouves mais alguma coisa? Apurei os ouvidos e respondilhe: oiço o barulho duma carroça. Isso mesmo, disse-me ele, mas é uma carroça vazia. Surpreendido, perguntei-lhe, como sabia ele que a carroça vinha vazia, se ainda não a tínhamos avistado!? Respondeu-me que é muito fácil saber que uma carroça circula vazia por causa do seu barulho. Quanto mais vazia a carroça vier, maior é o barulho que ela faz.

Tornei-me adulto, e sempre que vejo uma pessoa a falar demais, a gritar para intimidar os outros, com prepotência e querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade absoluta, lembro-me logo do que o meu pai me disse, quando eu era ainda adolescente: «Quanto mais vazia a carroça anda, mais barulho ela faz». Aquela lição dos mais velhos, neste caso e carinhosamente o meu pai e meu ídolo, leva-me a fazer a analogia com os “barulhos ensurdecedores”, emitidos por muitos dos nossos políticos, ex-governantes, empresários, sindicalistas, comentadores, etc., e agora também o povo que, com razão ou sem ela, recorre igualmente a esta forma de protesto, gritando e verbalizando ofensas graves e ameaças ao direito dos outros, sejam eles governantes eleitos ou simples cidadãos, atitudes que a democracia tolera mas que a fere nos seus princípios e valores. Os meios de comunicação social, todos eles com papéis imprescindíveis nas sociedades modernas e democráticas, exercem um enorme poder, ou não fossem considerados o 4º Poder (legislativo, executivo e judicial) sobre os agentes políticos, cidadãos, etc.. A concorrência entre eles, especialmente as televisões e na luta pelas audiên-

cias, que lhes permite melhores contratos na obtenção das receitas financeiras, necessários à sua sobrevivência, leva-os a adotar diversas estratégias, visando o domínio sobre os seus concorrentes. Se nos privados se compreendem estas “guerras”, já na RTP (televisão e rádio), que tem vivido “à grande e à francesa”, com as receitas provindas das contribuições, forçadas, dos consumidores de eletricidade e das subvenções do OE (dos nossos impostos), bem como das receitas da publicidade, exige-se que se norteie por outras práticas e objetivos, isto é, pela “prestação do serviço público” de rádio e televisão, duma forma isenta, informativa e também formativa. Numa palavra, que seja diferente dos outros dois operadores de televisão (SIC e TVI), estes tendo como objetivos finais a rentabilidade dos capitais investidos pelos seus acionistas. Obviamente que nem oito nem oitenta, isto é, nem como defendia Salazar («um Estado nacional deve vigiar a sua imprensa e conduzi-la na direção dos interesses comuns»), nem com uma certa irresponsabilidade e manipulação das massas. A produção televisiva, necessita também de “vedetas” e

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no que aos comentadores de política diz respeito, tentam contratar os melhores “papagaios”, de modo a abafarem os seus concorrentes, com o “barulho” emitido pelos mesmos. Têm sido muitas as doutas personalidades que, ao longo dos anos “botam palavra” nas televisões e por ali têm passado homens e FOTO ARQUIVO

mulheres (o sexo masculino tem sido largamente preponderante), de vários quadrantes políticos e partidários, com elevado nível e isenção nesse importante papel de debate, de informação e formação, mas, também, com muito joio à mistura, isto é, alguns que ali exibem a sua incompetência, mas acima de

tudo, a sua falta de ética e de isenção. Muitos, são os “Pilatos” da era moderna. Mais preocupante é ainda o facto de muitos desses comentadores terem exercido o poder e, alguns serem também responsáveis pelo estado a que o nosso país chegou. Querem fazer crer que são os donos da razão e do saber e em vez de (in)formarem os espetadores, convertem-se em verdadeiros intoxicadores das mentes menos preparadas, provocando-lhes estados de revolta, ira e sofrimento, enquanto eles, pagos a peso de ouro, observam da sua cátedra dourada. É revoltante e o cúmulo está agora a acontecer, o anúncio de que a RTP contratou José Sócrates para voltar ali, como comentador político. Será convertido em vedeta para combater os craques da SIC e da TVI na mesma área televisiva, isto é, “botar palavra”, sem qualquer responsabilidade dos seus atos políticos passados e dos efeitos, no presente e no futuro, tal como outros o fazem nos canais privados. Mas não vem só e, pasme-se, parece que Manuela Ferreira Leite irá para a TVI! De acordo com a imprensa, Dias Loureiro terá sido convidado, mas recusou, atitude que Sócrates entendeu não fazer, porque, tal como está a

situação no nosso país, não há ainda espaço para os seus comentários políticos. O que irá comentar, ele que teria mais a que responder do que a comentar? Fará como os outros, vindo aumentar “o barulho das carroças vazias” e provocar mais fraturas no espetro político português, tão carecido de consensos e duma conjugação de esforços, que a própria UE exige. Contudo, custa mais aceitar e a entender a atitude da RTP que, ou não avaliou bem os efeitos, já em efervescência, ou tem objetivos escondidos. Será para fragilizar José Seguro, ele o agitador-mor do estado social, laboral e político-partidário? Mas há também responsáveis no PS que estão contra este regresso e consideram ”uma má ideia” ou “uma decisão pouco prudente”. Do estrangeiro, têm chegado ecos duma certa estupefação com o regresso deste “filho pródigo” ao “púlpito” da manipulação da palavra, a televisão, esta mais influente do que os outros meios de comunicação social. Isto é mais um mau exemplo da política à portuguesa e que o povo não merece, ou será um castigo por causa da qualidade dos políticos que gera? (*) Eonomista


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• A Voz de Ermesinde

O silêncio do mar

NUNO AFONSO

o alto da arriba ou do convés superior de um transatlântico pode verse o mar até à fímbria mais longínqua do horizonte, o movimento incessante das ondas que ora descem parecendo submergir os barcos de pesca ou de lazer, ora sobem erguendo-os à crista como se fossem brinquedos de papel em mão de criança para, de novo, os ocultarem, aquela indefinível sensação de pequenez do homem diante da vastidão imensa que só em parte consegue compreender. Delicioso espetáculo, lisonja para os sentidos de quem observa e com ele se compraz. Nos dias de tempestade, embora de modo diferente, o mar preserva o encanto na fúria do vento que encrespa a superfície da água, no encapelar das vagas, no ímpeto do elemento líquido contra as zonas da costa e os que ousam arriscar as vidas para garantir o sustento próprio e o das suas famílias, à mistura com a angústia pelo destino desses irmãos para quem o mar é fonte de vida e abismo iminente de perdição. Além de indispensável à vida humana, a água exerce sobre todos enorme atração, quaisquer que sejam as circunstâncias: as crianças desenham rios e pintam de azul os lagos e o mar, em dias estivais é à beira dos rios e do mar que melhor nos sentimos. Através de rios, lagos e oceanos, povos antigos souberam descobrir formas de chegar mais longe, para entreter relações comerciais, políticas, religiosas e outras, alterando geografias humanas e culturais, povoando e repovoando terras ignotas. Se considerarmos que a ação nefasta do mar resulta, com frequência, de outros agentes naturais como o vento, as marés, os deslocamentos das placas tectónicas e de erupções vulcânicas, concluímos que ele foi e continua a ser de enorme utilidade para os homens e a

