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30 de março de 2012

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VOZDE DE AAVOZ

ERMESINDE

MAIS DE 50 ANOS – QUASE 900 NÚMEROS

N.º 891 • ANO LII/LIV

30 de março de 2012

DIRETORA: Fernanda Lage

M E N S Á R I O

PREÇO: 1,00 Euros (IVA incluído)

TAXA PAGA PORTUGAL 4440 VALONGO

• Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 • Fax: 229759006 • Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde • E-mail: avozdeermesinde@gmail.com

“A Voz de Ermesinde” na Internet: http://www.avozdeermesinde.com/

presidente da CNIS

ENTREVISTA com o P.e LINO MAIA

MANUEL VALDREZ

DESTAQUE Visita de Marco António Costa ao concelho

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CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO

Aprovadas contas de 2011 com abstenção da Oposição

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ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE VALONGO

Configuração do concelho em discussão

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CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE

Novo exercício de resultados positivos

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MOSTRA DE TEATRO AMADOR

Últimas semanas do certame

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ATLETISMO

As instituições de solidariedade estão a mostrar ao País e ao Mundo que o importante são as pessoas, e estão também a dar sinais de uma nova ordem económica para o País. Não a criar necessidades para que o mercado funcione, antes a responder às necessidades das pessoas. Vemos que o mercado esqueceu as pessoas – eram as pessoas para o mercado e não o mercado para as pessoas! (Lino Maia)

Entrevista com Comissão Administrativa do Centro de Atletismo de Ermesinde DESPORTO


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FERNANDA LAGE DIRETORA

EDITORIAL

Fora de moda Para muitos lembrar Abril é algo do passado, muitos dos que apoiaram os ideais de liberdade e democracia tentam nos nossos dias esquecê-lo, ficava bem nos anos 60 e 70 ser de esquerda!... A história repete-se ao longo dos tempos e sempre que recorro à leitura de textos antigos encontro neles uma grande atualidade. José Saramago dizia que «a direita nunca deixou de ser direita, mas a esquerda deixou de ser esquerda. A explicação pode parecer simplista, mas é a única que contempla todos os aspetos da questão. Para serem participantes mais ou menos tolerados nos jogos do poder, os partidos de esquerda correram todos para o centro». A esquerda, quando se aproximou do poder, é empurrada para o centro, a que alguns chamam centro-esquerda. Há quem defenda que já não fazem sentido os partidos, que a prática partidária é igual para todos, dependendo apenas do contexto e dos objetivos. Não penso assim, por vezes as práticas são muito próximas, mas as raízes das ideologias que lhes são subjacentes são muito diferentes, e é nessa diferença que ainda é possível o diálogo ou as contradições próprias da vida em democracia, de outro modo a democracia não era possível. É normal encontrar nos nossos dias um grande ceticismo em relação ao futuro do nosso país e da Europa. Eu também comungo desse ceticismo e dessa desilusão, no entanto continuo a defender a democracia e a considerar que é possível tornar este mundo melhor, mais humano, sem esta desigualdade escandalosa em que vivemos. Agora que nos aproximamos das comemorações do 25 de Abril lembro os seus ideais e, acima de tudo, o sentido da liberdade e da democracia.

A propósito da identificação de uma rua em Ermesinde dei comigo a rever o pós 25 de Abril em Ermesinde. Em Ermesinde, como no resto do país, surgiram comissões de moradores de habitações situadas em zonas clandestinas, em bairros degradados, em zonas sem água, sem luz, sem assistência médica domiciliária, sem distribuição de correio. Na zona hoje designada por Montes da Costa os residentes organizaram uma comissão de moradores que, entre outras reivindicações, exigiam que as ruas onde moravam tivessem um nome, de modo a poderem receber o correio, a serem identificadas as suas casas para chamar um médico, uma ambulância, um táxi. Depois de várias reuniões entre os moradores lá chegaram a um acordo quanto às propostas de nomes para as ruas. Escolheu-se um domingo para marcar provisoriamente as ruas com os nomes que os residentes escolheram. De seguida deu-se conhecimento às diferentes entidades da terra. Voltei lá passados quase 38 anos e algumas das ruas lá estavam: Rua Humberto Delgado, Rua da Liberdade, Rua 9 de Agosto. Para além das placas identificativas encontrei um morador que tinha participado nas atividades da comissão de moradores. – Éramos 36, trabalhámos aqui aos sábados e domingos para arranjarmos as ruas, por causa disso até tivemos problemas com a justiça! Um senhor enterrou o carro aqui na rua e fez queixa, porque nós tínhamos espalhado saibro e choveu muito, a rua ficou intransitável. Não resisti a perguntar-lhe se sabia porque se chamava 9 de Agosto a uma das ruas. – Não havia de saber?! Aquilo é que foi, parecia fogo de artifício!... Quantos por lá andámos, quantos o fariam hoje!? FOTOS LUÍS LAGE


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• FEIRA QUEM É QUEM, LOJA SOCIAL DA JFE E FORMAÇÃO NO CSE •

Visita de Marco António Costa ao concellho terminou com entrega de diplomas de formação profissional no Centro Social de Ermesinde MANUEL VALDREZ

Marco António Costa, secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, efetuou ao longo da tarde do passado dia 22 de março uma deambulação pelas cidades de Valongo e de Ermesinde, onde presidiu a inaugurações e apadrinhou a entrega de diplomas no âmbito da formação profissional inserida no programa das Novas Oportunidades. MIGUEL BARROS

A visita teve início na sede do concelho, onde Marco António Costa presidiu à inauguração da 2ª edição da Feira “Quem é Quem”, uma iniciativa do pelouro social da Câmara Municipal de Valongo (CMV) e da ADICE (Associação para o Desenvolvimento Integrado da Cidade de Ermesinde), cujo objetivo passa por promover um encontro de partilha de informação, conhecimentos produzidos e atividades desenvolvidas pelas entidades parceiras – foram várias as instituições valonguenses que se associaram ao evento, entre as quais é de destacar o Centro Social de Ermesinde – no Conselho Local de Ação Social de Valongo. Após a saída da feira, que decorreu nos dias 22 e 23 de março entre o Auditório António Macedo – onde terão lugar diversas conferências subordinadas a variados temas alusivos à temática da ação social – e o Pavilhão Gimnodesportivo de Valongo – local que acolhe a feira propriamente dita, bem como uma exposição que conta com a presença de todos os intervenientes do certame – o secretário de Estado fez uma curta viagem até Ermesinde, na companhia do vicepresidente da autarquia, João Paulo Baltazar, e da vereadora do pelouro da Ação Social, Maria Trindade Vale. Ali chegado presidiu à inauguração da Loja Social de Ermesinde, um projeto concebido pela Junta de Freguesia de Ermesinde (JFE), cujas instalações se situam na antiga sede desta entidade, mais concretamente na Travessa Dr. Luís Ramos. Trata-se de um projeto inovador, na verdade, ligeiramente diferente dos demais projetos edificados em torno desta temática, mas com a mesma raiz de existência: auxiliar os mais desfavorecidos. A fazer as honras da casa estava o presidente

da JFE, Luís Ramalho, para quem esta loja é mais um sonho concretizado por si e por toda a sua equipa. Agradecendo, antes do mais, em nome da cidade, a presença de Marco António Costa, a quem se referiu como um filho da terra que, enquanto autarca da CMV, «muito fez por Ermesinde» – prolongando em seguida os agradecimentos às restantes individualidades presentes, entre as quais figurava o presidente da Assembleia de Freguesia de Ermesinde, Raul Santos, diversos deputados deste mesmo órgão, e alguns membros do executivo da Junta, a quem Ramalho endereçou um agradecimento especial –, o presidente da JFE explicou um pouco daquilo o que irá ser esta loja social. Nas suas palavras esta será «uma loja para os que querem ser solidários e para aqueles que precisam dessa solidariedade». Por outras palavras, os objetos – os mais diversos – que deixam de ter utilidade para algumas pessoas, poderão ser adquiridos por esta loja social, a preços simbólicos, claro está, e posteriormente vendidos a um custo bem mais baixo que no comércio comum, por assim dizer, a pessoas mais carenciadas. Depois de Maria Trindade Vale usar da palavra para sublinhar que também para ela é um sonho que é cumprido sempre que, em Valongo, surge um espaço como este, direcionado a pessoas que não têm poder de compra, Marco António Costa começaria por demonstrar, em nome do Governo, a satisfação pela edificação deste projeto. Sublinharia em seguida que são exemplos como este que combatem a doença da indiferença, uma doença que necessita de continuar a ser combatida por toda uma sociedade atenta, inconformada e empenhada nas causas sociais. Faria ainda um elogio aos autarcas que ali estavam presentes e que encabeçam este tipo de iniciativas, nas suas

palavras autarcas modernos e empenhados em fazer o bem. Um elogio especial seria endereçado a Maria Trindade Vale e a João Paulo Baltazar, sendo que, para Marco António Costa, este último tem feito, de uma forma discreta, um trabalho notável e muito laborioso na Câmara de Valongo, percorrendo quilómetros – numa referência às idas constantes do autarca a Lisboa para dialogar com o Poder Central – em busca de soluções para os problemas do seu concelho. Fecho com “chave de ouro” no Centro Social de Ermesinde A visita do secretário de Estado ao concelho terminou no Centro Social de Ermesinde (CSE), onde apadrinhou uma cerimónia de entrega de diplomas no âmbito da formação profissional para adultos – programas das Novas Oportunidades e Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) – tutelado pelo Centro de Formação da prestigiada Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS). Tendo como palco o salão nobre da instituição, que se apresentava repleto de funcionários desta, de amigos e familiares dos alunos que ali iriam receber os seus certificados, Marco António Costa foi recebido por toda a Direção da IPSS, encabeçada pelo seu presidente Henrique Queirós Rodrigues, que no seu discurso começou por sublinhar a honra que era para a instituição receber a visita do secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social. Uma presença que, para o líder do CSE, se podia entender como um contrato de confiança existente entre o Estado e as IPSS's, relembrando precisamente a ideia do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho no

sentido de haver uma ligação estreita entre estes dois parceiros. Num sublinhado à importância do trabalho das IPSS's, recordaria as palavras da vereadora do pelouro da Ação Social da CMV, Maria Trindade Vale, proferidas particularmente minutos antes, de que estas instituições realizam um trabalho discreto mas deveras importante e fundamental direcionado para as populações, no fundo a essência do próprio CSE, o caminho que tem sido trilhado por esta instituição. E mais tarde recordaria alguns aspetos desse caminho, do trabalho realizado com os idosos, com as crianças, e claro está com a formação, a razão de ser da cerimónia que ali decorria. Henrique Queirós Rodrigues recuou no tempo e lembrou o momento em que a IPSS por si presidida decidiu abraçar o setor da Formação, frisando então que essa foi uma decisão acertada, pois a avaliação deste trabalho é hoje positiva. Também ao nível da formação ressalvaria a importância do papel das IPSS's, cujo trabalho de proximidade converge com estes programas de formação profissional, numa ideia de que a ação das instituições nestes terrenos tem sido fundamental para o sucesso desses mesmos programas. Fez um rasgado elogio à equipa de profissionais do Centro de Formação do CSE, recordando que estes – tal como tantos outros que se encontram ao serviço de instituições como a IPSS ermesindense – não têm as mesmas condições – remuneratórias – que os profissionais do setor público, concluindo posteriormente a sua intervenção com o apelo para que o Governo continue a apoiar as IPSS's a desenvolverem o seu trabalho ao nível da formação. Marco António Costa agradeceria o convite para estar presente numa casa que «bem conhece», endereçando de seguida

os parabéns a todos os que ali iriam ver certificados os seus processos de formação, um gesto a que se seguiu uma mensagem de esperança numa altura em que o País vive enormes dificuldades no que concerne à empregabilidade. E sobre este tema o secretário de Estado afirmou, em seguida, que o Governo não desvaloriza os números – cada vez mais alarmantes – do fenómeno do desemprego. «Relativamente ao que era tradição, este Governo mudou de atitude: não tenta escamotear os números [do desemprego], nem procura de alguma forma desvalorizar esse fenómeno», sublinhou. Preocupado com os números do desemprego em Portugal, Marco António Costa referiu ainda que o Governo está empenhado em lutar contra este flagelo, acrescentando que já foram tomadas iniciativas que visam incentivar o emprego. Neste aspeto sublinharia o programa de incentivo que envolve «não só o setor empresarial como a área da economia social», a legislação para casais desempregados, «que terão uma majoração no seu subsídio de desemprego» e o programa de emprego para jovens, que foi entregue à Comissão Europeia. «Todos nós temos a perceção de que só com a retoma do crescimento económico é que será gerado emprego, mas o Governo não tem estado parado», disse. Aproveitando a presença no CSE, o secretário de Estado enalteceu o trabalho notável e a vitalidade das IPSS's e outras coletividades locais, referindose a estas como parceiros extraordinários no trabalho social que tem sido levado a cabo na sociedade portuguesa. Teceu posteriormente rasgados elogios ao CSE, agradecendo em nome do Governo o trabalho que esta instituição tem realizado – nas suas várias valências –, esperando que esse mesmo tra-

balho continue a ser executado da forma discreta mas eficente como tem sido feito até aqui. E a Henrique Queirós Rodrigues um elogio muito especial, uma «figura há muito conhecida» de Marco António Costa, com quem diz ter tido tido – no passado – muitas convergências e divergências, e que nas suas palavras «é uma referência do concelho de Valongo, e não só, no que diz respeito às questões de ordem social. É uma pessoa que muito respeito e a quem recorro muitas vezes para pedir conselhos sobre a área social. É uma pessoa sempre disponível para me ajudar, tal como tem sido o padre Lino Maia, o presidente da CNIS, e como tal faço aqui hoje publicamente um agradecimento muito grande ao Henrique Queirós Rodrigues», rematou o secretário de Estado. Seguidamente procedeu-se então à entrega de diplomas aos formandos que concluíram os seus processos de formação de adultos – no âmbito dos RVCC e dos cursos de Educação e Formação de Adultos –, tendo um a um (no total foram mais de uma centena, entre os quais figuravam diversos funcionários do CSE que realizaram ações de formação internas) sido chamados pelos profissionais do setor da Formação do CSE (toda a equipa do Centro de Formação da IPSS marcou presença nesta cerimónia) para receber das mãos dos ilustres convidados – João Paulo Baltazar, Luís Ramalho e o presidente da mesa da Assembleia Geral do CSE, Ferreira dos Santos, também estiveram presentes na mesa de honra que conduziu a cerimónia – o respetivo certificado. A encerrar a festa serviu-se um duplo porto de honra, primeiro destinado aos protagonistas desta tarde/noite, isto é, os formandos, e um outro oferecido especialmente pelo CSE ao secretário de Estado e restante comitiva que o acompanhou nesta visita.


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Entrevista – P.e Lino Maia ENTREVISTA COM LINO MAIA, PRESIDENTE DA CNIS – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS INSTITUIÇÕES DE SOLIDARIEDADE

O setor social quer ser um parceiro totalmente empenhado mas autónomo! LC

Muito recentemente reconduzido no cargo de presidente da Direção da CNIS, após um ato eleitoral muito disputado, ao mesmo tempo confrontado com novas políticas para o setor social emanadas do atual Governo, a ocasião era mais do que oportuna para ouvir o padre Lino Maia, aquando de uma sua recente deslocação ao Centro Social de Ermesinde, em inícios de março. Aqui foi acolhido festivamente, numa receção em sua honra, após a dura batalha eleitoral que acabara de travar. Foi precisamente por esta questão que começamos a nossa conversa, abordando depois as várias medidas previstas no protocolo de cooperação do Governo com as instituições sociais. FOFFOTOS MANUEL VALDREZ

“A Voz de Ermesinde” (AVE) – Nesta eleição estavam apenas em causa questões de estilo, ou havia qualquer coisa de mais fundamental que pudesse pôr em causa o projeto que a CNIS vinha desenvolvendo até agora? Lino Maia (LM) – Era mais do que estilo, era também – penso eu – uma questão de valores. É evidente que não ponho em causa, de modo nenhum, quem encabeçava a outra lista, que aliás é uma pessoa em quem percebi e vi os mesmos valores que eu e que esta equipa, mas por trás havia alguns interesses, havia quem visse na CNIS uma oportunidade de exercício do poder, e de acesso àquilo que o poder por vezes comporta. Isso é que me fazia alguma confusão e, por isso fiquei contente com a equipa que me acompanhou e procurei, de facto, afirmar este projeto, porque a CNIS não pode estar nem ao serviço de interesses e apetites pessoais, nem pode ser manipulada por partidos com interesses eleitorais. AVE – O Senhor Padre acha que, mesmo do ponto de vista dos protocolos que tinham sido entretanto acordados com a CNIS, o facto de poder ser outra equipa a dirigi-la, poderia eventualmente fazer com que houvesse alguma alteração na forma como esses protocolos poderiam ser levados avante? LM – Sem dúvida! Toda a gente agora reconhece que há um trabalho que foi feito, que foi bem conduzido e há, digamos, um produto – que é o atual protocolo – que é muito bom para as IPSSs. Mas isto é fruto de um trabalho, esforço, de uma persistência, de uma coerência em que, de repente, mudar tudo era perigoso! Aliás, eu aquilo que via na outra equipa era, para além daquilo que atrás dizia, também alguma inexperiência, alguma falta de conhecimento de dossiers, da matriz deste setor. E portanto era perigoso, de facto, fazer voltar

tudo ao princípio. Certamente que as instituições seriam prejudicadas com uma inversão do processo. AVE – Essa inversão do processo poderia, a seu ver, inclusivamente colocar algumas questões numa ótica não tanto social, mas mais empresarial, nalguns casos? LM – Era um bocado aquilo que eu via no outro grupo, uma mudança, digamos assim. Este setor em que nos situamos é o setor solidário, que tem como preocupação a atenção aos mais carenciados. Sem exclusividade, mas sempre aos mais carenciados. Do outro lado colocava-se muito a questão da empresarialização, do lucro social, era uma mudança significativa. E muito embora nós possamos e devermos até falar de excedentes, não devemos falar da procura do lucro, o lucro é necessariamente para ser distribuído pelos agentes, e o nosso único lucro – diria – é o bem daqueles a quem nos dedicamos. Portanto, havia, de facto, uma mudança muito significativa que era importante que não pudesse acontecer. AVE – Gostávamos de conversar consigo sobre a forma como até agora o protocolo de cooperação tem vindo a ser posto em prática, se alguma coisa tem avançado ou não. Fazendo um pequeno resumo, o protocolo de cooperação do Governo com o setor social previa aumentar em 1,3% a despesa efetiva dos acordos de cooperação. Há uma tendência efetiva neste sentido? LM – O que o protocolo prevê é a atualização de 1,3% no financiamento das instituições, mas de facto a despesa das instituições é superior ao aumento de 1,3%, basta ter em conta a inflação, e a inflação deste setor é um bocado superior à inflação geral. 1,3% é portanto a atualização por parte do Estado, que transfere para este setor mais 1,3% que nos anos anteriores. Claro que é pouco, mas na atual

conjuntura penso que é um valor significativo... AVE – É um compromisso aceitável?... LM – É um sinal positivo, pois como tinha havido só cortes, aqui há finalmente uma atualização. Entretanto as instituições têm de procurar outras fontes de financiamento, eu diria que têm que apostar em formas de autofinanciamento. Para além destes 1,3% de atualização há outros aspectos que eu penso que são importantes, a flexibilização das comparticipações dos utentes famílias, no sentido de permitir que aquelas famílias que podem suportar na íntegra os custos e, até podem ser generosas, o sejam, para que as instituições possam de facto atender mais, e particularmente, os mais carenciados. Se houver quem suporte na íntegra os custos e ser generoso... AVE – Essa era uma das tais fontes financiamento que referia? LM – Sim, é uma das formas. AVE – Que outras formas de financiamento é que poderiam ser aceitáveis para a CNIS? LM – Eu penso que as instituições, se procurarem trabalhar um pouco mais em rede, umas com as outras, partilhando equipamentos, partilhando também recursos que têm – não apenas recursos humanos, mas também cozinhas, refeitórios, transportes, etc., poderão ter menos custos e atender a mais pessoas. Esta é uma outra aposta que tem que ser feita, porque nós estamos muito habituados a que cada instituição tenha que ter tudo para todos. Não pode continuar a ser assim. É importante que as instituições partilhem recursos umas com as outras. Depois há um outro aspeto que eu penso que é importante neste protocolo, o da contemplação do direito de escolha – falo em relação à


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Entrevista P.e Lino Maia educação, concretamente em relação à frequência do ATL, que foi uma causa por que nos batemos durante algum tempo, e este protocolo vem permitir que, de facto, os pais possam escolher o projeto educativo que preferem para os próprios filhos. Depois há ainda um outro aspeto que me parece importante, que é o seguinte: A CNIS, juntamente com a União das Misericórdias e a União das Mutualidades, são as três organizações que não só representam as IPSSs, como de facto conhecem a situação. Portanto, apoios do Estado às instituições passam, diria, pelo acompanhamento destas, para que não haja aqui filhos e enteados, para que as instituições que precisam sejam de facto apoiadas. Eu penso que são os aspetos mais salientes neste protocolo, mas isso aparece ao abrigo do PES – Programa de Emergência Social, em que a CNIS teve um papel muito importante –, que é o alargamento das respostas a mais utentes, com a moderação das exigências, para que os custos não disparem abruptamente e se possa responder a mais pessoas. AVE – Essa moderação nas exigências é qualquer coisa que não põe em causa a qualidade dos serviços? Em que parte é que a CNIS e a tutela podem intervir para assegurar que as exigências tenham um nível aceitável? LM – Há uma frase que eu vou usando muitas vezes, e penso que pode ser aqui aplicada. As instituições devem e têm que evitar dois extremos: o luxo e o lixo. As exigências para a qualidade são importantes desde que sejam consistentes e desde que tenham em atenção, de facto, a realidade com que nos deparamos. Nós não podemos importar exigências doutros países que não têm o mesmo enquadramento que nós. O que estava a acontecer é que havia exigências que eram muito flutuantes, hoje uma coisa amanhã outra, e isto é que faz com que disparem os custos, porque havia necessidade de permanentes mudanças em relação aos recursos humanos e sobretudo ao edificado. Eram mudanças muito frequentes e nem sempre bem sustentadas. Aquilo que agora está mais ou menos consagrado é que as exigências sejam mais estáveis, justificadas, e tem de haver o crivo das três organizações para que sejam, de facto, consistentes. AVE – Como está o pagamento das dívidas da Segurança Social às IPSSs?

