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30 de junho de 2012

• A Voz de Ermesinde

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VOZDE DE AAVOZ

ERMESINDE

MAIS DE 50 ANOS – QUASE 900 NÚMEROS

N.º 894 • ANO LII/LIV

30 de junho de 2012

DIRETORA: Fernanda Lage

M E N S Á R I O

PREÇO: 1,00 Euros (IVA incluído)

TAXA PAGA PORTUGAL 4440 VALONGO

• Tel.s: 229757611 / 229758526 / 938770762 • Fax: 229759006 • Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde • E-mail: avozdeermesinde@gmail.com

CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE

“A Voz de Ermesinde” na Internet: http://www.avozdeermesinde.com/

Saldo da cooperação com o Governo até agora é positivo

DESTAQUE

FOTO URSULA ZANGGER

PS: Tomada de posse da Comissão Política Concelhia

DESTAQUE Pág. 3

PSD: Eleita Comissão Política do Núcleo de Alfena

DESTAQUE Pág. 3

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE VALONGO

Bugiadas são oficialmente património imaterial de interesse municipal

DESTAQUE Pág. 7

Entrevista com percussionista Marcelo Aires

MÚSICA Pág.s 10 e 11

AL HENNA em defesa do património de Alfena

PATRIMÓNIO Pág. 13

FUTEBOL CAMADAS JOVENS

Henrique Queirós Rodrigues, líder e rosto do Centro Social de Ermesinde, traça nesta entrevista o seu•ideário e o seu programa de intervenção social à frente da instituição que vem dirigindo, os constrangimentos e planos desta, e o balanço das relações com o Governo de Passos Coelho até ao momento. Pág.s 4, 5 e 6

Entrevista ao responsável

da Escola-Academia Sporting-Alfena

DESPORTO


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A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012

Destaque

FERNANDA LAGE DIRETORA

EDITORIAL

Será Portugal um país de resignados? Nos últimos tempos a comunicação social tem dado eco a algumas manifestações de descontentamento do povo português, para alguns não passam de casos esporádicos e pontuais encabeçadas por partidos políticos de esquerda, porque no seu entender o povo compreende todos estes constrangimentos e está disposto a apoiar o atual Governo, bem comportado a fazer tudo o que a troika exige e até mais se for necessário… Penso que alguns quiseram dar o benefício da dúvida a este Governo mantendo-se equidistantes da crítica e do mal estar em crescendo que nos rodeia, mas hoje começam a sentir-se desconfortáveis com tanta injustiça, tanto desemprego, tanta pobreza e, sobretudo, sem esperança. Os governantes continuam a acreditar na “paciência” dos portugueses, mas sempre ouvi dizer que a paciência tem limites… Sem uma estratégia visível e explícita ninguém acredita em nada. A maioria da população portuguesa vive aparentemente acomodada, sem perspetivas de futuro, perdeu a alegria e a força para lutar. Mas o povo não é parvo e merece mais respeito por parte de quem o governa sem diálogo nem explicações. Austeridade sobre austeridade em tudo é apresentada como sendo a melhor e a única solução para os problemas. Privatizações anunciadas depois de serem negociadas, quem lucra com isso, para quem vai o dinheiro? Na sua maioria para pagar juros e mais juros e o país cada vez mais pobre. Aproxima-se a época em que a maioria dos portugueses costumam ir de férias, nomeadamente uma classe média que conquistou nas ultimas décadas o direito a um subsídio que lhes permitia um descanso merecido, uma escapadela para a praia ou para o campo, um recarregar de baterias que os ajudava a regressar ao trabalho com mais ânimo e força. A maio-

ria da população vai ficar em casa ou desloca-se para casas de familiares ou amigos. Os que ainda podem vão optar por situações mais económicas e resta, como é óbvio, um grupo que mantém o seu estatuto e vai passar férias sem restrições e escolhidas no estrangeiro ou no país. No fim do verão cá estaremos, uns mais descansados, outros mais desiludidos, mas resignados não. Como em tudo na vida acredito que é sempre possível inverter caminhos, corrigir rotas, analisar, reequilibrar e rejeitar o que tiver de ser rejeitado. Vivemos muitos anos convencidos que tínhamos encontrado um caminho que nos conduzia à felicidade e ao bem estar de uma forma simples, vivendo aciFOTO CERC ma das posses da maioria das pessoas e dos Estados, em benefício de uma minoria. E é essa mesma minoria que hoje nos culpa por isso. Como dizia D. Manuel Policarpo, «é preciso que os líderes europeus mantenham a dignidade da pessoa humana no centro e na resposta à crise». Acredito que hoje «o homem caminha para um horizonte que se evapora à medida que ele julga estar mais próximo, cada solução trazendo novos dilemas. De todas as vezes, a felicidade tem de ser reinventada e ninguém possui as chaves que abrem as portas da terra prometida: temos que decidir o rumo à medida que avançamos e rectificar a trajectória passo a passo, com mais ou menos sucesso. Lutamos por uma sociedade e uma vida melhores, procuramos incansavelmente os caminhos da felicidade, mas nada garante que alcançaremos aquilo que nos é mais precioso: a alegria de viver». (1) (1)

Lipovetsky, Gilles. “A Felicidade Paradoxal – Ensaio sobre a Sociedade do Hiperconsumo”, pág. 317.


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Destaque

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Tomou posse a Comissão Política Concelhia do Partido Socialista de Valongo

FOTOS URSULA ZANGGER

Em cerimónia que decorreu no Auditório da Junta de Freguesia de Ermesinde, no passado dia 26 de junho, e na presença do seu presidente, José Manuel Ribeiro, e do recém-eleito presidente da Comissão Política Distrital do Porto, José Luís Carneiro, tomou posse a Comissão Política Concelhia do Partido Socialista de Valongo. LC

José Manuel Ribeiro, o reconduzido presidente da Comissão Política Concelhia do PS/Valongo dirigiu os trabalhos do ato da tomada de posse, chamando um a um por ordem de eleição, os novos membros da Comissão Política Concelhia: começou, pois, por si mesmo, para assinar a tomada de posse e chamou depois à mesa do palco, sucessivamente Afonso Lobão, Alfredo Sousa, Catarina Lobo, etc., que foram tomando posse, exceção feita a Afonso Lobão, ausente da cerimónia, o mesmo ocorrendo, aliás, com Cândida Bessa e Ilídio Lobão, elementos muito próximos do candidato derrotado. Dos nomes mais destacados da lista de Afonso Lobão estava presente Esmeralda Carvalho, que tomou posse. Na mesma lista, o atual

presidente da Mesa da Assembleia de Freguesia de Ermesinde, Raul Santos, foi outro dos que tomaram posse. Mas as palavras de José Manuel Ribeiro foram todas no sentido da unidade do partido, agradecendo mesmo «aos camaradas que deram corpo a um projeto alternativo, e em particular ao camarada Afonso Lobão, que liderou essa lista alternativa». O presidente da Concelhia socialista felicitou depois José Luís Carneiro, e declarou esperar deste que ele volte a recuperar para o PS o lugar de força política mais influente do distrito. O caderno de encargos da nova Comissão Política, apontou José Manuel Ribeiro, é construir, sob a direção do PS, uma força aberta a outras componentes da esquerda, de acordo com um diálogo metropolitano, municipal e em cada freguesia, no sentido de

derrotar as forças de direita. E, de novo, numa perspetiva de unidade, saudou, particularmente, em nome de todos os líderes de Secção, o também recém-eleito Filipe Santos, eleito por uma lista alinhada com as posições de Afonso Lobão. O PS/Valongo não terá qualquer tolerância para a falta de capacidade política do PSD, os munícipes estão cansados de notícias de má gestão. «A Câmara não tem meios de dar a mão a quem mais precisa, o que é uma evidência do falhanço do projeto do PSD». O presidente do PS/Valongo apontou depois não só a importância dos militantes de base, mas também dos simpatizantes socialistas. E, por fim, tentando demonstrar a capacidade dos socialistas em recuperar a maioria na Câmara Municipal destacou os autarcas soci-

alistas ali presentes, como, entre eles, o presidente da Mesa da Assembleia de Freguesia de Ermesinde, Raul Santos, os presidentes de Junta, Alfredo Sousa e António Alves do Vale, e os ex-vereadores José Carveiro, Jacinto Soares e Agostinho Silvestre. Ficou para todos bem claro que o caderno de encargos compreendia, principalmente, ganhar a Câmara. A intervenção de José Luís Carneiro Seguiu-se a intervenção de José Luís Carneiro, que após cumprimentar José Manuel Ribeiro pela sua vitória, e os autarcas presentes, em particular, elogiou um projeto capaz de voltar a colocar Valongo no âmbito da Área Metropolitana, de que está praticamente ausente. Elo-

giou também a Comissão Política do PS/Valongo, uma das que «tem mostrado mais vitalidade». Sublinhou depois a importância dos partidos políticos na democracia e o escrutínio que permitem à vida dos candidatos a cargos públicos. Apontou depois que a franqueza do combate político recentemente travado no concelho dentro do PS era uma garantia de contribuição para o objetivo de ganhar a Câmara Municipal de Valongo. Mas «não queremos ganhar por ganhar», mas pelas causas e valores do PS, sublinhou. Não apenas na defesa do empreendedorismo,mas também na luta pela igualdade de oportunidades, ganhar para servir os cidadãos. E anunciou depois que queria avançar com duas convenções autárquicas, das zonas do Vale do Sousa e Baixo Tâ-

mega e da Área Metropolitana do Porto. Apontou ainda que mais importante do que os cidadãos sde identificarem com os candidatos do PS era identificarem-se com as causas do PS. Assim até os candidatos estariam mais protegidos, com o escudo das ideias. E defendeu o compromisso de apoiar as Concelhias queb manifestem uma vontade de criar plataformas de diálogo com os partidos à esquerda do PS. E visando o atual Executivo camarário, apontou a sua falta de coesão e a falta de capacidade de defender um património tão importante como a Serra de Santa Justa e o Vallis Longus.E terminou considerando que José Manuel Ribeiro iria ter pulso para não perder o objetivo fundamental, não se distraindo das questões essenciais, ao serviço dos cidadãos e em diálogo com estes.

Eleita Comissão Política Plataforma contra do Núcleo PSD de Alfena Extinção de Freguesias propõe encontro de autarcas de freguesia LC

Foi recentemente eleita, no passado dia 16 de junho, a nova Comissão Política do Núcleo do PSD de Alfena, presidida por Daniel Feliz, e composta, além deste, por Sérgio Sousa, Sérgio Marques, Carlos Ramos, Ricardo Ribeiro, César Vasconcelos, Cláudia Dantas, Expedito Moreira, Fernando Teixeira, Diamantino Pereira, Manuel Ramalho, Telma Serrado e Filipa Teles Rocha. No Manifesto de candidatura, apontando ideias de desenvolvimento e progresso de Alfena, com as quais o PSD se identificava, Daniel Feliz apontava ter sido com este partido o período de maior desenvolvimento de Alfena. «Alfena é hoje, e nunca é demais dizê-lo, uma cidade com características únicas.

Daniel Feliz A generosidade e o empreendedorismo das suas gentes, o valor do trabalho e iniciativa individual, bem como a localização geográfica, fazem da nossa terra uma mais valia indiscutível no concelho de Valongo», aponta o manifesto da nova Comissão Política de Alfena.

A lista (única) social-democrata de Daniel Feliz, apresenta-se assim, claramente, como uma alternativa política aos Unidos por Alfena, grupo que teve na sua génese numa cisão no PSD local e que foi fundado por Arnaldo Soares e Rogério Palhau, Sérgio Pinto, António Peixoto e outros. A proposta social-democrata alfenense foi apoiada por uma Comissão de Honra na qual se incluíam nomes como o ex-presidente da Junta de Freguesia de Alfena, Guilherme Roque, e ainda nomes como Manuel Oliveira, Moasyr Marques, Carlos Reis, Manuel Monteiro e Maria Amélia Silva. A luta política em Alfena para as próximas autárquicas ainda agora vai no adro, mas estejamos certos que o divórcio de Arnaldo Soares com o PSD terá consequências.

Reuniu recentemente, a 23 de junho, em Montelavar, Sintra, a Plataforma Nacional Contra a Extinção de Freguesias, tendo decidido endurecer sua a luta, decidindo, conforme consta do comunicado oficial: «1) Solicitar uma reunião à ANAFRE para agilizar alguns processos de luta contra esta Reforma Administrativa do Território e em especial concretizar um encontro de autarcas de freguesia, convidando dirigentes associativos e representantes dos trabalhadores, a realizar durante o mês de Setembro; 2) Valorizar a não nomeação de representantes das fre-

guesias na Unidade Técnica de Extinção de Freguesias; 3) Reforçar o apelo à Associação Nacional de Municípios Portugueses para não tomar parte na Unidade Técnica; 4) Continuar a estimular a criação de movimentos de defesa das freguesias e nesta reunião foi aprovada a criação do Plataforma Distrital de Lisboa; 5) Continuar a exortar as Freguesias, Câmaras Municipais e Assembleias para se pronunciarem contra esta Reforma Administrativa do Território; 6) Continuar a dinamizar a Petição Nacional Contra a Extinção de Freguesia; 7) Continuar a envolver as

populações e forças vivas na defesa das freguesias e do Poder Local Democrático bem como estimular a participação de algumas personalidades para que se possam envolver nesta luta; 8) Denunciar o funcionamento e os custos (...) com a unidade técnica de extinção de freguesias que vão ascender a centenas de milhares de euros, correspondentes a senhas de presença, despesas de representação, comunicações e transporte (...), (um membro da unidade técnica vai ganhar mais numa reunião do que a grande maioria dos presidentes de junta num mês).


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Destaque

• ENTREVISTA HENRIQUE RODRIGUES •

CSE: o saldo atual do relacionamento com este Governo (para já) é positivo FOTOS URSULA ZANGGER

Henrique Queirós Rodrigues, presidente da Direção do Centro Social de Ermesinde (CSE) traça, nesta conversa, os planos futuros e as perspetivas atuais da instituição, os seus constrangimentos, mas também as expectativas que decorrem do relacionamento das instituições particulares de solidariedade social com o atual Governo. E o que daí pode resultar no concreto para a vida presente e futura do CSE. LC

“A Voz de Ermesinde” (AVE) - O padre Lino Maia concedeu, em março, uma entrevista ao jornal “A Voz de Ermesinde”, na qual abordou muitas das propostas do acordo das IPSS com o Governo. Dessas propostas, tudo se mantém ou há algumas que não avançaram tanto como aquilo que se estava à espera? Henrique Queirós Rodrigues (HQR) – Uma coisa é, em termos globais, a posição que tem o padre Lino Maia, como presidente da Confederação que representa todas as instituições – e também o Centro Social de Ermesinde –, em termos nacionais e também na sua relação com o Governo. E o que de facto se procurou sinalizar neste primeiro ano de relações com este novo Governo e do que o padre Lino Maia deu conta é que há algumas inovações. E a primeira inovação é no próprio estilo da relação. Tem sucedido que, ao longo de um período dilatado de um mesmo Governo, começam a acentuar-se sinais de alguma inflexibilidade; o Governo vai considerando cada vez mais que ele próprio conhece as soluções para tudo e diminui o espírito e o propósito de parcerias que, normalmente, no estado de graça inicial dos vários governos, marca o exercício dessas funções. Já tinha sucedido o mesmo no final do cavaquismo. Sucedeu o mesmo, também, no tempo final do Governo do Eng. Sócrates, uma espécie do adensar da crispação no diálogo com os restantes parceiros sociais. E com as instituições também isso se notava. Portanto, o que se tem evidenciado ao longo deste ano é que tem havido uma grande abertura para perceber, discutir e tentar resolver muitos dos

constrangimentos que se põem relativamente à ação das instituições. De resto, outra questão que me parece interessante notar é o facto de o papel das instituições particulares de solidariedade social (IPSS) no combate à crise, no combate às desigualdades, como parceiro essencial no bem estar social geral da sociedade, voltar a estar no discurso político com este Governo. Tinha sucedido o mesmo no tempo do Eng. Guterres, em que o papel das instituições era assumido em termos do discurso político do então primeiro-ministro e dos setores politicamente mais relevantes do seu Governo, como agente essencial do ponto de vista do funcionamento da sociedade, e com reconhecimento e respeito pelo papel e pelas vantagens que um tão numeroso setor representa para a promoção da igualdade de oportunidades entre os cidadãos, para o apoio ao desenvolvimento, para a proteção social, e esse papel de alguma forma foi sendo desvalorizado nos governos posteriores. Ora, neste momento, volta a fazer parte do núcleo do discurso político governamental. Isso é interessante, não tanto que fiquemos vaidosos por ver reconhecido o papel das instituições, mas porque também nos parece que é importante para a sociedade que este papel seja potenciado. E de facto isto também tem marcado este tempo inicial, já que faz agora um ano que este Governo vem exercendo funções. Em alguns dossiers esta abertura de espírito e essa renovação da vontade de parceria tem tido boas soluções. Concretamente o Protocolo de Cooperação para 2011-2012, que foi celebrado em janeiro de 2012, tem alguns sinais importantes.

