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30 de abril de 2012

• A Voz de Ermesinde

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VOZDE DE AAVOZ

ERMESINDE

MAIS DE 50 ANOS – QUASE 900 NÚMEROS

N.º 892 • ANO LII/LIV

30 de abril de 2012

DIRETORA: Fernanda Lage

M E N S Á R I O

PREÇO: 1,00 Euros (IVA incluído)

TAXA PAGA PORTUGAL 4440 VALONGO

• Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 • Fax: 229759006 • Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde • E-mail: avozdeermesinde@gmail.com

Abril faz ouvir a sua insatisfação!

“A Voz de Ermesinde” na Internet: http://www.avozdeermesinde.com/

DESTAQUE CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO

Congeladas as rendas da habitação social

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ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE VALONGO

Freguesia de Campo anuncia que quer permanecer freguesia autónoma

P´g.s 6 e 7

ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE ERMESINDE

Contas foram aprovadas em ambiente de solidariedade social

Págs. 8 e 9

Tomada de posse dos órgãos sociais da FAPEVAL

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AACE comemora 13º aniversário A Junta de Freguesia de Ermesinde levou a cabo, mais uma vez, as suas já habituais comemorações do 25 de Abril, que incluíram além da sessão solene (com a Assembleia de Freguesia realizada na data festiva), um concerto e a exposição de cartazes. Devido à chuva, a tradicional corrida juvenil teve de ser adiada.

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FUTEBOL

Ermesinde SC falha objetivo da subida de divisão DESPORTO

FOTO URSULA ZANGGER


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FERNANDA LAGE DIRETORA

EDITORIAL

A Direita de cravo na lapela O 25 de Abril fez-se para libertar o País do peso de uma política obscurantista de direita abrindo caminho a uma democracia que o povo referendou na rua. A direita conservadora nunca conseguiu lidar com esta situação com grande à-vontade. Assistimos ao longo destes 38 anos a várias formas de encarar as festividades do 25 de Abril, em que alguns tentaram retirar-lhe o significado, os valores, ou acrescentando outros que nada têm a ver com esta revolução ímpar vivida em festa e com uma compreensão e respeito pelos direitos fundamentais da humanidade. O protagonismo de alguns, uma pseudomodernidade de outros, foilhe retirando a sua simbologia, os seus valores. Mudaram-lhe a cor, deixaram-no murchar e quando ninguém esperava, eis que resolveram assumi-lo na lapela, a flor…, é claro! De qualquer forma foi bonito, o povo gostou, porque a maioria do povo deste país aprovou na rua a revolução, e o poder precisa de ter sempre presente esse referendo popular. Pena é que apenas se lembrem desse povo nas coisas formais. Todos de cravo na lapela, mas todos diferentes… Tentar esconder ou passar ao de leve sobre os graves problemas deste país é de uma falta de responsabilidade inadmis-

sível, e parece-me nesta situação, uma verdadeira perda de tempo discutirmos se este ou aquele partido, este ou aquele discurso foi mais ou menos apelativo, se estas comemorações do 25 de Abril foram mais ou menos solenes. Cravos não faltaram, o Governo apareceu bem enfeitado na Assembleia da República, mas tem sido exatamente nesse local, que vemos nos últimos tempos desfolhar todos os dias os cravos de Abril, as conquistas alcançadas ao longo destes últimos 38 anos, com uma total falta de respeito e sensibilidaFOTOS ARQUIVO de, como se a vida humana e os seus problemas se resolvam apenas e somente com números. Mudaram-se os governantes, mudaram-se as políticas, em Portugal e na Europa, e a Europa contínua a afundar-se e Portugal também. Não admira que alguns pensem que «Abril não se fez para isto». Cometeram-se muitos erros, certamente que temos de mudar de vida, aprender com os erros numa perspetiva evolutiva e mais igualitária e não num retrocesso que nos conduza a uma pobreza insustentável. Estamos a ficar pobres, deprimidos e sem esperança. Estão a dar cabo da classe média, a destruir uma juventude intelectualmente preparada que nunca terá oportunidade de mostrar o que vale, nem contribuir para o enriquecimento do País. Resta-nos a liberdade de poder dizer o que pensamos, mas começa a ser muito pouco quando sentimos que não somos ouvidos.


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• CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO •

Rendas da habitação social congeladas

FOTOS URSULA ZANGGER

Definição das rendas técnicas da Vallis Habita e um protocolo de cedência de instalações à Ordem dos Biólogos para «a dinamização do Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental» situado na Vila Beatriz, em Ermesinde, eram os pontos mais importantes desta sessão da Câmara Municipal realizada no passado dia 26 de abril. Mas a chamada “Lei dos Compromissos”, um voto de pesar pela morte do eurodeputado Miguel Portas, as compensações a trabalhadores em fim de contrato e a avaliação do património da edilidade valonguense, foram outros pontos também abordados no período de antes da Ordem do Dia. LC

O socialista Afonso Lobão deu o pontapé de saída da reunião, começando por abordar a chamada Lei dos Compromissos que, ao exigir um prazo muito apertado para a satisfação das dívidas das câmaras municipais, deixa estas numa situação praticamente ingovernável de de asfixia, principalmente as que já lutam com dificuldades. O autarca socialista apoiava o pedido de inconstitucionalidade que a Associação Nacional de Municípios anunciara que ia pedir e questionava sobre qual era a posição da autarquia valonguense. Pedro Panzina, da Coragem de Mudar (CM), por sua vez, apresentou a proposta de um voto de pesar pela morte do eurodeputado Miguel Portas, «personalidade combativa, coerente, de postura vertical e transparente». O voto de pesar viria a ser aprovado por unanimidade. E o vereador da CM apresentou também uma situação em que trabalhadores em fim de contrato não viram ser-lhes pagas as compensações a que tinham direito, tendo por isso reclamado e obtido da autarquia a resposta de que requeressem o pagamento e ele seria pago. Pedro Panzina interrogava-se sobre que procedimento era este, que mais «parecia o de alguns empresários xico-espertos que, à custa da ignorância dos trabalhadores,

poupam uns cobres». O outro vereador da CM presente, João Ruas, referiu que, por via da ajuda externa ao País estaria a decorrer uma avaliação de património que, segundo constava, estaria a ser complicada no concelho de Valongo. O autarca perguntava se a Câmara Municipal de Valongo se tinha preparado para o fornecimento dos elementos exigidos e pretendia também saber qual era o ponto desta avaliação. A vereadora da maioria, Maria Trindade Vale, anunciou o lançamento de alguns serviços, tendo destacado a cantina social, que deverá começar a funcionar dentro de um mês e que, com o apoio da Segurança Social, será instalada no Lar Marista, um local escolhido também por permitir alguma discrição no fornecimento das rerfeições a quem precise. Anunciou também a criação de um Gabinete de Apoio às Famílias, que deverá funcionar no espaço da Agência para a Vida Local, e a criação de equipas locais de intervenção precoce, que estariam já a acompanhar cento e tal casos, encontrando-se 283 em lista de espera. Estas equipas são constituídas por técnicos de várias especialidades. A vereadora anunciou também a realização da feira “Valoriza-te”, virada para a formação profissional, e que irá decorrer no Fórum Cultural de Ermesinde, a 10 e 11 de maio. João Paulo Baltazar responderia que a “Lei dos Compro-

missos” estaria a ser avaliada pelos serviços. E não sendo habilitado para discutir a constitucionalidade daquela, concordava que a lei penalizava fortemente as câmaras que não tinham capacidade de endividamento, sendo que tinha a certeza de que uma larga maioria de autarquias teria faturas em atraso por mais de 90 dias, o que a lei não permitiria. Subscreveu, depois, por inteiro as palavras de Pedro Panzina quanto ao voto de pesar pela morte de Miguel Portas. E respondendo à questão sobre a avaliação do património da edilidade, revelou que as Finanças tinham pedido quatro funcionários para irem para lá colaborar nessa tarefa. De momento haveria já dois funcionários para tal “cedidos” às Finanças. Pontos da Ordem do Dia Aprovada a ata da reunião de 29 de março, passou-se à discussão da proposta de rendas técnicas apresentada pela Vallis Habita, cabendo a primeira discordância a Afonso Lobão que, em nome do PS, lembrou que era sabido que as famílias viviam atualmente uma situação muito difícil, com perda de rendimentos e, que por esse motivo propunha a suspensão da atualização das rendas. Anunciava por isso o voto contra neste ponto. Pedro Panzina interveio de seguida para frisar que a posição da CM tinha vindo a ser

afirmada. Na atual situação de rendas degradadas não se podia deixar de ter em conta a situação atual das famílias. Depois da última atualização e com as rendas atuais, há um elevado grau de cobrabilidade, como era aliás reconhecido pela própria Vallis Habita, havendo recio de que mexendo agora nas rendas a cobrar, isso pudesse ser quebrado. Como a renda podia sempre ser aumentada, caso a caso, se houvesse aumento de rendimento dos munícipes, a CM anunciava também o seu voto contra e lembrava que o aumento, ao invés de um ganho, poderia traduzir-se por uma perda de receita. O ano de 2012 era excecional em todas as medidas, lembrava também João Ruas. Arnaldo Soares, afastando-se da posição da maioria do Executivo, lembrou que se falava aqui de uma franja da população em situação mais desfavorável do que a da maioria das pessoas. E defendeu que qualquer ajuste fosse feito por redução dos custos e não pelo aumento das rendas, que deveriam manter-se. O vicepresidente da Câmara (e presidente da Vallis Habita), João Paulo Baltazar, responderia que se estava ali a lavrar uma confusão, o que se estaria a discutir não era o aumento ou não das rendas, porque estas estariam a descer todos os dias mercê da perda de rendimentos dos munícipes, com o consequente ajustamento das rendas. A renda técnica – explicou – não é a fórmula de cálculo das

rendas, mas sim o seu teto. No momento em que se diminuísse a renda técnica, as pessoas que podiam pagar mais, deixavam de o pagar em função disso. A questão aplicar-se-ia a quem pagasse o máximo, e uma decisão em contrário da proposta inicial poria em causa a sustentabilidade. Pedro Panzina responderia que, em função da situação social atual, propunha que as rendas se mantivessem, sendo que, para isso, e segundo contas rápidas que ali tinha feito, sem grande rigor, tal deveria ser possível fixando um índice de 52,17% em vez dos 54%. João Paulo Baltazar voltou a lembrar que tal só se refletiria nas rendas máximas, argumento logo destruído por João Ruas que lembrou que quem ganhava cerca de 800 euros já pagava a renda máxima e eram visíveis as dificuldades da classe média baixa. José Luís Catarino reforçou esta ideia comentando que as pessoas que viviam em habitação social não seriam certamente muito ricas. Afonso Lobão, que tinha antes considerado a situação social como «dramática», diria que se o senhor vicepresidente (João Paulo Baltazar) tinha considerado excessiva aquela qualificação, que o tinha chocado, ela era certamente, pelo menos, «difícil». Pedro Panzina levantaria ainda a questão de que o recentementre aprovado Plano e Orçamento da Vallis Habita já deveria

ter colocado esta questão, ali ausente, mas com, pelos vistos, evidentes consequências de gestão, pelo que solicitava um maior cuidado em próximos orçamentos. Finalmente acabou por ser aprovado, excecionalmente, que não haveria aumento das rendas este ano e que os serviços deveriam apontar a renda técnica que o permitisse. O ponto sobre o protocolo de cedência de instalações do CMIA em Ermesinde à Ordem dos Biólogos também não gerrou consenso. Aparentemente trata-se de encerrar o pólo do CMIA em Ermesinde, situação tanto mais incompreensível (embora justificada por «dificuldade de afetar recursos humanos» ao mesmo, quanto acaba recentemente de ser descoberta uma jazida fossilífera em Ermesinde. Pedro Panzina considerou que o protocolo, com dados incoerentes, de favor à Ordem dos Biólogos, abria um precedente gravíssimo. João Ruas acrescentou que, sempre tendo sido favorável à celebração de protocolos entre entidades públicas e privadas, não percebia este protocolo, em que não se apresentavam contrapartidas visíveis, pois a Ordem dos Biólogos poderia sempre ser ressarcida em ações futuras. Chamada à sala a técnica Clara Poças, para esclarecer melhor o protocolo, João Ruas acabou por propor a retirada deste da Ordem de Trabalhos, o que foi aceite.


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• COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL EM ERMESINDE •

Sessão solene do 25 de Abril em Ermesinde marcado por intervenções muito críticas FOTOS URSULA ZANGGER

A Junta de Freguesia de Ermesinde voltou a celebrar, este ano, o 25 de Abril. Mas este 38º aniversário, mais do que qualquer um até à altura, foi marcado por intervenções muito críticas por parte dos intervenientes nestas comemorações. As celebrações iniciaram-se no dia 21 de abril, no Fórum Cultural de Ermesinde, e prolongaram-se no dia seguinte, no auditório da Junta, com o concerto “Tributo a Zeca Afonso”, que contou com o concurso da Associação Académica e Cultural de Ermesinde, que está a celebrar o seu 13º aniversário. Mais uma vez estiveram expostos os trabalhos dos alunos das escolas de Ermesinde alusivos ao 25 de Abril. Finalmente, a sessão solene no auditório da Junta, na manhã de 25 de abril, contou com a presença das várias forças políticas representadas na Assembleia de Freguesia. Os discursos foram em geral muito críticos e é sobretudo esta iniciativa que merece um maior destaque da nossa reportagem. Finalmente, e devida à chuva torrencial que se abateu durante essa parte da manhã a prevista cerimónia de hasteamento das bandeiras teve de ser anulada, sendo também anulada (ou adiada) a Corrida Juvenil do 25 de Abril. LC

Raul Santos, presidente da Mesa da Assembleia de Freguesia, com cuja intervenção encerrou a sessão solene, apontou a emoção da Revolução dos Cravos, há 38 anos, pondo fim a mais de 50 anos de ditadura, e «o renascer da esperança, para aqueles que durante todos aqueles longos anos lutaram por melhores condições de vida e de trabalho, do ensino, saúde, justiça e pelos direitos humanos, onde a democracia era a que mais se pedia, e tudo isto já existia na maioria dos países europeus». Apontando depois a evolução sofrida, traçou um quadro positivo até à atualidade: «Hoje estamos aqui para comemorar os 38 anos das conquistas de Abril, e revendo estas quase quatro décadas, verificamos que muitos dos anseios se concretizaram, com progressos enormes em quase todas as áreas, ou mesmo em todas para os menos exigente, que podem ser comprovados através das estatísticas refrentes aos primeiros 30 ano de liberdade». Mas focando depois a realidade presente, Raul Santos mudou de tom, para dizer que «a realidade presente contraria todas as esperanças de futuro. Com a crise que se instalou desde 2007, e que se tem vindo a agravar de ano para ano, abalando gravemente a qualidade de vida dos Portugueses, onde o desemprego tem sido um flagelo e os aumentos dos preços dos bens essenciais se tornaram insuportáveis. Assistimos hoje a um empobrecimento muito preocupante de uma grande faixa da população, onde os pobres cada vez o são mais, e até os novos-ricos são hoje novos pobres, com reflexo nas Instituições de Solidariedade Social, que estão a desempenhar um papel importantíssimo no apoio aos mais necessitados,

e que já não se via assim desde a já quase extinta e esquecida sopa dos pobres. As constantes medidas de austeridade que têm sido impostas à custa de um défice, e de uma troika, não têm resultado, e bem pelo contrário, têm agravado a confiança dos Portugueses, que todos os dias veem empresas a fecharem, e o consequente desemprego a aumentar (...). A manter-se este ritmo podemos chegar ao final do ano com 40 por cento de jovens desempregados, e 17 por cento no total geral, o que se poderá considerar um país socialmente destruído (...). Um país que não crie riqueza está condenado a ser pobre toda a vida. É necessário criar mecanismos de apoio às pequenas e médias empresas para estas se desenvolverem. É indispensável passar à prática no tal corte das gorduras do Estado. É preciso acreditar e apostar numa agricultura competitiva, de forma a termos produtos a preços comparáveis com os que vêm de fora, já que a nossa qualidade nunca foi posta em causa (...). Festejar Abril é devolver aos Portugueses a esperança e a confiança de um Portugal com futuro (...)». Por sua vez, Luís Ramalho, o presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde, destacou esta como a comemoração da «data que devolveu ao Povo a Liberdade», liberdade esssa em que tinha [felizmente] vivido sempre, esta «liberdade de assumir o rumo das nossas vidas (...) que antes nos fizeram crer que não seria possível». Referiu depois a atual situação de crise social, com «muitas famílias com o frigorífico vazio», E invocou depois a necessidade de realizar um novo Abril. Em que precisamos de aprender a viver de outro modo. «Temos que ser solidários. Acreditar na família a quem recorrer e a quem socorrer».

Nestes tempos difíceis, disse ainda, «todos somos parte da solução» e temos de «mostrar a fibra e raça dos Portugueses (...), precisamos de uma verdadeira nação!», terminou, num apelo a uma unidade nacional. Intervenção de Sónia Sousa pela CDU Nas intervenções das forças políticas, Sónia Sousa, da CDU, deu o pontapé de saída: «Hoje comemoramos o 25 de Abril, o dia da revolução, o dia em que o povo saiu em massa à rua e disse: Basta! Fruto desta revolução, surgiu em 1976 a Constituição da República Portuguesa, elaborada pela primeira assembleia eleita em Portugal por sufrágio direto e universal; consagra um amplo conjunto de direitos económicos, sociais, políticos e culturais. É a mais democrática de todas as Constituições portuguesas e culmina um longo e acidentado processo histórico. Essa marca genética do processo constituinte, de cariz popular e revolucionário, assente numa poderosa ação política e social das classes trabalhadoras, permitiu inscrever no texto constitucional o essencial das conquistas da revolução democrática. O amplo conjunto de direitos económicos, sociais, políticos e culturais consagrados na Constituição de 1976 não tem paralelo em Constituições anteriores (...) incluindo designadamente o princípio da igualdade, o acesso ao direito, ou o direito de resistência (...), o direito à vida e à integridade pessoal, a proibição da pena de morte, da tortura e de penas cruéis; o direito à liberdade e à segurança; um amplo conjunto de garantias dos cidadãos em processo penal; a liberdade de expressão e informação; a liberdade de cons-

ciência de religião e de culto; a liberdade de criação cultural; o direito de reunião, manifestação e associação; os direitos de participação na vida pública, incluindo os direitos de sufrágio, de acesso a cargos públicos, de petição e de ação popular; os direitos liberdades e garantias dos trabalhadores, designadamente à segurança no emprego, à liberdade sindical, à greve, à segurança social, à saúde, à habitação, ao ambiente e qualidade de vida, à educação, à proteção na infância, na juventude, na deficiência e na terceira idade». Apontou depois a descaracterização continuada da Constituição, ainda assim, «vista como um entrave ao aprofundamento das políticas neoliberais em todas as dimensões» – económica, social, cultural e política. E referiu, na dimensão económica «a crescente privatização da componente estatal e cooperativa e o domínio do poder económico sobre o poder político», na dimensão cultural, «a massificação das ideias que levam à resignação e à alienação e o silenciamento das alternativas», na dimensão política a alteração da legislação eleitoral e a reforma administrativa, com a redução de freguesias. Deteve-se sobretudo na dimensão social, apontando, entre outras coisas, «os ataques aos direitos fundamentais das populações e aos serviços públicos», como na saúde, na educação, nos transportes e no trabalho. Intervenção de Jorge Aguiar pela Coragem de Mudar Seguiu-se-lhe Jorge Aguiar, da Coragem de Mudar, que começou referindo, de mansinho, o «ainda (...) estatuto de feriado nacional» da data, e teceu depois uma comparação entre o Antes e o Depois do 25 de Abril, apontando aquele como


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• COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL EM ERMESINDE • «país outrora acinzentado, dono de um regime definhado, ponto de embarque de jovens, filhos e pais largados numa África perdida, regime assente numa paroquial matriz ruralizada e corporativista, de sentido único, onde aos portugueses, órfãos de um Império que já o fora, lhes restava sonhar ao ritmo lento de um calendário formatado pelo destino que já não ambicionava. Assim, lembrar Abril, não é só um ato de comemorar um feito como, igualmente, de reter na memória um facto histórico, perpetuando-o como um ponto de viragem e de destino. Foi e continua a ser, porventura, uma das mais significativas datas na conceção de um Portugal Livre, orgulho de um Povo reprimido e habituado a ser o que os outros queriam, não querendo ser o que os próprios eram. Com Abril, Portugal libertou-se, emancipou-se e encorajou-se. Lavrou, em terra fértil e ávida de crescer, as sementes para a Descolonização, Democracia e Desenvolvimento. O país, como dele se esperava, organizou-se, reformou-se e levantou-se. Mas viria a cair de novo... Hoje, volvidos que são 38 anos, continuamos a falar de Abril. Não sobre o que foi mas essencialmente do que deveria ter sido e não é. (...) Abril hoje, apenas serve para falar do presente e esquecer o passado. Pouco ou nada haverá a comemorar. Cada vez mais, são menos os que podem partilhar a suposta herança do espírito de Abril. Ao português, usurparam-lhe a Dignidade e a sua condição como indivíduo. Retiraram-lhe o direito à participação e construção do todo social, acorrentando-o aos nefastos efeitos de um Portugal perdido, sem rumo, sem esperança e sem vergonha. (...) Vem a descrença naqueles que nos governam, nos falam, nos enrolam num discurso redondo, macio mas que, poucos acreditam ou têm paciência para se autoconvencerem. (...) Outrora Portugal residia no Terreiro do Paço e no Terreiro do Paço continua a residir. Abril, mais do que nunca, deve ser lembrado. Perante os dias difíceis em que vivemos, é pertinente falar do sonho de Abril: das suas conquistas, das suas ruturas, dos seus anseios, e das suas tremendas desilusões. Olhando para trás e confrontando-nos no presente com profundas mutações que a realidade não esconde, devemos, desde já, e ainda num sentido de esperança, afirmar que a essência de muitos dos valores constitucionais herdados pelo 25 de Abril continuam por realizar». E terminava afirmando: «Só se justifica comemorar Abril quando Abril for cumprido. E ainda não o foi...».

