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30 de maio de 2012

• A Voz de Ermesinde

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VOZDE DE AAVOZ

ERMESINDE

MAIS DE 50 ANOS – QUASE 900 NÚMEROS

N.º 893 • ANO LII/LIV

30 de maio de 2012

DIRETORA: Fernanda Lage

PREÇO: 1,00 Euros (IVA incluído)

M E N S Á R I O TAXA PAGA PORTUGAL 4440 VALONGO

• Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 • Fax: 229759006 • Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde • E-mail: avozdeermesinde@gmail.com

“A Voz de Ermesinde” na Internet: http://www.avozdeermesinde.com/ FOTO URSULA ZANGGER

Fim de ciclo Fim de ciclo político no concelho de Valongo, com os últimos dias do mandato de Fernando Melo à frente da Câmara Municipal, na qual se manteve por quase duas décadas, que foram bem marcantes e exemplares das prioridades de desenvolvimento nacional e concelhio e de uma certa forma de fazer política, que agora, a toque de rebate, parece ter chegado ao fim. João Paulo Baltazar vai suceder-lhe no que resta do mandato autárquico, o que, para já, não muda muita coisa, até porque já era ele, nos últimos tempos, o homem forte da autarquia, parecendo também ser o rosto do PSD para os tempos que se avizinham. Por outro lado, é também um final de ciclo para a oposição, que teve na disputa para a Concelhia entre Afonso Lobão e José Manuel Ribeiro, no PS, duas ideias de combate político que podem marcar um virar de página, e que começa a ter, na Coragem de Mudar, alguns sintomas visíveis de erosão. Que ideia há para o concelho? Pode ser o pão uma marca estruturante, do ponto de vista cultural e económico? Podem as Bugiadas, reconhecida a sua riqueza em termos da cultura popular, tornar-se um polo de atração e dignificação do concelho, se se mantiverem a salvo de um marketing serôdio? Pode a riqueza natural (biológica, geológica, fossilífera) ser essa âncora? Pode o reconhecido prestígio teatral do concelho (sobretudo com o trabalho de Júnior Sampaio e do ENTREtanto) ser desperdiçado? Pode a ideia de desenvolvimento a todo o custo, mesmo da perda ambiental, da identidade, e da equidade, continuar a fazer o seu caminho, com o argumento do emprego a justificar seja o que for? Fim de ciclo?

DESTAQUE SEMINÁRIO

Rede INOVAR lança reflexão sobre educação e formação de adultos

Pág. 3

Transexualidade em debate no Centro Cultural de Campo

Pág.s 6 e 7

Homenagem dos seus alunos de Tea tr o eatr tro ao diretor do ENTREtanto Júnior Sampaio

Págs. 7 e Última

Er mesindense Ermesindense é coautor de manual digital de Matemática

Pág. 11

Entrevista com Alber to Alberto Mateus – presidente da AACE

Págs. 12 e 13

BASQUETEBOL (FEMININOS)

CPN sagrou-se vicecampeão nacional na categoria de cadetes. DESPORTO


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FERNANDA LAGE DIRETORA

EDITORIAL

Valha-nos Santa Rita!... Embora pense que já não há Santa Rita que nos valha, é de tentar recorrer ao seu poder superior para resolver problemas impossíveis, como os das sucessivas crises do nosso país. Não me refiro à crise financeira porque essa é mais global, refiro-me a outras, às que todos os dias nos entram porta dentro, sejam elas económicas, sociais, éticas ou culturais. Relembro com saudade a passagem dos peregrinos a caminho da Santa Rita: manhã cedo vinham em bando, da Maia, Matosinhos, Gondomar, Santo Tirso, Paços de Ferreira, Porto e até de Gaia e Espinho, para não falar das diferentes freguesias do concelho. Há 50 anos a festa de Santa Rita era o grande acontecimento da terra, todos iam à festa, independentemente do seu estrato social, a gente da terra tinha o seu dia preferido na 2ª feira. Hoje lembro-me da Santa Rita não pela festa em si mas pela associação que faço à crença do seu poder em ajudar quem precisa e dar solução às questões consideradas impossíveis pelos vulgares mortais. Nesta encruzilhada em que vivemos temos que recorrer a tudo, independentemente das crenças de cada um… Uma coisa é certa, tudo começou com a crise financeira, crise essa que provou que o sistema capitalista é um sistema instável e que os mercados livres não são de confiança. A crise financeira é fruto do predomínio ascendente de uma

ideologia neoliberal baseada em mercados autoreguladores que se pautam pela lógica do lucro e que se servem de sistemas financeiros sofisticados e sem escrúpulos sociais. Nada foi feito inocentemente, como se explica que tantos bancos tenham permitido que pessoas sem quaisquer meios tivessem adquirido hipotecas que não podiam pagar? «Muitos de nós julgávamos, FOTO ARQUIVO com toda a sinceridade que tínhamos chegado ao limiar de um mundo mais justo e mais fraterno». (1) E os Estados, e os seus governos, andavam todos a dormir? Viveu-se uma ilusão que nos vai sair muito cara, mas o capitalismo na sua forma tradicional ficou abalado, «a lição do capitalismo em si é a de que nada é permanente». (2) Para onde caminhamos? Se caminhamos… Boa questão para a Santa Rita resolver! Este ano vou à Santa Rita, pode ser que encontre um caminho, uma alternativa menos tecnocrática, menos empresarial, que tenha em conta outros valores para além do lucro, que contemple o ser humano numa perspetiva global, que nos ajude a encontrar soluções benéficas para o mundo que habitamos, e acima de tudo, que quem quer trabalhar encontre um trabalho com dignidade. (1) José Mattoso, Levantar o céu – Os labirintos da Sabedoria”, Ed. Temas e Debates/ /Círculo de Leitores, 2012. (2) Geoff Mulgan.


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• SEMINÁRIO SOBRE APRENDIZAGEM A LONGO DA VIDA •

INOVAR lançou reflexão sistematizada sobre educação e formação de adultos

FOTOS LILIANA MONTEIRO

No passado dia 24 de maio a rede INOVAR, tendo por palco o Fórum Cultural de Ermesinde, realizou o seminário “Heranças e Pontes para a Aprendizagem ao Longo da Vida”. No programa do evento promoveu-se a sistematização de uma reflexão sobre a educação e formação de adultos. FPE/CSE (*)

Dividido em dois painéis, Maria Trindade do Vale, vereadora da Educação da Câmara Municipal de Valongo, abriu o seminário reforçando a importância do evento para a redefinição das políticas sociais do concelho. Gonçalo Xufre, por sua vez, como representante do Ministério da Educação e Ciência (MEC) e presidente da Agência Nacional para a Qualificação e Ensino Profissional, fazendo referência ao recente estudo realizado pelo Instituto Superior Técnico sob a coordenação de Francisco Lima, adiantou que este vai servir de base para a tomada de decisões relativas à formação, vincando a aposta em ruturas com o atual modelo de educação e formação de adultos. Quanto à rede de Cen-

tros Novas Oportunidades (CNO) vão, nas palavras do representante do MEC, sofrer uma redução significativa a nível nacional, passando a ter a designação de Centros para a Qualificação e Formação Profissional. Uma alteração que refletirá as novas orientações para a ANQEP, sob a tutela do MEC e Ministério da Economia e Emprego, vocacionadas para a profissionalidade. O primeiro painel, sob os “Olhares distintos sobre a Iniciativa Novas Oportunidades”, contou com a intervenção de dois adultos, Carla Ribeiro e Alfredo Albuquerque, com testemunhos sobre os seus percursos formativos. Neste painel participou também Célia Pedrosa, do Grupo Jerónimo Martins, que revelou a estratégia do grupo no desenvolvimento dos processos de formação dos seus cola-

boradores. Já José Manuel Castro, docente e investigador na área da Educação e Formação de Adultos (EFA), da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, preferiu uma abordagem sistémica sobre a EFA, através de uma analogia, estabelecendo as pontes entre o trabalho realizado e o que se prefigura. Desta análise salientou todo um capital humano que cresceu exponencialmente, sem igual na história portuguesa, na última década. Este capital humano, referiu citando Edgar Cardoso, reforça a concretização do trabalho que reconheceu que «em todos os rios há um sítio que foi feito para pôr uma ponte», enaltecendo a valorização e a justiça, que estava por fazer, a todos aqueles que em determinadas circunstâncias da vida se viram obrigados a

abandonar precocemente os seus percursos escolares. Concluindo, estabeleceu a ponte com a questão do Futuro, citando Miguel de Unamumo, que proferiu: «Procuremos ser mais pais do nosso futuro, do que filhos do nosso passado», numa clara alusão às políticas a implementar. A finalizar, César Ferreira, delegado regional do Instituto de Emprego e Formação Profissional, salientou a relação positiva que existe entre a atividade do IEFP e os CNO.

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outras, as regras do novo modelo, que serão divulgadas brevemente. O seminário encerrou com a entrega de certificados/diplomas aos adultos que concluíram o processo de RVCC escolar, de nível básico e secundário, na rede de CNO do concelho de Valongo - INOVAR.

(*) Formação Profissional e Emprego do Centro Social de Ermesinde

Segundo painel O segundo painel foi conduzido por Albertina Alves e Ângela Bragança, coordenadoras dos CNO do Centro Social de Ermesinde e Associação para o Desenvolvimento Integrado da

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Cidade de Ermesinde respetivamente. Apresentaram, sob o tema “Retratos da INOVAR”, a caracterização da rede dos CNO do concelho de Valongo, denominado por INOVAR; a atividade e os resultados obtidos ao longo dos últimos anos e as projeções para o futuro. Na cerimónia de encerramento, Gonçalo Xufre, na sua qualidade de presidente da ANQEP, anunciou, entre

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• CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO •

Bugiadas: uma joia do património imaterial do concelho de Valongo

FOTO URSULA ZANGGER

Realizou-se no passado dia 17 a terceira sessão pública do mês de maio da Câmara Municipal de Valongo – primeira desde o anúncio que Fernando Melo se retiraria até ao final do mês. A destacar a discussão havida em torno do projeto de reconhecimento da Bugiada como Património Material de Interesse Municipal, passo necessário para um reconhecimento mais universal do interesse desta manifestação cultural singular e de grande interesse e importância das gentes de Sobrado. LC

A sessão, cujo desenrolar, por coincidência, fez destacar várias questões relacionadas com a freguesia de Sobrado, teve início com João Paulo Baltazar a anunciar que se tinham tomada medidas para que fossem regularizadas todas as situações que ainda o não estivessem relativas a trabalhadores em fim de contrato, com compensações a receber por parte da Câmara. O autarca anunciou ainda que no próximo dia 2 de junho, no Auditório António Macedo, do Fórum Vallis Longus, e segundo informação recebida de Adriano Ribeiro, a Associação das Coletividades do Concelho de Valongo, a que aquele preside, iria homenagear, no contexto da comemoração do Dia Nacional das Coletividades, a Associação Desportiva de Valongo, na pessoa de dois dos seus dirigentes históricos. Entrou-se então no período de antes da Ordem do Dia, tendo José Luís Catarino, do PS, solicitado esclarecimentos acerca da deposição de lamas provenientes da ETAR, em Sobrado. Estas lamas exalariam cheiro nauseabundo, querendo o autarca socialista saber se a situação estava licenciada pelo Ministério do Ambiente e qual o papel da Câmara neste assunto. O também socialista José Miranda, por sua vez, pediu informações sobre a situação dos terrenos envolventes das novas zonas industriais de Alfena. Arnaldo Soares, cada vez mais independente, congratulou-se com as notícias do avanço do Centro de Saúde de Campo, e estando estabelecido o protocolo de cedência de terreno pela Câmara em Alfena para o mesmo fim, insistiu na necessidade da entrega deste terreno ser feita o mais rapidamente possível ao Ministério da Saúde. Maria José Azevedo, da Coragem de Mudar, pediu também um esclarecimento acerca da

cedência de uma escola desativada à União Ciclista de Sobrado, a qual, apontou, continuaria a ter a sede social em Paredes. O também vereador da Coragem de Mudar (CM), Pedro Panzina, quis, por sua vez, saber se era ou não remunerado um cargo recentemente estabelecido na área das atividades culturais e se já tinha sido despachada a cessação de funções externas de funcionários da Câmara, tal como tinha sido consensuado em reunião da Câmara. As respostas da maioria do Executivo João Paulo Baltazar, como habitualmente, encarregou-se das respostas. Quanto à questão das lamas explicou que elas estavam a ser depositadas com o aval direto do Ministério da Economia, entendendo-se que são equivalente a fertilizante (e sendo natural o seu mau cheiro). A lei prevê a sua utilização, com esse fim, em terrenos florestais ou agrícolas (milho e vinha). A Câmara Municipal de Valongo (CMV) tinha confirmado a existência das autorizações, podendo haver apenas, a acontecer, uma situação de excesso da quantidade de lamas. A CMV teria feito saber que entendia, que em situações análogas, no mínimo as autarquias deveriam ser notificadas das deposições. Respondendo a outra preocupação expressa por José Luís Catarino, João Paulo Baltazar apontou também que na situação presente não haveria contaminação das linhas de água. Ainda sobre este assunto podem os leitores consultar na nossa edição online datada de 30 de maio a notícia “Junta de Freguesia de Sobrado preocupada com deposição de lamas”. Quanto à situação de Alfena e a alteração do PDM necessária para viabilizar o projeto de urbanização da Jerónimo Martins, Paulo Pinho, o responsável má-

ximo pela redação da proposta de alteração do PDM, pediu mais algum tempo, pois estaria a ultimar os regulamentos deste. João Paulo Baltazar concordou com a necessidade de entrega rápida do terreno ao Ministério da Saúde, duvidando, contudo, que não houvesse depois dificuldades na receção deste. Por fim, esclareceu a posição da CMV quanto à União Ciclista de Sobrado (UCS). Este ano a CMV não dará apoio financeiro à UCS, enquanto o projeto de escola desportiva desta associação não avançar. Tendo a UCS pedido apoio logístico à CMV para a abertura das inscrições para esta escola, isto teria sido aceite, sendo considerado positivo que a UCS tivesse querido manter a marca “Valongo” na sua atividade. Ordem do Dia Passou-se então à Ordem do Dia, sendo os dois primeiros pontos merecedores de alguma discussão os respeitantes à ratificação da “Avaliação de desempenho das Unidades Orgânicas do Município de Valongo” nos anos 2010 e 2011. José Luís Catarino lamentou que só agora viesse à CMV a avaliação de desempenho de 2010, e Pedro Panzina, depois de apontar que a votação não teria quaisquer consequências, lembrou que já tinha vindo à Câmara uma proposta de Avaliação, mas que, erradamente, continha avaliações das Divisões e não apenas, como deveria, dos Departamentos, pois só estas são Unidades Orgânicas do município. Pedro Panzina lembrou também que não poderia atribuir-se uma avaliação de “excelente” ao desempenho de 2010, pois esta avaliação só poderia atribuir-se por comparação com o ano anterior, o que era impossível em 2010, o primeiro ano em que a avaliação de desempenho estava a fazer-se. O vereador apontou ainda que, desconhecendo-se os objetivos a alcançar não podia fazer-

-se com rigor qualquer avaliação. Por todos esses motivos anunciava a abstenção da Coragem de Mudar. Feita a votação, a avaliação seria ratificada, com quatro votos a favor e cinco abstenções (PS mais CM), tanto em 2010 como em 2011. O pedido de parecer à CMV quanto ao Relatório Final do CLDS (Contratos Locais de Desenvolvimento Social– Projeto InterV@L) mereceu de Pedro Panzina o comentário prévio de que, não sendo este parecer da Câmara emitido enquanto órgão consultivo, eram admitidas abstenções na votação, caso contrário não o seriam. O parecer viria a ser aprovado com seis votos a favor e três abstenções (CM mais Arnaldo Soares). O ponto seguinte, ao contrário dos anteriores, registou uma unanimidade total. Tratava-se de uma “Proposta para Reconhecimento Oficial da Bugiada como Património Imaterial de Interesse Municipal”. João Paulo Baltazar anunciou também que a proposta aprovada deveria ser enviada à Assembleia Municipal. Luísa Oliveira (PS) manifestou acordo total com a proposta, lembrando que ela fez parte do Programa Eleitoral do PS. Também Maria José Azevedo, da CM, apontou a Bugi-

ada como uma das mais importantes manifestações culturais do País, sendo necessário assegurar para ela uma maior dimensão, ao mesmo tempo que se melhoravam as condições de receção dos visitantes. Por sua vez, João Paulo Baltazar referiu que havia várias tarefas a cumprir. Por exemplo tornava-se necessário proceder a uma clarificação do desenrolar da festa, já que não existe um guia escrito desta, embora haja um vivo registo oral. É necessário também clarificar o âmbito do seu interesse – local, regional, nacional –, o papel dos seus intervenientes ativos – Paróquia, Casa do Bugio e da temporária Comissão de Festas –, era necessário melhorar as condições de receção, criando, por exemplo, uma praça da alimentação, de forma a que os visitantes não se vissem obrigados a sair de Sobrado para poderem ir comer. João Paulo Baltazar referiu ainda, a partir da participação nos trabalhos da Rede Ibérica da Máscara (RIM) os bons exemplos recolhidos de tradições semelhantes, algumas até de bem menor dimensão, mas com mais experiência organizativa. Referiu, entre outras, a possibilidade de explorar uma vertente de merchandising, sendo contudo necessário fazer-se tudo para não quebrar a

ligação da comunidade à festa, o que poderia pôr esta em causa. Também José Miranda destacou esta ligação da festa à comunidade, fruto de uma vivência quotidiana, não de uma vez por ano, mas de todos os dias. E apontou o analfabetismo cultural com que tinha sido recebida então a proposta do PS de levar as Bugiadas até ao reconhecimento como Património Imaterial da Humanidade. Por fim avisou que a festa não podia ser vista só como oportunidade de negócio, mas como manifestação cultural de grande dimensão. Após a votação unânime a favor, Pedro Panzina fez uma declaração pós-voto, de saudação à decisão tomada e de aviso para que este assunto não fosse usado para propaganda partidária, mas antes reconhecido como projeto de todos os valonguenses, num plano de transversalidade ou mesmo universalidade. João Paulo Baltazar referiria ainda que este era um processo com encargos, que tornava necessário todos os esforços para se conseguirem parcerias que tornassem viável prosseguir no caminho (por todos) traçado. A Ordem do Dia contemplava ainda mais alguns pontos, a maioria questões urbanísticas, todas elas aprovadas por unanimidade.

FOTO JFS

Deposição de lamas de cheiro nauseabundo motivou protestos de munícipes e da Junta de Freguesia de Sobrado, mas pelos vistos, situação poderá ser legal!


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• CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO •

À espera de decisões iminentes

FOTO ARQUIVO URSULA ZANGGER

Com uma Ordem de Trabalhos pouco excitante, a reunião da Câmara Municipal de Valongo do passado dia 24 de maio não teve nenhum ponto muito destacado dos demais, constituindo como que uma antecâmara das questões iminentes, a renúncia formal de Fernando Melo e, sobretudo, a aprovação final do acordo entre o Governo e os municípios para a abertura de uma linha de crédito e para a definição das regras de funcionamento destes. LC

O vicepresidente João Paulo Baltazar (presidente em exercício) começou por solicitar a introdução de um ponto não previsto na Ordem de Trabalhos, sobre a realização de um espetáculo de tuning em Alfena, o que foi aceite. Relatou depois que tinha sido adiada a prevista reunião com a Administração Regional de Saúde (ARS) Norte, passando logo depois à luta política, contra declarações de José Manuel Ribeiro (líder concelhio do PS) à imprensa, nas quais, a propósito do IMI e a partir das declarações deste, se titulava: «PS reclama providência cautelar sobre retenção de 5% do IMI». O autarca social-democrata questionou então se alguém tinha recebido alguma comunicação do PS e, perante a ausência de qualquer aparte noutro sentido (os vereadores presentes do PS também não se pronunciaram em nada posteriormente sobre este assunto), reputou a atitude do líder socialista de «falha grave e falta de respeito pelos órgãos». João Paulo Baltazar falou ainda das negociações a decorrer entre o Governo e a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), nomeadamente das condições que esta estava disponível ou não para aceitar. Conversações estas que estariam em fase de conclusão.