sua atividade civilizadora. O mar tem sido inspirador da criação literária, tal como a terra, nosso elemento natural, ou mais do que ela pelos mistérios que encerra e que, cedo, fascinaram e desafiaram o homem independentemente de fenómenos que, tantas vezes, colocaram em perigo essa imagem positiva. Sob a aparência conhecida do mar há um mundo, de que a maioria dos humanos nem suspeita, de seres que convivem ou se opõem, jogos de ocultação e de agressão, de traições e de enganos, de luta feroz pela sobrevivência e pela supremacia. Como escrevia Sophia de Mello Breyner, num dos seus maravilhosos poemas em que o mar era leitmotiv, «no fundo do mar, há brancos horrores…». Vercors, pseudónimo do escritor francês Jean Bruller, deu à obra literária que mais o notabilizou o título “Le silence de la mer” (O silêncio do mar), escrito durante a ocupação da França pelas forças nazis, como metáfora da Resistência do povo francês face ao agressor que, não sendo muito visível à superfície, ocultava nas dobras desse silêncio uma intensa agitação patriótica. A vida, na França ocupada, decorria com aparente normalidade a ocultar uma intensa agitação materializada em atos de sabotagem, redes de apoio aos combatentes, de evasão aos prisioneiros aliados, de caça aos aviadores inimigos acidentados, mensagens codificadas e uma panóplia de recursos que muito contribuíram para a derrota do ocupante. A sociedade portuguesa tem vivido momentos de grandes dificuldades e de enorme indignação relativamente aos sacrifícios que nos têm sido impostos. Para quem venha do exterior assemelha-se à de países política e socialmente estáveis. Não há violência nas ruas e o discurso político e sindical mantém-se dentro de regras cívicas normais. No entanto, é óbvio o desgaste das instituições e o ambiente deletério que, a alguém mais atento, não passará, com certeza, despercebido. Aumenta o nervosismo e a conflitualidade em vários aspetos da vida em conjunto. A atitude menos refletida de um condutor pode dar origem a agressões de graves consequências; o que seria apenas uma não consonância de pontos de vista, em qualquer lugar público, deriva, com

Crónicas

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frequência, em altercações de que podem resultar graves consequências; aumentam os crimes intrafamiliares, os assaltos violentos, as burlas cujas vítimas são, via de regra, os mais frágeis (idosos pouco instruídos e sem apoio familiar imediato). Há lugares onde os assaltos são de tal modo habituais que as pessoas evitam frequentá-los. Eram sítios muito conhecidos, pacíficos, luminosos, com lojas tradicionais e muito frequentadas, bons restaurantes, equipamentos sociais de renome. Aparentemente tudo continua igual, salvo o encerramento de um

verso do livro que lia, fui despertado bruscamente por um ruído como de uma pancada na viatura, quase no mesmo instante em que passava um rapaz alto de mochila às costas, andar ligeiro e atabalhoado. Saí para verificar se, do suposto impacto, teria resultado algum dano. A porta traseira do lado esquerdo estava aberta. O rapaz seguia já uns bons metros à frente mas buzinei para o advertir de que a sua atitude não tinha sido correta. Sem voltar a cabeça, fez um gesto de enfado e desrespeito. Repeti a advertência duas ou três vezes e obtive idêntico retorno. FOTO ARQUIVO Decorreram largos minutos. Fui buscar a minha neta, coloquei-a na cadeirinha e apertei-lhe o cinto. Sentei-me e liguei o carro. Foi então que, inesperadamente, o rapaz apareceu como que saído dum sonho. Todavia, era bem real. Não tinha um ar agressivo, parecia querer esclarecer o que havia feito. Entreabri a porta e, ato contínuo, o indivíduo encostou-me uma faca na barriga: – Passa p’ra cá o dinheiro! – Não trago dinheiro – respondi, meio aturdido ainda pelo inesperado da situação. Mas consegui apertar-lhe o pulso encostando-lho no batente da porta. – Não tens dinheiro?! – conseguiu, ainda, dizer. E, ato contínuo, desatou a correr dasabaladamente. Não tive tempo de averiguar o que motivou a súbita mudança operada na mente ou outro estabelecimento comercial. do jovem. Provavelmente, ter-se-á aperA um desses lugares, costumo levar a cebido de pessoas que passavam e pominha neta para uma atividade extraescolar. deriam intervir. Quanto a mim, a preocuEnquanto decorre, espero-a dentro do au- pação imediata foi olhar para a minha neta. tomóvel e vou buscá-la uma hora depois. O Dois rios de lágrimas corriam-lhe pelo rostrânsito de pessoas e de automóveis é bas- to. tante intenso na rua onde permaneço. – Não foi nada, filha. Já passou. Nessas ocasiões, levo comigo um livro – Eu gosto muito de ti, vovô – foi a ou jornal que reduz a espera a mera síncope resposta dela. temporal. Ainda que se nos afigure, não há Arranquei e, durante o trajeto, acalum dia igual a outro, só na aparência assim é. mou e recuperou a tranquilidade. Deixo o carro na mesma rua, saio com a meniSuponho que a intenção do jovem na tendo o cuidado de trancar o veículo e de seria extorquir-me dinheiro e valores que verificar manualmente se, de facto, está fe- pudesse trazer comigo. No entanto, deichado. No regresso, procedo ao contrário, xou-me uma grande lição: redobrar os cuiinstalo-me no interior e aguardo o momento dados e evitar situações potencialmente de ir buscá-la. perigosas. Há umas semanas, transportado ao uni-

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A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013

Crónicas

S. Lourenço e as ferrovias

GLÓRIA LEITÃO

s meus colegas de gabinete, ermesindenses de “quatro costados” (apesar de só um deles ser nascido nesta cidade), ficam deliciados cada vez que aparece uma foto antiga de Ermesinde. Sempre que isso acontece lá ficam eles a “desfolhar” lembranças do que ainda recordam e identificam nas suas memórias de infância e juventude. Neste caso, eu serei a única dos quatro que tenho como berço de crescimento uma das freguesias da Maia, Vermoim (e aqui é idêntica a minha reação quando o Vermoim Vintage coloca fotos duma época de registos de memória que também me transportam à minha juventude). No entanto, também é desde pequenita que Ermesinde deixou de me ser desconhecida, tendo em conta que quando os meus pais queriam ir “à sua terra” perguntavam-nos: querem ir ver as avós? Dizíamos logo que sim mas sabíamos a “contra-senha” – nós, os seis filhos tínhamos que ir a pé para Ermesinde e nada de pedir colo ou dizer que estávamos cansados. Cumpríamos e lá íamos com o pai à frente, que levava o “7º elemento” (a mais nova), ao colo e/ou às “carrachuças” seguido dos outros, dois a dois, numa fila que era “fechada” pela mãe, que garantia a nossa segurança. Já na altura, ir de comboio por Ermesinde era mais barato porque se pou-

FARMÁCIA ANA

pava a viagem para o Porto e essa despesa era importante no orçamento da família pois falávamos, ao todo, de nove pessoas. Ajudava o facto da nossa avó materna viver perto da estação do Marco, na “surriba” (que agora está transformada em avenida) que nos era de uma grande utilidade por ser em terra batida – dava mais adrenalina ao fazermos rolar os carros de rolamentos nas nossas brincadeiras de infância, que muitas vezes originavam a queda que nos divertia a todos. Ninguém pensava em chorar e os joelhos eram lavados com a água da “nascente” que existia lá no quintal. Desta forma, perto da estação o ruído dos comboios eranos familiar e ver passar ferroviários num vaivém para o trabalho ou de regresso a suas casas era também habitual. E eu andava mortinha por cruzar gente com a minha escrita onde pudesse resumir “pedacinhos de vida” de pessoas que vivem e sobrevivem das ferrovias. Isso tornou-se possível quando fui ao Lar de S. Lourenço dar um beijinho à D.ª Piedade, uma amiga de infância da minha mãe (que a vida transformou em “parceira”) que faz daquele espaço o seu “lar” porque diz que é assim que se sente lá dentro. Permitem-lhe passar lá o seu dia e ajudar quem dela necessita e isto quer seja auxiliando nas refeições, nos trabalhos manuais ou o que quer lhe solicitem. Fazem-na sentir útil, mesmo com os seus 79 anos de idade. No bocadinho que ali fiquei a falar com ela lembrava-se de, aos 8 anos de idade, ter precisado de “abandonar” a sua casinha lá na aldeia para vir com os pais e os irmãos para Ermesinde. Esta mudança iria permitir que o seu pai, condutor de máquinas da CP, visse mais assiduamente a sua família porque isto de se ser ferroviário tinha o seu grande “senão” – os ferroviários andavam “desterrados” por esse país fora, onde houvesse carris, onde houvesse comboios. Ermesinde tornava-se uma cidade dormitório e fulcral para que os “encontros de família” ocorressem com mais frequência pois ali convergiam todas as “linhas” e cruzavam-se as famílias dos ferroviários que vinham à estação entregar as

