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30 de novembro de 2012 • A Voz de Ermesinde

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A VOZ DE

ERMESINDE

MAIS DE 50 ANOS – QUASE 900 NÚMEROS N.º 898 • ANO LII/LIV

30 de novembro de 2012

DIRETORA: Fernanda Lage

PREÇO: 1,00 Euros (IVA incluído)

• Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 • Fax: 229759006 • Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde • E-mail: avozdeermesinde@gmail.com

M E N S Á R I O TAXA PAGA PORTUGAL 4440 VALONGO

“A Voz de Ermesinde” - página web: http://www.avozdeermesinde.com/ MANUEL VALDREZ

O teatro atento ao mundo

DESTAQUE Assembleia Municipal vai discutir reorganização concelhia

Pág. 3

Centro Social de Ermesinde aprova Plano e Orçamento

Pág. 4

S. Martinho Gastronómico do Centro Social de Ermesinde

Pág. 5

Rotary Club de Ermesinde homenageia o professor Fernando Queirós

Pág. 6

A delimitação da freguesia de Alfena - 1689/90

Pág. 7

Foi a 15ª edição da Mostra Internacional de Teatro do ENTREtanto, mais uma vez o certame de excelência a que já nos habituou, pese o modelo adaptado aos constrangimentos orçamentais. Pág.s 10 e 11

Vasco Graça Moura esteve na Biblioteca Municipal de Valongo

Pág.s 8/9

FUTEBOL

Ermesinde SC sofre a derrota mais pesada da época! DESPORTO


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A Voz de Ermesinde • 30 de novembro de 2012

Destaque

FERNANDA LAGE DIRETORA

S

Este país do eterno nevoeiro

EDITORIAL

e há fenómeno na natureza que me inquieta e provoca uma sensação de medo, insegurança, e em simultâneo uma admiração e um convite ao imaginário, que transforma o real nos cenários mais diversos e inspiradores de histórias e vivências, é sem dúvida o nevoeiro. Na subida para as Penhas Douradas e na descida para Manteigas, encontro por vezes a serra cercada de nevoeiro e esta sensação repete-se. Se, por um lado, o medo na condução se intensifica, por outro lado a beleza de ver os vales transformados em rios, lagos e mares, e as montanhas e povoações em ilhas, convence-me a arriscar. “E olhei para o vale: tinha desaparecido tudo! Submerso! Era um grande mar plano, Cinzento, sem ondas, sem praias, unido. E só havia, aqui e além, o estranho Vozear de gritos pequenos e selvagens: Aves perdidas naquele mundo vão, Como que suspensos, e sonhos de ruínas E de silenciosos eremitérios.”. (1) Foi desta forma que me senti na última vez que atravessei a serra, perdida, suspensa. Na minha mente corriam imagens narrando os últimos tempos da vida deste país. E porque o nevoeiro é inspirador lembrei-me de Fernando Pessoa: “Nem rei nem lei, nem paz nem guerra, define com perfil e ser este fulgor baço da terra que é Portugal a entristecer -

brilho sem luz e sem arder, como o que o fogo-fátuo encerra. Ninguém sabe que coisa quer. Ninguém conhece que alma tem, Nem o que é mal nem o que é bem. (Que ânsia distante perto chora?) Tudo é incerto e derradeiro. Ó Portugal, hoje tu és nevoeiro… É a Hora!”. (2) FOTO ARQUIVO

E é com profunda tristeza que associo este poema ao momento atual do nosso país, país a atravessar uma profunda crise: política, de valores e de identidade. Que país é este em que todos os dias somos bombardeados com diretivas, leis e comunicados que põem em causa a democracia e a vida das pessoas com a maior das ligeirezas? Desta vez o nevoeiro conduziu-me para outro mundo, não o da beleza mas para um mundo de incertezas, de mentiras, de medos profundos. O nevoeiro que esconde a realidade, que encobre o precipício profundo com nuvens que nos dão a sensação de um mar plano, a estrada que não tem fim, mas que só é visível nos primeiros metros, a procura de uma luz que nos indique o caminho. Sem tiros, sem bombas, vivemos uma guerra que se abateu sobre nós e cujas consequências são ainda imprevisíveis. A esperança está a morrer, a fome está aí, não há nevoeiro que a esconda. Resta-me acreditar que o nevoeiro é um acidente de percurso, que vai e vem, assim a natureza o queira!... (1)

Giovanni Pascoli, Nella nebbia (in “Primi Poemetti”, Bologna, Zanichelli,1905), citado por Umberto Eco no romance “A Misteriosa Chama da Rainha Loana”. (2) Fernando Pessoa, in “Nevoeiro”, último poema da “Mensagem”.


30 de novembro de 2012 • A Voz de Ermesinde

Destaque

ASSEMBLEIA

MUNICIPAL

DE

VALONGO

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Assembleia Municipal vai discutir rejeição da proposta de agregação das freguesias de Campo e Sobrado e limites da de Alfena LC

A próxima sessão da Assembleia Municipal de Valongo, marcada para o próximo dia 4 de dezembro, vai abordar duas questões que se prendem com a organização territorial do concelho, a recusa de qualquer reorganização de freguesias, com a rejeição da proposta de agregação das freguesias de Campo e Sobrado, emitida pela UTRAT (Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território) e a confirmação da recusa em agregar qualquer outra à freguesia de Valongo, e ainda aprovar uma notificação a entregar à UTRAT sobre os limites históricos da freguesia de Alfena, questão essa que deverá ser resolvida independentemente da solução que vier a ser adotada em relação à organização territorial do concelho de Valongo. Ora, relativamente à questão de Alfena remetemos os nossos leitores para o artigo publicado na pág. 7 deste número de “A Voz de Ermesinde”, da autoria de Arnaldo Mamede, e que vem no seguimento de um outro anterior, da autoria de Ricardo Ribeiro, publicado no número anterior do nosso jornal. Sobre a reorganização administrativa do concelho de Valongo, entendemos útil deixar aqui um pequeno estudo comparativo, tendo por base a Área Metropolitana do Porto, no sentido de ajudar a demonstrar a arbitrariedade da decisão de in-

tervir seja de que forma for, para alterar a atual organização do concelho em cinco freguesias. Para começar importa salientar que este processo é tudo menos pacífico, com as propostas a serem definidas na grande maioria dos casos em completa oposição ao Poder Local e sem ter em conta as posições expressas nas várias Assembleias Municipais que sobre tal matéria se pronunciaram. Por exemplo, no caso da Área Metropolitana do Porto, com 16 concelhos, apenas em 5 deles se chegou a um acordo (com S. João da Madeira, que tem apenas uma freguesia, a ignorar a consulta), sendo em todos os outros a posição da Assembleia Municipal negativa (quer por maioria – como no caso do Porto –, quer por unanimidade em todos os outros. As propostas da UTRAT, obedecendo a um caderno de encargos à partida inquinado, vêm na continuidade de uma política que se resume a destruir todo o papel social do Estado ou, como neste caso, a enfraquecer ainda mais o Poder Local e os seus vínculos de proximidade com a população, o que parece deixar no ar a ideia de uma preferência por um Estado musculado, uma educação seletiva, uma saúde mercantilizada,e uma economia sem autonomia e sustentabilidade, para supostamente por essa via, alcançar o equilíbrio financeiro das contas do Estado, ignorando sempre

qualquer outra forma de distribuir o esforço que é pedido na relação Capital-Trabalho. Mas regressemos à questão particular da reorganização do concelho de Valongo que, como se sabe, desaguou na proposta de uma agregação entre as freguesias de Campo e Sobrado, na mais completa ignorância da grande diversidade histórica e sociológica entre estas duas freguesias, bem expressa aliás, ao longo dos anos, em resultados eleitorais extremados e de sinal contrário entre si, relativamente ao resto do concelho, a provar de que se trata de entidades claramente diferenciadas, com as suas culturas, vivências e tradições muito próprias. Análise comparativa Numa análise comparativa com os outros 15 concelhos da Área Metropolitana, por seu lado, fica bem claro que o concelho, já há muito efetuou a sua racionalização administrativa. Não há motivo que não seja artificial e arbitrário, para impor a Valongo seja que reorganização de freguesias for. Numa análise de “economia de eficácia” relativamente aos outros conecelhos da Área Metropolitana, vê-se que Valongo é o terceiro, em termos de administração de área de território por freguesia, em média, significando isso que diminuindo as freguesias, a área por fregue-

sia será ainda maior, e este índice ganha ainda maior relevância se considerarmos que só administram uma área maior, em média, as freguesias dos concelhos marcadamente rurais, como Vale de Cambra e Arouca. Por sua vez, se atendermos antes a uma análise comparativa do número de habitantes servidos por cada freguesia, veremos que Valongo é o concelho cujas freguesias servem, em média um maior número de habitantes, à exceção do caso de particular de S. João da Madeira, constutuído por uma única freguesia. Se atribuirmos pontos de eficácia determinados pela ordem combinada dos dois índices referidos, Valongo é, claramente, o concelho mais “eficaz” em termos de organização, na Área Metropolitana, como se pode verificar no quadro abaixo. A concretizarem-se todas as propostas da UTRAT, na Área Metropolitana do Porto, o concelho de Valongo passaria a ser o 4º mais “eficaz”, ultrapassado por S. João da Madeira, Gondomar e Matosinhos (o grande perdedor desta reorganização administrativa, deixando inevitavelmente no ar a questão de se não estará a pagar, embora tal seja justificado com critérios aparentemente os mais objetivos, o seu posicionamento “eternamente” crítico das forças atualmente no Governo). Mas o mais interessante ainda é que, ao compararmos os mesmos índices de “eficácia” do

concelho de Valongo tal como é hoje, com os índices que os outros concelhos apresentariam, se fosse concretizada a reorganização administrativa, verificaríamos que Valongo, ainda assim, ficaria entre os primeiros, descendo apenas um lugar, para 5º (quer em cada um dos índices, quer no seu combinado). Isto é, mesmo sem a reorganização admimistrativa, Valongo continuaria mais “eficaz” do que muitos outros concelhos “reorganizados” da Área Metropolitana do Porto. Parece assim estar a pagar um preço por ter, no passado, adotado uma geometria frugal, ao contrário de outros concelhos, mais generosos no que respeita à distribuição do Poder Local. Importa todavia aqui esclarecer que não defendemos estes citérios de “eficácia”, apenas pegamos neles de empréstimo para aqui sublinhar e demonstrar o ridículo das decisões que apontam para a necessidade de “reorganizar” o concelho de Valongo, suprimindo uma freguesia, seja por “união” de duas, ou seja lá como for. Nesta Assembleia Municipal será também muito curioso escutar, se é que vai estar presente, as justificações do presidente da Mesa da Assembleia, Henrique Campos Cunha que, na sua qualidade de membro da UTRAT, apôs a sua assinatura na proposta de agregação das freguesias de Sobrado e Campo, apesar de ter votado com a

Assembleia Municipal, anteriormente, a recusa de qualquer reorganização territorial imposta do concelho de Valongo. Há alguns sinais nesta reorganização administrativa que são preocupantes, aparecendo muitos casos que, por coincidência, servem à medida interesses políticos da maioria governamental. Mas noutros casos, como o de Valongo, as próprias forças políticas locais afetas ao Governo terão dificuldade em conciliar a sua lealdade ideológica com a rejeição profunda destas reformas infundamentadas, pelas populações que nelas votaram para as representar. O volume dos protestos, a nível nacional, mas também a nível, é uma procissão que ainda agora vai no adro. Temos dificuldade em ver como tudo isto irá acabar – seja pelo cenário mais provável da rendição das autarquias locais concelhias – sobretudo as afetas à maioria do Governo –, seja por um pequeno recuo de conciliação deste (que no caso de Valongo passaria por deixar tudo como está), seja pela posterior reversão de todo este cenário de reforma administrativa. A determinação da Assembleia Municipal de Valongo em reafirmar a sua recusa em qualquer reorganização administrativa deixa-nos curiosos e com expetativas, para já no desenrolar desta sessão marcada para a noite do próximo dia 4.

Habit. (2011)

Habit./ /Km2

Km2/ /Freg. atual

Arouca

20

16

Sim

Espinho

5

4

Não/U

Gondomar

12

7

Não/U

133,26 168 027

Maia

17

10

Sim

83,14 135 306

1 694,00

4,89 13

Matosinhos

10

4

Não

62,30 175 478

2 816,66

6,23 10

Oliv. de Azeméis

19

12

Não

Porto

15

7

Póvoa de Varzim

12

Santa Maria Feira Santo Tirso

327, 99

22 359

21,11

31 786

163,41

68,17 16,40 0 1 505,73

4,22 14

1 260,90 11,11 3

68 611

419,87

Não/M

41,66 237 591

5 703,10

7

Não/U

82,10

31

21

Sim

24

14

Não/U

São João Madeira

1

1

Trofa

8

Vale de Cambra Valongo

7,03

5

2,78 15

Habit./ /Freg. atual

Km2/ /Freg. UTRAT

1 117,95 15 20,50 6 357,20 7

1

1 397,44 15

5,27 15

14 002,25 4 19,04 7 959,18 6

Habit./ /Freg. UTRAT

2

8,31 11

ORDEM

Acordo

Área (Km2)

ORDEM

N.º Freg. UTRAT

ORDEM

CONCELHO

N.º Freg. atual

ORDEM

Reorganização territorial dos concelhos da Área Metropolitana do Porto – Estudo comparativo ORDEM ORDEM ORDEM ATUAL UTRAT ATUAL COMBIN. COMBIN. VALONGO COMPAR. 16 15 ORDEM UTRAT

ORDEM ATUAL VALONGO COMPAR. ORDEM UTRAT

Km2/ /Freg.

Habit./ /Freg.

7 946,50 8 21

23

24 003,86 3 7 - 3º 5 - 3º 17 13 530,60 6 19 4 - 1º

17 530,60 2 15,58

4

43 869,50 0 12

3 611,10 11 13,62

6

5 717,58 11 16

17

5,95 14

33 941,57 1 18

15

15 839,40 3

63 408

772,33

6,84

9

5 284,00 8 11,73

7

9 058,29 7 17

14

213,45 139 312

652,67

6,89

8

4 493,94 10 10,16

9

6 633,90 10 18

19

135,31

71 530

528,64

5,64 11

2 980,41 12

9,67 10

5 109,29 12 23

22

Ignorou

8,11

21 713

2 677,31

8,11 6

21 713,00 0

8,11 12

5

Não/U

71,88

38 999

542,56

4

4 874,86 9 14,38

5

9

7

Sim

146,21

22 864

156,38 16,25 1

2 540,44 14 20,89

0

5

4

Vila do Conde

30

21

Não/U

Vila Nova de Gaia

24

16

Sim

8,99

21 713,00 4 6 - 2º 4 - 1º 14 7 799,80 9 13 3 266,29 14 15

79 533

532,67

168,70 302 296

1 791,91

4,98 12 7,03

7

2 651,10 13

3 24 464,50 2 3 - 1º 10 - 4º 5º 26 7,11 13 3 787,29 13 25

12 595,67 5 10,54

8

18 893,50 5 12

14

Não/U 75,13 97 858 1 302,52 15,03 2 19 571,60 1 18,78 149,31

ORDEM ATUAL COMBIN. VALONGO COMPAR. ORDEM COMBIN. UTRAT

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A Voz de Ermesinde • 30 de novembro de 2012

Destaque

Centro Social de Ermesinde aprova por unanimidade o Plano e Orçamento para o ano de 2013 Foi aprovado no passado dia 15 de novembro, em Assembleia Geral da instituição, o Plano de Atividades e o Orçamento do Centro Social de Ermesinde (CSE) para o exercício de 2013. MIGUEL BARROS

De forma unânime foi aprovado no passado dia 15 de novembro, em Assembleia Geral, o Plano de Atividades e Orçamento do Centro Social de Ermesinde (CSE) para o ano de 2013. Um orçamento que segue na linha dos dois exercícios anteriores, isto é, pautado pela sustentabilidade e pelo equilíbrio financeiro. E tal como nos anos anteriores é notório neste documento uma trajetória descendente no que concerne ao valor orçamentado. Numericamente falando está previsto um valor global entre gastos e rendimentos de 2 522 483 00 euros em contraposto com os 2 822 554 00 euros estimados para o corrente ano. A atual situação de profunda crise social e financeira em que o país se encontra a isso obriga, conforme fez questão de sublinhar o presidente da Direção do CSE, Henrique Queirós Rodrigues, aquando da apresentação do Plano de Atividades e Orçamento para 2013 aos associados da instituição. Um decréscimo orçamental que se enquadra pois com os tempos difíceis vivenciados atualmente, e no que às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) diz respeito se reflete na diminuição das principais receitas. Neste

ponto Henrique Queirós Rodrigues lembrou que uma das principais fontes de receita não só do CSE como de todas as IPSS’s deriva dos pagamentos dos seus utentes e respetivas famílias, e estando estes a sofrer profundos cortes nos seus rendimentos em virtude de situações de desemprego e/ou de cortes salariais é natural que essa importante fonte de receita das IPSS’s esteja a diminuir de há uns tempos a esta parte. Outra importante fonte de receita destas instituições são as comparticipações da Segurança Social, que ao contrário das receitas provenientes dos utentes se tem mantido estável, apesar dos profundos cortes orçamentais que o Governo vai aplicando em diversos setores sociais e económicos. O presidente do CSE frisou neste ponto que os protocolos de cooperação celebrados anualmente entre o Governo e as IPSS’s têm assegurado uma ligeira atualização, sen-

do que para 2013 essa atualização será de 0,9 por cento. Um esforço simbólico que na voz do líder da instituição ermesindense representa um sinal positivo na cooperação entre o Governo e as IPSS’s, que olha para estas como um parceiro importante nas ações de âmbito social. Positivas são também algumas medidas que vão ser apresentadas e debatidas muito em breve na Assembleia da República e que visam precisamente beneficiar, por assim dizer, as instituições de solidariedade social. Uma dessas medidas é a Lei de Bases da Economia Social, a qual clarificará a intervenção das IPSS’s na atividade económica, algo que poderá vir a constituir um meio de diversi-

ficar as fontes de financiamento de instituições como o CSE para reforço da sua intervenção social. Outra medida prende-se com a Lei do Bom Samaritano, que permitirá satisfazer uma

ambição antiga das IPSS’s, e que reside na autorização e simplificação dos procedimentos relativos à oferta, transporte e consumo de alimentos oferecidos para fins de solidariedade. É pois com alguma esperança que o CSE encara o próximo ano apesar do cenário negro em que ele se vislumbra. Colocado à votação e sem qualquer reparo dos associados o documento seria então aprovado por unanimidade – após o parecer positivo dado pelo Conselho Fiscal (CF), que na voz do seu presidente, Artur

tituição tem levado a cabo, e um especial agradecimento, pela colaboração e esclarecimento de questões técnicas para com o CF, à responsável pela contabilidade do Centro, Fátima Costa, que se encontrava ausente por motivos de saúFOTOS ARQUIVO MANUEL VALDREZ de –, conforme adiantámos no início. O ponto seguinte da Ordem de Trabalhos (OT) aludia à deliberação sobre elegibilidade de elementos dos corpos gerentes para mais um mandato de acordo com o número 2 do artigo 11 dos estatutos. Em jeito de explicação para a existência deste ponto na OT Henrique Queirós Rodrigues começou por explicar que segundo os Carneiro, aproveitou a oportuestatutos do CSE, bem como nidade para agradecer publicada maioria das IPSS’s, os elemente a todos os colaboradomentos que fazem parte dos res do CSE pelo empenho evicorpos gerentes não podem ser denciado em todas as ações (de eleitos por mais de dois manangariação de fundos) que a insdatos consecutivos, a não ser

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que a Assembleia Geral da instituição delibere que é inconveniente a substituição de um elemento que esteja em risco, digamos assim, de não poder continuar a exercer funções num terceiro mandato seguido. E é nesta situação que se encontra Alcina Meireles, membro da atual Direção do CSE, a cumprir precisamente o seu segundo mandato, e que na voz do presidente da IPSS ermesindense tem sido um elemento importante na vida da instituição. Henrique Queirós Rodrigues teceu elogios ao trabalho que vem sendo desenvolvido pela citada dirigente, em particular na valência pela qual esta é responsável, a da educação pré-escolar, uma das valências onde o Centro mais tem obtido receitas, muito fruto do seu desempenho. Assim sendo, foi proposta a deliberação da elegibilidade para um novo mandato de Alcina Meireles, em caso desta ser novamente candidata nas próximas eleições do CSE. Por voto secreto a proposta seria aprovada por 19 votos favoráveis, uma abstenção, e um voto em branco, ficando assim Alcina Meireles possibilitada de apresentar a sua candidatura aos corpos gerentes da instituição no próximo ato eleitoral.