Seguiu-se a intervenção de Maria José Azevedo, que quis saber se o atraso nas obras previstas nas escolas de 13 concelhos de que se fala, devido às restrições do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) incluíam escolas do concelho, a que a vereadora com o pelouro da Educação, Maria Trindade Vale responderia que não, tratando-se de obras em escolas selecionadas para uma fase anterior da requalificação. A autarca da Coragem de Mudar (CM) voltou a insistir sobre a necessidade de se obter uma explicação para o atraso de anos em cumprir uma decisão do Supremo Tribunal Administrativo sobre um dos casos em litígio numa obra em Alfena, ainda por cima decisão essa favorável ao município. João Paulo Baltazar responsabilizou-se pela averiguação destes factos, justificando alguma demora com questões de agenda inadiáveis. Pedro Panzina, também da CM, começando por comentar que quase todos os dias surgem projetos e propostas de lei, deliberações, etc., que colidem com a vida quotidiana dos autarcas, solicitava que todos esses assuntos, e sempre que houvesse um pedido de consulta, fossem debatidos na reunião de Câmara, mesmo que sem uma obrigação deliberativa desta. De seguida e a propósito

de questões de avaliação no âmbito do SIADAP (Sistema Integrado de Avaliação do Desempenho da Administração Pública), referiu, na definição de objetivos do Departamento da Cultura da Câmara, um em particular sobre angariação de fundos, o que o autarca da CM considerava inaceitável dado depender de terceiros (conjuntura e vontade dos doadores) e não do esforço dos funcionários. Deu até como exemplo negativo o caso da GNR em que se apontava como objetivo um determinado número de aplicação de multas, quando isso dependia da existência de infrações, não havendo estas não poderia haver multas. A orientação deveria apontar sim, e apenas, para a para a redução de custos e não para as receitas. João Paulo Baltazar ficou de se esclarecer sobre o assunto. Ordem do Dia Entrados na Ordem do Dia, o mesmo vereador Pedro Panzina começou por estranhar que dois casos semelhantes (de doações à Câmara, um de impressoras e outro de computadores) fossem ali trazidos por dois organismos diferentes – um pelo Departamento de Administração Geral e Modernização Administrativa (DAGMA) e outro pelo Departamento Financeiro (DF). Isto até viria

demonstrar que, numa necessária reestruturação orgânica da Câmara, estes dois departamentos poderiam ser fundidos. João Paulo Baltazar responderia que os dois processos tinham sido instruídos com razoabilidade pelos dois departamentos em função do contacto direto destes com as entidades doadoras – duas impressoras em bom estado de conservação devido ao encerramento de um armazém em Alfena, doadas pela Philips, e oito computadores para substituição dos existentes no Espaço Internet de Valongo, doados pela Cooperativa dos Produtores Agrícolas do Concelho de Valongo. As duas doações foram naturalmente aceites.

Com uma pequena alteração formal proposta por Pedro Panzina (e logo aceite) foi depois aprovada a cedência de instalações na passagem inferior pedonal (a sul) da estação ferroviária de Ermesinde a três associações do domínio cultural, à Ágorarte, à AVAFER – Associação Valonguense dos Amigos da Ferrovia, e aos Cabeças no Ar e Pés na Terra. Em discussão esteve ainda a abertura de um concurso para a concessão e utilização de um espaço relativo à Casa da Portagem sobre o rio Ferreira, para a exploração de um bar, tendo Pedro Panzina frisado a necessidade de corrigir vários aspetos formais da deliberação. Por exemplo, a renda não poderia ser agravada por incumprimento. Quando muito poderia haver uma

penalização pela mora. Outra situação é que se deveria retirar a referência à embriaguez e toxicodependência como motivos de expulsão do bar, já que eram conceitos suscetíveis de interpretações subjetivas, que só poderiam ser comprovadas por médicos, e que bastaria manter-se como exigência a questão do respeito pela ordem pública. Foi também aprovada a ocupação e o encerramento da via pública em várias artérias da cidade de Ermesinde, de 6 a 11 de junho, por ocasião das festas em honra de Santa Rita, situação mais uma vez debaixo do olhar clínico de Pedro Panzina, que apontou que os arruamentos objeto de alteração da circulação viária normal deveriam ser identificados.

Resolução da Plataforma Nacional contra a Extinção de Freguesias Uma questão que agitou a mais recente Assembleia Municipal e da qual demos conta na nossa edição de 30 de abril foi a deliberação, tomada em Assembleia de Freguesia de Campo – por proposta do PSD, mas aprovada aí unanimemente – de que esta freguesia recusava liminarmente ser agregada fosse a que outra freguesia fosse. Ora, quando se aproxima cada vez mais a hora de tomar decisões sobre este assunto da reorganização admnistrativa do País, a Plataforma Nacional contra a Extinção de Freguesias tornou pública uma sua resolução, nos termos seguintes: «A Plataforma Nacional Contra a Extinção de Freguesias reunida no dia 12 de maio de 2012 na Junta de Freguesia de Cristelo, Concelho de Barcelos, deliberou:

1) A aprovação e o lançamento da petição nacional contra a extinção de freguesias com o objetivo de mostrar que a população portuguesa é contra esta Reorganização Administrativa; 2) A Promoção de Reuniões com as Câmaras Municipais e Assembleias Municipais para não tomarem posição sobre esta Reorganização Administrativa. 3) Continuar a estimular o desenvolvimento de movimentos locais contra a extinção de freguesias; 4) Promover e participar nas ações de luta e sessões de esclarecimento com o objetivo da defesa das freguesias agendadas para junho. 5)Realizar uma ação de luta a nível nacional a realizar em Barcelos no dia 10 de junho; 6)Exigir mais uma vez à Associação Nacional de Freguesias e à Associação Nacional de Mu-

nicípios de Portugueses, que não participem na Unidade Técnica; 7) Solicitar uma reunião ao Governo da República Portuguesa a fim de se evitar este grave erro e de mantermos a coesão nacional».

Adriano Ribeiro em defesa da freguesia de Campo na última Assembleia Municipal.


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• NOITE ALUCINANTE NO CENTRO CULTURAL DE CAMPO •

Teatro-conferência sobre transexualidade deu ocasião para uma inesperada homenagem a Júnior Sampaio

FOTOS URSULA ZANGGER

Foi uma noite alucinante a que se viveu na passada sexta-feira, dia 25 de maio, no Centro Cultural de Campo. Em agenda estava uma iniciativa da Agência para a Vida Local da Câmara Municipal de Valongo que, mais uma vez com a presença da sua principal responsável – Eunice Neves – e com o já habitual formato de teatro-conferência, se propôs abordar o tema da transexualidade. E ninguém melhor para ajudar a discuti-lo do que Júnior Sampaio – que na sua recente peça “A Bailarina Vai às Compras” aborda precisamente este tema – e Telmo Fernandes, sociólogo, e membro da ILGA (Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero). Só que, e de uma forma inesperada, no final os formandos de vários anos de atividade artística de Júnior Sampaio, decidiram prestar-lhe uma comovente homenagem e deixar-lhe um desesperado apelo... LC

Noite de interesse superlativo no Centro Cultural de Campo, por razões a triplicar! Pudemos assistir, nesta sexta-feira, 25 de maio, a mais uma exibição memorável de Júnior Sampaio, que representou a última parte de “A Bailarina Vai às Compras”, com uma gestualidade cada vez mais fluida e depurada; a um debate intenso, esclarecedor, mas ao mesmo tempo muito vivo, participado e controverso, que se espraiou pelos temas contíguos da identidade e da orientação sexual; e, por fim, a uma inesperada e coletiva (ou múltipla) comovida e comovente declaração de amor ao mestre Júnior Sampaio pelos seus alunos de teatro. “A Bailarina Vai às Compras” Júnior Sampaio, que além do ator que deu vida à Bailarina é também seu autor, começou por explicar ao público presente o tipo de iniciativa que ali iria decorrer, e que representaria apenas a segunda parte da peça, quando a Bailarina recebe da mãe a notícia de que está sem saldo, o que a obriga a ir devolver grande parte das suas

compras no supermercado onde ainda se encontra. Logo ali o ator explicou que a peça tem bem presente a afirmação do género masculino na personagem (nascida oficialmente mulher), e que o tema abordava não a questão da sexualidade mas sim a questão da identidade sexual. A peça, a que “A Voz de Ermesinde” já por mais de uma vez se referiu, emerge da sua já intensa carreira de espetáculos, cada vez mais depurada nos ajustes da gestualidade, que é agora, cada vez mais, intensamente estilizada e poética – a par das palavras –, fruto naturalmente da vivência e reflexão do autor/ator. Dotado de competências invulgares ao nível da representação dramática, fruto do gosto e inclinação, mas também de uma aprendizagem exigente, o que se destaca na carreira de Júnior Sampaio é que põe estas competências ao serviço da arte que celebra a vida, numa perspetiva igualitária e universal, muito para além da exibição vã e gratuita em busca de fama barata. Muito desse projeto de paixão pelo teatro infetou irremediavelmente um grande número dos seus alunos, numa virose cujos surtos começam a tornar-se recorrentes, e que no final

da noite tiveram expressão. Mas lá iremos... Da discriminação à indiferença Terminada a representação do largo fragmento de “A Bailarina Vai às Compras”, Eunice Neves explicou o intuito da sessão, fundamentando a escolha e apresentando os seus convidados, Júnior Sampaio (ENTREtanto) e Telmo Fernandes (ILGA). Foi este que tomou então a palavra para se refrir à peça acabada de exibir, como uma obra com várias camadas de leitura, e claramente bem adequada na ajuda da discussão do tema da transexualidade. Apresentou depois um pouco da história da ILGA, fundada em Portugal em 1995, e mais recentemente com um espaço de trabalho no Porto. Apesar da sua história recente, Telmo Fernandes fez questão de sublinhar que sempre existiram pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgénero), embora por motivos de discriminação e perseguição, nem sempre tivessem visibilidade. O ativista LGBT abordou depois a questão da importância das palavras e dos conceitos, recusando a ideia de que

«as palavras não servem [querem dizer] nada». Pelo contrário, serviram muitas vezes para estigmatizar e é por isso que havido um trabalho de resgate das palavras. Numa sociedade em que a discriminação existe luta-se até para uma afirmação da diferença, até que esta possa gerar a instalação da indiferença entre todos na questão, por exemplo, da orientação sexual. Da insignificância dos genitais Júnior Sampaio falou então do caminho para a construção da peça “A Bailarina Vai às Compras”. Obrigado a fazer um novo espetáculo, veio-lhe a ideia de abordar uma questão que não percebia, a das pessoas que não se sentiam bem no próprio corpo. Depois de estudar o tema e conversar com pessoas que viveram no corpo essa situação, a estranheza começou a dar lugar à realidade e à naturalidade. A peça, no seu primeiro esboço, foi escrita de rajada, em três dias [e depois afinada sucessivamente entre ele e Quico Cadaval, o outro autor]. Telmo Fernandes apontou que nós criamos categorias para ajudar a enfrentar as coisas.

No caso da peça estávamos em presença de um personagem (transexual) masculino, muito embora este não tivesse nunca querido livrar-se da vagina com que havia nascido. «O processo pode ser concluído ou não», apontou Telmo Ferrnandes (mas mesmo esta ideia de “conclusão” poderá ser, só por si, preconceituosa. O ativista da ILGA informou também o auditório de que, desde 2011, e pela Lei 7/2011, se tinha tornado possível, mediante certas condições, o processo legal de mudança de sexo e alteração do nome em registo civil. Essas condições são a apresentação de um requerimento nesse sentido por uma pessoa maior de idade e a apresentação simultânea de um relatório clínico (multidisciplinar) que comprove uma patologia da identidade de género. Entregues tais documentos, isso permite, mesmo sem ter havido terapia hormonal, pedir a alteração de sexo e nome. O terceiro género Telmo Fernandes chamou depois a atenção para a persistência de um sistema binário de classificação da identidade sexual, quando em algumas sociedades, como na Índia e Paquistão, por exemplo, em que pessoas usam o termo hijras para se descrever a si próprias (nem homens nem mulheres), o que lhes é legalmente reconhecido. [É também o caso de fa'afafines, da Polinésia. AVE]. O certo é ser verdadeiro para consigo próprio. A discriminação contra transexuais é notória, denunciou, Telmo Fernandes, que apontou, como um exemplo possível entre muitos, a dificuldade de acesso a casas de banho, onde aqueles

não são bem vindos nem num sítio nem noutro. Depois, na prática, e apesar da lei, não tem acontecido a “facilidade” aparente da mudança de sexo. Do ponto de vista concreto, e até há pouco tempo ocorria que, no sistema nacional de saúde, só existia um médico habilitado para realizar a operação de mudança de género. Agora a situação estará um pouco melhor porque entretanto foi formada uma equipa que opera nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC). Avisando que se está longe de ganhar a batalha contra a transfobia, Telmo Fernandes apontou que muitas pessoas se podem sentir oprimidas pela obrigação de cumprir um papel de género, e que se tem vindo a compreender que a transfobia é mesmo uma discriminação mais forte do que a homofobia, e que por vezes é esta que está presente e não aquela, que antes era suposta. Finalmente referiu também que a ILGA atribui prémios a figuras públicas que, pelas suas atitudes ajudaram a destruir estereotipos. Comunidade LGBT pode não escapar ao preconceito Júnior Sampaio falou depois das portas que “A Bailarina...” tinha aberto, como um espetáculo em Pernambuco, com uma grande audiência de público transgénero, que se sentiu bem retratado na peça. A palavra foi então jogada para o lado do público, aparecendo então várias questões que ajudaram o perceber o tema. Alguém questionou: Se quem tem uma vagina é mulher, então o que é alguém que tem uma vagina e um pénis?. Inevitavelmente o tema da homossexualidade veio também à baila, quando alguém apontou


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Destaque

• NOITE ALUCINANTE NO CENTRO CULTURAL DE CAMPO • a hipocrisia das instituições e dos políticos, referindo a situação em que um homem sozinho poderia adotar uma criança, mas sendo casado com um companheiro, deixava de ter essa possibilidade. Veio à baila também a questão da existência da homossexualidade no mundo natural, entre outras espécies para além do ser humano, provando que a orientação sexual não é fruto da determinação cultural da nossa espécie. Um caso referido, que nos biólogos terá causado alguma estranheza inicial foi o da existências de vários casais de pinguins, ambos machos ou ambos fêmeas. O caso de um par do sexo masculino causou ainda mais interesse quando, posteriormente à sua descoberta se soube que tinha adotado uma cria. Outro testemunho vindo do público e que pôs a nu a questão do preconceito, mesmo dentro da comunidade LGBT, foi o de um homem assumidamente homossexual,e que sentindo-se atraído por outro indivíduo, foi de imediato alertado, pois tratar-se-ia de um transexual, correndo assim o “perigo” de assumir, sem o saber, uma indesejada relação “heterossexual”. Telmo Fernandes comentaria que, de facto, a questão da transexualidade nem sempre foi inteiramente pacífica, nem mesmo nos coletivos LGBT. Diria também que, mais que os próprios homossexuais, muitas questões da sexualidade são até mais complicadas e suscetíveis de incompreensão para outros segmentos da orientação sexual, como as pessoas bissexuais. E juntaria mais uma questão relevante para o debate, o interesse em flexibilizar a questão do género e despatologizar a “doença”. Referiu, por exemplo, que na Argentina era possível mudar-se o registo, mesmo sem a intervenção dos médicos. A questão motivaria mais uma intervenção interessante, precisamente de uma médica que questionava o interesse prático para a comunidade transgénero dessa flexibilização. É que, deixando de ser considerada uma “perturbação”, tal como aconteceu à homossexualidade, isso não iria fazer com que o sistema nacional de saúde se desresponsabilizasse pelas operações de mudança de género? Acabando-se assim por criar um escolho quando se cuidava facilitar toda uma situação. Defendeu também que tinha que haver diagnóstico, para que não houvesse qualquer confusão com, por exemplo pessoas crossdressers, que serão indivíduos heterossexuais mas que se sentem bem a usar peças de roupa do sexo oposto. Esta interveniente referiu também a existência de um preconceito em relação aos médicos, embora a classe médica, com o

tempo, tenha vindo a perder preconceitos. No fundo o que se deveria repudiar era a preocupação inadmissível com o que os outros fazem, no seu restrito campo de escolhas ou tendências pessoais. Muitas vezes e desde muito cedo nos identificamos com um papel e comportamo-nos de acordo com isso, de acordo com o tal sistema de classificação binário homem/mulher, em vez de uma visão arco-íris, comentou Telmo Fernandes. Muitas vezes o que leva as pessoas a discriminar é o medo, apontou ainda. As pessoas têm medo daquilo que não conhecem. Muito interessante foi também o testemunho de uma assistente social que referiu o seu caso pessoal de técnica envolvida no apoio a miúdos abusados ou vindos de famílias desestruturadas, no Lar de S. José, precisamente aqueles miúdos responsáveis pelo tristemente célebre homicídio da transexual Gisberta Júnior, de quem aliás também era amiga. A Gisberta, testemunhou, foi o alvo de uma discriminação inimaginável, pelo facto de se encontrar então numa fase muito decadente, em que se acumulavam o seu HIV positivo, a sua tuberculose, a sua dependência de droga, e muitos outros fatores que catalizaram a violência contra si. Apesar de tudo interrogou-se sobre quaão difícil era escolher a vítima neste caso. E tinha decidido, mais do que nunca, tornar-se ativista pelos direitos das pessoas esquecidas e negligenciadas nesta sociedade que apregoa que trata todos por igual. «Somos todos diferentes, únicos e especiais», apontou, na defesa de um princípio de equidade. Toda a gente faz falta na fauna que somos. A conferência-debate terminou com Telmo Fernandes a anunciar o interesse de uma exposição LGBT patente na Faculdade de Psicologia, “Parágrafo 175”, referência a um parágrafo que só foi abolido nos anos 80 na legislação alemã (vinha desde o século XIX) e permitiu que até essa altura continuassem muitos homossexuais internados em campos de concentração, perpetuando assim o tempo do terror nazi.

FOTOS URSULA ZANGGER

“Ne me quittes pas!...” Inesperadamente, no final da teatro-conferência, Laura Ferreira anunciou que os alunos das ações de formação em Teatro tinham qualquer coisa para dizer, pedindo ao público presente para não se ir embora. E explicaria depois que uma coisa unia a todos: reconhecimento e amizade por uma pessoa que os tinha contaminado com o amor pelo Teatro. Seguiram-se a oferta de «uma manta de retalhos para

agasalhar» o mestre, tomada de empréstimo de uma qualquer peça anterior, por exemplo o testemunho de uma miúda com uma longa caminhada no teatro, desde os 13 anos, aqui trazida pela mão de Júnior Sampaio. «Dás vida com a mesma ferocidade com que entregas o teu sangue em palco!», reconheceram. «Ofereço-me [a ti]. Faz de mim uma mulher melhor!», suplicaram-lhe. «Nós somos o que tu quiseres!».