LM – A Segurança Social tem vindo a cumprir os acordos. Agora nos programas especiais, nomeadamente programas ao abrigo do POPH, do Pares, aí é que tem havi-

Há uma frase que uso muitas vezes: As instituições do setor social têm que evitar os dois extremos: o luxo e o lixo

do morosidade. E espero que tal possa ser rapidamente ultrapassado e nesse sentido está a haver um diálogo consistente e persistente. AVE – Entre as várias respostas apontadas no protocolo de cooperação, previa-se aumentar a verba afeta à rede solidária de cantinas sociais de 2,7 para 50 milhões de euros. Isto ficou no papel ou não? LM – Está neste momento a ser implementado. Está previsto que de umas cento e poucas cantinas sociais que temos no País neste momento, passemos para cerca de 900, e que em cada concelho haja pelo menos uma cantina social. Essas cantinas seriam para garantir uma segunda refeição a todas as pessoas – nalguns casos até será uma primeira e uma segunda –, o Estado pagará às instituições 2,5 euros por cada refeição a fornecer, podendo as instituições – porque 2,5 euros não é suficiente – conforme as situações, que têm que ser ponderadas, poder cobrar mais, até um máximo de um euro às pessoas. Isso vai ser implementado não tudo num momento, mas até ao final deste mês de março já estarão algumas a funcionar, ao abrigo deste programa de emergência alimentar, e penso que, até ao fim do ano, teremos as tais, no máximo, 900 cantinas sociais. AVE – Está confiante de que não haverá um grande recuo no protocolo e que ele será mais ou menos cumprido? LM – Aí já há uma garantia mesmo do cumprimento, porque o dinheiro já foi de facto cativado para esta resposta.

AVE – Relativamente à ideia de aumentar os serviços de apoio domiciliário, nomeadamente os de higiene habitacional, higiene pessoal, alimentação, tratamento de roupas e os novos serviços de teleassistência e serviço de socialização, até que ponto isto é viável? LM – Há alguma viabilidade. A medida permite dar respostas a mais pessoas e, ao mesmo tempo, permite que as instituições não sejam prejudicadas, digamos assim, porque só se lhes exige, caso a caso, assegurar dois ou três dos serviços, havendo a comparticipação do conjunto dos quatro. Isto permite a sustentabilidade das instituições. AVE – A ideia de voltar a meter os centros de noite no protocolo, está a causar, do ponto de vista prático, muitas dificuldades? LM – Eu diria que essa é uma aposta pessoal do ministro da Solidariedade e Segurança Social, e é uma resposta importante, mas que tem que ser acompanhada. Há casos, particularmente em certas aldeias mais distantes dos grandes centros urbanos, mas mesmo nos grandes centros urbanos, em que a noite é, de facto, um problema, e ter uma casa onde se pos-

sa pernoitar com outras pessoas e com algum apoio social, dá alguma confiança e serenidade às pessoas. O centro de noite vem nesse sentido. Agora a CNIS quer acompanhar o processo para evitar que o centro de noite se transforme num lar, que não é. AVE – A linha de crédito de 50 milhões de euros para as IPSS? LM – Ainda não está pronta. Já foi feita uma sondagem junto da banca para ver quais eram os bancos que quereriam aderir a essa linha de crédito, as candidaturas foram analisadas, penso que até ao final deste mês ainda não estaremos em condições de aceitar candidaturas por parte das instituições, mas que durante o mês de abril já as instituições poderão candidatar-se, por exemplo para obras que estão em curso. AVE – E há garantias de que haverá instituições financeiras disponíveis? LM – Já há.A única dúvida

colocada pela banca foi não querer a interferência das organizações do setor solidário, mas foi uma condição sine qua non por parte do Governo que as três organizações – União das Misericórdias, das Mutualidades e CNIS – têm mesmo que acompanhar o processo para uma boa triagem e acompanhamento das entidades apoiadas, e também para haver a garantia de que estas instituições que concorrem à linha de crédito vejam nesta não uma satisfação de problemas de tesouraria, mas uma forma de resolver, definitivamente, questões de gestão das instituições. AVE – Como é que se pode fazer para criar de facto as tais 20 mil vagas para as creches? LM – Essa foi de facto uma medida anunciada, mas eu penso que, com algum voluntarismo. Não houve um trabalho prévio junto das instituições. A possibilidade existe, mas as instituições têm de ter qualidade – que é muito importante – porque as creches não podem ser um armazém de bebés. Há ne-


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Entrevista – P.e Lino Maia cessidade de adaptar as instituições, quanto ao edificado e quanto ao pessoal de acompanhamento das crianças, nomeadamente com educadoras de infância. O processo está a ser conduzido, mas sem celeridade, caso a caso. AVE – Não se justificaria aí uma maior exigência no setor privado? LM – Sim, há um maior acompanhamento das creches do setor social solidário do que do setor privado lucrativo. Normalmente as famílias, hoje, podem confiar mais – e confiam – nas IPSSs do que propriamente nas respostas lucrativas. Não é que não sejam necessárias – até serão bom que as haja e as pessoas possam optar. Mas às vezes o setor lucrativo escapa um bocado melhor ao controlo do que as instituições de solidariedade. AVE – Isso acaba por criar uma situação de concorrência desleal, injusta sobretudo, quando as IPSSs lutam para manter os serviços com uma qualidade aceitável e ao mesmo tempo têm, elas próprias, dificuldades de financiamento. LM – É! Eu diria que é importante que, desde que sejam moderadas e haja sensatez nas exigências em relação ao setor solidário, que elas se

mantenham, mas é importante também que o setor lucrativo não seja deixado à deriva, é importante que haja também um controlo e exigências a cumprir em relação a esse setor. AVE – O protocolo apontavatambémumamedida–um

Somos parceiros com quem o Governo tem de dialogar para responder às necessidades do País

concurso – de transferência de quarenta equipamentos da Segurança Social para o setor solidário... Isto já teve concretização? LM – Ainda não teve, tem que ser estudado caso a caso. AVE – Que equipamentos são estes? LM – Falamos sobretudo de alguns lares e de algumas respostas para a deficiência. São normalmente respostas com um grande peso, nomeadamente em recursos humanos, e portanto esse peso não pode ser transferido para as instituições de solidariedade.

É preciso que haja um estudo caso a caso, porque as instituições de solidariedade têm as fontes de financiamento que têm e têm contratos coletivos de trabalho em que as pessoas ganham menos do que aquelas que estão afetas a estas respostas AVE – Dada esta vista de olhos ao protocolo, não sabemos se quer destacar, do ponto de vista da tutela, deste Governo, a forma como ele tem olhado as IPSSs, vistas agora como uma resposta mais necessária do que o anterior Governo as via. Este é um aspeto positivo? LM – É positivo e há um outro aspeto também muito positivo e que tem vindo a ser sublinhado por alguns membros do Governo, que é o seguinte: este é um setor em que há experiência, em que há pensamento, e em que há uma grande vontade de serviço à comunidade. Não pode ser olhado como um setor de oportunistas, e por isso notase da parte deste Governo um respeito muito grande por este setor. Várias vezes vão dizendo que este setor está no terreno, conhece a realidade, e quem melhor pode responder e apontar soluções? Eu penso que esta nova filosofia é, de facto, impor-

tante. Assim como também, da parte deste Governo finalmente se adotou uma atitude que eu penso que é importante. Não nos consideram como instituições sob a sua tutela, mas sim como parceiros com quem terão de dialogar para responder às necessidades do País. AVE – Esta confiante em que esta mudança de atitude possa não ser apenas conjuntural, deste Governo, mas possa ser uma ideia que fique? LM – Tem que ficar. Mas isso também depende de nós. Nós às vezes também nos pomos um bocado a jeito. É importante que a CNIS, assim como as outras duas organizações tenham uma capacidade de persuasão, uma determinação muito forte para que não haja uma inversão de atitude. A tentativa vai acontecer, fatalmente. Porque seja qual for o Governo, vai haver tentativas de tutelar este setor. Mas é a estas organizações que compete afirmar a sua autonomia e o seu empenhamento em serem solução como parceiros e não enquanto agentes sob tutela. AVE – Há uma identidade de ideias acerca desta relação entre a CNIS, a União das Misericórdias e a União das Mutualidades? Há um acerto de estratégias do setor social? LM – Sim, sim. Particularmente entre a União das Misericórdias e a CNIS. A União das Mutualidades é também um parceiro importante, mas tem menos força porque são poucas as mutualidades que estão neste setor e a maior parte das mutualidades estão filiadas na própria CNIS. Por isso diria que a concertação é sempre mais necessária entre a União das Misericórdias e a CNIS. Aqui há um diálogo também muito importante, com resultados palpáveis. Por exemplo, este protocolo que foi assinado foi propos-

to pela CNIS e negociado permanentemente com as outras duas organizações, e depois a própria União das Misericórdias acabou por confiar à CNIS alguma liderança do processo. Há aqui uma concertação permanente. AVE – E não se têm detetado diferenças em pontos de vista que possam ser, não dizemos importantes, mas que tenham que ser considerados? LM – Claro que há especificidades. As misericórdias são o que são, com maior tradição na área da saúde do que a CNIS. Mas consideradas estas especificidades tem sido sempre fácil o diálogo. Há um respeito muito grande e não há uma ânsia de protagonismo e domínio de A sobre B. A União das Misericórdias tem 380 filiadas, algumas das quais são simultaneamente filiadas na CNIS, a CNIS é muito maior, tem 2 700 filiadas, mas entretanto respondemos praticamente ao mesmo tipo de problemas e ao mesmo público, nas mesma zonas. Tem que haver uma grande concertação.

AVE – Uma palavra final?... LM – Gostaria apenas de sublinhar que estamos a viver um momento muito difícil, mas estamos também agora a perspetivar um futuro diferente para este setor e para o País. Como ainda dizia há momentos, nós temos vindo a falar muito de mercado e pouco de pessoas. As instituições de solidariedade estão a mostrar ao País e ao Mundo que o importante são as pessoas, e estão também a dar sinais de uma nova ordem económica para o País. Não a criar necessidades para que o mercado funcione, antes a responder às necessidades das pessoas para que as pessoas cresçam. Penso que este é o grande desafio e o grande caminho, o caminho do futuro. Vemos aquilo que deu o mercado, que esqueceu as pessoas – eram as pessoas para o mercado e não o mercado para as pessoas. Eu penso que este setor está de facto a mostrar um caminho novo!


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• CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO •

Câmara aprova Contas Consolidadas de 2011

FOTOS URSULA ZANGGER

Em reunião realizada ontem, dia 29 de março, a Câmara Municipal de Valongo aprovou, com a abstenção do PS e da Coragem de Mudar as Contas Consolidadas relativas ao ano de 2011. O mesmo aconteceu em relação aos SMAS. Na reunião anterior, a 15 de março, as grandes questões tinham sido a reorganização escolar no concelho (que também agora veio a debate) e o novo mapa judicial. Uma questão então levantada por um munícipe pedindo esclarecimentos sobre alguns contratos celebrados por ajuste direto por números aparentemente incompreensíveis, passados 15 dias, continuou por responder. LC

O documento relativo às Contas da Câmara de 2011, não tendo recolhido apoio entusiástico, acabou por ser aprovado, com a abstenção de toda a oposição. A Coragem de Mudar justificou o voto apontando o facto de que o documento refletiria bem a realidade atual, e nesse sentido mereceria um voto positivo, mas que, por outro lado, refletiria também uma muito má realidade, e nessa linha mediana entre as duas vertentes, esta força política optava pela abstenção. Idêntica foi a decisão do PS que, todavia não apresentou publicamente uma Declaração de Voto, que ficou de juntar entretanto. Decisão semelhante coube a idêntico documento realtivo aos SMAS. Durante a discussão destes documentos sobre as Contas, Pedro Panzina faria uma crítica muito cerrada a Arnaldo Soares, principal responsável pelas contas da autarquia no período considerado e que, ao invocar a grande melhoria da situação, não deixou de levar como resposta do vereador da Coragem de Mudar a ideia de que as grandes melhorias verificadas na gestão canmarária não eram mérito da maioria do Executivo, mas sim da Oposição, quer do PS quer da Coragem de Mudar, que tinham feito as críticas e as propostas que levaram a uma nova filosofia de gestão. Segundo os números apontados pela Câmara, a situação atual desta, não sendo famosa, regista uma notória melhoria, tendo a dívida da Câmara baixado de 69,4 para 64,7 milhões de euros, e a dívida de curto prazo situando-se agora nos 23,8 milhões, abaixo portanto dos 25 milhões que antes se apontavam. As melhorias só não teriam sido mais visíveis dado um conjunto de circunstâncias que incluíam a subida do IVA, da energia, da diminuição das transferências do Estado e da realização de alguns concursos

que se destinariam, precisamente a permitir uma maior redução futura das despesas. João Paulo Baltazar mostrou-se ainda esperançado no processo de aprovação de uma linha de crédito às autarquias que estaria em fase final de negociação entre o Governo e a Associação Nacional de Municípios Portugueses. Outros assuntos da sessão Na sessão a informação veiculada pelo socialista Afonso Lobão, de que estaria iminente o encerramento da Urgência do Hospital de Valongo, com isso levando a uma pressão enorme sobre o Serviço de Urgência do Hospital de S. João, que assim iria receber mais 200 utentes diários, com grande prejuízo da qualidade do sereviço, responderia João Paulo Baltazar de que a Câmara continuaria sem qualquer informação a esse respeito, pois este era um assunto já abordado em reunião anterior. Afonso Lobão colocou também, e de novo, a questão do empenho da autarquia em criar uma marca do Pão, um dos fortes valores distintivos de Valongo – tal como as Bugiadas, reconheceu João Paulo Baltazar –, que adiantou ser intenção da Câmara realizar uma Festa do Pão e do Biscoito lá para setembro. A debate nesta sessão veio também a questão da nova organização dos agrupamentos escolares no concelho, que acabou por originar a junção da EB 2,3 de Sobrado à Escola Secundária de Valongo e da EB 2,3 D. António Ferreira Gomes à Secundária de Ermesinde. Os alunos de Campo ficam à parte, num Agrupamento próprio. A solução final, encontrada por consenso, não se fez, contudo, sem uma forte pressão da autarquia e forças vivas de Campo, que reuniram em Assembleia de Freguesia extraordinária e inundaram a DREN de e-mails de protesto, vendo-se esta obrigada a deci-

dir rapidamente a situação, deixando então Campo de fora, conforme a vontade local. A DREN fundamentou também o à partida estranho emparelhar da D. António Ferreira Gomes com na Secundária de Ermesinde e o da EB 2,3 de Sobrado com a Secundária de Valongo, de forma a não permitir que os aparentemente mais lógicos agrupamentos da EB 2,3 de S. Lourenço com a Secundária de Ermesinde, ou da EB, 2,3 de Valongo com a Secundária de Valongo, não acabassem – pelo volume das intervenções de requalificação escolar previstas para essas escolas – por se estorvar umas às outras e inviabilizar esses necessários processos. O novo mapa judicial Também a questão do novo mapa judicial, discutido na anterior sessão da Câmara, a 15 de março, motivou uma tomada de posição da autarquia, lamentando a decisão no que respeita à retirada de competências do Tribunal Judicial de Valongo, com a saída do Tribunal do Trabalho, cujas competências passam para Gondomar, e a transferência de muitas outras para Vila Nova de Gaia. A autarquia questiona o desperdício de fundos públicos patente nessa decisão, que se segue a uma muito recente inauguração de um edifício que foi construído de raiz e bem equipado para responder às necessidades que se faziam sentir, por um lado e, por outro, estranhando a transferência de competências para Gondomar, fora do normal circuito de acessibilidade dos munícipes valonguenses, adiantando o Porto como possível alternativa. Na mesma sessão, João Ruas, da Coragem de Mudar, colocou a questão da pouca substância das matérias que vinham sendo abordadas nas reuniões da Câmara. Curiosamente esta foi uma sessão com vários vereadores

pouco habituais, pois estiveram presentes, além do citado, ainda Arménio Silva e Sérgio Sousa (do PSD). Nesta sessão, no período destinado ao público, o munícipe Celestino Marques Neves quis um esclarecimento sobre a celebração de diversos contratos por ajuste direto – um contrato com a Optimus, em janeiro de 2012, sobre telemóveis de serviço, no valor de 45 mil euros, outro sobre a aquisição de serviços pós-venda em licenciamento de software, por contrato com El Corte Ingles, umm terceiro referente a contratos de compra de papel a dois fornecedores, no valor total de 70 mil euros e, finalmente, um último sobre a aquisição de 28 fotocopiadoras à Canon, no valor de 53 mil euros. Todas estas questões ficaram sem resposta, com base no regimento da Câmara que só obriga a autarquia a dar resposta na reunião a um munícipe se

este apresentar as suas questões com alguns dias de antecedência, o que não era o caso. Na sessão posterior, a de ontem, 29 de março, continuaram ainda, todavia, sem resposta. Radiações magnéticas Na reunião anterior – a de 8 de março – Dia Internacional da Mulher – a grande questão foi , para além precisamente das alterações ao próprio regimento da Câmara, a atenção dada à questão das radiações sobre a população, decorrentes da alteração da linha de muito alta tensão que atravessa o concelho entre Vermoim e Alfena – e que verá a sua tensão aumentada de 220 para 400 KVA –, e ainda devido ao novo protocolo entre a Câmara e o Instituto de Telecomunicações para pôr em funcionamento no concelho o Projeto Monit (Monitorização de Radiação Eletromagnética em

Comunicações Móveis), visando «promover uma sessão de esclarecimento sobre os efeitos das radições eletromagnéticas das referidas comunicações, e realizar medições de radiação em pontos estratégicos, monitorização essa que terá duas vertentes distintas – monitorização contínua e monitorização localizada, em locais a escolher, de acordo com a Câmara». Reorganização autárquica Relembre-se, finalmente as questões abordadas na sessão de 1 de março, cujo ponto mais em destaque foi a discussão da proposta de lei 44/12, de reforma da administração local, que obrigaria à redução do número de freguesias do concelho de Valongo, o que é inaceitável para a autarquia – de uma forma unânime – e mesmo inviável, se se cumprissem à risca todos os critérios invocados.

Curiosidade: presença pouco habitual na reunião da Câmara, a sessão do dia 15 registou a presença simultânea de João Ruas (da Coragem de Mudar) e Arménio Silva e Sérgio Sousa (do PSD).