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30 de novembro de 2012 • A Voz de Ermesinde

Local

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S. Martinho Gastronómico do Centro Social de Ermesinde Decorreu nos passados dias 9 e 10 de novembro (sexta, a partir das 18h00, e sábado, durante todo o dia, até às 22h00) o já habitual S. Martinho Gastronómico do Centro Social de Ermesinde que, mais uma vez, animou durante estes dois dias o largo da feira velha de Ermesinde. Oportunidade de convívio entre todos, o S. Martinho Gastronómico era também uma iniciativa dirigida a objetivos solidários, e como tal, oportunidade de angariação de fundos para o Centro Social de Ermesinde. O S. Martinho Gastronómico do Centro Social de Ermesinde foi uma atividade

polifacetada, com a participação de todas as valências da instituição, onde houve lugar a uma feirinha de produtos dos utentes do Lar de S. Lourenço, crianças do infantário e seus familiares, funcionários e amigos (com produtos de época e doces como geleia, marmelada e doce de abóbora). Houve ainda uma pequena feira do fumeiro. Os pais de algumas crianças também trouxeram bolos. E quentinhas e boas, para quem quisesse, belas castanhas para aquecer a tarde e a noite. Houve também uma tômbola de rifas. Quanto ao serviço de restaurante, com ofertas da cozi-

nha tradicional portuguesa, não eram poucas as iguarias oferecidas, mais uma vez em muito grande parte de responsabilidade da cozinha do Lar de S. Lourenço. Havia pratos de feijoada, pataniscas com arroz de grelos, entrecosto, rojões, vitela assada com arroz e batata, bifanas com arroz e no pão e cabrito assado (só no sábado). Acompanhamentos de salada e arroz (com e sem grelos), sopas de creme de legumes, papas de sarrabulho e caldo verde, entradas como salpicão, pão e azeitonas, rissóis, bolinhos de bacalhau, pataniscas, chouriço assado e alheira, sobremesas como leite creme, pudim, rabanadas,

vários bolos, fruta e castanhas assadas. Para os leitores que não vieram e agora, com pena, leem isto, este ano está perdido, mas não desesperem, para o ano há mais... e então, não percam! Animação Quanto à animação, ela começou logo ao fim da tarde de sexta-feira, com as crianças do jardim (salas dos 5 Anos), muito bem trajadas, a exibir-se no palco da feira, interpretando danças e cantares tradicionais. A animação seguiu com música variada. No sábado, a tarde começou, por voltas das 15h00, com aulas de dança ministradas pela

professora Daniela Almeida, que acompanhada por um grupo de alunas do DançArt, demonstrou a graça e o ritmo do seu grupo. Mais tarde, e durante uns três quartos de hora, foi a vez da professora Marta envolver toda a gente que o quisesse nas danças latinas, e foram muitas as funcionárias do CSE que o fizeram – o que foi muito animado! Foi depois a vez do cantor popular David Navarro animar o palco da feira e todos os presentes. E a festa prosseguiu, mais uma vez, com música variada. Como sempre tem sido, o êxito da iniciativa só foi possível graças à generosidade volun-

tária de muitos utentes, amigos e colaboradores do Centro Social de Ermesinde. Da parte da organização do evento agradece-se a colaboração da Câmara Municipal, Junta de Freguesia, Bombeiros Voluntários. E muito em particular agradece-se o trabalho voluntário dos escuteiros, mais uma vez presentes, e de todos aqueles que ofereceram pão, castanhas e bolos. E, agora dizemos nós, mais uma vez tudo isto só foi possível com o empenho das cozinheiras do Centro Social e de todos e todas as funcionárias que ajudaram a servir nos dois dias do evento. FOTOS URSULA ZANGGER


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A Voz de Ermesinde • 30 de novembro de 2012

Local

Rotary Clube de Ermesinde homenageou professor Fernando Almiro Marques Queirós Em cerimónia realizada no passado dia 22 de outubro, o Rotary Clube de Ermesinde (RCE) levou a cabo a sua homenagem a um profissional, cabendo a escolha desta vez, ao professor Fernando Almiro Marques Queirós, personalidade ligada pelo seu trajeto de vida à cidade de Ermesinde. Augusta Moura, presidente do RCE, começou por lembrar o lema “Dar de Si Antes de Pensar em Si”, que Rotary vem perseguindo desde 1905, data em que Paul Harris fundou em Chicago o Movimento Rotário, movimento este, que hoje é constituído por sensivelmente um milhão e duzentos mil profissionais integrados em trinta e dois mil e quatrocentos clubes espalhados por cento e sessenta e oito países do mundo. Alocução de Augusta Moura «Rotary, é fundamentalmente, uma organização de líderes de negócios e profissionais, que tem dentro dos seus princípios basilares oferecer os seus conhecimentos às comunidades, na perspetiva de proporcionar aos seus jovens oportunidades que lhes possibilitem melhorar a qualidade das suas vidas, pautadas sempre por elevados padrões de ética, quer moral, quer profissional. Foi exatamente nesta perspetiva, e norteado por estes princípios, que o Rotary Club de Ermesinde, decidiu este ano homenagear o Professor Fernando Almiro Marques de Queirós, o qual eu tenho o grato prazer e o privilégio de conhecer desde a minha juventude. Por isso mesmo, foi com particular satisfação, que eu acolhi esta decisão, que não é nada mais, nada menos do que o reconhecimento de uma carreira de um profissional que durante mais

de quatro décadas entregou toda a sua sabedoria e conhecimento a esta comunidade ermesindense, na qual estamos inseridos.

Aproveito ainda este momento, para agradecer ao Professor Fernando Almiro Marques de Queirós, em nome do Rotary Club de Ermesinde, o facto de ter aceite ser homenageado nesta cidade que não sendo a sua, pois este é penafidelense, acredito e estou convicta de que Ermesinde tem um lugar muito especial no seu coração. É verdade, e costuma-se dizer que por trás de um grande homem está sempre uma grande mulher, mas neste caso não é só uma grande mulher, mas também uma grande família, por isso mesmo quero tornar extensiva esta homenagem à esposa do Ilustre Homenageado, Sra. D. Júlia Queirós e aos seus descendentes». Curriculum do homenageado O rotário José Neves apresentou curriculum do profissional homenageado: «O profissional que hoje homenageamos, o Professor

Fernando Almiro Marques de Queirós, nasceu em Abragão, Penafiel em 19 de junho de 1932 e passou a residir em Ermesinde desde 1940. Casou com a Professora Júlia Queirós e o casal tem cinco filhos e três netos. Concluiu o Curso do Magistério Primário em 1952, tendo exercido funções como professor do Ensino Primário durante 10 anos. Em 1963 e 1964 efetuou estágio para professor adjunto do Ensino Técnico nas Escolas Técnicas Elementares Gomes Teixeira e Ramalho Ortigão, tendo efetuado o Exame de Estado para Professor Adjunto do 11º Grupo. Lecionou depois nas Escolas Industrial e Comercial de Águeda, Industrial e Comercial de Guimarães, Escola Industrial de Ovar e a partir de 1968, na Escola Preparatória de Ermesinde como professor do quadro de nomeação definitiva do 4º grupo, até agosto de 1992, altura da sua aposentação do Ensino Público com 40 anos de serviço. Durante este período exerceu vários cargos como: - Subdiretor da escola, de 1970 a 1974: - Vogal do Conselho Diretivo, de 1974 a 1975; - Presidente da Comissão Provisória, de setembro a novembro de 1983; - Diretor de Laboratórios; - Delegado de Disciplina; - Diretor de Turma. Durante mais dez anos exerceu funções como Professor e Diretor Pedagógico do Externato de Santa Joana em Ermesinde. Este é o percurso profissional, mas que pouco diz da personalidade que marcou muitos jovens desta terra. Para tentar ilustrar este lado humano recordo, por exemplo: - O que refere o jornal “A Voz de Ermesinde”, de 30.10.92: «…No dia 12 de Junho de 1992, na Escola Preparatória de

Ermesinde, o Prof. Fernando Queirós deu a sua última lição, como professor do ensino oficial, estando presente, na mesma aula o Corpo Docente que leccionava, na parte de manhã, nessa Escola, e que, assim, quis acompanhar este exemplar professor na sua, última hora lectiva e prestar-lhe homenagem amiga». - O Louvor que o Secretário de Estado dos Ensinos Básico e Secundário Joaquim Moreira de Azevedo fez publicar em 17 de fevereiro de 1993: «O professor Fenando Almiro Marques de Queirós, cessou o desempenho das suas funções docentes por ter passado à situação de aposentado. Ao longo da sua carreira de 40 anos, não só assumiu a função docente com dignidade e dedicação, como desempenhou com elevado sentido do dever, cargos de gestão. É de relevar a sua exemplar assiduidade durante os 24 anos que exerceu na Escola Preparatória de Ermesinde, onde granjeou o respeito e admiração dos colegas, alunos e de todos que com ele tiveram o privilégio de privar. Sob proposta da Direcção Regional de Educação do Norte, louvo o professor Fenando Almiro Marques de Queirós, pela sua dedicação à causa da educação». - Extrato de um artigo do jornal “A Voz de Ermesinde”, de 30 de Setembro de 1992: «…Desde a fundação do Ciclo Preparatório em Ermesinde, que ajudou a criar, até ao dia de ontem, manteve-se ao serviço, serviço permanente, tendo quase direito a um subsídio de permanência, uma vez que a soma de todas as faltas dadas, durante quarenta anos, podem ser contadas pelos dedos de uma só mão...». O Rotary Club de Ermesinde, um clube de profissionais e que todos os anos distingue um profissional da sua área territorial tem a honra e o prazer de homenagear este ano o Professor Fernando Almiro Marques Queirós. Muito obrigado Professor pelo seu excelente testemunho de vida».

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Palavras de Carlos Faria O rotário Carlos Faria associou-se à cerimónia do profissional homenageado: «Se é certo que o estilo é o homem, é o estilo que marca a personalidade inconfundível do homem que é o professor Queirós. Figura larga e subida, não conseguiu furtar-se aos pesados efeitos da gravidade. Cabeça fria (não fosse a neve que a arrefece), alinha-se pelo vinco dos fatos, não sendoterreno fácil a semeadura de qualquer ideologia perdida. De trato sério, mas permeável ao gracejo do vizinho, fere o rigor da gravata quando semeia gargalhadas à procura de afinação. Pontífice da manhã, teimava em acordar o sossego da sala dos professores, a horas ou desoras de sono. Persistente, feriu de inconstitucionalidade tudo o que foi cedência de furos para bem da humanidade. Era mesmo resistente, de fabrico antiquado, negando ao vírus a gripe o direito que lhe assiste. Ensarilhado? Uma só vez. Se errar é humano, as greves também o são. Penitente condenado, rende-se conformadamente aos aromas narcotizantes, da cafeína. Escravo da aula, dela não arredou pé

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para mimar o currículo de ações ou desações. Já por direito era seu um nédio escalão que, ironia do destino, há-de comprarse a tostão. Prejudicados, esses sim, os alunos para quem o riscar da pedra, o ferir troante dos ares e o rasgar dos gestos ameaçadores, tudo para bem fazer, deram lugar à imagem que, só por imperdoável pecado, neles se apagará, tanto por eles fez. Gerações sobre gerações, lançaas à vida e amaduradas por experiência tão eloquente como um autêntico e devotado pedagogo é capaz de atingir. À Escola, a todos nós, também ele não pode esquecer e perdoando-nos a irreverencia dos ditos ou o apressado das atitudes. Aqui, junto de nós, cabe-lhe, de direito, o lugar que encheu com 24 anos e que nunca mais ficará vazio. A nossa terra conhece-o, estima-o porque, modelo de pai, exemplo de professor, saberá merecê-lo com o respeito e a gratidão que lhe são peculiares. Presente na presença e na ausência, não se esqueça, professor Queirós, de que ainda ficamos cá. Seguiu-se a entrega ao Professor Fernando Queirós duma placa comemorativa do evento e foi oferecida pela Vice Presidente Fernanda Pereira um ramo de flores à esposa do homenageado». Augusta Moura fechou a cerimónia agradecendo a presença de todos.

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30 de novembro de 2012 • A Voz de Ermesinde

Património

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• TEMAS ALFENENSES •

A delimitação da Freguesia de Alfena - 1689/90 (2)

ARNALDO MAMEDE (*)

egressemos, uma vez mais, à questão dos limites da Freguesia de Alfena. Sem grandes discrepâncias, pacíficas, portanto, no que respeita às extremas com Água Longa, S. Pedro Fins e Ermesinde, verificam-se, porém, erros importantes no que diz respeito a Folgosa e um enorme erro grosseiro, relativamente a Valongo e a Sobrado. Entre a verdade histórica, fundamentada em provas documentais de verosimilhança incontestável, coincidente com o facto de os terrenos se encontrarem, desde sempre, registados em Alfena, quer na Conservatória do Registo Predial, quer na Matriz Predial Rústica e Urbana, e a atual carta da CAOP vai uma diferença de cerca de 5,5 Km2, o mesmo que 550 hectares, correspondentes, aproximadamente, a 550 estádios de futebol, o que representa perto de um terço da superfície da Freguesia de Alfena, e cerca de três quartos (75%) da superfície total da Freguesia de Ermesinde que é de 7,42 Km2. Urge, pois, que cidadãos responsáveis e decisores políticos, informados e esclarecidos, face à abundante documentação histórica, alguma já divulgada por este e outros meios, e à realidade prática, se sentem à volta de uma mesa e, de forma serena, civilizada, sem reservas ou constrangimentos de quaisquer espécies, se ponha termo a esta questão, repondo a verdade. Pelo meu amigo Ricardo Ribeiro, jovem responsável máximo da AL HENNA, que comigo alterna nesta página, estudioso entusiasta das coisas de Alfena, já aqui foi explicado com a profundidade, rigor e clareza que lhe são características, os factos históricos que estiveram na origem da delimitação de 1689/90. O detentor do Direito de Padroado, com poderes para nomeação do pároco e para cobrar o dízimo, o tributo religioso, passou a ser, a partir de 1543, o Colégio do Carmo da Universidade de Coimbra por cedência do Bispo do Porto, D. Frei Baltazar Limpo, sendo pároco de Alfena seu irmão o Padre Melchior Limpo. Anos depois, já em finais do Séc. XVII, mais precisamente em 1689/90, sendo reitor do referido Colégio Frei Roque de Santa Teresa, foi o Doutor Cristóvão Alão de Morais nomeado, por Provisão Real, para presidir à delimitação de Alfena, incumbência que concretizou, juntamente com os representantes das freguesias (louvados), escrivão e porteiro (pregoeiro), com a implantação de marcos, em esteios de granito, com a palavra CARMO gravada na face voltada para o território alfenense, ou com inscrições gravadas em rochas nos locais onde estas não permitiam a implantação de marcos. Interessa recordar que, acordando os louvados a necessidade de um novo marco, o juiz ordenava a sua colocação, ao mesmo tempo que o "porteiro", em voz bem alta, lançava o pregão : "que sob pena de quatro anos de degredo para as partes de África e cem mil Reis para as despesas da Repartição ninguém entendesse com o dito marco". Pregão, pleno de atualidade, nos tempos que correm, que deveria ser ouvido e entendido pelos atuais e próximos futuros decisores políticos, já que, lamentavelmente, o não foi pelos seus antecessores. Historicamente ligados a Alfena estão duas personalidades importantes dos Séc. XVI e XVII, referidas acima, D. Frei Baltazar Limpo e o Doutor Cristóvão Alão de Morais que, por direito próprio, deveriam fazer parte da toponímia alfenense. D. Frei Baltazar Limpo nasceu em Moura em 1478. Foi catedrático de Teologia na Universidade de Lisboa,

nomeado por D. João III Pregador da Capela Real e confessor da Rainha D. Catarina. Em 1536 bispo do Porto e arcebispo de Braga a partir de 1550. Teve importante participação no Concílio de Trento em 1546. Cristóvão Alão de Morais nasceu em S. João da Madeira em 1632 e faleceu no Porto em 1693. Jurisconsulto, exerceu diversos cargos, juiz de fora em Torres Vedras, desembargador na Relação do Porto e corregedor do Cível. Foi escritor e, sobretudo, genealogista insigne. A sua obra mais importante a "Pedatura Lusitana", em doze volumes, é uma referência da Genealogia Portuguesa. A delimitação de Alfena com Sobrado Tal como sucede com Valongo, a delimitação com Sobrado enferma de uma enorme discrepância entre os limites corretos, fundamentados na verdade prática, de facto, que é coincidente com a verdade histórica e aqueles que são hoje considerados os limites oficiais. Atendamos à descrição original constante no Tombo : «T.º da demarcaçam da frg.ª de Santo André de Sobrado Aos trinta dias do mês de Junho de mil seis sentos oitemta e noue annos em a portela do foyo que he em a frg.ª de Alfena sita em o Conc.º da Maya termo e jurisdiçam da muyto nobre e sempre leal sidade do Porto ahi adomde foi uindo o doutor Christouam Alam de Morais juis do Tombo do Coll.º de nossa sr.ª do Carmo da Uniuersidade de Cohimbra (...). Primejramente logo elles louuados foram medimdo pela deuizam de emtre as freiguezias do d.º sitio e portelo do fojo em uolta direito p.ª o nassente the o alto da serra adomde chamam o picoto Crasto iunto à estrada, disseram os louuados era nesessario leuantar hum marco o que elle juis mandou leuantar e fiqua de distancia do outro marco a este quinhentas nouenta e coatro u.as E logo elles louuados foram medimdo pela deuizam de emtre as frg.as dir.to p.ª o nassente em uolta pela estrada the domde chamam o foyo do Aluelo, disseram eles louuados era nesessr.º leuantar hum marco o que elle juis mandou leuantar e lansar prégam na forma em que os mais atras se declara e fica de distancia do outro marco a este duzentas quarenta e coatro u.as E logo elles louuados foram medimdo na mesma forma atras pela deuizam de emtre as frg.as direito p.ª o nasente adomde chamam a portella de ual de grade junto à estrada e ahi disseram os d.os louuados era nesesario outro marco o que elle juis mandou leuantar e lansar prégam na forma dos mais e fiqua de distancia do outro a este duzentas setemta e sete uaras. E logo elles ditos louuados foram medimdo pela deuizam de emtre as freiguezias direjto p.ª o nasente the o alto da serra adomde chamam sobrejro uentoso em uolta pela estrada sempre augas vertentes e ahi por estar hum outejro grande de pedras adomde finda a deuizam emtre as frg.as e começa a demarquaçam da frg.ª de Sam Juliam [N.R.: São Julião de Água Longa] disseram elles louuados podia seruir de marco em q. se fes hua Crus o q. elle juis ouue por bem e fiqua de distancia de outro marco a esta penha coatro cemtas e uinte e sinco uaras. E por este modo disseram elles louuados tinham feito a dita medição, demarquaçam e deuizam bem e uerdadeiramente comforme o emtendiam em suas consiensias sem odio nem affeiçam e que na d.ª forma dauam suas temsois e por estar prezente o dito procurador do Reuerendo abb.e o padre Domingos de Souza por elle foi dito que elle em nome do dito seu Constetuinte daua esta dita mediçam, demarquaçam e deuizão por bem feita e não duuidaua que nesta forma se lansáce em Tombo de que fis este termo que elle d.º procurador asignou com os d.ºs