Paulo Kanuko, por exemplo [ele que até faz anos hoje, no dia em que escrevemos], cantou, no espírito do mestre: «Eu prefiro ser uma metamorfose ambulante do que ter uma velha opinião formada sobre tudo!». E ainda sobre canções, ficou explícita a mensagem dolorosa de Brel: «Ne me quittes pas!». Cantou-se, pois, e chorou-se e representou-se e foi dito o que muitos tinham para dizer, no temor da partida de Júnior Sampaio. A ele reconheciam a paixão,

mas também o trabalho, o rigor, a exigência. O mundo, para eles, cresceu. Tomado de empréstimo, apoderaram-se dele e não querem agora desfazer-se do muito que ainda está por fazer. Entre o humor e o lamento tomaram-se os ensinamentos da fábula e concluiu-se [ouves, Júnior?]: «Até um poeta campestre pode melhorar o mestre». Intervalo! LC

URSULA ZANGGER


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Educação

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Projeto Encontro de Gerações põe alunos da Escola Secundária de Ermesinde em contacto com idosos do CSE e Casa do Povo e a caminho dos EUA Tendo como objetivos principais combater a solidão e melhorar o ambiente, um grupo de alunos da turma E do 7º Ano da Escola Secundária de Ermesinde, no âmbito da disciplina de Formação Cívica, tem vindo a desenvolver várias atividades dinamizadas por si, encarregados de educação e professores, no quadro do projeto Encontro de Gerações, uma iniciativa que deve culminar na Conferência Internacional que se irá realizar de 7 a 12 de junho, na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. AVE

O projeto Encontro de Gerações está enquadrado na preparação da Conferência Internacional “Future Problem Solving Program International” (FPSI) 2012, que terá lugar de 7 a 12 de junho de 2012 na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, participando

nele, durante todo o ano letivo, mais de 50 mil jovens de todo o mundo, embora apenas cerca de 3% seja convidado, como é o caso deste grupo da Escola da Escola Secundária de Ermesinde, a participar na Conferência Internacional. Conforme explica a diretora local do FPSI para Portugal, Ivete Azevedo, este

«encontro é dirigido aos jovens que demonstram ser capazes de resolver criativamente problemas. E, se por um lado o objetivo é encontrar, através de uma competição, os vencedores internacionais, é também uma oportunidade única de partilha. Poderão também conhecer, conviver e aprender com estudantes da Austrália, Grã-

Bretanha, Japão, Coreia, Malásia, Nova Zelândia, Singapura e dos 40 estados nos Estados Unidos». A cerimónia de abertura, com o desfile das bandeiras de cada país, onde se espera ver a de Portugal, será na quinta-feira às 07h45 do dia 7 de junho, com a cerimónia de encerramento a ser realizada no domingo, 10 de junho, aproximadamente às 12h30. Qual era o ponto da situação a 26 de abril Um relatório do Projeto Encontro de Gerações, datado de 26 de abril, fazia o diagnóstico de que, em pleno século XXI, há cada vez mais pessoas idosas a viver sozinhas e em solidão, apontando depois um plano para «aumentar a interação des-

sas pessoas com a sociedade, para que tenham um significativo aumento na sua qualidade de vida, em Ermesinde, ao longo de 2012 e mais além». Estabelecendo a metodologia de trabalho e as parcerias, o documento referia depois os primeiros contactos dos jovens com os idosos do Centro Social de Ermesinde, a 23 de abril, agendava uma sessão de formação dos alunos na Lipor, a 4 de maio, anunciava a divulgação do projeto junto da Polícia de Segurança Pública de Ermesinde e da Casa do Povo, estando ainda prevista, na data referida, uma ação de formação com as técnicas do Lar de S. Lourenço do Centro Social de Ermesinde. É todo este projeto que tem, entretanto, vindo a avançar, ajudando «os idosos a cuidar do ambiente se

isso contribuir para o aumento da sua autoestima». Atividades mais recentes De destacar, entre as atividades mais recentes, a continuação do trabalho que se está a desenvolver com idosos do Centro Social de Ermesinde, com visitas e convívio nos dia 22 e 29 de maio. Ainda a realização recente, no passado dia 24 de maio, de um jantar convívio de angariação de fundos, que se realizou no restaurante "Quitériapaul" com a presença de pais, amigos, professores e seis elementos do executivo da Junta de Freguesia de Ermesinde. E finalmente, a realização do 1º encontro com os idosos da Casa do Povo de Ermesinde, na tarde do passado dia 25 de maio.

FOTOS ESE

Ao lado: Fotos de um encontro dos jovens do Projeto Encontro de Gerações com idosos do Centro Social de Ermesinde, e de uma sessão de formação dos alunos do 7º E envolvidos no projeto com duas técnicas do Lar de S. Lourenço do Centro Social de Ermesinde, Anabela Sousa, diretora técnica do lar, e Cristina Sousa. Refira-se, já agora, que Sidónio Geraldes é o docente da Secundária de Ermesinde que tem acompanhado os jovens neste projeto Encontro de Gerações. Em baixo: Fotos do jantar de angariação de fundos com a presença de elementos da Junta de Freguesia de Ermesinde e primeiro encontro dos jovens com idosos da Casa do Povo de Ermesinde.


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Educação

20º aniversário da Escola EB2/3 D. António Ferreira Gomes O Agrupamento de Escolas D. António Ferreira Gomes comemorou o vigésimo aniversário da sua escola sede e o Dia do Patrono, no dia em que D. António Ferreira Gomes celebraria o seu aniversário, 10 de Maio. MÁRIO NEVES

As comemorações iniciaram-se às 14h30 com uma cerimónia colorida e animada que incluiu uma coreografia da música “Ti-

tans”, do grupo Vangelis, por alunos do 2º e 3º Ciclos e a interpretação da canção “Alegria”, do Cirque du Soleil, pelos alunos do Clube de Música da escola sede, a que se seguiu a abertura

oficial das comemorações por parte da diretora do Agrupamento, Graça Carneiro. O espetáculo apresentado pelos alunos Diana Laezza, do 8º D, e Tiago Alves, do 8º C, continuou depois com as atuações dos alunos das escolas EB1/JI da Gandra e da Bela e da escola sede. A partir das 15h30 várias atividades captaram a atenção dos alunos, a saber: • Exposição sobre D. António Ferreira Gomes, na Biblioteca Escolar, organizada a partir da documentação disponibilizada pela Fundação SPES, pelo Departamento de Ciências Sociais e Humanas e pela Equipa da BE.

Na Biblioteca e no átrio da escola foram também expostos trabalhos sobre o patrono da escola, realizados no âmbito da disciplina de EVT. • SciencePaper organizado pelos professores do Departamento de Matemática e Ciências Experimentais, que envolveu equipas de quatro alunos em representação de todas as turmas dos 2º e 3º Ciclos. • Criativ’artes, com a dinamização de ateliês artísticos no espaço exterior da escola pelos docentes dos grupos de EVT, EV e ET. • Na sala dos alunos, o Clube de Xadrez organizou um espaço de Xadrez Aberto, o que prendeu a atenção

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FOTOS EB23DAFG

de muitos alunos, como já tem sido hábito na D. António Ferreira Gomes. À noite a escola organizou um jantar comemorativo e um serão cultural, em que estiveram presentes diversas individualidades do concelho, professores e funcionários que, ao longo dos últimos 20 anos, trabalharam ou trabalham no Agrupamento de Escolas D. António Ferreira Gomes. O jantar comemorativo abriu com a receção aos convidados, através da visualização de um filme que procurou ilustrar os 20 anos de atividade da escola. O serão cultural principiou com a atuação de um

grupo de alunos do Clube de Música, a que se seguiu o discurso da diretora do Agrupamento, Graça Carneiro. A performance de dois alunos da Escola de Dança DL numa coreografia da canção de Pablo Alborán “Perdóname” e uma sessão de poesia, animada por um grupo de atores dirigidos pelo professor Ruben Marks preencheram esta noite com música, dança e poesia. Para terminar as comemorações serviu-se o bolo de aniversário, brindou-se com champanhe e ofereceu-se a todos os presentes um marcador comemorativo. Foi um dia de festa repleto de emoções e de recordações...

Projeto Comenius continua... em Ibiza DINA BARROS/ /JOANA FARIA (*)

Desde o passado dia 22 e até ao dia 27 de maio,os alunos Ana Sofia Ferreira, Catarina Cardoso, Dina Barros, Joana Faria, João Ferreira e Rui Capelas, acompanhados pelo professor de Geografia, Carlos Ferreira, e pela professora de Educação Física, Rita Ramos, da Escola

Secundária de Ermesinde, desfrutaram de cinco dias a conviver com alunos provenientes de Itália, Polónia, Bulgária, Turquia e, é claro, com alunos espanhóis da cidade de Ibiza. Com o intuito de continuar o projeto Comenius, o qual se baseia em proporcionar aos alunos e professores envolvidos uma estada de alguns dias em diferen-

tes países europeus com o objetivo de desenvolverem a consciência ambiental e social e o espírito de grupo, um grupo de alunos pertencentes à turma 10º I realizou, por isso, uma viagem à famosíssima ilha de Ibiza. Diferentes atividades foram organizadas pela equipa de Ibiza, as quais incluíram, como já era de esperar, muita praia e muitas atividades no

exterior. De salientar as atividades de grupo em que os alunos apresentaram os problemas ambientais que se deparam a nível de escola e também as atividades de contacto direto com a natureza de Ibiza. Desta aventura dos jovens da Secundária de Ermesinde na ilha de Ibiza será dada posteriormente mais notícia. (*) Alunas do 10º IA

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Educação

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Associação de Pais da Escola do Carvalhal organizou workshop sobre saúde infantil LC

Em colaboração com a Junta de Freguesia de Ermesinde, em cujas instalações decorreu a iniciativa, a Associação de Pais da Escola do Carvalhal organizou, no passado dia 26 de maio, umo um workshop inserido na comemoração do Dia da Saúde Infantil. Respondendo ao apelo da Junta nesse sentido, e assumindo o seu papel exemplar, a Associação de Pais da Escola do Carvalhal contou como parceiros desta inicia-

tiva e, para além, naturalmente da própria Junta de Freguesia que lhe lançou o repto, com a colaboração do Hospital Privado de Alfena, dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde, do Instituto Português do Sangue e, finalmente, do nosso jornal. Durante a tarde de sábado, dia 26, e no interior do edifício-sede da Junta foram tendo então lugar as sesões de sensibilização, conforme relatou ao nosso jornal João Ferraz. A primeira a ter lugar foi a do Instituto Português do Sangue, com a sessão “A

importância da dádiva de sangue”; seguiu-se-lhe “Prevenção solar, higiene oral e alimentação saudável”, uma ação de sensibilização levada a acbo pelos técnicos do Hospital Privado de Alfena. As crianças tiveram então direito a um lanche, terminando a tarde em beleza (e alegria) com a ajuda dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde, que organizaram uma sessão de sensibilização sobre “Cultura de Segurança”. Esta sessão foi já feita no exterior e proporcionou às crianças a oportunidade de su-

FOTOS URSULA ZANGGER

birem ao carro dos bombeiros (sempre uma excitação!), ajudando assim a torná-los mais interessados na matéria a apresentar-lhes, como referiu Francisco Pereira, o principal responsável operacional nesta missão dos bombeiros. Relativamente satisfeito com a iniciativa estava também Luís Ramalho, presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde, por, ao menos uma Associação de Pais ter respondido (pena ser só uma) positivamente ao apelo da Junta.

Projeto Comenius levou até à Grécia dois professores e dois alunos da Escola Secundária de Valongo No âmbito do projeto Comenius “Keep fit and active – Be healthy and happy”, reuniram-se na Grécia no início de maio, um grupo de 42 professores e de 23 alunos oriundos de 10 países europeus, Portugal, Alemanha, França, Grécia, Espanha, Islândia, Finlândia, Polónia, Roménia e Letónia, estando Portugal representado por dois professores, Isabel Castro e Lourdes Vilaça, e dois alunos, Catarina Costa e Gisela Costa, da Escola Secundária de Valongo. Esta visita foi financiada com o apoio da Comissão Europeia “Programa Aprendizagem ao Longo da Vida – PROALV”, que visa melhorar a qualidade e reforçar a dimensão europeia da educação escolar através da promoção de diversos tipos de atividades de cooperação e de mobilidade com outros países da Europa. A Escola Secundária de Valongo trabalhou nos últimos dois anos em parceria com doze

escolas de nove países europeus, visando a aquisição de conhecimentos sobre alimentação correta, equilibrada e saborosa, explorando os benefícios da dieta mediterrânica e do exercício físico. Neste âmbito foram produzidos diversos materiais lúdicos e didáticos, em parceria com as escolas europeias, como por exemplo um livro com receitas recolhidas pelos alunos dos países envolvidos, que foram depois confecionadas e degustadas na escola, um dicionário com termos básicos em dez línguas, um jogo da glória sobre alimentação e exercício físico, um “placemat” com um pequeno-almoço saudável, um jogo com questões sobre alimentação e os benefícios do exercício físico, com diversos níveis de dificuldade para diferentes faixas etárias. Elaboraram-se ainda, artigos sobre a dieta mediterrânica, que foram enviados para “Young reporters of environment”. No encontro efetuado em

FOTO ESV

Kiparissia, no sul da Grécia, realizaram-se diversas reuniões de trabalho, no sentido de conhecer o sistema de ensino grego e dos restantes países. Foi também efetuado o processo de avaliação dos dois anos de parceria, através de inquérito cujos dados vão ser devidamente tratados e analisados. Neste encontro houve ainda uma sessão de divulgação de problemas ambientais da região, realizada pelo grupo ambientalista grego Archelon (www.archelon.gr), que alertou para a construção de um vasto empreendimento turístico na “Baía de Kiparissia”, no Peloponeso, Grécia, em cuja praia, no último ano nidificaram cerca de 900 tartarugas “Caretta caretta”. Ao longo da semana realizaram-se ainda diversas atividades físicas e desportivas e diversas visitas culturais, como por exemplo à Acrópole e ao museu da Acrópole em Atenas. O encontro finalizou em O-

límpia, cidade berço dos jogos olímpicos, local de referência atendendo à temática tratada no projeto. Os alunos portugueses foram muito bem acolhidos em casa de famílias gregas, tendo sido esse um desafio intercultural, em termos de língua, alimentação e hábitos quotidianos, desenvolvendo neles sentimentos de amizade e de tolerância, tornando-os assim melhores cidadãos europeus. O projeto Comenius “Keep fit and active – Be healthy and happy” foi distinguido pelas suas boas práticas, na Letónia e na Polónia, tendo sido convidado pela Comissão Europeia a participar na conferência “Comenius Partnerships – Helping schools team across Europe”, que se realizou em Bruxelas entre 3 e 4 de maio de 2012. Este programa europeu compreende igualmente visitas bilaterais entre as escolas par-

ceiras, para que os intervenientes possam conhecer as escolas, os sistemas de ensino, a região e a sua cultura. É neste contexto que no próximo mês de junho dois professores e cinco alunos vão visitar a Escola IES La Granja, em Jerez de la Frontera – Espanha. A participação da Escola Secundária de Valongo neste

projeto não só divulga o nome da escola na Europa, mas também leva os nossos professores e alunos a conhecer novas culturas e sistemas de ensino. Desta forma desenvolve-se uma efetiva cidadania intercultural, competência essencial numa Europa unida, onde apesar das diferenças, todos têm em comum a cidadania europeia.


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Ermesindense Vladimiro Machado é coautor do primeiro manual exclusivamente digital de Matemática editado em Portugal FOTOS MANUEL VALDREZ

Jaime Carvalho e Silva, Joaquim Pinto, e Vladimiro Machado, três nomes ligados à Matemática pela via do ensino, apresentaram este mês de maio o primeiro manual inteiramente digital desta disciplina a surgir no nosso país. MIGUEL BARROS

Depois de, no dia 25 de maio, Jaime Carvalho e Silva, Joaquim Pinto e Vladimiro Machado terem dado a conhecer a obra na Universidade de Coimbra, os três autores estiveram três dias depois (dia 28) no auditório da Junta de Freguesia de Ermesinde (JFE) para repetir a apresentação, num ambiente mais familiar, pelo menos para Vladimiro Machado, residente na nossa freguesia e docente na Escola Secundária de Valongo, para além da particularidade de ser marido da vogal socialista do executivo da Junta, Esmeralda Carvalho. Foram aliás várias as personalidades políticas – e não só – que marcaram presença no evento, com destaque para o então vicepresidente da Câmara de Valongo, João Paulo Baltazar – que após a renúncia oficial de Fernando Melo dias mais tarde passou a ocupar o lugar da presidência –, para os presidentes da JFE e da Assembleia de Freguesia de Ermesinde, respetivamente Luís

Ramalho e Raul Santos, para o presidente da Associação de Pais do Concelho de Valongo, João Arcângelo, e para inúmeras figuras do Partido Socialista local, nomeadamente Tavares Queijo, Manuel Costa, e a própria Esmeralda Carvalho, claro está. Plateia que teve então a oportunidade de conhecer os contornos do nascimento deste conceito inovador em Portugal, surgido numa era dominada pelas ferramentas tecnológicas. Numa altura em que 98% (!) dos alunos do Ensino Secundário português possuem um computador ligado à internet em suas casas, os autores levantaram a questão do porquê da Matemática não começar a ser estudada precisamente em casa através de um computador. Defendendo que as novas tecnologias devem ser postas ao serviço da sociedade, os três autores colocaram em marcha a ideia, e o resultado está à vista: um manual de Matemática completíssimo, disponível para download –

CONDURIL -

em formato pdf – de forma totalmente grátis! Sem olhar aos lucros que daqui podem advir, até porque essa não é a ideia desta edição de autor que pretende desta forma aliviar a fatura da compra de manuais escolares, este manual está acessível a todos os que o queiram utilizar e descarregar (em qualquer suporte), desde professores a alunos. Denominado de NiuAleph 12, o manual será composto por quatro volumes. De uma forma mais pormenorizada os autores deste conceito explicaram o conteúdo do manual, no qual para além de estar inserida toda a matéria do programa escolar, contém ainda vários exercícios, dicas de como os resolver, testes de preparação para os exames nacionais, a História da Matemática, entre outros aspetos ligados à disciplina. Para mais indicações de como aceder ao referido manual os interessados poderão consultar o seguinte site: http://niualeph.eu/.

CONSTRUTORA DURIENSE, S.A.


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Música

Entrevista com Alberto Mateus – presidente da AACE

30 de maio de 2012 FOTO URSULA ZANGGER

Alberto Mateus, Diretor da Associação Académica e Cultural de Ermesinde (AACE). 60 anos completados recentemente. Licenciado em Gestão pela Universidade Lusíada e com formação específica em Finanças Empresariais. Trabalhou durante 32 anos na autarquia de Valongo. Tem dois filhos. Vive em Ermesinde há cerca de 30 anos mas é de origem duriense.