O primeiro sinal é este: num tempo em que as prestações sociais têm sofrido cortes significativos – quer na área do desemprego, quer nas prestações familiares, quer no rendimento social de inserção –, em que tem havido diminuição dos valores absolutos alocados pelo Governo para essas medidas de proteção social, de acordo com as recomendações constantes do memorando de entendimento com as instituições internacionais que têm prestado assistência financeira ao nosso país, ter sido possível em relação ao apoio às IPSS dar um pequeno sinal positivo.

AVE - Em que se concretizaram esses maus tratos aos ATL e como reagiram as instituições às dificuldades então criadas? E o que há de novo, de positivo? HQR - A sociedade, há cerca de três ou quatro anos, organizou um abaixo-assinado que foi apresentado à Assembleia da República como uma petição para que o Governo de então revisse o ataque que estava a ser feito pela chamada “escola a tempo inteiro” e pelas “atividades de enriquecimento curricular” às atividades de tempos livres das instituições, e de

Não ficamos vaidosos por ver reconhecido o papel das instituições, mas parece-nos que é importante para a sociedade que este papel seja potenciado. Isto é, apesar de também fazer parte do memorando de entendimento que o volume das transferências na área da cooperação deveria sofrer um corte, o setor social acabou por beneficiar de um aumento, embora simbólico. E, por outro lado, o protocolo veio consagrar duas lutas antigas das instituições, que tinham sido objeto – pelo menos uma delas – de maus tratos no anterior Governo, que é a questão dos ATL.

facto este protocolo veio permitir que, desde que a vontade dos pais fosse nesse sentido, as IPSS voltassem a desenvolver atividades de tempos livres para crianças e jovens do I Ciclo do Ensino Básico nos ATLs, segundo o modelo que estava anteriormente em funcionamento; por exemplo, aqui no Centro Social de Ermesinde, esta é uma das valências mais significativas. Temos um acordo de cooperação para 150 utentes em

ATL, e esta foi uma resposta social que sofreu alguma perturbação com essa concorrência das atividades de enriquecimento curricular. A nosso ver injustamente, já que sofreu uma desvalorização, porque era uma atividade fundamentalmente educativa e, de acordo com o figurino do Governo de então, foi estipulado que passássemos apenas a cobrir os períodos das pontas dos dias, ao princípio e ao fim do dia, e de facto este protocolo, celebrado com este Governo, veio reabrir a possibilidade de um funcionamento em termos educativos e pedagógicos do ATL em instituições e não na escola, desde que os pais queiram que assim seja. Também houve alterações significativas, quer no que respeita ao alargamento da capacidade das creches, sem prejuízo da qualidade e da segurança, e dos lares de idosos, o que também veio de encontro às preocupações do Centro Social de Ermesinde relativamente a essas respostas sociais, já que o Centro Social é a única IPSS em Ermesinde que assegura na cidade essas duas respostas com forte procura. Na medida em que as novas normas legais estabelecidas por este Governo, em cooperação com as instituições, permitiram alargar a capacidade. Na nossa perspetiva há uma potencial melhoria de funcionamento, quer da creche quer do lar de idosos. Portanto, até agora, o saldo do que tem sido a cooperação, na minha perspetiva e no que diz respeito concretamente ao Centro Social de Ermesinde, é de que o saldo, até agora, tem sido positivo. AVE - A pesar de tudo, o Plano de Atividades do Centro Social de Ermesinde ainda não é muito otimista relativamente aos ATL...

HQR - O Plano de Atividades não é muito otimista, de facto, mas porque, por um lado, foi apresentado em novembro de 2011 e o Protocolo de Cooperação entre o Ministério e a Confederação das IPSS é de janeiro de 2012 e justamente esta inovação e a consideração do direito de livre escolha dos pais relativamente ao modelo educativo está contida nesse Protocolo de 2012. Portanto achamos que é um facto novo que permite uma visão mais otimista que aquela que era traçada no nosso Plano de Atividades para 2012. Mas é evidente que após as perturbações, esperamos nós que agora, com o tempo, seja possível retomar a dinâmica que tinha antes o ATL. Mas isso será matéria que só mesmo o tempo é que vai resolver, até porque essa concorrência que as “atividades de enriquecimento curricular” faziam relativamente às “atividades de tempos livres” das instituições era uma concorrência desleal, na perspetiva em que, como eram um serviço público, havia preços administrativos fixados pelo Governo ou pelas autarquias, em que o Governo e as autarquias absorviam parte dos custos que deviam ser pagos pelos pais. Naturalmente que em situações de crise as famílias, mesmo que haja um serviço mais qualificado nas instituições, havendo um gratuito, para o mesmo período do dia na escola, tendem a preferir aquele que é gratuito ou que é objeto de preços administrativos. AVE - Essa diminuição de constrangimentos que havia sobre os ATLs e o facto de o Centro Social ter entretanto enveredado por uma via de grande rigor administrativo que lhe permitiu ter dois anos seguidos com exercícios positivos, torna líquido que


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• ENTREVISTA HENRIQUE RODRIGUES • o próximo exercício será também positivo? Ou há algumas dificuldades que podem ameaçar os resultados? HQR - A nossa expectativa é de que os resultados sejam positivos, isto é, neste momento não há nenhuma ameaça que faça infletir o que tem sido o rumo da gestão nos últimos dois anos, nomeadamente em termos de financiamento. Há ainda algumas perturbações. Por exemplo, vão ser – creio eu – abertas mais algumas salas de jardim de infância no próximo ano letivo, na cidade de Ermesinde, no âmbito dos centros escolares, que é também outra área em que tem havido concorrência, já que a planificação da construção dos centros escolares não teve em conta a realidade já existente em termos da resposta do pré-escolar, e por aí pode suceder um fenómeno idêntico àquele que sucedeu com os ATL, que é o Estado, através da construção dos novos equipamentos, vir fazer concorrência às respostas que já estão instaladas no terreno, já que não cumpriu as próprias leis feitas pelo Estado quanto à necessidade de planeamento relativamente a novos equipamentos. Como se sabe a Rede Social – que é uma espécie de Fórum em que estão representados, em termos autárquicos, os serviços públicos e os serviços sociais – estabelece que nenhum novo equipamento deve ser objeto de construção e de financiamento público sem o seu parecer favorável. Ora, a construção destes centros escolares com respostas como jardins de infância concorrentes a jardins de infância já existentes, ou o lançamento de atividades de enriquecimento curricular (AECs), muitas vezes com adaptações de espaços nas escolas, onde já havia atividades de tempos livres, tudo isso foi feito sem cumprimento dessa regra de um parecer prévio e de uma autorização por parte da Rede Social. Quer dizer, o Estado avançou com a construção de equipamentos gastando dinheiro mal gasto, deitando dinheiro fora para construir equipamentos para respostas que já existiam e, portanto, como, a partir do próximo ano letivo, vamos ter, em jardim de infância, um reforço da oferta pública, em Ermesinde, não sabemos ainda se isso vai ter ou não efeitos na procura do nosso jardim de infância, como tiveram as AECs relativamente ao ATL. Mas esperamos que isso não seja suscetível de perturbar o seu funcionamento nos termos em que até agora têm funcionado. E que essa ameaça seja sanável no âmbito do Centro Social de Ermesinde. Portanto, mantendo-se os pressupostos externos, como digo, não vejo neste momento nenhuma ameaça sensível. A nossa disposição internamente é manter a mesma contenção e o mesmo rigor relativamente à despesa e achamos, pois, que

vamos continuar a ter resultados positivos, o que é essencial para o reequilíbrio financeiro do Centro Social de Ermesinde. Continuamos com dívidas a fornecedores, embora tenham diminuído, pois os saldos positivos que temos tido têm sido canalizados para o pagamento do que devemos a fornecedores, e vamos continuar este percurso. AVE - Poderá o Centro Social lançar agora mais algum projeto? HQR - Não sei, depende de como correr o exercício deste ano. Nós queremos ver se apressamos o pagamento [dos encargos assumidos]. Nós temos ideias para novos investimentos, para o alargamento da capacidade de respostas sociais do Centro Social de Ermesinde e não podemos avançar sem termos solidez financeira, e isso só se consegue com o equilíbrio das contas. AVE - Mas na área da formação e do emprego, há também algumas ameaças... HQR - Há algumas ameaças, sim. Mas isso tem que ver com o modelo que este Governo tem, que é diferente do do anterior relativamente às respostas no âmbito da qualificação e do emprego. Como se sabe, este Governo tem manifestado algumas reservas relativamente aos Centros Novas Oportunidades (CNO), e foi apresentada agora uma avaliação feita pelo Instituto Superior Técnico, relativamente ao seu funcionamento ao longo destes anos. Eu devo dizer que tenho uma perspetiva muito positiva relativamente aos CNO. O Centro Social de Ermesinde (CSE) candidatou-se e foi uma das primeiras entidades a ter um em funcionamento. Passaram por aqui centenas de pessoas adultas que, por motivos da sua própria vida e por perda de oportunidades no tempo certo, tiveram que abandonar a sua formação escolar e profissional, e o facto de haver um serviço, uma instância, que reconduza para o processo de aprendizagem – quer profissional, quer escolar – pessoas em idade ativa e que estão desempregadas é, na minha perspetiva, do ponto de vista social, um dos maiores ativos deste programa. E depois também porque, no que nos diz respeito – não posso evidentemente falar por todos, porque não conheço o tipo de trabalho que era feito noutros CNO –, mas no que diz respeito ao que funciona no CSE, é injusta qualquer imputação de menor exigência relativamente aos índices de progressão na aprendizagem. E, portanto, quer do ponto de vista da sua eficácia e do valor social que tem esta iniciativa, quer do ponto de vista do valor intrínseco e da qualificação efetiva que ele traduziu, parece-me que deve ser realçado – nomeadamente quando é um programa que está tão acos-

sado – o que de positivo teve quando é possível quantificar e medir isso. E nós aqui temos concretamente essa possibilidade, até porque grande parte, ou pelo menos uma parte significativa dos ativos que obtiveram qualificação e certificação no CNO, são trabalhadores do CSE. Pudemos, portanto, verificar em sede própria e através de processos de seguimento dos processos de qualificação, que foram de uma grande eficácia, do ponto de vista da autoestima e da gratificação dos trabalhadores. Ligada ao jornal “A Voz de Ermesinde” tenho um bom exemplo – entre os seus colaboradores – de uma pessoa que passou pelo CNO e que faz disso bandeira e que tem sido uma das pessoas que publicamente mais tem realçado o quanto, para a sua própria vida, representou ter passado pelo CNO. Agora, nós percebemos – e é legítimo – que este Governo tenha relativamente a esta área orientações diversas. Mas nenhum Governo pode ser insensível àquele que é o problema principal do País neste momento, que é o desemprego! A nossa convicção é, assim, de que continuará a haver investimento forte na formação de ativos, designadamente desempregados de longa duração, e também de jovens à procura do primeiro emprego, com programas de inserção na vida ativa. Pensamos que poderá haver alguma variação quanto aos modelos, mas achamos que este Governo não vai deixar de considerar prioridade absoluta programas que combatam esse que é o principal problema do País – e que será nos próximos anos –, que é a coexistência com taxas de desemprego que são impróprias de um país civilizado. E por isso, seja através de uns programas ou de outros, através de programas antigos ou de programas novos, penso que vamos poder continuar a ter formação no CSE, e centrada nesses que são os públicos habituais das IPSS. Porque quando o Governo refere que é fundamentalmente preciso trabalhar com pessoas em situação de desfavorecimento, com desempregados, com gente que está, de algum modo, desprotegida perante a sociedade, esses são os públicos tradicionais das IPSS. São os públicos com os quais estamos – mais do que qualquer empresa ou escola – habituados a trabalhar. E é nessa perspetiva que me parece que esta mudança de figurino para que aponta alguma da intervenção deste Governo, na área da Formação e do Emprego, pode até ser vantajosa do ponto de vista das instituições sociais, porque procura privilegiar o que são os públicos próprios destas instituições. Também por aí, portanto, não vejo que possa haver uma ameaça de fundo relativamente à área da Formação.

AVE - Relativamente ao Lar, de acordo com as novas orientações e o entendimento entre a tutela e as IPSS, em princípio será possível que o Lar de S. Lourenço possa ter uma oferta maior, do que aquela que tem podido apresentar? HQR - Não é muito provável, porque a nova legislação relativamente aos lares veio, de facto, permitir outra flexibilidade quanto aos índices de ocupação, concretamente passando a instituir a tipologia de quartos de casal e quartos de três utentes, mas fazendo depender isso, evidentemente, de espaços compatíveis com essa capacidade. Será uma possibilidade para novos lares, na medida em que os projetos de arquitetura poderão ser reconfigurados de acordo com as novas regras e com as novas capacidades. Mas relativamente aos lares em que os quartos foram já construídos

com uma certa dimensão e em que não caibam, segundo os novos ratios, mais do que dois utentes, não podemos passá-los a três. No caso do Lar de S. Lourenço, concretamente, só há o caso de um quarto em que tínhamos área compatível com o alargamento da capacidade e, portanto, isso traduziu-se, no CSE, no aumento de apenas um lugar de capacidade. AVE - Esta situação, quer da recuperação do CSE em termos financeiros, quer da situação global da sociedade portuguesa, fez bloquear ou pelo menos adiar alguns dos projetos que havia? Por exemplo o projeto de requalificação do largo da feira velha, fazendo com que algumas das casas pudessem ficar ocupadas por pessoas que tivessem apoio do Centro mas pudessem ficar a viver no seu próprio espaço?...

HQR - Quando dizia, há pouco, que não podemos crescer sem consolidação das contas, isto é um pouco como se passa no País. Eu entendo que as dívidas... é necessário pagá-las... há esse dever!, e portanto naturalmente que a Direção não vai descansar enquanto não tiver resolvida a questão das dívidas aos fornecedores. E isso, como é evidente, não permite canalizar verbas para investimento, isto é, todos os saldos de exercício que viermos a obter serão para a diminuição da dívida. Isso está estabelecido. E, de facto, como o dinheiro não dá para as duas coisas, isso significa que houve alguma paragem relativamente a esse processo. Portanto, o que é que temos feito? Mantendo a utilização e alguma rentabilidade nos espaços das casas que já temos disponíveis, concretamente através da sua utilização quer como sede do jornal, quer para


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A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012

Destaque

• ENTREVISTA HENRIQUE RODRIGUES • salas de formação profissional, os espaços estão a ter uma utilização social relevante, do ponto de vista dos objetivos do CSE, embora uma intervenção de maior fôlego aguarde outras condições de financiamento, até porque a questão não é só que a falta de tranquilidade financeira nos deve recomendar que não avancemos com a alocação de fundos próprios para novos investimentos, mas também porque não há, neste momento, apoios públicos para novos investimentos. Toda a gente sabe como está o País, o discurso político do Governo tem andado também nesse sentido – de que não haverá nos próximos tempos, possibilidades de apoio em investimento para a construção de novos equipamentos –, e nessa perspetiva seria um pouco estar a trabalhar na areia pensar em soluções que não tenham garantia nem de financiamento próprio nem de financiamento público. Até que a situação do País e do CSE fique mais equilibrada isso tem que sofrer algum atraso, claro! AVE - Quando falava, há bocadinho, em novos investimentos, referia-se àqueles que já tinham sido apontados num horizonte temporal a mais breve ou longo prazo – que já estão mais ou menos definidos, em projeto –, ou ainda a propostas novas, para além das conhecidas, que ainda estão a esboçar-se? HQR - O CSE deve estar atento às novas necessidades que vão sendo evidenciadas e, na minha perspetiva, para além desses que são já projetos anti-

gos do CSE, concretamente o aproveitamento de algumas casas do largo da feira para a construção de residências assistidas – para pessoas ou casais idosos –, dependendo um pouco do figurino que vier a ser definido para a área da Formação, eu pessoalmente acho que temos poucos espaços, do ponto de vista integrado, para a área da Formação. Nós conseguimos fazer a recuperação daquele prédio da padaria da Camila para o núcleo da Formação e Emprego, como disse há pouco temos utilizado várias das casas aqui do largo da feira também para atividades afetas à Formação Profissional, mas faz-nos falta um polo com mais alguma dimensão, se porventura o nosso trabalho na área da Formação Profissional se mantiver ou crescer. Essa é, portanto, uma área de possível expansão em termos de estruturas físicas. Uma outra, porque corresponde também a uma necessidade muito sentida por parte de Ermesinde – como também do País –, é mais uma creche. Nós conseguimos, e colaboramos nisso – nós enquanto País –, aquando do Governo do Eng. Guterres, atingir um nível de atendimento e de cobertura do pré-escolar praticamente ímpar na Europa. E hoje temos um nível de cobertura do pré-escolar de cerca de 98% em termos do País. O CSE colaborou nesse projeto de expansão da rede pré-escolar que, na altura, com o Eng. Guterres, o Dr. Marçal Grilo na Educação (depois o o Dr. Oliveira Martins), e o Dr. Ferro Rodrigues na área da Segurança Social, foi definido. E