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A Voz de Ermesinde • 30 de março de 2012

Destaque

• ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE VALONGO •

Assim se configura o concelho... A Assembleia Municipal do passado dia 28 de fevereiro, debateu duas questões que tinham que ver com a configuração da organização e do território das freguesias do concelho de Valongo. Discutiam-se a reforma da administração local, tal como sugerida pelo Conselho de Ministros (proposta de lei 44/12), e a questão dos limites geográficos da freguesia de Alfena, que terá sido, há cerca de uma década, prejudicada por uma errada definição de limites consagrada na Carta Administrativa Oficial de Portugal. LC

Foi um pequeno período de intervenções do público, ou pedidos de esclarecimento, para sermos mais exatos, que deu início à Assembleia Municipal de Valongo, no passado dia 28. Antes disso ainda, o anfitrião Alfredo Sousa, presidente da Junta de Freguesia local, fez a habitual saudação aos deputados municipais destas assembleias descentralizadas. Celestino Marques denunciou a abertura do Hospital Privado de Alfena carecido de várias licenças para operar, exigindo que o grupo Trofa Saúde cumprisse a lei e abordou também a questão dos limites de Alfena apelando que a magistratura de influência da Câmara Municipal pudesse sensibilizar as freguesias do concelho pelo respeito para com a verdade histórica e documental. Por fim, Pedro Monteiro abordou a situação de degradação e mesmo vandalização de alguns edifícios do bairro do Mirante de Sonhos em Ermesinde. Em resposta, a Câmara, através de João Paulo Baltazar, reconheceu a situação no Mirante de Sonhos, garantindo que ia pedir à PSP uma maior vigilância, adiantou o prazo máximo de um mês para que todas as questões legais estivessem resolvidas com o Hospital Privado de Alfena e informou que a Câmara tinha disponibilizado a cartografia em seu poder e mesmo os seus técnicos, para que a situação de Alfena pudesse ser melhor apreciada pelos autarcas das várias freguesias do concelho. Passou-se depois ao período de intervenções antes da Ordem do Dia, tendo usado da palavra Conceição Silva, do PSD, que sendo de Campo, deu as boas vindas aos deputados municipais e apontou uma série de objetivos, já alcançados – como a reparação da Ponte Ferreira, por que se regozijou –, ou a alcançar, como a promoção da Zona Industrial de Campo (ZIC), o Cen-

tro de Saúde (não basta o edifício, era preciso fixar os médicos), a nova centralidade, junto à Igreja Matriz de Campo, o acesso rodoviário à Azenha, a requalificação de troços das estradas nacionais. Regozijou-se também, e por fim, com a entrega da antiga escola primária da Gestosa à Banda Musical de S. Martinho. Rogério Palhau, por sua vez, fez um violento ataque à Câmara Municipal de Valongo (CMV), em relação à qual considerou haver um sentimento de cansaço por parte da Junta de Freguesia de Alfena. Denunciou, entre outras coisas, a não cedência de um espaço para um projeto social da Junta, o mesmo para um projeto de local onde guardar o espólio do brinquedo de Alfena, a falta de resposta à pretensão da Junta de gerir o Centro Cultural de Alfena, até pela proximidade, a requalificação do viaduto da A41 (sem resposta), a necessidade de aclaramento da situação do terreno destinado ao Centro de Saúde de Alfena, e o surgimento de um terreno para instalação futura da sede da Junta de Freguesia local. Repetindo a ideia do sentimento de cansaço por tanta falta de resposta, Palhau terminou, contudo, por dizer que pensava que a CMV também tinha interesse em que as coisas mudassem. Intervieram ainda Alexandre Teixeira, CDS (que saudou a Assembleia descentralizada), Eliseu Lopes, BE, que apresentou uma moção para a aprovação de um programa que garantisse o pequeno almoço nas escolas do concelho a todos os alunos e ao longo de todo o ano, Adriano Ribeiro, CDU, que se regozijou pela afluência de gente à Assembleia, reivindicando para si parte deste êxito, pois teria andado de porta em porta a convocá-la. Regozijou-se também pelas obras na Ponte Ferreira, dando os parabéns à CMV, apresentou uma situação de degradação de edifícios na zona do Calvário,

elogiou a intervenção de Arnaldo Soares em Assembleia anterior, que permitiu a posterior entrega da escola abandonada à Banda Musical de S. Martinho, e deu ironicamente os parabéns ao PS e PSD por terem feito uma inversão de sentido nesta matéria. Finalmente anunciou que a CDU iria apresentar uma recomendação sobre Alfena. Intervieram ainda Raquel Santos, PS, sobre a poluição no rio Ferreira, Alfredo Sousa, da autarquia local, socialista (que agradeceu a Arnaldo Soares a intervenção na requalificação da Ponte Ferreira) e rejeitou que o PS tivesse feito uma inversão de sentido no caso da Banda Musical de S. Martinho – o que mais tarde foi ainda sublinhado por José Manuel Ribeiro, com recurso à ata dessa reunião –, e, finalmente, José Manuel Pereira, Coragem de Mudar, que apresentou uma recomendação pela sinalização, delimitação e guarda das jazidas fossilíferas recentemente descobertas em Ermesinde e anunciadas em primeira mão pelo nosso jornal. Discussão da proposta de reorganização administrativa Unanimidade quase total foi o que se verificou quanto à discussão da Proposta de lei 44/12. Alfredo Sousa manifestou-se contra o centralismo e a falta de sentido em diminuir o número de freguesias – a proposta obrigaria o município de Valongo a ficar reduzido a apenas três. Defendeu por isso uma proposta de moção do PS, em defesa da proximidade, razoabilidade, equilíbrio e respeito pela realidade. Em caso de impossibilidade de aplicar a nova lei, caso fosse aprovada, o PS defendia que deviam manter-se as coisas como estão. José Manuel Ribeiro reforçou estas ideias, questionando: porquê as percentagens apontadas e não outras?, o que é que o fundamenta? Alexandre Teixeira, por sua vez, defendeu que sendo a proposta de reorganização imposta pela troika, e aceite pelas principais forças partidárias, Valongo não devia deixar que as decisões finais fossem tomadas em Lisboa, aparentando querer com isto dizer que o concelho deveria apresentar a sua própria proposta de reorganização em três freguesias, caso a manutenção da situação atual entretanto não fosse aceite. Adriano Ribeiro, mais crítico acerca da situação, apontou que esta proposta de lei era uma chantagem sobre as freguesias, e que eram incompreensíveis os critérios adotados. Eliseu Lopes apontou que a proposta nem sequer era consensual entre os partidos do Go-

verno, opondo-se também frontalmente à proposta de lei. Foi depois a vez de se escutar a própria oposição dos presidentes de Junta, primeiro Luís Ramalho, que colocou a questão das competências e financiamento destas autarquias, e se mostrou confiante de que a lei não passaria. Apelou para a participação de todos os presidentes de Junta na reunião da ANAFRE do próximo dia 10 de março e terminou afirmando que as freguesias são «o organismo que melhor gere a coisa pública». Depois, Rogério Palhau, que considerou que a proposta de lei não tinha pés nem cabeça. Defendeu que em todas as coisas não pode haver regra sem exceção (neste caso a situação particular do concelho de Valongo, por exemplo). José Manuel Ribeiro, por sua vez avisou que não havia nenhum cenário no concelho que permitisse cumprir a proposta de lei, mas que, no final, não se devia deixar ninguém de fora do concelho decidir sobre este. «Pouco clara», foi a qualificação de Albino Poças (PSD) sobre a proposta de lei. Carlos Mota esboçou também que a freguesia de Sobrado gostaria de continuar sozinha em vez de se juntar a esta ou aquela freguesia. Passando-se às votações com várias propostas não antagónicas sobre o assunto, depois de afastada a hipótese de as fundir numa única, verificou-se a aprovação de todas, a do BE com 15 votos a favor, 2 abstenções (CDS) e 10 votos contra (PSD), a da CDU, exatamente com as mesmas votações, e a do PS, por unanimidade dos 27 deputados municipais então presentes (houve cinco faltas, o que motivou o aviso no final da sessão do secretário da mesa para eventuais sanções). Os limites controversos (ou não) de Alfena Para alguns esta é uma discussão que já poderá vir tarde, mas a questão da errada definição

dos limites de Alfena, prejudicando esta freguesia em detrimento de Sobrado e Valongo, ocorrida há cerca de uma dezena de anos, está em cima da mesa. Sobre o assunto Adriano Ribeiro, da CDU, apresentou uma proposta de recomendação em que se reconhece terem sido desrespeitados na Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP) os limites históricos da freguesia de Alfena e assim, dispõe que compete à CMV o papel de mediadora, promovendo reuniões entre as freguesias cujos limites atuais colidam com os referidos limites históricos (e documentados) de Alfena. José Manuel Pereira, invocando o trabalho feito pela associação cultural Al Henna, que fez o levantamento da questão em sessão pública com a presença de vários autarcas, e demonstrou por A mais B os direitos da freguesia de Alfena, considerou este «um excelente trabalho da sociedade civil». Na muito aguardada intervenção de Rogério Palhau, líder da autarquia alfenense, o presidente de Junta lançou que estava curioso para ver a posição de todos e de cada um quanto a este assunto, e que a discussão desta matéria era «um grito de revolta da freguesia de Alfena», sendo um problema que se arrasta há muito tempo sem solução. Menorizando o trabalho feito pela associação cultural referida apontou que «o trabalho da Al Henna foi excelente, mas a questão não foi despoletada por essa sessão». Rejeitou também que a questão atual pudesse ter sido despoletada com as questões derivadas da discussão sobre a controversa zona industrial e apontou que a maneira mais fácil de resolver o assunto era chegar-se a um acordo. Nesse sentido apelou aos partidos para que fizessem o seu trabalho [recorde-se que Sobrado tem maioria PSD e Valongo maioria PS], reconhecendo que, no passado, houve descuido da Câmara e Assembleia Municipal e das freguesias.

URSULA ZANGGER

E terminou afirmando que só pretendia que se fizesse justiça, pois os limites atuais, se são legais de um ponto de vista formal não o serão do ponto de vista do Direito. Representando o presidente da Junta de Freguesia de Valongo (outra intervenção muito aguardada), Ivo Vale Neves garantiu que o PS sempre tinha contribuído para o bom ambiente de relacionamento no concelho e, nesse sentido anunciou que o PS votaria favoravelmente a proposta de recomendação, no sentido de chegar à verdade, reafirmando todavia que, «neste momento o que rege os limites das freguesias é a CAOP, tendo estes limites sido traçados pelos técnicos da CAOP mais os presidentes de Junta. Rosa Maria Rocha (PSD) pretendeu saber o que a Câmara já tinha feito a propósito deste assunto, defendendo que as freguesias se deveriam entender. Eliseu Lopes, do BE, subscreveu a intervenção de Rosa Maria Rocha e anunciou o voto favorável à recomendação da CDU. E finalmente, na terceira das intervenções sobre as quais recaía uma maior curiosidade, Carlos Mota, presidente da Junta de Freguesia de Sobrado, defendeu que a culpa da presente situação não seria da CMV mas das freguesias. E insistiu na ideia, de que tinham que ser os partidos, em última instância, a resolver a situação. João Paulo Baltazar, em esclarecimento final da Câmara, referiu que a questão tinha sido apresentada em reunião preparatória do PDM, que se tinham promovido reuniões com os presidentes de Junta da altura e depois com os atuais presidentes de Junta, que se tinha confirmado que os limites do PDM de 1995 diferiam dos depois consignados na CAOP, que se tinha ido ao local ver os muros e marcos de delimitação, que a CMV tinha disponibilizado os seus técnicos, em suma que a CMV tinha feito tudo o que estava ao seu alcance e continuava disponível para o esclarecimento da situação.

Informação mais completa em: http://www.avozdeermesinde.com/ noticia.asp?idEdicao=235&id=7726&idSeccao=2498&Action=noticia


30 de março de 2012

• A Voz de Ermesinde

Destaque

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• NOTÍCIAS DO CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE •

Contas de exercício positivas pelo segundo ano consecutivo

FOTOS URSULA ZANGGER

LC

Pelo segundo ano consecutivo, a Direção do Centro Social de Ermesinde apresentou aos sócios um resultado de exercício positivo. Se o ano passdo o resultado foi de 78 632,19 euros, este ano foi ainda melhor, apresentando as Contas um resultado final positivo de 115 485,57 euros. Concentrando-se este ano o Relatório geral mais na área da Gestão e menos nas Atividades, foram estas apresentadas de uma forma mais diretamente ligada ao trabalho das várias valências do Centro Social, apresentadas de uma forma estruturada, e segundo uma esquematização prévia, numa tentativa de tornar o documento ainda mais objetivo. Quanto às Contas propriamente ditas o Relatório aprovado salienta ainda a redução das dívidas a fornecedores, agora de 55 mil euros, sendo firme o compromisso de as resolver – «nós entendemos que as dívidas são mesmo para pagar» – comentou o presidente do Centro Social de Ermesinde, numa referência bem humorada a uma recente declaração que terá proferido um nosso ex-governante. O Relatório de Gestão refere depois os mais significativos resultados da IPSS analisados à lupa, na ótica particular das suas valências uma a uma. E entre entre resultados é salientado o bom resultado de conjunto das respostas sociais dirigidas à infância – Creche, Creche Familiar e Jardim de Infãncia – com um resultado positivo de 138 mil euros. Já quanto ao ATL registou-se um défice de 24 mil euros, natural numa área que sofreu com a diminuição das comparticipações da Segurança Social e, sobretudo, com a «concorrência des-

Reuniu ontem, dia 29 de março, em Assembleia Geral de associados, o Centro Social de Ermesinde, para apreciar, em sessão ordinária, o Relatório de Atividades e Contas relativo ao ano de 2011. Com uma fraca afluência de participantes já habitual, a Assembleia acabou por aprovar, por unanimidade, os documentos apresentados pela Direção, que revelam um resultado positivo de exercício superior a 115 mil euros, sendo ainda cumprido um voto de louvor, pontuado com uma salva de palmas pelo desempenho da Direção e funcionários, proposto pelo presidente do Conselho Fiscal. leal» por parte do Estado, como sublinhou o presidente da Direção. As respostas sociais da terceira idade – Apoio Domiciliário e Lar – registaram, por sua vez, um resultado positivo de 101 mil euros. A área da formação profissional e emprego – Centro de Formação, GIP e Empresa de Inserção – apresentaram um resultado negativo de 32 mil euros, mas que em parte são explicados por uma compensação à caducidade de um contrato, e a uma alteração de regras contabilística. O jornal “A Voz de Ermesinde”, por sua vez, contabilizou perdas de 54 mil euros, sendo que no capítulo da despesa, a reduziu entre 2010 e 2011 de 84 mil para 67 mil euros. Tendência de redução que deverá acentuar-se no próximo exercício com a passagem do jornal a mensal, na edição em papel. Seria agora a vez de

se atuar sobre a receita, no sentido de equilibrar as contas do jornal. O Relatório salienta ainda a realização de obras de conservação e beneficiação do edificado da IPSS sem recurso a meios financeiros, mas resultado da solidariedade e empenhamento de dirigentes, trabalhadores e fornecedores. O presidente da Direção terminou agradecendo aos trabalhadores, já sem atualizações salariais há três anos, o seu grande esforço e empenho. Quase pequenos fait divers da sessão foram a cooptação por anuição voluntária de uma associada – Fátima Costa, para preencher o lugar vago e secretariar na sessão a Mesa da Assembleia Geral, e o reparo do presidente desta, José Maria Ferreira dos Santos, para que se corrigisse a apresentação do seu nome, de forma a que não se pudesse vir a confundir com o do

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A Voz de Ermesinde • 30 de março de 2012

Educação

FOTOS ANA MARTA FERREIRA

A ESCOLA SECUNDÁRIA DE ERMESINDE ABRE AS SUAS PORTAS À COMUNIDADE E APRESENTA AS SUAS ATIVIDADES

Dias da ESE

Os "Dias da ESE" são já uma tradição na Secundária de Ermesinde. Chegaram a ter a duração de cinco dias e o nome de "Semana Aberta", mas desde 2011 que têm apenas a duração de dois dias. Ocorrem sempre nos últimos dias do 2º período de cada ano letivo. Este ano os Dias da ESE tiveram lugar nos passados dias 22 e 23 de março, quinta e sexta feira, respetivamente.

ANA MARTA FERREIRA

O conceito é simples: várias atividades têm lugar por toda a escola, organizadas quer por professores, quer por alunos, quer por encarregados de educação. Qualquer pessoa pode entrar na Escola e participar/assistir às atividades, mesmo que não esteja relacionado com a escola de forma alguma. No dia 22, o grupo Certezas (grupo de alunas de várias turmas de 10º Ano que declamam poemas

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pelas salas de aula) fez uma homenagem ao Nobel da Paz 2010 Liu Xiaobo, lendo poemas da autoria do mesmo em algumas salas e na biblioteca, onde fizeram a abertura de uma palestra acerca das diferenças entre as diferentes orientações sexuais. Às 16h00 atuou, no polivalente, uma banda rock. Decorreram na biblioteca, ainda na quinta feira, atividades musicais e de declamação de poesia relacionadas com a disciplina de Inglês. Na sexta feira, dia 23, a atividade principal foi a visita da equipa sénior de andebol do FC Porto Vitalis, que visitou a escola, assistiu a um jogo do torneio de andebol - que também ocorreu durante esse

dia - apresentou-se e respondeu a perguntas para este jornal e para o jornal da ESE online. De seguida, sempre seguidos por uma multidão de alunos, os jogadores iniciaram uma sessão de autógrafos que durou até ao meio dia, aproximadamente. Abandonaram a Escola Secundaria de Ermesinde a essa hora. Continuou a decorrer o torneio de andebol, tal como uma venda de alimentos e bebidas a um preço simbólico por alunos e encarregados de educação, com o objetivo de angariar fundos para a compra de material para a escola. Decorrem nestes dias as reuniões de avaliação de todas as turmas da escola, estando os alunos a disfrutar das férias da Páscoa.


30 de março de 2012

• A Voz de Ermesinde

Local

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Acudam que há fogo! JOÃO DIAS CARRILHO (texto e fotos)

Há tempos os nossos valorosos bombeiros depararam-se com falta de pressão da água num fogo em Alfena. Então resolvi dar uma vista de olhos às moribundas bocas de incêndio aqui no burgo. E fiquei chocado com o que encontrei apenas num alinhavo desde a Travagem até à Rua da Fonte: para além de várias com aspeto desleixado e inoperacional, outras foram simplesmente emparedadas, isto num pequeno perímetro. E se houver um incêndio grave? Já para não falar em sítios em que, por motivo de mau estacionamento, se torna mais fácil passar um elefante no buraco de agulha, que ali um carro de socorro! Na foto estas e outras bocas de incêndio de Ermesinde: Rua da Fonte, Largo da Feira Velha, Rua Infante D. Henrique (1 e 2), Rua N.ª Sra. de Fátima, R. S. Silvestre e Rua do Passal (1 e 2).

Operações da PSP no concelho de Valongo Diversas operações policiais tendo como objetivo a fiscalização e prevenção criminal em estabelecimentos, assim como a fiscalização rodoviária, foram desencadeadas no período compreendido entre as 18h00 do dia 16 de março e as 08h00 do dia 18, pelo dispositivo da Polícia de Segurança Pública do Comando Metropolitano do Porto, nas área dos concelhos de Valongo e Porto. Das operações desenvolvidas, através do efetivo da 1ª Divisão Policial, Divisão de Trânsito e Divisão da Maia, nas áreas das cidades do

Porto e de Valongo respetivamente, resultaram a detenção de 46 indivíduos, sendo 41 por condução sob o efeito de álcool, dois por falta de habilitação legal para a prática de condução de veículos automóveis, um por permanência ilegal em território nacional, um por desobediência e um por tráfico de estupefacientes. Foram também identificados 855 condutores e respetivas viaturas, dos quais 514 foram submetidos ao teste de álcool no sangue e identificados ainda 52 indivíduos no âmbito da fiscalização em estabelecimentos.

CONDURIL -

Foram instruídos vários autos de notícia por contra-ordenação referentes a 80 infrações verificadas em desrespeito ao Código da Estrada e demais legislação rodoviária, e ainda oito por infrações verificadas no âmbito da fiscalização em estabelecimentos de diversão noturna. Foram apreendidas várias quantidades de haxixe e cocaína suficientes para cerca de 94 e 13 doses individuais respetivamente e três máquinas de jogo de fortuna e azar.

CONSTRUTORA DURIENSE, S.A.