cestas de almoço que lhes chegariam às mãos através do “papa-almoços” – o comboio da meia hora. A D.ª Piedade lembrava que sempre morou na Travagem e quando o seu irmão Francisco (que também era condutor de máquinas) passava no comboio que ia para S. Romão acenava – o “sinal” de que a sua mãe precisava para lhe preparar

vida, do passado e do presente e, se calhar, do futuro – gente que escolhe viver e sobreviver em cima delas e através delas, gente que decide terminar o seu percurso de vida por baixo delas, gente que as escolhe como meios de locomoção para partir em busca de sonhos e de esperanças, que se constroem ou se desvanecem. Nesta pequena tertúlia feita numa MANUEL VALDREZ mesa onde se desensarilhavam novelos de lã, estava lá “gente bonita”, que amadureceu com o tempo e que me deu a perceber que a maior parte, de uma forma ou de outra teve familiares ligados aos caminhos que, ainda hoje, são de ferro. Agora a vida juntou-os naquele espaço em que se dedicam aos seus hobbies e o Sr. Valdrez fez o favor de registar em fotografia a pessoa da minha história e representa também esta “gente rija”, que ao longo da sua vida fez da sua casa um lar. Agora, porque começam a ficar cansados e já lhes custa visitar as suas famílias precisaram fazem deste lar a sua casa. É bonito ver que disponibilizam o seu saber junto de quem gosta de aprender e dão razão à minha avó que respondia zangada a quem lhe chamava velha: «– Velhos são os trapos!». Eu, no bocadinho em que estive ali no meio destas pessoas “madurinhas” lembrei-me de uma leitura que me deu que pensar sobre um provérbio aborígerapidamente o café quentinho que lhe levava à ne – «somos todos visitantes deste tempo, estação para ele tomar na viagem. Foi com emo- deste lugar. Estamos só de passagem. O nosção que lembrava que à morte da sua mãe, aquele so objetivo é observar, crescer, amar… e deseu irmão nunca mais acenou naquela passagem pois vamos para casa». Efetivamente, quer pois de certeza que nunca mais o café teria o seja de nossa vontade ou não, essa será uma gostinho do seu amor. certeza, esse será o nosso destino. Nesta caE a conversa precisava de ficar por ali porque minhada eu só espero que nesse tempo – se seguia-se a comoção de associar a esta lembrança puder ser no meu tempo, oxalá existam este o outro irmão, Júlio, revisor, cujo comboio, onde tipo de casas, que cada vez mais precisamos ia a trabalhar, ficou soterrado por um túnel que de ter disponíveis para as transformarmos no desabou, em Midões, ceifando-lhe a vida ainda nosso “lar”, antes de partirmos definitivahomem novo. São mesmo assim as ferrovias da mente... para “casa”

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• A Voz de Ermesinde

Opinião

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A irrelevância do Parlamento

A. ÁLVARO SOUSA (*)

ão haverá português que discorde que os problemas que presentemente mais afetam os cidadãos, as famílias e as empresas são o desemprego, a elevadíssima carga fiscal e a recessão económica. Sendo três questões diferentes, acabam, no entanto, por estarem todas entre si relacionadas. Com efeito, não havendo políticas que promovam o crescimento económico, os negócios decrescem, as empresas encerram portas, os despedimentos são inevitáveis afetando as famílias que de um momento para o outro passam de classe média para pobres dependentes da ajuda das instituições de caridade e assistência. Perante este dantesco cenário de empobrecimento do país que medidas tomam os políticos, os governantes e os parlamentares? Juntam-se para discutir e encontrar soluções que atenuem as consequências do quadro social que compreensivelmente atinge negativa e dramaticamente os portugueses? Nada disso. As suas preocupações andam por outras bandas bem distantes do desassossego de todos quantos as suas vidas dependem do produto do esforço laboral: trabalhadores e pequenos empresários.

Naturalmente que numa séria reestruturação do Estado não faltarão instituições, serviços ou organizações que se de um momento para o outro desaparecessem, nenhum português daria pela sua falta. Estamos a lembrarnos, essencialmente, do Tribunal de Contas e do Tribunal Constitucional, o primeiro por o resultado do seu trabalho regra geral desaguar no “caixote” das coisas inconsequentes, para onde são encaminhados os relatórios das inspeções não se conhecendo que algum ator público tenha sido punido por desrespeito ou omissões de legislação que deveria ter observado no desempenho das suas funções.

centenas de deputados se entretêm a “palrar” uns com os outros, crendo dar a impressão que o seu trabalho é importante para a felicidade dos representados, consumindo um orçamento de mais de sessenta e cinco milhões de euros por ano, só para funcionamento da instituição, sem falar de um outro valor da ordem dos setenta e cinco milhões de euros, gastos com subsídios, sendo os partidos os maiores beneficiados. Para quem tenha dúvidas quanto ao que acabamos de escrever, proponho que reflitam na utilidade que terá para a resolução dos verdadeiros problemas dos portugueses FOTO ARQUIVO

MANUEL VALDREZ

Quanto ao segundo, certamente que se as atribuições que lhe estão cometidas fossem alocadas aos tribunais comuns, numa secção especializada sediada no Supremo, obteríamos dois importantes benefícios: redução de custos e decisões jurídicas libertas de promiscuidades políticas. Mas não menos importante é o que se passa com o Parlamento onde mais de duas

a anunciada moção de censura ao Governo que os socialistas prometem que ainda hoje (28/03) será entregue no Parlamento. Dizem os autores do documento que é altura de censurar o Governo pelas políticas que vem seguindo. Mas as políticas governamentais não são diariamente censuradas pelos partidos da oposição? Que trará de diferente a discussão da moção de censura, dos

debates quinzenais com o primeiro-ministro? Certamente que em termos de relevância nenhuma! Então porquê a iniciativa? Naturalmente que só os seus promotores poderão responder. Por nós apenas nos resta especular. O que fazemos. Os partidos quando na oposição sentem por vezes necessidade de dizerem aos seus eleitorados que estão vivos. Que são “duros” nos ataques ao Governo. E, vai daí, qualquer pretexto serve para mobilizar o discurso político, fazendo-se ouvir nos meios de comunicação social e, não raramente, “entalar” os outros partidos cujos deputados têm de observar as decisões do “aparelho” mesmo que contrariem as suas consciências. Podemos, pois, esperar que a relevância da apresentação, discussão e votação da moção de censura não passe da espuma dos discursos, acabando com o anunciado “chumbo” pela maioria que suporta o executivo, sem quaisquer consequências para a melhoria da qualidade de vida dos portugueses, inócua quanto a reflexos na atividade económica, e muito menos contribuirá para “travagem” da onda do desemprego. Chegados aqui impõe-se perguntar: para quê gastar tempo e dinheiro ao Governo e ao Parlamento com a discussão de documento irrelevante para a imagem de Portugal e da vida dos portugueses? Não será chegado o tempo de condicionar as moções de censura à prévia existência de poder vir a ser aprovada? Ou, em alternativa, sujeitá-las a votação secreta para que cada deputado possa decidir de harmonia com o que realmente pensa? (*) alvarodesousa@sapo.pt

Agência Funerária

Rua de Luanda, n.º 217 | 4445-499 ERMESINDE Tel. 22 974 7204 • Tlm. 91 092 1573 | 91 218 8570

Farmácia Telefone 229 710 101 Rua Rodrigues de Freitas, 1442

Direcção Técnica: Dr.a Cláudia Raquel Fernandes Freitas

Confiança 4445 ERMESINDE

SALPICARNE

Produtos de Salsicharia, Lda.