que foi muito importante do ponto de vista do aumento da escolaridade a partir de idades mais precoces, assim permitindo que as crianças cheguem ao fim do seu percurso escolar com mais igualdade, com um aprofundamento da igualdade de oportunidades, com mais competências para todos, independentemente dos seus recursos ou da sua inserção social e familiar, o que é importante num país decente e democrático. O CSE colaborou nesse objetivo em 1998. E há um objetivo idêntico relativamente às creches. O objetivo é que o País atinja cerca de 35% de cobertura em creches, e ainda não o atingiu. E sentimos que essa é uma das grandes necessidades, também aqui em Ermesinde, pois a nossa creche tem sucessivas listas de espera a que não conseguimos dar acolhimento. E não obstante haver também uma creche familiar, e as crianças em idade de creche – entre os três meses e os três anos – poderem ser atendidas por amas, nós achamos que o Centro Social de Ermesinde, quando tiver condições para isso, deverá levar a cabo a construção de mais uma creche na cidade. Sem prejuízo de avançar também para a resposta a outras necessidades que se vão evidenciando. Por exemplo, nesta altura, de grande empobrecimento do País e havendo muitas famílias que antes tinham condições de vida remediadas mas que, neste momento, com a crise, o desemprego, a diminuição da proteção social, estão em situação de dificuldade mesmo nas suas necessidades básicas, nós apresentámos a nossa candidatura para que, se a Segurança Social assim o entender, também aqui possa funcionar uma cantina social para famílias com necessidade de apoio alimentar. AVE - Quanto ao jornal, a questão das despesas está relativamente resolvida. E quanto às receitas? HQR - Na minha perspetiva, e os resultados de exercício têm sido disso a tradução – e creio que os resultados do próximo exercício vão continuar nesse sentido –, é evidente a redução da despesa. E não é possível reduzir mais a despesa, no quadro atual de funcionamento. Portanto agora o que temos também de conseguir é a estabilidade financeira do jornal, do ponto de vista da receita. E é nesse sentido que temos de avançar, desde logo numa perspetiva mais institucional, pois como se sabe uma das maiores fontes de receita dos jornais regionais locais é a publicidade institucional. Depois de um longo período em que o jor-

nal não tinha nenhuma publicidade institucional, por opção das próprias entidades públicas, essa espécie de veto que na altura tinha sido estabelecido relativamente ao jornal tem sofrido algum esbatimento, e de vez em quando o jornal já recebe alguma publicidade paga por parte de entidades públicas, mas temos evidentemente que continuar a reforçar esse, que é tradicionalmente um dos pontos em que a receita tem mais relevo. E depois a resposta tem que estar na população de Ermesinde. Isto é, as receitas têm que estar na venda ou na assinatura do jornal. Porque ele é também, quer do ponto da informação, quer do ponto de vista da memória, quer do ponto de vista da cultura, património da Cidade de Ermesinde. E, na minha perspetiva, a Cidade deve retribuir isso. E não deve fazer impender o ónus da sustentação do jornal para a área da proteção social do Centro Social de Ermesinde. O jornal, na minha perspetiva, deve tender para o equilíbrio, deve ser auto-sustentável, mas depende fundamentalmente da população nesse objetivo. Como digo, e acho que isso é importante, a minha visão é a de que as pessoas de Ermesinde têm o dever de assegurar a sustentabilidade do jornal.

Porque também é importante que o jornal não sinta intranquilidade. Porque uma situação de défice crónico traz, sempre, evidentemente, alguma intranquilidade. Para obviar a isso, está também nas mãos da população assegurar essa tranquilidade, que é também elemento essencial da liberdade de expressão e de informação. Não há só pressões expressas – sabe quem anda nos jornais –, há muitas vezes também pressões ocultas ou implícitas. Não é a minha perspetiva relativamente ao jornal, porquanto para nós é importante que haja condições externas que assegurem a independência do jornal, enquanto órgão de informação. Aliás, refiro uma nota que é importante, não tem que ver propriamente com o jornal mas tem que ver com a cultura em si, do Centro Social de Ermesinde, e falo nisto à vontade, porque não é do meu tempo de diretor esta versão estatutária, embora como advogado tenha apoiado na altura a Direção a elaborar os estatutos nesta parte: é que é dos poucos estatutos das instituições que considera que os princípios da democracia são estruturantes do modo de intervenção do Centro Social de Ermesinde, com consagração estatutária. E isso não é comum em instituições deste

Esta é uma mensagem que gostava de deixar: as pessoas de Ermesinde e a cidade de Ermesinde têm o dever de manter este jornal, comprando-o. AVE - Está prevista alguma forma de sensibilizar a população para se obter uma resposta nesse sentido? HQR - Só há uma forma da população se encontrar com o jornal, é identificar-se com ele. Não há formas administrativas de resolver isto. Portanto o que temos é de aumentar o interface, a visibilidade, a empatia, as coincidências entre a cidade e o jornal sem, evidentemente, que isso implique cedências do jornal do ponto de vista da sua linha editorial. Mas o que temos é de aumentar os pontos de contacto com a população, aumentar a difusão. Recorrendo também a medidas administrativas, mas não é aí que está o ponto. O ponto está, na minha opinião, em as pessoas conhecerem “A Voz de Ermesinde”, reconhecerem-se em “A Voz de Ermesinde”, reconhecerem a cidade de Ermesinde em “A Voz de Ermesinde” e, nessa perspetiva de identificação, passarem a comprar o jornal e assegurarem por essa via a sua sustentabilidade sem perturbações.

tipo, assumir tão nitidamente esses valores como sendo valores da própria estrutura e organização da instituição. Isso também deve ser preservado relativamente ao jornal, mas, como digo, para isso é essencial, ou importante pelo menos, que o jornal sinta que não tem ameaças por esse lado. Esta é a mensagem que gostava de deixar ficar: a cidade de Ermesinde e as pessoas de Ermesinde têm o dever de manter o jornal, comprando-o. AVE - Quanto aos projetos da Associação Ermesinde Cidade Aberta, qual é o ponto da situação e perspetivas? HQR - A questão da Associação Ermesinde Cidade Aberta é diferente da do Centro Social de Ermesinde. Tem uma situação financeira tranquila, não tem dívidas. Embora esteja a assumir o pagamento do cinema, conforme foi contratado com o Centro Social de Ermesinde. Nesta altura, cerca de metade do custo do cinema está pago. Mas estamos com o mesmo

constrangimento relativamente ao processo de reconstrução do cinema que temos quanto a outros programas de expansão do Centro Social de Ermesinde. Neste momento não há investimento público para equipamentos sociais e nessa perspetiva, enquanto não tivermos consolidadas as contas públicas nacionais, com capacidade para retomarmos o processo de investimento em equipamentos, não vale a pena sequer estarmos a pensar – e a nossa ideia nunca o foi – fazer a reabilitação do cinema com fundos exclusivamente próprios, era com recurso a investimento e financiamento público. Enquanto não reabrir essa linha não vale a pena pensar nesse assunto e portanto temos também aqui que arrumar a casa primeiro, e arrumar a casa primeiro significa pagar o resto que falta, que é cerca de metade do preço – cerca de 150 mil euros que ainda estão por pagar (embora 150 mil euros já estejam pagos). O que conduz a um outro constrangimento que é o facto de ter sido dado em hipoteca o edifício do cinema como garantia da dívida ao banco, e também enquanto essa hipoteca subsistir, não ser possível apresentar um projeto de financiamento público para a recuperação do cinema. Nós pensávamos, na altura, quando comprámos, que teríamos um apoio financeiro da Segurança Social, e se fosse assim e tivéssemos recebido esse subsídio o cinema, neste momento, já estava pago, e podíamos pensar em recuperá-lo, mas o Governo anterior, ao pedido que foi feito nesse sentido, recusou, na medida em que houve um parecer desfavorável aqui do Centro Distrital de Segurança Social do Porto. Tinha sido, de resto, estudada essa hipótese, mesmo quando o ministro, o Dr. Vieira da Silva, se deslocou a Ermesinde, num sentido favorável, mas, de facto, depois houve então essa intervenção do diretor do Centro Distrital de Segurança Social do Porto em sentido desfavorável e o Governo não pôde... AVE – Foi uma surpresa esse Parecer? Foi, evidentemente, uma surpresa, uma má surpresa! Se não fosse isso, tínhamos neste momento o cinema pago. Tendo sido o cinema até agora pago – já metade do custo – exclusivamente por receitas próprias, grande parte delas resultado de donativos de benfeitores do Centro Social de Ermesinde e da Associação Ermesinde Cidade Aberta, vamos ter de continuar neste ritmo até que a questão do preço esteja resolvida ou que este Governo – é uma das hipóteses que vamos pôr, já falei com o senhor secretário de Estado da Segurança Social relativamente a esta matéria – nos possa deixar retomar o projeto de acordo com a ideia inicial.


30 de junho de 2012

• A Voz de Ermesinde

Destaque

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• ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE VALONGO •

Bugiadas reconhecidas oficialmente como património imaterial do município

FOTOS URSULA ZANGGER

Decorreu no passado dia 27 de junho, no salão nobre do Paços do Concelho uma sessão ordinária da Assembleia Municipal de Valongo cujos pontos principais da Ordem de Trabalhos eram a proposta de reconhecimento oficial da Bugiada como património imaterial de interesse municipal – ratificando a decisão da Câmara –, e a eleição de um presidente de Junta de Freguesia (e o seu substituto) para representar o concelho de Valongo no próximo XX Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses. LC

O período de antes da Ordem do Dia seria mais uma vez esgotado nesta sessão, tendo assim de se prolongar para o final da reunião, quando foram votados uma moção crítica da CDU sobre a STCP e os serviços desta ao concelho – que seria aprovada por unanimidade –, uma saudação, ainda da CDU, à Seleção Nacional recentemente sagrada campeã do mundo de Atletismo de pessoas portadores do síndroma de Down (tinha acabado nesse momento a meia final do Campeonato da Europa de Futebol entre Portugal e Espanha, e Adriano Ribeiro, que apresentou a saudação, começou a sua intervenção precisamente assim: «Nem sei o resultado do Portugal-Espanha, mas...») – proposta esta também aprovada por unanimidade –, e a proposta de recomendação do Bloco de Esquerda sobre as taxas a vigorar em 2013, apresentada por Eliseu Lopes e que este não conseguiu ver aprovada por unanimidade, mas apenas devido ao voto de abstenção solitário de Campos Cuda Assembleia. nha, o presidente centrista da Mesa

Esta recomendação, «para responder à reconhecida degradação do edificado e à falta de habitação digna para muitas famílias», propunha «utilizar todas as possibilidades abertas pelo artigo 112º do CIMI para incentivar o arrendamento e a reabilitação do edificado», manifestava a sua discordância para com a Portaria n.º 106/2012, de 18 de abril, que retira aos municípios 5% da receita do IMI e recomendava a elaboração de um estudo técnico sobre o impacto nas finanças municipais da afixação da taxa do IMI para 2013 pelos valores máximos, médios e mínimos aplicáveis, da majoração em 30% da taxa do IMI aplicável a prédios urbanos degradados, e da redução em 20% da taxa do IMI a aplicar aos prédios urbanos arrendados situados nas áreas urbanas do concelho. Mas as primeiras intervenções nesse período de antes da Ordem do Dia couberam a Rosa Maria Oliveira, do PSD, que saudou o novo presidente da Câmara, João Paulo Baltazar, e augurou um futuro risonho para a autarquia, a Jorge do Aido (Coragem de Mudar) que colocou uma questão relacionada

Dia feliz para Carlos Mota, presidente da Junta de Freguesia de Sobrado, com o reconhecimento da importância das Bugiadas.

com atividades columbófilas, e a Raquel Santos, do PS, que apresentou um estudo académico realizado no âmbito da sua dissertação de mestrado sobre a Terceira Idade no município. Mas os números apresentados pela deputada municipal do PS não seriam aceitáveis para Albino Poças. O deputado municipal social-democrata, igualmente dirigente da Misericórdia de Valongo, acabaria por pôr em causa os dados referidos no estudo, desafiando Raquel Santos a confrontar com ele a suposta fonte destes dados. Ainda nesse período de antes da Ordem do Dia, destaque para a intervenção de José Manuel Ribeiro que, felicitando pessoalmente João Paulo Baltazar pela assunção do cargo de presidente da Câmara, não deixou de lhe apontar uma legitimidade menor do que se fosse eleito à frente de uma lista. Apontou também que estando João Paulo Baltazar ligado a esta Câmara desde 1983, não podia agora apresentar-se impunemente como estando inocente das más soluções que teriam afetado o desenvolvimento do concelho nes-

tes últimos anos, denunciando ainda a existência de interesses instalados. E também pôs em causa a decisão de nomear um assessor político, do qual não foi indicado o curriculum nem o vencimento. Esta intervenção iria originar, da parte de João Paulo Baltazar a resposta de que a legitimidade que José Manuel Ribeiro não lhe reconhecia, já o mesmo não referia em relação à Junta de Freguesia de Valongo – cujo atual presidente, socialista, também não foi eleito à frente de uma lista. Quanto ao assessor, esta nomeação era ditada por uma questão de confiança política, sendo assunto alheio a José Manuel Ribeiro. Mais tarde, e ainda sobre a intervenção de José Manuel Ribeiro, Daniel Gonçalves, do PSD iria elogiar as capacidades de Hélio Rebelo (é ele o assessor político de João Paulo Baltazar), desvalorizando por sua vez, o curriculum profissional do líder socialista. João Paulo Baltazar explicaria ainda detalhadamente as circunstâncias das obras no seu gabinete de trabalho na Câmara, garantindo que eram inteiramente custeadas pelos três vereadores da maioria,

O estudo académico de Raquel Santos sobre a Terceira Idade em Valongo acabou por motivar muita polémica.

e que resultavam da retirada dos pertences pessoais de Fernando Melo, principalmente a retirada de um quadro da parede. Ordem do Dia Aprovada por unanimidade a proposta de reconhecimento oficial das Bugiadas como património imaterial de interesse municipal do concelho de Valongo, esta mereceu os parabéns à Câmara por parte de José Manuel Pereira (Coragem de Mudar) e uma declaração de Carlos Mota, presidente da Junta de Freguesia de Sobrado, que agradeceu a mesma aprovação. Um e outro apontaram a necessidade de estudar esta manifestação cultural, dotando-a de um corpus documental que ainda lhe falta, para que o seu reconhecimento possa atingir o grau mais elevado. Por fim, nesta sessão, é de destacar a nomeação de Alfredo Sousa, presidente da Junta de Freguesia de Campo, para representar o concelho de Valongo no Congresso da Associação Nacional de Municípios. O seu homólogo de Valongo foi eleito como suplente.

Pormenor da contagem da votação secreta que formalizou a designação do presidente da Junta de Campo para o Congreso da ANMP.


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A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012

Educação

Na Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomes a solidariedade continua!...

FOTOS EB23DAFG

A Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomes continua a promover a campanha de solidariedade cujos principais objetivos têm sido, pelo quarto ano consecutivo, promover a formação integral dos alunos, fomentar o espírito de partilha, promover a cooperação entre todos os elementos da comunidade educativa e contribuir para a “erradicação da pobreza extrema”. MARIA HELENA FERREIRA ROSA MARY MANSO (*)

A Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomes continua a promover a campanha de solidariedade cujos principais objetivos têm sido, pelo quarto ano consecutivo, promover a formação integral dos alunos, fomentar o espírito de partilha, promover a cooperação entre todos os elementos da comunidade educativa e contribuir para a “erradicação da pobreza extrema”. Este projeto surgiu no ano letivo 2008/2009 fruto da constatação de haver muitos casos de alunos que vinham para a escola com fome estando, desde então, integrado no Plano Anual de Atividades deste Agrupamento. No dia 2 de junho realizaram-se dois espetáculos de solidariedade, no auditório da Junta de Freguesia de Ermesinde, com vista à angariação de verba para fazer os “cabazes” que irão ser distribuídos no final do ano letivo às famílias mais carenciadas que têm educandos a frequentar essa escola. É de salientar a participação do Clube de Teatro da escola, orientado pela professora Rosa Mary Manso, de vários alunos e ainda da Escola de Dança de Ermesinde e Academia Atitude, que se

associaram à iniciativa. O ingresso foi feito através da aquisição de bilhetes a 1 euro e da entrega, por bilhete, de um género alimentar com prazo de validade alargado. Os respetivos espetáculos realizaram-se, um às 15h00 e outro às 21h00. Neste último estiveram presentes, entre outros, o presidente da Câmara Municipal de Valongo, João Paulo Baltazar, o presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde, Luís Ramalho e a vereadora da Ação Social e Educação, Maria Trindade Vale. Palavras dos autarcas Na sua intervenção, no início do evento, referiu o presidente da Câmara, João Paulo Baltazar: «Na perspetiva da solidariedade, estamos numa altura em que os problemas sociais se acentuam, e portanto todas as ações de solidariedade que as autarquias, as escolas, possam desenvolver, são todas elas bem-vindas, é por uma boa causa, tenho a certeza que vai ser um bom espetáculo. Obrigado por me deixarem presenciá-lo!». Por sua vez, Luís Ramalho, presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde, apontou: «Queria agradecer em particular a presença do Sr. Presidente da Câmara, Dr. João Paulo Baltazar, Srª Vereadora da Educação, Maria Trindade Vale, pais, alunos, colaboradores, simpatizantes, é para nós um prazer ver este auditório cheio, e ainda por cima com uma atividade tão nobre quanto esta. Espero que este dia tenha tido um bom resultado, para que esta atividade, que se tem vindo a repetir, se possa repetir e crescer ao longo dos próximos anos. Mais uma vez, obrigado pelo convite e pela presença de todos». Foi muito agradável termos estados todos juntos por uma causa que se quer cada vez mais de todos e para todos: a Solidariedade!