louuados e eu Manoel de Souza Barboza escriuam do d.º Tombo o escreuj, o p.r D.os de Souza, Franc.co da Costa, de Jorge Joam louuado. E sendo asim feitas as ditas medissois e demarquasois das d.as frg.as como dito fiqua logo eu escriuam fis estes autos comcluzos a elle juis do Tombo p.ª os semtensear de que fis este termo, Manuel de Souza Barboza escriuão do d.º Tombo o escreuj.» Esta delimitação de Alfena com Sobrado é de todas a mais simples de reconhecer. Basta seguir a estrada que liga Valongo a Agrela, pela linha de cumeada, as chamadas “águas vertentes”. Para noroeste estas correm para a bacia hidrográfica do Leça, é território pertencente a Alfena, para sudeste correm para o Ferreira que, fazendo parte da bacia hidrográfica do Douro, é território da Freguesia de Sobrado. Trata-se de uma delimitação absolutamente natural. Com início na Portela do Fojo, fim do limite com Valongo, local de fácil localização, é, na referida estrada, o ponto mais alto entre o ribeiro de Fontelas, afluente do Ferreira e, a uma centena de metros para nascente, a linha de água que desce para o ribeiro de Tabãos, junto ao acesso a Quintarrei. Sempre estrada fora, para nascente, 594 varas até ao picoto Crasto, mais 244 varas, pela estrada, até ao Fojo do Alvelo, e, deste, "pela estrada sempre augas vertentes", ao Alto do Sobreiro Ventoso, onde tem início o limite com Água Longa, são mais 425 varas, ao todo 1 263 varas que correspondem a 1 390 metros. Tem, pois, cerca 1,4 Km de extensão a fronteira de Alfena com Sobrado. Duas pequenas notas para dois locais descritos no Tombo: Fojo do Alvelo e o picoto Crasto. No primeiro caso, trata-se de uma galeria aberta em solo rochoso que tudo indica fazer parte da mineração de ouro, durante a ocupação romana, em Alfena, "além Leça", que o Prof. C. A. Ferreira de Almeida faz referência na sua obra "Romanização das Terras da Maia". No segundo caso, a ignorância ou o desleixo, ou os dois juntos, aliados à força bruta das escavadoras e buldózeres, na plantação de eucaliptos, destruíram o que restava de um lugar com interesse histórico e arqueológico, dos poucos existentes no Concelho no que se refere à Civilização Castreja. Durante as "Caminhadas pelos Limites", levadas a cabo pela AL HENNA, no troço citado, não foi encontrado qualquer marco descrito no Tombo, embora, pela minúcia da descrição dos acidentes geográficos, os lugares onde foram implantados sejam de fácil localização. Há cerca de 20 anos, ou talvez mais, a C. M. de Valongo encetou obras de movimentação de terras para modernizar a estrada que vimos referindo, com a intenção de ligar Valongo à Zona Industrial de Sobrado, na extrema com Agrela, projeto que ficou pelo caminho. É provável que os marcos, até aí existentes, tenham desaparecido algures soterrados nas obras mal começadas e nunca acabadas. Em 26 de junho de 1874, na sequência da Lei de 28 de Agosto de 1869, teve lugar o Auto de Partilha dos montados do lugar de Transleça, pelos moradores deste e dos lugares da Codiceira, Xisto e Outeirinho que, desde tempos remotos, usufruíam em comum destes maninhos no corte de lenhas, matos, na pastorícia de gado miúdo e graúdo, etc.. Algumas parcelas (as chamadas sortes) situadas no Fojo e na Fonte da Prata têm como confrontação do lado sul o limite com Sobrado (“o caminho d’Agrella”). (*) Membro da AL HENNA – Associação para a Defesa do Património de Alfena.


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A Voz de Ermesinde • 30 de novembro de 2012

Cultura

CONVIDADO DO CICLO “OS ESCRITORES VISITAM A BIBLIOTECA”

Vasco Graça Moura na Biblioteca Municipal de Valongo FILIPE CERQUEIRA

Decorreu a 18 de Novembro uma sessão da iniciativa "Os Escritores Visitam a Biblioteca Municipal", da responsabilidade da coordenadora das bibliotecas de Valongo e de Ermesinde, Isaura Marinho, que agradeceu a Vasco Graça Moura (VGM) ter aceite o convite para estar presente. Agradecimento recíproco

da parte do escritor à Câmara de Valongo e à pessoa do seu presidente João Paulo Baltazar, elogiando-o pelo «excelente equipamento cultural» que visitou e comovendo-se por se lembrar que, enquanto diretor do Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura da Fundação Calouste

Gulbenkian (1996-1999), procurou promover uma visão de alargamento da rede de forma transversal, numa altura em que o país estava deficitário desses equipamentos e que o local desta palestra era um dos resultados palpáveis desse trabalho. Por sua vez, João Paulo Baltazar apresentou, e bem, o autor ,com palavras de admiração pelo seu percurso literário e

pela defesa da língua contra a ligeireza do Acordo Ortográfico e pretensa defesa da globalização que daí advém, pela defesa da identidade de geração em geração. De início realizou-se uma leitura antológica de “Desmandos da Alma”, de 2011, pela voz de Celeste Pereira, Clara

Oliveira, Cristóvão Pimenta, Cristina Martins, Gilda Neves e Fernanda Rodrigues, membros do coletivo "O Canto de Alcipe"; ouviram-se duas canções em inglês (aparentemente sem qualquer ligação com os poemas), com Afonso Alão no canto e João Teodósio na viola. Foi uma forma de redescobrir coisas de que, na altura da criação, o escritor não se tinha apercebido, «estando fora de mim o que era meu, chegando-me por outra via». De seguida, guiou-nos pelo seu percurso de muitos anos de escrita, muito estimulados ao início por seu pai e os livros de casa, determinando um interesse que se manteve enquanto estudante de Direito. Foi tarde para a tropa, numa especialização de estudos de Direito – Justiça Militar –, escolhendo o Porto para a especialização porque aí tinha os seus filhos. 33 meses de interessantes experiências a lidar com processos em que os arguidos eram militares. Um dos seus colegas de tropa foi Manuel António Pina. A propósito de uma pergunta de "A Voz de Ermesinde", irá referir-se a este poeta e cronista como tendo «um tipo de ironia afável, muito personalizada», de cujas crónicas era apreciador, na esteira das de Ramalho Ortigão e de Eça de Queiroz, só para dar alguns exemplos de como ainda hoje se mantêm atuais muitos dos temas retratados. No início da sua vida literária, VGM interessa-se por uma ideia mais surrealista, que depois lhe deixa de interessar e, por uma necessidade de equilíbrio, libertando-se de um certo

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alternatismo das imagens e da escrita, passa a incorporar uma bagagem mais bebida nos clássicos. Por outro lado, há uma presença importante do sentimento amoroso e também uma parte de ironia, de sarcasmo e um certo gozo com os ridículos da vida, de usos e costumes, onde se nota que a experiência profissional enquanto advogado se refletiu no conteúdo do texto literário. O facto de sermos europeus, que tem um peso enorme no que somos, escrevemos, vivemos, que tem os seus tempos de crise e os seus tempos de vantagens derivadas das relações privilegiadas com outros povos, passa deste modo, também, a ser peça chave no entendimento do pensamento deste escritor. A facilidade da Poesia Para VGM a Poesia é a forma mais fácil de iniciar uma ati-

vidade literária, pois quem começa tem sempre este problema: «Custa menos fazer os 14 versos de um soneto do que as 200 páginas de um romance». O Ensaio surge já com algum maturidade e será uma forma utilizada para abordar, tentativamente, uma determinada realidade, não se tratando de uma tese mas sim de uma interrogação e um avançar de soluções de resposta. São da sua predileção os temas relacionados com Luís Vaz de Camões, a relação com a música e com as artes plásticas. A música tem um papel fundamental na própria génese da poesia e tem um papel estruturante no que escreve. Para VGM existem três maneiras fundamentais de falar de música na poesia: – Por metáforas: dando o exemplo de Eugénio de Andrade, que quando fala de música fala de equivalentes metafóricos; – Por aspetos descritivos: Jorge de Sena, em "Arte de

Música", onde procura descrever uma sinfonia, uma sonata, uma fuga; – Por equivalentes estruturais: procurar que um texto tenha semelhanças em relação a uma determinada estrutura. É neste último âmbito que se situa VGM, exemplificando o próprio com a história da criação de "lá vai uma, lá vão duas, três pombinhas a voar", usando a forma musical Fuga. Na tradução, o interesse foi incorporar na língua materna textos que lhe tinham causado impressão noutros idiomas e transportar a sua orgânica para a nossa Língua Portuguesa. Tornou-se numa espécie de luta corpo a corpo: 1º – Com um texto feito por outra pessoa; 2º – Numa língua que não era a dele; 3º – Com a sua própria língua, para encontrar os equivalentes de expressão; 4º – Consigo mesmo, porque a tradução é uma forma de FOTOS FILIPE CERQUEIRA

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ALERTA! Ao tomar conhecimento de que, repetidamente, um indivíduo que se tem apresentado como Carlos Pinto, tem vindo a recolher donativos falsamente destinados ao Centro Social de Ermesinde, vimos por este meio alertar os ermesindenses para não se deixarem ludibriar nesta quadra natalícia!


30 de novembro de 2012 • A Voz de Ermesinde

autoconhecimento, que é, na verdade, o objetivo primeiro, cimeiro, do contacto com toda a arte e a sua prática. O interesse pelo Fado Por fim, falou sobre o seu interesse pelo Fado, tema incontornável das perguntas. VGM falou de pessoas importantes na escrita para fado, como o seu amigo DavidMourão Ferreira, falou das suas experiências com a música de Carlos Paredes, do seu início de escrita para Fado (1992), em conversas com João Braga e Carlos do Carmo, incentivando-o a escrever. Com saudade disse que «hoje nenhum poeta cultivado consegue esta arte consumada popular, que vem de muitas déca-

das, porque a nossa língua está a morrer». Sem querer referir o tema polémico do acordo ortográfico, que ainda foi tema da última questão, esclareceu que não há ligação com os grandes clássicos da literatura, com as técnicas de expressão próprias portuguesas. No seu entender, hoje os jovens com 25 anos começaram a ler com José Saramago e não passaram por Vitorino Nemésio, Camilo Castelo Branco, entre outros, que são o património que exprime a nossa identidade e que nos ajuda a refletir sobre nós próprios, os testemunhos da nossa língua que nos ajudam a utilizá-la melhor. Presidindo a vários júris de concursos para jovens escritores, nota que é tudo péssimo, de baixíssima qualidade e que oportunidade como estas, de

Cultura

palestras em bibliotecas com autores importantes, são excelentes formas de tentar sensibilizar as pessoas para a literatura de excelência. Em nosso entender, o facto de pouquíssimos jovens terem assistido a esta palestra, que praticamente encheu o auditório, revela pouco entusiasmo para aproveitar este tipo de ensinamentos. Ao deixar o dom da palavra para o público, VGM deixou no ar uma pequena “boutade” – «como a primeira pergunta é sempre a mais complicada, o melhor é começar logo com a segunda». O público logo despertou e a primeira pergunta incidiu sobre a diferença entre produzir um dos textos de que deu exemplo de leitura ao vivo e escrever para um jornal, com uma periodicidade regular, ao que VGM respondeu que, enquanto escritor, não escreve por obrigação, escreve quando lhe apetece; para o jornal, o valor efémero que pode acontecer aos seus textos incute-lhe a necessidade de ter sempre em vista alguém que o vai ler, seja o homem comum ou um especialista de alguma matéria, não havendo neste caso a necessidade de deixar um legado às gerações vindouras. Os novos escritores À pergunta de "A Voz de Ermesinde" sobre novos escritores que sejam

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ERMESINDE Comunica-se aos Senhores Assinantes de “A Voz de Ermesinde” que o pagamento da assinatura (12 números = 9 euros) pode ser feito através de uma das seguintes modalidades, à sua escolha:

da sua predileção, VGM deu como exemplos valter hugo mãe, um excelente ficcionista, Rui Lage, da Faculdade de Letras do Porto e Nuno Brito, poeta, também do Norte. (Da nossa parte importa referir Miguel Manso, Diogo Vaz Pinto, Jaime Rocha, Margarida Vale do Gato, Bénécicte Houart, Catarina Nunes de Almeida e Vasco Gato). «O momento mais animado e acalorado da sessão deu-se quando foi referido o caso de valter hugo mãe, com divergências quanto à ortografia utilizada, à sintaxe e à forma de expressão por parte de uma das pessoas presentes. Esta ouvinte defendeu acerrimamente que os leitores «devem estar abertos a toda a literatura e a todo o tipo de ideias, porque o que é clássico e os autores clássicos explicados nas escolas são muito bons, mas se ficarmos presos ao que foi feito há 50, 100, 200 anos atrás, não evoluímos e esse é o nosso problema», insinuando que «uma pessoa pode ser um bom escritor sem conhecer os clássicos» e continuando com críticas à pessoa e à escrita de valter hugo mãe, «que é reduzido quase a nada», depois de se ler José Saramago e Gabriel García Márquez. VGM tentou rebater estes argumentos, que pareciam mais em defesa de uma jovem que conhece e que escreve do que propriamente de leitora atenta, mas foi sucessivamente interrompido pela espetadora. «Os clássicos são

testemunhos da nossa língua. Se nós não os conhecermos ficamos amputados de uma série de dimensões da língua». Só assim poderá haver proficiência na utilização da língua, de acordo com VGM. Sophia de Mello Breyner Andersen, que dedicou toda a vida aos clássicos, foi uma grande escritor moderna, do seu tempo, o que invalida por completo essa noção de que os clássicos só devem ser lidos depois de se escrever, que não devem ser ensinados na escola desde tenra

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idade, como a espetadora defendeu, e mal. O momento que mais nos emocionou dividiu-se pelas leituras de textos de VGM feitas pelo próprio, que deixaram a sala em suspenso, capaz de captar a atenção e até moldar a própria respiração dos ouvintes à sua própria energia. Uma figura afável, de trato simples e que dá gosto ouvir, principalmente sobre música e a sua formação classicista, e que devemos ouvir com toda a atenção, que encanta por todo o seu conhecimento.

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A Voz de Ermesinde • 30 de novembro de 2012

Cultura

2012

MOSTRA INTERNACIONAL DE TEATRO

A obra de Shakespeare explicada a ignorantes MIGUEL BARROS

Foi com humor, muito e bom humor, trazido da vizinha Galiza, que caiu o pano sobre a 15ª edição da Mostra Internacional de Teatro (MIT) na fria noite de 25 de novembro passado. Noite em que William Shakespeare “subiu” ao palco do Centro Cultura de Campo pela “mão” de um trio de conceituados atores galegos que rapidamente aqueceu o ambiente com a sua humorística visão – e interpretação – de alguns episódios das obras mais emblemáticas do célebre poeta e dramaturgo inglês. “Shakespeare para Ignorantes” foi então a última oferta teatral deste MIT 2012, uma peça escrita e encenada por Quico Cadaval dirigida a um público… ignorante, isto é, que desconhece a essência da obra de Shakespeare, mas que anseia conhecê-la, até para seu uso pessoal no dia a dia atual. O espetáculo tem início com uma conferência didática ministrada por um aparente prestigiado professor (personagem interpretada pelo próprio Quico Cadaval), que pretende então com a sua eloquente palestra dissipar a ignorância do público quanto a dados menos do que básicos sobre a obra de Shakespeare.

FOTO CMV

Ignorância cujo significado para si não é mais do que a «falta de ciência ou de notícias sobre um assunto particular ou geral»! Neste caso sobre Shakespeare. Para instruir a “ignorante” assistência recorre à dupla de atores desempregos Mofa & Befa, que colocam em prática de uma forma para lá de cómica resquícios de obras como “MacBeth”, “Romeu e Julieta”, “Péricles, Príncipe de Tiro”, “Hamlet”, “Otelo”, ou “Rei Lear”. O riso invade a “ignorante” plateia sempre que o prestigiado professor pede a Mofa & Befa (dupla interpretada pelos magníficos – na nossa opinião – comediantes galegos Evaristo Calvo e Víctor Mosqueira) para dar vida a assassinos, mendigos, conspiradores, delatores, oportunistas, torturadores, que caracterizam a(s) obra(s) de William Shakespeare. Aclamada em toda a Espanha, “Shakespeare para Ignorantes” tem recolhido diversos prémios no país vizinho, entre outros o de melhor autor teatral galego para Quico Cadaval, o Prémio Maria Casares para o melhor texto original, e duas nomeações para o melhor ator protagonista (para Víctor Mosqueira) e para o melhor ator secundário (para Quico Cadaval). Ao sucesso espanhol seguir-se-á o sucesso português, já que

a analisar pelo que vimos, dúvidas parecem não existir. O MIT 2012 terminou em grande! Cimeira luso-brasileira a abrir O certame teve início na sexta feira, dia 23, com uma verdadeira cimeira luso-brasileira. “Queria Ser…” em estreia oficial, abriu o MIT 2012, e levou ao palco do recinto cultural de Campo uma dupla velha conhecida nestas andanças. Júnior Sampaio – diretor artístico do ENTREtanto Teatro – e Leonardo Brício, dois atores brasileiros que contracenaram no MIT de 2003, na altura dando vida à peça “Deus Danado”. Em 2012 ergueram “Queria Ser…”, uma obra escrita e encenada por Júnior Sampaio, por esta altura o ator brasileiro mais “português de Portugal”, que coloca em palco dois atores unidos pelo sonho de fazer teatro, «unidos pelo mágico, pelo inexplicável… separados pela realidade… unidos na separação e isolados na união… um jogo de vidas… questionamentos… risos… risos com teatro». No ambiente descontraído do café-teatro, o MIT 2012 prosseguiu no dia seguinte com uma nova estreia, desta feita “Hoje é o dia”, da autoria de Pedro Mota, e que trouxe à cena um monólogo interpretado por Rita Lello.

FOTO MANUEL VALDREZ

FOTOS MANUEL VALDREZ


30 de novembro de 2012 • A Voz de Ermesinde

Cultura

MOSTRA INTERNACIONAL DE TEATRO 2012 FOTOS CMV

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A Voz de Ermesinde • 30 de novembro de 2012

Cultura

Wikiterra – uma enciclopédia de como criar e mostrar teatro LC

Nos passados dias 2,3 e 4 de novembro, o público ermesindense pôde assistir a uma reposição da peça “Wikiterra” – uma produção conjunta das companhias Estaca Zero Teatro e Cabeças no Ar e Pés na Terra, que já tinha estado em cena, com êxito, no Teatro Latino (Sá da Bandeira), no Porto.