Intervenção de Esmeralda Carvalho pelo PS Numa muito curta intervenção, mas ainda no mesmo sentido muito crítico das duas anteriores intervenções, Esmeralda Carvalho, pelo Partido Socialista, apontou: «Importa pensar, em particular, naquelas [conquistas] que nos estão a ser retiradas, nomeadamente na saúde, no trabalho, na educação e na área social, em que as mudanças atualmente efetuadas e outras que virão, levam-nos a estar atentos e a manifestarmo-nos contra elas, uma vez que nos custou muito a consegui-las. Temos de estar em alerta e tornarmo-nos participantes em todos os atos e manifestações cívicas, com sentido de que não podemos voltar ao antes do 25 de Abril e, para isso a nossa participação na sociedade é cada vez mais necessária. Não esperemos que os outros o façam por nós». Intervenção de Luís Vasques pelo PSD Finalmente, Luís Vasques, em representação do Partido Social Democrata, e numa intervenção num sentido muito distinto das três anteriores, e parafraseando John Kennedy, começou por apontar: «Não perguntemos o que Portugal pode fazer por nós, mas o que nós podemos fazer por Portugal». E citando depois Sá Carneiro («acima do partido está a social-democracia e acima da social-democracia está Portugal»), apontou a pre-

ocupação fundamental pelos interesses de Portugal, acima de qualquer interesse particular. «Está a ser colocado em causa aquilo que de certo modo, o golpe de Estado, de forma indireta, nos trouxe, a democratização transversal da sociedade portuguesa; e muitas vezes é o dito “povo” que a coloca em causa ao não exercer o seu direito de voto e se alhear da participação e representação cívica e política; precisamos de um esforço coletivo que garanta a criação de emprego através de um real e sustentável crescimento económico; estamos hoje em democracia mas continuam a faltar os valores, os princípios, a moral e a ética; precisamos de uma cultura de responsabilidade que sustente esta sociedade de liberdade; precisamos de um estado de rigor, justo, austero e ao serviço da sociedade; precisamos de nos sustentar para colocar a economia ao serviço do desenvolvimento humano e social; precisamos de um ensino que promova o carácter, o mérito e a inovação; precisamos de garantir o direito ao trabalho fortalecido pelo dever de trabalhar; precisamos de uma justiça de confiança, célere e transparente como suporte e garantia do estado de direito e que combata com eficácia a corrupção; precisamos de seriedade e de honradez; falta a confiança no futuro, temos de juntos criar um grande sonho coletivo; falta afinal a revolução eficaz, não basta querer, é preciso participar e construir, é preciso primeiro dar para depois receber e é com base nestes princípios que se torna necessário e urgente redesenhar o estado social (...)».

E avançando numa compreensão mais profunda dos problemas, apontava: «Temos na verdade que ir à raiz dos problemas, preocupamo--nos sempre com o problema social descurando o problema sociológico, nunca encontrando desta forma a solução eficaz; e o momento de crise financeira que atravessamos impõe um conceito de perda apenas por vivermos numa sociedade materialista onde o mais importante é o ter em vez do ser e do saber e em que nos habituamos a que o Estado é obrigado a dar sem ter que receber a nossa participação no esforço que há muito deixou de ser coletivo; estão por trás destas situações e comportamentos direitos individuais e corporativistas que colocam em causa os valores da sociedade como um todo; Devemos pensar e tomar decisões sobre o que realmente queremos; queremos verdadeiramente uma sociedade do saber, ou queremos continuar a desperdiçar fundos públicos, que levam mais tarde ou mais cedo à pobreza extrema, que defraudam as expetativas de todas as gerações em que os idosos sentem não ter presente e os jovens não terem futuro». E apontava depois o seu caminho: «Urge um maior empenho das pessoas na democracia, um empenho ativo que se traduza numa maior consciência social, política e do bem comum; precisamos de nos libertar de estigmas e de ilusões vendidas por defensores de sistemas que sempre falharam; falta unir em simbiose os princípios sociais e a sustentabilidade económica e financeira; lutar contra o descrédito e ser capaz de fazer parte; não podemos perder a capacidade de acreditar; precisamos de nos mudar a nós próprios, ouvir e relectir sobre o que dizia o filosofo Sócrates, «todos querem mudar o mundo, mas ninguém se quer mudar a si próprio»; precisamos de dignificar e credibilizar os sistemas politicos, a justiça e o ensino; precisamos de uma comunicação social que factualize mais e especule menos, que deixe de se “deitar a adivinhar”, que trabalhe mais investigando e que abandone de vez a máxima de que “mais vale nada dizer do que não dizer nada”». E concluiria: «E deixei quase para o fim o comentário de um jovem de apenas 22 anos, Tomás Azevedo, que disse: «A liberdade não pode tomar conta de si própria»; temos pois, hoje, criadas as condições para acreditar num futuro de sucesso e progresso para portugal, temos a coerência nas ideias e nos ideais, a coragem de determinar uma nova era e uma nova maneira de fazer política; mas para que estes ideais reformistas tenham êxito, é necessário que nos consideremos todos socialmente responsáveis e tenhamos atitudes pró-ativas, que deixem a crítica pela crítica e que todos se juntem ao esforço nacional que o governo da nação está a levar a efeito».


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ASSEMBLEIA

MUNICIPAL

DE

VALONGO

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Freguesia de Campo anuncia que quer permanecer tal qual está na reorganização administrativa FOTOS URSULA ZANGGER

No passado dia 27de abril realizou-se uma sessão ordinária da Assembleia Municipal de Valongo, tendo como pontos principais os documentos de prestação de contas do município de Valongo e dos SMAES. Mas a sessão viria a valer muito mais do que isso, com a apresentação de várias propostas de moção, sobre o mapa judiciário, a “lei dos compromissos”, a reorganização administrativa do território, as acessibilidades (a Ermesinde e Campo), as jazidas fósseis de Ermesinde e ainda a apresentação de um voto de pesar pela morte do euroeputado Miguel Portas. Uma questão polémica atravessou e suspendeu por momentos a assembleia, a votação (ou não) de uma moção aprovada na Assembleia de Freguesia de Campo, em que esta declarava a sua vontade de se manter administrativamente tal qual está, como freguesia autónoma. LC

O período de antes da Ordem do Dia começaria com uma intervenção de Alfredo Sousa, presidente da Junta de Freguesia de Campo que, na altura , passou mais ou menos despercebida mas que, mais tarde, viria a causar muita celeuma na sessão. O autarca tornava pública uma moção, aprovada na Assembleia de Freguesia de Campo, na qual esta, na perspetiva de que, segundo a Portaria 44/ /12, o município deveria ser reduzido a quatro freguesias, rejeitava qualquer integração, defendendo que Campo deveria continuar como freguesia, tal como está. Esta proposta de moção, lá aprovada, teria sido apresentada na Assembleia de Freguesia de Campo pelo PSD. Não havendo tempo para discutir e votar as propostas de moção na parte de antes da Ordem do Dia (exceto uma delas, sobre o reordenamento do mapa judicial), foram elas, depois de admitidas uma a uma pela Assembleia, ainda na parte inicial da sessão, transferidas para o período de após a Ordem do Dia, tendo sido votadas já muito tarde, pois a sessão foi longa e tornou-se pois até necessário que a Assembleia autorizasse a continuação dos trabalhos além das três horas permitidas. Só então Adriano Ribeiro, da CDU, tomou consciência de que Alfredo Sousa apenas tinha dado informação sobre a moção aprovada na Assembleia de Freguesia de Campo e não proposto esta para votação na Assembleia Municiopal, como na altura lhe teria parecido. A questão era relevante pois, segundo o deputado municipal da CDU, também membro da Assembleia de Freguesia de Campo, esta teria aprovado a orientação de

que a moção aí aprovada deveria ser apresentada na Assembleia Municipal, tendo inclusive reunido de véspera para este propósito. A não apresentação da moção de Campo na Assembleia Municipal motivou o pedido de Adriano Ribeiro para a inclusão desta nos pontos em discussão, o que, do ponto de vista formal punha muitas questões e, levou o presidente da Mesa em exercício, Queijo Barbosa (na ausência de Henrique Campos Cunha) a solicitar a suspensão da assembleia, para um breve período que permitisse um encontro dos líderes dos grupos municipais a propósito. A conferência de líderes mostrou-se indisponível para a aceitação desta moção. Adriano Ribeiro bem protestou e apelou para a Assembleia, comentando mesmo que a não apresentação da moção teria não só desrespeitado a posição da Assembleia de Freguesia de Campo, como não seria inocente. Entre as posições então ouvidas, destaque para a do presidente da Junta de Freguesia de Alfena, Rogério Palhau, que lembrou que a Assembleia Municipal iria ter que se debruçar sobre este assunto posteriormente e não fazia sentido debatêlo duas vezes, independentemente do respeito devido à freguesia de Campo. Também Alexandre Teixeira, do CDS, defendeu que não tendo sido apresentada a proposta de moção na altura devida, não podia ser agora apresentada. Castro Neves, da Coragem de Mudar apontou que isto criaria um precedente grave. A Mesa acabaria por decidir não colocar a proposta de moção à admissão, com Adriano Ribeiro desgostoso com a decisão, mas a referir que, todavia, a acatava.

As propostas de moção A segunda intervenção da noite pertenceria a José Manuel Pereira, que apresentou uma moção sobre a preservação da jazida fossilífera dos Montes da Costa, na qual protestava veementemente contra a intervenção «caluniosa» de Helena Couto, investigadora científica parceira da Câmara Municipal de Valongo, que além do mais teria demonstrado um desconhecimento total da reação da comunidade científica. José Manuel Pereira contestava que a jazida já antes fosse conhecida, pois na Carta Geológica de Portugal, no local apenas se assinalava a presença de conglomerados, não de fósseis vegetais e animais, e estranhava o desconhecimento de Helena Couto das diligências oficiais e junto da comunidade científica, pois a descoberta da jazida tinha sido noticiada no próprio site da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e dela tinha sido dado conhecimento à Câmara Municipal de Valongo. Tinha ainda sido aprovada por unanimidade uma recomendação da Assembleia Municipal, mas ainda assim a jazida mantinha-se em estado de abandono. Finalmente a referida investigadora ter-se-ia enganado gravemente quanto ao local e freguesia da jazida, o que seria absolutamente indesculpável. A proposta de moção, que voltava a colocar a necessidade de limitar o acesso e proteger e preservar a jazida viria a ser, de novo, aprovada por unanimidade, depois de José Manuel Pereira ter retirado dos considerandos desta algumas referências pessoais [a Helena Couto] consideradas excessivas

pela bancada do PSD, que fez depender o seu voto a favor desta retirada. A terceira intervenção da noite foi da autoria da deputada municipal do PSD Elsa Carneiro, que denunciava o estado perigoso da EN 209, propondo a colocação de passeios e mais passadeiras nesta. Viria também a ser aprovada por unanimidade. Luís Ramalho, o presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde interveio para falar do alargamento do troço da A4 entre Águas Santas e Ermesinde, denunciando que o acesso, em dias de chuva, fica reduzido a uma via, e que teriam sido desprezadas as sugestões alternativas, sendo que o único beneficiado parecia ser a concessionária. Eram colocadas sobretudo três questões: porque razão não tinha sido dado andamento ao projeto inicial de alargamento, porque razão continuava inacabado o viaduto que permitiria um melhor fluxo do trânsito e, finalmente, porque razão se continuava a fazer circular o trânsito por uma via sem capacidade de escoamento? Também esta proposta de moção viria a ser aprovada por unanimidade. Eliseu Lopes, do Bloco de Esquerda, apresentou um voto de pesar pela morte do eurodeputado Miguel Portas, o qual teve igualmente aprovação unânime, e duas propostas de moção, uma opondo-se à Lei 8/2012, dita “Lei dos Compromissos”, a qual interfere pesadamente no funcionamento normal das autarquias, tornando quase impossível a sua gestão, e a outra de apoio à posição da Associação Nacional de Freguesias, opondo-se a qualquer reforma territorial administrativa sem a prévia auscultação dos órgãos autárquicos locais.

Esta última moção seria aprovada por unanimidade, enquanto a primeira , embora igualmente aprovada, contou com a abstenção dos seis deputados municipais do grupo da Coragem de Mudar (CM). Eliseu Pinto Lopes interveio ainda sobre um recente surto de poluição do Leça, questionando a continuação do projeto Corrente Rio Leça. Adriano Ribeiro interveio sobre a situação do bairro 1º de Maio em Campo, e propôs que a Junta local pudesse articular com a Câmara a abertura do Museu da Lousa, permitindo um mais fácil acesso a este, e saudou ainda o 25 de Abril e o 1º de Maio. Rosa Maria Rocha, do PSD, felicitou a Unidade de Saúde Familiar de Valongo pela atribuição recente a esta de um prémio sobre qualidade de cuidados de saúde primários. Alexandre Teixeira voltou a questionar sobre a não instalação das redes sem fios no concelho, de acordo com o aprovado em anterior Assembleia Municipal e questionou sobre a disponibilidade de um local pela Câmara, para que aí ficasse instalada a Comissão de Proteção de Menores. A esta última questão responderia Maria Trindade Vale assegurando que já tinha sido disponibilizado um local, no Fórum Vallis Longus, onde antes funcionava o Espaço Infantil Imediato. Queijo Barbosa apresentou a proposta de moção sobre o reordenamento do mapa judicial, na qual se defendia que a atual proposta carecia de rigor, não se compreendendo a transferência do Tribunal do Trabalho para Gondomar, num local sem as mínimas condições, nem a transferência de várias competências para Vila Nova de Gaia, com

muito maior dificuldade de acesso dos munícipes antes servidos pelo Tribunal de Valongo, além do desperdício que representava o investimento feito no moderno e funcional Campus da Justiça de Valongo. Esta proposta de moção foi aprovada, por unanimidade, antes da Ordem da Dia. Pontos da Ordem do Dia Entrados finalmente na Ordem do Dia, e após a aprovação da ata do dia 28 de fevereiro, entrou-se no ponto sobre a “Declaração de compromissos plurianuais” e a “Declaração de recebimentos e pagamentos em atraso”. Sobre este tema o socialista José Manuel Ribeiro interveio para pedir um esclarecimento sobre pagamentos em atraso de 2010, nomeadamente a alguns agrupamentos de escolas. Quis saber também se ainda se encontravam atrasados os pagamentos, além dos referidos, a algumas associações e juntas de freguesia. A resposta veio do presidente da Câmara em exercício, João Paulo Baltazar (pois como é muito frequente, Fernando Melo não esteve, mais uma vez presente nesta Assembleia Municipal). O autarca declararia que a Câmara Municipal de Valongo estava precisamente à espera das verbas do IMI para saldar várias situações de tesouraria, de forma discricionária, conforme as maiores urgências e necessidades, reconhecendo que estariam já algumas situações liquidadas, mas que eram ainda muito residuais. Entrou-se depois na discussão das Contas Consolidadas do município de Valongo, sobre o qual usou da palavra José Manuel Ribeiro que, depois de João


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Paulo Baltazar recusar ser apontado como o responsável pelas Contas, apontando o presidente da Câmara nessa prerrogativa, levou o líder do Grupo Municipal socialista a fazer uma intervenção dirigida a Fernando Melo como se ele estivesse efetivamente presente. O (também) líder concelhio do PS acusou a maioria do Executivo de nada ter mudado em 2011,«tirando a despromoção de um dos vereadores – que tratava das contas». Mostrou-se preocupado com as reservas apontadas pelos revisores oficiais de contas, embora considerando que mais importante ainda eram as reservas sobre os impactos financeirosdos «processos judiciais em curso», o que queria esclarecer. José Manuel Ribeiro, citando uma frase de James Baldwin («nem tudo o que enfrentamos pode ser mudado, mas nada pode ser mudado se não for enfrentado», terminou a sua intervenção comentando que «nenhum vento ajuda quem não sabe governar». Também Eliseu Pinto Lopes, do Bloco de Esquerda (BE), se mostrou crítico do documento, apontando que «estavam totalmente corretas as apreciações anteriores do BE quanto ao empolamento da receita». E como prova das poucas mudanças ocorridas, apontou o grau de 58% de execução do valor previsto, «idêntico ao verificados nos anos anteriores». E contundente: «A novidade das Contas de 2011 é que o Executivo está esgotado», destacando depois como factos recentes a falta de visto do Tribunal de Contas ao Plano de Saneamento Financeiro, a ausência do Plano e Orçamento para 2012 e a substituição do responsável financeiro da Câmara. Daniel Felgueiras, do PSD, pelo contrário, destacou os últimos anos como um período de expansão, adiantando que sabendo-se que há dívidas, também se sabe onde foi feito o investimento, focando a ideia de que «não houve qualquer esbanjamento». Sublinhou também a importância do novo paradigma de gestão, que era o de fazer mais com menos. E finalmente apontou como muito positiva a redução da dívida num montante de 4,7 milhões de euros. Rogério Palhau, o orador seguinte, propôs-se um ponto de equilíbrio, lembrando que podia ver-se a garrafa como meia cheia ou meia vazia. Garantindo que tinha aprendido a fazer contas, apontou depois o que, segundo ele, tinha sucedido no ano de 2011, uma redução da dívida e uma retificação orçamental. E quanto à ausência do Plano e Orçamento, defendeu a posição da maioria do Executivo: «Toda a gente sabe que não pode haver Orçamento enquanto não houver Planeamento». Destacou depois aquilo que lhe parecia ser a veracidade das

ASSEMBLEIA contas: «O que aconteceu está registado na Prestação de Contas». Finalmente, e numa referência à substituição de Arnaldo Soares à frente do pelouro das Finanças, comentou que não entendia a expetativa de que o presidente da Câmara teria levado a conseguir mais rapidamente o necessário empréstimo. João Paulo Baltazar daria as respostas, e lembrou que o que tinha sido decidido (e por unanimidade) era que só se apresentasse o Orçamento quando o empréstimo fosse concedido. Depois, e respondendo a uma crítica de José Manuel Ribeiro – que estranhava ter-se recorrido a uma empresa externa para a análise da realidade municipal, quando, internamente haveria competências para tal –, lembrou que tinha sido o próprio Partido Socialista a defender o estudo externo. Apontou depois que os encargos financeiros do empréstimo bancário se deveriam situar entre os 8 ou 9%, o que seria muito pesado, havendo todo o interesse em equacionar outras possibilidades de financiamento que o Governo pudesse adiantar para as autarquias. Posto o ponto à votação as Contas seriam aprovadas, com 12 votos a favor (PSD, CDS e UPA - Unidos por Alfena), 1 voto contra (CDU) e 18 abstenções (PS, CM e BE). O ponto seguinte, sobre a Prestação de Contas dos SMAES, já não mereceu discussão autónoma, sendo aqui a votação ligeiramente diferente, com a aprovação de 12 votos (o mesmo bloco favorável), e 18 abstenções (PS, CM, CDU e BE). Votaram apenas 30 deputados municipais uma vez que um deles se tinha entretanto ausentado da sala (e havia um deputado municipal faltoso na sessão). O ponto seguinte, de concurso público para o fornecimento de energia elétrica de média e baixa tensão ao concelho, foi aprovado com 28 votos a favor e 2 abstenções (BE e um deputado municipal da CM). O ponto sobre a desafetação do domónio público de uma área entre a Rua Central da Ribeira e a Rua Marquês de Pombal, em Campo (para uma permuta), foi aprovado com 25 votos a favor e 6 abstenções (CM e BE). Finalmente, na última votação efetuada, esta por voto secreto, para eleger os quatro elementos escolhidos pela Assembleia Municipal, não necessariamente seus membros, para terem assento na Comissão de Jovens do Concelho de Valongo (e que eram Daniela Santos, PS, Eduardo Valdrez, BE, Graça Moreira, CDS, e Marias Rocha (PSD), verificaram-se 23 votos a favor, 5 contra, 2 abstenções e 1 voto nulo. No final da sessão o presidente da Mesa em exercício apelou à presença dos deputados municipais na próxima Assembleia Municipal de Jovens, a ter lugar na noite do próximo dia 4 de maio.