FILIPE CERQUEIRA

Na juventude, nos seus gostos musicais não entrava o Fado nem a Música Tradicional Portuguesa. Hoje em dia aprecia e tenta ir a todas as tertúlias de Fado, tal como a todos os concertos onde possa ver e ouvir boa Música Tradicional Portuguesa: «Para alguém que durante muitos e muitos anos lidou exclusivamente com números, é uma mudança significativa estar a dirigir os destinos de uma associação cultural. As dificuldades de logística, os desejos de intérpretes e maestros, as “A Voz de Ermesinde” (AVE) - Quantas pessoas são abrangidas pelas actividades da AACE? Alberto Mateus (AM) - Semanalmente, 200 pessoas passam pela AACE, de todas as idades. AVE - Desde a sua formação, qual tem sido a variação do número de associados da AACE? AM - O número não para de subir, são à volta de 650. E os par-

histórias de teatro e as danças dos mais miúdos: tudo em volta da arte e não dos números. Não me imaginava há 10 anos neste meio, nestas funções. É uma vivência diferente». De espírito jovial mas com uma voz momentaneamente bastante rouca – quase obrigando ao adiamento da entrevista –, foi desta forma que Alberto Mateus nos recebeu nas instalações da AACE numa tarde solarenga. Começamos a nossa conversa visitando as instalações da associação: simples, com instrumentos adequados e com salas minimamente razoá-

ticipantes têm vindo a aumentar em número desde o início, conforme foram surgindo os diversos grupos e escolas ao longo dos anos. Infelizmente, este ano houve uma excepão no que respeita à Escola de Música, onde se notaram maiores dificuldades das famílias em inscreverem os seus filhos. Houve um decréscimo de 50% no número de participantes. AVE - O número crescente de escolas de música em Erme-

veis para necessidades acústicas. Estando dispersas por vários locais, as salas desdobramse para música dança e teatro, sendo-nos explicadas como e quando funcionam as aulas e em que espaços. É num desses espaços que vamos encontrar as fotografias dos sócios fundadores da AACE: Faria Sampaio (médico) e Joaquim Teixeira (professor do Secundário) e do primeiro maestro, Manuel d’Almeida (que não foi sócio fundador). A escritura da formação da associação foi realizada a 15 de abril de 1989, com mais sócios

sinde também poderá ajudar a explicar esse decréscimo? AM - Penso que não. A associação oferece preços significativamente inferiores aos associados comparativamente aos oferecidos noutras escolas, uma vantagem do movimento associativo. Penso que, pelas conversas que tive com vários pais, estes demonstraram ter de fazer escolhas face às dificuldades financeiras vigentes. Escolhas entre a prática por parte dos filhos de uma

fundadores. Conta-se que a criação da AACE não foi uma forma de criar um espaço para albergar um coro já existente, pois o coro ainda não estava formado, mas sim por carolice. Um dia houve uma excursão de algumas pessoas de Ermesinde em que algumas delas começaram a cantar. Por brincadeira alguém terá dito: E por que não criar um Coro?, ideia que Faria Sampaio agarrou logo de seguida, dando corpo à formação de uma associação em termos legais e depois seguindo-se a constituição de um Coro, com uma formação e um repertório que

arte ou de um desporto, ou mesmo entre, por exemplo, a dança e a música no seio da AACE. AVE - A qualidade do ensino é desta forma afetada? AM - Os professores são recrutados pelo seu currículo e escolhidos dentro de uma perspetiva de grande qualidade. AVE - De que tipo são os intercâmbios em que participam? AM - Sobre os diversos in-

não fosse de raiz litúrgica, como já havia em Ermesinde. Ao longo dos anos foram sendo criados vários grupos – de Música Tradicional Portuguesa, de Fados, de Teatro, de Cantares (chamado Voz Ligeira), Coral Juvenil, que recentemente se passou a chamar Arco-Íris (notícia já referida neste jornal), e escolas: de Música, de Dança e uma específica de Cavaquinho que, nas palavras de Alberto Mateus, «sendo um instrumento mais tradicional, me diz mais sentimentalmente em termos associativos do que a Escola de Música (que alberga outros instrumentos).

Uma ideia subjacente à criação da Escola de Cavaquinho é a de proporcionar mais elementos, posteriormente, ao Grupo de Música Tradicional Portuguesa. Esta associação continua a ser única na sua abrangência de atividades artísticas que proporciona à cidade de Ermesinde. Existem outras associações, como a Ágorarte - Associação Cultural e Artística, que em muito enobrece a nossa cidade, mas que estão de raiz mais vocacionadas para uma área artística específica, umas mais para o teatro, outras para a literatura, outras para a dança».

tercâmbios em que a AACE participa, refiro a organização anual do Encontro Internacional de Coros da Cidade de Ermesinde, na 5ª edição este ano. Não havendo qualquer pedido de pagamento da nossa parte para a participação dos grupos que nos visitam, passa a ser uma retribuição sermos convidados às cidades desses mesmo grupos; deste modo se facilita e encoraja o intercâmbio. As saídas dos diversos grupos são

EVENTOS JÁ AGENDADOS 30 de junho: Encontro Internacional de Coros - Fórum Cultural de Ermesinde 21h30: Órfeão, Arco Íris e convidados. 1 de julho: Encerramento do ano letivo 2011-2012 - Auditório da Junta de Freguesia de Ermesinde - 15h30: Arco Íris. 25 de agosto: Encuentro Internacional Corales - Orense (Espanha). Valência: Órfeão.

FOTOS FILIPE CERQUEIRA


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Desporto

Anuncie

Aqui

Suplemento de "A Voz de Ermesinde" N.º 893 • 30 de maio de 2012 • Coordenação: Miguel Barros

Às portas do céu!... FOTO MÁRCIO CASTRO

FOTO CPN//BASQUETEBOL

Ermesinde e CPN estiveram neste mês de maio muito perto de atingir a glória desportiva, respetivamente, no futebol e no basquetebol. Na primeira modalidade os verde e brancos tiveram uma segunda oportunidade para alcançar a meta da subida (de divisão), já que na qualidade de 3º classificados da Série 1 do Campeonato Distrital da 1ª Divisão disputaram com o 3º posicionado da Série 2 do mesmo escalão, o Perosinho, um play-off para apurar a última equipa que iria ascender à Divisão de Honra da Associação de Futebol do Porto da próxima época. Depois de uma igualdade a dois golos no tempo regulamentar os ermesindistas deixaram fugir a promoção na lotaria das grandes penalidades. No basquetebol a equipa de cadetes femininos do CPN viu fugir-lhe o título nacional no derradeiro jogo da fase final da categoria. É caso para dizer que os dois clubes da nossa freguesia estiveram às portas do céu, contudo, acabaram por morrer na praia...


II

A Voz de Ermesinde •

Desporto

BILHAR

Academia Pedro Grilo, Totta Academia, Café S. Brás, e Café Laser sobem ao trono da Superliga Bilharsinde FOTOS VOXX CAFFÉ

MIGUEL BARROS

Caiu o pano sobre a edição de 2011/12 da Superliga Bilharsinde (SB). O último ato da competição de pool português nascida na nossa freguesia teve lugar a 28 de maio último, dia, ou melhor, noite, em que foram conhecidos os campeões das quatro divisões do certame. E no escalão maior, isto é, a 1ª Divisão, o troféu de campeão viajou para as vitrinas daquele que é um dos clubes mais titulados do bilhar português da atualidade, a Academia Pedro Grilo, conjunto que na grande final, disputada no salão do New Academy, bateu por 11-9 outro peso pesado da modalidade, a Academia Pedro Fonseca. Como o próprio resultado mostra foi uma final bem disputada e muito equilibrada, acabando por vencer os homens de Pedro Grilo (na primeira imagem) por um resultado curto. Pedro Grilo e seus pares que para atingirem o jogo mais desejado do ano tiveram e deixar pelo caminho, numa das meias finais, outro gigante do pool português, o Paparugui – conjunto este que acabou por ficar com o último lugar do pódio da 1ª Divisão, após bater na “final dos derrotados” o Café Novo Espaço por 9-6. Na 2ª Divisão, e depois de uma época – no que concerne a Bilharsinde – de altos e baixos, a equipa do Totta Academia fechou em beleza a sua participação na prova, obtendo o título de campeão deste escalão. Na final os bilharistas do Totta (na segunda imagem) venceram os campeões da 1ª Divisão da primeira edição da SB, a turma do Salão Filipe “A”, por 9-6, num duelo que teve como palco a casa do Café Sport. Com este título o Totta ganhou o direito de disputar com os recém consagrados campeões da 1ª Divisão, a Academia Pedro Grilo, a Supertaça Bilharsinde, a prova que em meados de setembro abrirá mais uma época bilha-

rística no que concerne ao “universo” Bilharsinde. No 3º lugar deste segundo escalão ficou uma das sensações da SB 2011/12, o Gondivai, um estreante nestas andanças que ficou com o “bronze” após derrotar o Café Novo por concludentes 9-1. E na 3ª Divisão um dos dinossauros da competição, neste caso a A.R. Rio Tinto, uma das equipas que participa desde a primeira edição, tinha uma oportunidade de ouro para inscrever pela primeira vez o seu nome na lista de campeões. Para alcançar um lugar na história o obstáculo que faltava dava pelo nome de Café S. Brás “A”, conjunto teoricamente acessível aos riotintenses. O duelo teve lugar no salão do clube organizador da competição, o Voxx Caffé, e deu aos bilharistas do S. Brás (na terceira imagem) a sua primeira coroa de glória para tristeza dos experientes jogadores de Rio Tinto que, desta forma, terão de esperar mais um ano para tentar conquistar algo no âmbito da Bilharsinde. No 3º posto desta 3ª Divisão ficou o Clube de Bilhar “O Sonho” “A” após bater por uma unha negra o G.D. S.Sebastião por 11-10. Por último, a 4ª Divisão, uma novidade nesta edição de 2011/12 da SB, cabendo ao Café Laser (na última imagem) a honra de inaugurar a lista de campeões deste escalão, após derrotar na final disputada no reduto do Salão Europa da Maia o Paraíso da Cidade “A” por 9-7. No 3º lugar ficou o Salão Filipe após bater o conjunto do Gondomar Ciclistas por 9-5. (Nota: Na caixa ao lado apresentamos os resultados dos quatro escalões a partir dos quartos de final até às finais). Terminada que está a competição é altura de confraternização. Como acontece habitualmente no final de cada época a organização da SB irá levar a cabo um convívio entre os intervenientes da competição, evento que será aproveitado para proceder à entrega dos troféus aos novos campeões da SB. Este ano o ponto final da SB será dado no Douro vinhateiro, no próximo dia 3 de junho.

30 de maio de 2012

Resultados finais 1ª DIVISÃO Quartos de final C.S. Trofa/GMLUX “A” – Acd. Pedro Fonseca: 7-9/3-8 Academia Beira Alta – Café Novo Espaço: 8-8/4-9 Paparugui – Pólo Norte/Café Bilhar: 10-6/7-7 Academia Pedro Grilo – Dom Pedro “A”: 14-2/3-0 Meias finais Academia Pedro Fonseca – Café Novo Espaço: 10-6/7-3 Paparugui – Academia Pedro Grilo: 5-11/5-6 Jogo dos 3º e 4º lugares Café Novo Espaço – Paparugui: 6-9 Final Academia Pedro Fonseca – Academia Pedro Grilo: 9-11 2ª DIVISÃO Quartos de final Café S. António “B” – Salão Filipe “A”: 10-6/8-13 Gondivai – Voxx Clube Bilhar: 11-5/6-7 Totta Academia – Café Carla: 8-8/11-9 Café Novo – Café S. António “A”: 11-5/6-4 Meias finais Salão Filipe “A” – Gondivai: 12-4/5-6 Totta Academia – Café Novo: 9-7/10-9 Jogo dos 3º e 4º lugares Gondivai – Café Novo: 9-1 Final Salão Filipe “A” – Totta Academia: 6-9 3ª DIVISÃO Quartos de final Casa Vieira – Café S. Brás “A”: 3-13/3-4 Salão Europa/Maia – Clube Bilhar “O Sonho” “A”: 6-10/5-7 Mony I – G.D. S. Sebastião: 5-11/4-6 Baguim do Monte – A.R. Rio Tinto: 3-13/5-4 Meias finais Café S. Brás “A” – Clube Bilhar “O Sonho” “A”: 11-5/6-2 G.D. S. Sebastião – A.R. Rio Tinto: 6-10/2-7 Jogo dos 3º e 4º lugares Clube Bilhar “O Sonho” “A” – G.D. S. Sebastião: 11-10 Final Café S. Brás “A” – A.R. Rio Tinto: 11-8 4ª DIVISÃO Quartos de final Paraíso da Cidade “A” – Coffe Break: 8-8/9-5 Sangemil Académico – Salão Filipe: 4-12/5-5 Abba – Frutyprazer – Café Laser: 6-10/7-7 Gondomar Ciclistas – Café Novo Espaço: 10-6/7-4 Meias finais Paraíso da Cidade “A” – Salão Filipe: 10-6/5-5 Café Laser – Gondomar Ciclistas: 10-6/7-4 Jogo dos 3º e 4º lugares Salão Filipe – Gondomar Ciclistas: 9-5 Final Paraíso da Cidade “A” – Café Laser: 7-9


30 de maio de 2012

• A Voz de Ermesinde

Desporto

III

BASQUETEBOL

CPN é vicecampeão nacional de cadetes femininos FOTO CPN/BASQUETEBOL

AVE/CPN

Para Ermesinde esteve muito perto de viajar neste final de maio mais um título nacional de basquetebol, pela mão da incontornável referência da modalidade, o CPN. O emblema da nossa freguesia ficou às portas do ceptro nacional de cadetes femininos, cuja

fase final decorreu no Montijo nos passados dias 25, 26 e 27, obtendo o 2º lugar, sendo apenas superado pelas meninas da SIMECQ, as novas campeãs nacionais deste escalão. Para além de CPN e SIMEQC, estiveram presentes na fase final os conjuntos do ESSA e do Maia Basket. Quis o sorteio que o primeiro jogo das ermesindenses fosse contra a forte

equipa do ESSA, um conjunto fisicamente muito poderoso, facto que não amedrontou as cepeenistas, muito pelo contrário. Conseguindo equilibrar a luta nas tabelas, o CPN terminou o 1º período a vencer por 16-12. No segundo quarto várias falhas ao nível defensivo permitiram que o ESSA desse a volta ao marcador e saísse para o intervalo a vencer por

31-25. Corrigindo a sua postura, o CPN entrou na segunda parte com outra atitude, outra vontade, e aumentando as pressões defensivas e ofensivas acabou por dominar os dois últimos períodos do encontro e terminar com uma vitória por 66-50. No outro jogo do dia a SIMECQ venceu sem grandes dificuldades o Maia Basket por claros 85-40, ficando desde logo definido o calendário para os restantes dois dias, sendo que no sábado o CPN iria defrontar o Maia e no domingo a SIMECQ. No jogo de sábado, frente a uma equipa com que durante todo o ano obtiveram vitórias confortáveis, as cepeenistas entraram demasiado displicentes, permitindo que o adversário cedo assumisse a dianteira no marcador: Contudo, uma parte final de jogo de grande nível o CPN deu a volta ao marcador, acabando por vencer a partida por 56-53, sendo que no outro duelo do dia a SIMECQ derrotaria o ESSA por 70-60, numa partida mui-

to bem disputada, ficando assim desde logo o cenário desta fase final definido, ou seja, CPN e SIMECQ iriam discutir entre si o título no derradeiro dia da prova. Nesse domingo, e após o ESSA garantir o 3º lugar, teve então início o jogo decisivo. Com um pavilhão bem composto começou melhor a turma do sul do país. Demonstrando o seu poderio no jogo interior impôs um parcial de 22-8. O CPN começou a reagir no final do 1º período, tendo na etapa seguinte aumentado a pressão defensiva e recuperando no marcador, indo para intervalo com o resultado negativo de 27-34. Na 2ª parte, as ermesindenses falharam algumas situações de um contra um, aspeto que no entanto não as impedia de continuar na luta pela vitória. Muito pelo contrário. Nos últimos dez mi-

nutos e quando o CPN conseguiu colocar o marcador em três pontos de diferença, a SIMECQ fez de novo valer o seu fortíssimo jogo interior para ampliar a sua vantagem para 8 pontos, vantagem essa que se manteve até aos minutos finais. Já bem perto do final as sulistas dilatariam a sua vantagem no marcador para lá da dezena de pontos, tornando muito difícil a missão das ermesindenses em dar a volta. Mesmo assim o CPN arriscou tudo, dando uma prova da sua garra, acabando por encurtar a desvantagem para seis pontos, insuficientes no entanto para tirar o título de campeão nacional à SIMECQ, que venceria por 67-58. O CPN perdeu, mas caiu de pé, provando mais uma vez o porquê de ser um dos melhores clubes nacionais ao nível da formação do basquetebol feminino.

DAMAS

SETAS

Café Avenida foi 2º no Torneio da Casa do Povo de Lousado

Bombeiros Voluntários de Ermesinde acolheram a festa de final de época da Associação de Setas do Porto

MB A equipa de damas do Café Avenida de Ermesinde voltou, no passado dia 19 de maio, a entrar em ação numa prova pontuável para o ranking nacional da Federação Portuguesa de Damas, neste caso o Torneio da Casa do Povo de Lousado (localidade de concelho de Famalicão). Com cinco damistas presentes, os ermesindenses alcançaram um brilhante 2º lugar na variante coletiva (apenas superado pelo Centro Cultural e Desportivo de S. João da Madeira, o vencedor do dia), enquanto que no plano individual Sérgio Bonifácio voltou uma vez mais a ser o melhor, conseguindo um 4º lugar. Nélson Monteiro (10º), José Rocha (14º), Ricardo Araújo (15º), e Manuel Silva (21º) foram os restantes damistas do clube de Ermesinde que estiveram em Lousado.

FOTO ASP

O salão nobre dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde (BVE) foi o palco escolhido pela Associação de Setas do Porto (ASP) para realizar – na passada noite de 19 de maio – não só a final da taça da associação por equipas mas também para proceder à entrega de prémios às equipas e aos jogadores que mais se distinguiram ao longo da temporada que agora finda. Com o salão nobre da instituição bem preenchido, a noite começou por ser de festa para o conjunto do Bar Bombeiros de Santo Tirso, o qual na final da Taça da ASP bateu por 17-8 o combinado do TNT Bar Quinta da Caverneira, equipa esta que, curiosamente, foi a campeã nacional da última época, ao passo que com a segunda posição do campeonato ficaram – também curiosamente – os vencedores da Taça da ASP. E já que falamos em Campeonato Nacional há que dizer que na 3ª posição deste certame ficaram os ermesindenses do Arrebola Setas/Café Ponto Final. Presentes na entrega de prémios estiveram diversos elementos da ASP, bem como o presidente da Direção dos BVE, Artur Carneiro, e o presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde, Luís Ramalho.

Suplemento de “A Voz de Ermesinde” (este suplemento não pode ser comercializado separadamente). Coordenação: Miguel Barros; Fotografia: Manuel Valdrez. Colaboradores: Agostinho Pinto, João Queirós e Luís Dias.