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LUGAR DO BARREIRO – ALFENA • 4445 ERMESINDE Telefone 229 698 220 • Fax 2229 698 229


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A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013

Lazer

Efemérides

Coisas Boas

10 ABRIL 1813 – Morte do matemático italiano Joseph Louis Lagrange (Turim, 25 de janeiro de 1736 — Paris, 10 de abril de 1813).

Palavras cruzadas

HORIZONTAIS

VERTICAIS

SOLUÇÕES: VERTICAIS 1. Realizado. 2. Ir; Ur; grua. 3. Garria. 4. Lar; um. 5. Rabat; uso. 6. Mao; listas. 7. Em; ra; If. 8. Namorais. 9. Alunas; ar. 10. Equimose.

HORIZONTAIS 1. Rial; mente. 2. Er; arama. 3. Grao; mau. 4. Lua; poli. 5. Irreal; rum. 6. Tirano. 7. Agio; saias. 8. Dra; ut. 9. Ou; usai. 10. Atmosfera.

Anagrama Descubra que rua de Ermesinde se esconde dentro destas palavras com as letras desordenadas: ONTEM.

Preparação: Durante 10 minutos cozem-se as alcachofras em água a ferver. Estufam-se no azeite e um pouco de água ou caldo de legumes as cebolas com ¾ das azeitonas sem o caroço. Põe-se a noz moscada e a casca do limão e quando a cebola estiver dourada juntam-se as alcachofras para que ganhem sabor. Deixa-se em lume brando 10 minutos. Se se achar que tem pouca água deita-se um pouco da água da cozedura das alcachofras. Passa-se tudo pela varinha mágica e adiciona-se o estragão, o sumo de ½ limão e o resto das azeitonas picadas. É óptimo para barrar no pão ou para acompanhar saladas. “A Voz de Ermesinde” prossegue neste número uma série de receitas vegetarianas de grau de dificuldade “muito fácil” ou “média”. A reprodução é permitida por http://www.centrovegetariano.org/receitas/, de acordo com os princípios do copyleft.

Sudoku

Rua do Monte.

SOLUÇÕES:

Veja se sabe 01 - Comité Internacional que foi Prémio Nobel da Paz 1944. 02 - Antigo povo da Anatólia que lutou contra os Gregos (Ilíada). 03 - Realizador norte-americano, autor de “O Profundo Mar Azul” (2012). 04 - Rio que nasce na serra de S. Mamede e passa por Espanha. 05 - A que classe de animais pertence o glutão? 06 - A que continente pertence a Transnístria? 07 - Em que país fica a cidade de Eindhoven? 08 - Qual é a capital da Ossétia do Sul? 09 - A abreviatura Crt corresponde a qual constelação? 10 - Elemento gasoso radioativo, n.º 86 da Tabela Periódica (Rn).

01 – Cruz Vermelha. 02 – Troianos. 03 – Terence Davies. 04 – Rio Xévora. 05 – Mammíferos. 06 – Europa. 07 – Holanda. 08 – Tskhinval. 09 – Taça. 10 – Radão.

Provérbio (Provérbio português)

Diferenças

Em cada linha, horizontal ou vertical, têm que ficar todos os algarismos, de 1 a 9, sem nenhuma repetição. O mesmo para cada um dos nove pequenos quadrados em que se subdivide o quadrado grande. Alguns algarismos já estão colocados no local correcto.

Sudoku (soluções) HTTP://WWW.CRAYOLA.COM/FREE-COLORING-PAGES/

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SOLUÇÕES:

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SOLUÇÕES:

Abril frio e molhado, enche o celeiro e farta o gado..

Descubra as 10 diferenças existentes nos desenhos

FOTO ARQUIVO

• 500g de alcachofras; • 400g de azeitonas; • 3 cebolas; • 2 colheres de sopa de azeite; • ½ limão; • 1 colher de chá de noz-moscada; • 1 colher de sopa de estragão.

1. Moeda de alguns países árabes; engana. 2. Érbio (s.q.); Coloca arame. 3. Semente; ruim. 4. Satélite da Terra; bruni. 5. Imaginário; bebida alcoólica. 6. Déspota. 7. Juro; peça de roupa (pl.). 8. Doutora; antiga nota musical dó. 9. Alternativa; utilizai. 10. Ar.

1. Concretizado. 2. Partir; cidade bíblica; guindaste. 3. Vestia cores vistosas. 4. Casa; unidade. 5. Capital de Marrocos; utilização. 6. Extremidade do braço; Riscas. 7. Preposição; batráquio; célebre poema de Kipling. 8. Seduzis. 9. Estudante; atmosfera. 10. Nódoa de sangue.

Patê de azeitonas e alcachofras

01. Desenho na árvore. 02. Tufo de erva. 03. Grãos no chão. 04. Focinnho. 05. Flor. 06. Tronco de árvore. 07. Pestana da mãe. 08. Orelha. 09. Pata. 10. Arbustos.


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Tecnologias

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distros em linha... Esta semana o site dedicado às distribuições de software livre Distrowatch anunciou o lançamento das seguintes distros: Linux Deepin 12.12 Beta, SparkyLinux 2.1 "GameOver", Pardus Linux 2013 e ZevenOS 3.0 "Neptune".

LINUX DEEPIN 12.12 BETA http://linuxdeepin.com/ Foi anunciada a disponibilidade da versão beta de desenvolvimento do Linux Deepin 12.12, uma distribuição de origem chinesa, baseada em Ubuntu e com um ambiente de desktop próprio, Deepin Desktop Environment. Imagens CD .iso para arquiteturas x86_64 bits (742MB). SPARKYLINUX 2.1 "GAMEOVER" http://sparkylinux.org/ Pawel Pijanowski anunciou o lançamento do SparkyLinux 2.1 "GameOver", uma distribuição de origem polaca, baseada em Debian “Testing” com ambiente de desktop LXDE customizado e mais destinado a multimédia e jogos. Vem com o kernel Linux 3.2 i386 para computadores mais obsoletos e o kernel 3.8-liquorix (em opção) i686-pae para PC's mais modernos. Imagem DVD .iso (3 294MB). PARDUS LINUX 2013 http://www.parduslinux.org/ Foi lançado o Pardus Linux 2013, distribuição de origem turca baseada em Debian “Testing” (Wheezy). De momento localização apenas em Turco. Imagens DVD .iso para arquiteturas x86_64 com KDE (1 709MB) e com GNOME (1 472MB). ZEVENOS 3.0 "NEPTUNE" http://www.zevenos.com/ Leszek Lesner anunciou o lançamento do ZevenOS 3.0 "Neptune", uma distribuição Linux de origem alemã, baseada em Debian e que vem com um ambiente de desktop KDE 4.10.1 customizado como opção por defeito. Vem com o kernel Linux 3.8.4 e destina-se exclusivamente a arquiteturas x86_64 bits. Imagem DVD .iso (1 812MB).