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Números aprovados em ambiente de solidariedade social

FOTO ARQUIVO MANUEL VALDREZ

Foi sem grandes “turbulências” que a Assembleia de Freguesia de Ermesinde reuniu na noite de 23 de abril último. Uma sessão que ficou marcada pela discussão e votação de alguns pontos alusivos às contas da Junta, nomeadamente as Contas de Gerência do ano de 2011 e a primeira Revisão ao Orçamento e Plano Plurianual de Investimentos do ano de 2012. Com mais ou menos reparos – ou críticas, melhor dizendo, em seu redor – estes pontos viriam a ser aprovados por maioria, tal e qual seriam alguns regulamentos colocados em cima da mesa. E em tempos de profunda crise económica e social a temática da solidariedade foi por diversas vezes tocada ao longo da reunião. MIGUEL BARROS

Foi com o habitual período de informações que o presidente da Mesa da Assembleia de Freguesia de Ermesinde (AFE), Raul Santos, deu início aos trabalhos, para dar conta da receção por parte de diversos grupos parlamentares da Assembleia da República (AR) da moção apresentada pela CDU – e posteriormente aprovada por unanimidade – na última sessão da Assembleia, a qual, recorde-se, manifestava o desagrado em face das alterações na oferta de transportes públicos elencadas pelo Governo. Resolvido este curtíssimo ponto, a palavra foi dada ao público, em que apenas o paroquiano José Carvalho fez uso dela. E fê-lo para apresentar algumas questões ao executivo, entre elas a questão de saber para quando estará prevista a cobertura do rinque do Complexo Desportivo dos Montes da Costa, ou para quando se prevê a colocação de passadeiras em diversas artérias na mesma zona dos Montes da Costa, as quais parecem agora esquecidas após as múltiplas intervenções que ali foram efetuadas. Alertou ainda para o matagal que se está a formar no jardim do cruzeiro defronte da Igreja Matriz, pretendendo o paroquiano saber quem era o responsável por aquele espaço, se a Junta, se a Câmara, ou se a própria paróquia, no sentido de eliminar aquele desagradável “cartão de visita”. Nas respostas, o presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde (JFE),

Luís Ramalho, começaria por dizer que desconhece a data em que o rinque dos Montes da Costa irá ser coberto, sabendo apenas que o mesmo se encontra de momento inutilizado, prometendo no entanto que irá colocar em breve essa questão à autarquia municipal, o organismo responsável pelo recinto. Também à Câmara de Valongo Luís Ramalho ficou de endereçar a questão sobre a colocação de passadeiras em várias ruas dos Montes da Costa, assim como da necessidade da limpeza do jardim do padrão, cujo responsável pelo local disse desconhecer, sabendo apenas que o mesmo não é pertença da Junta de Freguesia. A intervenção dos membros da AFE Seguidamente a palavra foi dada aos membros da AFE, tendo a primeira intervenção sido da autoria do social democrata António José Almeida, o qual endereçaria, em nome da sua bancada, votos de agradecimento e de parabéns à Junta de Freguesia de Ermesinde (JFE) por esta ter reativado – 11 anos depois da última aparição – o popular evento carnavalesco “Enterro do João”, na sua voz uma das mais importantes tradições culturais desta freguesia. Também da bancada PSD/CDP-PP usaria da palavra Manuel Augusto Dias, para lembrar que 38 anos depois do 25 de Abril o país vive numa situação quase calamitosa. «Apesar de vivermos em democracia, os lemas revolucionári-

os de liberdade, justiça, igualdade e solidariedade não têm hoje plena concretização. Será que temos uma verdadeira justiça, quando há a ideia de que os prevaricadores de toda a espécie de atos ilícitos ficam por punir ou conseguem ser totalmente ilibados dos seus atos? Será que há solidariedade e igualdade quando se assiste a uma clivagem social cada vez mais profunda, com um número de pessoas ostensivamente ricas ao lado de um número de pessoas cada vez maior, a quem começa a faltar quase tudo e até o próprio pão?», questionou o social democrata, pouco antes de frisar que a classe política de hoje tem de ser capaz de responder a estas questões não com palavras mas sim com ações. E, nesse sentido enalteceu a JFE, que dentro das suas possibilidades tem respondido a estas questões com ações, como é o caso da recente implementação do Fundo de Emergência Social, criado com o intuito de acudir de forma pontual aos agregados familiares que se encontrem com falta de recursos para continuar a viver; e da inauguração da Loja Social de Ermesinde, dois “gestos” que, na voz dos sociais democratas, atestam a aposta do executivo liderado por Luís Ramalho nas causas sociais, «prática que de todos nós deve merecer igual dedicação e empenho», rematou Manuel Augusto Dias. Ainda dentro da temática da crise, Tavares Queijo, da bancada do Partido Socialista, deu conta da preocupação do seu partido

em relação aos números do desemprego no Concelho de Valongo, números esses que neste momento se situam acima da média nacional, acrescentando não ver medidas do Governo no sentido de inverter esta situação (a nível nacional), antes pelo contrário, já que cada vez mais se viam medidas de austeridade, e sempre aplicadas aos mesmos, ou seja, aos pobres, pois aos grandes grupos empresariais essas medidas não eram aplicadas, opinou o socialista. Preocupação do PS que vai também para o atual estado da Câmara de Valongo, a qual, para Tavares Queijo, se encontra sem presidente, recordando para isso as recentes palavras de Fernando Melo, em que este dava conta do seu “cansaço” em ocupar a cadeira da presidência da edilidade valonguense. O socialista elencaria ainda uma série de problemas de trânsito (estacionamento proibido que dificulta o fluxo de viaturas, por exemplo), que continuam a vigorar em diversas artérias ermesindenses, casos das ruas de S. Lourenço, Miguel Bombarda, ou Padre Avelino Assunção. Da bancada do PS Américo Silva usaria igualmente da palavra, para antes do mais agradecer aos elementos da Junta que estiveram recentemente no funeral do seu pai, para em seguida saber qual o ponto de situação da famigerada cabine de alta tensão “plantada” no meio do cruzamento entre as ruas das Camélias e Fontes Pereira de Melo. Pegando na temática da solidariedade, o autarca faria uma proposta à Assembleia, a qual ia no sentido de que todos os membros des-

te organismo autárquico pudessem contribuir para o Fundo de Emergência Social criado pela JFE através da doação das respetivas senhas de presença em cada reunião. João Arcângelo, da Coragem de Mudar (CM), não esqueceria também a polémica cabine de alta tensão atrás referida, querendo também ele saber como estava o processo de remoção da infraestrutura do local. Tendo feito ainda um alerta para a falta de passadeiras em diversas ruas da freguesia, o independente classificaria posteriormente de confrangedor o facto de a JFE ainda não ter encontrado um arruamento para atribuir o nome do malogrado Álvaro Mendes, isto depois de, quer a AFE quer a Assembleia Municipal de Valongo (AMV), terem dado de forma unânime o seu aval para com esta forma de homenagear o ilustre cidadão ermesindense. Luís Vasques (PSD) elogiaria o trabalho do executivo da Junta nas recentes requalificações em que os dois cemitérios da freguesia foram alvo, ainda mais por todas essas melhorias terem sido feitas com a ajuda da “prata da casa”, numa alusão clara a que se teria poupado algum dinheiro na mão de obra. O último membro da AFE a intervir durante este período seria o estreante Avelino Almeida, da CDU, em substituição da habitual representante da coligação de esquerda, Sónia Sousa. E fê-lo para apresentar uma moção que propunha a oposição da AFE à lei aprovada na AR no sentido de reduzir o número de fregue-

sias do país. Com discussão e votação guardada para o final da reunião, a moção viria a ser aprovada por unanimidade. Nas respostas a estas intervenções, Luís Ramalho começaria por dizer que o estacionamento abusivo em ruas como a Miguel Bombarda é uma realidade, mesmo sendo proibido, opinando que a polícia deveria ter uma fiscalização maior naquela e noutras zonas onde essa situação se verifica. Quanto à cabine de alta tensão o presidente da JFE classificou este caso como uma autêntica «telenovela mexicana», que não ata nem desata, referindo ainda que todo este processo burocrático da remoção da infraestrutura, a qual por mais sinalização que tenha em seu redor não tem evitado provocar alguns acidentes, se deve a uma certa passividade da EDP em resolver aquela situação. Sobre a atribuição do nome de Álvaro Mendes a uma artéria da cidade recordou que ele próprio fez uma intervenção numa AMV dando conta da deliberação unânime tomada pela AFE com a intenção de que o processo tivesse andamento rápido, esperando agora pela sua concretização, avançando ainda que o nome da personalidade ermesindense poderá ser dado a um novo arruamento que surge no prolongamento da Rua Fontes Pereira de Melo. Em relação à proposta de Américo Silva, tanto Luís Ramalho como Raul Santos desconheciam se seria ou não possível pela via da legalidade que as senhas de presença dos membros da AFE revertessem diretamen-


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• ASSEMBLEIA DE FREGUESIA DE ERMESINDE • te a favor do Fundo de Emergência Social, tendo o presidente da Junta sugerido que após receberem essas mesmas senhas os membros das forças partidárias com assento na Assembleia poderiam então doá-las, se essa fosse a sua vontade, a este serviço de apoio social. A proposta ficou no ar.

dos três elementos da CM, e o voto contra da CDU. Na sua declaração de voto esta última força partidária começou por sublinhar que não colocava em causa a correção em termos financeiros das contas de gerência da Junta do ano de 2011, achando no entanto que a votação de um documento deste teor deveria traduzir uma avaliação do trabalho desenvolvido durante o ano a que se reporta, elencando em seguida uma série de rubricas onde o investimento ficou aquém do inicialmente previsto e desejado. Seguiu-se a discussão e votação da primeira Revisão ao Orçamento e Plano Plurianual de Investimentos do corrente ano, um outro documento técnico que padeceu de alguns esclarecimentos pedidos por parte dos membros da Assembleia, aos quais Luís Ramalho, com mais ao menos animosidade, lá foi respondendo. Na votação CDU e CM votariam contra, acabando por passar o documento com os votos da maioria, com os comunistas a sublinharem que a sua posição era em tudo semelhante à que foi tomada aquando da votação do Or-

Período da Ordem de Trabalhos Entrados no período da Ordem de Trabalhos rapidamente foi cumprido o primeiro ponto, que aludia à aprovação da ata da sessão anterior, o qual seria aprovado por maioria, com apenas três abstenções, justificadas pela ausência – dos respetivos membros votantes – dessa última Assembleia. Posteriormente foi colocado à discussão e votação o ponto referente às Contas de Gerência de 2011, um documento de cariz técnico que careceu de alguns esclarecimentos por parte de Luís Ramalho a algumas dúvidas apresentadas por um ou outro membro da AFE. Posto à votação o documento seria aprovado por maioria, com a abstenção

çamento e Plano de Atividades de 2012. Seguiu-se a discussão e votação de quatro novos regulamentos da JFE. O primeiro deles aludia a caninos e a felinos, o qual seria aprovado com a abstenção da CM, que discordava de certos valores de algumas coimas a serem aplicadas aos infratores. O segundo regulamento apresentado aludia à atribuição de subsídios às coletividades, documento este que provocaria algumas vozes de contestação vindas das bancadas da CM e da CDU, as quais não concordavam com o teor de algumas “exigências” feitas às coletividades, para que estas pudessem vir a beneficiar do subsídio. Desde logo o facto de a JFE valorizar mais, digamos assim, as coletividades que apresentassem uma «maior capacidade de autofinanciamento» e aquelas que primassem pela «originalidade da atividade», dois exemplos que para os membros destas duas forças políticas “matam” à partida as pequenas associações, incapazes de cumprir, em particular, o primeiro “requisito”, devido

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às grandes dificuldades financeiras pelas quais a grande maioria passa atualmente. A CDU proporia ainda que fosse revista esta ponderação. Depois de alguma discussão o ponto seria aprovado por maioria, e apenas com o voto contra da Coragem de Mudar. O ponto referente ao regulamento do Fundo de Emergência Social mereceu igualmente da parte da oposição algumas críticas. A CDU acusou o PS, PSD e CDS-PP de orientarem a sua política para um modelo económico sem objetivos de desenvolvimento social, «onde os salários e os direitos são esmagados para garantir a máxima rentabilidade do capital, aparecendo depois com soluções baseadas num modelo de assistência social que assenta no pressuposto de que a miséria em Portugal resulta de dois defeitos, a preguiça e a imprevidência, e, por isso, aparecem com estes regulamentos que olham para a emergência social como algo que pode esperar 15 dias para ser solucionado, que exige ao pobre todos os documentos que tem lá por casa, e mesmo al-

guns que nem sabe que existem, para que seja atribuída uma ajuda que mais não é que o pagamento do seu trabalho, que pode até não ser adequado às suas condições físicas, psicológicas e às suas habilitações». Para os comunistas isto vai contra aquilo que deve ser na realidade o apoio social, sublinhando que os ajustes neste regulamento não iriam alterar a política que estaria por detrás deste documento, o qual, na sua voz, não visa atacar as causas da pobreza mas apenas «aliviar algumas das suas consequências, sem assegurar as condições de salvaguarda da dignidade das pessoas, o que passa por garantir a autonomia e a igualdade». Por consequência a coligação de esquerda votaria contra este regulamento, ao passo que a CM ficaria pela abstenção, cenário insuficiente para que o ponto pudesse ser aprovado por maioria. Na resposta à intervenção da CDU, o socialista Tavares Queijo acusaria os comunistas de «muito gostarem de bater no PS», referindo que o Fundo de Emergência Social não se guia-

va pela política da antiga União Soviética (!), mas que se tratava antes de um apoio pontual, terminando esta pequena alfinetada pedindo que, de futuro, a CDU não voltasse a apresentar nas assembleias documentos pré-feitos vindos da… sede (do PCP). E para não fugir à regra o regulamento seguinte, alusivo à Loja Social de Ermesinde, também mereceu alguns reparos da oposição. A CM, pela voz de Jorge Videira, quis saber o porquê de a CMV aparecer como parceira desta iniciativa da JFE, querendo saber qual havia sido o investimento da autarquia numa obra que tinha sido feita pela Junta. Na resposta Luís Ramalho explicou então que esta parceria não envolveu qualquer investimento monetário por parte da Câmara, ficando-se sim a dever ao facto desta possuir um conhecimento sobre este tipo de projetos que a Junta de freguesia não possuía, pelo que o contributo da edilidade se baseou apenas na “cedência” de “know how”. Com a abstenção da CM o ponto seria aprovado por maioria.


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Maleitas da Cidade

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TEXTO E FOTOS JOÃO DIAS CARRILHO

CRISE – Dizem nos mentideros que a nossa Câmara Municipal está de tanga. Não parece, porque no lago do nosso mini Parque Urbano foram efetuadas obras de requalificação e bem. Se não estiver errado, com tanta dívida, como se compreende tanto holofote agora ali colocado, o que a seguir vai originar certamente um excessivo consumo de energia? Para quem estará de tanga parece excessivo. A não ser que já estejam a contar com as novas receitas do IMI. Como tenho conhecimento que algumas Câmaras do País estão a reduzir o consumo de energia na iluminação pública, estranha-se que aqui se proceda ao inverso.

Nova atividade do Pais, Mães & Companhia Desde a sua implementação, a 10 de abril de 2011, a iniciativa “Pai, Mães e Companhia” teve já 11 sessões, nas quais participaram mais de meio milhar de pessoas. Ao longo deste primeiro ano, foram abordadas temáticas como: nutrição, (in)segurança, ciúmes entre irmãos/ãs, sexualidade infantil, divórcio, educação de género, saúde, identidade parental, etc..

A próxima sessão, que está agendada para o dia 13 de maio, no mesmo horário e local, intitula-se “Famílias do coração: O direito a ser filho/a!” e pretende abordar questões ligadas à adoção. A sessão seguinte realizar-se-á no domingo, dia 17 de junho, e deverá abordar o tema “Noites tranquilas: como ajudar as crianças a dormir?”

Dia do Centro Novas Oportunidades na Escola Secundária de Ermesinde Realiza-se na próxima quarta-feira, dia 2 de maio, o Dia do CNO da Escola Secundária de Ermesinde. As atividades, que terão lugar no Polivalente da escola incluem, no seu programa, com início às 10h00 e prolongandose até às 20h00, uma exposição da atividade do Centro Novas Oportunidades (CNO), uma feira de oportunidades, com exposição e venda de artigos e uma exposição de fotografia. Entre as 21h00 e as 22h30 terá lugar o workshop “Abordagem às Artes Marciais”.

Intercetado pela polícia suspeito de disparos com arma de fogo num café

III Encontro de Pedestrianismo da Serra de Santa Justa

No dia 26 abril, pelas 22h45, foi intercetado na Rua Elias Garcia, em Ermesinde, um homem, de 46 anos de idade, operário da construção civil, e residente na Maia, por suspeita de ter efetuado disparos com arma de fogo. Agentes policiais do efetivo da Esquadra de Ermesinde, de serviço de patrulhamento, na sequência de informações dando conta da ocorrência de distúrbios com utilização de arma de fogo num estabelecimento de café situado na refe-

Organizado pelo Terra Verde – Grupo de Pedestrianismo de Ermesinde, vai realizar-se, no próximo sábado, dia 12 de maio, o III Encontro de Pedestrianismo da Serra de Santa Justa. A concentração terá lugar cerca da 09h00 na Vila Beatriz, em Ermesinde. As inscrições podem ser feitas para o e-mail do Terra Verde – geralterraverde@gmail.com –, ou para os telefones 93 902 6434 (Manuel Valdrez) ou 96 700 5864 e 91 859 0876 (Jorge Torres).

rida artéria, verificaram no local que o vidro da montra do estabelecimento se encontrava danificado. De acordo com informações de cidadãos que ali se encontravam, o referido operário teria sido o causador dos danos referidos, na sequência de disparo de uma arma de fogo ilegal que os agentes vieram a recuperar no local. O operário foi entregue sob detenção a elementos da Polícia Judiciária.


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Educação

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Tomada de posse dos órgãos sociais da FAPEVAL marcada pela união das freguesias No passado dia 20 de abril, a FAPEVAL – Federação das Associações de Pais e Encarregados de Educação do Concelho de Valongo, procedeu à tomada de posse dos seus Órgãos Sociais, no Auditório da Junta de Freguesia de Sobrado, estando neles representadas todas as freguesias. AVE/FAPEVAL

Segundo a entidade assinala, «a FAPEVAL deu um claro sinal do seu papel e missão no processo representativo e reivindicativo das Associações de Pais e Encarregados de Educação das Escolas do Concelho de Valongo», no passado dia 20 de abril, com uma «contínua aposta na descentralização das suas causas» e na «congregação de vontades comuns partilhadas pelas Associações de Pais das cinco freguesias do Concelho que estiveram presentes». Sugerida, e imediatamente aceite para tal, a vila de Sobrado acolheu a cerimónia de Auto do Posse dos elementos eleitos dos órgãos sociais decorrentes do ato eleitoral efetuado no passado dia 12 de março na Escola Secundária de Ermesinde. Esta tomada de posse decorreu sobre os auspícios da boa hospitalidade “gastronómica” da Associação de Pais das Escolas do Agrupamento de Sobrado. À cerimónia estiveram presentes, além da refe-

rida Associação de Pais e docentes de vários estabelecimentos de ensino, Ilda Soares, na qualidade de representante da vereadora da Educação, Maria Trindade Vale, do representante da Junta de Freguesia de Campo, Joaquim Santos Carneiro, de Rogério Palhau, presidente da Junta de Freguesia de Alfena, de Helena Lobo, em representação da Escola Secundária de Valongo, e demais público presente. Após o ato de tomada de posse dada pelo novo presidente da Mesa da Assembleia Geral, Jorge Aguiar, este empossado pelo ainda 1º secretário deste órgão, João Arcângelo, em substituição do presidente ausente, tomaram da palavra os referidos representantes institucionais para, associando-se ao ato de posse dos novos órgãos sociais, dirigir aos mesmos, votos circunstanciais no âmbito do novo mandato, atendendo aos desafios que o mesmo apresenta. Seguidamente foi dada palavra ao reeleito presidente da Direção da FAPEVAL, José Manuel Pereira. Este, nome da Federação do Concelho de Valongo, saudando os presentes, procurou pautar a sua intervenção, contextualizando-a no atual momento vivido em torno do sistema educativo: «As últimas décadas têm assistido a um conjunto de medidas legislativas e educativas avulsas, longe de um necessário e desejável consenso entre e com todos os atores envolvidos». Referindo-se depois às recentes reformas em curso, comentou «a instabilidade face às diferentes políticas educativas que, mandato a mandato, governo a governo, teimam a retirar, acrescentar ou alterar o que antes era dado como implementado». São, acrescentou ainda, «estas indefinições que mostram a falta de uma estratégia coerente e duradoura na redefinição de um ensino de qualidade, útil e pertinente, de acordo com uma sociedade que, ora dela precisa, ora dela renega». A educação não é um estado de alma. É antes, a alma de um estado Denominando este processo como a trilogia E – Escola, Ensino e Educação – onde «a Educação não é um estado de alma, sendo antes, a alma de um Estado», José Manuel Pereiras defendeu querer, juntamente com a sua equipa, ter um trabalho de cooperação com

CONDURIL -

todas as Associações de Pais do Concelho de Valongo, tal como tem havido, com a Autarquia de Valongo, sentindo-se orgulhoso por, finalmente, fazer regressar à FAPEVAL a tão desejada representatividade das cinco freguesias, nomeadamente com a presença de Campo e de Valongo. Consciente que os problemas de ontem continuam a ser as preocupações de hoje, o recém-eleito presidente da FAPEVAL criticou «as políticas educativas inconsequentes que, juntamente com a adoção de medidas que colocam em causa o sucesso educativo», aumentam «o absentismo, o abandono escolar e a desacreditação do ensino«: A escola, se não for apoiada «deixará de ser um espaço de inclusão para ser um lugar de exclusão», concluiu. A cerimónia foi encerrada na companhia de um Sobrado de Honra servido aos presentes.