A Voz de Ermesinde •

Desporto FUTEBOL

Ermesinde SC: subida (de divisão) perdeu-se na lotaria dos penaltis

30 de maio de 2012

Deixou-nos o Tone Grilo! FOTO ARQUIVO MANUEL VALDREZ

FOTO MÁRCIO CASTRO

MÁRCIO CASTRO (*)

Depois de ter “morrido na praia” na Série 1 do Campeonato Distrital da 1ª Divisão, isto no que concerne à subida de divisão, a principal equipa do Ermesinde Sport Clube teve no passado sábado (dia 19 de maio) digamos que uma segunda e derradeira oportunidade para alcançar a tão ambicionada promoção. Na qualidade de 3º classificado da Série 1 do segundo escalão distrital, a turma dos Sonhos defrontou no Estádio da Senhora da Hora o 3º colocado da Série 2 do mesmo escalão, o Perosinho, no sentido de apurar a última equipa que juntamente com Perafita, S. Martinho, Valonguense e Sobrado, irá fazer a viagem até à Divisão de Honra da próxima temporada. Era pois uma autêntica final, na qual não faltaram os condimentos habituais em jogos deste género, isto é, emoção, garra, entrega, e claro, no final, lágrimas… de alegria para uns e de tristeza para outros. E para o Ermesinde as lágrimas foram de tristeza, já que depois de um empate a dois golos no final dos 90 minutos a partida foi decidida nas grande

penalidades, uma autêntica lotaria como se diz na gíria futebolística, que no final acabou por premiar o Perosinho, que assim irá jogar no patamar mais alto da Associação de Futebol do Porto da próxima época. Quanto ao Ermesinde, “morreu uma vez mais na praia”! Em relação ao filme do encontro há que dizer que a turma dos Sonhos esteve num bom plano ao longo de todo o jogo jogado, por assim dizer. O Perosinho abriu o marcador logo no início do duelo, um tento que seria anulado quatro minutos depois, altura em que Joca repôs a igualdade para os homens da nossa freguesia. Ainda antes da saída para o descanso os gaienses voltaram a passar para a frente do marcador, um resultado que a julgar pelo andamento que o jogo vinha tendo, se afigurava como injusto, já que o conjunto às ordens de Vítor Leal fez por merecer um pouco mais. Com muita garra, na segunda parte, o Ermesinde voltou a encostar o Perosinho às cordas e, por isso, o merecido golo do empate surgiu com naturalidade e sem qualquer contestação, sendo o autor da justiça Marco. A partir do empate, o Perosinho limitou-se a enviar bolas para as nuvens, e respirava fundo sempre que terminava algum ataque do Ermesinde. Ao fim dos 90 minutos, a partida foi para as grandes penalidades. Foi mais feliz a equipa de Vila Nova de Gaia (venceu por 6-5), que chegou aos golos (no tempo regulamentar) apenas usufruindo de dois lances de infelicidade da equipa verde e branca. Muitas lágrimas num jogo onde quem deu o seu contributo à equipa não podia fazer mais e melhor. Neste encontro o Ermesinde alinhou com: Luís; César, Cláudio, Ivo (Flávio, aos 40m), Fábio Ribeiro, Marco, Joca, Medeiros, Sérgio, Armando (Paulo, aos 82m) e Nando (Leça, aos 90+3m). (*) com MB

U.D.R. Formiga continua num impasse diretivo AVE

Não foram conclusivas as duas Assembleias Gerais até à data realizadas – 27 de abril e 4 de maio – para encontrar uma nova Direção disposta a tomar conta dos destinos da União Desportiva e Recreativa da Formiga. Recorde-se que Nuno Ferreira, o homem que conduziu o clube na qualidade de presidente da Direção ao longo dos últimos cinco anos, renunciou recentemente a um novo mandato, alegando motivos de ordem pessoal para o fazer. E como nas referidas assembleias não surgiu qualquer lista de candidatura para formar um novo elenco diretivo, o clube ermesindense vive por estes dias uma situação de impasse, mas com esperança de que essa mesma situação se possa ultrapassar nos próximos dias. Quem o diz é Vítor Ferreira, o presidente da Mesa da AG do clube. O dirigente referiu ao nosso jornal que apesar de ainda não terem aparecido listas de candidatura em concreto, na última sessão da AG (na qual compareceu um elevado número de associados do clube, em claro sinal de preocupação em relação ao futuro do mesmo – considerou), ficou vincada a ideia de que um grupo de sócios estará disposto a não deixar morrer a coletividade, pairando no ar a sensação de que esse mesmo grupo poderá em breve avançar para uma solução mais concreta. No seguimento desta ideia adiantou que os próximos dias serão decisivos para se conheceram mais dados sobre o assunto.

Deixou-nos António Grilo, um nome que repousa no patamar das lendas quando desfiamos a história do Ermesinde Sport Clube. António Alves Gonçalves Ramalho, o seu nome completo, faleceu no passado dia 6 de maio, aos 87 anos. Nascido e criado na nossa freguesia, Tone Grilo – como era popularmente conhecido na terra – destacou-se com a camisola verde e branca do seu amado Ermesinde Sport Clube nas décadas de 30 e 40 do século passado, tendo ao lado de outras lendas como Petrak, Garcia, ou Bailarina, “escrito” algumas das páginas mais brilhantes da história do popular clube da nossa cidade. À sua família e a amigos “A Voz de Ermesinde” endereça as mais sinceras condolências.

CICLOTURISMO

7º Convívio de Cicloturismo dos Magriços de Ermesinde juntou 180 atletas AVE

Com já vai sendo tradição por alturas de maio os Magriços de Ermesinde Cultura e Desporto levaram a cabo mais uma edição do seu Convívio de Cicloturismo. A 7ª edição do evento deste ano, realizado na manhã do passado dia 27, contou com a presença de 180 atletas, provenientes de diversas equipas da Associação de Cicloturismo do Porto, que aliás, e à semelhança de outros anos, apoiou os Magriços na realização da prova. Com a partida e a chegada colocadas ao lado do edifício da Junta de Freguesia de Ermesinde, os cicloturistas percorreram as cinco freguesias do concelho de Valongo num total de 50 quilómetros em salutar convívio, a essência, no fundo, deste evento. No final, e como habitualmente acontece, a Direção dos Magriços – com o apoio da Junta local e da autarquia municipal de Valongo – ofereceu algumas lembranças aos participantes.


30 de maio de 2012

• A Voz de Ermesinde

Música parte destas. Exemplo disso é o protocolo anual de coorganização do Encontro Internacional de Coros que atrás referi. A contrapartida será, por exemplo, a participação de Grupos da AACE na feira de Artesanato ou na feira do Livro, etc.. Não há, assim, atribuição direta de qualquer verba monetária. O mesmo se passa com a Junta de Freguesia, que nos paga em função dos eventos que lhe prestamos nas suas atividades e festas. AVE - A divulgação destes nem sempre é feita da melhor forma e/ou com a maior abrangência. AM - A Câmara fornecia uma agenda cultural trimestral em forma de brochura a qualquer cidadão que se inscrevesse no seu setor da Cultura. Já tivemos oportunidade de transmitir a nossa opinião ao Dr. João Paulo Baltazar, vereador da Cultura da autarquia de Valongo. Falta dar maior e melhor visibilidade ao movimento associativo. Valongo é um município onde o movimento associativo é forte. Mas compreendemos que os custos seriam elevados, que as remessas postais seriam dispendiosas, havendo necessidade de cortar despesas.

fundamentalmente de três origens: apoio a atividades de solidariedade, como por exemplo do Centro Social de Ermesinde e de outras entidades de outras cidades; por intercâmbio cultural, como atrás referido; no âmbito da prestação de serviços, como por exemplo as festas de Santa Rita que se aproximam. Esta facilidade é uma exceção para o Grupo de Teatro. Por duas razões: problemas logísticos relacionados com a falta de auditório próprio e a necessidade de ter de participar nas atividades de outras companhias por nós convidadas que possam vir a atuar no auditório do Fórum, já que a Câmara, com a devida antecedência dos nossos pedi-

dos, nos disponibiliza o auditório para atividades da AACE e não para espetáculos exclusivos de outras associações, mesmo que por nós convidadas.

grupo ou escolas advirá da aquisição dos nossos espetáculos por parte de autarquias e outras associações. Isto pode acontecer a curto ou longo prazo.

AVE - De que forma é possível manter a estabilidade financeira numa associação com estes encargos em deslocações dos grupos e diversas atividades artísticas das Escolas? AM - Nos primeiros tempos de criação de uma nova atividade, ela será, sabemos nós, deficitária. O que se procura é que não seja a longo prazo deficitária. Pode sê-lo num ano, mas no seguinte terá de compensar. A rentabilidade de um projeto trabalhado durante meses por um

AVE - Que tipo de apoios, se os há, são recebidos da vossa parte? AM - Não existe apoio nenhum. Quanto a nós, AACE, a política de atribuição de subsídios por parte da Câmara Municipal de Valongo é a mais correta. No passado, estas ofereciam dinheiro em função de critérios que eram muito subjetivos. Neste momento assinam protocolos com algumas associações que têm como contrapartida o fornecimento de prestação de serviços por

Farmácia de Sampaio

Direcção Técnica - Drª Maria Helena Santos Pires Rua da Bouça, 58 ou Rua Dr. Nogueira dos Santos, 32 Lugar de Sampaio • Ermesinde Telf.: 229 741 060 • Fax: 229 741 062

AVE - Qual a sua opinião quanto ao conhecimento por parte da população ermesindense das atividades da AACE? AM - Ainda sou do tempo em que, enquanto jovem, para ver cinema, teatro ou um jogo de futebol tinha de ir ao Porto. Ermesinde era uma cidade-dormitório, não tinha vida própria. Felizmente, isso mudou. Os nossos associados fazem um ótimo passa-palavra e, como foi visível nas atividades mais recentes por ocasião do 13º aniversário da AACE, os concertos encheramse de público. Isto acontece porque queremos apresentar sempre concertos com qualidade. Mesmo havendo contratempos, de vez em quando, por razões técnicas ou outras, tem havido uma opinião bastante positiva da cidade em tudo o que tem sido apresentado pela associação. Mas queremos sempre melhorar. AVE - Nestes 13 anos a AACE já terá um nome firmado junto do público? Se

sim, que objetivos prossegue? AM - Sim, demonstrando que é alternativa até para certos espetáculos que por vezes se realizam ao ar livre e que são de qualidade duvidosa. Custa--me estar a referir nomes, mas terei de o citar. Uma autarquia é capaz de pagar milhares de euros a um Tino de Rans e é capaz de se esquecer de que tem bons grupos na cidade e no concelho e que, por montantes inferiores poderia obter bons espetáculos. Como desejo primeiro e objetivo futuro, a AACE pretende concretizar o sonho da construção da sede. Existem já terrenos para efeitos de construção, com um projeto de uma arquiteta já aprovado para a futura sede da AACE, que na altura custaria à volta de 400 mil euros, sendo que no presente momento até poderia, previsivelmente, ser de valor inferior. Teria, entre outros espaços, no rés-do-chão um auditório para cerca de 100 lugares, uma cave, uma secretaria, um pequeno bar; no 1º piso várias salas de aulas para a Escola de Música, uma sala de ensaios para o órfeão. (Um pormenor delicioso que não podia escapar aos olhos do entrevistador foi um espaço de teto descoberto livre que envolveria uma árvore a brotar do rés-dochão até acima do 1º piso!). Em condições normais teria financiamento, mas as verbas do QREN estão quase todas inviabilizadas para as autarquias. A autarquia de Valongo cede o terreno mas, ficando fiadora do projeto, logo ficaria com mais um encargo que aumentaria o seu nível de endividamento que, como

FARMÁCIA ANA

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acontece em muitas mais autarquias do país, já ultrapassou o seu limite. O direito de utilização seria da AACE mas o terreno seria sempre propriedade da Câmara valonguense. Este é um impasse que a Direção da AACE quer resolver o mais rapidamente possível. (Na opinião deAVE este edifício seria algo completamente novo para Ermesinde, pois não existem espaços criados de raiz, com características acústicas próprias e direcionadas para o ensino de diversas artes, principalmente da música. As escolas artísticas existentes situam-se em espaços habitacionais ou arrecadações cedidas e alteradas para o efeito, o que, com a melhor das intenções, não é suficiente). Outro desejo para o futuro é manter as atividades em pleno funcionamento nesta conjuntura político-económica. As atividades diversificaram-se. Naturalmente que gostaríamos de poder abrir mais valências. No entanto, cada vez fica mais complicado e difícil lidar com tantas atividades, havendo a necessidade de disponibilização quase total à Direção de uma associação. Não há desta forma previsão para a curto prazo se criarem mais atividades. (Em nome pessoal e do jornal, gostaria de agradecer de novo a hospitalidade com que AVE foi recebida, a amabilidade em responder a todas as questões. Um grande agradecimento também para todos aqueles que fizeram e fazem parte das atividades da AACE por forma a manterem vivo um baluarte da arte em Ermesinde!).

ASCENSÃO

DIRECTORA TÉCNICA MARIA C. DE ASCENSÃO CARDOSO Licenciada em Farmácia

Rua dos Combatentes, 41 Telefone 22 978 3550 • Fax 22 978 3559

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A Voz de Ermesinde •

História

30 de maio de 2012

Portugal enveredou pela ditadura há 86 anos

MANUEL AUGUSTO DIAS

epois de 16 anos de um regime que prometera levar Portugal para os caminhos do desenvolvimento e progresso europeus, onde a política se orientava por princípios mais democráticos, a experiência da Primeira República, acabou por fracassar, conduzindo o país, na década de 1920, a um caos social que a instabilidade política só agravava. Provavelmente, a participação na Primeira Guerra Mundial foi o início, para o Portugal republicano, do sucessivo agravamento dos seus problemas financeiros e económicos que, de resto, já vinham da Monarquia, mas que os primeiros governos republicanos haviam sanado. A Guerra representou um grande custo financeiro e ocupou parte significativa da mão de obra masculina jovem. No domínio agrícola, durante a Primeira República, Portugal adiou a “reforma agrária” e continuou carente de trigo para fazer o pão, recorrendo a importações que ajudava a pagar para manter o preço do pão o mais baixo possível, evitando assim a fome das classes urbanas pobres. Portugal continuava a ser um país rural, cuja população vivia, sobretudo, da exploração de vinho, cortiça, frutas e da pastorícia. Mas a instabilidade política da Primeira República (45 governos), que não ajudou nada à tomada de decisões estruturais capazes de fazer renascer a economia, em bases sólidas, foi

talvez o maior obstáculo à manutenção do regime. Contudo, há que reconhecê-lo, durante a 1ª República, o nosso país conheceu algum progresso no que respeita à industrialização: as regiões de Lisboa (sobretudo a Sul do Tejo) e do Porto (com extensão ao Minho) mostravam algum dinamismo industrial. Os setores de conserva de peixe, cortiça, tabaco e indústria têxtil foram os que mais se desenvolveram (mas as indústrias de moagem, metalúrgica, vidreira, cimenteira e fosforeira, também conheceram algum destaque, parte delas controladas por capitais estrangeiros, designadamente as do tabaco e fósforos). A expansão industrial não foi maior porque se registavam algumas insuficiências, designadamente ao nível das infraestruturas dos transportes e comunicações (a rede ferroviária e viária quase estagnou após o “fontismo”. Os portos de Lisboa e Leixões não estavam devidamente apetrechados e a nossa marinha mercante também não se modernizou). E os problemas financeiros do País agravaram-se, indubitavelmente, com a entrada de Portugal na 1ª Guerra Mundial, na África colonial portuguesa e na Frente Ocidental (França). O défice orçamental, a dívida pública e a desvalorização da moeda foram motivo de diversas crises governamentais e de instabilidade política. A depreciação do escudo provocou a fuga de capitais e o aumento dos preços. As reservas de ouro desceram e o País foi obrigado a uma política de austeridade orçamental. O País atraves-

sou grandes dificuldades que estão na base da queda do regime republicano. E isto, precisamente, quando a situação geral do País já apresentava alguns sinais de melhorias (de facto, a partir de 1923 notava-se alguma atenua-

pública e iniciou os governos ditatoriais portugueses: Ditadura Militar (1926-1933) e Estado Novo (1933-1974). De um regime para outro, a personalidade que mais se destacou foi a de António de Oliveira Salazar que, com uma

política fortemente repressiva e apoiado pelo partido único (União Nacional) e pela polícia política, se manteve no poder ao longo de 40 anos (1928-1968). As características deste regime eram semelhantes às do fascismo italia-

no: promoveu o culto do chefe (Salazar foi considerado o “Salvador da Pátria”), instituiu-se a censura na imprensa; organizaram-se grupos de enquadramento ideológico (Mocidade e Legião portuguesas), desenvolveram-se atividades recreativas através da FOTO ARQUIVO MAD FNAT; propagandeouse o regime através do SPN (Secretariado de Propaganda Nacional) e da grande Exposição do Mundo Português (1940). Se até ao final da 2.ª Guerra Mundial, a preponderância de Salazar no governo português beneficiou da complacência da generalidade dos portugueses e até em termos internacionais, após a derrota das ditaduras, personificadas em Hitler e Mussolini, Salazar passou a ser veementemente criticado fora e dentro de Portugal.

Alguns dos comandantes militares do 28 de maio de 1926

ção do défice, que permitia o controlo da dívida pública e a estabilização do escudo; notava-se, também, um maior êxito na luta contra o analfabetismo). Mas, as classes urbanas trabalhadoras estavam dececionadas com a política republicana e grande parte das classes médias temia o anarquismo e o bolchevismo. Por isso, apoiaram o novo regime: a Ditadura Militar, que resultou do golpe do 28 de maio de 1926. A crise económica e a instabilidade política, que se viviam no país, bem como o contexto internacional de regimes autoritários, favoreceram o êxito do golpe militar do 28 de maio de 1926 que pôs fim à Primeira Re-

FIGURA

EM DESTAQUE

Marechal Gomes da Costa (14.1.1863 – 17.12.1929) Militar colonial, que esteve ao serviço do império português até 1915 (na Índia, Moçambique, Angola e S. Tomé). Foi o Comandante do Corpo Expedicionário Português, na 1ª Guerra Mundial. É ele que comanda a Marcha de Braga para Lisboa, com o objetivo de depor o regime republicano. Chega à capital, a cavalo, à frente das suas forças triunfantes, a 6.6.1926. Pouco mais de um mês depois (11.7.1926), foi preso e deportado para os Açores.

EFEMÉRIDES - Maio em Ermesinde Almoço da Rainha D. Maria II na Travagem O Diario do Governo, do dia 24 de maio de 1852, na primeira página, publica uma carta do Governador Civil do Porto, Visconde de Podentes, dirigida ao ministro e secretário de Estado dos Negócios do Reino, Rodrigo da Fonseca Magalhães, relativamente à visita que a Comitiva Real (Rainha D. Maria II, seu marido com o título de Rei, D. Fernando II, e os príncipes, que, mais tarde, viriam a ser reis de Portugal, D. Pedro e D. Luís) fez ao norte do Reino, e onde se faz referência ao almoço que foi oferecido, pela Câmara de Valongo, a Suas Majestades, nesta cidade, no lugar da Travagem. O teor da carta é o seguinte: «Governo Civil do Districto do Porto / Ill.mo e Ex.mo Sr. = Tenho a honra de participar a V. Ex.ª, que tendo Suas Magestades e Altezas saído hoje de Santo Thyrso ás oito horas da manhã, e tendo-se dignado acceitar um bem servido al-

moço que tinha feito preparar, e lhes ofereceu na ponte da Travage a Camara de Vallango (sic), a sua entrada se verificou nesta cidade pelas duas horas da tarde, dirigindo-se Suas Magestades á Real capella de Nossa Senhora da Lapa, aonde assistiram a um solemne e pomposo Te-Deum, preparado e dirigido pela irmandade da mesma capella, no qual celebrou S. Ex.ª o Bispo da diocese. (...) / Deos guarde a V. Ex.ª / Porto 18 de Maio de 1852, ás quatro horas da tarde. = Ill.mo e Ex.mo Sr. Rodrigo da Fonseca Magalhães, Ministro e Secretario de Estado dos negocios do Reino. = Governador civil, Visconde de Podentes». A Rainha D. Maria II e o seu séquito real, almoçaram na Travagem (Ermesinde), no dia18 de maio de 1852, há 160 anos.