DriveDroid: come arrancar Ubuntu ou outra distribuição em modo persistente a partir do smartphone Drive Droid é uma útil aplicação para Android que permite carregar imagens .iso das distribuições Linux no nosso dispositivo móvel e carregá-las no nosso PC, ligando-se a ele através da porta USB. Em poucas palavras, DriveDroid emula uma pendrive com a nossa distribuição live preferida pré-instalada. LFFL (*)

Nos últimos dias novas atualizações e melhoria de funcionalidades de DriveDroid trouxeram-nos, entre as novidades a possibilidade de criar uma imagem que permite poder salvar uma distribuição Linux como Ubuntu, Puppy Linux, etc., no modo persistente. Podemos assim arrancar Ubuntu, instalar as nossas aplica-

ções preferidas e aceder-lhe no nosso ou em qualquer PC bastando para isso ligar o nosso smartphone ou tablet através da porta USB. Feramroberto, responsável pelo site lffl – Linux Freedom, explica no seu site como instalou a distribuição que elegeu – no caso OpenELEC 3.0.0, de forma a ter o centro de multimédia XBMC sempre pronto a utilizar em qualquer PC, ao mesmo tempo que insta-

lou ArchPup e Parted Magic, para poder reparar sistemas. Instalou também Android X86 sempre na modalidade. Instalar uma distribuição em modo persistente Eis como criar una distribuição Linux na modalidade persistente no seu DriveDroid: Primeiro é necessário criar um ficheiro de imagem em DriveDroid, cujas dimensões variam consoante a distribuição que se quer instalar. É aconselhável ter pelo menos 2 Gb para Ubuntu, enquanto para OpenELEC, Android X86 e ArchPup 500 MB deverão ser suficientes. Uma vez criado o ficheiro de imagem, basta carregá-lo como numa pen USB e ligar o nosso dispositivo ao PC, inicializado em Linux ou Windows e e usar Unetbootin para criar a imagem USB em modo persistente. Per OpenELEC basta utilizar o próprio instalador, enquanto para ArchPup, Puppy Linux, etc., basta utilizar UNetbootin. Per Android x86 devemos arrancar do dispositivo USB e instalar a distribuição no ficheiro de imagem criado com Drive Droid. DriveDroid exige acesso de root e além disso ter ativo o modo USB Mass Storage. DriveDroid está disponível a partir de GooglePlay. (*) Tradução livre a partir de http://www.lffl.org/2013/ 03/drivedroid-come-avviareubuntu-o-altra.html#more


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Arte Nona

Entretanto Conversa na GATAfunho: A BD Italiana Além-Pratt Muito menos conhecida (em Portugal) que a BD franco-belga, a BD italiana merece bem maior atenção por parte dos bedéfilos portugueses – que frequentemente se limitam a apreciar o génio de Hugo Pratt. Prosseguindo um pequeno ciclo de sessões dedicadas à BD, a GATAfunho, loja de livros (agora instalada em pleno Bairro Alto de Lisboa) dedicou um debate sobre o tema em referência, com participação do jornalista Carlos Pessoa e do divulgador de BD Nuno Franco, que teve lugar no passado dia 15 de março. Esta nova sessão de divulgação da BD promovida pela GATAfunho integrava-se numa exposição de álbuns e revistas (sobretudo de edições estrangeiras): para além de muitos grandes autores de BD, estavam representados quase todos os nomes mais destacados da BD italiana – de Guido Crepax a Vittorio Giardino, Guido Buzzelli, Dino Bataglia, SérgioToppi, Benito Jacovitti, Milo Manara, Attilio Micheluzzi, Aurélio Galleppini, Ivo Milazzo, Daniele Panebarco, Bonvi e Lorenzo Mattoti. Fonte: //http.blogspot.kuentro.pt

Morreu Didier Comès Didier Comès, notável autor da Banda desenhada franco-belga, responsável, entre outros, por títulos celebrados como “Silêncio”, faleceu recentemente, no passado dia 7 de março, aos 70 anos de idade. Didier (Dieter Herman) Comès, nasceu em dezembro de 1942 em Sourbrodt, uma localidade situada na zona este da Bélgica. Ao todo publicou apenas uma dúzia de álbuns de BD, tendo sido editados em Portugal, além de “Silêncio”, “A Árvore-Coração”, “A Casa onde as Árvores Sonham” e “As Lágrimas do Tigre”. Foi homenageado no ano passado com uma exposição de 250 pranchas originais, no Museu de Belas Artes de Liège, Bélgica, e já este ano, o seu trabalho foi mostrado ao público, numa retrospetiva com 50 pranchas originais, na 40ª edição do Festival de Angoulême. Fonte: http://kuentro.blogspot.pt

345º Encontro da Tertúlia BD de Lisboa Realizou-se no passado dia 5 de março, num restaurante em Lisboa, o 345º Encontro da Tertúlia BD de Lisboa que, desta vez, homenageou Jorge Machado-Dias, editor, autor e divulgador de BD. Começou por escrever argumentos para serem transformadas em banda desenhada por Victor Borges, mais tarde começou ele mesmo a realizá-las sozinho, executando "a solo" as duas componentes principais da BD, argumento e desenhos. A certa altura editou fanzines, depois criou uma editora (Pedranocharco) e passou a editar revistas de estudos e crítica de BD (como a “BDJornal”), e atualmente tem uma livraria online (da editora). É também o responsável pelo blogue Kuentro e, indubitavelmente, uma das pessoas que mais tem feito para a divulgação da Banda Desenhada em Portugal. Biografia Jorge Machado-Dias nasceu em Lisboa, em 1953, viveu parte da sua infância, entre os 5 e os 10 anos no Maputo (então Lourenço Marques), donde regressou a Lisboa. Depois dos contactos então havidos com a BD, só volta a reencontrá-la, com 1617 anos, com a revista “Tintin”. Em 1970 inicia um percurso académico atribulado, estudando Engenharia Civil durante dois anos, e tendo então enveredado pela Sociedade de Belas Artes de Lisboa, curso que teve de interromper, obrigado a entrar para a tropa a 22 de abril de 1974 (três dias antes do 25 de Abril!). Volta então a África, desta vez a Angola numa comissão de serviço em “fecho de contas coloniais”. Em 1983, depois de trabalhar em gabinetes de arquitetura, resolve cursar Pintura e Design, onde não esteve sequer até ao fim do ano letivo. E assim terminou o seu percurso académico. Começa a editar livros de BD em 2005, com a Pedranocharco, em 2006 lança o primeiro número da revista “BDVoyeur”, um projeto dedicado à BD erótica, e é para ela que desenha “Corpo a Corpo”, mas a revista “BDJornal” será talvez a mais importante aposta de sempre de imprensa periódica crítica em Portugal na área da Nona Arte. Lista de presenças na Tertúlia 1. Afonso"Delrey" 2. Álvaro 3. Ana Vidazinha

Comic jam do 345º Encontro da Tertúlia Bd de Lisboa, desta vez da autoria de Machado-Dias, Álvaro (duas vinhetas), Horácio, Pepedelrey, João Sequeira e Pedro Cruz. Este último retratou muito fielmente Geraldes Lino, o dinamizador da Tertúlia, e Jorge Machado-Dias, o autor (e não só) homenageado neste Encontro. A informação referente a esta Tertúlia foi recolhida nos blogues de Geraldes Lino, Divulgando Banda Desenhada, e de Jorge Machado-Dias, Kuentro, precisamente os melhores blogues de divulgação da Banda Desenhada em Portugal (AVE).