Órgãos sociais da FAPEVAL Assembleia Geral Presidente – Jorge Almeida Aguiar (Esc. Sec. de Ermesinde) 1º Secretário – César Coelho (Agrup. Escolas de Sobrado) 2º Secretário – Daniel Dias (Agrup. Escolas de Alfena)

Conselho Executivo Presidente – José Manuel Pereira (Escola EB1/JI da Costa) Vicepresidente – Serafim Sousa (Agrup. Escolas de Sobrado) 1º Secretário – Ana Raquel (Centro Escolar da Estação – Valongo) 2º Secretário – Marco Marinho (Esc. do Calvário – Valongo) Tesoureiro – João Calado Arcângelo (Esc. Sec. de Ermesinde) 1º Vogal – João Manuel Pinto (Agrup. Escolas de Campo) 2º Vogal – Jorge Manuel Pimenta (Agrup. Escolas de Alfena)

Conselho Fiscal Presidente – Carlos Magno (Agrup. Escolas de Campo) 1º Vogal – Cláudia Santos (Esc. Sec. de Ermesinde) 2º Vogal – João Fernandes (Esc. EB1/JI da Costa)

CONSTRUTORA DURIENSE, S.A.


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A Voz de Ermesinde •

Cultura

30 de abril de 2012

Associação Académica comemora o seu 13º aniversário com várias iniciativas A Associação Académica e Cultural de Ermesinde está a comemorar o seu 13º aniversário, celebrado no passado dia 15 de abril, através de um alargado leque de iniciativas nas quais, curiosamente, estão envolvidas todas as suas valências. LC

Na data do aniversário, e abrilhantado pelo Grupo de Música Tradicional Portuguesa, realizou-se um convívio na sua sede, a que se seguiram dois espetáculos no Fórum Cultural de Ermesinde, um na

noite do dia 20 de abril, com a participação de várias valências e do qual, dada a sua riqueza musical, contamos ainda dar destaque noutra peça, e outro na noite seguinte, “Tributo a Zeca Afonso”, mais protagonizado pelo grupo Voz Ligeira da AACE, que contou

com a colaboração da Orquestra de Flautas do Agrupamento de Escolas de Águas Santas e do Grupo de Fados da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Na tarde do dia seguinte, domingo, uma outra versão deste Tributo a Zeca Afonso, teve lugar no Auditório da Junta de Freguesia de Ermesinde, também enquadrado nas comemorações do 25 de Abril da autarquia. As comemorações do 13º aniversário da Associação Académica e Cultural de Ermesinde terão o seu epílogo com a entrada em cena do grupo Casca De Nós, nos próximos dias 4, 5 e 6 de maio, com a reposição em cena de “A Boda dos Pequenos Burgueses”, que esta companhia, valência da

AACE, estreou na Mostra de Teatro Amador do Concelho de Valongo. Quanto ao espetáculo “Tributo a Zeca Afonso”, realizado no passado dia 21 de abril, ele teve início com a exibição do grupo Voz Ligeira, que com 21 figuras em palco, interpretou, exclusivamente, temas de Zeca Afonso, sob a direção da maestrina Cecília Gomes. A mesma dirigiu igualmente a Orquestra de Flautas do Agrupamento de Escolas de Águas Santas, que igualmente interpretou exclusivamente obras de Zeca Afonso. Esta orquestra nasceu de uma atividade curricular na Área de Projeto, em 2009/2010, sendo o grupo atualmente composto por 47 alunos do 6º e 7º anos da escolaridade.

O fim da primeira parte deste espetáculo, num momento muito bem conseguido, deuse com o grupo Voz Ligeira a interpretar “Grândola Vila Morena”, enquanto os meninos da Orquestra de Flautas faziam os passos que se ouvem em fundo na composição, conforme o original de Zeca Afonso. A segunda parte deste espetáculo foi inteiramente constituída pela atuação do Grupo de Fados da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, que trouxe ao palco do Fórum Cultural de Ermesinde sobretudo instrumentais de Carlos Paredes e temas de Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira e Luís Góis. Com dois trabalhos discográficos editados, o grupo, com

uma belíssima voz e bons instrumentistas, encantou a audiência, que esgotou o Fórum. No final, o presidente da AACE, Alberto Mateus, agradeceu a presença de todos, com destaque para o presidente da Assembleia de Freguesia de Ermesinde, Raul Santos, e para o responsável do Agrupamento de Escolas de Águas Santas, e esclareceu a programação do aniversário da associação. Houve ainda lugar a uma distribuição de lembranças aos participantes, incluindo a cada um dos meninos da Orquestra de Flautas, e à maestrina Cecília Gomes. Esta, por sua vez, fez questão de agradecer a uma pessoa quase sempre esquecida nos espetáculos deste Fórum, o técnico de som Paulo Santos.

FOTOS URSULA ZANGGER


30 de abril de 2012

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Desporto

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Suplemento de "A Voz de Ermesinde" N.º 892 • 30 de abril de 2012 • Coordenação: Miguel Barros

Uma época para mais tarde recordar! FOTO UDR FORMIGA

Terminou no último domingo (29 de abril) a época de estreia do Formiga nos campeonatos distritais de seniores, com a conquista de um brilhante 7º lugar, que faz desta uma experiência inolvidável!

Cadetes cepeenistas qualificadas para a fase final do Campenato Nacional Com um impressionate registo de 12 vitórias noutros tantos encontros disputados, a equipa de cadetes femininos do CPN (na imagem) garantiu matematicamente no último fim de semana a qualificação para a fase final da competição.

FOTO CPN/BASQUETEBOL


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A Voz de Ermesinde •

Desporto

BILHAR

Campeões da época passada disseram adeus à Superliga Bilharsinde FOTO VOXX CAFFÉ

MIGUEL BARROS

Dois dos três campeões da Superliga Bilharsinde (SB) da temporada transata disseram adeus, nesta derradeira quinzena de abril, à possibilidade de poderem vir a revalidar os títulos. Café Sport e Café Quinta Amarela, respetivamente os campeões em título das 1ª e 2ª divisões, foram postos fora da competição após a realização da 1ª eliminatória da fase final, cujos duelos ocorreram a 16 e 23 de abril passados. Na 1ª Divisão o Café Sport foi incapaz de dar a volta ao mau resultado averbado na 1ª mão do “braço de ferro” mantido com o C.S. Trofa/ /GMLUX “A”, altura em que sairia do salão desta última equipa vergado a uma pesada derrota por 5-11. Um resultado que fazia com que os bilharistas do Sport tivessem de ganhar o segundo encontro por 12-4, pelo menos, para continuar em prova. A fasquia estava demasiado alta, e tal como se previa à entrada para o segundo encontro, o Café Sport acabou por não conseguir contornar este obstáculo, apesar de todos os esforços mantidos pelos seus bilharistas, como explica a – curta – vitória por 9-6. O campeão caiu e em frente seguem os trofenses que nos quartos de final terão de medir forças com um dos principais candidatos ao triunfo final do escalão maior da SB, a Academia Pedro Fonseca, conjunto que na 1ª eliminatória desta fase final se desenvencilhou sem qualquer problema do Salão Taco a Taco, na sequência de duas vitórias robustas (12-4 e 5-0). Outro dos principais candidatos ao ceptro, o Paparugui, também não teve dificuldades em eliminar o desolador Salão Europa, conseguindo duas vitórias con-

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Resultados da 1ª eliminatória e encontros dos quartos de final 1ª Divisão: C.S. Trofa/GMLUX “A” – Café Sport: 11-5 / 6-9 Academia Pedro Fonseca – Salão Taco a Taco: 12-4 / 5-0 Academia Beira Alta – Café S. Brás: 8-8 / 9-1 Salão Plaza – Café Novo Espaço/ T.E.: 5-11 / 4-6 Paparugui – Salão Europa: 11-5 / 6-2 New Academy – Pólo Norte/Café Bilhar: 9-3 / 3-10 Academia Pedro Grilo – Senhor do Padrão: 12-4 / 5-5 Paparugui “B” – Dom Pedro “A”: 7-9 / 7-8 C.S. Trofa/GMLUX “A” – Academia Pedro Fonseca Academia Beira Alta – Café Novo Espaço Paparugui – Pólo Norte/Café Bilhar Academia Pedro Grilo – Dom Pedro “A” 2ª Divisão:

fortáveis (11-5 e 6-2). Candidato é também a Academia Pedro Grilo (na imagem), que depois de uma expressiva vitória caseira na 1ª mão sobre o Senhor do Padrão, por 12-4, limitou-se a gerir a vantagem no segundo jogo, não permitindo aos bilharistas padroenses ir além de um empate a 5 pontos. O próximo obstáculo de Pedro Grilo e seus pares dá pelo nome de Dom Pedro “A”, equipa que despachou o Paparugui “B” com duas vitórias curtas (9-7 e 8-7). Na 3ª Divisão o Café Quinta Amarela procurava compensar o falhanço da sua não qualificação para a 2ª Divisão – escalão onde foi “rei” na temporada passada – com um bom desempenho no terceiro escalão. E um bom desempenho era o equivalente a… ser campeão. Porém, o Mony não quis fazer o papel de primeira vítima dos bilharistas do Quinta Amarela na viagem rumo ao título, acabando por mandar os campeões da 2ª Divisão de 10/11 mais cedo para casa na sequência de duas vitórias (9-7 e 8-0). O Mony terá agora pela frente o G.D. São Sebastião, conjunto que saiu vencedor de um equilibrado duelo ante o Café Cantinho (duas vitórias curtas por 9-7 e 8-6). Equilíbrio que foi aliás a nota dominante desta 1ª eliminatória na 3ª Divisão. Salão Europa Maia, Baguim do Monte, e A.R. Rio Tinto foram exemplos de equipas que saíram vitoriosas de confrontos equilibrados.

Passando agora à 2ª Divisão, o sublinhado mais carregado vai para as duas equipas do Café Santo António, as quais venceram os seus respetivos encontros e desta forma aumentaram as probabilidades de o título de campeão deste escalão voltar a “enfeitar” o currículo do clube. Recorde-se que o Café Santo António foi o primeiro campeão da história da 2ª Divisão da SB, um feito ocorrido há precisamente 4 anos atrás. Na 1ª eliminatória da competição da corrente época o Santo António “B” afastou sem problemas o Dom Pedro, após dois triunfos imaculados, por 10-6 e 7-0. Por seu turno a equipa principal do Santo António resolveu a eliminatória ante o Masterpool na 1ª mão, na qual obteve um confortável triunfo por 11-5. No segundo jogo deste duelo deu-se até ao luxo de perder por 6-8 e mesmo assim avançar rumo aos quartos de final. Suadas foram as passagens de Totta Academia e do Café Carla, duas equipas que após terem empatado a oito pontos no jogo da 1ª mão fora de portas, respetivamente ante C.S. Trofa/GMLUX “B” e Voxx Clube Bilhar “A”, garantiram a passagem à ronda seguinte diante do seu público, com vitórias por 9-5 e 9-3, respetivamente. Por último a 4ª Divisão, onde se encontra agora o único campeão de 2010/11, o Paraíso da Cidade, o ainda detentor do ceptro da 3ª Divisão. Uma pequena der-

rota por 2-4 na 2ª mão mão diante do Académico Sangemil não impediu os bilharistas do Paraíso da Cidade de considerar como muito séria a possibilidade de conquistar um novo título pelo segundo ano consecutivo, já que na 1ª mão haviam esmagado o seu opositor por 15-1. Nos quartos de final terão de enfrentar aquela que, em nosso entender, foi a surpresa desta 1ª eliminatória da 4ª Divisão, o conjunto do Coffe Break, um dos mais fracos de toda a 1ª fase da SB, e como tal dos menos cotados a vencer seja o que for nesta fase final. Porém, da teoria à prática o caminho é longo, como se costuma dizer, e o Coffe Break deu a volta à eliminatória diante do Gondomar Ciclistas (perdeu o primeiro jogo por 7-9 e venceu o segundo por 12-7) e vai continuar pelo menos por mais duas semanas em competição. Na caixa em anexo apresentamos todos os resultados da 1ª eliminatória da fase final, assim como os duelos dos quartos de final, cuja primeira “batalha” terá lugar já hoje, dia 30 de abril. Maio será o mês de todas as decisões nesta SB, já que tanto as meias finais como as finais decorrem neste mês, pelo que na próxima edição em papel de A Voz de Ermesinde apresentaremos já o cenário final desta animada prova.

Café S. António “B” – Dom Pedro: 10-6 / 7-0 Salão Filipe “A” – Café Esposade: 14-2 / 3-5 Gondivai – U.D.C.R. Bela: 10-6 / 7-1 Voxx Clube Bilhar – Leixões: 11-5 / 6-6 C.S. Trofa/GMLUX “B” – Totta Academia: 8-8 / 5-9 Voxx Clube Bilhar “A” – Café Carla: 8-8 / 3-9 Clube Bilhar Piri-Piri – Café Novo: 9-4 / 4-10 Masterpool – Café S. António “B”: 5-11 / 8-6 Café S. António “B” – Salão Filipe “A” Gondivai – Voxx Clube Bilhar Totta Academia – Café Carla Café Novo – Café S. António “B” 3ª Divisão Casa Vieira – Grilo: 12-4 / 5-3 Café S. Brás “A” – Aqua Doce: 11-5 / 6-6 Salão Europa Maia – Paraíso da Cidade “B”: 9-7 / 8-8 Clube Bilhar “O Sonho” “A” – Ritual Caffé 1: 14-2 / 3-1 Mony – Café Quinta Amarela: 9-7 / 8-0 Café Cantinho – S. Sebastião: 7-9 / 6-8 Baguim do Monte – Café Mosteiro: 8-8 / 9-6 Clube Bilhar “O Sonho” “B” – A. R. Rio Tinto: 7-9 / 7-9 Casa Vieira – Café S. Brás “A” Salão Europa Maia – Clube Bilhar “O Sonho” “A” Mony – S. Sebastião Baguim do Monte – A.R. Rio Tinto 4ª Divisão Paraíso da Cidade “A” – Académico Sangemil: 15-1 / 2-4 Coffe Break – Centro de Ciclistas de Gondomar: 7-9 / 12-7 Sangemil Académico – Ritual Caffé 2: 6-10 / 13-8 Salão Filipe – C.S.P.A./Guedes: 9-7 / 8-8 C.S.P.A/ Rúben – Abba-Frutyprazer: 3-13 / 3-4 Café Laser – Voxx Clube bilhar/Voxx: 11-5 / 6-6 Gondomar Ciclistas – Voxx Clube Bilhar/Caffé: 11-5 / 6-6 Café Carla “B” – Café Novo Espaço: 4-12 / 6-5 Paraíso da Cidade “A” – Coffe Break Sangemil Académico – Salão Filipe Abba-Frutyprazer – Café Laser Gondomar Ciclistas – Café Novo Espaço

Suplemento de “A Voz de Ermesinde” (este suplemento não pode ser comercializado separadamente). Coordenação: Miguel Barros; Fotografia: Manuel Valdrez. Colaboradores: Agostinho Pinto, João Queirós e Luís Dias.


30 de abril de 2012

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Desporto

III

HÓQUEI SUBAQUÁTICO

Exibições do Clube Zupper melhoram de torneio para torneio! MB

De torneio para torneio tem sido evidente a evolução do Clube Zupper no “mundo” do hóquei subaquático nacional. Depois de uma excelente performance na fase final da Taça de Portugal – que, recorde-se, decorreu na Piscina do CPN a 17 e 18 de março passados – o conjunto ermesindense voltou a dar boa conta de si na segunda etapa do Campeonato Nacional, a qual decorreu nos dias 14 e 15 de abril em Coimbra. Com duas das suas três equipas presentes, os zuppers lograram alcançar bons resultados, que lhes permitiram subir uns degraus na classificação geral da competição organizada pela Federação

FOTO CLUBE ZUPPER

Portuguesa de Atividades Subaquáticas. As 11 equipas presentes em Coimbra foram divididas em dois grupos numa 1ª fase, sendo que o Clube Zupper “A” ficou na “chave” B, ao passo que o combinado “B” ficou na A. E não se poderá dizer que a entrada em ação de ambas as equipas zupper tenha sido a mais desejada, em especial a da equipa principal, que foi goleada por 5-0 no duelo com uma das equipas da casa, os Sharks. Derrota menos pesada averbou o Clube Zupper “B” no duelo com o Clube de Natação da Amadora “C”, 0-1. À medida que a competição ia avançando a confiança da equipa ermesindense também aumentava, não sendo de estranhar que ao seu terceiro jogo o Clube Zupper

“A” chegasse finalmente à vitória, alcançada diante do Gaia Sub por 2-1. Já a equipa “B” teve de esperar até ao quarto jogo para festejar a sua primeira vitória de sempre na competição, somada diante dos estreantes NS Coimbra “B” por nada mais nada menos do que 7-0! No domingo, dia 18, jogou-se a fase final desta segunda etapa do Nacional. No jogo de apuramento dos 9º e 10º lugares o Clube Zupper “B” bateu por 3-0 o Gaia Sub, enquanto que na disputa dos 7º e 8º postos os zuppers “A” venceram o Clube de Natação da Amadora “C” por 3-2. A vitória final desta segunda etapa ficou na posse dos Aquacarca “A”. Somando os resultados averbados em Coimbra com os da 1ª etapa do campeonato o-

corrida, recorde-se, em Porto de Mós a classificação geral aponta para uma subida de ambas as equipas zuppers (na imagem), os “A” ascenderam ao 8º posto (contabilizando no final das duas etapas

um total de 1 055 pontos) enquanto que os “B” largaram a última posição – que agora está na posse do NS Coimbra “B” – rumo ao 10º lugar (com um total de 988

pontos). Por esta altura Aquacarca “A” e Clube de Natação da Amadora “B” dividem o 1º lugar do campeonato, ambos com 1 860 pontos contabilizados.

BASQUETEBOL

Saldo impressionante de 12 vitórias em ... 12 jogos coloca cadetes do CPN na fase final do Campeonato Nacional AVE/CPN

12 jogos disputados e outras tantas vitórias conquistadas, eis o invejável – no bom sentido, claro está – cartão de visita da equipa de cadetes femininos do CPN na 1ª fase do Campeonato Nacional de basquetebol da

referida categoria. Uma performance que faz com que a duas jornadas do final desta fase a equipa ermesindense já tenha matematicamente garantido a presença na fase final da competição, onde a julgar pelas exibições patenteadas ao longo da presente época tem tudo para trazer para a

nossa freguesia mais um título nacional. A ver vamos. A 12ª vitória foi alcançada no passado domingo (29 de abril), altura em que a Académica de Coimbra se deslocou ao Pavilhão Gimnodesportivo de Ermesinde para com a equipa da casa discutir os dois pontos referentes à 12ª jor-

nada. Com um ritmo de jogo alto desde o início as cepeenistas desde logo assumiram o comando do marcador, o qual só não era mais dilatado no final dos primeiros 10 minutos devido a alguma desinspiração na hora de acertar no cesto. No período seguinte, e embora tenham aumentado a sua eficácia nas situações de van-

tagem, o CPN manteve uma fraca percentagem em lançamentos curtos. Nos restantes períodos as ermesindenses continuaram perdulárias na concretização de “cestos fáceis”, facto compensado com uma excelente prestação defensiva, que manteve a Académica bem longe da

frente do marcador, como comprova o resultado final de 69-21 (!) a favor do CPN. Na classificação a turma da nossa cidade continua destacadíssima no 1º lugar, agora com 24 pontos, e já qualificada, como atrás referimos, para a fase final da prova.

DAMAS

Sérgio Bonifácio (Café Avenida de Ermesinde) fica uma vez mais às portas da vitória! FOTO CAFÉ AVENIDA

MB

O damista do Café Avenida (de Ermesinde) Sérgio Bonifácio voltou no passado 14 de abril a estar muito próximo de vencer uma prova a contar para o ranking da Federação Portuguesa de Damas, referente à época de 2012. Facto este ocorrido no Torneio da Casa do FC Porto de São João da Madeira onde o damista ermesindense voltou a ser 2º posicionado, à semelhança do que havia conseguido a 11 de março no Torneio Nacional da Casa do FC Porto de Romariz. Em São João da Madeira Bonifácio só foi ultrapas-

sado por José Carlos Anjos, da equipa da casa, o grande vencedor de um torneio que contou com a presença de seis dezenas de damistas. Na prova coletiva o Café Avenida (cuja equipa podemos ver na imagem ao lado) conquistou a 3ª posição, logo atrás do Ginásio Vilacondense (1º) e do Centro Cultural de Desportivo de São João da Madeira (2º). O combinado de Ermesinde, para além de Sérgio Bonifácio, fez-se representar por mais quatro atletas, nomeadamente Manuel Silva (foi 9º da classificação geral individual), Nélson Monteiro (18º), José Rocha (43º), e Ricardo Araújo (48º).