A peça, criação coletiva original, pretende fazer uma abordagem enciclopédica “digital” crítica e divertida, da história do mundo (ou do planeta, melhor dizendo), abarcando várias eras, desde os primórdios de antes da era dos Homens até à atualidade. Representada por quatro excelentes atores (na gestualidade e na voz), propondo vá-

FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA Conceito, texto original, dramaturgia e espaço cénico CRIAÇÃO COLECTIVA Encenação e desenho de luz HUGO SOUSA Banda sonora original PAULO COELHO DE CASTRO Figurinos FILIPA MENDES FERREIRA Figurinos e adereços FILIPA MENDES FERREIRA, SANDRA SILVA Interpretação ÁLVARO JOSÉ, CARLOS GONÇALVES, JORGE BOTELHO, RUI GOMES Sonoplastia QUARTA VAGA PRODUÇÕES Fotografia de cena DUARTE COSTA Imagem gráfica E MULTIMEDIA Produção ESTACA ZERO TEATRO / CLÁUDIA SOUSA/CABEÇAS NO AR E PÉS NA TERRA

rios quadros que se vão sucedendo com leveza e comicidade várias – o que permite leituras de um público muito amplo (nas idades e nas preocupações), a peça surpreende pela sua escolha dos flashes do mundo e, sobretudo, por alguns artifícios dramáticos muito bem concebidos e executados, como quando a cabeça decapitada de uma personagem é exibida ao público, ou como quando a perna de uma personagem é esticada até mais do dobro do seu comprimento, como se fosse borracha, nesta ou noutra personagem. A cena dos dinossauros é muito divertida e é um dos exemplos de propostas aceites por públicos de todas as idades, conseguindo ainda a grande virtualidade de interagir com o público, situação aliás que está presente em muitos momentos da peça, que tem que ser de uma evidente geometria variável para se encaixar no público presente. O dinossauro (e outras personagens) de muletas é um dos exemplos da comicidade feliz encontrada pelo Estaca Zero Teatro e pela encenação de Hugo Sousa. Sem conseguirmos (ou querermos) deslindar

CONDURIL -

a quota-parte de uns e outros, há que reconhecer que o resultado desta simbiose é inegavelmente feliz. Peça criada a partir de uma ideia original do Estaca Zero Teatro, temperada com a intervenção criativa e integradora do encenador convidado, como explicaram no fim aos espetadores (mesmo que os mais inquisitivos fossem curiosamente os mais jovens), num processo de desvendamento teatral muito enriquecedor para o público e para os protagonistas da produção, “Wikiterra” desfia o percurso humano, sempre numa dimensão de universalidade e de contemporaneidade muito arguta. A peça põe em cena o homem primitivo, as lutas entre Egípcios e Gregos e entre estes e os Romanos, e depois entre estes e os Bárbaros, pela marca civilizacional dominante. Convoca Joana d'Arc, Galileu, traz Napoleão fora de tempo para a boca de cena, no que é um divertido recurso estilístico dramatúrgico, e segue por aí fora, até ao tempo da economia global, com passagem pelos momentos trágico-dramáticos da peste negra, da Revolução Francesa ou do

FOTO URSULA ZANGGER

Nazismo (e de passagem, pelas utopias ou pelas distopias que estão longe de perecer, umas e outras). Parte da receita dos espe-

táculos de Ermesinde reverteram a favor de várias associações de solidariedade social que acordaram colaborar com a divulgação da peça.

CONSTRUTORA DURIENSE, S.A.


30 de novembro de 2012 • A Voz de Ermesinde

Desporto

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Suplemento de "A Voz de Ermesinde" N.º 898 • 30 de novembro de 2012 • Coordenação: Miguel Barros

Clube Zupper alcança o primeiro título da sua história

A jovem coletividade ermesindense Clube Zupper conquistou neste mês de novembro o primeiro título da sua vida, mais concretamente o de campeão regional de hóquei subaquático, cuja fase final decorreu na Piscina Municipal de Porto de Mós.

Ermesinde SC está cada vez mais isolado no... último lugar! De derrota... em derrota! Este tem sido o percurso da principal equipa do Ermesinde no campeonato da Divisão de Honra da Associação de Futebol do Porto, sendo que o último desaire teve contornos bem pesados. 0-4, no reduto do Candal, o resultado negativo mais expressivo nas 11 jornadas já decorridas da citada competição.


II

A Voz de Ermesinde • 30 de novembro de 2012

Desporto

BILHAR

Primeira volta da Superliga Bilharsinde chegou ao fim FOTO VOXX CLUB BILHAR

Terminou na passada noite de 20 de novembro a 1ª volta da Superliga Bilharsinde (SB) versão 2012/13. Foram nove jornadas repletas de competitividade e emoção entre algumas das melhores equipas nacionais de pool português. Uma dessas equipas é o Clube Bilhar Pedro Grilo, o atual cam-

peão da 1ª Divisão da competição rainha organizada pelo Voxx Club Bilhar, que por esta altura lidera isolado a Série B, com 22 pontos, mais dois que o segundo posicionado, a turma do ABBA. Vantagem pontual dos talentosos bilharistas de Pedro Grilo que até podia ser bem maior, caso uma série menos conseguida de

resultados entre as 2ª e 4ª jornadas – um empate e uma derrota – não tivesse estragado uma caminhada que, como seria de esperar, vem sendo vitoriosa. Com um pé na fase final da 1ª Divisão está uma das grandes surpresas da competição, o Salão Taco a Taco, que sem qualquer derrota averbada lidera confor-

tavelmente a Série D com 23 pontos, mais quatro que o vicelíder, o Paraíso da Cidade. E mais do que liderar a série os bilharistas são neste momento uma das quatro equipas dos oito grupos que compõem a SB que ainda não conheceram o amargo paladar da derrota – as outras são Totta Academia, Senhor do Padrão, e Gondivai “A”. Maior equilíbrio no que toca à disputa pelos dois lugares que dão acesso à fase final do escalão maior da SB surge nas séries A, F, e G. Na primeira a liderança vai sendo repartida pelos conjuntos do Quinta Amarela e do Café Novo Espaço/T.E., que no final desta primeira etapa somam 20 pontos, apenas mais dois que o 3º colocado, o São Brás “B”, e mais cinco que o 4º Voxx Club Bilhar “A”,

estando por tudo em aberto quanto ao dois clubes que vão lutar por uma presença entre os grandes da SB 20012/13. Na Série F apenas dois simples pontos separam o 3º classificado (Café Pólo Norte) do comandante (Academia de Bilhar “O Sonho” “A”) – 20 e 22 pontos respetivamente –, enquanto que na Série G os organizados da competição veem uma das suas quatro equipas em competição a liderar, neste caso a turma do Voxx Club Bilhar (na imagem), embora somente com mais um ponto que os 2º e 3º classificados, Centro Paroquial e Social de Alfena/1 e Academia Kaninhas, e dois pontos que o 4º colocado ABBA/Ana Aguiar. Tudo em aberto, portanto, para saber quem seguirá para a 1ª Divisão.

Na Série H Paparugui e Senhor do Padrão – uma das tais equipas ainda invictas – estão muito perto de assegurar a presença no escalão maior, pois somam por esta altura 24 e 23 pontos, respetivamente, ao passo que o 3º classificado da série, o Clube Bilhar Bola 1 soma 17. E na Série E encontra-se a equipa que mais pontos somou ao longo desta 1ª volta, o Gondivai “A”. Invicto, este clube soma por agora 25 pontos, fruto de oito triunfos e apenas um empate, liderando a chave com mais quatro pontos que o vicelíder Café Sport. A SB vai conhecer agora a sua habitual pausa natalícia, voltando à ação apenas no dia 25 de fevereiro de 2013. MB

HÓQUEI EM PATINS

Valongo de pedra e cal nos lugares cimeiros da tabela Continua a “correr sobre rodas” a caminhada do Valongo no Campeonato Nacional da 1ª Divisão de hóquei em patins. Os valonguenses continuam a praticar um hóquei de elevada qualidade, batendo-se de igual para igual seja qual for o adversário, e que o diga o FC Porto, que na 6ª ronda teve de se aplicar para impor à equipa do nosso concelho a sua única derrota em oito encontros disputados. E na jornada mais recente da competição, disputada no passado dia 24 de novembro, os pupilos de Paulo Pereira conquistaram a sua sexta vitória, desta feita em Cambra, por 3-1. Com este resultado os hoquistas valonguenses recuperaram o 4º lugar da tabela classificativa, somando 17 pontos, menos cinco que a dupla de líderes composta por FC Porto e Benfica. O jogo de Vale de Cambra foi sucedido da empolgante e memorável vitória obtida no fim de semana anterior pelo Valongo na jornada número 7, em casa diante do Sporting, por expressivos 9-2. Um resultado que faz transparecer mais uma exibição muito bem conseguida dos hoquistas às ordens de Paulo Pereira, que entraram neste encontro dispostos a esquecer o desaire da ronda anterior ante os portistas. Na receção aos “leões de Alvalade” os valonguenses cedo chegaram a uma vantagem de… 4-0! Hugo Azevedo, por duas ocasiões, Miguel Viterbo, e João Souto foram os autores dos golos. O Sporting ainda teve armas para reduzir a desvantagem, por intermédio de Carlos Garrancho, mas ainda antes do intervalo João Marques dilatava a vantagem da turma da casa. No segundo tempo o Valongo não só se limitou a controlar a sua confortável vantagem como aproveitou o desnorte dos “leões” para aumentar a marca, na sequência de sticadas certeiras de Daniel Oliveira, Telmo Pinto, e novamente de João Souto e de Hugo Azevedo. Antes da ocorrência do encontro entre Valongo e Sporting a Direção do emblema da sede do nosso concelho homenageou os hoquistas Telmo Pinto e Pedro Mendes, dois jogadores oriundos das camadas de formação do clube que recentemente se sagraram campeões da Europa de sub-20 ao serviço da seleção nacional portuguesa. FC Porto suou para vencer valonguenses Foi um Valongo sem medo que na noite do passado dia 14 de novembro entrou no rinque do Dragão Caixa para defrontar o FC Porto num jogo da 6ª jornada do Campeonato Nacional

da 1ª Divisão de hóquei patins. Uma postura que apesar de louvável acabou por sair cara aos pupilos de Paulo Pereira, que acabariam por conhecer a primeira derrota (2-4) da temporada. O Valongo entrou a jogar de igual para igual ante um crónico candidato ao título, que por sua vez teve um arranque demolidor. Ainda o cronómetro não marcava 9 minutos de jogo e os portistas já venciam por 3-0 (!), com golos de Jorge Silva, e de Reinaldo Ventura, este último a fazer dois tentos em apenas um minuto! Não baixaram os stiques os jogadores do nosso concelho, colocando em rinque o hóquei aguerrido sempre direcionado para a baliza contrária que vêm patenteando ao longo desta primeiras jornadas do escalão maior. Contudo, pela frente tiveram um Porto que fez quiçá a melhor exibição da época, e que ao intervalo saia a vencer por 3-0. Vantagem dilatada na etapa final, na sequência de um tento de Tiago Losna, quando decorria o minuto 33. A perder por quatro golos de diferença os valonguenses, sem nada a perder, partiram para cima do adversário, postura que seria recompensada com a obtenção de dois golos, um da autoria de Nuno Araújo e outro de Daniel Oliveira. Até final o FC Porto tremeu com as intenções do Valongo, que sem sorte fez de tudo para trazer da Cidade Invicta um resultado positivo. Não conseguiu, mas fez mais uma excelente exibição. Candelária levou cinco na bagagem A 3 de novembro foi o Candelária que saiu da sede do nosso concelho vergada a uma incontestável derrota por 5-3, num jogo referente à 5ª jornada. Foi mais um grande jogo do Valongo, apoiado por uma moldura humana bastante considerável, que viu o capitão valonguense Miguel Viterbo inaugurar o marcador. Os hoquistas dos Açores ainda chegariam ao empate, mas a tarde era do Valongo que ainda antes do intervalo colocou o marcador em 3-1 a seu favor, graças a golos de Hugo Azevedo e Nuno Rodrigues. Este mesmo jogador faria o 4-2 no reatamento, segundo período onde o Candelária chegou a insinuar que poderia contrariar a supremacia mais do que evidente da turma da casa, na sequência de dois golos seguidos de Pedro Afonso que encurtavam para apenas um golo a desvantagem no marcador. Contudo, a 15 segundos do final Daniel Oliveira acabou com as dúvidas e fez o 5-3 final para os hoquistas de Paulo Pereira.

Suplemento de “A Voz de Ermesinde” (este suplemento não pode ser comercializado separadamente). Coordenação: Miguel Barros; Fotografia: Manuel Valdrez. Colaboradores: Agostinho Pinto, Márcio Castro e Luís Dias.


30 de novembro de 2012 • A Voz de Ermesinde

Desporto

III

HÓQUEI SUBAQUÁTICO

Zuppers são campeões regionais de hóquei subaquático Algum dia teria de haver uma primeira vez, e o trabalho que o Clube Zupper vem desenvolvendo dentro da modalidade indicava que mais dia menos dia os títulos iam acabar por surgir. E assim foi. No passado fim de semana de 10 e 11 de novembro os zuppers alcançaram o primeiro ceptro de hóquei subaquático da sua ainda curta vida, mais precisamente as insígnias de campeões regionais da época de 2012/13. Feito alcançado em Porto de Mós, local onde decorreram as decisões dos campeonatos regionais do norte e do sul, provas que antecedem

o campeonato nacional (cujo início esta agendado para fevereiro próximo) da temporada subaquática que agora dá os primeiros passos. E precisamente tal como no último campeonato nacional em que participou o Clube Zupper fez-se representar na competição regional com duas equipas, os Zuppers A e os Zuppers B, as quais se juntaram – no regional do norte – aos combinados dos Sharks de Coimbra, e do NHS Coimbra. A maior experiência dos Zuppers A acabou por vir ao de cima, e logo no primeiro encontro, ante os combativos Sharks, a equipa ermesindense deu provas disso, virando um resultado negativo de

0-1 para um triunfo final de 3-1. Motivada por esta importante vitória, a turma principal Zupper voltou no encontro seguinte a dar sinais de querer finalmente alcançar algo de palpável na modalidade, o mesmo é dizer, um título, e ante o NHS Coimbra, num jogo de raça e emoção, deu mais um passo rumo ao sonho após um triunfo por 3-2. Sonho esse concretizado no duelo posterior, perante os Zuppers B, que mais não fez do que assistir à consagração da sua congénere principal, na sequência de uma vitória inquestionável desta por 4-0. E desta forma os Zuppers A sagravam-se campeões regionais, ou melhor, o Clube Zup-

per sagrou-se campeão, pois os festejos estenderam-se às duas equipas do emblema ermesindense, já que também os atletas da segunda equipa se sentiram campeões, uma vez que fazem parte da grande família zupper, conforme frisaram os dirigentes do clube da nossa cidade. Orgulho e alegria, um misto de sentimentos bem patente nos rostos da tal família zupper, que pela voz do seu presidente/jogador, Nuno Ribeiro, começou por sublinhar que este é um feito não só para o jovem clube como também para a própria Cidade de Ermesinde. «Criar um clube com uma modalidade praticamente desconhecida, fazer dele aquele que mais atletas tem dessa mesma

FOTO CLUBE ZUPPER

modalidade em Portugal, juntar à sua volta atletas de várias idades, fez-nos sair de Porto de Mós a pensar que há muito potencial nos jovens da nos-

sa cidade, e apesar da crise que enfrentamos é preciso fazê-los sair de casa e coloca-los a praticar desporto», acrescentou o dirigente zupper. MB

BASQUETEBOL

SETAS

Cadetes cepeenistas continuam a percorrer os caminhos da invencibilidade

Equipas ermesindenses destacam-se nos campeonatos da Associação de Setas do Porto

FOTO CPN/BASQUETEBOL

AVE/CPN

Ao fim de oito jornadas as cadetes do CPN (na imagem) continuam sem conhecer o amargo sabor da derrota na Séria A da 1ª fase do campeonato distrital feminino da categoria. Oito triunfos inquestionáveis que colocam as cepeenistas com um pé na fase final quando estamos a precisamente oito encontros desta fase inicial. O último triunfo foi alcançado no passado

dia 25 de novembro, no pavilhão das vizinhas do Núcleo Cultural e Recreativo de Valongo, por 67-45. Frente a frente estiveram os dois primeiros classificados da série, tendo o equilíbrio sido a nota dominante durante os dois primeiros períodos. Para a segunda parte o CPN surgiu mandão e determinado, tendo controlado os ritmos de jogo, defendendo de modo mais ativo o portador da bola e fechando as linhas de passe, sendo que no plano ofensivo tiveram bons mo-

mentos de basquetebol, simples e cativante, acabando então por vencer com justiça e naturalidade por 67-45. Na classificação o CPN comanda isolado com 16 pontos, mais dois que as valonguenses. Iniciadas sofrem o primeiro desaire Quem perdeu a invencibilidade no último fim de semana, mais precisamente no sábado (24 de novembro) foi a equipa de iniciadas, que na 9ª, e penúltima, jornada da Série

A do respetivo campeonato distrital foi derrotada em casa pelo Coimbrões por 68-72. Uma derrota que como consequência teve apenas o facto de o CPN ter sido apanhado no 1º lugar precisamente pelo Coimbrões, pois a passagem à fase final da competição há muito que estava matematicamente garantida. E quem se deslocou ao Pavilhão Gimnodesportivo de Ermesinde para assistir a este duelo certamente deu por bem empregue o seu tempo, já que foi presenciada uma bela partida de basquetebol. Na primeira parte o Coimbrões foi superior, tendo-se afastado no marcador com números acima da dezena, tendo havido alturas em que chegou a liderar com mais de 20 pontos (!) de diferença. Na segunda parte o CPN corrigiu a sua postura em campo, tendo conseguido agarrar o jogo e disputá-lo até ao final, acabando por perdê-lo por apenas quatro pontos de diferença. Na classificação CPN e Coimbrões partilham agora o 1º lugar, com 17 pontos.

Modalidade bastante apreciada e praticada na nossa cidade as setas – também denominadas de dardos – conheceram no fim de semana de 10 e 11 de novembro o arranque das provas alusivas à temporada de 2012/13 organizadas pela Associação de Setas do Porto. Campeonatos onde participam inúmeras equipas ermesindenses, sendo que ao fim de três jornadas algumas delas já se encontram em lugares de destaque nas respetivas divisões. Assim, e na 1ª Divisão, o sublinhado vai para a turma do Eleet Team/Cá-Tu-Lá, uma das quatro equipas deste escalão que por esta altura contabiliza por vitórias os três encontros disputados, e consequentemente lidera com 9 pontos conquistados. Diga-se que como curiosidade que os três triunfos obtidos pelos dardistas do Eleet Team foram alcançadas sobre conjuntos de Ermesinde, nomeadamente os Arrebola Setas (na 1ª jornada por 5-4), os Darts Carneiro (que na ronda número 2 foram batidos por 7-2), e o Estádio Darts/40’s Bar (que na 3ª jornada foi derrotado por 6-3. Na 2ª Divisão quem “dá cartas” é a turma do Pedros Bar X, que ao fim de três jornadas lidera a competição – a par de Inter Claudis Darts e do Orcas/Casablanca – com 9 pontos, fruto de três triunfos. O último deles foi alcançado na 3ª jornada (ocorrida no dia 24 de novembro) diante dos também ermesindenses Cruzas por 8-1.