4. Bárbara Carvalho 5. Catarina Cruz 6. Filipe Duarte 7. Geraldes Lino 8. Helder Jotta 9. Hugo Teixeira 10. Hugo Tiago 11. Inês Ramos 12. João Leal 13. João Sequeira "JAS" 14. João Vidigal 15. José Abrantes 16. José Pinto Carneiro 17. José Victor

18. Machado-Dias (Homenageado) 19. Miguel Ferreira 20. Moreno 21. Nuno Duarte "Outro Nuno" 22. Pedro Bouça 23. Pedro Cruz 24. Pedro Ribeiro Ferreira 25. Pepedelrey 26. Petra 27. Rechena 28. Rui Domingues 29. Sá-Chaves 30. Sandra Oliveira 31. Susana Marinho


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โ ข A Voz de Ermesinde

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Arte Nona

A Quadrilha (9/10) autor: PAULO PINTO


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Serviços

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Farmácias de Serviço Permanente

Telefones CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE • Educação Pré-Escolar (Teresa Braga Lino) (Creche, Creche Familiar, Jardim de Infância)

De 01/04/13 a 05/05/13 Dias

• Infância e Juventude (Fátima Brochado) (ATL, Actividades Extra-Curriculares) • População Idosa (Anabela Sousa) (Lar de Idosos, Apoio Domiciliário) • Serviços de Administração (Júlia Almeida) Tel.s 22 974 7194; 22 975 1464; 22 975 7615; 22 973 1118; Fax 22 973 3854 Rua Rodrigues de Freitas, 2200 4445-637 Ermesinde • Formação Profissional e Emprego (Albertina Alves) (Centro de Formação, Centro Novas Oportunidades, Empresas de Inserção, Gabinete de Inserção Profissional) • Gestão da Qualidade (Sérgio Garcia) Tel. 22 975 8774 Largo António Silva Moreira, 921 4445-280 Ermesinde • Jornal “A Voz de Ermesinde” (Fernanda Lage) Tel.s 22 975 7611; 22 975 8526; Fax. 22 975 9006 Largo António da Silva Moreira Canório, Casa 2 4445-208 Ermesinde

ECA Telefones ERMESINDE CIDADE ABERTA • Sede Tel. 22 974 7194 Largo António Silva Moreira, 921 4445-280 Ermesinde • Centro de Animação Saibreiras (Manuela Martins) Tel. 22 973 4943; 22 975 9945; Fax. 22 975 9944 Travessa João de Deus, s/n 4445-475 Ermesinde • Centro de Ocupação Juvenil (Manuela Martins) Tel. 22 978 9923; 22 978 9924; Fax. 22 978 9925 Rua José Joaquim Ribeiro Teles, 201 4445-485 Ermesinde

Telefones de Utilidade Pública Auxílio e Emergência

Saúde

Avarias - Água - Eletricidade de Ermesinde ......... 22 974 0779 Avarias - Água - Eletricidade de Valongo ............. 22 422 2423 B. Voluntários de Ermesinde ...................................... 22 978 3040 B.Voluntários de Valongo .......................................... 22 422 0002 Polícia de Segurança Pública de Ermesinde ................... 22 977 4340 Polícia de Segurança Pública de Valongo ............... 22 422 1795 Polícia Judiciária - Piquete ...................................... 22 203 9146 Guarda Nacional Republicana - Alfena .................... 22 968 6211 Guarda Nacional Republicana - Campo .................. 22 411 0530 Número Nacional de Socorro (grátis) ...................................... 112 SOS Criança (9.30-18.30h) .................................... 800 202 651 Linha Vida ............................................................. 800 255 255 SOS Grávida ............................................................. 21 395 2143 Criança Maltratada (13-20h) ................................... 21 343 3333

Centro Saúde de Ermesinde ................................. 22 973 2057 Centro de Saúde de Alfena .......................................... 22 967 3349 Centro de Saúde de Ermesinde (Bela).................... 22 969 8520 Centro de Saúde de Valongo ....................................... 22 422 3571 Clínica Médica LC ................................................... 22 974 8887 Clínica Médica Central de Ermesinde ....................... 22 975 2420 Clínica de Alfena ...................................................... 22 967 0896 Clínica Médica da Bela ............................................. 22 968 9338 Clínica da Palmilheira ................................................ 22 972 0600 CERMA.......................................................................... 22 972 5481 Clinigandra .......................................... 22 978 9169 / 22 978 9170 Delegação de Saúde de Valongo .............................. 22 973 2057 Diagnóstico Completo .................................................. 22 971 2928 Farmácia de Alfena ...................................................... 22 967 0041 Farmácia Nova de Alfena .......................................... 22 967 0705 Farmácia Ascensão (Gandra) ....................................... 22 978 3550 Farmácia Confiança ......................................................... 22 971 0101 Farmácia Garcês (Cabeda) ............................................. 22 967 0593 Farmácia MAG ................................................................. 22 971 0228 Farmácia de Sampaio ...................................................... 22 974 1060 Farmácia Santa Joana ..................................................... 22 977 3430 Farmácia Sousa Torres .................................................. 22 972 2122 Farmácia da Palmilheira ............................................... 22 972 2617 Farmácia da Travagem ................................................... 22 974 0328 Farmácia da Formiga ...................................................... 22 975 9750 Hospital Valongo .......... 22 422 0019 / 22 422 2804 / 22 422 2812 Ortopedia (Nortopédica) ................................................ 22 971 7785 Hospital de S. João ......................................................... 22 551 2100 Hospital de S. António .................................................. 22 207 7500 Hospital Maria Pia – crianças ..................................... 22 608 9900

Serviços Locais de venda de "A Voz de Ermesinde" • Papelaria Central da Cancela - R. Elias Garcia; • Papelaria Cruzeiro 2 - R. D. António Castro Meireles; • Papelaria Troufas - R. D. Afonso Henriques - Gandra; • Café Campelo - Sampaio; • A Nossa Papelaria - Gandra; • Quiosque Flor de Ermesinde - Praça 1º de Maio; • Papelaria Monteiro - R. 5 de Outubro.

Fases da Lua

Cheia: 2255 ; Q. Minguante: 3 ; Abr 20 20113 LLuaua Nova: 10 10;; Q. Crescente: 18 18..

Mai 2013

Lua Cheia: 25 25;; Q. Minguante: 2,31 2,31;; Lua Nova: 9 ; Q. Crescente: 18 18..

Ficha de Assinante A VOZ DE

ERMESINDE Nome ______________________________ _________________________________ Morada _________________________________ __________________________________________________________________________________ Código Postal ____ - __ __________ ___________________________________ Nº. Contribuinte _________________ Telefone/Telemóvel______________ E-mail ______________________________ Ermesinde, ___/___/____ (Assinatura) ___________________ Assinatura Anual 12 núm./ 9 euros NIB 0036 0090 99100069476 62 R. Rodrigues Freitas, 2200 • 4445-637 Ermesinde Tel.: 229 747 194 • Fax: 229 733 854

Cartório Notarial de Ermesinde ..................................... 22 974 0087 Centro de Dia da Casa do Povo .................................. 22 971 1647 Centro de Exposições .................................................... 22 972 0382 Clube de Emprego ......................................................... 22 972 5312 Mercado Municipal de Ermesinde ............................ 22 975 0188 Mercado Municipal de Valongo ................................. 22 422 2374 Registo Civil de Ermesinde ........................................ 22 972 2719 Repartição de Finanças de Ermesinde...................... 22 978 5060 Segurança Social Ermesinde .................................. 22 973 7709 Posto de Turismo/Biblioteca Municipal................. 22 422 0903 Vallis Habita ............................................................... 22 422 9138 Edifício Faria Sampaio ........................................... 22 977 4590