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Feira da Solidariedade Nesse mesmo dia realizou-se, também, a segunda “Feira de Solidariedade” deste ano letivo, num espaço público disponibilizado pela Junta de Freguesia de Ermesinde. A comunidade educativa tem-se revelado solidária e a sua adesão a este projeto tem sido francamente positiva, havendo, contudo, que valorizar a disponibilidade de vários alunos e encarregados de educação da escola que têm sido incansáveis na organização e realização das várias atividades: os G.U.N.A.S. (Grupo Unido Na Ajuda Solidária) e os G.U.N.A.S. Seniores. É de salientar que este trabalho, que temos vindo a desenvolver desde 2008, vem ao encontro daquilo que o Ministério da Educação quer fomentar e apoiar nas escolas portuguesas: incentivar e valorizar a atividade voluntária junto dos jovens e dinamizar o trabalho voluntário de todos os que pretendem realizálo. Podemos, assim, com orgulho, dizer que fomos pioneiros. Há também que referir a preciosa colaboração prestada não apenas pela Câmara Municipal de Valongo, Junta de Freguesia de Ermesinde, como ainda da Direção da escola, EDP-Gás, Papelaria Alberto Sousa e PSP de Ermesinde. Os objetivos desta campanha foram plenamente atingidos e todos os envolvidos se sentem cada vez mais encorajados a continuar com um gesto que tem trazido a várias famílias algum conforto.

(*) Professoras responsáveis pelo projeto

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30 de junho de 2012

• A Voz de Ermesinde

Maleitas da Cidade

ESTACIONAMENTO... DE ECOPONTO – Na Rua da Índia Portuguesa, foram colocados ecopontos para recolha de materiais reciclados, e bem! Porém foram colocados no lugar de estacionamento de viaturas. Havendo ao lado, fora do passeio lugar disponível, que normalmente serve para depósito de lixo. Como em parte desse espaço ali foi construído um mamarracho, já citado nas colunas deste jornal, a Câmara não tem sabido, querido, ou podido descalçar a bota, o espaço não está disponível... e lá se foi mais um lugar de estacionamento, o que até dará algum jeito, pois não muito distante existe parque pago!

Local

TEXTO E FOTOS JOÃO DIAS CARRILHO

O ZIGUEZAGUE – Na Rua Dr. Egas Moniz, em tempos, antes de haver parque pago nas proximidades, podia estacionar-se no sentido norte--sul. Recentemente tal foi proibido com pinturinha ziguezague. Dos dois lados. Aliás, se no topo sul existe o sinal de proibição de estacionar no sentido sul-norte, para quê gastar tinta? Se o estacionamento poderá eventualmente embaraçar o trânsito, porque não criar uma rua de sentido único? Será que aquele segmento de rua só começou a dar problemas depois de, por perto, serem implantados parquímetros?

ESTACIONAMENTO NAS CURVAS – Gostaria de alertar o pelouro do trânsito da Câmara de que o Código da Estrada nos ensina que não se pode estacionar 5 metros antes de cruzamentos, curvas, entroncamentos etc., dentro das localidades. Parece-me que existem por aí muitos pontapés na gramática, vejam-se por exemplo as recentes alterações no cruzamento das ruas de S. Silvestre e Infante D. Henrique, onde se alguém beneficiou foi o acesso dos camiões ao ecoponto e outras viaturas de grande porte (positivo) e também o “patrão” dos parcómetros. E para confirmar que este Sr. se torna beneficiado na balizagem das baias de estacionamento e contra as regras do código da estrada, aqui vai o exemplo do entroncamento das ruas de S. Silvestre e Dr. Alberto Lemos, com marcação de baia de estacionamento em transgressão, em cima da curva. Será só desconhecimento das regras? Não nos chega não podermos ter um policiamento mais presente para tantos e tantos atropelos às regras de trânsito nesta cidade? Mas aleluia!, para vigiar permanentemente os parquímetros até há vigilantes aos pares, como os frades!

PENDURICALHOS – É norma pendurar publicidade em tudo o que seja poste e depois fica ali até cair de madura, incomodando os transeuntes e quando colocada muito baixo, a causar risco de agressão a quem circule mais descuidado ou com crianças ao colo. Quando presa com arames o perigo aumenta. A necessidade aliada à ganância não respeita quem ali deseja usufruir de uns momentos de repouso e tem de levar com o entulho à frente do nariz. Tem-se prometido banir o excesso da lataria reinante, mas os penduricalhos continuam a aparecer nos cruzamentos e entroncamentos, retirando visibilidade aos automobilistas.

ZEBRADO A MAIS? – A Rua Presas de Sá foi repavimentada e pintadas as balizas de sinalização horizontal. Porém o espaço para viragem do trânsito à esquerda para a Rua Duarte Lobo mostra-se muito curto, pois se mais de duas viaturas ligeiras forem no mesmo sentido e não puderem avançar de imediato, podem originar engarrafamento de trânsito. Como ali se configura uma grande extensão de zebrado, talvez se pudesse ter prolongado a extensão do espaço para quem vai virar à esquerda. Se foi para prevenir possíveis acidentes estará certo. Mas parece que em qualquer dos casos a situação pode enganar gregos e troianos.

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A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012

Música

Nasce a 12 de junho de 1990. O gosto pela música desde muito cedo despertou – com 2 anos de idade dá os seus primeiros passos na bateria, tendo aos 3 iniciado o estudo deste instrumento, apoiado e acompanhado de perto desde sempre pelo seu pai, Rui Aires (guitarrista). Aos 7 anos ingressa no Conservatório de Música do Porto, na classe de percussão, onde conclui o 6º grau de formação, e onde consolida muitas das bases técnicas e musi-

cais essenciais à sua formação como músico. Aqui participa em todo o tipo de eventos avidamente (concertos a solo, com o grupo de percussão, orquestra, “Big Band”, entre outros). Em 2005, com 15 anos, ingressa na Escola Profissional de Música de Espinho, onde conclui os 3 anos de formação geral com bom aproveitamento (19 valores). Entre esta fase de formação e a atualidade participou em todo o tipo de eventos, tocando com as mais diversas orquestras (nacionais e internacionais), grupos de câmara, como músico convi-

dado para sessões de gravação e performances ao vivo com os mais variados projetos, na área da música experimental, pop, rock e metal. A par de tudo isto gere a sua vida profissional entre aulas de bateria e percussão (que leciona particularmente) e os seus projetos musicais – Oblique Rain, Heavenwood e Colosso. É o mais recente endorser português (espécie de representante autorizado oficial) das marcas DDrum e Silverfox, de baterias e baquetas, respetivamente. FOTOS ARQUIVO FC

FILIPE CERQUEIRA

“A Voz de Ermesinde” (AVE) - Festejaste mais um aniversário há pouco tempo, já vão 22 anos de idade. É uma boa oportunidade para te fazer uma entrevista sobre a tua vida profissional na área da música. De todos este anos, achas que os melhores têm sido passados com a música e através dela? Marcelo Aires (MA) – Sem dúvida! A música significa muito para mim e todas as experiências vividas através da mesma têm sido realmente extraordinárias – crescemos muito em tantos anos de estrada! AVE - Desde quando é que vem esse amor artístico? MA - Penso que desde sempre. Cresci a respirar música – o meu pai é guitarrista e a minha mãe adora cantar, e desde muito pequenino que me lembro de os ver e ouvir nos seus projetos e atuações. Além do mais, sempre me apoiaram em tudo, algo que fez com que nesta jornada sonhar com uma carreira de sucesso na área se tornasse um objetivo para a vida. AVE - Olhando para trás, pensas teres tido uma boa formação musical e humana nas várias escolas por onde já estudaste? MA - Sim. O facto de os meus pais me terem possibilitado todos aqueles anos de aulas particulares de bateria, a par da admissão no Conservatório e Música do Porto enquanto ainda era muito novo foram sem dúvida elementos fulcrais na minha formação enquanto músico, e os três anos passados intensivamente na Escola Profissional de Música de Espinho serviram bem para consolidar todas as bases técnicas, musicais e culturais até então desenvolvidas. AVE - Haverá um momento em particular que penses ser “a pedra de toque” para decidires seguir para um nível superior os teus estudos? MA - Houve, sem dúvida – provavelmente durante a fase de transição entre o Conservatório e a Escola Profissional, onde a prática musical passou a ser prioritária em relação a tudo o resto, o que me fez ambicionar

essa continuidade académica a um nível superior. AVE - É verdadeiro perguntar se existe uma motivação especial para a prática musical? MA - Sim, sem dúvida. Na música há paixão, fascínio pelo som, a capacidade de moldar sensações, daí que seja legítimo referir que para a prática musical tenha, inevitavelmente, que existir essa "motivação especial". AVE - Neste momento estás já a ensinar na Artaria - Escola de Música de Alfena. Fala-nos dessa experiência e de como entraste no mercado de trabalho. MA - Comecei relativamente novo, pois o meu pai deume a oportunidade de ir orientando alguns dos alunos na escola assim que entrei para o ensino secundário, algo que me deixou com bastante experiência pedagógica e me obrigou a ser mais responsável – diga-se de passagem que até então tem sido uma ótima experiência. AVE - Tens tido oportunidades de tocar em público com regularidade? Fazes parte do grupo Oblique Rain. Que estilo de música apresentam? MA - Sim, a minha agenda tem andado bastante concorrida, não haja dúvidas! Falando de Oblique Rain especificamente, gostamos de abordar um

Entrevista com Marcelo Aires – percussionista pouco de tudo, desde o metal à música experimental, daí que a melhor definição do estilo de música apresentado será mesmo o progressivo/ambiental. AVE - Tens participado em mais projetos de bandas? MA - Sim - de momento Heavenwood, como músico de sessão, e Colosso (a par de mais dois projetos na área da música experimental a desenvolver

nesta segunda metade do ano). AVE - Sentes-te mais realizado enquanto professor ou enquanto instrumentista de palco? MA - Como instrumentista, sem dúvida, ainda que também goste muito de lecionar. AVE - Enquanto percussionista, sentes-te mais à vontade como solista ou inserido numa orquestra ou grupo seja ele, por

exemplo, de música de câmara clássico ou combo jazz? MA - Em grupo, não só pela a questão do à vontade, mas também pelas possibilidades de interação musical enquanto coletivo. Acho que não há maior satisfação que a partilha de experiências musicais em conjunto com um bom grupo de pessoas. AVE - Em que estilo pensas que te inseres enquanto percussionista? Tens afinidade por algum tipo de escola e por algum tipo de repertório? MA - Gosto muito de explorar o som, do experimentalismo, em contraste com a música mais programática, e identifico-me totalmente com as linguagens contemporâneas – nesse aspeto tenho uma visão um tanto avantgarde, pois sou fã da inovação! AVE - Para que os nossos leitores menos informados (ou para aguçar o interesse) sobre os diversos instrumentos que um percussionista pode aprender a tocar, diz-nos em poucas palavras quais e em que moldes. MA - Em termos de instrumentos, temos desde a marimba, xilofone, vibrafone, timbales, caixa, multipercussão, até aos acessórios de orquestra e

percussão tradicional, como os elementos básicos na área. Para cada um deles existe uma história e técnicas específicas, as quais devem ser dominadas, levando anos de aperfeiçoamento – e após todo este período de aperfeiçoamento há que saber adaptar tudo aquilo que lhe foi transmitido para a prática, em contextos musicais. AVE – Quais são as tuas influências musicais? MA - Acho que sou influenciado por tudo, pela Arte em geral – gosto de pegar num conceito ou ideia e adaptá-lo a minha abordagem nos diferentes contextos, se bem que quando quero criar algo de raiz, há pelo menos duas variantes da música a que normalmente me associo – impressionismo e experimentalismo. AVE - Ídolos, tens? MA - Não diria que sim, até porque são muitos os fatores e entidades a influenciar a minha forma de abordar a música, de modo que é um tanto complicado definir alguém ou algo especificamente. AVE - Fazendo um pequeno balanço, na altura em que completas 22 anos, que perspe-


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• A Voz de Ermesinde

tivas para o teu futuro a curto e a médio prazo nesta arte? MA - Dado que começo a alcançar algum reconhecimento na área enquanto profissional, pretendo continuar a tocar e compor o mais regularmente possível, desenvolver os projetos em que estou inserido e o Departamento de Bateria e Percussão da Artária. Academicamente falando, vou prosseguir com a especialização na área da bateria, tanto dentro como fora do país. AVE - Dentro dessas perspetivas encontras espaço para concretizar sonhos? MA - Sem dúvida – gostaria muito de ir lá para fora para estudar durante uns bons tempos, acumular experiência e reconhecimento na área – quero muito deixar uma marca em Portugal, mas ficaria muito satisfeito se mesmo no estrangeiro o meu trabalho fosse bastante reconhecido! AVE - Consideras, então, que estudar e/ou trabalhar lá fora é/será essencial? MA - No meio artístico, para se conseguir uma formação sólida, é essencial um contacto com o mercado lá fora, pela questão da experiência, competitividade, entre outras coisas, dado que em determinados países sabemos que existe uma abertura cultural muito superior à nossa. Mas obviamente que não vejo isso como algo

indispensável para toda a gente – vai sempre depender dos objetivos de cada um para a sua vida profissional. AVE - Por falar em futuro, que modelo de divulgação prevês para a música? MA - Dadas as possibilidades que hoje em dia temos à nossa disposição (e tendo em conta que já não se vendem discos como há uns anos atrás), penso que investir na divulgação dos projetos em formato digital é um bom processo de divulgação, e há que ter em conta que cada vez mais o nome e a experiência do músico são elementos fulcrais na área, por isso há que desenvolver o marketing pessoal. AVE - O que é possível fazer no meio musical para sobreviver? MA - Acho que é possível fazer de tudo um pouco – basta haver empenho, brio e dedicação naquilo que fazemos – se bem que as pessoas inseridas nesta área devem procurar a sua vocação (um grande solista nunca terá a disposição de alguém com grandes capacidades pedagógicas para lecionar, e vice versa), como também desenvolvêla no limite das suas capacidades – apenas terão de ser profissionais e pró-ativas, e os resultados aparecerão. AVE - Já tiveste oportunidade de tocar em Ermesinde

Música e em Alfena, onde resides? MA - Sim, diversas vezes.

desde quando? MA - Desde 1998.

AVE - Consideras estas duas cidades dinâmicas no que toca a atividades culturais? MA - Não necessariamente – falta alguma abertura cultural.

AVE - Na generalidade, que te parece Alfena? Uma cidade à altura das tuas expetativas enquanto cidadão? Uma freguesia de Valongo voltada para o futuro ou fechada em si mesma? MA - Gosto bastante de aqui viver. Alfena é muito pacata, posso relaxar e trabalhar tranquilamente, e acho que aos poucos vai adquirindo e desenvolvendo os serviços básicos necessários aos cidadãos, evitando que estes dependam tanto dos grandes centros para todas e quaisquer necessidades (como é exemplo o novo hospital).

AVE - A que se deve essa falta de abertura cultural? MA - Terá muito a ver com a questão das mentalidades presentes nas várias organizações por detrás destes eventos – é importante divulgar a tradição, mas também não devemos fechar portas a tudo o resto, daí que pudessem surgir mais exposições e workshops de artes plásticas, festivais (de pequena e média escala, pelo menos) que abarcassem os mais variados géneros musicais, desde a música erudita, jazz, rock, metal e mesmo música experimental, e divulgar todas estas variantes nos ensinos básico e secundário, com pequenos concertos e atividades práticas com isto relacionadas. AVE - Costumas ver exposições, concertos, teatro ou outras atividades por cá? MA - Não - nesses contextos estou mais pelo Porto. AVE - Isso deve-se ao facto de as atividades por cá te serem menos apelativas? MA - Sim, por isso mesmo. AVE - Vives em Alfena

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AVE - Em comparação com Ermesinde, tens pontos de comparação na tua opinião? MA - Sim, penso que são duas zonas semelhantes em muitos sentidos, e desde que Alfena se começou a desenvolver mais rapidamente, a discrepância entre uma e outra é agora muito reduzida, principalmente ao nível dos serviços. AVE - Que achas da cidade especificamente em termos ambientais e políticos? Havia algo que gostavas que fosse mudado? MA - Não, de momento não vejo nada que me afete nesses sentidos.