Novo 3º lugar por equipas em Oliveira de Azeméis Entretanto, no passado sábado (21 de abril) a equipa ermesindense deslocou-se a Oliveira de Azeméis com a finalidade de participar no Torneio 25 de Abril, certame que decorreu no Salão Nobre da Câmara Municipal local e que contou com a presença de 46 damistas em representação de 8 equipas. Em termos coletivos o Café Avenida voltou a repetir a classificação obtida uma semana antes em S. J. da Ma-

deira, o 3º posto, enquanto que o lugar mais alto do pódio ficou curiosamente na posse da equipa desta última localidade. No que concerne à competição coletiva o Café Avenida, que se fez representar nesta prova pelos atletas Sérgio Bonifácio, Ricardo Araújo, José Dias Pereira, e Nélson Monteiro, conseguiu, novamente, colocar um damista seu entre os primeiros 10 posicionados. O feito coube a Nélson Monteiro, que alcançou um 4º lugar. Sérgio Bonifácio foi 13º. Fernando Bessa, da equipa Vai Avante, foi o vencedor deste Torneio 25 de Abril.


A Voz de Ermesinde •

Desporto FUTEBOL

Formiga colocou um ponto final na sua temporada com uma derrota caseira FOTO UDR FORMIGA

LUÍS DIAS/AVE

Foi com um desaire caseiro que o combinado do Formiga se despediu, no passado dia 29 de abril, da sua brilhante época de estreia nos campeonatos distritais da Associação de Futebol do Porto. E fê-lo diante do Vila Chã, equipa que saiu da nossa freguesia com uma vitória mínima de 2-1 no bolso, em partida alusiva à 33ª jornada da Série 1 do Campeonato Distrital da 2ª Divisão. Antes de passarmos aos factos deste encontro convém relembrar que a competição irá conhecer mais uma jornada no próximo fim de semana, a última, pese embora o Formiga não vá competir pelo facto de ser a equipa que folga nesse derradeiro dia. Passando agora ao encontro do último domingo (na imagem) comecemos por dizer que foi com dificuldade que os jogadores de ambos os conjuntos entraram em campo, muito devido às más condições do pelado do Complexo Desportivo dos Montes

da Costa, que se apresentava com bastante água em consequência das fortes chuvadas sentidas nesse dia. Face às dificuldades em fazer circular o esférico só de bola parada surgiam as oportunidades junto das balizas. Seria desta forma que Dias, de cabeça, teve uma boa ocasião para marcar pela equipa da casa, aos 31 minutos, mas o guarda-redes Berto correspondeu com uma defesa apertada. Com um jogo muito fraco tecnicamente as equipas procuravam criar perigo com bolas altas, mas quase todas elas sem consequências de maior. Exceção feita aos 43 minutos, quando o atacante Mário aproveitou da melhor maneira um cruzamento do lado esquerdo para desviar a bola do alcance do guardião da Formiga, João, e abrir assim o marcador. A equipa do Vila Chã foi para o intervalo a festejar o golo, e entrou na etapa complementar quase da mesma forma, já que aos 51 minutos Gil, cara a cara com o guarda-redes da Formiga, recebeu

a bola de João Pedro, entrado ao intervalo, e rematou com sucesso para o fundo das redes. O mesmo Gil, aos 63 minutos, teve no pé a oportunidade de ampliar a vantagem e “matar” o jogo mas desta vez João fez uma boa defesa e enviou a bola para canto. A equipa da Formiga pressionou nos dez minutos finais, e ainda conseguiu reduzir a desvantagem através de Rocha, jogador que aos 92 minutos teve um cabeceamento exemplar, mas não passou do golo de honra da equipa da casa.

Os formiguenses terminam esta época desportiva acima do meio da tabela (7º lugar, com 39 pontos) e com boas perspetivas de futuro, já que demonstraram sempre uma grande vontade e determinação frente a adversários com outras experiências competitivas. Neste derradeiro encontro o Formiga alinhou com: João; Jorginho, Paulo, Dias, Dany (Sílvio, aos 44m), Tiago Barbosa (Rocha, aos 76m), Tiago Pereira, Bruno; Braga (Freitas, aos 83m), Jorge Rodrigues e Tozé.

30 de abril de 2012

Nuno Ferreira: «Experiência fantástica!» MB

Nuno Ferreira foi o homem que conduziu os destinos do Formiga ao longo dos últimos 5 anos na qualidade de presidente da Direção. E referimo-nos a ele no passado porque recentemente o último mandato do jovem dirigente chegou ao fim, pelo que na hora de decidir se iria ou não recandidatar-se à presidência do clube, Nuno Ferreira decidiu pelo “não”. Motivos estritamente pessoais – necessidade de dedicar mais tempo à sua família – levaram-no a não continuar ao leme de um projeto do qual ele foi um dos rostos principais. Quota parte da decisão de levar o Formiga a participar pela primeira vez na história da coletividade nos campeonatos distritais da AFP foi sua, uma aposta claramente ganha na sua visão. «Foi uma primeira experiência fantástica neste nível de competição. Fizemos uma primeira volta fantástica, e embora a segunda não tenha sido igual todo o grupo está de parabéns, pela entrega e pela dedicação a este clube», sublinha. E ao olharmos para a tal primeira metade do campeonato fantástica ficou no ar a sensação de que o Formiga poderia ter ido um pouco mais além do 7º lugar na classificação geral. Nuno Ribeiro concorda com esta visão, referindo que tal só não foi possível em parte pela inexperiência de um plantel muito jovem, que esteve em competição com jogadores e equipas que possuem níveis de experiência muito elevados neste patamar do futebol distrital. Por outro lado a falta de condições de trabalho ditou que a segunda volta fosse menos positiva, já que a preparação física não era por esta altura a melhor para estar em competição. E isso aconteceu devido às poucas horas de trabalho que o Formiga tem disponíveis no Complexo dos Montes da Costa, apenas um par de horas em dois dias por semana! Muito pouco para este nível de competição. E na hora da despedida Ferreira não tem dúvidas de que o clube vai continuar a crescer com a nova Direção que sair da próxima Assembleia Geral, a ter lugar a 4 de maio. «Quem vier vai de certeza continuar o trabalho que foi feito até aqui. O Formiga é hoje em dia um clube estável, sem dívidas, e já começa a ser falado pelas melhores razões», rematou.

FUTEBOL

Depois de falhada a subida Ermesinde despediu-se do seu público com uma vitória FOTO ARQUIVO MANUEL VALDREZ

LUÍS DIAS/AVE

Objetivo falhado. O Ermesinde ficou um ano mais à porta da subida à Divisão de Honra da Associação de Futebol do Porto (AFP), um facto consumado no feriado de 25 de Abril, altura em que os verde e brancos jogavam a “cartada decisiva” na Série 1 do Campeonato Distrital da 1ª Divisão. Nesse dia o Ermesinde jogou uma verdadeira final no reduto do S. Martinho, precisamente o rival na luta pelo 2º posto, o último a dar acesso à promoção. Caso vencesse a turma da nossa freguesia poderia continuar a sonhar com a subida, ao passo que uma derrota ditava

o adeus definitivo ao grande objetivo traçado para a presente temporada. E assim foi, os ermesindistas perderam por 2-1 e despediram-se – matematicamente – da remota hipótese de em 2012/13 marcar presença no escalão máximo da AFP, pelo que o encontro seguinte (ocorrido no dia 29 de abril), diante dos Águias de Eiriz, a contar para a 33ª e penúltima jornada, não serviu mais do que para cumprir calendário e marcar a despedida dos Sonhos por esta época. E fizeram-no com uma vitória por 2-0, num jogo onde os ermesindistas entraram determinados em chegar à vitória, procurando o golo nos primeiros minutos, mas, depois, a pouco e pouco, foram esmorecen-

do, tentando a sua sorte num ou noutro livre perigoso, nas imediações da área adversária de que nada resultaria. Do lado dos Águias de Eiriz também não se vislumbrou grande capacidade para perseguir a vitória, limitando-se a turma visitante a anular as tentativas dos atacantes da casa. No primeiro tempo, digno de nota, foi a saída de Nélson Borges, lesionado, aos 42 minutos, tendo sido substituído por Fábio Ribeiro. Na etapa complementar o jogo ganhou mais dinamismo. Logo ao 52 minutos, Nando perdeu, infantilmente, uma soberana oportunidade para inaugurar o marcador, ao ser incapaz de controlar a bola, já na pequena área e só com o guarda-redes à sua frente.

Talvez por isso o treinador Vítor Leal, pouco depois, substituiu-o por Paulo. Até que aos 62 minutos o Ermesinde acabaria por marcar o golo que já se adivinhava. Armando, dando sequência a uma boa jogada ofensiva da sua equipa, cabeceou para o fundo da baliza de Tiago sem que este tivesse possibilidade de esboçar qualquer defesa. Um minuto depois a equipa visitada poderia ter chegado ao segundo tento, não fosse o recém-entrado Paulo ter “disparado para as nuvens”. O atacante viria a reparar o seu erro ao minuto 74, quando teve o ensejo e o mérito de concluir uma excelente jogada atacante, com um centro de Fábio Ribeiro, desde o lado direito do seu ataque, rematando com força para o

fundo das redes contrárias. Pelo que fez ao longo da 2ª parte a vitória assenta bem ao clube anfitrião. Neste último jogo diante dos seus associados o Ermesinde alinhou com: Luís, César, Hélder Borges (Fábio Ribeiro, aos 42m), Cláudio, David (Flávio, aos 77m), Marco, Medeiros, Joca, Nando (Paulo, aos 57m), Sérgio e Armando. A uma jornada do fim os

verde e brancos procuram segurar a terceira posição na tabela classificativa, somando agora 62 pontos, mais um que o quarto classificado Castêlo da Maia. Nota: Todos os resultados e classificações desta competição podem ser consultadas na nossa edição online em Resultados Desportivos.


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• A Voz de Ermesinde

História

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38º Aniversário do “25 de Abril” Há 38 anos este dia foi de surpresa, desconfiança e, sobretudo, de muita esperança!

MANUEL AUGUSTO DIAS

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“Surpresa”, porque todas as notícias transmitidas nesse dia, desde manhazinha, tanto na rádio como na televisão (os jornais não, porque tinham sido feitos no dia anterior; só as segundas edições desse dia 25 de abril de 1974, já davam pormenores dos reais acontecimentos que, na capital e nas principais cidades do país, iam concretizando a revolução) informavam que as Forças Armadas estavam a tomar conta dos destinos do país! Todo o povo estava estupefacto! “Desconfiança” porque o povo sabia que um regime ditatorial e controlador como era o nosso, bem apoiado nas forças militares e paramilitares, dificilmente caíria. Alguns, a medo, iam saindo de casa e tentando ver, com os seus próprios olhos, aquilo que o povo irmanado com os soldados, cada vez em maior número, à medida que o dia ia avançando, dizia e como manifestava a sua alegria. “Esperança” porque essa faz parte da tradicional maneira de ser do nosso povo. “A esperança é a última a morrer” diz o adágio popular e, por isso, os portugueses começaram a insu-

flar-se desse sentimento, na expetativa de que fosse desta que os seus problemas fossem sanados. Queriam liberdade, ver reconhecidos os típicos direitos de cidadania, o fim da guerra colonial, o fim da pide, da censura e da repressão. E se esse dia despertou com desmedida apreensão, terminou com a certeza de que, finalmente, o Estado Novo caía para sempre. A Guerra Colonial portuguesa era uma das maiores tragédias com que o povo português vivia há 13 anos. Para além de dar uma imagem negativa de Portugal, significou um enorme esforço financeiro e humano. Cerca de 8 mil jovens morreram em combate e muitos mais ficaram feridos. A Igreja Católica dividiu-se: se, por um lado, a hierarquia se mostrava neutral, algumas figuras eclesiásticas, a título individual, manifestaram-se contra a continuação desta guerra, reconhecendo o direito à autodeterminação dos povos. Em setembro de 1973, a Guiné proclamou a sua independência. O agravamento da situação militar, o livro de Spínola (“Portugal e o Futuro”) e as vozes da oposição foram contribuindo para o aumento da contestação da sociedade civil e, sobretudo, entre os militares. A guerra foi uma das mais fortes motivações para a concretização do 25 de Abril de 1974. O “movimento dos capitães” coordenado por Otelo Saraiva de Carvalho, conseguiu depor a ditadura, instaurar e criar as condições para que se construísse o atual regime democrático. O país, nos primeiros momentos revolucionários passou a ser governado por uma Junta de Salvação Nacional, que to-

mou as medidas que se impunham para extinguir o Estado Novo: foram destituídos os órgãos de poder (Governo, Presidente da República, Assembleia Nacional e Conselho de Estado), destruídas as estruturas repressivas (PIDE/DGS); extinta a censura, a Legião e Mocidade portuguesas, libertados os presos políticos e assumiu-se o compromisso de criar condições para realizar eleições livres e democráticas, no prazo de um ano. A Guerra Colonial chegou ao fim, com o imediato cessar-fogo e criaram-se condições para negociar a independência das colónias. Mas a História ensina que todas as revoluções têm momentos de avanço e de recuo. E a última revolução portuguesa que agora comemora 38 anos não foi diferente. O poder político proveniente da nova situação criada pela Revolução evidenciou, desde o início, duas tendências antagónicas: de um lado, os que defendiam uma democracia direta e participada, do outro, uma solução federalista para o Estado e colónias e um regime presidencialista. O MFA e o PCP andaram muito próximos, em alguns momentos revolucionários. Mas, desde logo, se evidenciaram divisões nas Forças Armadas, entre oficiais de esquerda e uma fação mais conservadora, próxima de Spínola. Foram estes últimos que no dia 11 de março de 1975 intentaram um Golpe de Estado para eliminar o domínio dos oficiais de esquerda do MFA. Mas saíram derrotados, o general Spínola refugiou-se em Espanha, foi criado o Conselho da Revolução e seguiu-se uma política de nacionalizações. Foi o “Verão Quente” de 1975 com uma clara viragem à esquerda. Os militares do MFA promoveram campanhas de dinamização cultural no interior do país, explicando o significado da Revolução. Instalou-se o chamado poder popular com ocupação de fábricas, de latifúndios e de casas desabitadas. Partidos de esquerda e de direita entraram

em conflito, tendo chegado a ser declarado o “estado de sítio” até que, a 25 de novembro de 1975, na sequência do “documento dos 9”, as forças de esquerda foram neutralizadas, no seio do MFA, com a intervenção determinante do então tenente-coronel Ramalho Eanes, que seria eleito Presidente da República, no ano seguinte. Após o 25 de Abril, a política económica do país alterou-se profundamente. Graças à luta sindical e à abertura do Governo, os trabalhadores portugueses conseguiram, entre 1974 e 1975, um aumento real dos salários de 20%. As principais alterações na vida económica foram: a política de nacionalizações (em abril de 1975, o governo nacionalizou a banca, seguros e transportes) e a reforma agrária que implicou uma nova distribuição das terras latifundiárias. Mas os resultados não foram os esperados, devido à fuga de capitais, ao regresso de centenas de milhares de pessoas (vindas das ex-colónias) e à desmobilização de milhares de soldados. A Constituição de 1976, que é que ainda temos, apesar de substancialmente alterada por várias revisões constitucionais, consagra os direitos fundamentais dos cidadãos e define a estrutura política, económica e social do país que se afirma democrático, unitário, pluripartidário e descentralizado. Os principais órgãos de poder passaram a ser a Assembleia da República, Presidente da República, Governo e Tribunais. Nesta constituição, na sua primeira versão, transparecia uma tendência socializante e denotava-se a importância da estrutura militar com o Conselho da Revolução, mais tarde extinto.

A seguir ao 25 de Abril fezse a descolonização, reorientouse o país para a Europa comunitária, sem perder a ligação com a comunidade mundial que fala o português (PALOP e CPLP) e passou a viver-se em democracia, que significa mais liberdade, mais solidariedade, mais justiça, mais igualdade. Hoje, 38 anos depois, o País vive numa situação que é quase calamitosa: estas palavras de ordem, que foram lemas revolucionários há quase 4 décadas atrás, não têm o mesmo significado real. Será que temos uma verdadeira justiça, quando há a ideia de que os prevaricadores de toda a espécie de atos ilícitos ficam por punir ou conseguem ser totalmente ilibados dos seus atos? Será que há solidariedade e igualdade quando se assiste a uma clivagem so-

1ª página da edição do jornal “A Capital” às 12 horas do dia 25 de Abril de 1974.

cial cada vez mais profunda, com um número de ricos, que pode ser cada vez mais ostensivo na manifestação do seu poder económico, ao lado de um número de pessoas que, dia a dia cresce a olhos vistos, onde começa a faltar a habitação, a saúde, a segurança e o próprio pão? Os políticos de hoje, em nome da democracia, da liberdade e do respeito pela concretização dos direitos humanos têm de ser capazes de responder a estas questões, não com palavras, mas com ações! Só assim se cumprirá Abril.

EFEMÉRIDES O 25 DE ABRIL de 1974 em ERMESINDE Sobre o 25 de Abril, a Junta da Freguesia de Ermesinde da presidência de Joaquim Alves de Oliveira (há 7 anos no desempenho do cargo), tomou a seguinte posição, que consta em ata da reunião de 4 de maio (Livro n.º 22, fls. 143v. e 144): «1.º Apoiar incondicionalmente as Forças Armadas rendendo-lhe as suas homenagens, bem como à Junta de Salvação Nacional a quem se dirigem com todo o respeito e admiração; 2.º Não se podendo desafectar do facto de terem servido durante a vigência do anterior regime, pedem aceitem o que com toda a sinceridade expressam no n.º um; 3.º O facto de formarmos o corpo administrativo da Junta de Freguesia de Ermesinde é devido à proposta de paroquianos, que nos fizeram eleger e a nossa expressa vontade de servir o país nesta parcela do continente Português, pondo à consideração de Vossas Excelências, tanto as nossas personalidades,

como as das pessoas que nos proposeram a sufrágio; 4.º O expresso no n.º três não é com o fim de nos ser tributada a continuidade das funções que vimos exercendo, pois muito bem aceitamos e concordamos em absoluto com uma completa remodelação geral de todos os corpos administrativos; 5.º Pedimos nos seja relevada a nossa discordância pelo que, numa reunião política, levada a efeito no passado dia 2, nesta Vila de Ermesinde, em que foi sugerida a “Tomada” da Junta de Freguesia, Bombeiros Voluntários de Ermesinde, Clube de Propaganda da Natação, Casa do Povo e Ermesinde Sport Clube, pois embora e como dissemos acima, estamos de absoluto acordo com uma remodelação geral de todos os corpos administrativos, achamos essa atitude penosa e leviana, o que denegride e desrespeita os bons e sábios intentos da Junta de Salvação Nacional;

6.º Apresentamos a nossa mágoa pelo quase “ultimatum” que nos foi dirigido, “ultimatum” esse deliberado aquando da reunião a que nos já referimos e cujo texto transcrevemos: “Ex.mo Snr. Presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde / Um Grupo de Democratas de Ermesinde vem informar V. Ex.ª de que deliberou reunir no edifício da junta a que V.ª Ex.ª preside, no próximo dia sete do corrente pelas vinte e uma horas. Para tal fim, solicita a V.ª Ex.ª se digne ordenar para que o referido edifício esteja aberto a partir das vinte e trinta horas. Saudações Democráticas: - Pela Comissão: Fernando António Vaz de Faria Sampaio”. Uma vez que, anteriormente e de toda a boa vontade já tínhamos posto à disposição do referido grupo as instalações do edifício desta Junta. Renovamos as nossas saudações, o nosso incondicional apoio e a nossa admiração»


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A Voz de Ermesinde •

Crónicas

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Em tempos de Abril

GLÓRIA LEITÃO

histórico associar o mês de abril a uma revolução, colorida pelo vermelho dos cravos. Em 1974 quando isso aconteceu eu tinha 14 anos e se a exemplo de muitos portugueses fiquei zonza sem saber o que se estava a passar no dia 25, em que fomos dispensados das aulas e mandados para casa e nem nos atrevemos a vir para a rua brincar, nos dias seguintes percebi rapidamente que se falava de liberdade e aí também entendi finalmente o que nos queria dizer a minha professora da 4ª Classe, e isso passou-se no ano letivo de 1968/1969. Esta professora, que teria pouco mais de 20 anos, com corte de cabelo “à rapaz”, marcou-me sempre, porque quando a recebemos como professora da 4ª Classe terminou também o tempo das “reguadas”, com as palmatoadas que eram distribuídas pelos alunos mais desatentos e por vezes mais faladores. Aqui os mais afortunados e que tinham sorte em escapar a estes castigos eram mesmo os que pertenciam a famílias mais conhecidas e abastadas da localidade – era implícita a ideia de que ter-se mais dinheiro era sinónimo de boa educação... e por aí fora. Levava-nos recortes de jornais com notícias diferentes e lembro-me de falar do assalto ao paquete Santa Maria, que ocorreu em janeiro de 1961 e que, liderada pelo capitão Henrique Galvão, teve como principal objetivo contestar e provocar o Governo de Oliveira Salazar. Lembro-me ainda da quadra de um canção que nos ensinou: Tira o chapéu milionário, Vai um enterro a passar, É a filha de um operário Que morreu a trabalhar