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A Voz de Ermesinde • 30 de março de 2012

Local FOTOS MANUEL VALDREZ

Pobreza trouxe deputados do PCP ao Centro Social de Ermesinde MIGUEL BARROS

Uma comitiva do Partido Comunista Português (PCP) liderada pelos deputados da Assembleia da República eleitos pelo Círculo do Distrito do Porto – Honório Novo e Jorge Machado – esteve no final da manhã do passado 13 de março no Centro Social de Ermesinde (CSE). Integrada na iniciativa

“Mandato Aberto” que os comunistas promovem semanalmente junto de instituições/entidades de todo o distrito, com a intenção de fomentar o debate sobre as mais variadas questões, esta visita teve como pano de fundo a temática da pobreza. Sendo o CSE um dos principais e mais reconhecidos agentes no que concerne ao apoio aos mais desfavorecidos, e

como tal um profundo conhecedor dos indíces de pobreza da nossa freguesia, bem como do restante concelho de Valongo, os deputados comunistas procuraram aprofundar junto desta instituição os seus conhecimentos acerca da realidade desta temática no seio da nossa comunidade. A recebê-los esteve o presidente do CSE, Henrique Queirós Rodrigues,

que se fez acompanhar dos diretores Alcina Meireles e Tavares Queijo, que numa reunião à porta fechada, longe dos olhares da comunicação social, procuraram então inteirar a comitiva comunista acerca dos contornos de uma temática que emerge a um ritmo alucinante, e consequentemente preocupante, no nosso país. À saída da reunião Jorge

Machado deu precisamente conta disso ao nosso jornal, do aumento da pobreza em Portugal, uma realidade cuja responsabilidade advém, para o deputado comunista, das políticas que vêm sendo levadas a cabo pelo Estado português, «políticas essas que agravam as condições sociais das populações, as quais são desta forma “obrigadas” a pedir auxílio a institui-

ções como o CSE, que por sua vez não são apoiadas pelo Estado. Ou seja, numa altura em que têm mais trabalho, em virtude do aumento dos pedidos de ajuda por parte das pessoas, estas instituições veem o Estado cortar-lhes os apoios/comparticipações!», analisou, e criticou, o deputado do PCP à saída da referida reunião com os elementos da Direção do CSE

Visita da CDU ao Bairro 1º de Maio

CLDS terminou vigência no concelho

Dia da Mulher comemorado no cabeleireiro

No sentido de denunciar as carências de oferta de habitação social no concelho de Valongo e vários problemas existentes do Bairro 1º de Maio, a CDU – Coligação Democrática Unitária, realizou uma visita pública, no passado domingo, dia 25 de março, pelas 10h30, ao Bairro 1º de maio, em Campo. Entre outros eleitos e ativistas da CDU, na visita participaram Manuel Santos, membro do Executivo da Junta de Freguesia de Campo, e Adriano Ribeiro, membro da Assembleia Municipal de Valongo.

O CLDS – Contrato Local de Desenvolvimento Social – Projeto InterV@L, Plano de Intervenção em Valongo, Coordenado e Executado pela ADICE – Associação para o Desenvolvimento Integrado da Cidade de Ermesinde, terminou o seu período de vigência no dia 29 de março de 2012. Os responsáveis por este projeto pedem que qualquer assunto relacionado com a sua intervenção no concelho seja endereçado à ADICE para o contacto telefónico 224219570. E agradecem a quem colaborou com o Projeto.

Vinte e quatro salões de cabeleireiros da cidade associaram-se à Junta de Freguesia de Ermesinde para, segundo esta, «proporcionar um “mimo” a todas as mulheres da cidade de Ermesinde». Segundo a autarquia, «no seu dia a dia as mulheres assumem-se como mães, avós, cuidadoras, profissionais… restando pouco tempo para cuidarem de si». Assim, no dia 8 de março, por um preço especial, comum a todos os aderentes (por exemplo brushing por cinco euros), as mulheres de Ermesinde puderam lavar, secar e ainda receber um tratamento “surpresa”.

CAMILO

MOREIRA

Não se esqueça de pôr em dia R u a da Várzea, • A lassinatura f e n a • 4 4 4 5 -227 E R M E S I N D E a 377 sua Telef.s 22 968 7368 / 22 968 0681 • Fax 22 968 0681 de “A Voz de Ermesinde”. • Banho privativo

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30 de março de 2012

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Desporto

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Suplemento de "A Voz de Ermesinde" N.º 891 • 30 de março de 2012 • Coordenação: Miguel Barros

Centro de Atletismo de Ermesinde Difícil presente presente não não faz faz Difícil esmorecer aa esperança esperança num num futuro futuro esmorecer melhor condizente condizente com com melhor o seu seu glorioso glorioso passado passado o

ENTREVISTA

FOTO MANUEL VALDREZ


A Voz de Ermesinde • 30 de março de 2012

Desporto

II

BILHAR

1ª fase da Superliga Bilharsinde entra na etapa das grandes decisões MIGUEL BARROS

Principiada em finais de fevereiro a segunda volta da 1ª fase da Superliga Bilharsinde (SB) conheceu neste mês de março capítulos emocionantes, surpreendentes e... decisivos em relação ao cenário daquilo o que irão ser as fases finais da 1ª, 2ª e 3ª divisões do certame de pool português. E na Série A a maior surpresa é mesmo o Salão Europa, equipa ermesindense que entrou para esta segunda volta com um currículo 100 por cento vitorioso que lhe conferia um confortável 1º lugar. Pois bem, na etapa final da SB tudo mudou. Em 5 jogos disputados os bilharistas do Europa perderam 3 e empataram 2 (!), dececionante registo que os atirou para o 2º lugar, sendo ultrapassados pelo C.S. Trofa/GMLUX “A”, conjunto este que aliás já se sagrou matematicamente campeão de série (contabiliza 28 pontos), depois de na jornada número 12 – ocorrida no passado dia 26 – ter vencido curiosamente o Salão Europa por 9-7. Quem tem aproveitado o mau percurso do Europa é o Café Santo António “B”, que com três vitórias consecutivas nas últimas três jornadas ainda espreita o 2º lugar – o último que dá acesso à fase final da 1ª Divisão –, somando a duas jornadas do fim desta 1ª fase 20 pontos contra os 23 do Salão Europa. Depois de uma boa – e surpreendente – entrada nesta segunda volta a Casa Vieira parece perder algum gás neste sprint final do certame. Chegando a sonhar com a presença na 1ª Divisão, a equipa ocupa agora o 5º lugar (com 16 pontos) tentando assim segurar o bilhete de acesso à 2ª Divisão, sob o olhar ameaçador do 6º classificado, o Café Quinta Amarela, que 13 pontos. Com uma ténue esperança em garantir a qualificação para a 3ª Divisão está ainda o Paraíso da Cidade “B”, que se encontra instalado no 7º posto, com 10 pontos, e que para continuar na SB se vê forçado a vencer não só os dois jogos que faltam cumprir mas também esperar por outras tantas escorregadelas do Quinta Amarela. Matematicamente afastado da 2ª fase da SB está já o Abba-Frutypazer, último classificado com 7 pontos. Na Série B o 1º lugar ficou definido nesta última jornada, tendo como ocupante a equipa mais forte da chave – e das

FOTO VOXX CAFFÉ

mais fortes de toda a SB –, o Paparugui. Quem está muito perto de acompanhar o recente campeão de série rumo à 1ª Divisão é precisamente o vencedor deste escalão da temporada passada, o Café Sport, que com os seus atuais 25 pontos precisa apenas de um empate nas rondas que faltam para assegurar matematicamente a viceliderança, sendo que por esta altura a ténue ameaça para os do Sport vem do 3º classificado, o C.S. Trofa/GMLUX “B”, que soma 21 pontos. Recuperação assinalável tem tido nesta segunda volta o Mony I (na imagem), conjunto que em 5 jogos somou 2 vitórias e 3 empates, performance que o catapultou até ao 6º lugar, em posição de acesso à 3ª Divisão. Por esta altura os bilharistas do Mony I somam 15 pontos, seguidos de muito perto pelo Centro Social e Paroquial de Alfena/Rúben, com 13 pontos, ao passo que há muito já afastado da 2ª fase da SB está o Sangemil, o “lanterna vermelha” da série, sendo neste momento uma das duas equipas de toda a competição – a outra é o Centro Social e Paroquial de Alfena/Guedes, na Série H – que ainda não somou qualquer ponto! Na Série C o 1º lugar foi – na 12ª jornada – matematicamente entregue à Academia Pedro Fonseca, sendo que a expetativa reside agora em saber quem fica com o 2º posto, Salão Filipe “A” ou Pólo Norte/Café Bilhar. Curiosamente estas duas equipas defrontaram-se na última jornada, um duelo onde foi mais feliz o Pólo Norte (venceu por 12-4 em casa do adversário) encurtando desta forma para 3 o número de pontos que os separam dos bilharistas do Salão Filipe. Cá para baixo destaque para a recuperação do 6º lugar por parte do G.D. S. Sebastião, que ao vencer o já eliminado Coffee Break por 12-4 trocou de posição com o Voxx Club Bilhar/Voxx, somando agora 11 pontos contra os 9 dos bilharistas do Voxx Caffé, sendo que na derradeira jornada da SB – agendada para 9 de abril – há um emocionante e decisivo G.D. S. Sebastião – Voxx Club Bilhar/Voxx. Na Série D este foi um mês de definições. New Academy (1º) e Salão Taco a Taco (2º) já asseguraram o passaporte para a 1ª Divisão, sendo que a única curiosidade nas duas rondas que faltam reside em saber se o Café Laser (7º) conseguirá ou não garantir a última vaga de acesso à 3ª Divisão.

Na Série E a luta pelo acesso à 1ª Divisão está ao rubro. Neste momento existem 3 candidatos para 2 lugares, mais precisamente a Academia Beira Alta (1º) , o Senhor do Padrão (2º) , e o Gondivai (3º), sendo que a diferença que separa os líderes do 3º colocado é de apenas 3 pontos. Afastados da próxima fase da SB estão já Sangemil Académico (7º) e Voxx Club Bilhar/Café (8º). Dúvidas em relação a quem segue para a 1ª Divisão existem também na Série F, onde U.D.C.R. Bela (2º), Café S. Brás “B” (3º), e Clube Bilhar Piri-Piri (4º) acalentam esperanças em acompanhar o líder – e já qualificado para o escalão maior da SB – Academia Pedro Grilo. Na Série G a dúvida maior reside no facto de saber quem fica com o 1º lugar, ou Salão Plaza, ou D. Pedro “A”, duas equipas que somam por agora 28 pontos e já se encontram matematicamente qualificadas para a 1ª Divisão. Igual cenário existe na Série H, onde o 1º lugar está a ser disputado taco a taco entre o atual líder, Paparugui “B” (que soma 29 pontos), o 2º colocado, o Café Novo Espaço (contabiliza 27 pontos). Nota: Todos os resultados e classificações desta competição podem ser consultados na nossa edição online em Resultados Desportivos.

HÓQUEI SUBAQUÁTICO

Festa da Taça de Portugal fez-se em Ermesinde MB

Ermesinde foi o palco da festa da Taça de Portugal de hóquei subaquático referente à temporada de 2012, cuja fase final decorreu na Piscina do CPN a 17 e 18 de março passados. Apesar de ter sido escolhida um pouco em cima da hora, face ao impedimento da Piscina Municipal de Abrantes – o local inicialmente apontado pela Federação Portuguesa de Atividades Subaquáticas para receber a prova –, a nossa cidade mostrou estar à altura para albergar um certame alusivo a uma modalidade cujo entusiasmo em seu redor cresce de competição para competição um pouco por todo o País. A responsabilidade era por isso grande, mas como já dissemos, Ermesinde superou a prova, ou não fosse também ela uma localidade que tem dado uma atenção muito especial a esta novidade – pelo menos em Portugal – chamada hóquei subaquático. E assim tem sido devido à ação do Clube Zupper, jovem emblema ermesindense que, tal como a modalidade, apresenta sinais evidentes de crescimento, e um bom exemplo disso foi o desempenho dos “zuppers” nesta fase final da taça, culminado com um brilhante 5º lugar final, a melhor classificação obtida pelo clube em provas de âmbito nacional ao longo do seu curto ano e meio de vida. Clube Zupper que se fez representar nesta fase final com três equipas (!), mais um feito inédito desta jovem coletividade. No que toca à competição propriamente dita a abertura deu-se com um duelo entre os combinados “A” e “B” dos “zuppers”, com o resultado final a ser favorável aos primeiros por 1-0. Equipa principal dos anfitriões que até final desta 1ª fase alcançou mais três vitórias (ante o Gaia Sub, por 2-0, o N.C.S.B.R. Coimbra, por 1-0, e os “zuppers” “C” por 4-0), um sensacional empate a zelo golos ante os atuais campeões nacionais Clube de Natação da Amadora “A”, e quatro derrotas, desempenho este que em termos classificativos conferiu à principal equipa

Zupper um 6º lugar, com 13 pontos somados. Em 8º ficou o Clube Zupper “B”, com 4 pontos, fruto de uma vitória (3-1) ante os “companheiros” do Zupper “C”, e um empate a zero diante do Gaia Sub. A encerrar a tabela desta fase inicial ficaram então os estreantes “zuppers” “C”, com zero pontos. Domingo foi dia de decisões. No jogo de apuramento para o 9º e o 10º lugar o Gaia Sub bateu o Clube Zupper “C” por seis golos sem resposta, ao passo que na disputa das 7ª e 8ª posições o N.C.S.B.R Coimbra derrotou os “zuppers” “B” por 8-0. A surpresa do dia, diríamos mesmo a grande surpresa desta fase final, aconteceu no jogo de atribuição dos 5º e 6º lugares, onde o Clube Zupper “A” derrotou a equipa principal do Clube Natação da Amadora (CNA) por 3-1. A encerrar o pódio ficou o CNA “C”, depois de um triunfo sobre o Aquacarca “B” por 3-1. Quanto à Taça de Portugal essa ficou na posse do conjunto principal do Aquacarca (de Carcavelos), os grande vencedores do certame após uma vitória – após prolongamento – sobre o CNA “B” por 1-0. No final o nosso jornal trocou umas breves palavras com o presidente/jogador do Clube Zupper, Nuno Ribeiro, que se mostrou extremamente satisfeito pela forma como tudo havia decorrido, principalmente pelo «magnífico 5º lugar alcançado pela nossa equipa principal, uma classificação que para nós teve um sabor muito especial, pois foi como se tivéssemos sido campeões!», sublinharia ainda antes de agradecer à Câmara de Valongo e à Junta de Freguesia de Ermesinde pelas simbólicas lembranças – e pelo pequeno lanche dado a todos os atletas presentes – oferecidas aos participantes. Nuno Ribeiro agradeceu ainda às pessoas – e foram muitas – que se deslocaram ao longo dos dois dias de competição à piscina do CPN, as quais «criaram um ambiente espetacular em redor dos jogos, mostrando que Ermesinde tem mais do que condições para no futuro próximo continuar a receber os grandes eventos do hóquei subaquático nacional», concluiria.

Suplemento de “A Voz de Ermesinde” (este suplemento não pode ser comercializado separadamente). Coordenação: Miguel Barros; Fotografia: Manuel Valdrez. Colaboradores: Agostinho Pinto, João Queirós e Luís Dias.


30 de março de 2012

• A Voz de Ermesinde

Desporto

III

ENTREVISTA COM O CENTRO DE ATLETISMO DE ERMESINDE

Apesar de fragilizado o Centro de Atletismo de Ermesinde recusa-se a atirar a toalha ao chão FOTOS MANUEL VALDREZ

Com 30 anos de existência completados recentemente, o Centro de Atletismo de Ermesinde (CAE) é, nos dias de hoje, uma sombra do dinâmico e popular emblema que foi num passado não muito distante. Os infortúnios da vida fizeram esta coletividade perder o fulgor e protagonismo de outros tempos, cenários longínquos que hoje não são mais do que meras e saudosas recordações que ajudaram a escrever a história de uma das mais tituladas instituições desportivas ermesindenses. Apesar de ferido o clube está vivo, muito graças à dedicação de um grupo de homens cujo amor pelo desporto e sobretudo por este emblema impede que a porta se feche para sempre. Repetem vezes sem conta que enquanto ali estiverem o CAE jamais irá morrer, ao mesmo tempo que alimentam a esperança de que melhores dias virão. “A Voz de Ermesinde” esteve à conversa com eles neste mês de março. MIGUEL BARROS

Os olhos arregalam-se quando entramos na sede do CAE, situada no Complexo Desportivo dos Montes da Costa, a zona que em janeiro de 1982 serviu de berço a esta coletividade local. Cerca de três centenas de troféus reluzem nas vitrinas que decoram as paredes da sala onde estivemos à conversa com quatro dos sete elementos que compõem a Comissão Administrativa (CA) que por esta altura vai tomando as rédeas do clube. António Barbosa, José Rocha, Joaquim Fernandes e Adão Silva recebem-nos com entusiasmo, como que aproveitando a nossa presença para recordar os gloriosos anos de vida do seu clube, mas também para desabafar as tristezas que os incomodam no presente. Adão Silva é uma cara conhecida, ele foi um dos principais dinamizadores do atletismo na nossa freguesia há algumas décadas atrás, formando campeões numa modalidade onde também ele foi um campeão. Esta paixão levou-o precisamente a ser um dos fundadores do CAE no referido ano de 1982. Talvez por isso ninguém tão bem como ele conhecerá o contraste agora existente entre o passado e o presente. Recorda que 2002 foi o ano em que CAE começou a afundar-se, muito devido à atuação do então presidente da Direção, Arnaldo Azevedo, o qual com “manobras perigosas”, levou ao despiste da coletividade. «Houve um desentendimento com o presidente da Direção em consequência de um desfalque que tentou fazer. Eu, na qualidade de tesoureiro, apercebi-me dessa ação pelo que, depois de reunida a restante equipa diretiva, foi decidido que o presidente não poderia continuar», recorda com alguma tristeza Adão Silva. A esta lamentável lembrança acrescenta ainda que, posterior-

mente, foi convocada uma Assembleia Geral com a intenção de encontrar pessoas para formar uma nova Direção. Tentativa gorada, pois ninguém se mostrou disponível para liderar uma equipa diretiva. A situação agravou-se e não houve outro remédio senão nomear uma CA para conduzir os destinos do CAE. Os sócios desapareceram, e dos cerca de 130 que o clube tinha, hoje em dia não resta nenhum! AdãoSilvaélíderdessacomissão, sendo acompanhado nesta missão por meia dúzia de inconformados e dedicadosatletasdoclube.Unidosvão mantendo vivo um nome que, apesar de tudo, ainda é muito respeitado e admirado um pouco por todo o lado do nosso país. As cores do CAE continuam a ser vistas em diversas corridas que se vão realizando anualmente na nação lusitana... e não só. António Barbosa, por exemplo, esteve recentemente na Maratona de Berlim. Participações nacionais e internacionais que só vão sendo possíveis graças à carolice dos atuais membros do clube. Carolice, amor à modalidade e ao CAE, como fazem questão de sublinhar. «O pouco dinheiro que o clube tem, o qual foi amealhado do tempo em que tínhamos associados, é apenas utilizado no pagamento das inscrições das provas em que os quatro ou cinco atletas que correm pelo CAE participam ao longo do ano. Só. Tudo o resto, deslocações, equipamentos, etc., é pago do nosso bolso», deixa claro António Barbosa. Quanto a ajudas da câmara ou da junta vão dizendo que estas ajudam sempre que podem, mas não com dinheiro, pois vivem-se tempos de crise para todos. Participação em diversas corridas – sobretudo realizadas no norte e no centro do País – que servem segundo Barbosa para manter vivo o CAE. Uma mão cheia de atletas para quem o atletismo é um eterno amor. Com idades a rondar os 50 anos, os homens que ainda estão no “ativo”

gostavam de ver a juventude reaproximar-se do clube. António Barbosa conta aliás que recentemente foi questionado pelos pais de duas jovens potenciais atletas para a possibilidade de estas virem a integrar o CAE. «Eu gostava imenso de ter uma equipa feminina, por exemplo, mas neste momento é impossível. No meu caso o trabalho ocupa bastante do meu tempo. Saio do emprego perto das 8h00, dali até às 9h00 vou treinar e só depois é que vou para casa jantar. Não tenho tempo para dar acompanhamento a essas miúdas, posso dar-lhes uns conselhos mas não acompanhá-las como era preciso, pois não podemos es-

manos para pôr esse projeto de pé», sublinha Adão Silva pouco antes de recordar um passado não muito longínquo onde o CAE chegou a ter na sua formação três dezenas de atletas. «E alguns bem promissores», faz questão de frisar Joaquim Fernandes, enquanto vai admirando as cerca de três centenas de troféus em volta da mesa onde conversávamos e dizendo orgulhosamente que «existem muitos clubes em Ermesinde que não têm o (rico) historial do CAE». São então recordados alguns dos conquistadores de todo aquele invejável património desportivo, saltando de imediato para cima da mesa o nome de Albertina Leitão, uma das atletas que mais alegrias deu ao CAE.

quecer que o acompanhamento é muito importante nestas idades de formação. Além disso não temos meios de transporte para levá-las às provas ao fim de semana. Assim sendo é muito complicado abraçarmos esse projeto». Recordam que não há muito tempo esperavam a ajuda de dois “amigos” do clube que se disponibilizaram para tomar conta dos miúdos, numa tentativa de dar vida ao setor da formação, mas... tudo acabou por ir por água abaixo já que esses ditos “amigos” nunca mais apareceram! «Temos de ser realistas, não temos recursos hu-

«Ainda um dia destes estive a ver fotografias dessa altura. Havia muita vida no clube. Tivemos aqui atletas muitos bons, em vários escalões, e alguns deles ainda correm noutros clubes. Há uma dúzia de anos éramos a melhor equipa popular do Norte!», recorda Adão Silva, o elemento mais velho desta CA, o único que já não calça as sapatilhas pois a saúde, a idade e a vida pessoal já não lho permitem, mas nada que o impeça de repetir por diversas ocasiões ao longo desta conversa que está apto a ajudar, dentro da sua disponibilidade pessoal, quem estiver à frente do clube, pois enquanto ali estiver o CAE não irá morrer.