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tas, penso ser uma mais valia em termos de desenvolvimento e difusão da cultura por estas bandas, e obviamente uma promoção louvável do nosso trabalho enquanto profissionais. AVE - Obrigado pela entrevista. Os nossos desejos de um futuro promissor!

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AVE - Sobre este jornal, “A Voz de Ermesinde”, costumas ler? Qual a tua opinião sobre esta série de entrevistas a músicos da nossa terra? MA - Costumava ler há uns anos, mas entretanto perdi um tanto o rasto do mesmo. Em relação à questão das entrevis-

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A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012

História

Em pleno Estado Novo salazarista Portugal perde Goa, Damão e Diu

MANUEL AUGUSTO DIAS

epois de, em dezembro de 1961, a União Indiana ocupar, pela força, os territórios administrados por Portugal há alguns séculos, eis que chegam a Lisboa os primeiros prisioneiros portugueses, faz agora meio século. Contudo, o regime salazarista não lhes perdoaria o facto de se terem rendido, como se na prática fizesse alguma diferença. Como poderiam 3 500 homens mal armados enfrentar 50 000 homens da União Indiana? A desigualdade de forças e de meios era uma evidência que não pode ser escamoteada. Foi no dia 18 de dezembro de 1961, há 50 anos e meio, que Portugal perdeu o seu primeiro território colonial no século XX – o Estado Português da Índia, ou seja um conjunto territorial de 4 194 quilómetros quadrados, normalmente designado por Goa, Damão e Diu. Estávamos em pleno Estado Novo, dirigido pelo fundador do regime, António de Oliveira Salazar.

Cerca de dois anos após o termo da 2ª Guerra Mundial a União Indiana conseguiu a sua independência da coroa britânica e já se esperava que também não quisesse manter a permanência colonial portuguesa (na década de 1950, o primeiro-ministro indiano Nehru já havia reclamado a devolução daquela parcela de território) que durava há quatro séculos e meio, desde que Afonso de Albuquerque a havia conquistado, no dia 25 de novembro de 1510. Goa tornar-se-ia a capital do importantíssimo Império Português do Oriente. Ao longo destes 451 anos muitas vicissitudes se passaram, milhares de histórias se viveram e hoje a antiga Goa portuguesa é um atrativo centro turístico que recebe milhares de visitantes, que pretendem apreciar o rico património histórico herdado do passado português e que a União Indiana vem recuperando, assim como em Damão e Diu, reconhecendo o seu extraordinário valor cultural. Como Salazar recusasse a via negocial com a União Indiana, relativamente ao futuro dos territórios administrados por Portugal, aquele país acabou por recorrer à força das armas para anexar o secular Estado Português da Índia. Convém recordar que Portugal foi o primeiro país europeu a chegar à Índia, no reinado de D. Manuel I, graças à bem sucedida viagem de Vasco da Gama (1497-1499).

Depois disso, Portugal criaria em Goa a capital de um império que se caracterizava sobretudo pelo domínio de pontos estratégicos que garantiam aos portugueses o quase exclusivo das rotas marítimas no Índico e no Pacífico, que permitiam a chegada à Europa, via Portugal, de toda a espécie de mercadorias existentes naquelas longínquas paragens. Mas a história secular da presença portuguesa havia de ter um fim. Na manhã de 17 de dezembro de 1961, uma força estimada em cerca de 50 mil homens, apoiados por equipamento militar de ponta, com capacidade ofensiva por terra, ar e mar dirige-se ao território português com vista à sua imediata conquista. Nos nossos territórios, as forças militares eram exíguas: cerca de 3 500 homens e mal armados, com espingardas de fabrico checo (Kropatchek de 1892) que tinham que ser recarregadas após cada tiro, enquanto que do lado indiano já se recorria a armas automáticas e tinham o apoio da aviação militar e de várias embarcações de guerra, entre as quais um porta-aviões. Salazar ainda pediu ajuda britânica, no âmbito da velha aliança, só que a Índia era membro da Commonwealth, e a conjuntura internacional era claramente adversa à posição portuguesa, pelo que a ocupação por

parte da União Indiana ficou decidida em cera de 36 horas. De Lisboa, Salazar dava ordens expressas para que as forças portuguesas lutassem até ao último homem. Contudo, os comandantes militares no terreno sabiam que não tinham qualquer hipótese e acabaram por render-se.

tropas portuguesas devem, imediatamente, cessar fogo e as tropas indianas proceder de igual modo com o fim de evitar a chacina da população e a destruição da cidade. O Comandante; (as.) Acácio Tenreiro (Major)». Meio ano mais tarde, um navio português foi buscar os

A disparidade de forças em conflito está bem patente nesta imagem da “Revista da Armada”: do lado português apenas o navio Afonso de Albuquerque (lado esquerdo da imagem) do outro, 8 barcos de guerra, um dos quais um porta-aviões.

É conhecida a carta de rendição, assinada pelo Major Tenreiro, cujo conteúdo aponta para a tentativa de evitar o massacre da população e a destruição da própria cidade: «Cidade de Goa, 18/12/61 / O Comandante Militar da Cidade de Goa declara que deseja parlamentar com o Comandante do exército da União Indiana com respeito à rendição. Nestas condições, as

prisioneiros a Goa, mas os mesmos seriam mal recebidos em Lisboa, escoltados pela polícia militar, por serem considerados “traidores” ao não terem lutado até à morte. Alguns dos seus comandantes foram mesmo sujeitos a julgamento militar. O Estado Português da Índia continuou a estar representado na Assembleia Nacional até 1974. Após a Revolução do “25 de

Abril”, finalmente, as relações diplomáticas com a Índia foram restabelecidas. Em Portugal, mesmo algumas personalidades políticas opostas à “situação”, tiveram ações de repúdio relativamente à atitude da União Indiana. Houve registo de várias manifestações contra a atitude de Nehru, adjetivado como «cínico, cobarde, hipócrita e sinistro».

EFEMÉRIDES - em Ermesinde Repercussões da perca de Goa, Damão e Diu Em Ermesinde de há 50 anos atrás, este estado de revolta também foi bem sentido. A comprová-lo, transcrevemos parte de um artigo, da autoria de MCP, publicado na abertura do 1º número de “A Voz de Ermesinde”, do ano 1962. «O

momento que passa é de luto e dor,

mas também é de fé ardente e inquebrantável num futuro melhor NESTA hora tristemente célebre, inegávelmente dolorosa e trágica para Portugal, que viu o seu solo manchado de sangue e de lágrimas vertidas de seus filhos, criminosamente provocados por mão sinistra, com o ferrete da

O

no i S

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ignomínia e da maldade a marcar vítimas inocentes, nesta hora, dizíamos, é o momento de todos nos unirmos e solidarizarmos, reconhecendo que é necessário a maior prudência e firmeza com os nossos passos, pois a cada esquina se encontram lobos esfaimados e perigosos, disfarçados de cordeiros. É exemplo flagrante de egoísmo, de violência e de hediondez a atitude tomada por esse monstruoso Nehru, que agora se desmascarou ao fazer marchar sobre os territórios portugueses de Goa as suas tropas, mostrando ao Mundo quão falso era o seu apostolado de paz e de quanta hipócrisia andavam envolvidas as suas palavras. Alheia a qualquer corrente ou ideal político, pois “A Voz de Ermesinde” não foi fundada para

tais fins, ùnicamente quer fazer ouvir a voz do seu portuguesismo, mostrando a sua maior repulsa, a sua mais vibrante indignação pelo inqualificável atentado contra o Estado Português da Índia. Portugal vive um dos momentos mais trágicos e cruciantes da sua longa história, mas se a hora é de luto, de dor e de saudade por todos aqueles que tombaram, lá longe, que deram a sua vida em holocausto à Pátria, deve ser também o momento de união e de fraternidade lusíada, de fé ardente e inquebrantável num futuro melhor, pois não deveria ter sido em vão vertido o sangue de nossos heróicos e valentes irmãos que mais uma vez escreveram uma das páginas mais sublimes e maravilhosas da nossa gloriosa história. (…)».

G ai vo ta Dir. Técnica: Ilda Rosa Costa Filipe Ramalho 4445 ERMESINDE

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30 de junho de 2012

• A Voz de Ermesinde

Desporto

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Suplemento de "A Voz de Ermesinde" N.º 894 • 30 de junho de 2012 • Coordenação: Miguel Barros

ENTREVISTA ENTREVISTA

Alfena trabalha os craques do futuro sob os desígnios do leão

FOTO ESCOLA-ACADEMIA SPORTING-ALFENA

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A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012

Desporto

ENTREVISTA COM O DIRETOR GERAL DA ESCOLA-ACADEMIA SPORTING-ALFENA

Em Alfena o sucesso da filosofia de formação do Sporting tem sido interpretado com eficiência FOTOS MANUEL VALDREZ

Aproveitando a ocorrência do 4º Torneio Internacional de Alfena (cujos desenvolvimentos podemos ver na caixa da página ao lado) o nosso jornal foi conhecer o projeto que está por detrás deste evento desportivo, destinado a futebolistas de “palmo e meio”, cujo sucesso se vai tornando cada vez mais evidente de ano para ano. Falamos da Escola-Academia Sporting–Alfena, uma instituição que está prestes a completar cinco anos de vida e que tem interpretado com reconhecido destaque a filosofia daquela que é considerada por muitos como a melhor escola de formação do nosso país, a do Sporting Clube de Portugal. As portas do “covil do leão” em Alfena foram-nos abertas pela mão do diretor geral da escola-academia, Manuel Sousa, com quem estivemos à conversa. MIGUEL BARROS

28 de setembro de 2007 é a data em que o sonho passa a realidade, o dia em que nasce pela primeira vez no concelho de Valongo uma escola de futebol ligada a uma grande instituição desportiva, como é o caso do Sporting Clube de Portugal. O berço do projeto é colocado em Alfena, mais precisamente no seio do clube mais representativo desta freguesia, o Atlético Clube Alfenense, coletividade que com a edificação da escola-academia beneficia de melhoramentos vários no seu complexo desportivo, sendo o mais visível de todos o arrelvamento – sintético – do seu principal campo de jogos. A concretização deste projeto colocou sorrisos de felicidade no rosto de todos os seus intervenientes, o Alfenense, a própria freguesia de Alfena, que passou a ver o seu nome associado a uma das mais afamadas escolas de formação do futebol europeu, o Sporting, que passava a dispor de uma academia no norte do país vocacionada para a procura e formação de novos talentos futebolísticos, e para os mentores da ideia, digamos assim, um grupo de quatro sócios em que se encontrava Manuel Sousa, que hoje em dia é o responsável máximo da Escola-Academia Sporting-Alfena. Professor de Educação Física, Manuel Sousa faz, no início da nossa conver-

sa, uma viagem ao passado, onde recorda o sonho de abrir uma escola de futebol, um sonho que resultava – e continua a resultar – do somatório da paixão pelo futebol e do gosto de trabalhar com crianças. Contudo, neste sonho não entrava inicialmente a ideia de que essa escola pudesse ter o carimbo do Sporting, «conhecendo a qualidade que a Academia de Alcochete tinha, e tem, não me passava pela cabeça abrir uma escola do Sporting, digamos que isso era mais do que um sonho», recorda Manuel Sousa, que depois de se consciencializar que esse sonho havia transposto a fronteira para a realidade esteve três ou quatro noites sem conseguir dormir, tamanha era a felicidade que sentia. Chegada a hora de colocar o projeto em prática, foram contactados vários clubes da região no sentido de albergar a futura escola-academia, tendo a escolha recaído posteriormente, e de forma consensual entre os quatro sócios envolvidos no projeto, sobre o Alfenense, o clube que reunia as condições exigidas pelo próprio Sporting, sobretudo ao nível da estabilidade diretiva e financeira. E se a decisão tivesse de ser tomada hoje Manuel Sousa não voltaria a ter dúvidas em escolher novamente o Alfenense como parceiro deste projeto, já que de parte a parte este tem sido um casamento feliz. Como tal, na hora de

traçar um balanço destes quase cinco anos de atividade o responsável pela Escola-Academia do Sporting-Alfena começa por dizer que este ainda curto período de vida correu bem, com um ou outro percalço pelo caminho, mas de forma geral esta mão cheia de anos tem sido positiva, embora

a fazer uma atividade de que gostam. E nós em conjunto com os pais temos tido essa preocupação, de os fazer felizes. Não digo concretizar o sonho que a grande maioria deles tem por esta altura, que é serem jogadores de futebol no futuro, até porque não nos passa pela cabeça que todos os meninos

dependentemente do resultado que tenham alcançado», frisa Manuel Sousa. O dirigente vai mais além ao explicar que a filosofia da escola-academia não passa exclusivamente por apenas formar futebolistas. «É uma escola de futebol, é certo, e presta um serviço de ensinar a jogar futebol, mas nem toda a gente que anda no conservatório vai no futuro tocar numa orquestra ou fazer parte de uma banda de música, e aqui é igual, ou seja, os meninos andam aqui porque gostam, nós ensinamos a jogar futebol, desenvolvemos capacidades e competências, mas nem todos irão para a alta competição, nem todos têm competências técnicas, táticas, de motivação e concentração para virem a ser futebolistas. Há meninos que andam aqui porque apenas gostam de dar uns chutos na bola, só isso». «Já colocámos 4 ou 5 jogadores em Alcochete»

sublinhe que a escola-academia continua a fazer esforços no sentido de continuar a crescer a diversos níveis. Continuar a crescer e continuar a fazer os alunos da escola-academia felizes, no fundo umas das diretrizes deste projeto, «fazer com que os miúdos sejam felizes

que aqui temos venham a ser futebolistas profissionais, mas – como já disse – procurar que sejam felizes a praticar uma atividade de que gostem. E é precisamente isso que nos move todos os dias, ver o sorriso deles, seja antes dos treinos, depois dos treinos, em torneios, in-

O sonho de vir a ser um “Cristiano Ronaldo” poderá não estar ao alcance dos mais de 200 alunos que frequentam por esta altura a escola-academia de Alfena, é certo, mas tentar encontrar um “diamante” que possa ser lapidado e seguir, quiçá, as pisadas do astro português do Real Madrid é naturalmente outro dos objetivos da instituição. Mas… «ainda é muito cedo para dizer se te-

mos aqui um “Cristiano Ronaldo”, ainda são muito novos. Mas no entanto ao longo destes cinco anos de existência já colocámos quatro ou cinco jovens em Alcochete, o que é bom em termos de projeção da academia de Alfena. Jogadores esses que já estão em Lisboa a trabalhar nas equipas de formação do Sporting», sublinha com orgulho Manuel Sousa. Academia de Alcochete que é vista por muitos como uma verdadeira fábrica de talentos, e o local de sonho onde muitos dos jovens que se encontram nas 27 escolas-academias que o clube de Alvalade tem espalhadas pelo país esperam um dia chegar. Sporting que muito recentemente foi “rotulado” pela UEFA como uma das atuais três melhores escolas de formação do futebol europeu, juntamente com o Barcelona e o Lyon. Manuel Sousa não tem dúvidas de que os leões são não só a melhor escola do país e uma das melhores da Europa como também estão entre as cinco melhores do Mundo, exemplificando esta tendência do clube lisboeta para o sucesso ao nível da formação com o facto – por exemplo – de 9 dos 23 jogadores que estiveram ao serviço da seleção portuguesa no Campeonato da Europa de 2012 terem sido “fabricados” na Academia de Alcochete, nomeadamente Rui Patrício, Miguel Veloso, João Moutinho, Beto, Quaresma, Hugo Viana, Varela, Nani, e obviamente Cristiano Ronaldo. Isto


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na atualidade, porque no passado foi buscar nomes como Paulo Futre, Luís Figo ou Simão Sabrosa, os quais testemunham a elevada qualidade da formação leonina. O segredo desta fórmula de sucesso? «Não há grandes segredos para o sucesso da escola do Sporting, na minha opinião. Alcochete é uma academia cuja metodologia de trabalho é virada para potencializar as qualidades e capacidades do atleta, o qual se integra em qualquer equipa e sabe o que tem a fazer dentro do campo», explica. E numa comparação com os projetos de formação dos dois maiores rivais a nível nacional do Sporting, o FC Porto e o Benfica, o nosso interlocutor não tem dúvidas de que existem muitas diferenças entre as linhas orientadoras e metodológicas de trabalho das partes envolvidas. «O projeto do Sporting é sobretudo desportivo, muito bem coordenado e muito bem orientado, e tem uma visão centrada na formação da criança, sem queimar etapas, algo que me agrada muito. Bem diferente daquilo o que fazem Benfica e FC Porto, que têm sobretudo projetos mais comerciais», refere Manuel Sousa. E por falar no rival FC Porto não pudemos deixar de fazer a observação do facto de o clube azul e branco ter aberto há cerca de um par de anos uma academia de formação no nosso concelho, mais concretamente

em Ermesinde, localidade que acolheu uma das Dragon Force tuteladas pelos portistas, uma concorrência que para Manuel Sousa é pacífica e salutar e que até tem permitido algumas trocas de alunos, embora neste ponto a balança penda a favor dos leões. «Há mais meninos a fazer a viagem de lá para cá do que no sentido inverso. E alguns deles até são portistas! Isso acontece porque se calhar os pais acreditam mais no nosso projeto, até porque as mensalidades são mais ao menos iguais. Os meninos vêm, experimentam, e não querem outra coisa, preferem ficar connosco, e isso acontece não só com jogadores da Dragon Force como também de outros clubes, que temos recebido. Acho esta tendência normal, pois tanto os miúdos como os pais gostam de se associar a quem ganha, e ao virem para aqui as crianças ambicionam aprender mais, crescer, e claro, ganhar títulos. Além de que nós temos um tapete estendido para Alcochete, um local, como já disse antes para onde não irão todos, apenas aqueles que realmente são muito bons». Sucesso da escola-academia reconhecido “extra muros” A qualidade da Escola-Academia de Alfena tem sido badalada um pouco por toda