A Voz de Ermesinde • 30 de novembro de 2012

Desporto FUTEBOL

Desaire atrás de… desaire! Está cada vez mais complicada a situação da principal equipa do Ermesinde no escalão maior da Associação de Futebol do Porto. Neste mês de novembro a turma de Sonhos contabilizou três derrotas e um empate nos quatro encontros disputados, cenário que faz com que por esta altura ocupe de maneira destacada o último lugar (!) da tabela classificativa, com apenas cinco pontos somados, tantos quanto já leva de avanço o penúltimo classificado (o Alpendorada) na competição! Nesta revista pelo terrível trajeto ermesindista no mês que agora finda começamos por olhar o último encontro, alusivo à 11ª jornada, saldado pela derrota mais pesada da temporada – até à data –, 0-4, no reduto do Candal. FOTOS MANUEL VALDREZ

O Ermesinde visitou o Candal no passado domingo (25 de novembro) em partida referente à 11ª jornada. Num jogo em que ainda não se vislumbraram alguns dos novos reforços recentemente contratados, o técnico Jorge Abreu optou por um “onze” composto por: Pedro Magalhães, Castro, Borges, Dias, Guedes, Bruno, Ricardo Leça, Hemery, André Vale, Flávio e Sousa. Ermesinde que até foi o primeiro conjunto a criar perigo, mas das escassas vezes que isso aconteceu durante a etapa inicial estava sempre no caminho da bola o guarda-redes ou algum outro homem de azul. Com o avançar do relógio a turma da nossa cidade foi perdendo fulgor, e disso se aproveitou o Candal para chegar ao golo, por intermédio de Pedro Santos, em cima do minuto 45. A segunda parte foi dominada por completo pelo Candal. Domínio esse traduzido na obtenção de mais três golos que selaram o marcador num expressivo 4-0. Do lado ermesindista Hemery foi o sempre elemento mais inconformado

durante os 90 minutos. A turma da nossa cidade pode em alguns lances queixar-se da arbitragem que beneficiou – há que dizê-lo – a equipa de Gaia, mas a verdade é que os jogadores do Ermesinde nunca tentaram de facto pegar no jogo. Sendo assim, a derrota é mais do que justa. MÁRCIO CASTRO Eficácia fez a diferença O sétimo desaire da atual temporada aconteceu no Estádio de Sonhos, a 18 de novembro último, numa partida (na imagem de cima) alusiva à 10ª jornada, e na qual tanto Ermesinde como S. Pedro da Cova entraram bem, ambos empenhados em tentar conseguir marcar bem cedo. Acabou por ser mais feliz a equipa visitante que inaugurou o marcador através de Leonel, à passagem do minuto 20, atleta este que recebeu a bola pelo lado esquerdo do ataque, onde o lateral direito ermesindista, Castro, não conseguiu travar o seu oponente, e já na grande área o atacante do clube forasteiro rematou sem dificuldades para o fundo da baliza. Os da casa ainda tentaram reagir à desvantagem, e tiveram num remate de Pigo aos 26 minutos, de fácil de-

fesa para o guarda-redes contrário, a melhor situação na primeira metade do jogo. Com o início da segunda parte chegou um dos momentos da partida. O técnico do Ermesinde, Jorge Abreu, já tinha feito entrar ao intervalo os atacantes Miguel e Rui Pedro, tendo este último sido carregado pelas costas dentro da grande área quando o cronómetro marcava 47 minutos. O árbitro da partida não teve dúvidas e assinalou o castigo máximo para a equipa da casa. Na conversão, o próprio Rui Pedro atirou rasteiro e para o centro da baliza e permitiu a defesa do guarda-redes do S. Pedro da Cova Até ao final do jogo as duas equipas ainda esboçaram alguns remates às respetivas balizas contrárias mas nada que assustasse qualquer um dos dois guarda-redes. Acabou por levar os três pontos a equipa do S. Pedro da Cova, fruto desta magra vitória por 1-0, equipa que mostrou estar perfeitamente ao alcance do Ermesinde, mas que acabou por ser mais eficaz. Na partida diante do S. Pedro da Cova a equipa da nossa freguesia alinhou com: Pedro Magalhães, Castro, Borges, Dias (Rui Pedro, aos 45m), Guedes, Bruno, Leça, Hemery, André Vale (Hugo, aos 63m), Pigo e Sousa (Miguel, aos 45m). LUÍS DIAS Derrota em casa do líder Depois de dois resultados positivos – uma vitória fora de portas e um empate caseiro –, a principal equipa do Ermesinde voltou no passado dia 11 de novembro à dura realidade… das derrotas. Facto ocorrido no reduto do líder da Divisão de Honra da Associação de Futebol do Porto, o Perafita, que em jogo referente à 9ª jornada da citada prova bateu a turma de Sonhos por 2-1. Apesar de bem disputada de parte a parte a primeira metade do encontro teve no Perafita a equipa que deteve o “sinal mais”, não sendo de todo

de admirar que no descanso os homens de Matosinhos estivessem em vantagem no marcador por 1-0, graças a um golo de Cheta apontado quando estavam decorridos 18 minutos. Na segunda parte o Ermesinde acordou, dando luta aos líderes do campeonato. No entanto seria o Perafita a ampliar a vantagem no marcador na sequência de um remate de primeira de Hélder Silva à passagem do minuto 49. Assistiu-se posteriormente a um Ermesinde mais perigoso, na tentativa de remar contra a maré. Porém, o golo ermesindista que daria alguma esperança numa possível reviravolta no marcador chegou já bastante tarde, ao minuto 87, por intermédio de Miguel. No final do encontro o jogador do Ermesinde Delfim dirigiu-se à equipa de arbitragem que se encontrava no centro do terreno, e durante o cumprimento habitual viu o segundo cartão amarelo e consequente vermelho, ficando a ideia que esta admoestação terá sido consequência de palavras menos próprias proferidas pelo capitão da equipa da nossa freguesia. Neste jogo o conjunto do Ermesinde alinhou com: Eriksson, Castro, Borges, Dias, Delfim, André Vale (Hugo, aos 75m), Leça (Miguel, aos 47m), Hemery, Bruno, Luís Pigo, e Sousa. MÁRCIO CASTRO

Primeiro ponto em Sonhos A 4 de novembro passado a turma de Jorge Abreu somou o primeiro ponto da atual temporada no Estádio de Sonhos. Facto ocorrido diante do Barrosas, em partida (na imagem de baixo) alusiva à jornada número 8 do Campeonato Distrital da Divisão de Honra da Associação de Futebol do Porto, que terminou empata a uma bola. Apesar de intenso o encontro teve poucas oportunidades de golo e muitos cartões. Na primeira parte o jogo foi equilibrado, mas a espaços foi notório algum domínio por parte dos visitantes. Cedo o Ermesinde ficou reduzido a 10 homens, na sequência de duas faltas cometidas por Guedes, primeiro ao minuto 18 e depois ao minuto 31, que lhe valeram a expulsão por acumulação de amarelos. Os golos apareceram só na segunda parte, tendo o primeiro sido para a turma da casa, após grande trabalho de Sousa que deixou três adversários pelo caminho para em seguida cruzar na linha de fundo para Rui Pedro encostar e fazer o 1-0, quando decorria o minuto 67. Posteriormente a partida ganhou outra vida com a entrada de Leça para o “onze” da casa, mas foi partir do minuto 70 que o jogo se resolveu, na sequência de um punhado de decisões discutíveis

por parte da equipa de arbitragem. Aos 73 minutos o árbitro Pedro Barbosa assinala um livre a favorecer o Barrosas após suposta falta à entrada da área, castigo que seria batido com mestria por Faneca para o fundo da baliza de Eriksson. Ao minuto 82, Rui Pedro vê a cartolina amarela, por tirar as caneleiras ao perceber a sua substituição, situação que fez com que o juíz do encontro lhe mostrasse o segundo amarelo e respetivo vermelho. Já não se consumaria a substituição. Nesse mesmo minuto 82 o árbitro dirigiu-se para o banco de suplentes da equipa do Ermesinde e mostrou o cartão vermelho direto a Flávio, que estava sentado, por alegadamente este ter enviado uma segunda bola para o terreno de jogo com a partida a decorrer. Neste encontro o Ermesinde alinhou com: Eriksson; Castro, Borges, André Vale, Delfim, Guedes, Luís Pigo (Miguel, aos 53m), Hemery, Bruno, Rui Pedro e Sousa. MÁRCIO CASTRO

Nota: Todos os resultados e classificações desta competição podem ser consultados na nossa edição on line.


30 de novembro de 2012 • A Voz de Ermesinde

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A Voz de Ermesinde • 30 de novembro de 2012

História

A importância da comemoração do 1º de Dezembro Parte dos portugueses já se insurgiu, e a nosso ver com razão, contra o facto do governo português terminar, ainda que temporariamente, com a celebração de alguns feriados profundamente ligados à História da nossa Pátria. Estão neste caso os feriados do 5 de Outubro e do 1 de Dezembro. MANUEL AUGUSTO DIAS

5 de Outubro é a data da implantação da República, atual regime português, cuja presença está muito vincada até por terem sido os republicanos que nos transmitiram os maiores símbolos da nacionalidade portuguesa, que são o Hino Nacional e a atual Bandeira Portuguesa. Mas 5 de Outubro é também a data que tem sido atribuída ao Tratado de Zamora (1143) que marca o início da nacionalidade portuguesa, com a sua separação definitiva do Reino de Leão e Castela, pelo entendimento entre D. Afonso Henriques e seu primo, D. Afonso VII, que mais tarde o Papa ratificaria também (Bula Manifestis Probatum). Este feriado, curiosamente, mereceria a unanimidade de vontades, quer dos monárquicos (5 de outubro de 1143 marca o início da Monarquia Portuguesa), quer dos republicanos (5 de outubro de 1910 é o início da Primeira República em Portugal. Apesar de todos os seus

defeitos teve o mérito de trazer a política ao povo, o mesmo é dizer, politizar o povo, de acordo com os princípios democráticos, segundo os quais o povo deve, de forma instruída e consciente, eleger os seus representantes para todos os órgãos do poder). Mas a data que agora festejamos é o 1º de dezembro, que este ano até calha ao sábado. Celebra-se o 372º aniversário da Restauração da Independência. Nesse dia de 1640, meia centena de pessoas da mais alta qualidade do Reino (nobres, eclesiásticos e militares), de todo o território continental e colonial, insubordinaram-se contra o domínio filipino e encetaram uma longa guerra contra a poderosa Espanha, que duraria quase três dezenas de anos (metade do tempo em que estivemos submetidos aos Filipes). Mas a vitória, permitiu acalentar a existência de Portugal como reino autónomo até hoje. É em memória de todos esses homens que se bateram, brilhante e honrosamente, pela manutenção da portugalidade,

como símbolo maior de uma nação que deu “novos mundos ao mundo”, que esquadrinhou oceanos e terras desconhecidas e pelejou por todos os continentes, que vale a pena recordar, hoje e sempre, o Glorioso 1.º de dezembro de 1640. E quanto à memória do 1º de Dezembro, os republicanos

foram verdadeiramente exemplares – há precisamente 102 anos – resolveram imortalizar esse dia com a Festa da Inauguração da Bandeira Nacional. Efetivamente, o Governo Provisório da República, através do seu Decreto de 24 de novembro de 1910, determinou que o dia 1 de dezembro desse

ano fosse solenizado com a Festa da Bandeira Nacional (“Diário do Governo”, n.º 43, 24 de novembro de 1910). Dez dias após o triunfo da Revolução Republicana, a 15 de outubro de 1910, constituir-se-ia uma Comissão com o objetivo de estudar uma proposta para a nova bandeira, composta, entre outros, por Columbano Bordalo Pinheiro, João Chagas, Abel Botelho e Ladislau Pereira. Houve grandes debates em torno desta problemática, que se generalizaram a quase todo o país. Contudo, no dia 1 de dezembro de 1910, instituído pelos republicanos como o Dia da Festa da Bandeira, ela estava definida. Para a apresentar à capital, organizou-se um Cortejo que tinha como figura principal precisamente a nova Bandeira. O desfile partiu da Câmara Municipal de Lisboa, onde, quase dois meses antes, havia sido proclamada a República por José Relvas (desde a varanda dos Paços do Concelho), e seguiu até ao Monumento aos Restauradores (solenemente evocados neste dia), onde a nova Bandeira

EFEMÉRIDES O 1º DE DEZEMBRO DE 1940 EM ERMESINDE

Inauguração do Cruzeiro dos Centenários Situado no largo ajardinado, na confluência da rua Dr. João Rangel com a rua Rodrigues de Freitas, este Cruzeiro é um dos mais bonitos da cidade. Assente numa base redonda, de dois degraus circulares sobrepostos, nasce em pedestal de forma paralelepipedal, de cujas faces se salientam os símbolos da vitória no tempo da Reconquista – altura em que se fundou Portugal como Reino Independente, donde se ergue uma elegante coluna torsa, de gosto neo-manuelino, ao cimo da qual um cubo de granítico, ostenta os símbolos nacionais da vitória e do prestígio português nas suas faces exteriores (a cruz, a espada, a esfera armilar e as quinas), e serve de suporte a uma Cruz de Cristo. Foi construído no âmbito das Comemorações dos Centenários (1140 – Fundação de Portugal; 1640 – Restauração da Independência), e o seu nome, na altura da edificação (1940), foi “Padrão Comemorativo do Amplo Centenário de Portugal”. Foi inaugurado no dia 1 de Dezembro de 1940, e no seu “Auto de Inauguração” escreveu-se o seguinte:

«Ermezinde, Concelho de Valongo, Distrito do Porto, pelas 10 horas, compareceram: Serafim Ferreira dos Santos, Adelino da Costa Freitas e Agostinho Marques d’Assunção, o primeiro Presidente e, os restantes, membros da Junta de Freguesia de Ermesinde, Doutor António Correia da Costa e Almeida e Alberto

Dias Taborda, Presidente, o primeiro da Comissão Concelhia e o segundo da Comissão Paroquial da União Nacional, e pôvo. E, logo, êle Presidente da Junta indo junto do Padrão ali erigido em terrêno do município, expargiu flôres no sopé do monumento e terrêno em roda, declarando em voz alta e de fórma a sêr ouvido por todos os presentes que, de modo tam simples inaugurava o Padrão Comemorativo do Duplo Centenário e Independência de Portugal. Este acto, que foi revestido de grande fé patriótica e do maior respeito e singeleza, está em obediência a ordens da autoridade superiôr, terminou acto continuo. E, para a todo o tempo constar, mandou, êle, Presidente da junta, lavrar o presente auto em duplicado, afim de que um exemplar fique constando do arquivo da Junta da Freguesia e, outro, seja enviado à Câmara Municipal, para os efeitos legais, depois de assinados por êle, Presidente da Junta e seus colegas nela, Presidentes da Comissão Concelhia e Paroquial da União Nacional e bem assim dos demais cidadãos que mostraram vontade de os honrarem com as suas assinaturas e comigo, Alberto Delgado, escrivão da Junta de Freguesia de Ermesinde, que o dactilografei, subscrevi e também assino, juntamente com a Junta de Ermesinde, um de Dezembro de mil novecentos e quarenta». Mas na noite de 12 para 13 de dezembro alguém derrubou a Cruz, deste monumento

mandado erigir pela Junta de Freguesia. No Livro n.º 11 de Atas da Junta da Freguesia, escreve-se, a certa altura (fl. 1v.), o seguinte, referindo-se ao seu Presidente: «Já apresentou queixa às autoridades competentes, a fim de que se descubram os verdadeiros autores. Não são êstes por enquanto conhecidos, mas singular é que se fôsse apênas derrubar uma cruz que encimava o monumento. Ora, concatenando factos, é-se levado a perguntar se não haverá correlação, – como entre causa e efeito –, entre aquêle acto de vandalismo sem nôme e certas arengas ao Público feitas em lugares sagrados, dizendo-se-lhe que o movimento tinha um carácter laico, que não poderia merecer, portanto, a aprovação dos católicos, por isso mêsmo se deviam abstêr de assistir às festas da inauguração e mais tarde se apresentaram às autoridades do nosso concelho protestando contra a inauguração dêsse Padrão, nêsse momento já anunciado por esta Junta para o dia um. A policia, a quem o caso foi entregue, se encarregará por certo de tudo sabêr; mas esta Junta deve deixar aqui lançado o seu protesto e a sua revolta por semelhante feito, indigno de um homem de sã moral. Os seus colegas associaram-se unanimemente a êste voto de protesto». O caso passou pelos jornais diários, designadamente por “O Primeiro de Janeiro”, mas, passado algum tempo, lá foi reconstruída a Cruz que ficou até hoje.

Nacional foi hasteada. Seguir-se-ia um recital poético em honra da Bandeira no Teatro Nacional. Esse dia foi aproveitado, ainda, para homenagear Cândido dos Reis e inaugurar as placas da Avenida da República e da Avenida Cinco de Outubro. A nova Bandeira de Portugal só seria formalizada, em termos legais, mais de meio ano depois, ou seja no decurso de junho de 1911. Para tentar que a população portuguesa aceitasse o novo símbolo nacional, o Ministério do Interior decidiu enviar a todas as escolas do país uma Bandeira Nacional, os manuais escolares passaram a exibir esse novo símbolo, os professores passaram a ter a incumbência de explicar aos alunos o significado das partes constituintes da nova Bandeira. O 1º de Dezembro é o dia da Restauração da nossa independência e o dia da atual Bandeira Nacional. É um crime de lesa pátria aboli-lo da nossa memória coletiva, passando a considerá-lo um dia igual a todos os outros.