Progenitores da desaparecida S. Silvestre de Ermesinde E no seguimento do rol das recordações dos anos dourados do clube não pudemos deixar de perguntar pela popular corrida S. Silvestre de Ermesinde, que anos a fio animou as ruas da cidade em cada final – ou princípio – de ano. Uma prova que foi construída pelo CAE, a qual atraiu ao longo das suas 27 edições centenas de atletas de renome no atletismo nacional mas que, de uma forma inesperada, terminou em 2009! E assim o foi porque a vida dos progenitores do certame não permitia que este continuasse a vigorar no calendário desportivo local. «O fim da S. Silvestre partiu de uma decisão nossa. Comunicámos à Câmara de Valongo – parceira de longos anos na edificação da popular corrida – que não tínhamos condições para continuar a colaborar na organização da prova», explica Adão Silva. E quanto a um eventual regresso da corrida às ruas da freguesia o presidente da CA é pronto a dizer que «se houvesse um grupo responsável que se integrasse na CA ou constituísse uma Direção, talvez a S.Silvestre pudesse voltar, aliás eu já disse que estaria disposto a acompanhar, a ajudar, mas sozinho não consigo, nem tenho vida!». Mas enquanto os velhos tempos – e as grandes competições – não regressam, o clube vai levando a “água ao seu moinho” como pode, com os poucos elementos que vão mantendo as portas abertas, os quais não se cansam de repetir que enquanto ali estiverem o CAE não morre, já que além do infindável amor ao clube têm igualmente uma paixão

desmedida pelo atletismo. Parando breves segundos para fazer contas de cabeça recordam que já andam nas corridas há cerca de três décadas – Adão Silva há bem mais, como nos faz questão de sublinhar em nota de rodapé –, classificando o atlestimo como «um vício saudável! Os resultados não são importantes, o mais importante é participar, correr por amor ao CAE e ao desporto. Nós conhecemo-nos uns aos outros no atletismo, uma modalidade que tem a vertende da amizade salutar, não há vitórias nem derrotas, há simplesmente amizade entre todos», diz José Rocha. E pegando nesta deixa lamentam que mais jovens não adiram à modalidade, mostrando alguma preocupação pelo facto de o pelotão nacional ser composto maioritariamente por atletas veteranos. José Rocha prevê mesmo que «quando estes veteranos abandonaram a competição a modalidade fica em risco. Faltam valores a nível nacional, escasseiam atletas de dimensão. Atribuo isso não só à atual conjuntura económica como também ao facto de não haver incentivos à prática do desporto. A falta de infraestruturas também é uma das causas por este declínio, pois a formação necessita desse tipo de equipamentos». De imediatoAntónio Barbosa questiona: «Formação? Com que condições?», antes de referir que no nosso concelho não existem grandes infraestruturas capazes de atrair os jovens para a prática do atletismo, sendo que o pouco que existe – dando o exemplo do Circuito de Manutenção dos Montes da Costa – está sujo e vai dando sinais de clara degradação. A terminar a pequena conversa mantida com o nosso jornal não se poupam a repetições: «Este clube enquanto estas pessoas aqui estiveram não vai terminar. Melhores dias virão», rematam de forma convicta.


A Voz de Ermesinde • 30 de março de 2012

Desporto FUTEBOL

FUTEBOL

Ermesindistas começam a ver subida cada vez mais longe!

Férias precisam-se para os lados da Formiga

FOTO MÁRCIO CASTRO

MÁRCIO CASTRO*

A principal equipa do Ermesinde comprometeu seriamente as suas aspirações em relação à subida de divisão depois de um mês de março verdadeiramente desastroso onde, em quatro jogos disputados, não venceu sequer um! Dois empates e duas derrotas, um saldo negativo que atrasou – e de que maneira – os verde e brancos na luta pela promoção, isto quando faltam apenas seis encontros para o términus desta Série 1 do Campeonato Distrital da 1ª Divisão. Numa altura em que vencer é imperativo para quem sonha com voos mais altos, os ermesindistas perdem pontos com equipas de “outros campeonatos”, como aconteceu no passado do-

mingo (25 de março) em Folgosa, diante de uma equipa que ocupa a segunda metade da tabela. No concelho vizinho o Ermesinde seria derrotado por 2-3, numa partida – alusiva à 28ª jornada – onde a turma de Sonhos até entrou bem, com garra, postura no entanto que seria insuficiente para evitar que os maiatos inaugurassem o marcador. Os pupilos de Vítor Leal não acusariam o tento dos locais e ainda dentro da etapa inicial deram a volta ao marcador, primeiro por Leça, na conversão de uma grande penalidade, e depois por Nando. O jogo estava vivo e antes da saída para o descanso o Folgosa voltou a colocar tudo empatado. Na segunda parte as equipas reentraram em campo com a mesma garra patenteada nos primeiros 45 minutos, ficando desde logo

no ar a sensação de que um lance podia decidir o jogo, intuição essa que viria a tornar-se realidade. O Folgosa chegaria ao golo do triunfo numa das suas incursões à baliza dos forasteiros, que por sua vez continuavam – e foram várias as ocasiões – a tentar acertar de novo com as redes locais. Não conseguiram e averbaram a segunda derrota consecutiva no campeonato. Uma semana antes (18 de março) o combinado às ordens de Vítor Leal perdeu pela primeira vez, na atual temporada, nos Sonhos, tendo o carrasco sido nada mais nada menos do que o vizinho Alfenense, outro emblema que ocupa a segunda parte da tabela e que saiu da nossa freguesia com um precioso triunfo por 2-0 (jogo da imagem). Estes dois desaires foram antecedidos de dois

empates comprometedores na primeira quinzena do mês que agora finda, em casa – a 4 de março – ante um dos dois rivais na luta pelo 2º lugar, neste caso o Castêlo da Maia (2-2), e outro a zero bolas uma semana mais tarde no reduto do Lavrense. Esta combinação de resultados atirou o Ermesinde para a 4ª posição da tabela classificativa, com 52 pontos somados, a 6 do vicelíder S. Martinho e a 16 (!) do cada vez mais líder Perafita. Nota: Todos os resultados e classificações desta competição podem ser consultados online em Resultados Desportivos. *com AVE

DAMAS

Sérgio Bonifácio foi 2º no Torneio Nacional da Casa do F.C. Porto de Romariz MB

Realizou-se no passado sábado (11 de março) o Torneio Nacional Casa do Futebol Clube do Porto de Romariz (Santa Maria da Feira), uma prova pontuável para o ranking da Federação Portuguesa de Damas alusivo à temporada de 2012.

Presentes estiveram 60 damistas em representação de 11 equipas nacionais, entre as quais a do Café Avenida de Ermesinde, que se fez representar por quatro jogadores, nomeadamente Ricardo Araújo, José Rocha, Nélson Monteiro e Sérgio Bonifácio. E à semelhança do que havia acontecido na primeira prova pontuável da

Federação Portuguesa de Damas, ocorrida, recorde-se, no Centro Norton de Matos, em Coimbra a 25 de fevereiro passado, este último damista foi o melhor classificado do combinado ermesindense, tendo alcançado um brilhante 2º lugar, superado apenas por Joaquim Pardal, o grande campeão do certame.

Por equipas o Café Avenida foi 3º classificado de uma prova cujo vencedor foi a equipa do Centro de Cultura e Desporto de São João da Madeira. A próxima aparição dos damistas ermesindenses está agendada para a 7 de abril em São João da Madeira.

FOTO UDR FORMIGA

Com a temporada a caminhar a passos largos para o seu final, é por esta altura notório que muitas equipas acusam o esforço despendido ao longo de quase um ano de trabalho. Desgaste físico que se reflete nas exibições e consequentemente nos resultados – negativos – alcançados. Neste grupo insere-se o Formiga, conjunto ermesindense que depois de uma sensacional primeira volta, onde ocupou jornadas a fio os lugares cimeiros da tabela da Série 1 do Campeonato Distrital da 2ª Divisão, apresenta agora uma nítida quebra de rendimento, expresso – sobretudo – numa série de resultados menos positivos averbados ao longo das últimas semanas. A vontade – em ganhar – e a qualidade patenteadas na primeira metade da competição estão lá, mas as pernas é que já dão claros sinais de estar a precisar de férias. E março é um bom exemplo desta fase menos boa dos formiguenses, mês em que estes elevaram para seis o números de jogos consecutivos em que não agarram as vitórias (a última remonta a 29 de janeiro). Março teve início então com a derrota mais pesada da época, averbada (no dia 11) no reduto do Mocidade Sangemil, o líder da prova, que em jogo da ronda 26 goleou a equipa de Ermesinde por 6-0. Dias mais tarde (17 de março) o Formiga deu um ar da sua graça, tendo alcançado um empate a três bola na receção ao Amarante “B” (partida da imagem), e mais do que isso mostrando a espaços o bom futebol patenteado na primeira parte da época. Tozé, por duas vezes, e Braga foram os autores dos golos azuis e brancos neste encontro. E no passado domingo os pupilos de Nuno Melo viajaram até Paços de Ferreira onde, em partida alusiva à 28ª jornada, defrontaram o Raimonda. Luís Carlos apontaria para a equipa da casa o golo solitário deste duelo, conferindo desta forma ao Formiga o seu nono desaire de 2011/12. Em termos de classificação esta série de resultados menos bons dos ermesindenses poucas, ou nenhumas, alterações provocou. O Formiga continua instalado no 7º lugar, agora com 35 pontos, com o principal objetivo desta estreia em campeonatos distritais de seniores matematicamente – há muito – cumprido, isto é, a manutenção. E quem também já terá praticamente atingido os seus objetivos é o Mocidade Sangemil, a quem o título de campeão de série – e a consequente subida de divisão – dificilmente escapará, já que a 6 encontros do final lideram com 64 pontos, mais 8 que o 2º colocado, o Gondim. Nota: Todos os resultados e classificações desta competição podem ser consultados online em Resultados Desportivos.


30 de março de 2012

• A Voz de Ermesinde

História

13

Portugal na Guerra dos Sete Anos FOTO ARQUIVO MAD

Há precisamente 250 anos, em pleno reinado de D. José I, Portugal estava em Guerra. O nosso país havia sido invadido, a 5 de maio de 1762, por 40 mil soldados espanhóis e franceses, no âmbito da Guerra dos Sete Anos, que foi um dos primeiros conflitos a ter algumas características mundiais, dado o número de países envolvidos e as regiões do mundo onde se registaram combates.

MANUEL AUGUSTO DIAS

s principais contendores eram a Inglaterra e a França, envolvendo-se, no entanto, muitos outros países europeus, tendo-se combatido na Europa e na América, onde aqueles e outros países europeus tinham interesses coloniais. Portugal, como sempre, estava ao lado da sua velha aliada Inglaterra e, por isso, tinha contra si, a França e a Espanha, apesar do rei espanhol (Carlos III) ser irmão da rainha portuguesa, D. Mariana Vitória. Portugal, quando a 1 de abril de 1762, os embaixadores de França e Espanha pressionam o governo português para que entre na guerra contra a Inglaterra, prefigurando o que havia de acontecer na conjuntura napoleónica, meio século mais tarde,

ameaçando mesmo com a invasão de Portugal caso o nosso país não proíba a utilização dos nosso portos pelas embarcações inglesas, recusa tal coação rejeitando definitivamente, a 25 de abril de 1762, o “Pacto de Família” (acordo, assinado no ano anterior, entre os reis da Europa, descendentes da família dos Bourbons, contra a Inglaterra) e, dez dias depois, vê-se invadido por soldados espanhóis e franceses. A maior parte dos nossos leitores nunca terá ouvido falar desta guerra, que ficou conhecida na nossa história por “Guerra Fantástica”, precisamente porque não houve qualquer batalha ou confronto direto entre os dois exércitos (o espanhol e francês, com cerca de 40 mil militares, comandado pelo Marquês de Sarriá; e o português e inglês com apenas metade dos efetivos, sob o comando do Conde de Lippe). Registaram-se simplesmente casos de resistência de milícias populares à invasão dos estrangeiros que se limitou a ocupar algumas cidades próximas da fronteira. O exército inimigo entrou pela fronteira transmontana ocupando Miranda do Douro. Aqui se registaria o pior incidente no

território português, tendo provocado 400 mortos, em resultado da explosão de um paiol durante um bombardeamento o que levou à rendição da praça. O castelo de Miranda do Douro é de origem medieval, tendo sido totalmente reedificado no séc. XVII, na conjuntura das Guerras da Restauração, dada a sua localização na fronteira com Espanha, restando ainda alguns panos de muralha a rodear a parte histórica da cidade. O seu maior desaire na Idade Moderna foi mesmo este de 1762 quando ficou parcialmente destruído. Mais tarde, e na sequência da perda de Miranda do Douro, render-se-iam ao invasor, as cidades de Bragança e Chaves. O exército franco-espanhol deslocou-se depois pela Beira Interior, vindo a ocupar Almeida e Castelo Branco. O exército português preocupou-se, sobretudo, com a defesa de Lisboa, concentrando-se no vale do Tejo, a partir de Abrantes, onde o Conde de Lippe tentou recrutar mais homens, organizá-los, fardá-los e armá-los, enquanto Sebastião José de Carvalho e Melo (futuro Marquês de Pombal), tentava obter o apoio britânico com o envio de tropas para Portu-

Muralha do Castelo de Miranda do Douro, onde se verificou o maior número de vítimas desta Guerra no espaço português.

gal, o que veio a suceder. Contudo, antes de qualquer encontro frente-a-frente a Guerra era declarada por finda, em novembro de 1762, tendo, no entanto, servido para que o Conde de Oeiras (futuro Marquês de Pombal) tomasse consciência da ineficácia e desorganização do exército português. Por isso, encarregou o Conde de Lippe, como General do Exército Português para se en-

carregar da reorganização do Exército Português, o que fez nos anos seguintes. Antes da Guerra aqui ter terminado, abria-se outra frente de hostilidades entre Portugal e Espanha, a 5 de outubro de 1762, na América do Sul, mais concretamente, na colónia portuguesa do Sacramento, no estuário do Rio da Prata, que foi invadida e ocupada pelo exército espanhol estacionado

em Buenos Aires. Felizmente, a 3 de novembro de 1762, em Fontainebleau é assinada a paz provisória entre Portugal, Inglaterra, França e Espanha, confirmada a 1 de Dezembro de 1762 e ratificada pelo Tratado de Paris de 10 de fevereiro de 1763, vendo-se a Espanha obrigada a restituir a Portugal as praças de Chaves

e Almeida bem como a Colónia do Sacramento.

EFEMÉRIDES MARÇO No dia 24 de março de 1996, o VII Agrupamento do Corpo Nacional de Escutas de Ermesinde esteve em festa para comemorar o seu 70.º Aniversário, com a inauguração da sua sede. Depois da Missa celebrada na Igreja Paroquial, pelo padre Luís Vieira dos Santos que proferiu uma brilhante homilia alusiva ao acontecimento, juntaram-se dezenas de escuteiros, no espaço envolvente à nova sede, onde se viam representantes dos Agrupamentos de Alfena, Rio Tinto, Baguim do Monte, S. Pedro da Cova, Valbom e Fânzeres.

Farmácia Telefone 229 710 101 Rua Rodrigues de Freitas, 1442

A cerimónia iniciou-se com o hasteamento das bandeiras Nacional e da Cidade de Ermesinde, seguindo-se o Hino dos Escuteiros e a habitual saudação às bandeiras. Graças à Comissão Fabriqueira da Paróquia e ao empenho do Pároco, foi oferecido um terreno onde, pouco a pouco, a chefia do VII Agrupamento, com grande esforço e dedicação, foi angariando donativos, aqui e ali, para possibilitar a edificação da Sede, finalmente construída, após um heróico período de 12 anos.

Direcção Técnica: Dr.a Cláudia Raquel Fernandes Freitas

Confiança 4445 ERMESINDE

Dir. Técnica: Ilda Rosa Costa Filipe Ramalho Rua Joaquim Lagoa, 15

Tel./Fax 229722617

4445-482 ERMESINDE


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A Voz de Ermesinde • 30 de março de 2012

Cultura

• MOSTRA DE TEATRO AMADOR DO CONCELHO DE VALONGO •

Uma boda sem milagre LC

«Tendo como pano de fundo a festa de casamento de um casal pequeno burguês, Brecht coloca-nos perante um espelho de falsidade e ilusão» (da sinopse do espetáculo). Situação curiosa e controversa esta, em que uma companhia já com alguma experiência e desenvoltura (a Casca de Nós da Associação Académica e Cultural

Encerramento da Mostra Decorreu no passado dia 27 de março – Dia Mundial de Teatro, com a exibição da peça “A Bailarina Vai às Compras”, pelo ENTREtanto Teatro, a cerimónia de encerramento da Mostra de Teatro Amador 2012. “A Voz de Ermesinde” dará nota deste evento na sua próxima edição online. Algumas das peças desta Mostra têm a sua crítica publicada apenas, por falta de espaço, na edição online. E algumas fotografias das peças aqui comentadas estão publicadas na Última Página deste número do jornal.

de Ermesinde – AACE), com um naipe de atores muito seguro em palco, com uma excelente representação de conjunto, com um trabalho técnico exemplar – numa cenografia que é, por si só, quase mais um ator da peça – acaba, em nossa opinião, por “falhar” esta oportunidade pelo aspeto mais essencial da encenação apresentada. O espetáculo desenvolve-se a partir da ideia de popularizar a peça, de a tornar o mais “natural” possível, de acordo com um gosto realista que, perdendo o excesso contido no Brecht original, acaba por minimizá-la e a tornar “vulgar”. Aquilo que em Brecht era a crítica desdenhosa, tomando para isso um conjunto de personagens mais ao menos estereotipadas, quase como protótipos de uma certa funcionalidade burguesa (mas tendencialmente a armar ao importante), acaba por perder-se aqui em grande parte pela própria caracterização das personagens que as torna indistintas ao reduzi-las a grupo de figuras de banquete em que os dentes ganham uma importância desmedida – no que parece ser uma “solução” recente, já que a foto de grupo referente a esta produção e que aparece na folha de sala distribuída pela organização (saudamos a Câmara de Valongo por esta feliz ideia de apresentar os espetáculos) mostra os atores com figurinos diversos, como na peça, mas também com caracterização distinta. São nove atores que envolvem o público com risos contagiantes, que dançam maravilhosamente uma falsa valsa, que comem e be-

FOTOS URSULA ZANGGER

bem divinamente em baixela de ouro. Mas ainda assim, achamos que Hugo Sousa não foi feliz nesta recriação de Brecht. Queríamos, por fim, também deixar aqui uma palavra de elogio à AACE, cuja Direção, exemplarmente, através do seu presidente, Alberto Mateus, vimos em vários espetáculos de outras companhias. Uma atitude que é também uma forma de educar e fazer cultura!

FICHA TÉCNICA CASCA DE NÓS (AACE) Peça: “A Boda dos Pequenos Burgueses” Autor do texto original: Bertolt Brecht Tradução: Coletivo Adaptação, Dramaturgia e Encenação: Hugo Sousa Coreografia: Coletivo Cenografia: Coletivo e João Chaves Sousa Figurinos: Coletivo Representação: Hermínia Carvalho, João Ferreira, Manuel Lucas, Dulce Azevedo, Susana Sousa, Bruno Sousa, Adelaide Vicente, Paulino Laranjeira, Diogo Ferreira. Música: Hugo Sousa

Uma figura ausente que tudo põe a revelar LC

O grupo Sabor a Teatro, da associação cultural Ágorarte, surpreendeu na sua primeira apresentação “a sério”, ao arriscar uma peça muito complicada de levar à cena, “(A)tentados”, com um texto rico e complexo, que envolveu a presença de 15 atores em palco. Muito acerto nas marcações e na gestualidade dos jovens atores, apenas havendo a assinalar, num caso ou outro, certa dificuldade na projeção da voz e mesmo falhas na dicção – que nalguns atores mais débeis poderiam talvez ter sido compensadas com um ritmo diferente no débito do texto –, que em parte prejudicaram a sua receção. Obra ácida e muito crítica, do dramaturgo inglês Martin Crimp que, tomando o pretexto do seguimento da vida de uma personagem feminina, fustigada e exposta pelos seus costumes, carreira e estilo de vida, de facto desfere uma crítica social aguda e feroz ao modelo social, com as suas seleções e formas variadas de discriminar. A peça inicia-se com uma atriz sentada à boca de cena, que vai suportando a entrada do público na sala, dando assim o mote à

exposição de Annie, a personagem omnipresente, mas que nunca aparecerá em cena, senão – calculamos que é ela – nesse intróito. Diana Alves Costa, criadora do presente espetáculo, foi feliz em tudo aquilo em que trabalhou: na encenação, coreografia, cenografia e figurinos (todas as personagens estão de preto e branco e isso confere, digamos assim). O espetáculo só se ressente, para além da referida debilidade das vozes de alguns dos nóveis atores – o que é desculpável –, de uma iluminação deficiente. Interessante a adaptação bilingue de uma parte do texto (e já agora o excelente Inglês da jovem atriz que protagonizou a parte do texto não traduzida). Ainda assim, no capítulo da representação, destacamos um dos jovens atores masculinos, excelente na gestualidade, voz e segurança com que representou, reveladora de um grande potencial, e duas ou três das figuras femininas, se bem que todas tivessem revelado uma atitude corporal muito desenvolta. Volte a relembrar-se que é um grupo em início de carreira e que demonstra que pode vir a ter uma enormíssima margem de progressão. Por fim, um pedido da Direção da Ágorarte que, por lapso,

URSULA ZANGGER

esqueceu os agradecimentos à Câmara de Valongo no dia do espetáculo. E que aqui, por isso mesmo, os queria deixar.