O

no i S

e que era cantada com a entoação da música de António Macedo, “Canta, Canta, Amigo Canta”. Na altura dei-lhe um valor tremendo, e para não a esquecer fui a cantá-la no caminho para casa. Contudo, quando eu a cantei em casa lembro-me de o meu pai ficar em pânico e eu tive que lhe prometer que não a voltaria a cantar e foi só depois de Abril de 1974 que percebi que poderia fazê-lo sem qualquer tipo de problema, pensava eu. Em 1977 começava a trabalhar numa grande empresa metalúrgica que tinha constituídas as duas grandes forças representativas dos trabalhadores: uma Comissão Sindical e uma Comissão de Trabalhadores e se o conselho que recebi quando fui

admitida foi não falar de política, nem dar a conhecer qualquer tendência nesse sentido, lembro-me de ter ficado aterrada quando soube que estas duas forças se juntaram a pedido dos trabalhadores para paralisarem a fábrica caso eu fosse mandada embora como o pretendiam fazer no final do meu contrato de trabalho que terminava ao fim de seis meses – iriam pensar que eu era “política” e pertencia aos “vermelhos”. Efetivamente a união de todos fez com que eu ficasse efetiva na empresa e para isso nunca foi preciso eu dizer se tinha ou não uma definição

Café Snack-Bar Restaurante

G ai vo ta

política – eu ficava porque era eu, e os que lutaram por isso fizeram-no porque eram excelentes seres humanos, colegas que ficaram amigos e que instalei num pedacinho do meu coração, para sempre, porque acima de tudo sempre fui respeitada, sempre fui aceite e nunca foi por estar abrigada na cor de nenhum partido. Colaboradora dos Recursos Humanos, lembro-me de ser mandada para os plenários inteirarme dos assuntos relevantes que lá eram levantados e quando me atrasava os meus colegas que integravam esses órgãos representativos dos trabalhadores paravam e diziam-me: Estás atrasada, não podíamos começar sem estares aqui!, e

dependentemente das forças políticas que nos foram governando e da penalização que todos sofremos por tentativas/erros na adoção de medidas que se mostraram ajustadas, ou não, à nossa realidade. Apesar de ser uma pessoa atenta ao que se passa na sociedade, e gostar de ouvir programas que permitam a intervenção de pessoas de pensamentos diferentes, nunca me atrevi a pertencer ao mundo da política, porque sinto-o demasiado complexo para mim e é uma profissão que eu penso não teria capacidade para abraçar porque os resultados não são imediatos e, como em muitas coisas, nem sempre o que parece é, conforme pude verificar por situações que me colocaram muitas vezes nos dois FOTO ARQUIVO lados da “barricada”. Não me atrevendo nesses meandros, respeito contudo quem o faz por gosto e quem o sabe fazer. Aprendi a confiar e a entender as diferenças e deve ser por isso que acho que o mundo é coloridamente bonito: de flores, de pessoas, de pensamentos, de crenças, de ideologias e de formas de estar na vida. Tendo vivido em situações políticas diferentes decidi que gosto de viver num país livre e democrático mesmo se, por tendência natural, todos nós gostemos de puxar a brasa para a nossa sardinha e às vezes nos aborreçamos porque os outros não pensam como nós. Mas eu fixei uma frase escrita por Tolstoi: «Se tiveres a sensação de que não és livre, procura a razão dentro de ti mesmo». É que às vezes também somos nós próprios que nos amordaçamos e nos encolhemos na nossa própria sombra ou na sombra de alguém que nos quer impor um padrão de vida, uma filosofia ou uma orientação, e aqui, o único ato livre, que nos permite ser quem somos e escolher o que nos faz ríamo-nos todos e nunca me fizeram sentir mal sentido é mesmo o ato de escolher ao Votar! por ter que estar a jogar num “campo diferente”, Do grupo de experiências menos boas pormesmo quando precisava de “furar” o piquete de que passei, uma delas eu decididamente não greve que se instalava à porta da fábrica em altu- quero: ter que dizer aos meus filhos ou netos ras mais quentes de reivindicações e em que abri- que não podem cantar uma canção, ditar um am alas à minha passagem e diziam “nós compre- pensamento ou partilhar uma reflexão e isto endemos que esta menina tem que entrar”. muito para lá dos tempos de Abril e da herança À parte de alguns episódios marcantes da mi- que nos foi deixada por um punhado de honha passagem pela vida hão-de estar ainda vivos mens que sonharam com a liberdade e a demona memória de muita gente os avanços e recuos da cracia por eles e por nós, que vivemos num democracia que se instalou no nosso país e os en- país multicor onde penso que a única cor que cantos e os desencantos de todo este processo, in- não muda mesmo é a do céu e a do mar.

CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO PRÉMIO NACIONAL DE BOAS PRÁTICAS LOCAIS – CATEGORIA AMBIENTE AVISO N.º 45

- ALTERAÇÃO AO ALVARÁ DE LOTEAMENTO N.º 336/1980 -

R. Padre Avelino Assunção, 59-63 Telefone 229 718 406

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Rua Rodrigues de Freitas, 1572 – 4445 ERMESINDE – Tel. 229 735 571

- ADITAMENTO N.º 13/2012 Nos termos do Art.º n.º 27º do dcreto-lei n.º 555/99 de 16 de dezembro, e posteriores alterações, torna-se público que a Câmara Municipal de Valongo emitiu em 24 de abril de 2012 o aditamento n.º 13/2012, em nome de António Moreira Pinto, ao alvará de loteamento n.º 336/1980, através do qual é aprovada a alteração ao loteamento sito na Rua João de Deus, na freguesia de Campo, concelho de Valongo, por despacho de 2011/04/12, anexo ao processo de loteamento n.º 109-L/79, em nome de António Gonçalves, e consta do seguinte: A alteração incide exclusivamente sobre o lote n.º 5 e consiste: • Criação de anexo. Valongo e Paços do Concelho, 24 de abril de 2012 O Presidente da Câmara Municipal, (Dr. Fernando Horácio Moreira Pereira de Melo)


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Crónicas

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O mundo em rápida mudança

NUNO AFONSO

stertorava a Segunda Grande Guerra, em solo europeu, quando os meus pais resolveram deixar as plagas cariocas e retornar ao chão que fora seu berço. Nada de significativo acontecera nesses seis anos de ausência: a geografia física da aldeia paterna, onde fixámos residência, permanecia tal qual ele a deixara e, quanto à humana, as mudanças resultavam do que a nossa condição determina: houvera quatro ou cinco óbitos dos quais sobressaíam os dos meus avós, por claríssimas razões, alguns casamentos e quinze ou dezasseis crianças nascidas. Prosseguia a tradição das famílias numerosas. As pessoas vestiam-se ainda da mesma forma, recorrendo à lã e ao linho para a confecão das suas roupas, embora da planta de flor azul restasse uma cultura quase residual. Certos espécimes como toalhas, lençóis, algumas peças de roupa, sacos e pouco mais, transmitidos pelas mães e pelas avós, eram carinhosamente preservados, como se fossem joias de família, nas arcas das moças que, ainda adolescentes, iniciavam o seu bragal a perspetivar casamento. Lembro-me de ter visto, na casa

que fora dos meus avós maternos, os espadeladouros (1) e respetivas pás (espadelas) (2) utilizados para retirar ao linho os tomentos (3) antes que a planta revertesse em filaça (4) que as mulheres, munidas de roca e de fuso, transformavam em fio e de ter ouvido aos adultos a descrição do respetivo ciclo. Mas, se a planta, nesse tempo, estava quase a desaparecer, alguns topónimos mantiveramse e hão-de ser referidos enquanto a comunidade existir. A lã ainda era a principal matéria-prima que as mulheres, desde a infância, aprendiam a trabalhar para dela extraírem meias, camisolas, casacos, cobertores, colchas, xales e outros agasalhos como defesa contra o frio particularmente agressivo nas terras do nordeste transmontano. Os homens vestiam ainda camisas de riscado ou de flanela e roupa exterior em cotim ou sarja barata – os têxteis de lã eram exclusivos dos mais abonados – comprada a crédito nos estabelecimentos do senhor Oliveira ou do senhor Monteiro e transformada em calças ou casacos pelo tio Chico Canteiro de Vila Boa ou pelo tio Sá de Castrelos, salvo meia dúzia deles que permaneciam fiéis à tradição dos fatos de pardo. O vestuário feminino tinha como matérias-primas o riscado e a chita, quer para blusas, quer para saias, vestidos e aventais. A morte do tio Vitorino, principal sapateiro da aldeia, não deixou os moradores descalços porque, além de dois dos seus filhos que aprenderam a arte, havia ainda o tio Zé Trinta, este sem herdeiros. Mais apropriado seria chamar-lhes soqueiros do que sapateiros uma vez que os socos eram mais ajustados à vida na aldeia. No início do Outono, os irregulares caminhos do sítio eram cobertos de palha e folhatos (5) de carvalho carreados das touças, que, pouco a pouco, se transformavam em

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estrumeiras pela contínua circulação de pessoas, carros e animais, os dejetos destes e os instáveis humores do tempo com chuvadas muito frequentes e um que outro nevão. Vencer esses atoleiros, entrar nos currais, regar lameiros ou transitar por caminhos lodosos, durante o Outono e o Inverno, requeriam calçado resistente e nada melhor do que os típicos socos de couro com piso em madeira de amieiro brochado, em uso, provavelmente, desde há séculos.

Desde que a Dª Cecília se aposentara, ia para muitos anos, ninguém mais concluíra o ensino primário em Alimonde. As senhoras professoras que, depois, ali foram colocadas, eram “regentes de posto de ensino”, popularmente chamadas “posteiras” que, por regra, preparavam os alunos até concluírem a terceira classe. Só em 1950 foi retomado o bom hábito de alargar o processo educativo à quarta classe. Dos quatro rapazes que, então, granjearam

VALE AFONSO

O tio Papim merecia mais do que uma ou duas coisas que dele direi neste arrazoado, uma crónica que lhe pertencesse por inteiro . Ficará para outra vez. Todavia, para não deixar incompleta a referência aos trajes ainda em uso na fração temporal a que acima aludi, forçoso é dizer que a ele se deviam as ligas de palha serôdia demolhada que, pacientemente, entrançava e se destinavam a fazer os chapéus indispensáveis como proteção contra os rigores do sol. De suas mãos, saíam preciosidades que ainda faziam parte do rol masculino em meados do século XX.

direito a diploma, dois fizeram exame de admissão ao Seminário e continuaram os estudos nesse estabelecimento de ensino obtendo, mais tarde, cursos superiores. Felizmente, o bom exemplo frutificou e, atualmente, há muitos cidadãos, nascidos na nossa aldeia, com estudos secundários ou superiores. Alguns ainda frequentam a Universidade. Se, até à segunda metade do século passado, a instrução estava fora das preocupações da gente rural, agora que todos reconhecem a sua importância, por ironia da vida, a maior parte das aldeias está despovoada e quase não há crianças.

A Inês foi a última criança a nascer em Alimonde e tem, atualmente, onze anos. O recurso a cuidados de saúde ainda não constituía norma. Para muitos era luxo injustificável ao arrepio das herdadas normas de parcimónia por desperdício dos escassos teres das famílias. Desvalorizava-se o importante contributo dos recursos médicos na preservação da saúde, além de que se tornava difícil o transporte dos doentes à cidade e ainda mais complicada a vinda de um médico à aldeia, por não existir estrada digna desse nome e os caminhos ficarem quase intransitáveis no Outono e no Inverno. Só muitos anos volvidos foi conseguida uma ligação a Bragança por estrada municipal. Os contactos com o exterior faziam-se, em exclusivo, presencialmente, porque ainda não existia telefone na aldeia. A instalação do posto público aconteceu já nos anos 60. Os antigos caminhos da vida aldeã transformaram-se em autoestrada onde cidade e aldeia transitam descaracterizados ao invés de outros tempos. (1)

Espadeladouro – tábua ou cortiço onde se apoia a mão com o linho que se espadela (in Grande Dic.º Encicl.º Ediclube – tomo VII – pág. 2388; (2) Espadela – utensílio de madeira que serve para sacudir os tomentos do linho (ibidem, ibidem, ibidem); (3) Tomento – parte lenhosa e áspera do linho (ibidem, tomo XVII – pág.6041); (4) Filaça – filamento de substância têxtil para ser fiado (ibidem, tomo VIII – pág. 2655); (5) Folhatos (regionalismo) – folhas e pequenas hastes de carvalho que caem no Outono.

Direcção Técnica: Dr.a Cláudia Raquel Fernandes Freitas

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A Voz de Ermesinde •

Opinião

30 de abril de 2012

Europeísta confesso

FLORENTINO SILVA

empre achei a soma das partes melhor que o todo. E as experiências que vivi revelam-me este agradável sentimento. Não apenas no espaço estritamente pessoal, mas também no social. Aliás, há bons exemplos deste sucesso, que aparentemente não passam de lugares comuns, não nos fossem eles familiares. No trabalho, com as equipas multidisciplinares, por exemplo, que se revelam mais eficientes quando operam em conjunto; como no conhecimento, quanto mais variado mais abrangente torna a nossa perceção sobre a realidade, as multi-referênci-

as são positivas para as nossas vidas. E poderíamos continuar a apresentar ações, ou até conceitos sobre as multidimensionalidades das nossas vidas e julgo que corroborariam este sentimento. A Europa é, e se me permitem a ousadia, um território onde habita esta realidade. Um espaço físico multicultural. Diverso e sem igual no quadro internacional. E por isso, o europeísmo confesso, não parte de qualquer ato arrogante de sobranceria social ou cultural, mas sim de uma confidência que espelha o meu sentimento e a minha perceção sobre a riqueza desta realidade, pois plasma-se numa experiência de trabalho com jovens na área da intervenção social em Ermesinde durante uma década. Tempo que se revelou, e se revela agora, apropriado para uma leitura sobre as implicações da multiculturalidade no desenvolvi-

mento dos jovens e na minha vida. Entre 1996 e 2005 estive envolvi-

do no desenvolvimento de projetos de intercâmbios juvenis. Uma atividade com o objetivo

de abrir horizontes sociais e culturais, esperando-se contribuir para uma mudança comportamental dos jovens, face às realidades que vivenciavam, a partir da troca de experiências. Num plano lúdico, as ações visavam reflexões não impostas, mas sugeridas, no decorrer das atividades, para que se recriassem as pontes da multiculturalidade europeia. Já no plano do trabalho do desenvolvimento social, pretendia-se inverter o hiato identificado nos processos de formação dos jovens da comunidade e contribuir para o combate à desigualdade de oportunidades. Ora, através dos dados que atualmente nos chegam, sobre os percursos de vida dos jovens envolvidos nestas atividades, depreendemos que a abertura de horizontes, enquanto ferramenta do trabalho formativo e social, foi um contributo importante numa emancipação com implicações na empregabilidade e numa cidadania ativa.

Por estas e outras razões, me confesso europeísta. De uma Europa que, antes de mais, representa hoje um espaço social, económico e político partilhado, onde os compromissos assumidos deverão ser orientados para solidificação do bem-comum, porque, para além desse trabalho, a multiculturalidade europeia possibilita, na sua sui generis característica, um modelo de desenvolvimento humano baseado na solidificação dos laços da convivência comum, resultante da partilha, que se vem revelando capaz de justificar um modelo de vida alternativo ao atual paradigma social e económico dominante. A visão da Europa, que me foi proporcionada, é baseada numa experiência prática que me sugeriu o caminho do respeito, da partilha e da cooperação, num trilho do desenvolvimento baseado no compromisso da justiça social da União. Recordando as palavras da historiadora alemã, Christiane Dienel, «Europe always needs people to make these moves». Viva a Europa!

9 de maio, Dia da Europa O dia 9 de Maio assinala um marco histórico da constituição da União Europeia, pois marca o começo da sua criação. Proposto pelo alemão Robert Schuman, e por isso ficou também conhecida a “Declaração Schuman”, o interesse em criar «uma comunidade de interesses pacíficos» que visava «estender a mão aos adversários da véspera, não só apagando os rancores da guerra e o peso do passado como desencadeando um processo totalmente novo na ordem das relações internacionais, ao propor a velhas nações, pelo exercício con-

junto das suas próprias soberanias, a recuperação da influência que cada uma delas se revelava impotente para exercer sozinha». E, por esta razão, «na Cimeira de Milão de 1985, os chefes de Estado e de Governo decidiram celebrar o dia 9 de maio como "Dia da Europa"». Desde então, que na Europa se comemora um dos grandes desígnios do “século do século XX”, na esperança do século XXI. «A sua dinâmica nasce do projeto visionário e generoso dos pais fundadores saídos da guerra e animados pelo desejo de criar entre os povos europeus as condições de uma paz duradoura. Esta dinâmica renova-

se sem cessar, alimentada pelos desafios que se colocam aos nossos países num universo em rápida e profunda mutação. Este imenso desejo de democracia e de liberdade fez cair o muro de Berlim, devolveu o controlo do seu destino aos povos da Europa Central e Oriental e hoje, com a perspetiva de próximos alargamentos que consagrem a unidade do continente, confere uma nova dimensão ao ideal da construção europeia». Associado aos valores desta comemoração, caracterizam-se «o desenvolvimento económico e social e o equilíbrio ambiental e regional, úni-

Farmácia de Sampaio

Direcção Técnica - Drª Maria Helena Santos Pires Rua da Bouça, 58 ou Rua Dr. Nogueira dos Santos, 32 Lugar de Sampaio • Ermesinde Telf.: 229 741 060 • Fax: 229 741 062

cos garantes de uma repartição equilibrada do bem-estar entre os cidadãos». Conscientes contudo, de que «como qualquer obra humana desta envergadura, a integração da Europa não se constrói num dia, nem em algumas décadas: as lacunas são ainda numerosas e as imperfeições evidentes. A construção iniciada imediatamente a seguir à II Guerra Mundial foi muito inovadora: o que nos séculos ou milénios precedentes podia assemelharse a uma tentativa de união foi na realidade o fruto de uma vitória de uns sobre os outros. Estas construções não podiam durar, pois os vencidos

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só tinham uma aspiração: recuperar a sua autonomia. Hoje ambiciona-se algo completamente diferente: construir uma Europa que respeite a liberdade e a identidade de cada um dos povos que a compõem, gerida em conjunto e aplicando o princípio segundo o qual apenas se deve fazer em comum o que pode ser mais bem feito dessa forma. Só a união dos povos pode garantir à Europa o controlo do seu destino e a sua influência no mundo». FS (http://europa.eu/abc/symbols/ 9-may/euday_pt.htm).