30 de novembro de 2012 • A Voz de Ermesinde

Crónicas

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O imprevisto acontece – com a realidade jogamos ao faz de conta

NUNO AFONSO

e súbito, uma forte ventania, como surgida do nada, abateu-se nos plátanos que margeiam, pela esquerda, a via pública, fez tombar no asfalto milhões de folhas que resistiam à morte prevista e, com elas, encetou algo como um bailado, em círculos, que foi progredindo até se perder de vista bem lá no extremo da rua. Em simultâneo, o céu, até então de um cinzento pacífico, tornou-se escuro, antecipando a noite e prenunciando temporal. Caíram as primeiras gotas de chuva, finas e espaçadas antes, mais constantes a seguir, obrigando os transeuntes a protegerem-se com guarda-chuvas ou a correrem em busca de um abrigo. Só então me apercebi de que não trouxera qualquer resguardo e teria que vencer aqueles dois hectómetros e meio com a minha neta de sete anos em corrida ao faz de conta. Duzentos e cinquenta metros para lá, outros tantos no regresso. «E se, entretanto, a chuva tiver virado temporal?», questão recorrente que me acicata nessa hora e meia de permanência no recinto. Quem vai chegando não parece estar muito incomodado com o que acontece no exterior. Bom sinal! Mesmo sem sombreiro – curioso como, na aldeia, as pessoas resumiam com essa designação o objeto que podia resguardá-las da chuva como do sol, embora não seja adequado no primeiro caso, preferindo o nome derivado ao composto talvez a pensar que, com ele cobertos, de certa maneira, ficamos a uma sombra protetora – estamos à vontade, a minha neta leva um casaco que, depois de entrar no automóvel, lhe retiro, sem que da sua falta advenha desconforto, basta ligar o ar condicionado. Agora é noite fechada, conjugaram-se os humores do tempo e a precisão da meteorologia. Boa noite! Desapareceu o motivo da ansiedade que precede esses momentos de indefinição característicos do lusco-fusco. Aí pode começar o mistério que sempre associamos ao período de treva. Em tempo não muito distante, a ausência de luz natu-

ral determinava muito mais do que a separação entre o dia e a noite, o trabalho e o repouso, a certeza e a dúvida, o movimento e a imobilidade, o balanço do dia que termina e a projeção do dia seguinte. O dia era associado à vida, a noite era o fechar dos olhos do dia, a ausência de luz natural, em resumo: a morte. Receava-se a noite quase como se temia a morte, o sono era uma espécie de vida suspensa entregue nas mãos de Deus, a morte era o descanso eterno, o não retorno. A convicção de que haveria esse retorno, eis o que justifica o quase, o que alentava quem vivo era e confiava no Supremo Juiz que tinha o poder decisório sobre a nossa existência. O receio era fortalecido pela fraca iluminação que permitia a atividade no período entre o regresso a casa e a disposição dos corpos para o descanso. Candeias, candeeiros de mesa e lampiões, alimentados a petróleo (querosene para os brasileiros) bruxuleavam a guiar os passos nesse lapso de tempo. Quando surgiram os “petromax”, que projetavam uma luz muito mais intensa e clara, o ambiente transformava-se, mudava a disposição das pessoas nos espaços por eles abrangidos. «Parece que é dia!», exclamavam. A eletrificação das casas também contribuiu para minorar a distinção entre o dia e a noite além da comodidade que trouxe, bastava carregar no garabito (1) como dizia o Bébé, um pobre de espírito que fazia mandiletes (2), transportava cargas e só pedia como retribuição que o deixassem “dar ao garabito”, pressionar o interruptor, prazer supremo, que outro não conhecia. Bem pode dizer-se que, ao terminar a primeira metade do século XX, a vida era, ainda, a preto e branco. Na cidade, mas sobretudo na aldeia, os homens vestiam pardo (3) ou roupa exterior a propender para tonalidades baças, o luto obrigava homens e mulheres a trajar de negro durante um ano ou mais, as viúvas traziam a morte com elas para o resto dos seus dias, o que distinguia os eclesiásticos era o negro da batina que vestiam no dia a dia e nos atos religiosos, a liturgia determinava paramentos negros nas missas de requiem e nos ofícios fúnebres, o escuro era sinónimo de castigo para as tolices das crianças: «Se continuas a fazer perrice (4) vais para o quarto escuro!». Em contrapartida, brancos eram os lençóis em camas de gente remediada; as toalhas que revestiam mesas de praticamente todas as famílias em dias de festa até para famílias de menores recursos e eram de uso diário para as mais abastadas;

va: tocar na morte era correr um risco (…) Hoje ainda, no séc. XXI, a lógica, a medicina e a racionalidade podem dizer-nos que não, que é absurdo, mas o inconsciente ali está…». Na minha aldeia, o cemitério ficava ao lado da igreja, dentro dos mesmos muros. À noite, as pessoas transitavam pelos caminhos contíguos de coração apertado tentanFOTO ARQUIVO do desviar os olhos desse lado, ainda que a morada divina devesse merecer-nos toda a confiança e do campo santo nada tivéssemos a recear porque os mortos não regressam. António Lobo Antunes, numa entrevista concedida à rádio TSF por ocasião da “Escritaria”, em outubro passado, referia-se a alguém que nunca ia ao cemitério «porque, nesses lugares, não está ninguém». - Então, onde estão os mortos? – perguntavam-lhe . - Andam por aí – explicava essa pessoa. Falam connosco, dão-nos as suas opiniões, fazem-nos companhia, sentimo-las ao O toque dos sinos às Ave-Marias, quannosso lado. do clareava, era um grito de alegria e agraE acrescentava Lobo Antunes: decimento a Deus por mais um dia de vida, o «Tinha razão. Eu ouço-os, distingo-lhes toque às Trindades, tão logo o sol fazia as as vozes, compreendo o que me dizem…». despedidas e as primeiras sombras já Houve uma pessoa que nunca maniadormentavam a Natureza, conquanto reprefestou receio de dirigir-se à igreja a qualsentasse alívio da labuta diária e chamada quer hora da noite como do dia. Foi zeladora ao reagrupamento familiar, vinha marcado do Santíssimo Sacramento durante alguns por uma indefinível emoção, entre o regozianos. Uma lâmpada, suspensa do teto e perjo da convivência e a pena da despedida. O manentemente acesa, simbolizava a eternisimbolismo da noite em relação à morte tradade de Deus e da sua presença entre os zia consigo o desejo de distanciamento de homens. O depósito de azeite alimentava tudo quanto lembrasse o momento fatal: na uma torcida cujo pavio teria que ser substiigreja, enquanto lugar onde eram celebratuído de quando em quando, presumo que, das as exéquias, se expunham os mortos an(5) de quatro em quatro horas. Essa era a princites da encomendação e, durante séculos, pal tarefa da zeladora. No outono e no inverse enterraram os que partiam deste mundo; o no, às 17 horas é noite cerrada. Não me lemcemitério, espaço onde todos os moradores bro a que horas ela procedia a esse trabalho, tinham familiares sepultados e destino certo sei que não falhava uma só vez, porque a dos que ainda conservavam o precioso dom chama não poderia extinguir-se, representada vida; a igreja e o cemitério em conjunto, va a fé das pessoas da comunidade e a sua por isso duplamente atemorizante, a presenhomenagem a Jesus Sacramentado. Essa ça, materialmente silenciosa, de Deus na sua mulher, a pessoa mais corajosa que conheci, morada, e a ausência dos que nos pertenceera a minha mãe. ram e se tornaram pó, a perspetiva para nós tão certa quanto aterrorizadora, a certeza da (1) Garabito – interruptor, botão que se comprime morte e o temor, que não gostamos de admipara ligar ou desligar a luz. (2) Mandiletes – recados, mensagens que se mantir, de, um dia, ela nos vir buscar. da alguém dizer ou levar a outra pessoa. Cito Gonçalo Manuel Tavares em crónica (3) Pardo – tecido rústico de lã, também chamado publicada no número 1025 da revista Visão: burel, de cor negra. (4) Perrice – choradeira de criança por discordância «O medo da morte e o medo dos mortos. Os ou teimosia. relatos sobre esse tremor diante do cadáver, (5) Encomendação – ritual religioso (orações e esse não querer tocar. Talvez uma herança incerimónias) seguido pelo sacerdote antes de sepultar o morto. consciente da peste negra. Aí, o morto mataas roupas do batismo e a toalha que limpava a cabecinha dos neófitos após o derramamento da água sacramental; as camisas para os domingos e dias de festa; meias e agasalhos para todos, no tempo frio de outono e de inverno, o que pressupunha cultivo de linho ou posse de ovelhas, porque dinheiro nem sempre havia para comprar novelos de lã.


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A Voz de Ermesinde • 30 de novembro de 2012

Crónicas

Outra vez Natal!

GLÓRIA LEITÃO

o Natal do ano passado fazia uma reflexão sobre a nossa “pobreza” como seres humanos, porque muitas vezes não dispensamos aos outros uma simples saudação de bom dia. Dá a ideia que esta palavra estará a entrar em desuso e dou-me conta disto a cada dia que passa porque, volvidos quase 365 dias desde esse apontamento, eu continuo a reparar que sendo o motorista do autocarro a primeira pessoa com quem, se calhar, começamos a contactar logo pela manhã (se formos utilizadores deste meio de transporte público), praticamente ninguém os saúda quando entram. Numa contagem feita de forma “rasa” dá cerca de 5% de pessoas a fazê-lo. Antigamente dizia-se que isso era falta de educação e ensinávamos os filhos a cumprimentar quando passávamos por alguma pessoa conhecida, vizinha e às vezes nem isso – era um ser humano, o que por si só já merecia a nossa saudação. Claro que poderemos dizer que isso se deve à preocupação das pessoas em relação à conjuntura atual, porque andamos todos preocupados com as incertezas do futuro, etc. etc., mas isso não

será motivo suficiente para nos alhearmos ou abrirmos mão das regras de boa educação, que por arrasto também estão a ficar em crise?. As primeiras “mestras” dos nossos meninos e dos meninos de muita gente que frequentam aqui o nosso Centro de Animação estão conscientes do papel que desempenham ao educá-los no cumprimento deste princípios. Apesar de não substituírem a responsabilidade dos pais – que do logo a partir do berço serão os nossos primeiros educadores, tornam-se fundamentais porque ajudam a lançar umas sementinhas nos princípios da cidadania destes pequenos rebentos, o legado que se deixa a um país. Acreditando que atitude gera atitude, se a saudação não for um hábito das suas casas, pode ser que assim, estas regras se interiorizem e se enraízem dentro delas, e valha o ditado popular: “De pequenino se torce o pepino”. Agora, voltando à reflexão em que tenho por hábito registar a imagem que para mim simboliza o espírito de Natal, o meu sentir deste ano fixa-se num menina de 26 anos, com uma franja no cabelo pintada de cor-de-rosa. Tornou-se minha companheira de viagem assim como uma outra senhora, empregada num restaurante. Certo é que depois das 22h30, por hábito lá está o trio, à espera do autocarro. É normal que com o tempo nos vamos conhecendo e falando entre nós do que é trivial e faz parte do quotidiano de cada uma, e esta mulher, com rosto traquina de menina, vai desfiando pedacinhos de vida, difícil e dura – órfã de pai muito nova, começou a trabalhar aos 14 anos em regime de part time e férias. Aos dezassete anos abraçou a tempo completo a sua profissão, que aprendeu de forma disciplinada e exigente: a respeitar as

hierarquias, a ter brio no trabalho bem feito, a responsabilizar-se perante as tarefas que executa e acima de tudo a aprender com os erros e a continuar a lutar, recusando-se a cruzar os braços. Abandonada na sua primeira gravidez pela sua primeira paixão, voltaria a tentar ser feliz, mas o legado que lhe deixaram foi de novo, um filho. Assim, é com orgulho e um brilho forte nos olhos que fala nos seus rebentos de 6 e 4 anos, que são criados com o apoio da mãe dela, a única retaguarda com quem sabe poder contar. Mas aqui, é jus-

tes quando virem o que lhes levo». O mesmo acontece também com a mousse de chocolate ou outros pedacinhos de generosidade, transformados em surpresas que vêm dentro daquelas pequenas embalagens. Esta menina da franja dizia-nos que já fez o seu pinheirinho de Natal, a surpresa para os filhos. Num esforço grande que ela faz para somar euros e cêntimos, que ganha à comissão no seu trabalho, em que aproveita tudo, estou certa vai conseguir colocar lá debaixo uma prendinha para eles, que lhes iluminará os olhos e o sorriso. Mas o coração FOTO ARQUIVO desta jovem mãe também guarda para ela mesma a prenda envenenada pela crise, pelo desalento e pela falta de alternativas – um bilhete de ida para Inglaterra, em janeiro, o país onde está a tentar abrir portas para a receber e onde chegará com o nó apertado por uma saudade que já lhe ensombra o coração pela falta que os filhos lhe vão fazer. Diz que tem que dar a volta à sua vida e assegurar acima de tudo a educação dos seus filhos, preparando-os para um futuro melhor quando eles se lhes puderem juntar, num país que os há-de ver crescer e se calhar, multiplicarem-se lá, e por esse mundo fora. E eu acredito que o amor de uma mãe move montanhas e ela vai conseguir. to registar a outra colega de autocarro, numa par- «Podemos ter chegado em diferentes navios, tilha que faz com ela e quando lhe é permitido – mas hoje estamos todos no mesmo barco» – trazer do restaurante um tupperware com baca- disse Martin Luther King, e será por isso que, lhau com natas que a delicia, ali mesmo, na para- numa verdade cada vez mais insofismável nesgem porque neste gesto nem o talher é esquecido. te Natal, o coração de muitos pais, familiares e É gratificante ver o seu sorriso de orelha a orelha amigos passará apertadinho de saudade por e a forma como se deleita com este mimo. Contu- tantos que tiveram e terão que partir em busca do, o seu amor de mãe lá está, no cuidado de de um novo porto mais seguro. guardar uma pequena reserva para os seus meninos – «adoram esta comida e vão ficar tão conten- Feliz Natal!

Empirismo

GIL MONTEIRO (*)

m tempos de crise algo tem de mudar mesmo. Pode uma empresa comercial manter, por muitos anos, os mesmos resultados? Não. Por a sua sociedade de garagens não dar lucro ou perda é que o Zeferino descobriu que o cunhado o andava a tramar. Estamos em fase de regressar aos campos, e voltar “a tratar da vida”, como se aprendeu com os pais e avós; ainda que tenhamos eletricidade e computador! Mas perdeu-se a venda (taberna) do Pirolito, e a solenidade da missa dominical, por falta de sacerdote, substituído pela Ana do viúvo, a fazer as rezas na capela. As leiras e lameiros vão deixar de ter silvas, voltando a produzir milho e feno para os animais, pelo menos para um burrito simpático, livre da extinção! Nas “novas” hortas da Richave, iremos encontrar couves, nabos e feijão, com fartura. O trator do Jorge não

vai impedir o uso do gravano, para a rega das plantas aromáticas de estimação, junto ao ribeiro da Senhora da Veiga! Os citadinos estão a aprender, por experiência, que é preciso mudar de hábitos e reciclar o mais possível os objetos usados. A Maria Fernanda tem caprichado nos guisados, graças à utilização de ervas aromáticas, criadas na varanda e marquise do andar virado a nascente. A pequena horta até já produziu favas miúdas! A última inovação foi o cultivo de alfaces, no interior de garrafões de água, rasgados numa face e com as tampas. Como a prateleira tem vários “vasos” de cápsulas de cores diferentes e as alfaces de tons e crescimentos diversos, o efeito visual é lindo! Enquanto os regressos aos campos vão tardando, as habitações citadinas vão passando a rurais, com telhados (terraços) transformados em jardins, como já se vê na cidade do Porto. Sim, pois nas cidades frias, como Toronto, no Canadá, encontramos grandes e bonitos jardins nas caves. Mas a força da crise está a levar à reutilização das vestimentas guardadas nas arcas! Passaram a estar mesmo na moda, agora o que é estapafúrdio é chique! Os adolescentes até as botas de atanado do avô levaram para a faculdade. E, talvez por saturação, metem na mochila umas sandes caseiras, e pou-

O conhecimento empírico é útil, quando bem utilizado e sem discordar das ideias inatas. Nem todos os atos podem ser científicos. A educação e o ensino têm muito de imitação, mas o mundo é feito de mudanças. FOTO ARQUIVO Se a formação dos jovens foi, é e será o maior atributo de uma comunidade, estamos a caminho, numa sociedade envelhecida, duma formação efetiva dos seniores – voltar à escola é preciso! Os idosos são, constantemente, bombardeados: – Ativa o cérebro, mexe as pernas, passeia, vai a espetáculos, lê, faz palavras cruzadas, resolve problemas de sudoku... As cidades estão a ser dotadas de parques recreativos, e as marginais marítimas apresentam boas e bonitas pistas pedestres e de bicicletas, mas a plena mobilidade só numa aldeia pacata, onde a febre de andar motorizado não chegou, resulta em pleno. Jean-Bastiste Lamarck enunciou, empiricamente: – O uso dos órgãos desenvolve-os, o não uso atrofia-os; ... É necessário combater a atrofia! – Os meus filhos sabiam bem o valor do tos(*) jose.gcmonteiro@gmail.com tão, quando foram para a escola. pam uns cêntimos na cantina. “No poupar está o ganho!”, disse o Joaquim para os filhos. Ouvi um ilustre capitalista dizer numa entrevista:


30 de novembro de 2012 • A Voz de Ermesinde

Opinião

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Contra argumentos não há factos pensão, pelo que nos últimos dez anos o pagamento já foi à custa “deles”, esclarecendo que “eles” eram o Estado. Afigura-se-nos, no entanto, que a conclusão enferma de perigoso, grave e enganoso erro. Como é do conhecimento geral, as prestações para a Segurança Social são financia-

bém se pode recolher o entendimento de que “as contribuições sociais são uma adjudicação, isto é, criam um devedor e um credor”. Com efeito, a provar o que Renato Guedes e Rui Viana Pereira defendem na citada obra coordenada por Raquel Varela, está o facto de que quando não há trabalho pres-

A. ÁLVARO SOUSA (*)

FOTO WIKIPEDIA

a sua habitual página no semanário “Expresso” do passado dia nove de Novembro, com o título que plagiamos neste nosso escrito, Miguel Sousa Tavares relata uma conversa que manteve como uma senhora que pela segunda ou terceira vez protestava porque lhe baixaram a pensão de reforma, argumentando que o dinheiro que lhe pagam não é deles, é seu, em resultado de descontos de quarenta anos. Acalmados os ânimos, MST entabulou com a exaltada senhora um diálogo com o objetivo de lhe fazer ver que a afirmação de que o dinheiro era seu e não deles não seria exata. Vai daí, fez-lhe as contas. Há quanto tempo está reformada? Há catorze anos, ouviu da reformada. Muito bem, concluiu o autor, acrescentando que então terá descontado durante quarenta anos a uma média de 10% do seu ordenado, recebendo há catorze anos uma pensão de reforma. E, feitas as contas, concluiu para a sua interlocutora que, mesmo admitindo que durante os quarenta anos nunca a reformada tenha custado um euro ao Estado, o dinheiro que descontou apenas daria para quatro anos de

das por descontos resultantes do trabalho dos cidadãos, na proporção de 1/3 retido pela entidade patronal nas remunerações e 2/3 suportados pela tesouraria patronal, não devendo ser esquecido que a totalidade das contribuições recolhidas pela segurança social é retribuição do trabalho, como se lê a páginas vinte e quatro da publicação “Quem Paga o Estado Social em Portugal?”, sítio onde tam-

tado não se gera riqueza e, consequentemente, não há qualquer contribuição para a segurança social. Isto para salientar que as contas feitas pelo autor do artigo deveriam ter por base uma média de 30% e não apenas os 10% que considerou. Há, porém, uma outra componente e não menos importante para se apreciar com rigor quem paga o quê e a quem, esquecida no cál-

culo dos quatro anos encontrados por MST, qual seja, uma de duas variáveis por que se opte: a atualização dos coeficientes de desvalorização da moeda, ou os juros acumulados que as entregas durante quarenta anos gerou nos “livros” da entidade gestora do fundo que é chamado a cumprir as suas obrigações contratuais. Considerando que a senhora terá iniciado a sua atividade no ano de 1958, reformando-se em 1998; ficcionando-se que as remunerações auferidas terão evoluído ao longo de tão grande período, começando em valores reduzidos e terminado na ordem dos 500 euros mensais, poderemos encontrar saldos que dariam para pagar uma reforma da ordem dos 400 euros durante praticamente toda a vida da senhora exaltada, sem necessidade de chamar os “Outros” para ajudar no pagamento da pensão, bastando que tenha havido rigor e saber nas aplicações financeiras e que o produto destas tenha, na sua diversidade e totalidade, entrado nos cofres da Segurança Social. É oportuno recordar que foram os fundos de pensões das antigas Caixas de Previdência quem financiou marcadamente a implementação da fileira energética hídrica, pelo que parte do produto da nacionalização da REN e da EDP é devida à Segurança Social. Do exposto concluir-se-á, com não menor segurança, que os reformados contributivos não devem as suas pensões aos atuais ou futuros trabalhadores, porque são a devolução de parte significativa do produto do seu trabalho, entregue ao Estado durante várias dezenas de anos na forma de contribuições para a Segurança Social. (*) alvarodesousa@sapo.pt

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A Voz de Ermesinde • 30 de novembro de 2012

Lazer

Efemérides

Coisas Boas

13 DEZEMBRO 1912 – Nasce Luiz Gonzaga, grande músico popular brasileiro, conhecido como "rei do baião" (morreu em 1989).

HORIZONTAIS 1. Contração de preposição e artigo; enredar. 2. Guindo-me; pavimento subterrâneo. 3. Cobre a casa; antes de Cristo. 4. Tia (inf.); lindo. 5. Suavizas. 6. Lubrificar; nome de letra. 7. Galhofa; bebida alcoólica. 8. Unidade; Organização paramilitar nazi; cidade romena. 9. Progenitora; satélite de Júpiter; artigo indefinido. 10. adiantar.