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• A Voz de Ermesinde

Crónicas

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Homem das ligas e guardador de amoras

NUNO AFONSO

o leve recato da noite velha e no bulício afanoso do dia a dia agrícola, a bica nunca deixou de jorrar desde que, nos primeiros anos do século XX, o chafariz foi plantado em lugar de honra do largo onde confluem o caminho que vem da cidade e do alto da serra e o que chega de Vila Boa, de Conlelas e de vários lugares do termo. O ponto de encontro dos dois caminhos verifica-se alguns metros mais adiante onde o desnível entre eles de todo se esbate convertendo-se num só, até ao cabo do povo e em direção a Carrazedo. À entrada no largo, ainda é notória a diferença, como facilmente notaria quem, chegando de Bragança ou de “por i acima” (1) dobrasse para a direita, à esquina da antiga Casa Paroquial – mais tarde Casa da Escola, presentemente Casa do Povo – e infletisse de novo à direita, invertendo a direção da marcha. A empena dessa casa voltada para o largo era alta com duas janelas simétricas que davam claridade respetivamente à sala e ao quarto principal da antiga residência e permitiam uma observação privilegiada de tudo quanto se passava no largo. Embora o telhado tivesse quatro águas, era nesse beiral que faziam ninho as andorinhas, num espaço que pecava por defeito e obrigava a sobreposições. Por isso, quando elas chegavam, anunciando a primavera, o largo enchia-se de chilreios e de alegres coreografias. Na época da construção do fontanário, em 1904, o bom senso fez precavido quem a projetou e presidiu à sua execução: foi erguido também um muro com, aproximadamente, metro e meio de altura, em pedra de xisto autóctone, que tinha a tripla função de sustentar o caminho de cima permitindo segurança para a circulação de pessoas, de animais e de carros de bois mormente quando ali passavam com muito carrego; de nivelar a envolvência do chafariz ao caminho de baixo e à maior parte

da área do largo; de proporcionar breve repouso ao fatigado aldeão ou aos ocasionais ociosos em cavaqueiras amenas nas tardes calmosas de estio ou aos domingos depois da Missa enquanto o representante da Junta de Freguesia anunciava ao povo as decisões tomadas ou a propor e se procedia à arrematação da “esmola das almas” (2) e de outras ofertas em géneros que as pessoas faziam aos santos da sua particular devoção. O dito muro corria paralelo ao chafariz e para além dele, terminando numa espécie de meio arco para a direita pouco antes do encontro dos dois caminhos. No interior desse meio arco plantaram uma amoreira que foi crescendo e frutificando e se tornou a melhor amiga da miudagem, não obstante suportar muitas lapadas (3) dos que pretendiam roubar-lhe alguns dos seus saborosos frutos. Separado do fontanário o bastante para que as pessoas circulassem à vontade em ambos os sentidos, o muro dispunha de uma fiada de pequenas lajes, a cerca de 30 centímetros do chão, onde mulheres e crianças que vinham encher os cântaros ou cântaras (4) pudessem descansar enquanto esperavam. Do lado oposto, havia um muro mais baixo, com passagem para o lavadouro a céu aberto transposto um degrau para um nível inferior para onde tinha sido canalizado o escorrimento do fontanário e prosseguia ainda alguns metros até à entrada do pátio dos Vilaros. Um pouco atrás, tinham plantado outra amoreira, perpendicular à já referida, que nunca deu fruto mas prodigalizava também larga sombra a quem por ali tomava assento em horas de canícula. Era esse o lugar onde o tio Manuel Gaiteiro ou tio Papim, como mais comummente lhe chamavam, estabelecia, diariamente, a sua oficina. Vivia em casa humilde, herdada dos antepassados, no correr de habitações que margeavam, a norte, o caminho de cima, e vencia a pequena distância entre a sua morada e o sítio escolhido apoiado num par de muletas que dispunha, uma de cada lado, ao alcance das mãos. Fazia ligas para chapéus de palha a que ninguém punha defeito e mandava depois para o Sá de Castrelos, um dos poucos alfaiates das redondezas, que lhes dava os convenientes acabamentos. A matéria-prima das ligas era palha de serôdio (5) previamente demolhada e por ele entrançada a preceito. Tal era a sua aplicação e assiduidade que dir-se-ia elemento da paisagem, a nota humana permanente na harmonia do largo. Daí que, por certo inconscientemente, ele era o dono do eido. (6) Quem passava não esquecia o cumprimento: - Deus le dê bôs dias, tio Manuel!.

FOTO ARQUIVO

- Bôs dias le dê Deus! – respondia o nosso homem. Levantava os olhos a reconhecer quem lhe dirigia a palavra e logo os baixava para o trabalho. A conversa não ia além disso exceto, quando muito, um rotineiro comentário acerca do tempo que fazia, considerando que as suas limitações físicas eram óbice claro a outros centros de interesse comuns. Se fosse mulher, perguntar-lhe-ia porventura, se a Lhalha, – Maria do Rosário – a filha que emigrara para o Brasil e era a “menina dos seus olhos”, teria escrevido (7) e se as notícias eram boas. Mais raramente alguém perguntava pelo filho, o João Grilo, que também seguira o mesmo caminho. De resto, sobressaltava-se quando os miúdos que frequentavam a escola vinham cá fora satisfazer as suas necessidades ou nos intervalos da manhã e da tarde em que corriam, gritavam e engalfinhavam-se quebrando a calma rotineira. Já perto do fim do ano letivo quando as amoras se tingiam de negro e espreitavam por entre os ramos da amoreira de cima num desafio, punha-se em guarda, simulando evitar que as derrubassem à pedrada já que nenhum se atrevia a subir à árvore para as colher. Quando alguém ousava infringir a proibição, soltava o verbo acerado e ameaçava o atrevido com a cajata (8): - Ah grandes cães, ‘speraide (9) que já vos dou as môras! (10) E, com a mão direita, brandia a muleta respetiva ameaçando levantar-se. Claro está que os garotos não lhe davam ouvidos pois bem de mais sabiam que o homem não poderia ir atrás deles. À cautela, porém, corriam a apa-

TASCA DO ZÉ

nhar as amoras que haviam caído, lambuzavam-se todos, passavam as mãos na água do tanque e esfregavam-nas às calças. Por detrás da janela da sala de aula, a professora mal conseguia conter o riso embora, no regresso da turma, ralhasse asperamente aos prevaricadores. Também eles, de olhos no chão, fingiam acreditar, todavia, na primeira oportunidade, recomeçavam as lapadas, as ameaças do tio Papim, a corrida gulosa às amoras. Como tudo muda nesta vida, o tio Papim cessou o fabrico das ligas e a vigilância à pródiga amoreira. Adoeceu e partiu na hora que Deus lhe reservara. Beneficiando de um maior desafogo económico, os aldeões deixaram, pouco a pouco, de usar aqueles chapéus artesanais, como deixaram de cozer o pão à moda tradicional, de usar roupas de linho e de lã, preferindo adquiri-los nas feiras e nas lojas da cidade se não mesmo aos vendedores motorizados que percorriam, agora, as aldeias. Escolheram a proa (11) e o comodismo em prejuízo da qualidade. Um chapéu de estilo moderno com fita “à maneira” era agora o preferido. A amoreira continuou a cobrir-se, anualmente, daqueles maravilhosos frutos que os adultos invejavam mas tinham vergonha de colher e que deliciavam os mais pequenos. O largo conservou ainda por algum tempo a forma antiga mas, um dia, um representante da Junta de Freguesia diligenciou para que fosse modificado com o argumento de facilitar o trânsito dos automóveis, incluindo os veículos dos transportes públicos que, três vezes por dia, vinham à aldeia e necessitavam de

mais espaço, mas de que ele era o maior beneficiário porque as modificações introduzidas vieram permitir-lhe estacionamento, em espaço público, para as suas máquinas agrícolas. Anos depois, o calcetamento dos caminhos transmutados em ruas completou o desfiguramento do antigo espaço. Passaram muitas gerações, extinguiu-se o ruído de milhões de passos, de risos, de gritos, de cantigas de roda dos mais pequenos, de cantares e danças dos segadores à boca da noite até que a patroa os chamasse para cear, de discussões e desavenças também. Do lugar aprazível, núcleo de uma comunidade viva, só resta o fontanário que continua a jorrar cercado de vazio e de recordações. (1)

Expressão habitualmente usada para significar, de modo indefinido, sítios mais altos. (2) Resultado do peditório semanal, em géneros, por intenção das almas do Purgatório. (3) Pedradas. (4) Recipiente para transporte de líquidos com a capacidade de meio almude (12,5 litros), a cântara leva menos. (5) Espécie de trigo de desenvolvimento mais rápido, semeado na primavera. (6) Sítio, lugar. (7) Forma do particípio passado do verbo escrever assim usado naquela região. (8) Bengala, corruptela de cajado(a). (9) Esperai. (10) Pronúncia regional de amora. (11) Vaidade.

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A Voz de Ermesinde •

Crónicas

30 de maio de 2012

Sentires únicos, em tempos únicos

GLÓRIA LEITÃO

hs abraços dos meninos são sempre diferentes e a ternura que nos transmitem parece sempre e cada vez mais forte e isso senti agora no abraço que o Luizinho me deu aqui no gabinete e que vinha acompanhado de um largo e lindo sorriso. Quando escrevi que ter 51 anos é como dançar slow com a vida isso torna-se cada vez mais verdadeiro senão eu não valorizava tanto sorrisos, abraços, palavras de incentivo e gestos de amizade. Eu gosto de os sentir e também de partilhar estes momentos mágicos que agora tenho tempo para descortinar no meio de uma vida que é a minha e também desfrutar disso, felizmente para mim. É certo que é mais fácil alegrarmos os nossos dias aqui no gabinete pelo facto de o termos decorado cheio de desenhos de meninos. De uma forma surpreendente, há dias atrás, a minha filha mais nova, que já tem 20 anos, também irrompia aqui na nossa sala de trabalho entregando-me uma folha de papel de desenho em formato A3: «Mãe, tens aqui um desenho!». Claro que é impossível não nos emocionarmos com estes gestos de ternura que percebemos não se perdem no tempo e nos dão incentivo para continuarmos e seguir em frente, ainda mais que ontem e enquanto fazia compras voltei a encontrar o Manuel, o menino homem que estagiou connosco – e de sorriso rasgado disse-me que tinha encontrado o tal “patrão”, aquele que incentiva, que promove o engagement que é muito

mais forte do que o empowerment, tendo em conta que é a fusão dos interesses do grupo, aquele que faz com que uma pessoa se sinta alegre, feliz e bem disposta porque simplesmente…vai trabalhar e se é verdade que os olhos são o espelho da alma o Manuel retrata isso no brilho espalhado nos seus olhos verdes, cheios de esperança. Coisas fantásticas da vida, aquela de que ando em fuga – para a frente, dado que num outro dia encontrei uma pessoa amiga, um pouco mais velha que eu, que tinha perdido os pais de quem tinha cuidado e agora, plena e recheada de dinheiro olhava para mim, cheia de tiques nervosos e não me sabia responder a uma questão tão simples como esta: Que projetos tens para ti? Não sabia a resposta porque estava vazia de objetivos – tudo aquilo que eu não quero para mim. Também, muitas vezes, quando pensamos que caminhamos sozinhos enganamo-nos porque, de repente, recebemos um e-mail onde nos escrevem: «…Porque sei que fica feliz por mim, informo que terminei o RVCC, 9º Ano, com antecipação de um mês (…), hoje começo a preparar-me para o 12º Ano e a começar pelo Inglês como língua estrangeira. Lembro-me quando você começou com as Novas Oportunidades. Achei (e comentei) que eu era demasiado velho para o fazer mas agora só quero aprender cada vez mais e conseguir a qualificação que mereço. Bem haja pela vossa postura que para mim serve de exemplo». Esta pessoa que assim me escreveu é o pai do Pedro e o sogro da Ana, e todos eles foram testemunhas do tanto que me custou erguer-me, porque eles assistiram a momentos penosos e de muito sofrimento, mas penso que nós os quatro também nunca esqueceremos o meu orgulho quando lhes entreguei uma impressão do testemunho que escrevi sobre esta grande conquista e claro que a resposta que devolvi no e-mail só poderia ser: «Orgulho-me da sua atitude perante o rumo que está a dar à sua vida. O RVCC mudou a minha vida e espero do fundo do coração que mude a sua». Melhor do que ninguém saberei qual foi a sua sensação nesta conquista caro amigo, porque terá sido naquele preciso momento, único no sentir, que valorizou o meu entusiasmo e tem perfeita razão quando me escreve uma fra-

se como conclusão: «Pensamos que já sabemos tudo e vem a vida e coloca-nos novas perguntas…». A grande conquista de quem passa pelas Novas Oportunidades e que está muito para além de resultados estatísticos ou índices de empregabilidade, porque falamos do tal fator humano, que em mim teve como consequência a atitude que adotei de não aceitar parar e porque também cheguei à conclusão de que tenho tanto para fazer, corrigir e aprender. Foi também este e-mail que me impulsionou DESENHO ARQUIVO GL

para que, no seminário a que assisti no Fórum Cultural de Ermesinde sobre “INO: Heranças e Pontes para a Aprendizagem ao Longo da Vida”, me levantasse da cadeira, perante um auditório cheio de gente que procura uma nova oportunidade e interviesse com um testemunho que é meu, apelando para que não “matem” os sonhos e não façam secar a fonte de conhecimento que existe dentro de todos nós para a construção da tal ponte de que falavam e que deverá ser alicerçada com base num conhecimento funda-

mental e único – a escola da vida. Não imaginava que poderia fazer tanto com tão pouco, e de manhã emociono-me muitas vezes quando olho para o outro lado do espelho e encontro uma alma cheia de tanta coisa, tanto por que sonhar e tanto por que lutar num desafio justo e leal travado com a própria vida, mesmo vestida com roupas que já foram de utilidade para outras pessoas que agora as vendem em banquinhas simpáticas organizadas num mercado que também tem uma vertente cultural – o FleaMarket, onde é difícil regatear preços tendo em conta que do lado de quem vende temos um número significativo de jovens de olhar doce e sorrisos rasgados que nos enternecem e amolecem o “espírito negociante” que às vezes temos que adotar para conseguirmos o melhor preço. A magia da vida não será mesmo ter tudo, mas aprendermos a ser felizes com tudo aquilo que temos e que vamos conquistando passo a passo, e enquanto vou escrevendo estes pequenos “post-its” sorrio a pensar no desenho que agora está a decorar a parede do meu cantinho lá de casa, que funciona como o meu “laboratório de ideias” e que foi colado ao lado dos desenhos de infância das minhas filhas e também junto aos que me manda agora a minha filha mais velha, com 30 anos – retratos da evolução da sua filha, a pequena Catarina, que está a crescer a passos largos lá nas terras longínquas do Canadá, e que comovem o coração humano de qualquer avó, mesmo que tenha que andar sempre protegida numa armadura que nos tempos que correm precisa de ser de aço. Tudo isto num dia de Maio, que tinha o número 24 e logo pela manhã tinha partilhado uma frase de Charlie Chaplin – «Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade!». Não passou de moda esta frase e não passa de moda o que respondi quando técnicas de um Centro de Novas Oportunidades me vieram agradecer o testemunho em que enalteci o trabalho das equipas que nos acolhem e apoiam. – Obrigado, digo eu: por uma nova vida, por uma nova oportunidade.

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• A Voz de Ermesinde

Opinião

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Miguel Relvas em apuros

A. ÁLVARO SOUSA (*)

ão pouco mais de dezassete horas do dia vinte e sete deste mês de Maio quando estou a escrever estas linhas. Com a velocidade que os acontecimentos políticos atualmente adquirem no nosso país, pode bem acontecer que as nossas perceções sejam completamente desmentidas pelos factos que entretanto ocorrerão entre o presente momento e aquele em que os prezados leitores de “A Voz de Ermesinde” possam ler a edição onde o nosso escrito será inserido. O ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, tem vindo a ser fustigado no âmbito do dossiê conhecido pelas “Secretas”. As relações de proximidade mantidas com o ex-diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) têm-lhe causado alguns engulhos, agravados pela circunstância daquilo que é próprio do político: começar por negar tudo na esperança de que o seu poder e as “tropas de choque” consigam retirar o assunto da agenda informativa, substituindo-o por outro ou outros que o façam esquecer. Neste caso, porém, as coisas parece não estarem a correr de feição e, cada dia que passa, a “nebulosa” é cada vez

mais espessa, havendo já quem avente a hipótese da demissão do ministro estar para muito breve. Quem tal admite escudar-se-á na consequência lógica e coerente com as afirmações do primeiro-ministro que oportunamente disse de forma clara que «quem mentir sai do Governo». Ora, retendo algumas afirmações de Miguel Relvas, nomeadamente aquelas que proferiu no Parlamento à interpelação da deputada Cecília Honório, quando lhe pergunta «o senhor, desde que é ministro, nem tem contactos, nem informações particulares, nem qualquer espécie de responsabilidade sobre serviços de informações? Nem o senhor ministro nem ninguém do seu gabinete mexe naquilo que diz respeito aos serviços de informações?», interpelação que mereceu do ministro a resposta de «Não, não, não e mais um não». Acontece que para gáudio dos partidos da oposição e embaraço dos que suportam o Governo, o que a comunicação social vem relatando torna difícil a Passos Coelho resolver a quadratura do círculo: manter intacto o seu Governo e demonstrar respeito pela sua afirmação de punir os governantes que sejam apanhados a mentir. É claro que cada um dos “beligerantes” se esforçará por, recorrendo a toda a dialética disponível, procurar demonstrar que a razão está do seu lado. Mas a recente demissão de Adelino Cunha, jornalista que foi adjunto de Miguel Relvas até renunciar ao cargo, ao que parece por entretanto se saber que trocara mensagens com o ex-espião Jorge Silva Carvalho, torna as coisas muito complicadas para o primeiro-ministro e seu

partido, com alguns incomodativos salpicos para o seu parceiro de coligação. Com efeito, a demissão de Adelino Cunha e o que entretanto a comunicação social “espiolhou” num processo judicial, deu ensejo a que «o BE anunciasse que vai chamar novamente Relvas à AR, por considerar que mentiu aos deputados». É esta afirmação que nos leva a admitir a dificuldade do primeiro-ministro em “segurar” o seu colaborador mais próximo que, para alguns, está a fazer um trabalho de elevado valor político.

dos, conhecedores do poder que os media têm, e não sendo crível que ignorem que hoje ninguém se esconde no mundo onde a comunicação se processa à velocidade da luz, continuem a comportar-se como se estivéssemos no tempo da pedra lascada ou sujeitos ao lápis azul da Censura e do “Visto Prévio”. Ninguém saberá como este “folhetim” vai acabar. Será lamentável se se confirmar a profecia de Marcelo Rebelo de Sousa quando disse que a escolha de Miguel Relvas para o Governo era um erro de casting. Mas, seja qual FOTO DE ARQUIVO for o desfecho, seria bom que os atuais e futuros governantes interiorizassem que, quando rebenta um escândalo que eles saibam ser verdadeiro, em vez de o negarem escondidos atrás de jogos de sombras, se demitam imediatamente, em solidariedade com os seus colegas e no respeito pelos verdadeiros problemas que o País enfrenta, cujas soluções são por isso adiadas, consumindo energias aos decisores e ocupando na comunicação social tempo e espaço que lhes deveria ser totalmenÉ dos livros que num político que se pre- te reservado. ze, a mentira no exercício das suas funções é O bom nome de Portugal, os verdamais natural que o ar que respira, decorrendo deiros interesses dos portugueses, a desse facto a compreensão para os exercíci- ética republicana e o respeito pelas reos de contorcionismo que os eleitos fazem gras da democracia, são valores que depara simularem que estão a governar de acor- vem preceder quaisquer outros de índodo com as promessas feitas durante as cam- le partidária ou pessoal. Quem possa panhas eleitorais, quando toda a gente expe- fazer alguma coisa pela realização de tão rimenta as consequências das suas omissões nobres objetivos, certamente que os cidaou de práticas completamente opostas ao dãos penhoradamente lhes agradecerão. prometido. Mas, mesmo dando de barato esta (*) alvarodesousa@sapo.pt realidade, é pena que políticos experimenta-

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A Voz de Ermesinde •

Lazer

Efemérides

30 de maio de 2012

Coisas Boas

7 JUNHO 1862 – Os Estados Unidos e o Reino Unido concordam em pôr um fim ao tráfico de escravos.

Palavras cruzadas

Sopa de lentilhas

FOTO ARQUIVO

HORIZONTAIS 1. Presteza. 2. Afie; membros de aves. 3. Narração; movimento de cultura popular. 4. Partir; senhor; existe. 5. Apetite sexual; antes de Cristo; tal e qual. 6. Ástato (s. q.); amarrem; pronome pessoal. 7. Tonalidade; secura. 8. Alternativa; localidade do Centro; ruim. 9. Ponham rolha. 10. Cautelosa.

• 300g de lentilhas; • 1 cebola; • 150g de massa cortada; • 300g de cenouras; • 1 molho de espinafres; • 0,5dl de azeite; • sal q.b. Começa-se por demolhar as lentilhas durante cerca de 20 minutos. Depois cozem-se em 2 litros de água temperada com sal, azeite e cebola picada. Deixa cozinhar cerca de 20 minutos. Descasca e corta a cenoura em pedacinhos, e junta às lentilhas cinco minutos antes destas estarem completamente cozidas. Arranja bem e lava os espinafres. Adiciona-os à sopa juntamente com a massa e deixa que cozam durante cerca de 5 minutos.