Desporto a região, e a prova disso é que é frequentada não só por meninos do concelho de Valongo como de outros pontos, como por exemplo, Maia, Matosinhos, Gondomar, Paredes, ou Ovar. E por falar em preços Manuel Sousa informou que o Sporting está atento e preocupado com a atual situação financeira do país, encontrando-se neste momento a estudar a redução da mensalidade das escolas--academias. Inclusive, e em solidariedade com muitos pais que passam por dificuldades financeiras e que dessa forma não podem manter os seus rebentos nas escolas-academias, o clube de Alvalade criou uma bolsa destinada a meninos com potencial futebolístico e cujos progenitores tenham carências financeiras, no qual assume todas as despesas do atleta. Atletas que como já foi dito ultrapassam as duas centenas na academia sportinguista de Alfena, e que se encontram repartidos pelos escalões que vão dos minis até aos iniciados. A supervisioná-los estão 13 treinadores especializados, isto é, treinadores que trabalham de acordo com a filosofia de formação do Sporting. Como já foi também referido no início deste trabalho, o próprio Alfenense tem beneficiado com a implantação deste projeto no seu complexo desportivo, não só ao nível de infraestruturas mas também no plano desportivo, já que o traba-

lho da escola-academia tem sido aproveitado pelas equipas de formação do emblema de Alfena. «No protocolo que celebrámos com o Alfenense comprometemo-nos a emprestar, digamos assim, os nossos melhores jogadores para representarem o clube ao nível das competições distritais da Associação de Futebol do Porto, uma vez que nós, enquanto escola-academia, não participamos em competições, competimos apenas em alguns torneios e convívios com outras academias nacionais e internacionais. E com a nossa ajuda o clube já conseguiu nestes cinco anos dois títulos de campeão distrital de infantis, ficando à frente de clubes como o FC Porto, Boavista, ou Leixões. Recentemente vencemos a Taça José Bacelar, e no escalão de iniciados o clube esteve a competir durante duas épocas consecutivas nos campeonatos nacionais (!), ao lado das melhores equipas da região, como são os exemplos do

FC Porto, Boavista, Salgueiros, Leixões, Paços de Ferreira, ou Rio Ave. Aliás, os bons resultados desportivos são uma das consequências naturais do nosso contínuo crescimento que se tem vindo a verificar». Refira-se que, ao abrigo deste protocolo, o Atlético Clube Alfenense não pode ter escalões de formação abaixo dos 14 anos de idade, uma vez que entre os 4 e os 14 anos os meninos são captados de forma exclusivamente, digamos assim, pela Escola-Academia do Sporting - Alfena. E no cair do pano sobre esta pequena conversa mantida com o nosso jornal, Manuel Sousa confidenciou-nos que a “fábrica de talentos” da Academia de Alfena irá dar mais e melhores frutos num futuro muito próximo, até porque está à

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“espreita” uma nova fornada de craques “made in Alfena”. «Somos uma escola que está aberta a todos, rapazes e raparigas. Temos a fama de que só vêm para aqui os melhores, os mais dotados, o que não é verdade, estamos aqui para toda a gente, para aqueles que sonham em vir a ser um “Cristiano Ronaldo” e para os que apenas querem vir dar uns chutos e divertirem-se, independente das qualidades e capacidades que tenham», rematou o responsável por uma das primeiras 27 escolas-academias que o Sporting abriu no país, um clube especialmente vocacionado para a formação que tem dado – inúmeras – provas de sucesso quer a nível nacional quer internacional. E quem sabe se de Alfena não sairá para o próximo grande astro do futebol mundial? Nunca se sabe... É esperar para ver!

FUTEBOL

Paços de Ferreira levou a melhor sobre a concorrência no 4º Troféu Internacional de Alfena FOTO EASA

A jovem equipa do Futebol Clube de Paços de Ferreira foi a grande vencedora da 4ª edição do Troféu Internacional de Alfena, certame de futebol de 7 organizado pela Escola-Academia Sporting de Alfena que decorreu no Complexo Desportivo do Alfenense a 16 e 17 de junho passados. Destinada ao escalão de sub-9, a prova contou com a presença de cerca de duas centenas de atletas em representação de 14 equipas, sendo elas o Benfica de Paredes, o Núcleo Desportivo do Colégio de Ermesinde, o Futebol Clube da Foz, o Vila de Anta, o Folgosa

da Maia, o Nogueirense, o Macieira da Maia, o Coimbrões, o Esmoriz, a Escola de Futebol Hernâni Gonçalves, o Fiães, o Redondela (de Espanha), o Atlético Clube Alfenense, e o Futebol Clube de Paços de Ferreira, o emblema que viria a fazer a festa no final. Numa competição muito disputada, os jovens atletas entraram em campo revelando todo o empenho e dedicação próprias da idade. Com muito fair play, os futebolistas tiveram dois dias memoráveis, contando, inclusive, com a “ajuda” de S. Pedro. O público e as claques presentes aplaudiram, entusiasti-

camente, os jogos, enchendo as bancadas de cor e energia. A animação – dança – contou com a participação da Academia Sénior de Ermesinde, do Espaço Dança, e da Academia de Dança New Style. E na grande final, disputada no domingo, os pacenses derrotariam então o Núcleo Desportivo do Colégio de Ermesinde por 3-2, enquanto que a encerrar o pódio (3º lugar), ficaria a turma do Vila de Anta. O emblema da casa, o Atlético Clube Alfenense, conquistaria um honroso 5º lugar.

CLASSIFICAÇÕES:

1º - Paços Ferreira 2º - Col. Ermesinde 3º - Vila de Anta 4º - Benfica Paredes 5º - Alfenense 6º - Redondela 7º - FC Foz 8º - E. H.Gonçalves 9º - Fiães 10 - Macieira Maia 11º- Coimbrões 12º- Esmoriz 13º- Folgosa Maia 14º- Nogueirense


A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012

Desporto HÓQUEI SUBAQUÁTICO

Equipas Zupper terminam temporada em bom plano FOTO CLUBE ZUPPER

Terminou no passado fim de semana de 16 e 17 de junho o Campeonato Nacional de hóquei subaquático, certame onde uma vez mais estiveram em evidência os ermesindenses do Clube Zupper. A Piscina Municipal da Mealhada acolheu nas referidas datas a 4ª e derradeira etapa do campeonato, onde os zuppers entraram em ação com as suas duas equipas, cuja performance voltou a deixar um sentimento de satis-

fação entre jogadores e dirigentes do clube da nossa freguesia. Em termos de classificação o combinado “A” alcançou um 6º lugar, com 583 pontos somados, ao passo que o “B”, que nunca é demais lembrar fez esta temporada a sua estreia ao mais alto nível no hóquei subaquático lusitano, ficou na posição imediatamente a seguir, com 555 pontos contabilizados. 6º e 7º lugares que foram curiosamente os lugares em que as duas equipas zupper ficaram instaladas na classifi-

cação final do campeonato após a realização das quatro etapas, sendo que em termos pontuais os “A” somaram um total de 2 775 pontos, enquanto que os “B” 2 626, ficando digamos que a meio da tabela classificativa, à frente dos Gaia Sub (8º), Aquacarca “B” (9º), Clube Natação da Amadora “C” (10º), e N.S. Coimbra “B” (11º). O título foi conquistado pela equipa “B” do Clube Natação da Amadora, que assim sucede ao… Clube Natação da Amadora “A”, que desta feita não foi além

da 3ª posição. Os Aquacarca “A”, vencedores da Taça de Portugal, competição esta cuja fase final, relembre-se, se disputou em Ermesinde no passado mês de março, quedaram-se pela 2ª posição. Satisfeito com a prestação das equipas do Clube Zupper estava naturalmente o presidente/jogador do emblema ermesindense, Nuno Ribeiro, para quem o clube se encontra cada vez mais familiarizado com o hóquei subaquático, e a prova disso foi a boa classificação obtida por ambos os conjuntos em 2012.

«A evolução tem sido notória, pelo que na próxima época podemos prometer que vamos tentar ficar en-

tre os quatro primeiros da classificação geral», projetou o presidente/jogador zupper.

HÓQUEI EM PATINS

Valongo alcança a vitória mais expressiva da época no cair do pano do Campeonato Nacional de 2011/12 Foi com uma expressiva goleada de 11-2 sobre o Infante de Sagres que a Associação Desportiva de Valongo colocou, no passado dia 16 de junho, um ponto final no seu trajeto no Campeonato Nacional da 1ª Divisão de hóquei em patins alusivo à época de 2011/12. Um facto ocorrido no Pavilhão Muni-

cipal de Valongo e que desde logo constituiu o resultado mais volumoso alcançado pelo emblema do nosso concelho na temporada que agora chega ao fim. Num encontro de sentido único – isto é, a baliza do Infante de Sagres – o goleador da casa, Hugo Azevedo, voltou a evidenciar-se ao apontar 7 dos 11 tentos dos locais. Com estas últimas sticadas cer-

teiras Azevedo ficou com o 2º lugar na lista dos melhores marcadores do campeonato, com um total de 51 golos apontados. Raul Meca e Jorge Alves – ambos com 2 golos cada – foram os autores dos restantes golos dos pupilos de Paulo Pereira na despedida do campeonato. Coletivamente o Valongo subiu mais um degrau em relação à época transata,

onde, recorde-se, tinha alcançado um brilhante 7º lugar, sendo que desta feita ficou com a 6ª posição, com 42 pontos somados. E 2011/12 será para sempre recordada como a época em que o “rei foi deposto do trono”, ou seja, o FC Porto, campeão nacional nas últimas 10 temporadas (!), passou o testemunho para o Benfica, o novo detentor do

ceptro, pese embora os portistas terem apresentado um protesto junto do Conselho de Disciplina da Federação de Patinagem de Portugal, do jogo do título, precisamente disputado diante dos encarnados de Lisboa em casa destes, alegando os portistas alguns erros de ordem técnica protagonizados pela equipa de arbitragem numa partida que terminou empata-

da a cinco bolas, o que permitiu aos benfiquistas continuarem na frente da prova, lugar que não mais largariam até ao fim. O desfecho deste caso ainda não é contudo conhecido. Nota: Todos os resultados e classificações desta competição podem ser consultados na nossa edição on-line.

PATINAGEM

DAMAS

Prestação do Café Avenida em Vila de Fajões ficou aquém do seu potencial! Vila de Fajões, no concelho de Oliveira de Azeméis, acolheu no passado sábado (9 de junho) o 3º Torneio Nacional de Damas Clássicas, prova pontuável para o ranking da Federação Portuguesa de Damas, que reuniu na citada localidade 57 damistas em representação de nove equipas, entre elas o Café Avenida de Ermesinde. Coletivo este que levou até ao certame cinco jogadores, nomeadamente José Rocha, Sérgio Bonifácio, Manuel Silva, Ricardo Araújo, e o estreante Noémio Soares. Quanto à prestação dos damistas ermesindenses podemos dizer que essa ficou um pouco aquém do esperado, isto se atendermos às (boas) exibições patenteadas ao longo desta época de 2012. E ao olharmos para a classificação final deste Torneio Nacional de Damas Clássicas verificamos que pela primeira vez na atual época o Café Avenida não conseguiu colocar nenhum dos seus jogadores entre os 10 primeiros classificados, um objetivo falhado, no entanto, por uma “unha negra”, já que a melhor posição alcançada foi um 11º lugar (!) por intermédio de Manuel Silva. José Rocha ficou com o 12º posto, ao passo que Sérgio Bonifácio, atleta que, recorde-se, tem obtido os melhores resultados individuais do Café Avenida em 2012, ficou num modesto 26º lugar! Já o estreante Noémio Soares foi 19º, ao passo que Ricardo Araújo não foi além do 34º lugar. Na classificação coletiva o Café Avenida ficou fora do pódio, ou seja, no 4º posto. O CCD S. João da Madeira foi o grande vencedor da prova, tanto por equipas como no plano individual, onde o seu damista Tiago Manuel levou a melhor sobre a concorrência.

Agrupamento Vertical de S. Lourenço dá cartas na patinagem REGINA GOMES*

O Agrupamento Vertical de Escolas de S. Lourenço (em Ermesinde) está a revelar-se como um autêntico viveiro de talentos ao nível da patinagem. Na qualidade de projeto extra curricular foi criado o Clube de Patinagem, que conta já com 50 alunos de várias turmas de diferentes anos de escolaridade, pertencentes a vários escalões. A modalidade tem sido disputada nas variantes perícias, velocidade e estafetas. O agrupamento tem competido em várias provas, tendo obtido resultados muito positivos, como é o exemplo do apuramento alcançado para o último Campeonato Regional, disputado em abril passado. É de realçar que esta competição era destinada ao escalão de iniciados, tendo o agrupamento ermesindense participado com alunos integrados no escalão de infantis “B”, escalão este inferior ao de iniciados, tendo mesmo assim conseguido obter excelentes resultados. Nas provas individuais de velocidade obtiveram os 11º e 12º lugares, ao passo que na prova de perícias alcançaram o 11º e o 14º, enquanto que na prova de estafetas conquistaram os 7º e 8º postos. A prestação dos alunos foi aplaudida por toda a comunidade escolar do Agrupamento Vertical de S. Lourenço que, no passado dia 14 de junho, levou a cabo uma demonstração de patinagem para toda a escola como forma de homenagear os seus atletas. *Professora de patinagem

Suplemento de “A Voz de Ermesinde” (este suplemento não pode ser comercializado separadamente). Coordenação: Miguel Barros; Fotografia: Manuel Valdrez. Colaboradores: Agostinho Pinto, João Queirós e Luís Dias.