Coze-se o macarrão na água até ficar macio e depois escorre-se. Num tacho grande doura-se a cebola no azeite e adicionam-se todos os ingredientes, inclusive o macarrão. Mexe-se bem e aquece-se cerca de 15 minutos. Serve-se quente.

VERTICAIS

“A Voz de Ermesinde” prossegue neste número uma série de receitas vegetarianas de grau de dificuldade “muito fácil” ou “média”. A reprodução é permitida por http://www.centrovegetariano.org/receitas/, de acordo com os princípios do copyleft.

SOLUÇÕES: VERTICAIS 1. Ato; bruma. 2. Or; ta; imne. 3. Setimo; ET. 4. Petalas. 5. Tolice; sic. 6. Ias: oi. 7. Acabar. 8. Ma; es; grua. 9. Aval; liam. 10. Recomendar.

HORIZONTAIS 1. Aos; tramar. 2. Trepo; cave. 3. Telha; aC. 4. Titi; belo. 5. Amacias. 6. Olear; le. 7. Ri; gin. 8. Um; SS; Arad. 9. Mae; Io; uma. 10. Antecipa.

Anagrama

Veja se sabe 01 - Médico francês, Prémio Nobel da Paz em 1952. 02 - Povo germânico que criou reino ibérico entre 409 e 585 d.C. 03 - Dupla de realizadores, autores de “César Deve Morrer” (2012). 04 - Rio que desagua na cidade de Leiria, na margem esquerda do Lis. 05 - A que classe de animais pertence a rola? 06 - A que continente pertence a Síria? 07 - Em que país fica a cidade de Cagliari? 08 - Qual é a capital de San Marino? 09 - A abreviatura Hyi corresponde a qual constelação? 10 - Elemento metálico radioativo, n.º 98 da Tabela Periódica (Cf).

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SOLUÇÕES:

01 – Albert Schweitzer. 02 – Suevos. 03 – Irmãos Taviani. 04 – Rio Lena. 05 – Aves. 06 – Ásia. 07 – Itália. 08 – Hidra Macho. 09 – Forno. 10 – Califórnio.

Provérbio Dezembro frio, calor no estio. (Provérbio português)

Diferenças

Em cada linha, horizontal ou vertical, têm que ficar todos os algarismos, de 1 a 9, sem nenhuma repetição. O mesmo para cada um dos nove pequenos quadrados em que se subdivide o quadrado grande. Alguns algarismos já estão colocados no local correcto.

Sudoku (soluções) IMAGEM HTTP://WWW.PDCLIPART.ORG

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SOLUÇÕES:

ADAUTO SILVA

Se fiz alguma coisa boa em toda a minha vida, dela me arrependo do fundo do coração. William Shakespeare

Rua das Leiras.

SOLUÇÕES:

Pensamentos

Sudoku

Descubra que rua de Ermesinde se esconde dentro destas palavras com as letras desordenadas: SERIAL.

Descubra as 10 diferenças existentes nos desenhos

FOTO ARQUIVO

• 2 chávena de macarrão tubinho; • 4 chávenas de água; • 1 cebola picada; • 2 colheres de sopa de azeite; • 3 chávenas de molho de tomate caseiro; • 3 colheres de chá de pimenta chili; • sal a gosto; • 1 chávena de milho verde cozido; • 2 chávena de feijão azuki cozido.

Palavras cruzadas

1. Ação; névoa. 2. Porta lógica de disjunção; tântalo (s. q.); magnete. 3. Após o sexto; extra-terrestre. 4. O seu conjunto forma a corola. 5. Parvoíce; tal e qual. 6. Partias; saudação (br.). 7. Terminar. 8. Pérfida; pertences; guindaste. 9. Autorização; Interpretavam a escrita. 10. Aconselhar.

Macarrão nutritivo

01. Botão de punho. 02. Botão de punho. 03. Gravata. 04. Lápis. 05. Gota de suor. 06. Orelha. 07. Olho. 08. Sobrancelha. 09. Boca. 10. Folha.


30 de novembro de 2012 • A Voz de Ermesinde

Tecnologias

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A informática no reino de Liliput – a moda dos minicomputadores (5)

Portal e-Democracia no Brasil: Participação virtual, cidadania real A Câmara dos Deputados brasileira disponibilizou uma versão beta do Portal e-Democracia, uma ferramenta aberta para a participação da sociedade civil em debates sobre temas de importância nacional. Este foi desenvolvido sobre a plataforma colaborativa e livre Noosfero, desenvolvido pela cooperativa de tecnologias livres Colivre (http://colivre.coop.br). Qualquer pessoa pode aí cadastrar-se e participar nos debates. A proposta do e-Democracia é, por meio da Internet, incentivar a participação da sociedade no debate de temas importantes para o país. Está dividido em dois grandes espaços de participação: as Comunidades Legislativas e o Espaço Livre. No primeiro, os cidadãos brasileiros podem participar em debates sobre temas específicos, normalmente relacionados com projetos de lei já existentes. Essas Comunidades oferecem diferentes instrumentos de participação e, ainda, orientações quanto ao andamento da matéria no Congresso Nacional. Já no Espaço Livre, os cidadãos podem definir o tema da discussão e ser o grande motivador dela. O debate será acompanhado pela equipe e-Democracia e pode vir a tornar-se uma Comunidade Legislativa. Fonte: http://edemocracia.camara.gov.br/o-que-e

Lançado Mono 3.0

Aproveitando uma conjugação de fatores muito interessante – a miniaturização eletrónica das boards, o surgimento de processadores de muito baixo consumo de energia, a disponibilidade de pequenos discos muito rápidos SSD, os acessíveis recursos da net e a disponibilidade de sistemas operativos livres e gratuitos –, uma geração de novos minicomputadores tem vindo a fazer o seu aparecimento com uma cada vez maior frequência. Este é o quinto de alguns artigos que apontam exemplos desta nova tendência na informática pessoal. LC (*)

A comunidade mundial do projeto Mono está a comemorar o lançamento do Mono 3.0. O Mono está mais ativo do que nunca, com a sua presença em tablets, smartphones e no seu uso intenso dentro da indústria de jogos, com o MonoGame. Entre as novidades destaque para C# 5.0, suporte ao .NET 4.5, MVC4, Razor, etc.. Fonte: http://www.mono-project.com/Release_Notes_Mono_3.0

NASA utiliza OpenSource para gerir dados vindos de Marte Em notícia divulgada pelo site Opensource.com informa-se que a NASA disponibiliza conteúdos obtidos pelo rover Curiosity que pousou em Marte em agosto passado. O grande desafio da NASA é deixar disponível a qualquer momento e a partir de qualquer lugar os dados da exploração do rover Curiosity. Trata-se de um volume de tráfego de centenas de gigabits/segundo gerado por centenas de milhares de visualizações concorrentes. A plataforma desenvolvida foi toda baseada em open source. Fonte: http://www.madeira.eng.br/blogs/ view_post.php?content_id=602

Lançado Git 1.8.0 O mantenedor do Git, Junio C Hamano, anunciou o lançamento de uma nova versão do sistema de controlo de versão livre. O Git 1.8.0 inclui diversas novas funcionalidades, sintaxe de comandos refinadas e um grande número de correções desde a versão 1.7.12, que foi o último lançamento contendo novas funcionalidades em 19 de agosto. Git agora tem um novo suporte a funcionalidades de credenciais e autenticação que permitem acesso ao keychain em sistemas Windows e ao GNOME Keyring no Linux. A interface gráfica do Git também foi atualizada. Fonte: http://marcelo.juntadados.org/texts/ git-1-8-0A

Avatar APC 8750

Green Computer Eco S 7 Um dos exemplos de microcomputadores com processador de muito baix consumo, é o Eco S 7 da Green Computer, mais um dos pequenos PCs baseados no Mini-ITX com Intel Atom dual core, neste caso com placa gráfica NVidia Ion. Dispõe de 2GB de RAM DDR3 (suficiente para qualquer distribuição Linux), expansível a 4Gb. Tem ainda duas portas USB 3.0, uma Hdmi, uma Dvi, e a possibilidade de vir a incluir um gravador CD, DVD ou Blueray.

Como disco rígido, uma unidade de 2,5” de 250 ou 350GBNo último número de “A Voz de Ermesinde”, entre os microcomputadores que apresentámos, achava-se o VIA APC8750. Pois, deste mesmo fabricante, falmos hoje do VIA Artigo 1200, com processador VIA Eden X2 dual core de 1 GHz, chip multim´dia VX900, 4GB de RAM DDR3, uma porta HDMI, uma VGA, duas Ethernet, e quatro USB 2.0, entre outras ligações. Traz uma porta para ligação Ethernet e como opção pode aceitar um módulo wifi USB. O preço, sem o gravador de CD, DVD ou Blueray, é de 500 euros.

Vem com 512MB de RAM (de origem o dobro do Raspberry Pi que, todavia, também se oferece agora, depois de a isso os fabricantes terem sido instados, com o dobro da RAM inicial). Como sistema operativo traz o Android 4.0 ICS, embora esteja prevista uma completa compatibilidade com Ubuntu e Arch. O Gooseberry é proposto a 65 dólares.

se é perfeitamente possível pôr o Odroid-X a correr o Ubuntu. O Odroid-X é oferecido ao preço de 129 dólares (cerca de 105 euros). Intel NUC Uma outra solução do género do Raspberry Pi ou do Odroid-X é o Intel NUC, uma outra carta de dimensões reduzidas (10cm de lado), que traz como processador o Sandy Bridge Core i3 / i5 e uma GPU Intel GMA HD 3000. O Intel NUC vem com dois slots para DDR3 SODIMM e duas PCI Express, além de duas portas USB, Hdmi, Thunderbolt, módulo para conexão wifi e saída audio multicanal.

Ainda uma solução semelhante às anteriores, e fabricado pela Via Technologies, o Avatar APC 8750 é um miniPC baseado no processador ARM WonderMedia WM8750 (ARMv6), de 800MHz, built-in 3D como GPU e 512 MB de RAM DDR3. Vem com disco de 2GB expansível atrav´s de microSD, quatro portas USB 2.0, uma porta Hdmi para ligação a um televisor de nova geração e uma porta VGA para ligação a um monitor. Presentes também saídas para jack e microfone e uma porta Ethernet. Como sistema operativo instalado, vem com o Android 2.3 (que provavelmente será atualizado para o 4.0). O preço proposto é de 59 dólares (isto é, cerca de 46 euros). Num outro campeonato, o VIA EPIA-M920 Finalmente, por hoje, apresentamos o VIA EPIA-M920, outra placa-mãe, como as anteriores, mas de características muito superiores, de 17 cm de largo, que é proposta em duas variações alternativas, uma com processador Quad-Core Via de 1,2GHz, e outra com o Via Dual-Core Eden X2, de 1GHz, ambos com sistema de ventilação sem ventoinha.

Odroid-X Uma solução na linha da que foi apresentada pelo Raspberry Pi, isto é, na forma de uma simples placa, é a oferecida pelo Odroid-X, um micocomputador construído à volta do processador Samsung Exynos4412 Cortex-A9 Quad Core a 1,4Ghz e 1MB L2 cache (o mesmo utilizado no tão bem sucedido smartphone Samsung Galaxy S3), com um processador gráfico Mali-400 Quad Core e 1GB de Ram. Esta placa/computador vem com seis porta USB 2.0 e uma porta Ethernet, entradas para jack e microfone, e leitor de memória SD, no qual teremos o sistema operativo. De raiz, este será o Android 4.0, mesmo

Embora sem dados definitivos, o Intel NUC deveria ser comercializado a cerca de 100 euros (só a carta mãe). Gooseberry Mais uma solução semelhante às anteriores, com o computador numa pequena placa de dimensões muito reduzidas e baixo consumo, é a apresentada pelo Gooseberry, fornecido com um processador ARM A10 a 1GHz, embora permita explorar um overclock para 1,5GHz.

Como processador gráfico, vem com o Via Chrome 640/645, o que permite aceleração gráfica para video MPEG-2, MPEG-4, WMV9, VC-1 e H.264. O VIA EPIA-M920 admite até 16GB de RAM DDR3! Vem com duas saídas Hdmi e duas Ethernet, duas portas USB 3.0 duas 2.0, duas SATA, uma PCI e suporte para cartões de memória SD (SDXC/SDHC), drivers para Windows 7, XP e para Linux, mas desconhece-se o preço. (*) Com base em informações recolhidas sobretudo no site http://www.lffl.org´e nos sites dos respetivos fabricantes.


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A Voz de Ermesinde • 30 de novembro de 2012

Arte Nona

Entretanto

Pranchas de “Pessoa & CIA” expostas em Barcelona

340º Encontro da Tertúlia BD de Lisboa Realizou-se no passado dia 6 de novembro 2012, primeira 3ª feira do mês, o 340º Encontro da Tertúlia BD de Lisboa, que teve lugar no único restaurante (atualmente) existente no Parque Mayer. O Convidado Especial foi Fil – Luís Filipe Vieira da Silva Lopes, nascido no Porto a15 de novembro de 1977. Conforme relata Geraldes Lino no seu blogue “Divulgando banda Desenhada”, Luís Filipe Lopes possui um doutoramento em Ciências Biomédicas. Teve uma introdução à Pintura sob orientação do artista plástico Dagoberto Silva, e foi orientado na área da Ilustração Científica pelo ilustrador Pedro Salgado. Embora na Banda Desenhada seja autodidata, Fil tem desenvolvido uma constante

Com o apoio do Instituto Camões Instituto da Cooperação e da Língua, foi inaugurado no passado dia 22 de novembro, no Reial Cercle Artistic de Barcelona, uma exposição de várias pranchas da obra “Pessoa & CIA”, da autora espanhola Laura Pérez Vernetti, autora da novela gráfica tendo por tema o genial poeta português. Recorde-se que esta obra foi recentemente, em meados de outubro, apresentada em Portugal, quer na Livraria Leya na Buchholz, quer na própria Casa Fernando Pessoa. Nesta última houve também lugar a uma exposição de pranchas, que foi complementada por uma mesa redonda em que participaram António Jorge Gonçalves, Filipe Abranches e Golghona Anghel, sob moderação de Sara Figueiredo Costa.

mais tarde se associou André Oliveira na equipa editorial). O “Zona” desdobra-se em diversos temas (indicados no subtítulo), e onde Fil tem publicado a maior parte da sua produção em BD: Zona Zero - maio 2009 - Fez a ilustração da capa, uma ilustração interior, e uma bd de três pranchas, a cores, intitulada "Anomalia"; Zona Negra - setembro 2009 - Uma ilustração, e a bd a preto e branco,"Rotina", em quatro pranchas, sob argumento de Gustavo Carreira; Zona Fantástica - março 2010 - Uma bd a cores, de quatro pranchas, com o título "Dador Universal"; Zona Gráfica (Vol.1) - maio 2010 - Criou a bd "A Noite" em quatro pranchas, a cores, mas publicada no fanzine a preto e branco; fez, em parceria com André Oliveira, a bd "3ª directa"; PRANCHA FIL

Presenças na 340ª Tertúlia É ainda Geraldes Lino que, no seu blogue, dá conta da lista de presenças neste 340º Encontro da TBDL, sujeita a uma ou outra confirmação:

Fonte: http://www.divulgandobd.blogspot.pt

Tornado – Digital Zero International Artshow Desde 9 de novembro e até 7 de dezembro a Galeria da Biblioteca Municipal Rocha Peixoto, na Póvoa de Varzim, tem em exposição “Tornado – Digital Zero International Artshow”, uma mostra com a participação de 70 autores, comissariada por Esgar Acelerado. O denominador comum das obras expostas é que sejam trabalho “ não digital” – num regresso ao objeto único e irrepetível (com exceção das técnicas tradicionais como a serigrafia ou a gravura). É uma exposição de desenho, ilustração e pintura em todas as suas vertentes e técnicas nãodigitais. ou gravura). A mostra conta com a presença de alguns autores estrangeiros. A inspiração do nome veio da ideia de movimento devastador e a deixar marcas (… e também porque é o nome do cavalo do Zorro). De notar que a mostra estava inicialmente destinada a terminar no dia 30 de novembro mas, dado o afluxo do público, foi posteriormente estendida até ao dia 7 de dezembro. Fonte: https://www.facebook.com/ events/291699537607701/ permalink/300825703361751/ O

quatro pranchas com argumento de André Oliveira, e uma bd de duas pranchas, a cores, intitulada "Cabaret Monstra", sob argumento de Gabriel Martins; Zona Gráfica 2 - maio 2011 - A bd "Sangue", de quatro pranchas, com argumento de André Oliveira; Zona Nippon - maio 2012 - A bd "Samurai - Aquele Que Serve", cinco pranchas sob argumento de Gabriel Martins; Zona Desenha - outubro 2012 - Uma bd sem título, feita com o filho David, de cinco anos, na altura da colaboração. Fil faz parte da Direção da Associação Tentáculo, que tem publicado diversas obras de BD, Ilustração, Poesia e ficção. Visível em: http://atentaculo.weebly.com. É fundador, editor e designer gráfico do “Zona” (ver em www.zonabd.blogspot.pt). Tem participado em exposições individuais de Pintura e Desenho, e já foi formador num workshop de BD intitulado "Do Esboço à Arte Final", integrado no evento "BD ao Forte" (Lisboa, 2012). Além dos anteriores indicados, tem activos mais dois espaços internéticos: http://filbd.blogspot.pt http://fil-art.blogspot.pt

atividade na BD nos seus tempos livres, umas vezes como autor completo, outras simplesmente no papel de desenhador, fazendo dupla com argumentistas. Além disso, lançou um dos mais importantes fanzines portugueses de banda desenhada da atualidade, tanto no conteúdo como no aspeto gráfico, o “Zona”, (a que

Zona Gráfica (Vol.2) - maio 2010 - Uma bd a cores de quatro pranchas, intitulada "Married Style", sob argumento de Geoff Sebesta e Justin Humphries; Zona Negra 2 - novembro 2010 - A bd "Nocturna", de três pranchas, com argumento de André Oliveira; Zona Monstra - março 2011 - Uma bd de