Bancos Banco BPI ............................................................ 808 200 510 Banco Português Negócios .................................. 22 973 3740 Millenium BCP ............................................................. 22 003 7320 Banco Espírito Santo .................................................... 22 973 4787 Banco Internacional de Crédito ................................. 22 977 3100 Banco Internacional do Funchal ................................ 22 978 3480 Banco Santander Totta ....................................................... 22 978 3500 Caixa Geral de Depósitos ............................................ 22 978 3440 Crédito Predial Português ............................................ 22 978 3460 Montepio Geral .................................................................. 22 001 7870 Banco Nacional de Crédito ........................................... 22 600 2815

Transportes Central de Táxis de Ermesinde .......... 22 971 0483 – 22 971 3746 Táxis Unidos de Ermesinde ........... 22 971 5647 – 22 971 2435 Estação da CP Ermesinde ............................................ 22 971 2811 Evaristo Marques de Ascenção e Marques, Lda ............ 22 973 6384 Praça de Automóveis de Ermesinde .......................... 22 971 0139

Desporto Águias dos Montes da Costa ...................................... 22 975 2018 Centro de Atletismo de Ermesinde ........................... 22 974 6292 Clube Desportivo da Palmilheira .............................. 22 973 5352 Clube Propaganda de Natação (CPN) ....................... 22 978 3670 Ermesinde Sport Clube ................................................. 22 971 0677 Pavilhão Paroquial de Alfena ..................................... 22 967 1284 Pavilhão Municipal de Campo ................................... 22 242 5957 Pavilhão Municipal de Ermesinde ................................ 22 242 5956 Pavilhão Municipal de Sobrado ............................... 22 242 5958 Pavilhão Municipal de Valongo ................................. 22 242 5959 Piscina Municipal de Alfena ........................................ 22 242 5950 Piscina Municipal de Campo .................................... 22 242 5951 Piscina Municipal de Ermesinde ............................... 22 242 5952 Piscina Municipal de Sobrado ................................... 22 242 5953 Piscina Municipal de Valongo .................................... 22 242 5955 Campo Minigolfe Ermesinde ..................................... 91 619 1859 Campo Minigolfe Valongo .......................................... 91 750 8474

Cultura Arq. Hist./Museu Munic. Valongo/Posto Turismo ...... 22 242 6490 Biblioteca Municipal de Valongo ........................................ 22 421 9270 Centro Cultural de Alfena ................................................ 22 968 4545 Centro Cultural de Campo ............................................... 22 421 0431 Centro Cultural de Sobrado ............................................. 22 415 2070 Fórum Cultural de Ermesinde ........................................ 22 978 3320 Fórum Vallis Longus ................................................................ 22 240 2033 Nova Vila Beatriz (Biblioteca/CMIA) ............................ 22 977 4440 Museu da Lousa ............................................................... 22 421 1565

Comunicações Posto Público dos CTT Ermesinde ........................... 22 978 3250 Posto Público CTT Valongo ........................................ 22 422 7310 Posto Público CTT Macieiras Ermesinde ................... 22 977 3943 Posto Público CCT Alfena ........................................... 22 969 8470

Administração Agência para a Vida Local ............................................. 22 973 1585 Câmara Municipal Valongo ........................................22 422 7900 Centro de Interpretação Ambiental ................................. 93 229 2306 Centro Monit. e Interpret. Ambiental. (VilaBeatriz) ...... 22 977 4440 Secção da CMV (Ermesinde) ....................................... 22 977 4590 Serviço do Cidadão e do Consumidor .......................... 22 972 5016 Gabinete do Munícipe (Linha Verde) ........................... 800 23 2 001 Depart. Educ., Ação Social, Juventude e Desporto ...... 22 421 9210 Casa Juventude Alfena ................................................. 22 240 1119 Espaço Internet ............................................................ 22 978 3320 Gabinete do Empresário .................................................... 22 973 0422 Serviço de Higiene Urbana.................................................... 22 422 66 95 Ecocentro de Valongo ................................................... 22 422 1805 Ecocentro de Ermesinde ............................................... 22 975 1109 Junta de Freguesia de Alfena ............................................ 22 967 2650 Junta de Freguesia de Sobrado ........................................ 22 411 1223 Junta de Freguesia do Campo ............................................ 22 411 0471 Junta de Freguesia de Ermesinde ................................. 22 973 7973 Junta de Freguesia de Valongo ......................................... 22 422 0271 Serviços Municipalizados de Valongo ......................... 22 977 4590 Centro Veterinário Municipal .................................. 22 422 3040 Edifício Polivalente Serviços Tecn. Municipais .... 22 421 9459

Ensino e Formação Cenfim ......................................................................................... 22 978 3170 Centro de Explicações de Ermesinde ...................................... 22 971 5108 Colégio de Ermesinde ........................................................... 22 977 3690 Ensino Recorrente Orient. Concelhia Valongo .............. 22 422 0044 Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomes .................. 22 973 3703/4 Escola EB2/3 de S. Lourenço ............................ 22 971 0035/22 972 1494 Escola Básica da Bela .......................................................... 22 967 0491 Escola Básica do Carvalhal ................................................. 22 971 6356 Escola Básica da Costa ........................................................ 22 972 2884 Escola Básica da Gandra .................................................... 22 971 8719 Escola Básica Montes da Costa ....................................... 22 975 1757 Escola Básica das Saibreiras .............................................. 22 972 0791 Escola Básica de Sampaio ................................................... 22 975 0110 Escola Secundária Alfena ............................................. 22 969 8860 Escola Secundária Ermesinde ........................................ 22 978 3710 Escola Secundária Valongo .................................. 22 422 1401/7 Estem – Escola de Tecnologia Mecânica .............................. 22 973 7436 Externato Maria Droste ........................................................... 22 971 0004 Externato de Santa Joana ........................................................ 22 973 2043 Instituto Bom Pastor ........................................................... 22 971 0558 Academia de Ensino Particular Lda ............................. 22 971 7666 Academia APPAM .......... 22 092 4475/91 896 3100/91 8963393 AACE - Associação Acad. e Cultural de Ermesinde ........... 22 974 8050 Universidade Sénior de Ermesinde .............................................. 93 902 6434

Farmácias de Serviço

01 Seg. Ascensão (Erm.) 02 Ter. Central (Val.) Costa Cabral (Costa Cabral) 03 Qua. Confiança (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) 04 Qui. Alfena (Alf.) 05 Sex. Marques Santos (Val.) Hosp. S. João (Circunv.) 06 Sáb. Formiga (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) 07 Dom. Sobrado (Sobr.) 08 Seg. Vilardell (Campo) Giesta (Areosa) 09 Ter. MAG (Erm.) 10 Qua. Marques Cunha (Val.) Oliveiras (Areosa) 11 Qui. Nova Alfena (Alf.) Hosp. S. João (Circunv.) 12 Sex. Palmilheira (Erm.) 13 Sáb. Outeiro Linho (Val.) Areosa (Areosa) 14 Dom. Sampaio (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) 15 Seg. Santa Joana (Erm.) 16 Ter. Bemmequer (Alf.) Hosp. S. João (Circunv.) 17 Qua. Travagem (Erm.) 18 Qui. Bessa (Sobr.) Maia (Alto Maia) 19 Sex. Ascensão (Erm.) 20 Sáb. Central (Val.) Hosp. S. João (Circunv.) 21 Dom. Confiança (Erm.) 22 Seg. Alfena (Alf.) Hosp. S. João (Circunv.) 23 Ter. Marques Santos (Val.) Sousa Reis (Brás Oleiro) Hosp. S. João (Circunv.) 24 Qua. Formiga (Erm.) Hosp. S. João (Circunv.) 25 Qui. Sobrado (Sobr.) Hosp. S. João (Circunv.) 26 Sex. Vilardell (Campo) 27 Sáb. MAG (Erm.) 28 Dom. Marques Cunha (Val.) Hosp. S. João (Circunv.) 29 Seg. Nova Alfena (Alf.) Alírio Barros (Costa Cabral) 30 Ter. Palmilheira (Erm.) 01 Qua. Outeiro Linho (Val.) Martins Costa (Alto Maia) Hosp. S. João (Circunv.) 02 Qui. Sampaio (Erm.) 03 Sex. Santa Joana (Erm.) 04 Sáb. Bemmequer (Alf.) Hosp. S. João (Circunv.) 05 Dom. Travagem (Erm.) FICHA TÉCNICA A VOZ DE