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• A Voz de Ermesinde

Património

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• TEMAS ALFENENSES •

AL HENNA, em defesa do Património de Alfena IMAGENS ARQUIVO

Sexta-feira, 09 de julho de 2010, no rescaldo de uma célebre sessão extraordinária da Assembleia de Freguesia de Alfena, convocada para retificar ou ratificar, ninguém sabe muito bem ao certo, os limites da freguesia, e depois de perceber que a esmagadora maioria dos presentes não tinham a mais pálida ideia do que estavam a discutir, fiquei com a certeza que a solução para este nosso problema teria que passar, necessariamente, pela chamada “Sociedade Civil”, uma vez que os responsáveis políticos não pareciam muito interessados na sua resolução, de uma forma responsável. Foi então que surgiu a ideia de criação de uma associação que reunisse os contributos de várias pessoas conhecedoras do terreno e interessados na resolução definitiva e célere da questão, evitando-se animosidades e bairrismos locais que não conduziriam a parte alguma e que apenas serviriam para criar afastamentos entre comunidades vizinhas. Cultural, no passado dia 30 de novembro de 2011, perante uma sala cheia de individualidades locais e alfenenses interessados. É dessas conclusões, genericamente apresentadas em novembro e complementadas por algum trabalho de pesquisa posterior, que versará este primeiro conjunto de artigos que, com a colaboração de “A Voz de Ermesinde”, tentaremos levar ao conhecimento dos leitores. Objeto RICARDO RIBEIRO (*)

as conversas entre amigos e dos atrasos provocados pela cegueira burocrática do nosso Estado, que quase impedia a utilização da designação escolhida desde a primeira hora para a associação, passaram alguns meses até que, numa manhã de dezembro, seis “carolas” (Manuel Joaquim Oliveira, Arnaldo Mamede, Cláudia Dantas, Sérgio Sousa, Ricardo Ribeiro e Dário Teixeira) passaram da ideia à prática e quinhoaram para pagar a Escritura pública de constituição da AL HENNA – Associação para a Defesa do Património de Alfena. Depois, veio o tempo de contactar mais algumas pessoas de modo a constituir os órgãos sociais e começar o trabalho no terreno. Conseguimos, de facto, reunir um grupo de pessoas interessadas e os resultados começaram a surgir. Da troca de conhecimentos aos documentos que se foram reunindo, das reuniões de trabalho às caminhadas dominicais que se foram fazendo, se foi construindo um trabalho coletivo que foi finalmente apresentado ao público, no nosso Centro

Apesar de surgida na sequência da designada “Polémica dos Limites”, a AL HENNA não pretende reduzir a sua atividade a esta questão, por muito importante que ela seja, bem pelo contrário. Os instituidores quiseram deixar claro que o objeto da associação seria abrangente, na defesa do património secular da nossa cidade e não só. Citando o artigo 1º dos Estatutos da AL HENNA, «a Associação para a Defesa do Património de Alfena tem por objecto a defesa e recuperação do património histórico, arqueológico, edificado, etnográfico, cultural e, bem assim, do património natural, paisagístico e ambiental da Vila de Alfena e zona envolvente; estudos e investigações nas várias áreas de interesse históricoarqueológico, ambiental, cultural e sócioeconómico». Designação Ao contrário do que algumas mentes peregrinas, que infelizmente pululam na nossa cidade, depressa vieram afirmar do alto das suas cátedras, demonstrando dessa forma a sua profunda ignorância acerca das nossas origens como Povo, a designação escolhida para a nossa associação nada tem de «ódio» ou mesmo de «terror». Devemos ter também orgulho na nossa herança árabe e, de facto, a designação escolhida é uma expressão árabe que deu origem ao moderno topónimo português ALFENA. AL HENNA é a designação árabe para o arbusto da família Oleaceae, comummente designado de Alfeneiro, Alfenheiro, Alfena ou Ligustro (Ligustrum vulgare) e muito comum nos espaços públicos da nossa cidade. Na sua obra “Portugal Antigo e Moder-

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no”, publicada em 1873, o historiador Pinho Leal refere: «É tradição que houve aqui no século VIII uma grande batalha contra os árabes, na qual entraram sete condes, e que d'ella lhe provém o nome; fundando-se em que alfena significa batalha, o que não é exacto, pois só significa planta. Enganam-se com a palavra árabe alhella, alfella, que significa acampamento ou arraial; mas não combate. É pois incontestavelmente a palavra árabe alhenna (alfena). São as folhas de um arbusto semelhante à murta. No Oriente, tanto christãos como mahometanos, costumam, por ocasião de festa, amassar o pó d'estas folhas e cobrir as mãos e pés com esta massa, envolvendo-a em pannos, desde a noite até pela manhã. Quando se levantam sacodem o pó, e untam os sítios em que elle esteve, com azeite. Os membros assim preparados, adquirem uma cor encarnada que dura 15 a 20 dias (não saindo ainda que a lavem). Só porém as mulheres e creanças usam d'este enfeite. Os velhos, principalmente príncipes e grandes, tingem os cabellos da barba, com água d'estas folhas, o que lh'os torna encarnados». Aliás, a associação deste arbusto à agora Cidade de Alfena é tal que o brasão de armas adotado na sequência da elevação a Vila, em 1989, apresenta dois ramos de alfeneiro, um florido e outro frutado, ladeando o ex-libris da cidade, a Ponte de São Lázaro (ou Ponte de Alfena). Em futuras oportunidades continuaremos a expor algum do trabalho desenvolvido pela nossa associação, sendo certo que estamos abertos à colaboração com qualquer pessoa interessada nestas questões da Defesa do Património, a nossa herança, que muitas vezes é comum a Alfena e Ermesinde, dada a proximidade e situação geográfica no curso médio do Leça. Atualmente, a atividade da associação AL HENNA poderá ser consultada na página do facebook (www.facebook.com/ ALHENNA.associacao), e brevemente também no sítio da internet da Associação (www.alhenna.pt), podendo qualquer interessado entrar em contacto connosco através do endereço de correio eletrónico (alhenna.associacao@gmail.com). (*) Membro da AL HENNA – Associação para a Defesa do Património de Alfena. Texto original escrito na grafia anterior ao Acordo Ortográfico de 1990.


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A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012

Cultura

injustamente nunca aparecem nas histórias que se contam. É o caso do pequeno caracol. O caracol desta história todos os dias, mal o sol nascia, saía da cas(c)a que carrega às costas, o que como podemos imaginar é muito prático mas também muito cansativo, punha os corninhos ao sol e metia-se a caminho. Atrás de si deixava um trilho de baba, que brilhava quando os raios de sol nele incidiam. Esta história mostra que nenhum animal está a mais na floresta, e que quando há um problema para resolver a entreajuda é a melhor receita». Sousa Dias, autor de “Grandeza de Marx Por uma política do impossível”, é professor de Filosofia, e autor de “Mil experimentações. O pensamento e o mundo”, (1980, ed. Civilização), “Razão e império” (1981, ed. Civilização), “Arte, Verdade, Sensação” (1983, ed. Civilização), “Lógica Lógica do acontecimento. Deleuze e a filosofia” (1995, ed. Afrontamento), “Estética do conceito. A filosofia na era da comunicação” (1998, ed. Pé de Página), “Questão de estilo. Arte e filosofia” (2004, ed. Pé de Página), “E ítaca eras tu” [poesia], (2005, ed. Pé de Página), “Vocação vegetal” [poesia] (2006, ed. Pé de Página), “O que é poesia?” (2008, ed. Pé de Página), “Grandeza de Marx. Por uma política do impossível” (2011, ed. Assírio & Alvim).

AVE

Da programação da XIX Feira do Livro do Concelho de Valongo salientamos a realização da VI Conferência de Ermesinde, realizada pela associação cultural Ágorarte, no dia 7 de julho, às 211h30, no Fórum Cultural de Ermesinde, conferência esta que em 2012 é dedicada a José Régio. Destaque ainda para a a programação do dia 13 de julho, com a comemoração do Dia da Cidade de Ermesinde.

Quanto às propostas do jornal “A Voz de Ermesinde”, deixamos aqui umas breves notas. “A Voz de Ermesinde” na Feira do Livro

Renato Roque, autor de “O Caracol” – apresentação dia 12, às 16h00 – nasceu no Porto, («... há muitos anos. Não se lembra! Dizem-lhe que era uma segunda-feira e fazia sol. Apesar de céptico por na-

tureza, acredita» [do seu blogue pessoal]). Engenheiro eletrotécnico por formação académica, tem-se vindo a notabilizar sobretudo pelo seu trabalho na Fotografia. Tem publicados: “Cada Pessoa é um Artista” (1996), “Renato no País das Manchinhas” (1997, ed. Salamandra), “A hora sua” (maio 2001, ed. Assírio &Alvim), “D' ouro d' Alendouro” (agosto 2003, ed. Gémeo R), “Eu é que digo quem são os artistas!” (natal 2004), “Cor-

pos de cidade” (maio 2001, ed. Salamandra), “Projecções da memória” (2003), “Catedrais do Silêncio” (abril 2004, ed. Gémeo R), “Balada Solitária” (dezembro 2004, ed. Gémeo L), “Douro/Duero” (abril 2006), “Noves fora nada” (fevereiro 2008), “12 pm em flash” (maio 2008), “Espelhos Matriciais” (outubro 2009), “Hollywood” (maio 2011). Sobre o livro “O Caracol” (Afrontamento): «Há muitos animais que

Sobre o livro “Grandeza de Marx” (Assírio&Alvim): «Comunismo é para Marx o nome próprio, não só do movimento proletário de superação da forma da sociedade existente, mas da forma social futura resultante dessa superação, ou seja, da ‘sociedade sem classes’, da democracia social absoluta por vir. O comunismo, a Ideia de comunismo, como forma superior de democracia: eis o que parece incompatível, ou pelo menos aberto logo de início à corrupção fáctica no comunismo ‘real’, com o conceito de ditadura do

proletariado, foco desde sempre, e sobretudo desde a efectividade dos Estados ‘comunistas’ totalitários, da atribuição a Marx de uma concepção autoritária, antidemocrática, do Poder revolucionário, ou de responsabilidades ‘conceptuais’ no totalitarismo histórico desse Poder. O que faz desse conceito a noção mais equívoca, mais historicamente sobreconotada, do pensamento político de Marx». Manuel Augusto Dias, natural de Ansião (1956), mestre em História das Instituições e Cultura Moderna Contemporânea, investigador, colaborador de “A Voz de Ermesinde”, de que foi diretor interino. Reside em Ermesinde. É autor, entre outros, de “Confraria de Nossa Senhora da Paz da Constantina (Ansião), 1996, “O Município de Ansião na Primeira República” (1998), “AAssociação de Cultura Recreio e Beneficência de Chão de Couce - 59 anos de história (2000), “Ansião e o Estado Novo” (2000), “Chão de Couce - Estudo Monográfico” (2001), “Ermesinde – Registos Monográficos” (2001, com Manuel Conceição Pereira), “Ansianenses ilustres” (2002), “Comemorações dos 70 Anos do Retábulo De Malhoa – 1933? 2003 (2003), “Ermesinde e a I República” (2011). É também autor de várias biografias de portugueses ilustres. Sobre o livro “Ermesinde e a I República” (Edição Junta de Freguesia de Ermesinde): «(...) Manuel Dias destacou a mudança de nome da freguesia de S. Lourenço d’Asmes para Ermesinde, explicando que este era antes apenas um dos lugares da freguesia, precisamente o escolhido para implantar a estação ferroviária, embora depois por razões técnicas, esta tivesse sido implantada um pouco mais a norte. Ermesinde não era então, em 1910, a freguesia mais populosa do concelho, mas já o era 11 anos depois, em 1921, mercê da rede de acessibilidades de que entretanto beneficiou», “A Voz de Ermesinde”, edição de 30-07-2011. A XIX Feira do Livro do Concelho de Valongo merece bem a atenção e a visita de todos!


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• A Voz de Ermesinde

Crónicas

No tempo em que tudo fala

NUNO AFONSO

empre que nos reportávamos ao passado nas conversas, ditas ou escritas, com as crianças, localizávamo-nos numa época indefinida que leitores ou ouvintes nem conseguiam, mentalmente, projetar. E era esse o primeiro passo para formatarmos a verdadeira história. – No tempo em que os animais falavam… Vem dessa idealização o dito popular e bem-humorado “quando as galinhas tiverem dentes”, como se, algures no passado, houvessem tido outros dons de que, agora, carecem. A proximidade entre os vários seres da natureza existe desde os períodos históricos mais recuados, quando o homem vivia entre ramos e folhas das árvores, interagindo com outros bichos, adiante domesticando-os ainda nas cavernas e pelos tempos afora, tão próximos que partilhavam a comida e o abrigo, muitas vezes as próprias doenças, certamente sentimentos e emoções. Ao longo de milénios, essa interação foi evoluindo de tal maneira que o relacionamento entre um e outros passou de ocasional a permanente, de simples companhia a familiaridade, nutrindo-se de afetos quase de igual para igual. Essa partilha robusteceu-se com a solidificação, quase diria a irreversibilidade, do estado doméstico de alguns animais como o cão, o cavalo, ou a galinha. A restrição prende-se com as notícias de que, no país onde tudo acontece, matilhas de cães transformaram-se em alcateias e cavalos adaptados às condições de vida desde há milénios e retomaram a vida selvagem. Homem e animais aprenderam a compatibilizar as suas ações e procedimentos num equivalente e, com frequência, recíproco mimetismo. O homem foi entendendo quando os seus amigos irracionais tinham medo, fome, doença física ou algo mais complexo como stress ou depressão; de igual

modo os invertebrados se davam conta de problemas físicos, mentais ou de situação dos respetivos donos e, saíam à procura de auxílio ou usavam as suas capacidades fonadoras para atrair quem pudesse vir ajudá-los. São inúmeros os testemunhos de salvamento devido à ação dos fiéis companheiros do ser humano, de proezas suas capazes de rivalizarem com as praticadas pelo homem, de atitudes que julgar-seia arredadas das suas capacidades emocionais e comportamentais como deixarem-se finar ao aperceberem-se de que os donos perderam a vida, mesmo que outros da nossa espécie se esforcem por ganhar a sua amizade. Cedo os homens de letras se deixaram impressionar pelos dons invulgares dos animais domésticos e de outros seres da natureza, humanizaramnos ao torná-los personagens das suas composições. Esse recurso viria já desde o século XVIII a.C., sendo largamente cultivado pelos Hindus, passando pela civilização suméria, e tornando-se género pujante entre os gregos, não só com as fábulas em que sobressaiu Esopo, mas igualmente utilizado em obras de Hesíodo com a designação de apólogos – diálogo entre animais ou seres irracionais cuja interação não vem complementada em forma de moralidade explícita (a epimythia) – de Aristófanes e Platão como exempla e também em Aristóteles, que entendeu «ser a fábula muito útil ao orador por fornecer-lhe exemplos com muito mais facilidade que a história». (1) Também grandes escritores latinos, Catulo, Tito Lívio e Horácio por exemplo, fizeram uso de personagens não humanas nas suas composições, porém o mais citado

é Fedro e, num grau menos visível Bábrio, que escreveu os seus textos em grego. No século XVII, La Fontaine deixou o seu nome imortalizado em obras desse géner,o recobrindo vastíssimo leque de virtudes e defeitos detetáveis nos comportamentos das pessoas. Mas o relacionamento entre o homem e os animais tem auxiliar precioso na linguagem, quer verbal, quer gestual, musical ou outra. É verdade que o papagaio, a pega e quejandos emitem sons articulados a que não podemos chamar palavras, sintagmas ou frases, uma vez que só decoraram o significante por incapacidade total de apreenderem o respetivo significado. A maioria, porém, é incapaz de emitir o mais elementar segmento verbal. No entanto, o cão, o cavalo, o gato, as aves de capoeira e outros obedecem a ordens verbais e todos aqueles que denominamos domésticos mostram-se sensíveis a ordens e à expressão de sentimentos por recurso a mensagens ver-

TASCA DO ZÉ

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FOTOS ARQUIVO

bais ou mistas. Se nos intrometermos na floresta, reduto de animais selvagens, também conseguiremos estabelecer comunicação com determinadas espécies emitindo sons que lhes sejam familiares. Diferentemente acontece em relação ao reino vegetal. Tanto quanto nos é dado conhecer, o homem ainda não obteve sucesso relevante quanto à comunicação com estes seres vivos. Ele sabe como fazê-los germinar, dispensar-lhes cuidados desde o despontar até à idade adulta que varia, como é evidente, de família para família: semeadura ou plantação, limpeza, enxertia, poda, monda, lavra, cava, rega. Difícil é comunicar com eles, reconhecer os meios através dos quais se processam as suas mensagens de satisfação ou de dor, de amizade ou de queixa. Sabemos se estão doentes por sinais exteriores: a perda de cor e o murchar das folhas, a incapacidade de resistir à infestação de parasitas, o raquitismo, queda precoce ou apodrecimento dos respetivos frutos. Não conseguimos ainda decifrar as mensagens que poderão enviar-nos através do vento que, ao perpassar nos seus ramos, lhes possibilita a reprodução mas igualmente a transmissão de micróbios geradores de moléstias, processos que reconhecemos pelos efeitos, não conseguimos atuar sobre as causas; da água que leva às suas raízes os nutrientes que lhes garantem a sobrevivência e o desenvolvimento. Não dizem os cientistas que, apesar dos progressos alcançados até ao presente, há imensas outras coisas para as quais não temos ainda explicação, um caminho que torna pouco significativo o que até agora foi alcançado? Talvez não tenham pensado muito neste domínio, concentrando os seus esforços na procura de respostas para os aspetos mais imediatos da vida humana, que se perspetiva cada vez mais longa, para a luta diária do homem contra a doença, a conservação ambiental e dos recursos

fundamentais como a água para uma população a cada dia maior, teoricamente também contra a escassez de alimentos, de remédios e de cuidados higiénicos onde enormes contingentes de homens, mulheres e crianças morrem de fome e de doenças que podiam ser evitadas. A comunicação entre o homem e o reino vegetal pode esperar, embora botânicos e biólogos prossigam as suas pesquisas com grande empenhamento no sentido tradicional. Dedicam-se-lhe de alma e coração, pesquisam, experimentam, concluem. Dele colhem as alegrias e tristezas que resultam dos êxitos ou dos insucessos da sua atividade. O que surpreende não é já a interação emocional do homem com os os restantes seres vivos. Impressiona deveras o apego que muitos de nós têm por objetos tecnológicos, desde as motos aos automóveis, aos computadores e a outros companheiros do nosso dia a dia. Tal como Miguel Ângelo se enamorou da estátua de Moisés que acabara de esculpir e, no auge da sua exaltação, lhe vibrou um golpe de cinzel, ordenando-lhe “Parla!” como se aquela recriação pudesse responder ao sentimento que lhe dedicou o seu criador, existem pessoas que entregam a esses novos “brinquedos” parte significativa do seu coração a ponto de lhes dispensarem cuidados que pouco diferem dos que têm para com outras pessoas ou com os seus amigos animais. Conheci homens que gastavam horas e recursos em atenções com as suas viaturas pelo prazer de as contemplarem resplandecentes, luminosas como se fossem belas mulheres. Diz-se que os franceses, coinventores do automóvel, lhe atribuíram o género feminino pela sua beleza e delicadeza, inteiramente merecedoras da sua devoção. Tive um vizinho que conversava com o seu meio de transporte durante as viagens e, supostamente, ouvia dele respostas que mereciam a continuação do diálogo: – Vá, menino, vê se tens juízo, olha que eu não tenho pressa. – ....................... – Ah! Eu é que tenho que ter cuidado? Pois tenho, mas tu não te armes em esperto. Há mais gente na estrada e não quero chatices. Já te disse que não tenho pressa. Quem contava era a esposa que ria com vontade, contagiando os que a ouviam e conheciam o senhor Vieira, excelente pessoa, muito sociável e educado. (1)