VERTICAIS

SOLUÇÕES: HORIZONTAIS

VERTICAIS 1. Caricatura. 2. Emerito; Oc. 3. Lol; mola. 4. Elas; Uhu. 5. Retrata; ET. 6. Cerume. 7. Da; mil. 8. Aspas; Ba. 9. Dao; item. 10. Especializada.

1. Celeridade. 2. Amole; asas. 3. Relato; pop. 4. Ir; Sr; ha. 5. Cio; aC; sic. 6. At; atem; ti. 7. Tom; aridez. 8. Ou; Ul; ma. 9. Rolhem. 10. Acautelada.

1. Retrato grotesco. 2. Distinto; língua provençal. 3. Acrónimo de “lough out loud” na internet; prendedor de roupa. 4. Pronome pessoal; fabrica colas. 5. Fotografa; extra-terrestre. 6. Cera dos ouvidos. 7. Oferece; um milhar. 8. Sinal gráfico semelhante a comas; bário (s.q.). 9. Afluente do Mondego; parcela. 10. Especificamente preparada.

Anagrama Descubra que rua de Ermesinde se esconde dentro destas palavras com as letras desordenadas: GALMIRNA. Rua da Marginal.

SOLUÇÕES:

Veja se sabe 01 - Canadiano distinguido com Prémio Nobel da Paz em 1958. SOLUÇÕES: 02 - Povo das estepes asiáticas. Constituiu um dos maiores impérios. 03 - Jovem cineasta português, autor de “Tabu” (2012). 04 - Nasce na serra do Caldeirão. Desagua em Vila Nova de Mil Fontes. 05 - A que classe de animais pertence a pintada? 06 - A que continente pertence a Somalilândia? 07 - Em que país fica a cidade de Génova? 08 - Qual é a capital da República Checa? 09 - A abreviatura Eri corresponde a qual constelação? 10 - Elemento metálico do grupo dos lantanídeos, n.º 70 da Tabela Periódica (Yb).

01 – Lester Bowles Pearson. 02 – Mongóis. 03 – Miguel Gomes. 04 – Rio Mira. 05 – Aves. 06 – África. 07 – Itália. 08 – Praga. 09 – Eridano. 10 – Itérbio.

Provérbio Chuva de junho, peçonha do mundo. (Provérbio português)

Diferenças

SOLUÇÕES:

ILUSTRAÇÃO HTTP://WWW.PDCLIPART.ORG

“A Voz de Ermesinde” prossegue neste número uma série de receitas vegetarianas de grau de dificuldade “muito fácil” ou “média”. A reprodução é permitida por http://www.centrovegetariano.org/receitas/, de acordo com os princípios do copyleft.

Sudoku

151 Em cada linha, horizontal ou vertical, têm que ficar todos os algarismos, de 1 a 9, sem nenhuma repetição. O mesmo para cada um dos nove pequenos quadrados em que se subdivide o quadrado grande. Alguns algarismos já estão colocados no local correcto.

Sudoku (soluções)

151

Descubra as 10 diferenças existentes nos desenhos

Sugestão: Podes adicionar a esta sopa 2 batatas médias, descascadas e cortadas em cubos pequenos.

01. Malas. 02. Puxador da porta. 03. Para choques. 04. Sombra. 05. Jante. 06. Corda. 07. Cabelo. 08. Capot. 09. Embrulhos. 10. Farol.


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• A Voz de Ermesinde

Tecnologias

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Contra o DRM

Anunciado o printerd Tim Waugh anunciou a existência do projeto printerd, um novo subsistema de spool de impressão para Linux. «É um serviço do sistema D-Bus com suporte a polkit, escrito usando o sistema de objetos GLib. Apesar de modelado nos conceitos do IPP (Internet Printing Protocol), o printerd não é um servidor IPP em si. A sua única interface é o DBus, apesar de visar ser possível a implementação de um servidor IPP em cima da API D-Bus como um processo separado. Ter uma interface D-Bus significa que aplicações querendo imprimir obtêm acesso ao printerd assincronamente». Fonte: http://lwn.net/Articles/498161/

Guia de migração para o código aberto O “Guia de Migração para o Código Aberto” segue a mesma linha do Infográfico do Debian (http://claudiocomputing.wordpress.com/infografico-do-debian/), com a ideia de mostrar de forma fácil como analisar e executar um processo de migração, de forma segura e gradual, para o código aberto. Para garantir o sucesso do processo de migração, é preciso entender o que, quando e como migrar, garantindo um processo com o menor impacto possível e com o maior retorno desejável. Assim, fique a vontade para conhecer um caminho seguro para se libertar de tecnologias privativas e com maior valor agregado para o uso corporativo ou doméstico do computador. A versão 0.2 foi a primeira versão apresentável deste material. Fonte: http://claudiocomputing.wordpress.com/guia-de-migracao/

Dell e Red Hat estabelecem parceria A Dell e a Red Hat assinaram um acordo para permitir que os clientes da fabricante de computadores comprem notebooks, desktops e servidores com o Red Het Enterprise Linux (RHEL) e o JBoss pré-instalados (OEM). Os sistemas serão fornecidos pelo “Dell’s OEM Partner Program”, que é focado em provedores de serviços de TI que comprariam essas soluções integradas e as instalariam para os seus clientes. A Red Hat e a Dell vão também anunciar detalhes de produtos específicos, as opções de customização, e quando os sistemas estarão disponíveis para compra. As duas gigantes do setor de TI já trabalharam juntas no passado. Clientes corporativos puderam comprar computadores Dell com o RHEL pré-instalado por vários anos. Como as duas empresas são membros fundadores da OpenStack Foundation é possível que essa parceria seja extendida para – no futuro – incluir ofertas de computação na nuvem. Fonte: http://revista.espiritolivre.org/dell-ered-hat-fecham-parceria

Guia do Iniciante do LibreOffice Está disponível para download gratuito o Guia do Iniciante do LibreOffice,um manual completo, composto por 389 páginas de dicas e macetes para esta suite de escritório. O manual contempla as funções básicas de cada uma das seis aplicações disponívels na suite: Writer, Calc, Impress, Draw, Base e Math. O processo de tradução do manual foi feito pelos voluntários da comunidade brasileira do LibreOffice. Fonte: http://ur1.ca/97po3

O DRM – Digital Rights Management, muitas vezes apresentado abusivamente como uma forma de “proteção contra cópia” não é mais do que uma intromissão grave da indústria nos gostos e direitos dos utilizadores e um abuso na definição de autorizações arbitrárias, com uma única preocupação, a do lucro das grandes corporações. DRM-PT/AVE

DRM é uma sigla, significando formalmente, Digital Rights Management, mas, mais apropriadamente, Digital Restrictions Management, ou, em Português Gestão Digital de Restrições. Termos como «protecção contra cópia» normalmente referem-se a estas tecnologias. Como o seu nome indica, a gestão de direitos digitais aplica-se somente aos meios digitais. O conteúdo digital tem ganho popularidade sobre o conteúdo analógico por dois motivos: o primeiro deve-se ao facto das vantagens técnicas associadas com a sua produção, reprodução e manipulação e o segundo porque, na maioria das vezes, a qualidade é superior em relação ao analógico. Desde o nascimento dos computadores pessoais, os arquivos de conteúdo digital tornaram-se um meio fácil de fazer cópias de modo ilimitado sem aparecer qualquer perda na qualidade das cópias subsequentes. Muito conteúdo analógico perde qualidade com cada geração copiada e frequentemente durante o seu uso normal. A popularidade da internet e das ferramentas para partilhar arquivos simplificou a distribuição de conteúdo digital. A disponibilidade de múltiplas cópias perfeitas de material sujeito a direitos de autor foi entendida pela indústria como um golpe ao seu modelo de negócio, em especial dentro da indústria fonográfica, cinematográfica e dos jogos eletrónicos. Aqueles que publicam material digital têm modelos de negócio que recaem na habilidade de obter lucro por cada cópia feita do trabalho digital, e algumas vezes por cada execução daquele material. O DRM foi criado e planeado por essas empresas e indivíduos, ainda oferecendo o conteúdo digital, mas com medidas para permitir o controlo da duplicação e disseminação do seu conteúdo. Qual é o problema com o DRM? As grandes corporações descrevem as tecnologias DRM como tecnologias de "Gestão de Direitos", mas, na realidade, estas tecnologias fazem gestão de restrições. Estas tecnologias tipicamente: • detetam quem acede a cada obra, quando e sob quais condições, e reportam essa informação ao provedor da obra; • autorizam ou negam da maneira irrefutável o acesso à obra, de acordo com as condições que podem ser alteradas unilateralmente pelo provedor da obra; • quando autorizam o acesso, fazem-no sob condições restritivas que são fixadas unilateralmente pelo provedor da obra, independentemente dos direitos que a lei fornece ao autor ou ao público.

As tecnologias DRM podem controlar os consumidores restringindo-lhes o acesso a filmes, música, literatura e software, ou, mais precisamente, todo e qualquer formato de dados digital. Onde encontrar a Gestão Digital de Restrições (DRM)? O DRM está presente, sob diversas formas em muitos produtos: • Na música: Editoras Sony, EMI, Blue Note Records, Warner, Universal, iTunes Music Store, iOS (iPod, iPad e iPhone), Zen da Creative e Zune da Microsoft (CD’s corrompidos); • No video: DVD's da Prisvideo, Sony, BBC, Lusomundo, LNK Audiovisuais, Planeta DeAgostini, Fortíssimo Films; • No entretenimento: XBox e XBox 360, PlayStation 2 e PlayStation Portable, Electronic Arts; • Na informática: Windows Vista (e Windows 7), computadores Vista Ready, Campanha Trusted Computing Platform Alliance, MacBook. Todos os computadores com selo de Windows 8 têm DRM para o impedir de instalar outro Sistema Operativo. Empresas a evitar (na íntegra dificilmente) As empresas abaixo apoiam a Gestão Digital de Restrições (DRM), e pode ser boa ideia não apoiar comercialmente os seus produtos comprando ou usando, quando possível, (n)as suas alternativas, o que – diga-se desde já – não será fácil: Adobe, Alcatel-Lucent, Apple, AMD, Amazon, Ascent Media, BBC, Bertrand, Best Buy, Bioware, Blueprint, BT, CableLabs, Catch Media, CinemaNow, Cineplex Entertainment, Cisco, Comcast, Cox Communications, Creative, CSG Systems, Deluxe, Disney, DivX, Dolby, DTS, EMI, EuEbooks, ExtendMedia, Flor De Utopia, FNAC, Fox Entertainment, Google, HarperCollins, HP (Hewlett-Packard), Huawei Technologies, IBM, Intel, Irdeto, LeYa, LG, Liberty Global, Lionsgate, LOVEFiLM, Lusomundo, Marka, Marvell Semiconductor, Matsushita (Panasonic), MGM, Microsoft, MOD Systems, Motorola, MPO, MyEBooks, Nagravision, NBC Universal, NDS Group, Netflix, Neustar, Nokia, Nvidia, Panasonic, Paramount Pictures, Penguin, Philips, PortoEditora, Red Bee Media, Rhapsody, RIAA, Rovi, Saffron Di-

gital, Samsung, Secure Path, Sonic Solutions, Sony, Spotify, Switch Communications, Tesco, Thomson, Toshiba, Twentieth Century Fox, Universal, Verimatrix, VeriSign, Warner Brothers, Zoran. Diante das dificuldades de afrontar um polvo de tais dimensões, aqui fica a informação de uma iniciativa com menos alvos, apresentada pela DBD (Defective By Design, uma campanha da Free Software Foundation contra o DRM), que visa boicotar os produtos de 35 companhias, uma por dia, em plena época de compras natalícias (na realidade 27, com a lista adaptada à realidade portuguesa): 1. MacBook; 2. Netflix; 3. Overdrive; 4. BBC-iPlayer; 5. Yahoo-e-MSN; 6. WindowsMedia; 7. Prince; 8. Nintendo; 9. Zune; 10. Spore; 11. iTunes; 12. GTA; 13. HDTV; 14. iPhone; 15. TiVO; 16. ErikHuggers; 17. SDMI; 18. Biden; 19. ACTA; 20. Ballmer; 21. DigitalCopy; 22. Bronfman; 23. Trusted; 24. Bono; 25. RIAA; 26. Blu-Ray; 27. MOBTV. Como adquirir em Portugal computadores sem sistema operativo proprietário O site da ANSOL – Associação Nacional de Software Livre – tem patente no seu site, em http://wiki.ansol.org/PortateisSemSO, uma informação sobre empresas que comercializam computadores livres cde sistema operativo proprietário. Mas se, por acaso já tiver comprado, o seu computador, então o mesmo site também lhe indica como devolver o Sistema Operativo e obter a devolução do dinheiro (página http:/ /nao.quero.imposto.ms/), e posteriormente como libertá-lo, aprendendo a usar software livre (página https://libertei.me/.


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A Voz de Ermesinde •

Arte Nona

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Entretanto

VVIII Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja “Antestreia mundial de cinco páginas do Tex Gigante “La cavalcata del morto” Após ter estado patente na cidade do Porto, integrada na 1ª Edição do MAB Invicta – Festival Internacional de Multimédia, Arte e Banda Desenhada que se realizou na Faculdade de Belas Artes dessa bela cidade nortenha, no fim de semana de 17 e 18 de março, uma exposição com 10 pranchas inéditas, cabe agora a vez ao blogue português do Tex, devidamente autorizado pela SBE, de divulgar em nova antestreia mundial cinco páginas do próximo “Speciale Tex” (Tex Gigante ), o n.º 27, a ser lançado, em Itália, no próximo dia 21 de junho de 2012, com o título “La Cavalcata del morto“ (“A Cavalgada do morto”), com argumento e roteiro de Mauro Boselli e com desenhos e capa de Fabio Civitelli. Segundo a sinopse desta história, no blog de José Carlos Francisco, «nas noites solitárias ao redor da fogueira dos acampamentos, os cowboys contam muitas lendas aterradoras. Uma delas é a de Arturo Videla, o Comanchero decapitado, que vagueia sem descanso pelas pradarias e desertos do Sudoeste no seu demoníaco garanhão negro. Mas talvez haja alguma verdade na lenda, porque o fantasma do homem morto começou a matar. El Morisco crê que a macabra aparição esteja relacionada com a sociedade secreta dos “ressurreicionistas”, que roubam cadáveres dos cemitérios do México, na estranha convicção de lhes poder trazer de volta à vida. Tex e os seus pards chegam a Pilares para ajudar o amigo e encontram-se imersos no mistério. Quem é o cavaleiro sem cabeça que aparece precedido pela sinistro som de uma flauta indígena? Como pode ser visto simultaneamente em locais muito distantes entre si? E que papel, tem na intriga, uma jovem e encantadora feiticeira Comanche?». Fonte: http://texwillerblog.com/ wordpress/?p=37605

Está a decorrer, desde o passado dia 26 de maio e até 10 de junho, na Casa da Cultura da capital do Baixo Alentejo o VIII Festival Internacional de BD de Beja. Acossado por dificuldades financeiras que chegaram a parecer inultrapassáveis, pelo contrário o Festival afirma a sua presença e importância, mais uma vez sob a direção de Paulo Monteiro. AVE

O programa principal de exposições do evento conta com exposições individuais de André Oliveira (Portugal), Carla Rodrigues (Portugal), Maria João Worm (Portugal), Pepedelrey (Portugal), Júlio Shimamoto – O Samurai dos Quadrinhos (Brasil), Francisco Paixão (Portugal) – De Beja a Angoulême - 18 Horas de Comboio, exposição de Fotografia. Conta ainda com as Coletivas: • “Traços Comuns: Arte Original da Colecção de Domingos Isabelinho” – Com Al Columbia (Estados Unidos), Al Smith (Estados Unidos), Alberto Breccia (Uruguai), Aristophane (França), Arturo del Castillo (Chile), Barron Storey (Estados Unidos), Bud Fisher (Estados Unidos), Carl Barks (Estados Unidos), Carlos Roume (Argentina) / Hector Germán Oesterheld (Argentina), Chester Brown(Canadá), Chris Ware (Estados Unidos), Clare Briggs (Estados Unidos), DaveMcKean (Reino Unido), David Wright (Reino Unido), Eddie Campbell (Reino Unido), Eddie Campbell (Reino Unido) / Alan Moore (Reino Unido), Frank Godwin (EstadosUnidos), Fred (França), George McManus (Estados Unidos), Guido Buzzelli (Itália), Hal Foster (Canadá), Jaime Hernandez (Estados Unidos), Joe Matt (Estados Unidos), José Luis Salinas (Argentina) / Rod Reed (Estados Unidos), Kyle Baker (Estados Unidos), Tony Weare (Reino Unido) e Tony Weare (ReinoUnido) / James Edgar (Reino Unido). • “Corto Maltese no Século XXI (Portugal)”, exposição do fanzine “Efeméride”, de Geraldes Lino – com Alice Geirinhas, Álvaro, Ana Madureira, André Ruivo, Andreia Rechena,

Arlindo Fagundes, Carlos Páscoa, Carlos Zíngaro, Daniel Lopes, David Campos, Miguel Falcato, Ricardo Ferrand, Filipe Abranches, J Coelho (Des.) / David Soares (Arg.), J. Mascarenhas, Joana Afonso, João Chambel, João Sequeira (Des.) / Luís Pedro Cruz (Arg.), José Lopes, José Pedro Costa, João Lam, Luís Guerreiro, Machado-Dias, Marco Mendes, Maria João Careto, Mota,Nazaré Álvares, Nuno Saraiva, Paulo Monteiro, Pedro Massano, Pedro Nogueira, Pepedelrey, Regina Pessoa, Renato Abreu, Ricardo Cabral, Ricardo Cabrita,Ricardo Santos, Roberto Macedo Alves, Rui Pimentel, Susa Monteiro, Tiago Baptista, Vasco Gargalo e Victor Mesquita. • “Originais e Serigrafias da Bedeteca ee Beja (vários países)” – comAlberto Vázquez (Espanha), Alexander Zograf (Sérvia), Andrea Bruno (Itália), André Caetano (Portugal), Artur Correia (Portugal), Carlos Rocha (Portugal), Craig Thompson (Estados Unidos da América), Dave McKean (Reino Unido), David B.(França), David Rubín (Espanha), Fabio Civitelli (Itália), Fábio Moon (Brasil), Fernando Gonsales (Brasil), Fernando Relvas (Portugal), Fritz (Espanha), Gabriel Bá (Brasil), Gary Erskine (Reino Unido), Gisela Martins (Portugal) /Sara Ferreira (Portugal), Hermann (Bélgica), Hypollite (França), Jakob Klemencic (Eslovénia), João Lam (Portugal), José Manuel Saraiva (Portugal),Lourenço Mutarelli (Brasil), Loustal (França), Martin tom Dieck (Alemanha), Maria João Careto (Portugal) / André Oliveira (Portugal), Max (Espanha), Miguel Rocha (Portugal), Niko Henrichon (Canadá), Rufus Dayglo (Reino Unido), Susa Monteiro (Portugal), Ulf K. (Alemanha), Véte (Portugal) e Zé Francisco(Portugal). E ainda as mostras de Diogo Carvalho (Por-

tugal) – “Obscurum Nocturnus” e Rui Lacas (Portugal) – “Han Solo”. Uma animada programação paralela contempla o lançamento e venda de livros e fanzines, originais de BD e serigrafias, várias conversas sobre temas ligados à Banda Desenhada, exibição de filmes, feira de revistas usadas, sessões de autógrafos. Contacto: Paulo Monteiro, Bedeteca de Beja, Edifício da Casa da Cultura, Rua Luís de Camões, 7800-508 Beja, Portugal. Telefone: (00351) 969660234. Sítio: www.festivalbdbeja.net.