FICHA TÉCNICA SABOR A TEATRO (ÁGORARTE) Peça original: “Attempts on her life” Autor do texto original: Martin Crimp Tradução e Adaptação: Paulo Eduardo de Carvalho Dramaturgia, Encenação, Coreografia, Cenografia e Figurinos: Diana Alves Costa Música “A Câmara Ama-te”: Nuno Campos Monteiro Representação: Luísa Fernandes, Ana Tavares, Inês Costa, Joana Mendes, João Santos, Marta Teixeira, Luís Dias, Mariana Oliveira, Telma Lopes, Catarina Machado, Miguel Meira, Diogo Silva, Anaísa Leal, Kati Neto, Kiki.


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• A Voz de Ermesinde

Cultura

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• MOSTRA DE TEATRO AMADOR DO CONCELHO DE VALONGO •

Gil Vicente animou Fórum Cultural ANA MARTA FERREIRA

A “Farsa de Inês Pereira” foi a décima peça a ser levada a palco na Mostra de Teatro Amador Valongo 2012, pelo Grupo Dramático da Universidade Sénior do Rotary de Valongo, no passado dia 16 de março. A mais complexa e perfeita peça de Gil Vicente soltou vezes sem conta as gargalhadas de um auditório cheio.

489 anos depois da sua primeira apresentação, a “Farsa” mostrou-se como uma peça atual, muito graças ao trabalho dos atores e à boa receção por parte do público à comicidade da peça. A história de uma rapariga simples, mas sonhadora, que ambicionava casar com um homem rico e sedutor, mas que acaba por ficar com um homem tipicamente rural, sem maneiras, mas com bom coração,

é o mote para todo um enredo de traições e confusões, bem ao estilo do dramaturgo. Aspetos a salientar são, sem dúvida, os cenários adequados ao tema e à época, tais como os adereços e os figurinos. De salientar também a profissional e jovial representação dos alunos da Univ. Sénior: destaque para Laura Cruz (Inês Pereira na peça), que nunca saiu de cena (nem da personagem), e que fez a plateia

esquecer a sua verdadeira idade, ao interpretar uma jovem de “20 anos”, de forma sublime. Finalizada a peça, com um número musical, deslocaram-se ao palco o diretor da Universidade Sénior e o vicepresidente e vereador do pelouro da Cultura da Câmara de Valongo, João Paulo Baltazar, para umas breves palavras de agradecimento e congratulações.

FICHA TÉCNICA GRUPO DRAMÁTICO UNIV. SÉNIOR ROTARY VALONGO Peça: “Farsa de Inês Pereira” Autor: Gil Vicente Encenação: Agostinho Rocha Som: Bruno Silva Representação: Laura Cruz, Purificação, Margarida Ferreira, Duarte Meneses, Joaquim Ferreira, Celeste Aguiar, Nascimento Pereira, António Aguiar, Luís Oliveira, Maria Carmo Garrido.

MANUEL VALDREZ

ANA MARTA FERREIRA

Susão invadiu e conquistou Ermesinde! MIGUEL BARROS

«O Susão invadiu Ermesinde!» – constatação do vicepresidente e vereador do pelouro da Cultura da Câmara de Valongo, João Paulo Baltazar, no final de mais um capítulo da Mostra de Teatro Amador que decorreu neste mês de março no nosso concelho. Nós diríamos mais: o Susão invadiu e... conquistou Ermesinde! Uma facto retratado na noite de 10 de março último, muito por “culpa” do Teatro Amador Susanense (TAS), talentosa – cada vez mais – companhia valonguense que trouxe ao palco do Fórum Cultural de Ermesinde “João e Guida”, uma peça infantil baseada numa obra – com o mesmo nome – de Ilse Losa, escritora de origem alemã que viveu grande parte da sua vida na cidade do Porto e que se notabilizou – sobretudo – na literatura dedicada aos mais pequenos. De palmo e meio foram igualmente o atores que deram cor-

po a esta peça cuja sinopse nos remete para o João e para a Guida, «dois jovens irmãos que se aventuram a percorrer uma floresta em busca de comida e fortuna, por força das dificuldades económicas dos pais. (...) Mas, é mesmo no meio das dificuldades que se conhece quem tem coragem. Com a ajuda dos coelhos Fidelino e Fabiano, e também do lobo Xexé, vão conseguir enfrentar o temível senhor Papa Tudo». É um registo que a espaços nos fez lembrar o popular “Lobo Mau e o Capuchinho Vermelho” onde, tal como aqui, o pano desceu após um final feliz. Feliz, muito feliz na verdade, foi o desempenho do jovem grupo de atores que mereceu, na íntegra, os aplausos finais do elevado número de público presente – na sua esmagadora maioria oriundo do Susão, daí João Paulo Baltasar ter acompanhado os parabéns endereçados ao Teatro Amador Susanense com a exclamação de que o Susão havia invadido Ermesinde após visionar a numerosa plateia – numa demons-

O brilho das Estrelas... da Balsa ANA MARTA FERREIRA

A 13ª peça da Mostra de Teatro Amador Valongo 2012 foi "Planeamento Familiar", obra encenada por Hélder Rodrigues e estrelada pelos atores do Centro Recreativo Estrelas da Balsa. Para o encenador Hélder, estrear uma peça num registo sério é uma missão impossível e, por isso, “Planeamento Familiar” é mais uma comédia do início ao fim. A maioria do texto basea-se em MANUEL VALDREZ

anedotas e linguagem jovial e é frequente o uso do calão, pois as personagens a isso obrigam. “Planeamento Familiar” é a história de um casal católico que pede ajuda ao padre da aldeia – o divertidíssimo Padre Firmino – para que possam usar métodos contracetivos sem ofender a religião.“O público sentava-se ao som de música clássica tipicamente clerical e já o cenário estava à vista: uma perfeita e pormenorizada igreja, com bancos, altar e cruz verdadeiros. Ao lado do altar, dois santos: António e Maria, que conversavam entre si nos "apartes" da peça, que se revelaram dos momentos mais hilariantes da noite e que só pecaram por serem poucos. A interpretação esteve ao nível da peça e foi de encontro ao que o público esperava – o Fórum Cultural de Ermesinde encheu com público dos cinco cantos do conselho, incluindo o presidente da Junta de Freguesia de Sobrado. Com apenas cinco atores em palco na esmagadora maioria dos 90 minutos, as personagens individuais foram muito exploradas e bem desenvolvidas. Destaque para Amável, ator jovem que interpretou de forma esplêndida a personagem do Padre Firmino, conseguindo arrancar gargalhadas do público a cada linha do guião, e para Hélder Rodrigues, que não só encenou como também protagonizou a peça, assumindo a

tração evidente de orgulho e vaidade, e porque não dizê-lo (?!), numa companhia cujo futuro está – pelo que pudemos ver – bem assegurado.

FICHA TÉCNICA TEATRO AMADOR SUSANENSE Peça: “João e Guida” Autor do texto original: Ilse Losa Adaptação/Dramaturgia/Encenação: Vitorino Neves Coreografia: Colectiva Cenografia: Agostinho Pimenta e José Coelho Figurinos: Armanda Caetano Música: Pedro e o Lobo – Prokofiev / Danubio Azul – J. Strauss Elenco: Catarino Camilo, Beatriz Carvalho, Rui Rocha, Melissa Cruz

pele de Zé, um trabalhador pobre e frustrado por ter tantos filhos e pouco dinheiro para os sustentar. Não faltaram referências a personalidades conhecidas de Sobrado, como o padre Vicente e a cabeleireira Dilma, a filmes como o “Titanic” e “O Senhor dos Anéis”, e a vídeos e matérias que têm feito furor entre os jovens. Foi precisamente com a música de uma banda recente direcionada para um público jovem (LMFAO) que a peça terminou, quando a igreja foi invadida pelos 12 filhos do casal e se transformou numa discoteca.“Já terminada a representação, o encenador Hélder esclareceu dúvidas ao público e agradeceu à CM de Valongo e a todos os intervenientes – diretos e indiretos – na peça.

FICHA TÉCNICA CENTRO RECREATIVO ESTRELAS DA BALSA Peça: “Planeamento Familiar” Autor do texto original: Ilse Losa Encenação: Hélder Rodrigues Coreografia: Estrelas da Balsa Cenografia: Estrelas da Balsa Figurinos: Manuela Neves Elenco: Hélder Rodrigues, Amável, Inês, Daniela, Filipe Mota.


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A Voz de Ermesinde • 30 de março de 2012

Crónicas

Uma história para a Ritinha

GLÓRIA LEITÃO

uma noite em que o país parava para um jogo que representava um duelo de titãs eu conheci a Ritinha, uma menina de oito anos, que com olhos grandes e de uma cor azul clara me dizia a uma dada altura: «Sabe, eu sou diabética!». Com um pai atento à conversa e que media as suas palavras para ver se ela sabia bem a lição – como se descobre a diabetes, ela explicava-me os sintomas: cansaço, muito dorminhoca. Numa noite sequiosa bebeu cinco litros de água. Falava-me da sua atitude, aquela de que se orgulha quando lhe fazem colheitas para análise do tipo em que tem que ser picada, dizendo-me o que pensava quando vinham as agulhas e aí ela, de cabeça muito erguida, esticava-me o braço exemplificando e declamando os pensamentos a que se agarrava para que não doesse: que venham, querem picar? Piquem à vontade que eu aguento! E todos lhe admiravam a coragem. Olhei para aquele rosto de menina e pensava: quem sou eu para me queixar da vida, lamentando-me quando tudo é posto ao meu

serviço para que aproveite e lute – saúde e oportunidade? A caminho de casa e quando passava por cafés onde tinha gente a assistir a um jogo de “importância nacional” eu, que pensava e queria muito que o meu clube ganhasse, desvalorizei o resultado que daí pudesse advir porque para mim, importante mesmo era o resultado do jogo que a Ritinha tem que travar pela sua vida fora e em que é imperativo que seja ela a vencedora. Na despedida que fiz a esta menina e à sua família, em que está incluído o seu irmãozito mais novo, disse-lhe que um dia lhe escreveria uma história, aquelas que consigo contar através dos textos que me vão fluindo e aqui estou eu a fazê-lo. Ritinha, esta não é uma história de fadas ou duendes, de castelos ou de dragões nem sequer a história de muita gente que conheço e que, tal como tu, precisam de muita coragem para enfrentar desafios que a vida lhes colocou no caminho e que têm graus de dificuldade maiores ou menores, dependendo do jogo que vão ter que fazer com a vida porque, sendo a vida um jogo de sorte e azar, nós também falávamos as duas de um ditado

popular que diz: “A roda tanto anda como desanda!” e tu compreendeste-o quando fizemos um desenho que exemplificava isso. Para ti, menina de sorriso lindo, escolhi-te a história da coragem dos meninos e meninas grandes, dos que ficam, a qualquer custo, a qualquer FOTO ARQUIVO GL preço, porque esse ato lhes vai trazer uma fatura que eles nunca vão conseguir pagar – a abnegação de um tempo que eles nunca irão viver, de experiências que nunca vão vivenciar, de novos mundos que nunca irão conhecer, de sentimentos que nunca irão partilhar, porque a sua decisão foi... ficar! É efetivamente tentador partir atrás de um sonho, de um devaneio ou de uma simples promessa. Pensa-se que ao fazê-lo, ao deixarem-se os problemas para trás, tudo fica resolvido mas isso, na sua grande parte, não é verdade, porque continuam lá, à espera de um diálogo, à espera de uma reconquista, à espera de uma nova oportunidade. e aqui eu penso que tudo começa pelas pessoas terem a coragem de se sentarem à mesma mesa e perguntarem-se a si mesmas e uns aos outros – o que precisamos para ser felizes? E se calhar surpreendemo-nos ao concluirmos que não

é “de tanto” mas sim de “tão pouco”, e que está ao alcance da nossa mão conseguir. A doença mexe com metabolismo, com o comportamento do corpo, com coisas que o Homem pode prevenir, medicar, mas em alguns casos impotente para impedir ou controlar. Assim são também os afetos que mexem com sentimentos e emoções e também aqui a solução é prevenir, medicar, porque só em caso de força extrema deverá ser considerado incontrolável ou de desfecho nefasto ou devastador. Menina de riso suave, quando ouves dizer: “A união faz a força!” isso é mais do que verdade e é nos tais momentos em que a roda desanda que isso faz todo o sentido, ainda mais quando as pessoas sabem que o melhor, o mais sensato, é ficar, apoiar e procurar juntos uma solução para um mundo em que só temos é que nos reinventar. O “compromisso” de ficar está muito para lá de um contrato celebrado por escrito e que terá sido testemunhado por muita ou pouca gente que no momento, naquele momento em que as pessoas precisam de unir-se para superar a dificuldade, não estão lá porque seguem as suas próprias vidas e enfrentam os seus próprios problemas. Assim, e ao abrigo de um sentimento a que chamam amor, com a roupagem que cada um lhe dá e que será em nome de uma união, de filhos, de pais, ou de quem quer que seja, e para além de todos os que padecem de sofrimentos físicos ou morais, os meus heróis, Ritinha, começam a ser, os que riem quando têm uma tremenda vontade de chorar e acima de tudo, os que ficam, quando por vezes têm uma tremenda vontade de voar!

Relógio biológico

GIL MONTEIRO (*)

cidade do Porto encanta os visitantes, desde o primeiro contacto. Não imaginaria como seria a estadia permanente, em tempo de frequência da sua Universidade (UP), hoje a maior do País e das mais cotadas internacionalmente! A sedução cresceu. De lugar de formação académica a residência profissional, continuando até ao crescimento dos netos, foi sempre o sítio escolhido. Enfim: fiquei portista! A Marginal, a Foz, o Palácio de Cristal, e tantos outros locais ou monumentos continuaram (continuam) o deslumbramento. Mas, é curioso, que no princípio, o Porto Antigo, desde a Ribeira até à Sé, Praça, Clérigos e Santa Catarina, não tenha causado grande impacto em transmontano transplantado de Vila Real, como estudante ou de aldeia duriense, entre os granitos

e os xistos. Seria o apelo do mar na Foz? As ondas do mar lembravam os sucessivos serros dos montes!? Ou era o fascínio do meio ambiente de nascimento embalado na cidade de acolhimento? Foi a mesma apelação da água salgada que devia ter deslumbrado muito dos nossos marinheiros transmontanos de antanho, como Fernão de Magalhães (Sabrosa) ou Diogo Cão (Vila Real). Quem frequentou as praias do Porto, só no verão e nos meses de setembro e outubro, por vezes, em novembro, fica perplexo ao ver banhistas na Foz, em meados de março! O tempo de ir, ao encontro de ver só o mar no inverno, já lá vai!... Vi, no domingo passado, biquínis e calções de banho, dentro e fora das calmas ondas, perto do paredão da Foz do Douro. Em homenagem aos afoitos aquistas, saí do carro, tirei a camisa, e apanhei sol. Reverso da medalha: Regressar a casa, ouvir na TV: «Os agricultores já gastaram as forragens de verão, por falta de chuva nos campos; as colheitas de citrinos e hortícolas ameaçadas... ; as abelhas sem flores...», e a técnica da Meteorologia acrescentava: «Há locais onde não cai um pingo de chuva há 44 dias (!), e estamos quase no fim do inverno». – Como será o futuro clima de Portugal?! A água é um bem precioso. Sem ciclos da água

grar para nova residência?! Pessoas, com dores novas da cabeça, agora, dizem: «É do tempo, não consigo respirar, e sinto a boca seca»... Nunca se tinha visto, em FOTO ARQUIVO pleno inverno, tanta gente a utilizar garrafas de água nos espetáculos! O relógio biológico que me faz despertar, durante o sono, em minutos precisos, passou a acordar-me para ir beber água, apesar do ar da cidade do Porto ser húmido, graças à Foz do Douro e ao mar. Se os relógios marcam as horas, os cronómetros dos seres vivos marcam os minutos do tempo, desde o nascer ao morrer. Na minha rua há uma fila de magnólias, entre as duas vias e os passeios. Como desabrocham cedo, lembram as amendoeiras em flor. Pois bem, este ano, o soberbo tom das flores apareceu depressa e durou poucos dias, contra o que era costume. Foi uma rápida amostra de primavera. O calor e a falta de água deviam ter sido as causas, pois a magnólia do fundo da rua, com mais humidade, em solo inclinado e de menor luz solar, ainda tem flores! remos que nos habituar a novos fatores biológi(*) jose.gcmonteiro@gmail.com cos? Vamos ter muitas agulhas a acertar, ou eminão há vida. Matar a sede passou a ser uma grande obra de caridade! Iremos a caminho de um clima tropical? Te-


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• A Voz de Ermesinde

Crónicas

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A vida é o dia de hoje/ A vida é ai que mal soa/ A vida é sombra que foge/ A vida é nuvem que voa… (*)