1.Adelina Menais 2.Álvaro 3.Ana Saúde 4.Ana Vidazinha 5.André Oliveira 6.António Isidro 7.Carlos Páscoa 8.Cristina Amaral 9.Falcato 10.Fil (Convidado Especial) 11.Filipe Bravo 12.Filipe Duarte 13.Francisco Cunha 14.Frederico Carvalho 15.Geraldes Lino 16.Helder Jotta 17.Horácio 18.Hugo Teixeira 19.Inês Ramos 20.João Amaral 21.João Figueiredo 22.José Pinto Carneiro 23.Manuel Valente 24.Miguel Ferreira 25.Miguel Gabriel 26.Miguel Sousa Ferreira 27.Moreno 28.Nuno Amado 29.Nuno Duarte "Outro Nuno" 30.Nuno Neves 31.Paulo Costa 32.Pedro Bouça 33.Rui Domingues 32.Sá-Chaves, João Paulo 33.Simões dos Santos


30 de novembro de 2012 • A Voz de Ermesinde

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Arte Nona

O ajudante de cangalheiro (17/18)• autor: PAULO PINTO


A Voz de Ermesinde • 30 de novembro de 2012

Serviços

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Farmácias de Serviço Permanente

Telefones CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE

De 01/12/12 a 31/12/12

• Educação Pré-Escolar (Teresa Braga Lino) (Creche, Creche Familiar, Jardim de Infância)

• População Idosa (Anabela Sousa) (Lar de Idosos, Apoio Domiciliário) • Serviços de Administração (Júlia Almeida) Tel.s 22 974 7194; 22 975 1464; 22 975 7615; 22 973 1118; Fax 22 973 3854 Rua Rodrigues de Freitas, 2200 4445-637 Ermesinde • Formação Profissional e Emprego (Albertina Alves) (Centro de Formação, Centro Novas Oportunidades, Empresas de Inserção, Gabinete de Inserção Profissional) • Gestão da Qualidade (Sérgio Garcia) Tel. 22 975 8774 Largo António Silva Moreira, 921 4445-280 Ermesinde • Jornal “A Voz de Ermesinde” (Fernanda Lage) Tel.s 22 975 7611; 22 975 8526; Fax. 22 975 9006 Largo António da Silva Moreira Canório, Casa 2 4445-208 Ermesinde

Telefones

ECA

Telefones de Utilidade Pública

ERMESINDE CIDADE ABERTA

• Sede Tel. 22 974 7194 Largo António Silva Moreira, 921 4445-280 Ermesinde • Centro de Animação Saibreiras (Manuela Martins) Tel. 22 973 4943; 22 975 9945; Fax. 22 975 9944 Travessa João de Deus, s/n 4445-475 Ermesinde • Centro de Ocupação Juvenil (Manuela Martins) Tel. 22 978 9923; 22 978 9924; Fax. 22 978 9925 Rua José Joaquim Ribeiro Teles, 201 4445-485 Ermesinde

Auxílio e Emergência

Saúde

Avarias - Água - Eletricidade de Ermesinde ......... 22 974 0779 Avarias - Água - Eletricidade de Valongo ............. 22 422 2423 B. Voluntários de Ermesinde ...................................... 22 978 3040 B.Voluntários de Valongo .......................................... 22 422 0002 Polícia de Segurança Pública de Ermesinde ................... 22 977 4340 Polícia de Segurança Pública de Valongo ............... 22 422 1795 Polícia Judiciária - Piquete ...................................... 22 203 9146 Guarda Nacional Republicana - Alfena .................... 22 968 6211 Guarda Nacional Republicana - Campo .................. 22 411 0530 Número Nacional de Socorro (grátis) ...................................... 112 SOS Criança (9.30-18.30h) .................................... 800 202 651 Linha Vida ............................................................. 800 255 255 SOS Grávida ............................................................. 21 395 2143 Criança Maltratada (13-20h) ................................... 21 343 3333

Centro Saúde de Ermesinde ................................. 22 973 2057 Centro de Saúde de Alfena .......................................... 22 967 3349 Centro de Saúde de Ermesinde (Bela).................... 22 969 8520 Centro de Saúde de Valongo ....................................... 22 422 3571 Clínica Médica LC ................................................... 22 974 8887 Clínica Médica Central de Ermesinde ....................... 22 975 2420 Clínica de Alfena ...................................................... 22 967 0896 Clínica Médica da Bela ............................................. 22 968 9338 Clínica da Palmilheira ................................................ 22 972 0600 CERMA.......................................................................... 22 972 5481 Clinigandra .......................................... 22 978 9169 / 22 978 9170 Delegação de Saúde de Valongo .............................. 22 973 2057 Diagnóstico Completo .................................................. 22 971 2928 Farmácia de Alfena ...................................................... 22 967 0041 Farmácia Nova de Alfena .......................................... 22 967 0705 Farmácia Ascensão (Gandra) ....................................... 22 978 3550 Farmácia Confiança ......................................................... 22 971 0101 Farmácia Garcês (Cabeda) ............................................. 22 967 0593 Farmácia MAG ................................................................. 22 971 0228 Farmácia de Sampaio ...................................................... 22 974 1060 Farmácia Santa Joana ..................................................... 22 977 3430 Farmácia Sousa Torres .................................................. 22 972 2122 Farmácia da Palmilheira ............................................... 22 972 2617 Farmácia da Travagem ................................................... 22 974 0328 Farmácia da Formiga ...................................................... 22 975 9750 Hospital Valongo .......... 22 422 0019 / 22 422 2804 / 22 422 2812 Ortopedia (Nortopédica) ................................................ 22 971 7785 Hospital de S. João ......................................................... 22 551 2100 Hospital de S. António .................................................. 22 207 7500 Hospital Maria Pia – crianças ..................................... 22 608 9900

Serviços Locais de venda de "A Voz de Ermesinde" • Papelaria Central da Cancela - R. Elias Garcia; • Papelaria Cruzeiro 2 - R. D. António Castro Meireles; • Papelaria Troufas - R. D. Afonso Henriques - Gandra; • Café Campelo - Sampaio; • A Nossa Papelaria - Gandra; • Quiosque Flor de Ermesinde - Praça 1º de Maio; • Papelaria Monteiro - R. 5 de Outubro.

Fases da Lua

Dez 20 20112

Lua Cheia: 228 8 ; Q. Minguante: 6 ; 13;; Q. Crescente: 20 20.. Lua Nova: 13

27 27;; Q. Minguante: 4 ; Jan 2013 LLuaua Cheia: Nova: 11 11;; Q. Crescente: 19 19..

Ficha de Assinante A VOZ DE

ERMESINDE Nome ______________________________ _________________________________ Morada _________________________________ __________________________________________________________________________________ Código Postal ____ - __ __________ ___________________________________ Nº. Contribuinte _________________ Telefone/Telemóvel______________ E-mail ______________________________ Ermesinde, ___/___/____ (Assinatura) ___________________ Assinatura Anual 12 núm./ 9 euros NIB 0036 0090 99100069476 62 R. Rodrigues Freitas, 2200 • 4445-637 Ermesinde Tel.: 229 747 194 • Fax: 229 733 854

Farmácias de Serviço

Dias

• Infância e Juventude (Fátima Brochado) (ATL, Actividades Extra-Curriculares)

Cartório Notarial de Ermesinde ..................................... 22 974 0087 Centro de Dia da Casa do Povo .................................. 22 971 1647 Centro de Exposições .................................................... 22 972 0382 Clube de Emprego ......................................................... 22 972 5312 Mercado Municipal de Ermesinde ............................ 22 975 0188 Mercado Municipal de Valongo ................................. 22 422 2374 Registo Civil de Ermesinde ........................................ 22 972 2719 Repartição de Finanças de Ermesinde...................... 22 978 5060 Segurança Social Ermesinde .................................. 22 973 7709 Posto de Turismo/Biblioteca Municipal................. 22 422 0903 Vallis Habita ............................................................... 22 422 9138 Edifício Faria Sampaio ........................................... 22 977 4590

Bancos Banco BPI ............................................................ 808 200 510 Banco Português Negócios .................................. 22 973 3740 Millenium BCP ............................................................. 22 003 7320 Banco Espírito Santo .................................................... 22 973 4787 Banco Internacional de Crédito ................................. 22 977 3100 Banco Internacional do Funchal ................................ 22 978 3480 Banco Santander Totta ....................................................... 22 978 3500 Caixa Geral de Depósitos ............................................ 22 978 3440 Crédito Predial Português ............................................ 22 978 3460 Montepio Geral .................................................................. 22 001 7870 Banco Nacional de Crédito ........................................... 22 600 2815

Transportes Central de Táxis de Ermesinde .......... 22 971 0483 – 22 971 3746 Táxis Unidos de Ermesinde ........... 22 971 5647 – 22 971 2435 Estação da CP Ermesinde ............................................ 22 971 2811 Evaristo Marques de Ascenção e Marques, Lda ............ 22 973 6384 Praça de Automóveis de Ermesinde .......................... 22 971 0139

Desporto Águias dos Montes da Costa ...................................... 22 975 2018 Centro de Atletismo de Ermesinde ........................... 22 974 6292 Clube Desportivo da Palmilheira .............................. 22 973 5352 Clube Propaganda de Natação (CPN) ....................... 22 978 3670 Ermesinde Sport Clube ................................................. 22 971 0677 Pavilhão Paroquial de Alfena ..................................... 22 967 1284 Pavilhão Municipal de Campo ................................... 22 242 5957 Pavilhão Municipal de Ermesinde ................................ 22 242 5956 Pavilhão Municipal de Sobrado ............................... 22 242 5958 Pavilhão Municipal de Valongo ................................. 22 242 5959 Piscina Municipal de Alfena ........................................ 22 242 5950 Piscina Municipal de Campo .................................... 22 242 5951 Piscina Municipal de Ermesinde ............................... 22 242 5952 Piscina Municipal de Sobrado ................................... 22 242 5953 Piscina Municipal de Valongo .................................... 22 242 5955 Campo Minigolfe Ermesinde ..................................... 91 619 1859 Campo Minigolfe Valongo .......................................... 91 750 8474

Cultura Arq. Hist./Museu Munic. Valongo/Posto Turismo ...... 22 242 6490 Biblioteca Municipal de Valongo ........................................ 22 421 9270 Centro Cultural de Alfena ................................................ 22 968 4545 Centro Cultural de Campo ............................................... 22 421 0431 Centro Cultural de Sobrado ............................................. 22 415 2070 Fórum Cultural de Ermesinde ........................................ 22 978 3320 Fórum Vallis Longus ................................................................ 22 240 2033 Nova Vila Beatriz (Biblioteca/CMIA) ............................ 22 977 4440 Museu da Lousa ............................................................... 22 421 1565

Comunicações Posto Público dos CTT Ermesinde ........................... 22 978 3250 Posto Público CTT Valongo ........................................ 22 422 7310 Posto Público CTT Macieiras Ermesinde ................... 22 977 3943 Posto Público CCT Alfena ........................................... 22 969 8470

Administração Agência para a Vida Local ............................................. 22 973 1585 Câmara Municipal Valongo ........................................22 422 7900 Centro de Interpretação Ambiental ................................. 93 229 2306 Centro Monit. e Interpret. Ambiental. (VilaBeatriz) ...... 22 977 4440 Secção da CMV (Ermesinde) ....................................... 22 977 4590 Serviço do Cidadão e do Consumidor .......................... 22 972 5016 Gabinete do Munícipe (Linha Verde) ........................... 800 23 2 001 Depart. Educ., Ação Social, Juventude e Desporto ...... 22 421 9210 Casa Juventude Alfena ................................................. 22 240 1119 Espaço Internet ............................................................ 22 978 3320 Gabinete do Empresário .................................................... 22 973 0422 Serviço de Higiene Urbana.................................................... 22 422 66 95 Ecocentro de Valongo ................................................... 22 422 1805 Ecocentro de Ermesinde ............................................... 22 975 1109 Junta de Freguesia de Alfena ............................................ 22 967 2650 Junta de Freguesia de Sobrado ........................................ 22 411 1223 Junta de Freguesia do Campo ............................................ 22 411 0471 Junta de Freguesia de Ermesinde ................................. 22 973 7973 Junta de Freguesia de Valongo ......................................... 22 422 0271 Serviços Municipalizados de Valongo ......................... 22 977 4590 Centro Veterinário Municipal .................................. 22 422 3040 Edifício Polivalente Serviços Tecn. Municipais .... 22 421 9459

Ensino e Formação Cenfim ......................................................................................... 22 978 3170 Centro de Explicações de Ermesinde ...................................... 22 971 5108 Colégio de Ermesinde ........................................................... 22 977 3690 Ensino Recorrente Orient. Concelhia Valongo .............. 22 422 0044 Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomes .................. 22 973 3703/4 Escola EB2/3 de S. Lourenço ............................ 22 971 0035/22 972 1494 Escola Básica da Bela .......................................................... 22 967 0491 Escola Básica do Carvalhal ................................................. 22 971 6356 Escola Básica da Costa ........................................................ 22 972 2884 Escola Básica da Gandra .................................................... 22 971 8719 Escola Básica Montes da Costa ....................................... 22 975 1757 Escola Básica das Saibreiras .............................................. 22 972 0791 Escola Básica de Sampaio ................................................... 22 975 0110 Escola Secundária Alfena ............................................. 22 969 8860 Escola Secundária Ermesinde ........................................ 22 978 3710 Escola Secundária Valongo .................................. 22 422 1401/7 Estem – Escola de Tecnologia Mecânica .............................. 22 973 7436 Externato Maria Droste ........................................................... 22 971 0004 Externato de Santa Joana ........................................................ 22 973 2043 Instituto Bom Pastor ........................................................... 22 971 0558 Academia de Ensino Particular Lda ............................. 22 971 7666 Academia APPAM .......... 22 092 4475/91 896 3100/91 8963393 AACE - Associação Acad. e Cultural de Ermesinde ........... 22 974 8050 Universidade Sénior de Ermesinde .............................................. 93 902 6434

01 02 03 04 05 06 07 08 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 25 26 27 28 29 30 31

Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda

Alfena Ascensão Confiança Formiga Garcês MAG Nova Alfena Palmilheira Sousa Torres Sampaio Santa Joana Travagem Alfena Ascensão Confiança Formiga Garcês MAG Nova Alfena Palmilheira Sampaio Santa Joana Travagem Alfena Ascensão Confiança Sousa Torres Formiga Garcês MAG Nova Alfena Palmilheira Sampaio

Marques Santos Vilardell Marques Cunha Outeiro Linho Sobrado Bessa Central Vilardell Marques Cunha Outeiro Linho Sobrado Bessa Central Marques Santos Marques Cunha Outeiro Linho Sobrado Bessa Central Marques Santos Vilardell Outeiro Linho Sobrado Bessa Central Marques Santos Vilardell Marques Cunha Sobrado Bessa Central

FICHA TÉCNICA A VOZ DE

ERMESINDE JORNAL MENSAL • N.º ERC 101423 • N.º ISSN 1645-9393 Diretora: Fernanda Lage. Redação: Luís Chambel (CPJ 1467), Miguel Barros (CPJ 8455). Fotografia: Editor – Manuel Valdrez (CPJ 8936), Ursula Zangger (CPJ 1859). Maquetagem e Grafismo: LC, MB. Publicidade e Asssinaturas: Aurélio Lage, Lurdes Magalhães. Colaboradores: Afonso Lobão, A. Álvaro Sousa, Ana Marta Ferreira, Armando Soares, Cândida Bessa, Chelo Meneses, Diana Silva, Faria de Almeida, Filipe Cerqueira, Gil Monteiro, Glória Leitão, Gui Laginha, Jacinto Soares, Joana Gonçalves, João Dias Carrilho, Sara Teixeira, Joana Viterbo, José Quintanilha, Luís Dias, Luísa Gonçalves, Lurdes Figueiral, Manuel Augusto Dias, Manuel Conceição Pereira, Marta Ferreira, Nuno Afonso, Paulo Pinto, Reinaldo Beça, Rui Laiginha, Rui Sousa, Sara Amaral. Propriedade, Administração, Edição, Publicidade e Assinaturas: CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE • Rua Rodrigues de Freitas, N.º 2200 • 4445-637 ERMESINDE • Pessoa Coletiva N.º 501 412 123 • Serviços de registos de imprensa e publicidade N.º 101 423. Telef. 229 747 194 - Fax: 229733854 Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde. Tels. 229 757 611, 229 758 526, Tlm. 93 877 0762. Fax 229 759 006. E-mail: avozdeermesinde@gmail.com Site:www.avozdeermesinde.com Impressão: DIÁRIO DO MINHO, Rua Cidade do Porto – Parque Industrial Grundig, Lote 5, Fração A, 4700-087 Braga. Telefone: 253 303 170. Fax: 253 303 171. Os artigos deste jornal podem ou não estar em sintonia com o pensamento da Direção; no entanto, são sempre da responsabilidade de quem os assina.

Emprego Centro de Emprego de Valongo .............................. 22 421 9230 Gabin. Inserção Prof. do Centro Social Ermesinde .. 22 975 8774 Gabin. Inserção Prof. Ermesinde Cidade Aberta ... 22 977 3943 Gabin. Inserção Prof. Junta Freguesia de Alfena ... 22 967 2650 Gabin. Inserção Prof. Fab. Igreja Paroq. Sobrado ... 91 676 6353 Gabin. Inserção Prof. CSParoq. S. Martinho Campo ... 22 411 0139 UNIVA ............................................................................. 22 421 9570

Tiragem Média do Mês Anterior: 1100


30 de novembro de 2012 • A Voz de Ermesinde

Serviços

Agenda Desporto FUTEBOL

16 DE DEZEMBRO, 15H00

Estádio de Sonhos – ERMESINDE SC- SC RIO TINTO Jogo a contar para a décima-quarta jornada do Campeonato Distrital – Divisão de Honra, da Associação de Futebol do Porto. (Agenda Associação de Futebol do Porto).

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01 Dez - 31 Dez Feiras, festas e romarias 1, 2, 7, 8 E 9 DE DEZEMBRO Largo do Centenário “FEST A DO P AI N ATAL “FESTA PAI NA AL”” Muita animação e várias surpresas previstas. (Agenda da Câmara Municipal de Valongo).

Exposições 9 DE NOVEMBRO A 31 DE DEZEMBRO Fórum Cultural de Ermesinde “PRONTO A HABITAR” - FOTOGRAFIA (DE HÉLDER SOUSA) Resultado da sua tese de mestrado, Hélder Sousa apresenta aqui uma série de fotografias de edifícios habitacionais inacabados decorrentes da falência das construtoras civis e empresas promotoras por falta de financiamento das instituições bancárias. Estes “esqueletos de betão” constituem a nova paisagem urbana. (Agenda da Área Metropolitana do Porto).

Exposições 23 DE NOVEMBRO A 31 DE JANEIRO o alongo Museu Municipal de Valong “PRESÉPIOS” - E XPOSIÇÃO / VENDA Exposição de Presépios do mundo e uma mostra/venda de trabalhos de artesãos concelhios e alunos da Escola Básica Vallis Longus. A exposição, cuja inauguração decorrerá no dia 23 de novembro, pelas 21h30, estará patente no Museu Municipal de Valongo até ao dia 31 de janeiro. (Agenda da Câmara Municipal de Valongo).


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A Voz de Ermesinde • 30 de novembro de 2012

Última

Feira de S. Martinho Gastronómico 2012 Espaço de convívio e solidariedade que muito deve ao trabalho voluntário de amigos, dirigentes, funcionários e utentes do Centro Social de Ermesinde (CSE), a Feira do S. Martinho Gastronómico 2012, além de encontro com a cozinha tradicional portuguesa, fez mais uma vez reviver a animação do antigo largo da feira velha de Ermesinde, paredes meias, agora, com o nosso jornal. LC FOTOS URSULA ZANGGER


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