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Arte Nona

O ajudante de cangalheiro (7/8) autor: PAULO PINTO


A Voz de Ermesinde •

Serviços

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Farmácias de Serviço Permanente

Telefones CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE

De 01/06/12 a 01/07/12

• Educação Pré-Escolar (Teresa Braga Lino) (Creche, Creche Familiar, Jardim de Infância)

• População Idosa (Anabela Sousa) (Lar de Idosos, Apoio Domiciliário) • Serviços de Administração (Júlia Almeida) Tel.s 22 974 7194; 22 975 1464; 22 975 7615; 22 973 1118; Fax 22 973 3854 Rua Rodrigues de Freitas, 2200 4445-637 Ermesinde • Formação Profissional e Emprego (Albertina Alves) (Centro de Formação, Centro Novas Oportunidades, Empresas de Inserção, Gabinete de Inserção Profissional) • Gestão da Qualidade (Sérgio Garcia) Tel. 22 975 8774 Largo António Silva Moreira, 921 4445-280 Ermesinde • Jornal “A Voz de Ermesinde” (Fernanda Lage) Tel.s 22 975 7611; 22 975 8526; Fax. 22 975 9006 Largo António da Silva Moreira Canório, Casa 2 4445-208 Ermesinde

ECA

Telefones de Utilidade Pública

ERMESINDE CIDADE ABERTA

• Sede Tel. 22 974 7194 Largo António Silva Moreira, 921 4445-280 Ermesinde • Centro de Animação Saibreiras (Manuela Martins) Tel. 22 973 4943; 22 975 9945; Fax. 22 975 9944 Travessa João de Deus, s/n 4445-475 Ermesinde • Centro de Ocupação Juvenil (Manuela Martins) Tel. 22 978 9923; 22 978 9924; Fax. 22 978 9925 Rua José Joaquim Ribeiro Teles, 201 4445-485 Ermesinde

Auxílio e Emergência

Saúde

Avarias - Água - Eletricidade de Ermesinde ......... 22 974 0779 Avarias - Água - Eletricidade de Valongo ............. 22 422 2423 B. Voluntários de Ermesinde ...................................... 22 978 3040 B.Voluntários de Valongo .......................................... 22 422 0002 Polícia de Segurança Pública de Ermesinde ................... 22 977 4340 Polícia de Segurança Pública de Valongo ............... 22 422 1795 Polícia Judiciária - Piquete ...................................... 22 203 9146 Guarda Nacional Republicana - Alfena .................... 22 968 6211 Guarda Nacional Republicana - Campo .................. 22 411 0530 Número Nacional de Socorro (grátis) ...................................... 112 SOS Criança (9.30-18.30h) .................................... 800 202 651 Linha Vida ............................................................. 800 255 255 SOS Grávida ............................................................. 21 395 2143 Criança Maltratada (13-20h) ................................... 21 343 3333

Centro Saúde de Ermesinde ................................. 22 973 2057 Centro de Saúde de Alfena .......................................... 22 967 3349 Centro de Saúde de Ermesinde (Bela).................... 22 969 8520 Centro de Saúde de Valongo ....................................... 22 422 3571 Clínica Médica LC ................................................... 22 974 8887 Clínica Médica Central de Ermesinde ....................... 22 975 2420 Clínica de Alfena ...................................................... 22 967 0896 Clínica Médica da Bela ............................................. 22 968 9338 Clínica da Palmilheira ................................................ 22 972 0600 CERMA.......................................................................... 22 972 5481 Clinigandra .......................................... 22 978 9169 / 22 978 9170 Delegação de Saúde de Valongo .............................. 22 973 2057 Diagnóstico Completo .................................................. 22 971 2928 Farmácia de Alfena ...................................................... 22 967 0041 Farmácia Nova de Alfena .......................................... 22 967 0705 Farmácia Ascensão (Gandra) ....................................... 22 978 3550 Farmácia Confiança ......................................................... 22 971 0101 Farmácia Garcês (Cabeda) ............................................. 22 967 0593 Farmácia MAG ................................................................. 22 971 0228 Farmácia de Sampaio ...................................................... 22 974 1060 Farmácia Santa Joana ..................................................... 22 977 3430 Farmácia Sousa Torres .................................................. 22 972 2122 Farmácia da Palmilheira ............................................... 22 972 2617 Farmácia da Travagem ................................................... 22 974 0328 Farmácia da Formiga ...................................................... 22 975 9750 Hospital Valongo .......... 22 422 0019 / 22 422 2804 / 22 422 2812 Ortopedia (Nortopédica) ................................................ 22 971 7785 Hospital de S. João ......................................................... 22 551 2100 Hospital de S. António .................................................. 22 207 7500 Hospital Maria Pia – crianças ..................................... 22 608 9900

Serviços Locais de venda de "A Voz de Ermesinde" • Papelaria Central da Cancela - R. Elias Garcia; • Papelaria Cruzeiro 2 - R. D. António Castro Meireles; • Papelaria Troufas - R. D. Afonso Henriques - Gandra; • Café Campelo - Sampaio; • A Nossa Papelaria - Gandra; • Quiosque Flor de Ermesinde - Praça 1º de Maio; • Papelaria Monteiro - R. 5 de Outubro.

Fases da Lua

Jun 20 20112 Jul 201 20122

Lua Cheia: 4 ; Q. Minguante: 11 11;; 19;; Q. Crescente: 27 27.. Lua Nova: 19 Lua Cheia: 3 ; Q. Minguante: 11 11;; Lua Nova: 19 19;; Q. Crescente: 26 26..

Ficha de Assinante A VOZ DE

ERMESINDE Nome ______________________________ _________________________________ Morada _________________________________ __________________________________________________________________________________ Código Postal ____ - __ __________ ___________________________________ Nº. Contribuinte _________________ Telefone/Telemóvel______________ E-mail ______________________________ Ermesinde, ___/___/____ (Assinatura) ___________________ Assinatura Anual 12 núm./ 9 euros NIB 0036 0090 99100069476 62 R. Rodrigues Freitas, 2200 • 4445-637 Ermesinde Tel.: 229 747 194 • Fax: 229 733 854

Farmácias de Serviço

Dias

• Infância e Juventude (Fátima Brochado) (ATL, Actividades Extra-Curriculares)

Telefones

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Cartório Notarial de Ermesinde ..................................... 22 971 9700 Centro de Dia da Casa do Povo .................................. 22 971 1647 Centro de Exposições .................................................... 22 972 0382 Clube de Emprego ......................................................... 22 972 5312 Mercado Municipal de Ermesinde ............................ 22 975 0188 Mercado Municipal de Valongo ................................. 22 422 2374 Registo Civil de Ermesinde ........................................ 22 972 2719 Repartição de Finanças de Ermesinde...................... 22 978 5060 Segurança Social Ermesinde .................................. 22 973 7709 Posto de Turismo/Biblioteca Municipal................. 22 422 0903 Vallis Habita ............................................................... 22 422 9138 Edifício Faria Sampaio ........................................... 22 977 4590

Bancos Banco BPI ............................................................ 808 200 510 Banco Português Negócios .................................. 22 973 3740 Millenium BCP ............................................................. 22 003 7320 Banco Espírito Santo .................................................... 22 973 4787 Banco Internacional de Crédito ................................. 22 977 3100 Banco Internacional do Funchal ................................ 22 978 3480 Banco Santander Totta ....................................................... 22 978 3500 Caixa Geral de Depósitos ............................................ 22 978 3440 Crédito Predial Português ............................................ 22 978 3460 Montepio Geral .................................................................. 22 001 7870 Banco Nacional de Crédito ........................................... 22 600 2815

Transportes Central de Táxis de Ermesinde .......... 22 971 0483 – 22 971 3746 Táxis Unidos de Ermesinde ........... 22 971 5647 – 22 971 2435 Estação da CP Ermesinde ............................................ 22 971 2811 Evaristo Marques de Ascenção e Marques, Lda ............ 22 973 6384 Praça de Automóveis de Ermesinde .......................... 22 971 0139

Desporto Águias dos Montes da Costa ...................................... 22 975 2018 Centro de Atletismo de Ermesinde ........................... 22 974 6292 Clube Desportivo da Palmilheira .............................. 22 973 5352 Clube Propaganda de Natação (CPN) ....................... 22 978 3670 Ermesinde Sport Clube ................................................. 22 971 0677 Pavilhão Paroquial de Alfena ..................................... 22 967 1284 Pavilhão Municipal de Campo ................................... 22 242 5957 Pavilhão Municipal de Ermesinde ................................ 22 242 5956 Pavilhão Municipal de Sobrado ............................... 22 242 5958 Pavilhão Municipal de Valongo ................................. 22 242 5959 Piscina Municipal de Alfena ........................................ 22 242 5950 Piscina Municipal de Campo .................................... 22 242 5951 Piscina Municipal de Ermesinde ............................... 22 242 5952 Piscina Municipal de Sobrado ................................... 22 242 5953 Piscina Municipal de Valongo .................................... 22 242 5955 Campo Minigolfe Ermesinde ..................................... 91 619 1859 Campo Minigolfe Valongo .......................................... 91 750 8474

Cultura Arq. Hist./Museu Munic. Valongo/Posto Turismo ...... 22 242 6490 Biblioteca Municipal de Valongo ........................................ 22 421 9270 Centro Cultural de Alfena ................................................ 22 968 4545 Centro Cultural de Campo ............................................... 22 421 0431 Centro Cultural de Sobrado ............................................. 22 415 2070 Fórum Cultural de Ermesinde ........................................ 22 978 3320 Fórum Vallis Longus ................................................................ 22 240 2033 Nova Vila Beatriz (Biblioteca/CMIA) ............................ 22 977 4440 Museu da Lousa ............................................................... 22 421 1565

Comunicações Posto Público dos CTT Ermesinde ........................... 22 978 3250 Posto Público CTT Valongo ........................................ 22 422 7310 Posto Público CTT Macieiras Ermesinde ................... 22 977 3943 Posto Público CCT Alfena ........................................... 22 969 8470

Administração Agência para a Vida Local ............................................. 22 973 1585 Câmara Municipal Valongo ........................................22 422 7900 Centro de Interpretação Ambiental ................................. 93 229 2306 Centro Monit. e Interpret. Ambiental. (VilaBeatriz) ...... 22 977 4440 Secção da CMV (Ermesinde) ....................................... 22 977 4590 Serviço do Cidadão e do Consumidor .......................... 22 972 5016 Gabinete do Munícipe (Linha Verde) ........................... 800 23 2 001 Depart. Educ., Ação Social, Juventude e Desporto ...... 22 421 9210 Casa Juventude Alfena ................................................. 22 240 1119 Espaço Internet ............................................................ 22 978 3320 Gabinete do Empresário .................................................... 22 973 0422 Serviço de Higiene Urbana.................................................... 22 422 66 95 Ecocentro de Valongo ................................................... 22 422 1805 Ecocentro de Ermesinde ............................................... 22 975 1109 Junta de Freguesia de Alfena ............................................ 22 967 2650 Junta de Freguesia de Sobrado ........................................ 22 411 1223 Junta de Freguesia do Campo ............................................ 22 411 0471 Junta de Freguesia de Ermesinde ................................. 22 973 7973 Junta de Freguesia de Valongo ......................................... 22 422 0271 Serviços Municipalizados de Valongo ......................... 22 977 4590 Centro Veterinário Municipal .................................. 22 422 3040 Edifício Polivalente Serviços Tecn. Municipais .... 22 421 9459

Ensino e Formação Cenfim ......................................................................................... 22 978 3170 Centro de Explicações de Ermesinde ...................................... 22 971 5108 Colégio de Ermesinde ........................................................... 22 977 3690 Ensino Recorrente Orient. Concelhia Valongo .............. 22 422 0044 Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomes .................. 22 973 3703/4 Escola EB2/3 de S. Lourenço ............................ 22 971 0035/22 972 1494 Escola Básica da Bela .......................................................... 22 967 0491 Escola Básica do Carvalhal ................................................. 22 971 6356 Escola Básica da Costa ........................................................ 22 972 2884 Escola Básica da Gandra .................................................... 22 971 8719 Escola Básica Montes da Costa ....................................... 22 975 1757 Escola Básica das Saibreiras .............................................. 22 972 0791 Escola Básica de Sampaio ................................................... 22 975 0110 Escola Secundária Alfena ............................................. 22 969 8860 Escola Secundária Ermesinde ........................................ 22 978 3710 Escola Secundária Valongo .................................. 22 422 1401/7 Estem – Escola de Tecnologia Mecânica .............................. 22 973 7436 Externato Maria Droste ........................................................... 22 971 0004 Externato de Santa Joana ........................................................ 22 973 2043 Instituto Bom Pastor ........................................................... 22 971 0558 Academia de Ensino Particular Lda ............................. 22 971 7666 Academia APPAM .......... 22 092 4475/91 896 3100/91 8963393

01 02 03 04 05 06 07 07 08 09 10 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 01

Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Quinta Sexta Sábado Domingo Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo

Garcês MAG Nova Alfena Palmilheira Sampaio Santa Joana Travagem Sousa Torres Alfena Ascensão Confiança Sousa Torres Formiga Garcês MAG Nova Alfena Palmilheira Sampaio Santa Joana Travagem Alfena Ascensão Confiança Formiga Garcês MAG Nova Alfena Palmilheira Sampaio Santa Joana Travagem Alfena Ascensão

Marques Santos Marques Cunha Outeiro Linho Sobrado Bessa Central Marques Santos Vilardell Outeiro Linho Sobrado Bessa Central Marques Santos Vilardell Marques Cunha Sobrado Bessa Central Marques Santos Vilardell Marques Cunha Outeiro Linho Bessa Central Marques Santos Vilardell Marques Cunha Outeiro Linho Sobrado Central Marques Santos

FICHA TÉCNICA A VOZ DE

ERMESINDE JORNAL MENSAL • N.º ERC 101423 • N.º ISSN 1645-9393 Diretora: Fernanda Lage. Redação: Luís Chambel (CPJ 1467), Miguel Barros (CPJ 8455). Fotografia: Editor – Manuel Valdrez (CPJ 8936), Ursula Zangger (CPJ 1859). Maquetagem e Grafismo: LC, MB. Publicidade e Asssinaturas: Aurélio Lage, Lurdes Magalhães. Colaboradores: Afonso Lobão, A. Álvaro Sousa, Ana Marta Ferreira, Armando Soares, Cândida Bessa, Chelo Meneses, Diana Silva, Faria de Almeida, Filipe Cerqueira, Gil Monteiro, Glória Leitão, Gui Laginha, Jacinto Soares, Joana Gonçalves, João Dias Carrilho, Sara Teixeira, Joana Viterbo, José Quintanilha, Luís Dias, Luísa Gonçalves, Lurdes Figueiral, Manuel Augusto Dias, Manuel Conceição Pereira, Marta Ferreira, Nuno Afonso, Paulo Pinto, Reinaldo Beça, Rui Laiginha, Rui Sousa, Sara Amaral. Propriedade, Administração, Edição, Publicidade e Assinaturas: CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE • Rua Rodrigues de Freitas, N.º 2200 • 4445-637 ERMESINDE • Pessoa Coletiva N.º 501 412 123 • Serviços de registos de imprensa e publicidade N.º 101 423. Telef. 229 747 194 - Fax: 229733854 Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde. Tels. 229 757 611, 229 758 526, Tlm. 93 877 0762. Fax 229 759 006. E-mail: avozdeermesinde@gmail.com Site:www.avozdeermesinde.com Impressão: DIÁRIO DO MINHO, Rua Cidade do Porto – Parque Industrial Grundig, Lote 5, Fração A, 4700-087 Braga. Telefone: 253 303 170. Fax: 253 303 171. Os artigos deste jornal podem ou não estar em sintonia com o pensamento da Direção; no entanto, são sempre da responsabilidade de quem os assina.

Emprego Centro de Emprego de Valongo .............................. 22 421 9230 Gabin. Inserção Prof. do Centro Social Ermesinde .. 22 975 8774 Gabin. Inserção Prof. Ermesinde Cidade Aberta ... 22 977 3943 Gabin. Inserção Prof. Junta Freguesia de Alfena ... 22 967 2650 Gabin. Inserção Prof. Fab. Igreja Paroq. Sobrado ... 91 676 6353 Gabin. Inserção Prof. CSParoq. S. Martinho Campo ... 22 411 0139 UNIVA ............................................................................. 22 421 9570

Tiragem Média do Mês Anterior: 1100


30 de maio de 2012

• A Voz de Ermesinde

Serviços

Agenda

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01 Jun - 30 Jun

Atividades infantojuvenis 29 E 30 DE JUNHO, 10H00-23H00 Centro Cultural de Alfena Festi beças no Ar estivval O Mundo dos Ca Cabeças Ao longo dos dois dias os participantes vão carimbando o passaporte nos vários países do mundo dos cabeças no ar. Países como o do Teatro, das Histórias Infantis, o das Oficinas, o das Marionetas, o da Música, o das Sombras, o do Ambiente, etc.. Animação permanente e cerca de 20 espetáculos e atividades, com um desfile de final da tarde e um espectáculo noturno. Um festival para famílias. (Agenda Área Metropolitana do Porto)

Espetáculos e Conferências 30 DE JUNHO, 21H45 Fórum Cultural de Ermesinde Encontro de Coros No âmbito do protocolo cultural estabelecido entre o Município de Valongo e a Associação Académica e Cultural de Ermesinde, realiza-se, neste ano de 2012, mais um Encontro de Coros, que contará com a preciosa prestação do Coro dessa associação e de outros coros convidados. (Agenda Área Metropolitana do Porto)

Feiras, festas populares e romarias BUGIADA

24 JUNHO S. João de Sobrado Celebração sanjoanina com um misto de rituais pagãos muito antigos (milenares) e rituais cristãos (centenários). Neswtes segundos, os Bugios (cristãos) e os Mourisqueiros (mouros) são os protagonistas das danças e representações que acontecem desde manhã cedo até ao fim do dia. Exposição itinerante deste fotógrafo amarantino, que deverá passar, entre outros espaços, pela Biblioteca Municipal de valongo, durante o mês de maio, em data a anunciar. (Agenda Área Metropolitana do Porto).

Prazos de entrega do IRS e uma maneira de continuar a ajudar quem precisa sem gastar um tostão Sabia que, no preenchimento da declaração de IRS, podemos destinar 0,5 % do imposto a pagar, que em vez de ir parar aos cofres do Estado pode ser reencaminhado para uma instituição de solidariedade social, bastando para tal que cada contribuinte indique no Quadro 9 do Anexo H do Modelo 3 do IRS o número de contribuinte da instituição beneficiária? Isto não implica o pagamento de mais imposto, apenas que o contribuinte, desta forma, obriga o Estado a doar parte da verba que iria receber a uma instituição de solidariedade à escolha. Esta opção não tem, por isso, quaisquer custos e não interfere nos cálculos do que se possa vir a pagar ou receber de reembolso do IRS, tal como o define o n.º 6 do artigo 32.º da Lei n.º 16/2001, de 22 de Junho. Instituição de solidariedade cinquentenária, com várias valências dedicadas ao trabalho com idosos, crianças, desempregados e outras pessoas com necessidades formativas, com muitas provas dadas ao longo de todos estes anos, o Centro Social de Ermesinde (CSE) é, sem dúvida, uma instituição plenamente merecedora dessa doação ao fazer o seu IRS. Para tal, por favor, indique o número de identificação fiscal do CSE: 501412123, tal como exemplificado acima. DATAS DE ENTREGA IRS 2011 Através da internet 2ª Fase – 01 de maio a 03 de junho de 2012, para os restantes rendimentos além das categorias A e H).


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A Voz de Ermesinde •

Última

30 de maio de 2012

• TRIBUTO A JÚNIOR SAMPAIO NO CENTRO CULTURAL DE CAMPO •

Nós somos o que tu quiseres! Mais que uma homenagem, um apelo. Mais do que um apelo um grito. A luz acende-se sobre o palco, a música ouve-se em fundo, e eles estão lá, mas estão despidos... e não é por falta de roupa. Desesperadamente nus, procuram a que se agarrar. O tempo suspende-se por cima das suas cabeças. Nus é certo, mas embriagados de vida. LC

FOTOS: URSULA ZANGGER


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