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30 de abril de 2012

• A Voz de Ermesinde

Opinião

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Reforma da legislação autárquica

A. ÁLVARO SOUSA (*)

a execução da estratégia do ministro-adjunto Miguel Relvas, o Governo empenhar-se-á em levar por diante um conjunto de medidas legislativas que visarão reduzir o número de autarquias, acabar com executivos multipartidários, encurtar o número de vereadores, alterar a forma de eleição e de governação do Poder Local, cortar no número de dirigentes municipais, diminuir o número de secções de voto para cerca de metade, acabar com o direito de faltar ao trabalho no dia seguinte às eleições para os membros das mesas de voto, aumentar os poderes de fiscalização das assembleias e o número das suas reuniões. Abordando este abrangente “caderno reivindicativo” governamental de forma despreocupada quanto ao alinhamento das questões, aproveitamos para mais uma vez deixarmos aqui o que pensamos sobre estes importantes temas autárquicos que de há vários anos nos tocam de forma algo indelével. Quanto à supressão de uma eleição para o executivo camarário, passando a haver apenas uma para a assembleia municipal, sempre defendemos tratar-se de medida de largo alcance para o melhor funcionamento do Poder Local, desde

que se abandone a ideia peregrina de considerar automaticamente eleito como presidente de Câmara o cabeça da lista mais votada. O mesmo se diga quanto ao presidente da Junta de Freguesia. O que se deve reconhecer é que o primeiro elemento da lista vencedora elabore um programa para o mandato, organize um elenco executivo, se apresente na Assembleia Municipal para ser votado e, se aprovado, inicie funções. Caso seja rejeitado, ser-lhe-á concedida uma segunda oportunidade que, se novamente recusada, implicará nova eleição. Para os que possam pensar que este processo gerará um sem número de eleições, recordamos que o Governo central se rege por estas práticas sem que haja registo de tal risco. Por outro lado, a exigência dos governos locais terem de obter a confiança das assembleias municipais tem a virtualidade dos partidos vencedores sem maiorias absolutas serem obrigados a negociar apoios no órgão deliberativo para que as respetivas gestões sejam consistentes. Haverá ainda a virtude das assembleias municipais terem efetivo controlo sobre o executivo através da eficácia da moção de censura. Limitar esta faculdade apenas para ações punitivas dirigidas aos vereadores é uma fraude e um atirar areia para os olhos dos cidadãos, sabendo que é ao presidente da Câmara e não aos vereadores que cabe a efetiva condução e gestão do município. Quanto ao “corte” de vereadores e de dirigentes municipais, a medida será acertada se orientada pela dimensão dos municípios e dos serviços diretamente prestados, abandonando critérios como eventuais desequilíbrios ou ruturas financeiras. Com efeito, o número de dirigentes municipais não deverá ser idêntico para autarquias que assegurem de facto, ou não, serviços de transportes públicos, distribuição de energias, recolha de resíduos sólidos, saneamen-

to básico, limpeza urbana, gestão de matrimónio imobiliário, etc., devendo a subtração ser mais incisiva quando haja empresas públicas a substituir direções ou departamentos camarários. Quanto a limitação de secções de votos e redução do valor das senhas de presença é algo que deverá ser implementado rapidamente, na certeza de que continua a haver no tecido político português pessoas em número e qualidade suficientes para assegurar volunARQUIVO URSULA ZANGGER

tariamente o regular funcionamento dos atos eleitorais sem custos para as finanças públicas. Mais imperioso ainda é acabar com a faculdade dos membros das assembleias de voto faltarem ao trabalho no dia seguinte. Na mesma linha de operacionalidade dos órgãos autárquicos e redução de custos, a anunciada reforma da legislação reguladora do Poder Local deverá acabar com a anacrónica e “sui generis” invenção de continuar a haver nas assembleias municipais membros por inerência, “originalidade” que não se encontra em mais nenhum órgão executivo,

deliberativo ou legislativo do Estado português, geradora de desnecessários custos por obrigar a plenários compostos por elevado número de participantes. Recordemos que a Assembleia Municipal de Barcelos é composta por cerca de 180 membros pelo simples facto de haver 89 Juntas de Freguesia. Se desaparecerem as inerências, certamente que uma redução de 50% ou de 70% dos membros do respetivo órgão não afetará a representatividade democrática nem a qualidade técnica e política das suas deliberações. Por último uma referência à badalada redução do número de freguesias. Se o objetivo é obter redução de custos de funcionamento da administração pública, a solução deveria passar por eliminar as Juntas e assembleias, mantendo os atuais limites e identidades das freguesias, afetando aos territórios privados de Junta, uma extensão das Juntas concentradas para atender às necessidades das populações, forma de manter o elo de ligação com o Estado, solução que não implicará mais do que um elemento por autarquia, podendo, inclusive, uma só pessoa assegurar o “expediente” em várias delas. Relativamente à redução de vereadores, de gestores municipais e demais elementos afetos aos gabinetes municipais, uma decisão que reponha os limites anteriores à Lei nº. 169/99, poderá ser uma medida recomendada, não só pela diminuição dos serviços atualmente prestados pelos municípios, mas principalmente pela necessidade de redução de custos de funcionamento que a escassez de recursos financeiros impõe e a todos deve ser exigido. (*) alvarodesousa@sapo.pt

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A Voz de Ermesinde •

Lazer

Efemérides

Coisas Boas

22 MAIO 1762 – Suécia e Prússia assinam o Tratado de Hamburgo, durante a Guerra dos 7 Anos, depois da Rússia quebrar a aliança com a Prússia.

HORIZONTAIS 1. Qualquer pássaro o é; veneno vegetal. 2. Serradura; já foi o maior grupo económico português. 3. Bebida alcoólica; jante tarde. 4. Enguia; por cozinhar (pl.). 5. Ruminante; foi movimento de soldados no PREC. 6. Largo da igreja; ame. 7. Mamífero marsupial; pertences. 8. Curso de água; tal e qual. 9. Ele representa; progenitora. 10. Gastrópode; senhor (abrev.).

“A Voz de Ermesinde” prossegue neste número uma série de receitas vegetarianas de grau de dificuldade “muito fácil” ou “média”. A reprodução é permitida por http://www.centrovegetariano.org/receitas/, de acordo com os princípios do copyleft.

SOLUÇÕES: VERTICAIS 1. ASDI; aC; CC. 2. Ve; redor. 3. Ergo; raiar. 4. Ri; bolota. 5. Cinco; oc. 6. Um; ria; aro. 7. Cu; do. 8.Acesso; Sm. 9. Rui; ureias. 10. Efervescer.

HORIZONTAIS 1. Ave; curare. 2. Serrim; CUF. 3. Gin; ceie. 4. Iro; crus. 5. Boi; SUV. 6. Adro; adore. 7. Coala; es. 8. Rio; sic. 9. Ator; mae. 10. Caracol; Sr.

Anagrama Descubra que rua de Ermesinde se esconde dentro destas palavras com as letras desordenadas: MALEIRA. Rua Lameira.

SOLUÇÕES:

Veja se sabe 01 - Belga distinguido com Prémio Nobel da Paz em 1958. SOLUÇÕES: 02 - Conjunto de povos que englobava caiouás, embiás e outros. 03 - Cineasta italiano, autor de “Este é o Meu Lugar” (2011). 04 - Afluente do Cértima, nasce na freguesia de Vilarinho do Bairro. 05 - A que classe de animais pertence a garoupa? 06 - Em que continente se situa a China? 07 - Em que país fica a cidade de Toronto? 08 - Qual é a capital de S. Tomé e Príncipe? 09 - A abreviatura Dor corresponde a qual constelação? 10 - Elemento incolor, inodoro, do grupo dos gases nobres, n.º 54 da Tabela Periódica (Xe). 01 – Dominique Pire. 02 – Guaranis. 03 – Paolo Sorrentino. 04 – Rio Levira. 05 – Peixes. 06 – Ásia. 07 – Canadá. 08 – S. Tomé. 09 – Dourado. 10 – Xénon.

Provérbio Maio claro e ventoso faz ano rendoso. (Provérbio português)

Diferenças ILUSTRAÇÃO HTTP://WWW.FREE-COLORING-PAGES.COM/PAGES/CCHLD057.HTML

Pensamentos O génio e a natureza fizeram uma aliança eterna: o que o primeiro promete, a segunda certamente realiza. Friedrich Von Schiller

Sudoku

150 Em cada linha, horizontal ou vertical, têm que ficar todos os algarismos, de 1 a 9, sem nenhuma repetição. O mesmo para cada um dos nove pequenos quadrados em que se subdivide o quadrado grande. Alguns algarismos já estão colocados no local correcto.

Sudoku (soluções)

150

SOLUÇÕES:

FOTO ARQUIVO

Lavam-se e cozem-se as batatas-doces com pele. Descascam-se e reduzem-se a puré. Prepara-se a calda levando ao lume o açúcar, o leite de coco, a água e o pau de canela. Junta-se a batata espremida e deixa-se apurar. Estará no ponto quando o doce começar a desgrudar da panela.

VERTICAIS

Descubra as 10 diferenças existentes nos desenhos

Doce de batata-doce • 2 kg de batata-doce roxa; • 800g de açúcar; • 1 frasco de leite de coco; • 1 copo de água; • 1 pau de canela.

Palavras cruzadas

1. Foi cisão do PSD; antes de Cristo; Duzentos (rom.). 2. Olha; arredores. 3. Levanta; brilhar. 4. Galhofa; fruto do sobreiro. 5. Cardinal; língua provençal. 6. Unidade; braço de mar; anel. 7. Símbolo químico do cobre; nota musical. 8. Ligação; símbolo químico do samário. 9. Nome de homem; matéria azotada no organismo (pl.). 10. Entrar em efervescência.

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01. Disco freesbee. 02. Mão esquerda. 03. Pé direito. 04. Sombra. 05. Totó. 06. Boca. 07. Bolso. 08. Olhos. 09. Calças. 10. Sobrancelha.


30 de abril de 2012

• A Voz de Ermesinde

Tecnologias

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A vez do Precise Pangolin...

Lançado Ubuntu 12.04 Acaba de ser lançado o Ubuntu 12.04, última versão do sistema operativo Linux da Canonical, apresentado com o interface Unity e o sistema de menus HUD (Head-Up Display). Trata-se de uma versão LTS (Long-Term Support), que se manterá por isso atual por alguns anos, com atualizações a esta versão. Juntamente com a linha principal (o Ubuntu), foram também lançadas as habituais variações: Kubuntu, Xubuntu, Lubuntu, Edubuntu, Mythbuntu e Ubuntu Studio (ver ao lado).

Precise Pangolin é o codiname da nova versão, lançada em fins de abril, do Ubuntu, a versão 12.04. O Ubuntu é a distribuição do sistema operativo GNU-Linux apresentado pela empresa Canonical, numa perspetiva de serviço à comunidade. Sendo a mais popular, ou uma das mais populares das distribuições de Linux, merecerá, sem dúvida, algumas palavras. Talvez seja esta uma boa oportunidade para si, que nunca se arriscou a meter o pé fora do seu Windows. Com o Ubuntu não só pode instalá-lo logo a partir do seu Windows, sem destruir este, como até experimentá-lo, sem modificar nada no seu computador, através da nova funcionalidade online de tour virtual do Ubuntu.

Fonte: http://distrowatch.com/

Fedora 17 em versão beta No passado dia 17 foi lançada a segunda versão de testes do Fedora 17, de codinome Beefy Miracle. A versão beta está disponível para download em: fedoraproject.org/getprerelease. Esta versão contém uma “prévia” mais aprimorada das tecnologias mais recentes em desenvolvimento pelo Projeto Fedora. Entre essas novidades estão: Boots 1.48, Cloudstack, GNOME Shell com aceleração por software, Eclipse Juno, GCC 4.7, substituição do iptables pelo firewalld, IPA v3, melhorias no ambiente de programação da linguagem D, OpenNebula, Ruby 1.9.3 e Sugar 0.96. Fonte: http://fedoraproject.org/wiki/Releases/ 17/FeatureList

Corrigida vulnerabilidade detetada no Samba A equipa do Samba anunciou o lançamento das versões 3.6.4, 3.5.14 e 3.4.16 contendo uma correção para uma vulnerabilidade de execução remota de código. «Como isto não requer uma conexão autenticada esta é a mais séria vulnerabilidade num programa, e os utilizadores e redistribuidores são encorajados a atualizarem as suas instalações do Samba imediatamente». Fonte: http://lwn.net/Articles/491516/

Lançada nova versão do Tucunaré GNU/Linux Foi lançada a nova versão (2.6.7) da distribuição Tucunaré GNU/Linux. Agora conta com o Mozilla Firefox 11.0 e LibreOffice.org 2.5.2.1. Está disponível para descarregar em: http://sourceforge.net/projects/tucunare Fonte: htpp://www.noticiaslinux.com.br

World Plone Day no passado dia 25 de abril Aconteceu no passado dia 25 de abril o World Plone Day (WPD) 2012, um evento realizado pela comunidade Plone no mundo todo para promover o CMS de código aberto e seus benefícios. O WPD é mais que um só evento, é uma série de eventos realizados por empresas, organizações, grupos de utilizadores e indivíduos. Em quatro edições anteriores do WPD mais de 170 eventos foram realizados em 36 países ao redor do mundo. Fonte: http://www.softwarelivre.gov.br/plone

Lançado o alpha do Qt 5 O Qt Project anunciou o lançamento do Qt 5 Alpha. Todos os recursos do Qt 5.0 já estão implementados e a equipa agradece desde já os possíveis testes e feedbacks a serem realizados pelos utilizadores mais avançados das bibliotecas Qt. Esta é uma versão disponibilizada apenas em código-fonte, mas está disponível informação sobre como gerar os binários. Fonte: http://liveblue.wordpress.com/

O site brasileiro da comunidade Ubuntu é um bom sítio para começar, apresentando assim este sistema operativo (com a grafia alterada por nós para o Português localizado de Portugal): O que é o Ubuntu? O Ubuntu é um sistema operativo baseado em Linux, desenvolvido pela comunidade e é perfeito para notebooks, desktops e servidores. Contém todas as aplicações de que você precisa - um navegador web, programas de apresentação, edição de texto, folha de cálculo eletrónica, programas de comunicação instantânea e muito mais. Compromisso Ubuntu O Ubuntu sempre será gratuito, e não cobrará preço adicional por uma "versão empresarial" ou por atualizações de segurança. O nosso melhor trabalho está disponível para todos sob as mesmas condições. Uma nova versão do Ubuntu é lançada periodicamente a cada seis meses. Cada nova versão possui suporte completo, incluindo atualizações de segurança pela Canonical por pelo menos 18 meses, tudo isto gratuitamente. O Ubuntu possui a melhor infraestrutura de tradução e acessibilidade que a comunidade do Software Livre tem para oferecer, tornando o Ubuntu usável por tantas pessoas quanto for possível.

O CD do Ubuntu possui apenas Software Livre, nós encorajamo-lo a usar software de código aberto, melhorá-lo e distribuí-lo. (...) Versão LTS Se você tem atualizações de segurança gratuitas por pelo menos 18 meses para desktops e servidores, com a versão de Longo Tempo de Suporte (LTS) você tem três anos de suporte para desktops, e cinco anos para servidores. [A versão do Linux agora acabada de lançar, a 12.04 (também conhecida como Precise Pangolin), é precisamente uma versão LTS]. Não é cobrado nenhum valor pela versão LTS, bem como qualquer outra, nós disponibilizamos livremente o melhor que podemos oferecer para todos sob os mesmos termos. Atualizações para novas versões do Ubuntu são e sempre serão gratuitas. Tudo o que você precisa em apenas um CD, que lhe proporciona um ambiente completo e funcional. Programas adicionais são disponibilizados através da Internet. O instalador gráfico permite-lhe ter um sistema funcional de forma rápida e fácil. Uma instalação padrão deve levar menos de 30 minutos. Uma vez instalado, o seu sistema está imediatamente pronto para o uso. Na versão desktop você tem um conjunto completo de aplicaões para produtividade, internet, imagens, jogos, entre outras ferramentas.

Na versão servidor você tem tudo o que precisa para ter o seu servidor funcional sem coisas desnecessárias. O que é que a palavra Ubuntu significa? Ubuntu é uma antiga palavra africana que significa algo como "Humanidade para os outros" ou ainda "Sou o que sou pelo que nós somos". A distribuição Ubuntu traz o espírito desta palavra para o mundo do software livre. «Uma pessoa com Ubuntu está aberta e disponível aos outros, assegurada pelos outros, não se sente intimidada que os outros sejam capazes e bons, para ele ou ela ter autoconfiança própria, que vem do conhecimento que ele ou ela tem do seu próprio lugar no grande todo», arcebispo Desmond Tutu, em “Nenhum Futuro Sem Perdão” (“No Future Without Forgiveness”)». Como instalar Qualquer pessoa pode descarregar e instalar de forma absolutamente legal o Ubuntu no seu computador, em qualquer uma das suas variações. Para os utilizadores com Windows é mesmo possível, através da ferramenta wubi.exe, instalálo diretamente a partir do Windows, passando a funcionar os dois sistemas operativos lado a lado. Mas isso também pode ser conseguido se preferir instalá-lo a partir do CD ou DVD. O Ubuntu está disponível para várias plataformas, sendo também possível, por exemplo, instalá-lo em computadores Macintosh. Sendo produto da comunidade Linux, que trabalha com código aberto, o Ubuntu é, por sua vez, um desenvolvimento de uma outra distribuição Linux, a Debian, adotando o seu sistema de atualização de pacotes de software (.deb). Pela primeira vez, o Ubuntu, nesta versão 12.04, pode ser experimentado online, sem que o utilizador precise de alterar seja o que for no seu próprio computador para ter uma ideia precisa de como funciona. Ver em http://www.ubuntubrsc.com/precise1204/tour/pt-BR/


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A Voz de Ermesinde •

Arte Nona

Entretanto

Vila Nova de Paiva: O 25 de Abril visto por autores de BD

30 de abril de 2012

Entretanto (continuação)

O 25 de Abril foi, este ano, em vários locais, objeto de comemoração também através das obras de Banda Desenhada a seu propósito, ou de iniciativas em que BD e 25 de Abril estiveram juntos. Trazemos aqui, aos leitores de “A Voz de Ermesinde”, além de outras iniciativas a propósito divulgadas na secção Entretanto, nesta ou em anteriores peças da rubrica Arte Nona online, o exemplo da comemoração de Abril levada a cabo pela Câmara Municipal de Vila Nova de Paiva, e que, entre outras coisas, continha uma área dedicada à BD. Tratava-se da exposição “O 25 de Abril Visto por Auitores de Banda Desenhada”, exposição essa comissariada por Geraldes Lino que, no seu blog “Divulgando Banda Desenhada”, nos dá maiores pormenores sobre a iniciativa. AVE/GERALDES LINO

“Às Quintas Falamos de BD” com Manuel Freire, João Paiva Boléo e João Miguel Lameiras O Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem (CNBDI), na |Amadora, realizou no passado dia 26 de abril mais uma edição da sua iniciativa “Às Quintas Falamos de BD”, desta vez destinada à celebração do 25 de Abril, a qual contou com a presença de Manuel Freire (músico, cantor e conhecido bedéfilo) , João Paiva Boléo (investigador e crítico de Banda Desenhada) e João Miguel Lameiras (crítico e divulgador de BD, sócio proprietário da Livraria Dr.Kartoon, Coimbra).. Fonte: http://kuentro.blogspot.pt

As palavras são de Geraldes Lino, no seu blog, apresentando a iniciativa, ainda antes da realização desta: «Está a chegar, mais uma vez, o histórico 25 de Abril, dia em que mudou radicalmente o regime político português. Há celebrações em vários pontos do país, sendo que a Câmara Municipal de Vila Nova de Paiva – através do bedéfilo viseense João Magalhães – me convidou para organizar uma exposição baseada em BD. Assim fiz. Seleccionei umas tantas pranchas, e ao conjunto dei o título de “O 25 de Abril visto por autores de Banda Desenhada”. Quais os que escolhi? Entre tantos que têm desenhado cenas e criado episódios relacionados com o tema, seleccionei os seguintes: Ana Cortesão, André Carrilho, António Martins [autor da prancha piuublicada ao lado]), Cristina Sampaio (...), “Derradé", José Carlos Fernandes, Patrícia Romão, Pedro Burgos, Pedro Brito e Rui Lacas (desenhadores); "Geral", João Carlos Romão, João Miguel Lameiras, João Ramalho Santos, Miguel Gaspar e Rui Cardoso Martins, argumentistas. Esta exposição, montada no Auditório Municipal Carlos Paredes – AMCP, de Vila Nova de Paiva, tem estado visitável desde o dia 2 de Abril, e estará patente ao público até 30 de Abril. A citada mostra dedicada à BD, classificada

VIII Festival de BD de Beja praticamente garantido

como "exposição temporária", está integrada, com diversas outras, na área exposicional do AMCP. onde se desenvolvem várias actividades culturais. Este mês haverá peças de teatro, concertos, debates, Feira do Livro, concursos fotográficos, exposições de artesanato e de Pintura (...)».

Enviem-nos as vossas obras!... A Junta de Freguesia de Ermesinde organiza todos os anos um concurso de cartazes alusivos ao 25 de Abril e dirigido ao público escolar de várias idades. Os trabalhos ficam em exposição no edifício-sede da Junta. Este ano não pudemos

deixar de reparar neste trabalho, da autoria de um aluno da Escola EB1/JI da Bela, o Diogo Filipe, que realizou um muito curioso cartaz, concebendo uma espécie de banda desenhada, com desenhos muito expressivos e respetiva legenda. “A Voz de Ermesinde” tem todo o interesse em fomentar todos os trabalhos gráficos dos alunos das escolas de Ermesinde ou do concelho, e mesmo doutros jovens e até de outros autores. Assim apela a todos os ilustradores, desenhadores, cartunistas, caricaturistas e quadrinistas (sobretudo estes, que vejam na Banda Desenhada o seu meio de expressão favorito) para que nos enviem os seus trabalhos, “arriscando” assim a oportunidade de virem a ser publicados no nosso jornal. Pronto, cá ficamos à vossa espera, não demorem no envio!