ERMESINDE JORNAL MENSAL

• N.º ERC 101423 • N.º ISSN 1645-9393 Diretora: Fernanda Lage. Redação: Luís Chambel (CPJ 1467), Miguel Barros (CPJ 8455). Fotografia: Editor – Manuel Valdrez (CPJ 8936), Ursula Zangger (CPJ 1859). Maquetagem e Grafismo: LC, MB. Publicidade e Asssinaturas: Aurélio Lage, Lurdes Magalhães. Colaboradores: Afonso Lobão, A. Álvaro Sousa, Ana Marta Ferreira, Armando Soares, Cândida Bessa, Chelo Meneses, Diana Silva, Faria de Almeida, Filipe Cerqueira, Gil Monteiro, Glória Leitão, Gui Laginha, Jacinto Soares, Joana Gonçalves, João Dias Carrilho, Sara Teixeira, Joana Viterbo, José Quintanilha, Luís Dias, Luísa Gonçalves, Lurdes Figueiral, Manuel Augusto Dias, Manuel Conceição Pereira, Marta Ferreira, Nuno Afonso, Paulo Pinto, Reinaldo Beça, Rui Laiginha, Rui Sousa, Sara Amaral. Propriedade, Administração, Edição, Publicidade e Assinaturas: CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE • Rua Rodrigues de Freitas, N.º 2200 • 4445-637 ERMESINDE • Pessoa Coletiva N.º 501 412 123 • Serviços de registos de imprensa e publicidade N.º 101 423. Telef. 229 747 194 - Fax: 229733854 Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde. Tels. 229 757 611, 229 758 526, Tlm. 93 877 0762. Fax 229 759 006. E-mail: avozdeermesinde@gmail.com Site:www.avozdeermesinde.com Impressão: DIÁRIO DO MINHO, Rua Cidade do Porto – Parque Industrial Grundig, Lote 5, Fração A, 4700-087 Braga. Telefone: 253 303 170. Fax: 253 303 171. Os artigos deste jornal podem ou não estar em sintonia com o pensamento da Direção; no entanto, são sempre da responsabilidade de quem os assina.

Emprego Centro de Emprego de Valongo .............................. 22 421 9230 Gabin. Inserção Prof. do Centro Social Ermesinde .. 22 975 8774 Gabin. Inserção Prof. Ermesinde Cidade Aberta ... 22 977 3943 Gabin. Inserção Prof. Junta Freguesia de Alfena ... 22 967 2650 Gabin. Inserção Prof. Fab. Igreja Paroq. Sobrado ... 91 676 6353 Gabin. Inserção Prof. CSParoq. S. Martinho Campo ... 22 411 0139 UNIVA ............................................................................. 22 421 9570

Tiragem Média do Mês Anterior: 1100


31 de março de 2013

• A Voz de Ermesinde

Serviços

Agenda

23

01 abr - 30 abr

Desporto

Espetáculos

Exposições

FUTEBOL

7 DE ABRIL, 16H00

Estádio de Sonhos – ERMESINDE - CAND AL CANDAL Jogo a contar para a vigésima-oitava jornada do Campeonato Distrital – Divisão de Honra, da Associação de Futebol do Porto. 21 DE ABRIL, 16H00

Estádio de Sonhos – ERMESINDE - S. MARTINHO Jogo a contar para a trigésima jornada do Campeonato Distrital – Divisão de Honra, da Associação de Futebol do Porto. (Agenda Associação de Futebol do Porto).

1 DE MARÇO A 30 DE ABRIL Museu Municipal e Arquivo Histórico “HÓQUEI DE VALONGO – UM PER CURSO SOBRE R OD AS” PERCURSO ROD ODAS” Exposição documental, fotográfica e videográfica sobreb um desporto identitário no concelho de Valongo, com registos de momentos que marcaram para sempre a vida de exatletas, sócios, ex-sócios e demais agentes da modalidade. (Agenda Metroplitana da Cultura).

ANIVERSÁRIO D A ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DA TURAL DE ERMESINDE (AA CE) CULTURAL (AACE) E CUL 19 ABRIL, 21H00 Sede da AACE Com a participação do Grupo de Fados e do Grupo de Música Tradicional Portuguesa "Toca a Tocar", comemoração oficial da data, bolo de aniversário e espumante Entrada livre reservada a sócios, familiares e convidados. 20 ABRIL, 21H30 Fórum Cultural de Ermesinde Espetáculo temático, sob o título "Canções de Sempre", com a participação da valência "Voz Ligeira" e da Tuna da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. 21 ABRIL, 11H00 Igreja Matriz de Ermesinde Com a participação do Orfeão de Ermesinde na Missa comemorativa do aniversário da AACE. 21 ABRIL, 15H30 Fórum Cultural de Ermesinde Apresentação do espetáculo "Décadas", com a participação das escolas de danças e da escola de música da AACE. (Agenda da AACE) .

Prazos de entrega do IRS e uma maneira de ajudar o CSE sem gastar um tostão Sabia que, no preenchimento da declaração de IRS, podemos destinar 0,5 % do imposto a pagar, que em vez de ir parar aos cofres do Estado pode ser reencaminhado para uma instituição de solidariedade social, bastando para tal que cada contribuinte indique no Quadro 9 do Anexo H do Modelo 3 do IRS o número de contribuinte da instituição beneficiária? Isto não implica o pagamento de mais imposto, apenas que o contribuinte, desta forma, obriga o Estado a doar parte da verba que iria receber a uma instituição de solidariedade à escolha. Esta opção não tem, por isso, quaisquer custos e não interfere nos cálculos do que se possa vir a pagar ou receber de reembolso do IRS, tal como o define o n.º 6 do artigo 32.º da Lei n.º 16/2001, de 22 de Junho. Instituição de solidariedade cinquentenária, com várias valências dedicadas ao trabalho com idosos, crianças, desempregados e outras pessoas com necessidades formativas, com muitas provas dadas ao longo de todos estes anos, o Centro Social de Ermesinde (CSE) é, sem dúvida, uma instituição plenamente merecedora dessa doação ao fazer o seu IRS. Para tal, por favor, indique o número de identificação fiscal do CSE: 501412123, tal como exemplificado acima. DATAS DE ENTREGA IRS 2012 Entregas em papel 1ª Fase - 1 a 31 de março de 2013, para rendimentos das categorias A e H (já esgotado); 2ª Fase - 1 a 30 de abril de 2013, para os restantes rendimentos. Entrega via internet 1ª Fase - 1 a 30 de abril de 2013, para rendimentos das categorias A e H; 2ª Fase - 1 de maio a 31 de maio de 2013, para os restantes rendimentos (prazo alargado pelas Finanças).


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A Voz de Ermesinde • 31 de março de 2013

Última

Alcides FOTOS URSULA ZANGGER

Alcides Ferreira – é este o nome da personagem que Júnior Sampaio encarna na peça “O Marido de Conceição Saldanha”, por si encenada e com texto de João Mohana. Aqui está Alcides, passando de estado a estado, injustiçado, indignado, revolta-

do, angustiado, amargurado, desesperado, saudoso, vazio. O mundo real continua, à volta, indiferente, a triturar todos aqueles que se atrevem, um dia ou uma vida, a ser alcides. Até um dia? LC


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