NUNO AFONSO

onta a lenda que um jovem monge tentava, obcecadamente, compreender a fugacidade da existência humana em comparação com a eternidade, sem que lograsse tal entendimento. Rogava a Deus que lhe permitisse alcançar o almejado intento mas, do céu, não lhe chegava resposta. Porfiava, contudo, num inabalável ato de fé, certo de que Deus não abandona os que n’ Ele depositam a sua esperança. E, certa manhã, enquanto rezava matinas passeando na cerca do convento, foi atraído por um passarinho que saltitava de árvore em árvore, chilreando, como que a convidá-lo a apreciar a obra do Senhor. O bom frade, que via em todos os seres criados a imagem de Deus, seguiu-o como seguiria um anjo, nem deu por ter ido além do espaço conventual, parava quando a criatura alada fazia uma pausa, prosseguia quando ela retomava o percurso, sem cuidar de alimento, repouso ou satisfação de outras obrigações, exceção feita às necessidades que a fisiologia humana torna imprescindíveis. Alimentava-se, ocasionalmente, de frutos silvestres que ia encontrando à beira do caminho e matava a sede debruçado sobre uma nascente ou num dos vários cursos de água que tinha de atravessar. Quando a avezinha suspendia o voo, era tempo de recuperar forças. Dormitava e, mal ouvia de novo o gorjeio, ali estava ele pronto para continuar. Subiu e desceu

colinas, palmilhou vales, embrenhouse em bosques, suportou a chuva, quiçá a neve, resistiu ao vento frio e ao apertado abraço do astro-rei, tão fascinado que outra coisa não lhe ocupava a mente senão a Voz que ansiava escutar. Porém a Voz nem sempre se faz ouvir por meio de sons articulados, ela penetra nos corações, instala-se e não diz “estou aqui”. É preciso ficar atento, porém o monge insistia em procurá-la no exterior, na nuvem que passava, no frio que lhe castigava as carnes, na brisa que lhe afagava o rosto, no sol que lhe crestava a pele. Absorto a olhar para o céu, não via a sua imagem refletida na água dos ribeiros que cruzava, não se apercebia das mudanças operadas na sua própria aparência, considerava a dificuldade em caminhar como consequência natural do cansaço e da falta de exercício físico. Passado algum tempo, que o frade julgou tratar-se de alguma dezenas de minutos, encontrou-se, de novo, à beira do convento pronto a reintegrar-se no programa da irmandade. Estranhou o lugar e o edifício, mas foi ali que o passarinho o deixou antes de desaparecer. Seguiu, confiante, para o que julgava ser a porta de entrada mas constatou que tinha agora outra serventia. Apercebeu-se de que alguém entrava ou saía noutro ponto do edifício e para lá dirigiu os seus passos. Ainda mais surpreendido ficou ao deparar com o frade que guardava essa porta, cuja fisionomia lhe era totalmente desconhecida. Declinou o seu nome e propunha-se entrar, todavia o irmão porteiro pediu-lhe que esperasse um pouco. Solícito, pegou-lhe num braço para o ajudar a sentar-se no banco de madeira ali existente. Foi chamar o abade que também revelou enorme surpresa com a figura e a linguagem daquele homem nunca antes visto, que se dizia integrante da comunidade. Após breve troca de palavras, cada vez mais intrigado, pediu ao homem que aguardasse mais um pouco, enquanto ia resolver um problema urgente. Encaminhou-se para o scriptorium e compulsou os registos dos irmãos de épocas anteriores e quando, já quase des-

crente, verificava os ali residentes em décadas e séculos volvidos, deparou com o nome pronunciado pelo irmão que motivara a consulta, com uma chamada e nota de rodapé dando conta do seu misterioso desaparecimento. Pediu que o levassem à sua presença e deu-lhe conta do que descobrira. O fra-

recer estranhas, porventura ridículas. A lenda edificante, guardada num cantinho da memória, veio ao de cima quando revisitei a ermida de Santo Amaro após largo tempo de ausência. Quantos anos? Não sei, mas foi há muito tempo. Do primeiro lembro-me bem. Fez sessenta e sete anos. Eu ingerira semenGRAVURA MEDIEVAL

de, em extremo debilitado e com enorme esforço, pronunciou os nomes do abade e de outros irmãos seus contemporâneos. Não havia dúvidas, o homem que tinha na sua frente saíra do convento e desaparecera havia trezentos anos. Alvo de todas as atenções e já em extremo debilitado, recebeu os últimos sacramentos e entregou a alma ao Criador. À hora da morte compreendera, finalmente, o seu grande desafio existencial. Curiosa a nossa memória! Faz associações que para outros podem pa-

tes da planta vulgarmente denominada figueira-do-inferno, estive em risco de vida e o meu pai, sempre extremamente zeloso com a saúde dos filhos, jogou em dois tabuleiros: no humano, indo, noite fora, à procura do médico a Vinhais enquanto a minha mãe, em aflição desmedida, me fazia engolir uma colherada de azeite por lembrança das vizinhas sempre solidárias; no transcendente, invocando a intercessão de Santo Amaro por quem as gentes de Alimonde sempre tiveram particular devoção. Quando o médico chegou, já o novo dia

se fazia anunciar, pouco mais teve que fazer senão aplicar-me uma injeção e elogiar o valimento do remédio caseiro, resultado da sabedoria popular, no dizer do próprio médico, ao ser informado pelo meu pai dos procedimentos seguidos: - Se não ingeriu grande quantidade de sementes, o azeite pode ter-lhe salvado a vida. No dia 15 de janeiro de 1945, pude ir à festa, a pé, pela mão do meu pai, agradecido e orgulhoso a um só tempo. Quando ouvia os meus pais lembrar acontecimentos de há 20 ou 30 anos, sentia uma estranha sensação de irrealidade, ecos de um mundo perdido num horizonte inimaginável embora eu acreditasse porque eles os referiam. Esses 20 ou 30 anos eram, para mim uma eternidade. Os 67 anos que me separam dessa primeira festa de Santo Amaro têm, igualmente, para mim uma aura de “não tempo”. Parece que foi ontem, como às vezes se diz? Não, parece que esse episódio não se deu comigo, foi com outra pessoa, outra criança que já não existe ou que nunca existiu. Tive a gratíssima surpresa de reencontrar gente com quem, outrora, convivi, incluindo a minha comadre Aurora e o tio João Grilo, nos seus quase 96 anos de vida, algo limitados de movimentos, ela ainda muito lúcida e conversadeira, ele que, durante muitos anos, animou as festas das aldeias em volta com o seu altifalante, a debitar as modinhas dançantes mais em voga, que gostava de saudar os forasteiros ao entrarem na aldeia, convidando-os para comer e beber em sua casa, e de lembrar as suas experiências de vida nos subúrbios do Rio de Janeiro, agora menos expansivo, porventura já afetado pela amnésia própria da idade. (*) João de Deus, “A Vida”, in “Versos”, Clássicos da Língua Portuguesa, edição Círculo de Leitores, 2ª edição, 1980.

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A Voz de Ermesinde • 30 de março de 2012

Opinião

A Câmara poderá evitar estas angústias?

A. ÁLVARO SOUSA (*)

uem visite o concelho de Valongo, especialmente a cidade sede do município, não poderá deixar de se interrogar perante o triste espetáculo que vê de prédios inacabados, autênticos esqueletos arquitetónicos que abundam por algumas artérias, com especial incidência na designada zona dos Lagueirões, cujas construções foram surpreendidas com o aparecimento da crise aquando do início dos investimentos, donde não ser fácil imaginar qualquer intervenção da Câmara no sentido de se certificar da viabilidade dos requerentes em levar os empreendimentos até à fase de poderem obter as indispensáveis licenças de habitabilidade. Outro tanto, porém, não se poderá dizer quando em plena crise imobiliária se vê iniciar grandes construções na mesma zona. Primeiro, volumosas remoções de terras e implantação de pilares ao fundo da Rua Rainha Santa Isabel. E, mais recentemente, uma outra iniciativa construtiva em plena avenida Dr. Fernando Melo (mais conhecida por Av. dos Lagueirões), uma e outra com evidentes sinais de terem sido paradas por motivos que naturalmente nos escapam, embora seja aceitável

especular que subjacentes estarão razões de falta de financiamento para concluir os respetivos projetos. Ora, é aqui que julgamos que o Executivo camarário poderia ter intervindo na fase de apreciação dos correspondentes projetos, no sentido de se certificar que os requerentes reuniam condições financeiras que assegurassem a construção total dos prédios, a fim de evitar engrossar a deplorável imagem que os citados “cadáveres” oferecem aos residentes e visitantes da cidade de Valongo. Não sei se cabe nas atribuições dos serviços camarários a “vigilância” de tais requisitos financeiros. Mas, admitindo que não, sempre será pertinente perguntar se o interesse público não será suficientemente forte para sensibilizar as autoridades camarárias a diligenciarem ativamente no sentido de se inteirarem de que estarão em presença de um projeto com pernas para andar, ou de mais uma iniciativa que começará quando seja deitada mão aos dinheiros de empréstimos bancários, parando logo que estes se mostrem exauridos. Sabendo-se que entre a apresentação de um processo de construção e a emissão de licença da sua autorização decorrem muitos meses e não raramente anos, durante todo este “long time” não poderão os técnicos e políticos conhecer da viabilidade financeira do projeto? Ou será que a sua única preocupação é a cobrança das taxas com total negligência para a qualidade do aspeto da malha urbana do território que lhes cabe salvaguardar? Evitar a pulverização de edificados

rigosa», acrescentando que «sem querer minimizar nenhum desses fatores, importa agora é perceber de quem é a culpa e resolver o problema». Diríamos que o melhor seria resolver o problema e depois procurar eventuais culpados. Mais ainda que o edil, ignoramos de quem seja a culpa da situação que perdura há praticamente um ano, com tendência para se eternizar, como acontece com situação semelhante na freguesia de Sobrado. O que aqui pretendemos é alertar os serviços camarários para o cuidado que convém ter JOÃO DIAS CARRILHO quando estão a “despachar” determinadas autorizações. No caso concreto, não deveria ter escapado aos responsáveis autárquicos a preocupação de se assegurarem da efetiva mudança do posto de transformação, exigindo dos proponentes do loteamento a garantia prestada pela EDP de que a remoção do posto de transformação se faria atempadamente. Se este cuidado deve estar presente em todas as situações que envolvam terceiros, maior preocupação deve existir quando se trate da EDP, sabido que se estará a lidar com entidade com poder bem maiNa mesma linha de raciocínio podere- or que o do próprio Estado, como, aliás, mos enquadrar a notícia recente de haver ficou exuberantemente provado há bem na freguesia de Ermesinde um posto de pouco tempo. Aprender com os erros ou transformação da EDP ativo no meio da Rua omissões é sinal de inteligência. E os nosda Fonte, causa de alguns acidentes, aber- sos autarcas e técnicos municipais não ração que mereceu do vicepresidente do Exe- são dela desprovidos. cutivo o entendimento de que a «situação, (*) alvarodesousa@sapo.pt conforme está é absurda, vergonhosa e peinconclusivos não será bem mais importante que a simples alteração de cor utilizada no restauro de prédios para os manter em bom estado de conservação? Para uma resposta afirmativa bastará reter que conseguir corrigir eventuais “atentados” resultantes desta, será incomensuravelmente mais fácil que a possibilidade de reverter à situação anterior os terrenos de processos construtivos inconclusivos, como bem o demonstra a quantidade de prédios inconclusos existentes há vários anos no concelho de Valongo.

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30 de março de 2012

• A Voz de Ermesinde

Lazer

Efemérides

Coisas Boas

3 ABRIL 1862 – Victor Hugo (Besançon, 26 de fevereiro de 1802 — Paris, 22 de maio de 1885) publica o seu imortal romance “Os Miseráveis”.

HORIZONTAIS 1. Nota musical; aborrecer. 2. Vazia; granada. 3. O mais; rebentação do mar na costa (pl.). 4. Ramagem; estilo musical. 5. Atmosfera; extremidade do braço; escala de stress infantil. 6. Olhas; pedra de moinho. 7. Oceano, interjeição. 8. Fruto do mamoeiro; língua provençal. 9. Camareira; desvaira. 10. Lábia.

FOTO ARQUIVO

VERTICAIS

SOLUÇÕES: HORIZONTAIS VERTICAIS 1. Coaram; TAP. 2. Clarim; ia. 3. Sa; ramal. 4. Camara. 5. Ra; as; MDV. 6. Molho; moer. 7. Amei; ale. 8.Campeou; ia. 9. Aos; Ford. 10. Respiracao.

1. Si; macar. 2. Oca; roma. 3. Al; calemas. 4. Rama; hipop. 5. Ar; mao; ESI. 6. Miras; mo. 7. Mar; ufa. 8. Mamoa; oc. 9. Aia; delira. 10. Palavreado.

Anagrama Descubra que rua de Ermesinde se esconde dentro destas palavras com as letras desordenadas: TOSCA. Rua da Costa.

SOLUÇÕES:

Veja se sabe 01 - Britânico distinguido com Prémio Nobel da Paz em 1959. SOLUÇÕES: 02 - Povo que floresceu (séc. XIV-XV) no território do atual México. 03 - Cineasta britânico, autor de “Vergonha” (2012). 04 - Afluente da margem esquerda do Douro, nasce em Duas Igrejas. 05 - A que classe de animais pertence o priolo? 06 - Em que continente fica El Salvador? 07 - Em que país fica a cidade de Saint Louis? 08 - Qual é a capital da Micronésia? 09 - A abreviatura CrB corresponde a qual constelação? 10 - Elemento metálico de transição branco acinzentado, n.º 40 da Tabela Periódica (Zr). 01 – Philip Noel-Baker. 02 – Aztecas. 03 – Steve McQueen. 04 – Rio Uíma. 05 – Aves. 06 – Américas. 07 – Estados Unidos. 08 – Palikir. 09 – Coroa Boreal. 10 – Zircónio.

Provérbio Quando vem Março ventoso, Abril sai chuvoso. (Provérbio português)

Diferenças

SOLUÇÕES:

ILUSTRAÇÃO HTTP://WWW.PDCLIPART.ORG/

Deita-se água numa tigela grande e colocase a quinoa a demolhar. Lavam-se bem os legumes, cortam-se em pedaços pequenos e levam-se a cozer num tacho com água temperada com sal. Depois de cozidos retiram-se, deixa-se que arrefeçam e reserva-se. Leva-se a quinoa a cozer num tacho com o dobro da água, durante cerca de 15 minutos. Depois, deixa-se que arrefeça e escorre-se. Coloca-se numa tigela e juntam-se-lhe os legumes. Acrescenta-se o pimento picado, tempera-se com azeite, sumo de limão e vinagre. Envolve-se bem, retificam-se os temperos e serve-se. “A Voz de Ermesinde” prossegue neste número uma série de receitas vegetarianas de grau de dificuldade “muito fácil” ou “média”. A reprodução é permitida por http://www.centrovegetariano.org/receitas/, de acordo com os princípios do copyleft.

Sudoku

149 Em cada linha, horizontal ou vertical, têm que ficar todos os algarismos, de 1 a 9, sem nenhuma repetição. O mesmo para cada um dos nove pequenos quadrados em que se subdivide o quadrado grande. Alguns algarismos já estão colocados no local correcto.

Sudoku (soluções)

149

Descubra as 10 diferenças existentes nos desenhos

Salada de quinoa • 250g de quinoa • 150g de espargos verdes • 150g de couve-flor •150g de brócolos • 2 tiras de aipo • 0,5dl de azeite • 1 colher de sopa de sumo de limão • 2 colheres (de sopa) de pimento vermelho picado • sal e pimenta • vinagre.

Palavras cruzadas

1. Filtraram; transportadora aérea nacional. 2. Instrumento de sopro; partia. 3. Lugar de Ermesinde; ramificação. 4. Edilidade. 5. Batráquio; campeão; mil quinhentos e cinco (rom.). 6. Feixe pequeno; triturar. 7. Gostei de alguém; tipo de cerveja inglesa. 8. Guerreou; sufixo designativo de estado. 9. contração de preposição e artigo; fabricou o carro mais vendido de sempre. 10. Fôlego.

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01. Olho esquerdo. 02. Orelha. 03. Botão de punho. 04. Nó da gravata. 05. Ovo do pinto. 06. Palha. 07. Cauda. 08. Carroça. 09. Eixo da roda. 10. Raio da roda.


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Tecnologias

O Amiga recusa-se a morrer!... GCC 4.7.0 lançado para marcar os 25 anos da GNU Compiler Collection A equipa de desenvolvimento do GCC está a celebrar o 25º ano da GNU Compiler Collection, uma coleção iniciada pelo primeiro lançamento público do GCC (GNU C Compiler) em 1987 por Richard Stallman. Ao longo dos anos a GNU Compiler Collection, renomeada conforme outras linguagens uniram-se ao toolchain, modelou como desenvolvedores adquiriam as ferramentas para seu trabalho e proveu a plataforma para desenvolvimento de novos compiladores. Como parte da celebração, os desenvolvedores lançaram o GCC 4.7.0, que traz consigo novas funcionalidades. Fonte: http://article.gmane.org/gmane.comp. gcc.devel/125441

Lançado kernel 3.3 Linus Torvalds anunciou o lançamento do kernel 3.3. Alguns dos destaques incluem a infraestrutura de limitação de byte queue, Open vSwitch, retorno de boa parte do código Android para a árvore staging, suporte à arquitetura C6X, e mais. Fonte: http://kernelnewbies.org/Linux_3.3

Três candidatos ao posto de líder do Projeto Debian Depois da incontestável eleição do ano passado, apresentaram-se este ano três candidatos ao mais alto posto da comunidade Debian. Os candidatos são: Stefano Zacchiroli (co-mantenedor do sistema de rastreamento de pacotes), Wouter Verhelst (da equipa da infraestrutura de autobuild), e Gergely Nagy (buglist tracking e equipa de administração no Google Summer of Code). A plataforma oficial de eleições hospeda contribuições de todos os três candidatos, detalhando os seus manifestos e provendo análise de seus trabalhos prévios no Debian. Os mantenedores têm até ao dia 31 de março para fazer perguntas aos candidatos quanto às suas opiniões e planos para o futuro do Projeto Debian. A fase de duas semanas de votação começa logo a seguir, no dia 1. O novo líder do projeto assumirá o cargo a meio de abril. Fonte: http://www.debian.org/vote/2012/ platforms/

Nvidia une-se à Linux Foundation A Nvidia, companhia conhecida pelos seus chips gráficos GeForce mas que recentemente também tem sido ativa no mercado de embarcados com sua plataforma Tegra, uniu-se à Linux Foundation. A companhia disse que, ao entrar para a fundação, espera melhorar a sua cooperação com as organizações e desenvolvedores que contribuem para o desenvolvimento do Linux. Fonte: http://www.h-online.com/open/news/ item/NVIDIA-joins-the-Linux-Foundation1465429.html

Publicada a versão do Linux From Scratch 7.1 O projeto Linux From Scratch (LFS) publicou a versão 7.1 do seu manual para construção de uma instalação Linux personalizada. O novo guia tem 345 páginas e usa mais componentes atualizados do que as versões anteriores, por exemplo, o Linux kernel 3.2.6 e GNU Compiler Collection 4.6.2 (GCC). Fonte: http://www.linuxfromscratch.org/lfs/ view/7.1/

Plataforma mítica que mobilizou milhares de fans e rivalizou na área gráfica e do vídeo com os Macintosh, tirando partido da sua arquitetura muito original assente em três coprocessadores, o Amiga foi um computador muito especial dos anos 70/80, máquina de culto e fenómeno de popularidade que, entregue em sucessivas gestões danosas, acabou por praticamente desaparecer como aconteceu a muitas outras propostas fora da mainstream Intel/Windows. Todavia, com uma resiliência espantosa, ainda hoje, em 2012, o Amiga continua a dar sinais de vida. AVE

Muito recentemente, a meio do corrente mês de março, o mais popular site dedicado à divulgação das propostas de distribuições de sistema operativo baseadas em software livre, o Distrowatch, no seu habitual espaço dedicado às novas distribuições em lista de espera para serem depois objeto de maior seguimento e atenção, entre várias propostas apresentadas, referia o Icaros Desktop 3.2. E que é o Icaros? Nem mais nem menos do que uma encarnação do AROS, um desenvolvimento de software livre baseado no Amiga OS. No seu site, a distribuição é assim apresentada: «Icaros Desktop é uma distribuição desktop AROS preconfigurada para a plataforma PC, e distribuída num DVD Live. O AROS (Amiga Research Operating System) é um sistema operativo leve, eficiente e flexível, tendo como objetivo ser compatível com AmigaOs 3.1 a nível de API, melhorando este em muitas áreas». Mas para além da sua própria novidade, o site do Icaros apresenta ainda outros motivos de curiosidade ainda relacionados com o mítico Amiga. De facto, entre as informações aí presentes figura a de que o Icaros Desktop esteve presente, em 17 de setembro de 2011 no certame Amiganoid 2011, realizado em Essen, um certame – pasmese – dedicado ao Amiga e no qual, por altura do 25º (!) aniversário da máquina, foram apresentados, para além do Amiga Os 4.x, várias propostas de sistema operativo para ela ou dela recentemente desenvolvidos – para além de Icaros e AROS, também Broadway e MorphOS. Ainda no capítulo das distribuições de sistema operativo, recvorde-se aqui o já por nós por nós referido nestas páginas Commodore OS Vision, uma proposta de softwate livre, baseada em Linux Mint e destinada também à plataforma Amiga, e de cujos responsáveis falaremos mais à frente. Neste momento o site Distrowatch apresenta o Commodore

OS Vision na posição 41 entre as distribuições mais populares, à frente, por exemplo, de Frugalware, Ubuntu Studio, Slitaz, Parted Magic, etc.. O site Amiga.org, ao serviço da comunidade Amiga desde 1994, continua a de-

monstrar uma atividade sem quebras, e sendo prova viva da vitalidade da máquina. Mas o mais interessante e inesperado é o surgimento, a partir da Amiga, Inc.,de um um novo tablet Android Amiga, de 7’, por menos de 100 dólares, que se segue a um outro modelo anterior, a que reduz o preço quase a metade. A mesma Amiga Inc. anuncia também a disponibilidade de um outro tablet, este mais poderoso, incluindo uma distribuição Linux com-

pleta (Ubuntu), com teclado bluetoth, por cerca de 580 dólares. 1 Gb de RAM, processador Atom, e ligação à internet por wireless. Os autores do Commodore OS Vision, falemos então agora deles, são uma companhia norte-americana, também ela herdeira do mundo Amiga, e propondo além do sistema operativo já falado, algumas máquinas com o label Amiga. É o caso do Amiga Mini, um computador muito leve e pequeno comn as seguintes características: • O CPU é um Intel i7-2700k 3.5 Ghz QuadCore (3.9Ghz Turboboost). • 16 Gigs de RAM DD3. • Placa gráfica nVidia Geforce GT 430 Graphics com 1 Gb de memória DD3. • Capacidade de ligação a três monitores; • Output DisplayPort (incluindo adptador VGA, HDMI e 2-Dual DVI. • Som de alta definição 7.1. • 6 Gb/s SATA.

•4 portas USB 3.0 e 4 USB 2.0. • Slot com drive de leitura Bluray e escrita DVDs. • 2 antenas wifi. • Disco Rígido de 1 Tb. • Opcional a possibilidade de juntar drive SSD de 300 ou 600 Gb. A Commodore propõe esta configuração por qualquer coisa como 2 mil dólares. Não sabemos da capacidade da companhia de fornecer a máquina à medida dos pedidos, nem do volume destes, mas é inegável tratar-se de mais uma prova de que o Amiga custa a morrer.