Parece estar garantida a realização do 8º Festival de BD de Beja, que apresentou recentemente o seu cartaz. Segundo o blog “Leituras de BD” (Nuno “Bongop” Amado), «este festival esteve na iminência de não acontecer este ano devido à crise instaurada e respectivos cortes orçamentais. Mas o seu principal responsável, Paulo Monteiro, não é homem de desistir e moveu este mundo e o outro para que o festival de Beja se realizasse. Conseguiu, embora com um orçamento tão reduzido que se pode chamar orçamento zero... Assim sendo vamos ter um festival essencialmente com artistas portugueses em que podemos aplicar a frase: "O que é Nacional, é bom"! Hoje vou referir apenas um nome: Eliseu Gouveia! Trabalhou muito para o mercado norte americano, que eu saiba desde 2003. Excelente artista que eu vou gostar de descobrir pessoalmente, assina como "Zeu", e tem um livro editado em português que primeiro foi editado nos EUA: “Cloudburst : Dilúvio Mortal”. Bibliografia: “Medusa 31 - Nec Pluribus Impar” (1996), “The Phantom” (2003), “Cloudburst” (2004), “Genie” (2005), “Vengeance of the Mummy” (2005), “Infiniteens” (2006), “Moonstone's Holiday Super Spectacular” (2007), “The Contingent” (2008), “The Phantom Generations” (2009), “Charlatan: Preludes” (2009). Fonte: http://bongop-leiturasbd.blogspot.pt


30 de abril de 2012

• A Voz de Ermesinde

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Arte Nona

O ajudante de cangalheiro (5/6) autor: PAULO PINTO


A Voz de Ermesinde •

Serviços

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Farmácias de Serviço Permanente

Telefones CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE

De 01/05/12 a 01/06/12

• Educação Pré-Escolar (Teresa Braga Lino) (Creche, Creche Familiar, Jardim de Infância)

• População Idosa (Anabela Sousa) (Lar de Idosos, Apoio Domiciliário) • Serviços de Administração (Júlia Almeida) Tel.s 22 974 7194; 22 975 1464; 22 975 7615; 22 973 1118; Fax 22 973 3854 Rua Rodrigues de Freitas, 2200 4445-637 Ermesinde • Formação Profissional e Emprego (Albertina Alves) (Centro de Formação, Centro Novas Oportunidades, Empresas de Inserção, Gabinete de Inserção Profissional) • Gestão da Qualidade (Sérgio Garcia) Tel. 22 975 8774 Largo António Silva Moreira, 921 4445-280 Ermesinde • Jornal “A Voz de Ermesinde” (Fernanda Lage) Tel.s 22 975 7611; 22 975 8526; Fax. 22 975 9006 Largo António da Silva Moreira Canório, Casa 2 4445-208 Ermesinde

ECA

Telefones de Utilidade Pública

ERMESINDE CIDADE ABERTA

• Sede Tel. 22 974 7194 Largo António Silva Moreira, 921 4445-280 Ermesinde • Centro de Animação Saibreiras (Manuela Martins) Tel. 22 973 4943; 22 975 9945; Fax. 22 975 9944 Travessa João de Deus, s/n 4445-475 Ermesinde • Centro de Ocupação Juvenil (Manuela Martins) Tel. 22 978 9923; 22 978 9924; Fax. 22 978 9925 Rua José Joaquim Ribeiro Teles, 201 4445-485 Ermesinde

Auxílio e Emergência

Saúde

Avarias - Água - Eletricidade de Ermesinde ......... 22 974 0779 Avarias - Água - Eletricidade de Valongo ............. 22 422 2423 B. Voluntários de Ermesinde ...................................... 22 978 3040 B.Voluntários de Valongo .......................................... 22 422 0002 Polícia de Segurança Pública de Ermesinde ................... 22 977 4340 Polícia de Segurança Pública de Valongo ............... 22 422 1795 Polícia Judiciária - Piquete ...................................... 22 203 9146 Guarda Nacional Republicana - Alfena .................... 22 968 6211 Guarda Nacional Republicana - Campo .................. 22 411 0530 Número Nacional de Socorro (grátis) ...................................... 112 SOS Criança (9.30-18.30h) .................................... 800 202 651 Linha Vida ............................................................. 800 255 255 SOS Grávida ............................................................. 21 395 2143 Criança Maltratada (13-20h) ................................... 21 343 3333

Centro Saúde de Ermesinde ................................. 22 973 2057 Centro de Saúde de Alfena .......................................... 22 967 3349 Centro de Saúde de Ermesinde (Bela).................... 22 969 8520 Centro de Saúde de Valongo ....................................... 22 422 3571 Clínica Médica LC ................................................... 22 974 8887 Clínica Médica Central de Ermesinde ....................... 22 975 2420 Clínica de Alfena ...................................................... 22 967 0896 Clínica Médica da Bela ............................................. 22 968 9338 Clínica da Palmilheira ................................................ 22 972 0600 CERMA.......................................................................... 22 972 5481 Clinigandra .......................................... 22 978 9169 / 22 978 9170 Delegação de Saúde de Valongo .............................. 22 973 2057 Diagnóstico Completo .................................................. 22 971 2928 Farmácia de Alfena ...................................................... 22 967 0041 Farmácia Nova de Alfena .......................................... 22 967 0705 Farmácia Ascensão (Gandra) ....................................... 22 978 3550 Farmácia Confiança ......................................................... 22 971 0101 Farmácia Garcês (Cabeda) ............................................. 22 967 0593 Farmácia MAG ................................................................. 22 971 0228 Farmácia de Sampaio ...................................................... 22 974 1060 Farmácia Santa Joana ..................................................... 22 977 3430 Farmácia Sousa Torres .................................................. 22 972 2122 Farmácia da Palmilheira ............................................... 22 972 2617 Farmácia da Travagem ................................................... 22 974 0328 Farmácia da Formiga ...................................................... 22 975 9750 Hospital Valongo .......... 22 422 0019 / 22 422 2804 / 22 422 2812 Ortopedia (Nortopédica) ................................................ 22 971 7785 Hospital de S. João ......................................................... 22 551 2100 Hospital de S. António .................................................. 22 207 7500 Hospital Maria Pia – crianças ..................................... 22 608 9900

Serviços Locais de venda de "A Voz de Ermesinde" • Papelaria Central da Cancela - R. Elias Garcia; • Papelaria Cruzeiro 2 - R. D. António Castro Meireles; • Papelaria Troufas - R. D. Afonso Henriques - Gandra; • Café Campelo - Sampaio; • A Nossa Papelaria - Gandra; • Quiosque Flor de Ermesinde - Praça 1º de Maio; • Papelaria Monteiro - R. 5 de Outubro.

Fases da Lua Mai 20 20112

Lua Cheia: 6 ; Q. Minguante: 12 12;; 20;; Q. Crescente: 28 28.. Lua Nova: 20

Jun 201 20122

Lua Cheia: 4 ; Q. Minguante: 11 11;; Lua Nova: 19 19;; Q. Crescente: 27 27..

Cartório Notarial de Ermesinde ..................................... 22 971 9700 Centro de Dia da Casa do Povo .................................. 22 971 1647 Centro de Exposições .................................................... 22 972 0382 Clube de Emprego ......................................................... 22 972 5312 Mercado Municipal de Ermesinde ............................ 22 975 0188 Mercado Municipal de Valongo ................................. 22 422 2374 Registo Civil de Ermesinde ........................................ 22 972 2719 Repartição de Finanças de Ermesinde...................... 22 978 5060 Segurança Social Ermesinde .................................. 22 973 7709 Posto de Turismo/Biblioteca Municipal................. 22 422 0903 Vallis Habita ............................................................... 22 422 9138 Edifício Faria Sampaio ........................................... 22 977 4590

Bancos Banco BPI ............................................................ 808 200 510 Banco Português Negócios .................................. 22 973 3740 Millenium BCP ............................................................. 22 003 7320 Banco Espírito Santo .................................................... 22 973 4787 Banco Internacional de Crédito ................................. 22 977 3100 Banco Internacional do Funchal ................................ 22 978 3480 Banco Santander Totta ....................................................... 22 978 3500 Caixa Geral de Depósitos ............................................ 22 978 3440 Crédito Predial Português ............................................ 22 978 3460 Montepio Geral .................................................................. 22 001 7870 Banco Nacional de Crédito ........................................... 22 600 2815

Transportes Central de Táxis de Ermesinde .......... 22 971 0483 – 22 971 3746 Táxis Unidos de Ermesinde ........... 22 971 5647 – 22 971 2435 Estação da CP Ermesinde ............................................ 22 971 2811 Evaristo Marques de Ascenção e Marques, Lda ............ 22 973 6384 Praça de Automóveis de Ermesinde .......................... 22 971 0139

Desporto Ficha de Assinante A VOZ DE

ERMESINDE Nome ______________________________ _________________________________ Morada _________________________________ __________________________________________________________________________________ Código Postal ____ - __ __________ ___________________________________ Nº. Contribuinte _________________ Telefone/Telemóvel______________ E-mail ______________________________ Ermesinde, ___/___/____ (Assinatura) ___________________ Assinatura Anual 12 núm./ 9 euros R. Rodrigues Freitas, 2200 • 4445-637 Ermesinde Tel.: 229 747 194 • Fax: 229 733 854

Farmácias de Serviço

Dias

• Infância e Juventude (Fátima Brochado) (ATL, Actividades Extra-Curriculares)

Telefones

30 de abril de 2012

Águias dos Montes da Costa ...................................... 22 975 2018 Centro de Atletismo de Ermesinde ........................... 22 974 6292 Clube Desportivo da Palmilheira .............................. 22 973 5352 Clube Propaganda de Natação (CPN) ....................... 22 978 3670 Ermesinde Sport Clube ................................................. 22 971 0677 Pavilhão Paroquial de Alfena ..................................... 22 967 1284 Pavilhão Municipal de Campo ................................... 22 242 5957 Pavilhão Municipal de Ermesinde ................................ 22 242 5956 Pavilhão Municipal de Sobrado ............................... 22 242 5958 Pavilhão Municipal de Valongo ................................. 22 242 5959 Piscina Municipal de Alfena ........................................ 22 242 5950 Piscina Municipal de Campo .................................... 22 242 5951 Piscina Municipal de Ermesinde ............................... 22 242 5952 Piscina Municipal de Sobrado ................................... 22 242 5953 Piscina Municipal de Valongo .................................... 22 242 5955 Campo Minigolfe Ermesinde ..................................... 91 619 1859 Campo Minigolfe Valongo .......................................... 91 750 8474

Cultura Arq. Hist./Museu Munic. Valongo/Posto Turismo ...... 22 242 6490 Biblioteca Municipal de Valongo ........................................ 22 421 9270 Centro Cultural de Alfena ................................................ 22 968 4545 Centro Cultural de Campo ............................................... 22 421 0431 Centro Cultural de Sobrado ............................................. 22 415 2070 Fórum Cultural de Ermesinde ........................................ 22 978 3320 Fórum Vallis Longus ................................................................ 22 240 2033 Nova Vila Beatriz (Biblioteca/CMIA) ............................ 22 977 4440 Museu da Lousa ............................................................... 22 421 1565

Comunicações Posto Público dos CTT Ermesinde ........................... 22 978 3250 Posto Público CTT Valongo ........................................ 22 422 7310 Posto Público CTT Macieiras Ermesinde ................... 22 977 3943 Posto Público CCT Alfena ........................................... 22 969 8470

Administração Agência para a Vida Local ............................................. 22 973 1585 Câmara Municipal Valongo ........................................22 422 7900 Centro de Interpretação Ambiental ................................. 93 229 2306 Centro Monit. e Interpret. Ambiental. (VilaBeatriz) ...... 22 977 4440 Secção da CMV (Ermesinde) ....................................... 22 977 4590 Serviço do Cidadão e do Consumidor .......................... 22 972 5016 Gabinete do Munícipe (Linha Verde) ........................... 800 23 2 001 Depart. Educ., Ação Social, Juventude e Desporto ...... 22 421 9210 Casa Juventude Alfena ................................................. 22 240 1119 Espaço Internet ............................................................ 22 978 3320 Gabinete do Empresário .................................................... 22 973 0422 Serviço de Higiene Urbana.................................................... 22 422 66 95 Ecocentro de Valongo ................................................... 22 422 1805 Ecocentro de Ermesinde ............................................... 22 975 1109 Junta de Freguesia de Alfena ............................................ 22 967 2650 Junta de Freguesia de Sobrado ........................................ 22 411 1223 Junta de Freguesia do Campo ............................................ 22 411 0471 Junta de Freguesia de Ermesinde ................................. 22 973 7973 Junta de Freguesia de Valongo ......................................... 22 422 0271 Serviços Municipalizados de Valongo ......................... 22 977 4590 Centro Veterinário Municipal .................................. 22 422 3040 Edifício Polivalente Serviços Tecn. Municipais .... 22 421 9459

Ensino e Formação Cenfim ......................................................................................... 22 978 3170 Centro de Explicações de Ermesinde ...................................... 22 971 5108 Colégio de Ermesinde ........................................................... 22 977 3690 Ensino Recorrente Orient. Concelhia Valongo .............. 22 422 0044 Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomes .................. 22 973 3703/4 Escola EB2/3 de S. Lourenço ............................ 22 971 0035/22 972 1494 Escola Básica da Bela .......................................................... 22 967 0491 Escola Básica do Carvalhal ................................................. 22 971 6356 Escola Básica da Costa ........................................................ 22 972 2884 Escola Básica da Gandra .................................................... 22 971 8719 Escola Básica Montes da Costa ....................................... 22 975 1757 Escola Básica das Saibreiras .............................................. 22 972 0791 Escola Básica de Sampaio ................................................... 22 975 0110 Escola Secundária Alfena ............................................. 22 969 8860 Escola Secundária Ermesinde ........................................ 22 978 3710 Escola Secundária Valongo .................................. 22 422 1401/7 Estem – Escola de Tecnologia Mecânica .............................. 22 973 7436 Externato Maria Droste ........................................................... 22 971 0004 Externato de Santa Joana ........................................................ 22 973 2043 Instituto Bom Pastor ........................................................... 22 971 0558 Academia de Ensino Particular Lda ............................. 22 971 7666 Academia APPAM .......... 22 092 4475/91 896 3100/91 8963393

01 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 01

Terça Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

Nova Alfena Sousa Torres Palmilheira Sampaio Santa Joana Travagem Alfena Ascensão Confiança Formiga Garcês MAG Nova Alfena Palmilheira Sampaio Santa Joana Travagem Alfena Ascensão Confiança Formiga Garcês MAG Nova Alfena Palmilheira Sampaio Santa Joana Travagem Alfena Ascensão Confiança Formiga Garcês

Marques Santos Vilardell Marques Cunha Outeiro Linho Bessa Central Marques Santos Vilardell Marques Cunha Outeiro Linho Sobrado Central Marques Santos Vilardell Marques Cunha Outeiro Linho Sobrado Bessa Marques Santos Vilardell Marques Cunha Outeiro Linho Sobrado Bessa Central Vilardell Marques Cunha Outeiro Linho Sobrado Bessa Central Marques Santos

FICHA TÉCNICA A VOZ DE

ERMESINDE JORNAL MENSAL • N.º ERC 101423 • N.º ISSN 1645-9393 Diretora: Fernanda Lage. Redação: Luís Chambel (CPJ 1467), Miguel Barros (CPJ 8455). Fotografia: Editor – Manuel Valdrez (CPJ 8936), Ursula Zangger (CPJ 1859). Maquetagem e Grafismo: LC, MB. Publicidade e Asssinaturas: Aurélio Lage, Lurdes Magalhães. Colaboradores: Afonso Lobão, A. Álvaro Sousa, Ana Marta Ferreira, Armando Soares, Cândida Bessa, Chelo Meneses, Diana Silva, Faria de Almeida, Filipe Cerqueira, Gil Monteiro, Glória Leitão, Gui Laginha, Jacinto Soares, Joana Gonçalves, João Dias Carrilho, Sara Teixeira, Joana Viterbo, José Quintanilha, Luís Dias, Luísa Gonçalves, Lurdes Figueiral, Manuel Augusto Dias, Manuel Conceição Pereira, Marta Ferreira, Nuno Afonso, Paulo Pinto, Reinaldo Beça, Rui Laiginha, Rui Sousa, Sara Amaral. Propriedade, Administração, Edição, Publicidade e Assinaturas: CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE • Rua Rodrigues de Freitas, N.º 2200 • 4445-637 ERMESINDE • Pessoa Coletiva N.º 501 412 123 • Serviços de registos de imprensa e publicidade N.º 101 423. Telef. 229 747 194 - Fax: 229733854 Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde. Tels. 229 757 611, 229 758 526, Tlm. 93 877 0762. Fax 229 759 006. E-mail: avozdeermesinde@gmail.com Site:www.avozdeermesinde.com Impressão: DIÁRIO DO MINHO, Rua Cidade do Porto – Parque Industrial Grundig, Lote 5, Fração A, 4700-087 Braga. Telefone: 253 303 170. Fax: 253 303 171. Os artigos deste jornal podem ou não estar em sintonia com o pensamento da Direção; no entanto, são sempre da responsabilidade de quem os assina.

Emprego Centro de Emprego de Valongo .............................. 22 421 9230 Gabin. Inserção Prof. do Centro Social Ermesinde .. 22 975 8774 Gabin. Inserção Prof. Ermesinde Cidade Aberta ... 22 977 3943 Gabin. Inserção Prof. Junta Freguesia de Alfena ... 22 967 2650 Gabin. Inserção Prof. Fab. Igreja Paroq. Sobrado ... 91 676 6353 Gabin. Inserção Prof. CSParoq. S. Martinho Campo ... 22 411 0139 UNIVA ............................................................................. 22 421 9570

Tiragem Média do Mês Anterior: 1100


30 de abril de 2012

• A Voz de Ermesinde

Serviços

Agenda FUTEBOL

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01 Mai - 30 Mai

Desporto

6 DE MAIO, 15H00 Complexo Desportivo de Seroa Leões da Seroa - Ermesinde Jogo a contar para a 34ª jornada do Campeonato da 1ª Divisão, Série 1, da Associação de Futebol do Porto. (Agenda Associação de futebiol do Porto)

BASQUETEBOL

1 DE MAIO, 11H00 Pavilhão Municipal Formigueiro Maia BC- CPN Jogo a contar para a 13ª jornada do Campeonato Nacional Sub-16 Femininos, I Fase, Fase Zonal Norte. 6 DE MAIO, 17H00 Pavilhão Municipal Ermesinde CPN-NCR Valong o alongo Jogo a contar para a 14ª jornada do Campeonato Nacional Sub-16 Femininos, I Fase, Fase Zonal Norte. (Agenda Federação Portuguesa de Basquetebol)

Exposições MAIO lioteca Municipal de Valong o Biblioteca alongo Bib Exposição “O Prazer de Fotografar”, de Eduar do Teix eir Eduardo eixeir eiraa Pinto Exposição itinerante deste fotógrafo amarantino, que deverá passar, entre outros espaços, pela Biblioteca Municipal de valongo, durante o mês de maio, em data a anunciar. (Agenda Clube Literário do Porto)

EXPOSIÇÃO PERMANENTE onte F er a, Campo Ponte Fer errr eir eira, Moinho da P – Núcleo Museológico da Panificação Exposição permanente que alberga instrumentos que retratam uma das indústrias mais importantes de Valongo, a panificação e o fabrico de biscoitos. Possui utensílios, maquinaria, fotografias e esquemas que descrevem o ciclo da panificação, desde o amanho da terra até ao fabrico do pão e do biscoito. Pode igualmente proceder-se à identificação dos principais cereais e descobrir os seus sucedâneos. (Agenda Área Metropolitana do Porto).

Prazos de entrega do IRS e uma maneira de continuar a ajudar quem precisa sem gastar um tostão Sabia que, no preenchimento da declaração de IRS, podemos destinar 0,5 % do imposto a pagar, que em vez de ir parar aos cofres do Estado pode ser reencaminhado para uma instituição de solidariedade social, bastando para tal que cada contribuinte indique no Quadro 9 do Anexo H do Modelo 3 do IRS o número de contribuinte da instituição beneficiária? Isto não implica o pagamento de mais imposto, apenas que o contribuinte, desta forma, obriga o Estado a doar parte da verba que iria receber a uma instituição de solidariedade à escolha. Esta opção não tem, por isso, quaisquer custos e não interfere nos cálculos do que se possa vir a pagar ou receber de reembolso do IRS, tal como o define o n.º 6 do artigo 32.º da Lei n.º 16/2001, de 22 de Junho. Instituição de solidariedade cinquentenária, com várias valências dedicadas ao trabalho com idosos, crianças, desempregados e outras pessoas com necessidades formativas, com muitas provas dadas ao longo de todos estes anos, o Centro Social de Ermesinde (CSE) é, sem dúvida, uma instituição plenamente merecedora dessa doação ao fazer o seu IRS. Para tal, por favor, indique o número de identificação fiscal do CSE: 501412123, tal como exemplificado acima. DATAS DE ENTREGA IRS 2011 Através da internet 2ª Fase – 01 de maio a 03 de junho de 2012, para os restantes rendimentos além das categorias A e H).


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A Voz de Ermesinde •

Última

30 de abril de 2012

• TRIBUTO A ZECA AFONSO, 13º ANIVERSÁRIO DA AACE •

A acunpuctura em Odemira

Ainda bem que é verdade Ainda bem que é mentira A acupunctura em Odemira Ainda bem que há quem viva Em Odeceixe E se peide à vontade Na Rua Espinha de Peixe Eu bem sei a Cergal a Super Bock A volta ao mundo pelo Cabo de S. Roque Em Abril àguas mil Ponto final Ainda bem que é para breve O festival Ainda bem que amanha É a ciclorama E o campeonato do mundo no primeiro programa Ainda bem que apostei no totobola Todos os dias sao santos, Dona Aurora

Zeca Afonso

A Associação Académica e Cultural de Ermesinde (AACE) decidiu, neste 25 de Abril, mais ou menos coincidente com o seu 13º aniversário, promover – e muito bem! – um concerto de tributo a Zeca Afonso, genial criador da música popular portuguesa, que como mais ninguém ajudou a revolucionar. Mas a figura do artista e criador visionário não pode separar--se também da figura exemplar de homem solidário, que tantas vezes deu a sua cara e a sua arte em apoio das causas que entendeu abraçar, sem nada mais querer em troca do que vê-las a semear novos caminhos. A sua arte ficou sempre imune às modas e aos cânones, mesmo daqueles que o queriam para si, e nunca se vergou a uma “arte” comissariada pelos gostos e as normas que desejavam que ele cumprisse. Por isso nunca serão demais os tributos a Zeca Afonso. Exemplo dessa mesma irrquietude que ninguém nuca pôde aprisionar, é esta “Acunpuctura em Odmira”, que aqui deixamos aos nossos leitores, secundando o tributo recentemente prestado pela Associação Académica. LC

FOTOS: URSULA ZANGGER


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