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โ ข A Voz de Ermesinde

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Arte Nona

O ajudante de cangalheiro (3/4) autor: PAULO PINTO


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Serviços

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Farmácias de Serviço Permanente

Telefones CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE

De 01/04/12 a 30/04/12

• Educação Pré-Escolar (Teresa Braga Lino) (Creche, Creche Familiar, Jardim de Infância)

• População Idosa (Anabela Sousa) (Lar de Idosos, Apoio Domiciliário) • Serviços de Administração (Júlia Almeida) Tel.s 22 974 7194; 22 975 1464; 22 975 7615; 22 973 1118; Fax 22 973 3854 Rua Rodrigues de Freitas, 2200 4445-637 Ermesinde • Formação Profissional e Emprego (Albertina Alves) (Centro de Formação, Centro Novas Oportunidades, Empresas de Inserção, Gabinete de Inserção Profissional) • Gestão da Qualidade (Sérgio Garcia) Tel. 22 975 8774 Largo António Silva Moreira, 921 4445-280 Ermesinde • Jornal “A Voz de Ermesinde” (Fernanda Lage) Tel.s 22 975 7611; 22 975 8526; Fax. 22 975 9006 Largo António da Silva Moreira Canório, Casa 2 4445-208 Ermesinde

Telefones

ECA

Telefones de Utilidade Pública

ERMESINDE CIDADE ABERTA

• Sede Tel. 22 974 7194 Largo António Silva Moreira, 921 4445-280 Ermesinde • Centro de Animação Saibreiras (Manuela Martins) Tel. 22 973 4943; 22 975 9945; Fax. 22 975 9944 Travessa João de Deus, s/n 4445-475 Ermesinde • Centro de Ocupação Juvenil (Manuela Martins) Tel. 22 978 9923; 22 978 9924; Fax. 22 978 9925 Rua José Joaquim Ribeiro Teles, 201 4445-485 Ermesinde

Auxílio e Emergência

Saúde

Avarias - Água - Eletricidade de Ermesinde ......... 22 974 0779 Avarias - Água - Eletricidade de Valongo ............. 22 422 2423 B. Voluntários de Ermesinde ...................................... 22 978 3040 B.Voluntários de Valongo .......................................... 22 422 0002 Polícia de Segurança Pública de Ermesinde ................... 22 977 4340 Polícia de Segurança Pública de Valongo ............... 22 422 1795 Polícia Judiciária - Piquete ...................................... 22 203 9146 Guarda Nacional Republicana - Alfena .................... 22 968 6211 Guarda Nacional Republicana - Campo .................. 22 411 0530 Número Nacional de Socorro (grátis) ...................................... 112 SOS Criança (9.30-18.30h) .................................... 800 202 651 Linha Vida ............................................................. 800 255 255 SOS Grávida ............................................................. 21 395 2143 Criança Maltratada (13-20h) ................................... 21 343 3333

Centro Saúde de Ermesinde ................................. 22 973 2057 Centro de Saúde de Alfena .......................................... 22 967 3349 Centro de Saúde de Ermesinde (Bela).................... 22 969 8520 Centro de Saúde de Valongo ....................................... 22 422 3571 Clínica Médica LC ................................................... 22 974 8887 Clínica Médica Central de Ermesinde ....................... 22 975 2420 Clínica de Alfena ...................................................... 22 967 0896 Clínica Médica da Bela ............................................. 22 968 9338 Clínica da Palmilheira ................................................ 22 972 0600 CERMA.......................................................................... 22 972 5481 Clinigandra .......................................... 22 978 9169 / 22 978 9170 Delegação de Saúde de Valongo .............................. 22 973 2057 Diagnóstico Completo .................................................. 22 971 2928 Farmácia de Alfena ...................................................... 22 967 0041 Farmácia Nova de Alfena .......................................... 22 967 0705 Farmácia Ascensão (Gandra) ....................................... 22 978 3550 Farmácia Confiança ......................................................... 22 971 0101 Farmácia Garcês (Cabeda) ............................................. 22 967 0593 Farmácia MAG ................................................................. 22 971 0228 Farmácia de Sampaio ...................................................... 22 974 1060 Farmácia Santa Joana ..................................................... 22 977 3430 Farmácia Sousa Torres .................................................. 22 972 2122 Farmácia da Palmilheira ............................................... 22 972 2617 Farmácia da Travagem ................................................... 22 974 0328 Farmácia da Formiga ...................................................... 22 975 9750 Hospital Valongo .......... 22 422 0019 / 22 422 2804 / 22 422 2812 Ortopedia (Nortopédica) ................................................ 22 971 7785 Hospital de S. João ......................................................... 22 551 2100 Hospital de S. António .................................................. 22 207 7500 Hospital Maria Pia – crianças ..................................... 22 608 9900

Serviços Locais de venda de "A Voz de Ermesinde" • Papelaria Central da Cancela - R. Elias Garcia; • Papelaria Cruzeiro 2 - R. D. António Castro Meireles; • Papelaria Troufas - R. D. Afonso Henriques - Gandra; • Café Campelo - Sampaio; • A Nossa Papelaria - Gandra; • Quiosque Flor de Ermesinde - Praça 1º de Maio; • Papelaria Monteiro - R. 5 de Outubro.

Fases da Lua Abr 20 20112

Lua Cheia: 6 ; Q. Minguante: 13 13;; Lua Nova: 21 21;; Q. Crescente: 29 29..

Mai 201 20122

Lua Cheia: 6 ; Q. Minguante: 12 12;; Lua Nova: 220 0 ; Q. Crescente: 28 28..

Cartório Notarial de Ermesinde ..................................... 22 971 9700 Centro de Dia da Casa do Povo .................................. 22 971 1647 Centro de Exposições .................................................... 22 972 0382 Clube de Emprego ......................................................... 22 972 5312 Mercado Municipal de Ermesinde ............................ 22 975 0188 Mercado Municipal de Valongo ................................. 22 422 2374 Registo Civil de Ermesinde ........................................ 22 972 2719 Repartição de Finanças de Ermesinde...................... 22 978 5060 Segurança Social Ermesinde .................................. 22 973 7709 Posto de Turismo/Biblioteca Municipal................. 22 422 0903 Vallis Habita ............................................................... 22 422 9138 Edifício Faria Sampaio ........................................... 22 977 4590

Bancos Banco BPI ............................................................ 808 200 510 Banco Português Negócios .................................. 22 973 3740 Millenium BCP ............................................................. 22 003 7320 Banco Espírito Santo .................................................... 22 973 4787 Banco Internacional de Crédito ................................. 22 977 3100 Banco Internacional do Funchal ................................ 22 978 3480 Banco Santander Totta ....................................................... 22 978 3500 Caixa Geral de Depósitos ............................................ 22 978 3440 Crédito Predial Português ............................................ 22 978 3460 Montepio Geral .................................................................. 22 001 7870 Banco Nacional de Crédito ........................................... 22 600 2815

Transportes Central de Táxis de Ermesinde .......... 22 971 0483 – 22 971 3746 Táxis Unidos de Ermesinde ........... 22 971 5647 – 22 971 2435 Estação da CP Ermesinde ............................................ 22 971 2811 Evaristo Marques de Ascenção e Marques, Lda ............ 22 973 6384 Praça de Automóveis de Ermesinde .......................... 22 971 0139

Desporto Ficha de Assinante A VOZ DE

ERMESINDE Nome ______________________________ _________________________________ Morada _________________________________ __________________________________________________________________________________ Código Postal ____ - __ __________ ___________________________________ Nº. Contribuinte _________________ Telefone/Telemóvel______________ E-mail ______________________________ Ermesinde, ___/___/____ (Assinatura) ___________________ Assinatura Anual 12 núm./ 9 euros R. Rodrigues Freitas, 2200 • 4445-637 Ermesinde Tel.: 229 747 194 • Fax: 229 733 854

Farmácias de Serviço

Dias

• Infância e Juventude (Fátima Brochado) (ATL, Actividades Extra-Curriculares)

Águias dos Montes da Costa ...................................... 22 975 2018 Centro de Atletismo de Ermesinde ........................... 22 974 6292 Clube Desportivo da Palmilheira .............................. 22 973 5352 Clube Propaganda de Natação (CPN) ....................... 22 978 3670 Ermesinde Sport Clube ................................................. 22 971 0677 Pavilhão Paroquial de Alfena ..................................... 22 967 1284 Pavilhão Municipal de Campo ................................... 22 242 5957 Pavilhão Municipal de Ermesinde ................................ 22 242 5956 Pavilhão Municipal de Sobrado ............................... 22 242 5958 Pavilhão Municipal de Valongo ................................. 22 242 5959 Piscina Municipal de Alfena ........................................ 22 242 5950 Piscina Municipal de Campo .................................... 22 242 5951 Piscina Municipal de Ermesinde ............................... 22 242 5952 Piscina Municipal de Sobrado ................................... 22 242 5953 Piscina Municipal de Valongo .................................... 22 242 5955 Campo Minigolfe Ermesinde ..................................... 91 619 1859 Campo Minigolfe Valongo .......................................... 91 750 8474

Cultura Arq. Hist./Museu Munic. Valongo/Posto Turismo ...... 22 242 6490 Biblioteca Municipal de Valongo ........................................ 22 421 9270 Centro Cultural de Alfena ................................................ 22 968 4545 Centro Cultural de Campo ............................................... 22 421 0431 Centro Cultural de Sobrado ............................................. 22 415 2070 Fórum Cultural de Ermesinde ........................................ 22 978 3320 Fórum Vallis Longus ................................................................ 22 240 2033 Nova Vila Beatriz (Biblioteca/CMIA) ............................ 22 977 4440 Museu da Lousa ............................................................... 22 421 1565

Comunicações Posto Público dos CTT Ermesinde ........................... 22 978 3250 Posto Público CTT Valongo ........................................ 22 422 7310 Posto Público CTT Macieiras Ermesinde ................... 22 977 3943 Posto Público CCT Alfena ........................................... 22 969 8470

Administração Agência para a Vida Local ............................................. 22 973 1585 Câmara Municipal Valongo ........................................22 422 7900 Centro de Interpretação Ambiental ................................. 93 229 2306 Centro Monit. e Interpret. Ambiental. (VilaBeatriz) ...... 22 977 4440 Secção da CMV (Ermesinde) ....................................... 22 977 4590 Serviço do Cidadão e do Consumidor .......................... 22 972 5016 Gabinete do Munícipe (Linha Verde) ........................... 800 23 2 001 Depart. Educ., Ação Social, Juventude e Desporto ...... 22 421 9210 Casa Juventude Alfena ................................................. 22 240 1119 Espaço Internet ............................................................ 22 978 3320 Gabinete do Empresário .................................................... 22 973 0422 Serviço de Higiene Urbana.................................................... 22 422 66 95 Ecocentro de Valongo ................................................... 22 422 1805 Ecocentro de Ermesinde ............................................... 22 975 1109 Junta de Freguesia de Alfena ............................................ 22 967 2650 Junta de Freguesia de Sobrado ........................................ 22 411 1223 Junta de Freguesia do Campo ............................................ 22 411 0471 Junta de Freguesia de Ermesinde ................................. 22 973 7973 Junta de Freguesia de Valongo ......................................... 22 422 0271 Serviços Municipalizados de Valongo ......................... 22 977 4590 Centro Veterinário Municipal .................................. 22 422 3040 Edifício Polivalente Serviços Tecn. Municipais .... 22 421 9459

Ensino e Formação Cenfim ......................................................................................... 22 978 3170 Centro de Explicações de Ermesinde ...................................... 22 971 5108 Colégio de Ermesinde ........................................................... 22 977 3690 Ensino Recorrente Orient. Concelhia Valongo .............. 22 422 0044 Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomes .................. 22 973 3703/4 Escola EB2/3 de S. Lourenço ............................ 22 971 0035/22 972 1494 Escola Básica da Bela .......................................................... 22 967 0491 Escola Básica do Carvalhal ................................................. 22 971 6356 Escola Básica da Costa ........................................................ 22 972 2884 Escola Básica da Gandra .................................................... 22 971 8719 Escola Básica Montes da Costa ....................................... 22 975 1757 Escola Básica das Saibreiras .............................................. 22 972 0791 Escola Básica de Sampaio ................................................... 22 975 0110 Escola Secundária Alfena ............................................. 22 969 8860 Escola Secundária Ermesinde ........................................ 22 978 3710 Escola Secundária Valongo .................................. 22 422 1401/7 Estem – Escola de Tecnologia Mecânica .............................. 22 973 7436 Externato Maria Droste ........................................................... 22 971 0004 Externato de Santa Joana ........................................................ 22 973 2043 Instituto Bom Pastor ........................................................... 22 971 0558 Academia de Ensino Particular Lda ............................. 22 971 7666 Academia APPAM .......... 22 092 4475/91 896 3100/91 8963393

01 02 03 04 05 06 06 07 08 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 25 26 27 28 29 30

Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sexta Sábado Domingo Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda

Vilardell Santa Joana Travagem Marques Cunha Outeiro Linho Alfena Sobrado Ascensão Bessa Confiança Central Formiga Sousa Torres Vilardell Garcês Marques Cunha MAG Sousa Torres Nova Alfena Outeiro Linho Sobrado Palmilheira Sampaio Bessa Central Santa Joana Travagem Marques Santos Marques Cunha Alfena Outeiro Linho Ascensão Sobrado Confiança Bessa Formiga Central Garcês Marques Santos MAG Vilardell Nova Alfena Outeiro Linho Palmilheira Sobrado Sampaio Santa Joana Bessa Travagem Central Alfena Marques Santos Sousa Torres Vilardell Ascensão Confiança Marques Cunha Sobrado Formiga Bessa Garcês Central MAG

FICHA TÉCNICA A VOZ DE

ERMESINDE JORNAL MENSAL • N.º ERC 101423 • N.º ISSN 1645-9393 Diretora: Fernanda Lage. Redação: Luís Chambel (CPJ 1467), Miguel Barros (CPJ 8455). Fotografia: Editor – Manuel Valdrez (CPJ 8936), Ursula Zangger (CPJ 1859). Maquetagem e Grafismo: LC, MB. Publicidade e Asssinaturas: Aurélio Lage, Lurdes Magalhães. Colaboradores: Afonso Lobão, A. Álvaro Sousa, Ana Marta Ferreira, Armando Soares, Cândida Bessa, Chelo Meneses, Diana Silva, Faria de Almeida, Filipe Cerqueira, Gil Monteiro, Glória Leitão, Gui Laginha, Jacinto Soares, Joana Gonçalves, João Dias Carrilho, Sara Teixeira, Joana Viterbo, José Quintanilha, Luís Dias, Luísa Gonçalves, Lurdes Figueiral, Manuel Augusto Dias, Manuel Conceição Pereira, Marta Ferreira, Nuno Afonso, Paulo Pinto, Reinaldo Beça, Rui Laiginha, Rui Sousa, Sara Amaral. Propriedade, Administração, Edição, Publicidade e Assinaturas: CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE • Rua Rodrigues de Freitas, N.º 2200 • 4445-637 ERMESINDE • Pessoa Coletiva N.º 501 412 123 • Serviços de registos de imprensa e publicidade N.º 101 423. Telef. 229 747 194 - Fax: 229733854 Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde. Tels. 229 757 611, 229 758 526, Tlm. 93 877 0762. Fax 229 759 006. E-mail: avozdeermesinde@gmail.com Site:www.avozdeermesinde.com Impressão: DIÁRIO DO MINHO, Rua Cidade do Porto – Parque Industrial Grundig, Lote 5, Fração A, 4700-087 Braga. Telefone: 253 303 170. Fax: 253 303 171. Os artigos deste jornal podem ou não estar em sintonia com o pensamento da Direção; no entanto, são sempre da responsabilidade de quem os assina.

Emprego Centro de Emprego de Valongo .............................. 22 421 9230 Gabin. Inserção Prof. do Centro Social Ermesinde .. 22 975 8774 Gabin. Inserção Prof. Ermesinde Cidade Aberta ... 22 977 3943 Gabin. Inserção Prof. Junta Freguesia de Alfena ... 22 967 2650 Gabin. Inserção Prof. Fab. Igreja Paroq. Sobrado ... 91 676 6353 Gabin. Inserção Prof. CSParoq. S. Martinho Campo ... 22 411 0139 UNIVA ............................................................................. 22 421 9570

Tiragem Média do Mês Anterior: 1100


30 de março de 2012

• A Voz de Ermesinde

Serviços

Agenda

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01 Abr - 30 Abr

Desporto 1 DE ABRIL, 15H00 Estádio de Sonhos – Ermesinde - Livração Jogo a contar para a 29ª jornada do Campeonato da 1ª Divisão, Série 1, da Associação de Futebol do Porto. 1 DE ABRIL, 15H00 Complexo Desportivo Montes da Costa – Formiga . Águas Santas Jogo a contar para a 29ª jornada do Campeonato da 2ª Divisão, Série 1, da Associação de Futebol do Porto. 22 DE ABRIL, 15H00 Estádio de Sonhos – Ermesinde - Perafita Jogo a contar para a 31ª jornada do Campeonato da 1ª Divisão, Série 1, da Associação de Futebol do Porto. 22 DE ABRIL, 15H00 Complexo Desportivo Montes da Costa – Formiga - Sobrosa Jogo a contar para a 31ª jornada do Campeonato da 2ª Divisão, Série 1, da Associação de Futebol do Porto. (Calendário AFP)

Festivais 13 A 15 DE ABRIL Fórum Cultural de Ermesinde – H OKUTO A NIPOP (F esti (Festi estivv al de Cultur Culturaa JJaa ponesa) Parceria entre o Município de Valongo e a ANIPOP – Associação Juvenil de Animação e Cultura japonesa, que visa a divulgação da cultura e do cinema de animação japoneses. Durante três dias o Fórum Cultural de Ermesinde receberá atividades diversas, todas elas dedicadas à divulgação da cultura nipónica. (Agenda Área Metropolitana do Porto)

Exposições

EXPOSIÇÃO PERMANENTE onte F er a, Campo Ponte Fer errr eir eira, Moinho da P – Núcleo Museológico da Panificação Exposição permanente que alberga instrumentos que retratam uma das indústrias mais importantes de Valongo, a panificação e o fabrico de biscoitos. Possui utensílios, maquinaria, fotografias e esquemas que descrevem o ciclo da panificação, desde o amanho da terra até ao fabrico do pão e do biscoito. Pode igualmente proceder-se à identificação dos principais cereais e descobrir os seus sucedâneos. (Agenda Área Metropolitana do Porto).

Prazos de entrega do IRS e uma maneira de continuar a ajudar quem precisa sem gastar um tostão Sabia que, no preenchimento da declaração de IRS, podemos destinar 0,5 % do imposto a pagar, que em vez de ir parar aos cofres do Estado pode ser reencaminhado para uma instituição de solidariedade social, bastando para tal que cada contribuinte indique no Quadro 9 do Anexo H do Modelo 3 do IRS o número de contribuinte da instituição beneficiária? Isto não implica o pagamento de mais imposto, apenas que o contribuinte, desta forma, obriga o Estado a doar parte da verba que iria receber a uma instituição de solidariedade à escolha. Esta opção não tem, por isso, quaisquer custos e não interfere nos cálculos do que se possa vir a pagar ou receber de reembolso do IRS, tal como o define o n.º 6 do artigo 32.º da Lei n.º 16/2001, de 22 de Junho. Instituição de solidariedade cinquentenária, com várias valências dedicadas ao trabalho com idosos, crianças, desempregados e outras pessoas com necessidades formativas, com muitas provas dadas ao longo de todos estes anos, o Centro Social de Ermesinde (CSE) é, sem dúvida, uma instituição plenamente merecedora dessa doação ao fazer o seu IRS. Para tal, por favor, indique o número de identificação fiscal do CSE: 501412123, tal como exemplificado acima. DATAS DE ENTREGA IRS 2011 Entregas em papel 1ª Fase – 01 a 31 de março de 2012, para rendimentos das categorias A e H; 2ª Fase – 01 a 30 de abril de 2012, para os restantes rendimentos. Através da internet 1ª Fase – 01 a 30 de abril de 2012, para rendimentos das categorias A e H; 2ª Fase – 01 de maio a 03 de junho de 2012, para os restantes rendimentos (prazo alargado pelas Finanças).


A Voz de Ermesinde • 30 de março de 2012

Última

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• MOSTRA DE TEATRO AMADOR DO CONCELHO DE VALONGO •

Uma mão cheia de estórias... Quem se casa? Com quem casa? / Como vive esta miúda? Ai que medo!... Ai que loucura!... / Ai que esperanças!... Ai que azar!... Ai que sorte!... Ai que alegria!... / Ai que susto!... Ai que peninha! (desde o berço para o altar... / e do altar para a sepultura). LC FOTOS: MANUEL VALDREZ, URSULA ZANGGER, ANA MARTA FERREIRA E PAULO FIGUEIREDO/CMV UZ

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