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A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012

Crónicas

A barraquinha da saudade

GLÓRIA LEITÃO

u pensava que já tinha encerrado o tema das festas sanjoaninas, ainda mais que percebia estar bastante cansada fisicamente e ia optar por não ir para a noitada de S. João e tentar descansar, que foi o que fiz. Contudo, ao chegar do trabalho no sábado, vi um aglomerado de lenha no largo do Cavaco, a rua onde moro, e percebi que ia haver outra vez a fogueira do S. João. Acho que eu, e todos os que por ali moram, pensamos que este ano a rua não a ia ter, porque o Abel, o tal “guerreiro” que travou a luta contra o cancro já veio para casa mas ainda está convalescente e precisa de ganhar força para enfrentar a próxima batalha – a quimioterapia. Só que nos esquecemos que tínhamos o Tone, o filho da ti Celeste que está sempre lá, pronto para ajudar e sempre pronto para a borga e cá por dentro sorri da teimosia deles em manter viva esta tradição da rua. Comentava isto com os meus pais quando estávamos os três à mesa a comer as nossas sardinhas, e o meu pai, que vai fazer oitenta anos mas tem um registo de memória invulgar, também ficava contente por saber que afinal a rua ia ter a sua fogueira, e penso que todos achamos que isso ajuda a perdurar a memória do homem que, há mais de 40 anos, se atreveu no pioneirismo de organizar uma comissão para se levar a efeito a primeira festa de S. João que, apesar de outras se lhe seguirem, ficou memorável na história da nossa rua – a primeira. Relatava-me o meu pai que tudo tinha começado a ser organizado por ideia do Sr. Rodrigo, com o reforço do Sr. Sebastião e poucos mais, numa reunião que teve lugar no tasco da tia Lina e do tio Pedro, que ficou o eleito para a presidência desta comissão, e também com a responsabilidade de tesoureiro de todo o rendimento gerado nesta festa, e que incluiu um peditório que se organizou pelas portas. E ainda hoje o meu pai dizia terem ficado admirados porque o nosso pacato vizinho, Sr. Barros, também “vestiu” a camisola do entusiasmo e se atreveu a dar a cara por uma coisa que todos estavam céticos de poder ter sucesso. Pedida licença à Câmara Municipal, que autorizou mediante a garantia que parte do lucro tinha que ser dada a uma entidade de cariz beneficiente, arrancou a aventura e todos começaram a acreditar e a envolver-se. E tínhamos a Zeza, a filha da ti Celeste, e a Lina que se lhe juntou a fazer as decorações que iam engalanar a rua – as fitinhas coloridas que fo-

ram coladas em metros e metros de corda, bem como as bandeirinhas alusivas a estas festividades. Depois tínhamos a barraquinha que tinha sido batizada com o nome da “barraquinha da saudade”, que servia como bar de apoio e que com o balcão de atendimento em madeira toda a sua estrutura era forrada com ramos de carvalho e amieiro, de tal forma que tinha que resistir às temperaturas e às partidas que o S. Pedro pregava quando mandava a chuva que regava muitas vezes as festa,s mas não impedia que as pessoas fossem provar os petiscos e o caldo verde que era feito e distribuído nas tradicionais tigelas pela “tia Bina Caçoula”, uma das mulheres que estava sempre pronta para arregaçar as mangas e ajudar, disponibilizando-se para apoiar quem lhe pedisse ajuda. Alugaram-se os bombos para animar a festa a um senhor da quinta nova, que os tinha exatamente para este efeito, ainda mais que naquele tempo eram muito utilizados porque também fazia parte da tradição da altura que os rapazes, quando iam à inspeção militar, passassem a noite a tocar bombo. A aparelhagem de música era alugada ao Jaime, conhecido de todos porque abastecia de som tudo o que era festa, ainda mais que o meu pai frisava o “modernismo” já da altura, pelo facto de ele ter mesa de regular o som (a mesa de mistura), som que era espalhado pelos potentes altifalantes que eram distribuídos estrategicamente pelos pontos que ele identificava como os ideias para receber as colunas que nos alegravam e divertiam com a música escolhida por este “disc jockey”, ou ainda quando, em desafio, as pessoas dedicavam músicas muitas vezes matreiras uns aos outros, pagando os “vinte e cinco tostões estipulados”. Foi um sucesso esta primeira festa e também foi com orgulho que esta comissão entregou na altura à igreja cerca de um “conto de reis”, parte do apuro que estas pessoas conseguiram num ato de “pioneirismo” que deu origem a outras festas que depois de dispersaram por outros pontos da freguesia e onde outras comissões se seguiram, dando continuidade às festividades sanjoaninas. Com aquela ideia que tenho de que quem parte desta vida está feliz num cantinho do céu, penso que o senhor Rodrigo está feliz porque a chama do seu sonho também não se apagou este ano, ainda mais que o café JoaSam e que agora se chama “Cafetaria Joa-Sam” voltou a abrir, com os seus donos originais Joaquim e Sameiro (Joa+Sam) que já trouxeram como sócia a pequena Filipa, a sua filha mais nova, que cresceu de tal forma que agora já constituiu a sua própria família que já foi abençoada por dois pequenos rebentos que animam e alegram este espaço, e foi também esta família que cedeu a sua garagem para que um grupo de “de gente do nosso tempo” se juntasse num alegre convívio de S. João. Fiz bem em ficar a descansar, porque a minha semana de trabalho ia começar com a definição de objetivos muito exigentes que impus a mim mesma, e isto faz-me sempre situar em Ermesinde, a terra que me acolhe para trabalhar, mas aqui a ironia da

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TV c/ vários canais

Rua Rodrigues de Freitas, 1572 – 4445 ERMESINDE – Tel. 229 735 571

vida faz também das suas graças quando nos cruza com histórias que nos fazem perceber que o “mundo é mesmo pequeno”, porque os lotes de terreno onde está situada a casa dos meus pais e vizinhos e que na altura serviram para a instalação da tal “barraquinha da saudade” foram comprados a um tal “Dr. Moreira”, familiar muito chegado de uma senhora de Ermesinde e conceituada arquiteta, apaixonada e diretora de um órgão de informação local que se chama “A Voz de Ermesinde”. Cheguei a essa conclusão porque o meu pai sempre nos lembrou este senhor como um “grande amigo dos pobres” e que, pela sua generosidade e compreensão, permitiu que o terreno de cultivo de nossa casa crescesse mais 15 metros, vendendo-nos mais esse pedacinho de terra a troco de 500 escudos por mês que uma família humilde como a nossa e a do nosso vizinho, o Sr. Oliveira, entregavam, porque era impossível comprar tudo a pronto naquela data. Quando nos fala dessa atitude que sempre os fez estar gratos a este senhor, também o meu pai

raquinha” era desmontada logo a seguir ao S. Pedro, a festa que também é de grande tradição popular lá para os lados da Afurada. Contudo, uso esta data, 29, que também sinaliza o nascimento de uma senhora que tem o nome de flor - Rosa, uma mulher de pedra e cal tendo em conta que fez agora oitenta e sete anos e mora num outro cantinho da saudade, Leça da Palmeira – a praia da minha infância –, e que noutro dia me emocionava quando fiz a minha caminhada de uma despedida que precisava fazer da Boa Nova e lá encontrava o meu sitio de sempre, que estava sinalizado pela “bola da nívea”, intemporal, no meu registo de menina e moça. Não sei se lhe fiz a justa homenagem Sr. Rodrigo, e se calhar nem preciso de dizer-lhe, porque o senhor deve ver aí de cima que a sua família continua a caminhar e a lutar conforme pode, e penso que também ouviu a sua filha falar comigo para me dizer que me ia alegrar com uma notícia: estava a receber formação para subir mais um degrauzinho lá na empresa onde trabalha. Ela não sabe ARQUIVO GL que eu nunca duvidei disso, porque todos sabemos que se quisermos muito, se lutarmos muito e se nos soubermos também defender muito, os nossos sonhos podem estar na palma da nossa mão. Foi parte desta história que contei à D.ª Romana e ao Sr. Queirós, os novos vizinhos que regressaram da Alemanha, após 45 anos de ausência, e escolheram a nossa rua para descansar e gozar a sua reforma e que ficaram surpreendidos e felizes porque nesta noite de S. João não se sentiram sós, porque foram aceites e integrados no tal convívio da “gente do nosso tempo” e depois vieram aquecer-se no calor de uma fogueira que eu desejo muito nunca se apague. Por tudo o que um dia começou, cumpre-me dizer o que sinto e sentirá grande parte das pessoas que vão ficando cada vez mais maduras mas se mantêm sempre aqui no nosso largo – obrigado Sr. Rodrigo, por um dia se ter atrevido a sonhar e a lutar por aquilo em que acreditou e é justo que este agradecimento seja alargado aos que se envolveram e envolvem nestes projetos, e se alguns já partiram desta vida, há muitos que me relatava histórias desta conceituada família, ainda cá estão e que seria difícil citar, porque aí que também foi dona do terreno onde foi instala- correria o risco de esquecer alguém que de cerda posteriormente uma grande empresa que já fe- teza não seria merecedor da nossa ingratidão. chou. Diziam que era um terreno cheio de chouÉ verdade, esquecia-me de lhe dizer que pos e foi aqui que me cruzei com a emoção desta as excursões que o senhor começou a organiSenhora que, numa reunião que tivemos no jornal, zar lá vão continuando a fazer-se e continuam ao saber que eu morava em Vermoim, me contava a fazer muita gente feliz. Também sinto falta do seu amor de criança: vir de férias para junto da de passar ao portão da sua casa e ouvir o seu tia que lhe era muito querida e andar com ela na respeitoso “Bom dia menina!”. Eu sei que tedescoberta da natureza nos seus terrenos, cheios nho lá muitas vezes sentada na varanda a sua de choupos, e que eram na realidade os terrenos esposa que me diz o mesmo, mas as pessoas, da tal empresa – a Finex. a que chamamos seres humanos, são únicas no Finalizando o tema das festas sanjoaninas, seu ser e impossíveis de substituir, pelo mecontinuávamos a recordar à mesa que a “bar- nos na nossa memória, e é bom que assim seja!

Farmácia Telefone 229 710 101 Rua Rodrigues de Freitas, 1442

Direcção Técnica: Dr.a Cláudia Raquel Fernandes Freitas

Confiança 4445 ERMESINDE


30 de junho de 2012

• A Voz de Ermesinde

Opinião

O desporto e a crise

A. ÁLVARO SOUSA (*)

esde o início do mês de junho que os portugueses se contagiaram com o desempenho da sua Seleção de Futebol, vivendo intensamente os momentos tristes da derrota com a Alemanha, mas vibrando profunda e ruidosamente com as vitórias frente aos dinamarqueses e aos holandeses. Apurados para a fase de playoffs, o carinho pelos rapazes da bola aumentou desmesuradamente quando cometeram a proeza de vencer o jogo dos quartos de final com a República Checa, passando às meias finais para defrontar a equipa campeã do Mundo e da Europa. Os portugueses puderam alimentar a legítima ambição de novamente discutirem o título numa final europeia, sonho que durou mais de cento e vinte minutos, esfriando quando a sorte os abandonou, ao crucificá-los com um penalti de bola à trave que não entrou, premiando os nossos hermanos espanhóis com uma bola ao poste mas encaminhando-a para lá da linha de golo. Findo o sonho, jogadores, treinadores, selecionador e dirigentes regressaram ao solo pátrio mais cedo do que deveriam se a sorte os tivesse bafejado, averbando mais um fim inglório quando a sua participação no torneio, certinha e disciplinada qual aluno bem comportado, em todos fez despertar o fantasma que persegue os portugueses na política. Apesar do final imerecido e inglório, a participação da Seleção Portuguesa teve o mérito de, durante quase um mês, proporcionar aos

seus compatriotas poderem esquecer a política e as suas consequências. Com efeito, durante o mês dos santos populares, os portugueses puderam associar os folguedos “sanjoaninos” às alegrias futebolísticas e prestar a estas mais atenção que às declarações, decisões e proclamações dos políticos que amanhã se reúnem em Bruxelas para decidirem o que fazer com a crise europeia que, enquanto afetou apenas os países pequenos do sul, não preocupou a Senhora Merkel, que lhes tem vindo a impor receitas incomportáveis e irracionais, sob a ameaça de que o seu não acatamento os conduzirá à bancarrota. Diferente foi quando a Espanha teve de declarar encontrar-se em situação semelhante aos países sob resgate, obrigando a Chanceler alemã a moderar a sua obstinação, embora continue a declarar que determinadas medidas propostas pelos seus pares só poderão ver a luz do dia se passarem por cima do seu cadáver. Confiamos que se referisse a cadáver político e que este não demore a descer à tumba. Tal desabafo, por nós entendido como propaganda para acalmar o seu eleitorado, talvez venha a ser atenuado depois da reunião que ela própria sugeriu realizar antes do conclave do referido Conselho Europeu, tendo para ela convidado os representantes dos dezassete Estados da Zona Euro, sendo de admitir que nela a Senhora Merkel venha a impor aos seus colegas algumas medidas restritivas da soberania dos Estados, tais como um superministro das Finanças com poderes tutelares sobre Finanças e orçamentos nacionais, bem como reforçar os poderes do BCE para efeitos de controlo dos bancos centrais de cada país. A concretizar-se estas nossas conjeturas, certamente que assistiremos a um coro de ofendidos de que nos estão a roubar a soberania, com os políticos dos partidos do designado arco do governo a dizer qualquer coisa parecida com o seguinte: não haverá perda de soberania porque o Parlamento continuará a discutir e a aprovar os orçamentos nacionais como vem fazendo e os governos que assim o entenderem continuarão a proporcionar a algum ou alguns políticos exibir o título de ministro das Finanças e a evidenciar a jactância de ostentar na lapela do caso o “pin” da bandeira nacional. Naturalmente que em termos formais assim será, mas na substância, quem passará a ditar as regras do

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jogo será o tal superministro europeu, cuja designação é inimaginável que não requeira o “agreement” da Senhora Merkel. Aliás, quando lemos que o governador do Banco de Portugal faz depender os cortes nas pensões dos seus pensionistas de parecer solicitado ao BCE sobre se os referidos cortes, determinados no OE português, isso viola de alguma forma os princípios de independência do BdP, percebemos que a soberania desta instituição resume-se ao poder de intervir sobre algumas questões domésticas, sendo a sua proclamada independência limitada pelo verdadeiro poder do Banco Central Europeu. Julgávamos que só a venda de ouro precisava de autorização do BCE, mas sabe-se agora que questões de simples administração carecem da sua prévia e documentada autorização. Ao abordar esta questão na Assembleia da República durante a última sessão de perguntas e respostas com a presença do Governo, houve um deputado que se interrogava: passando a haver um ministro das Finanças e do Orçamento Europeu, o que estaremos aqui a fazer? Passaremos a ser um grupo de amigos que vimos para aqui conversar? Compreensivelmente não obteve resposta, mas perdeu-se uma excelente ocasião de recordar ao parlamentar que já agora é o que se passa naquela casa: debates e mais debates, comissões de inquérito para tudo e mais alguma coisa, sem que da sua existência

e dos elevados custos de funcionamento algo resulte que contribua para a resolução da crise que afeta muitos milhões de portugueses que, dia após dia, em vez de ver luz ao fundo do túnel, são confrontados com aumento de impostos (o mais recente é a violência de aumento do IMI), redução de salários, custos de saúde e de educação mais elevados, desemprego subindo exponencialmente, défice longe da meta dos 4,5%, dívida pública em crescendo, venda do património nacional a preços que dizem ser de saldo, perfilando-se no horizonte mais sacrifícios, tudo sem que haja a garantia de que no fim do programa continuemos na zona euro e participantes da União Europeia com algum poder de intervenção na defesa dos legítimos interesses dos portugueses. Como vai longe o tempo em que Mário Soares afirmava que, entrados na UE, passávamos a ter os mesmos direitos que os demais! E como estaríamos bem melhores se a Europa não tivesse derrubado as barreiras alfandegárias, os governantes fossem menos irresponsáveis nos gastos com a coisa pública e tivessem resistido às pressões dos países do norte evitando o desmantelamento do tecido produtivo. (*) alvarodesousa@sapo.pt

Agência Funerária

Rua de Luanda, n.º 217 | 4445-499 ERMESINDE Tel. 22 974 7204 • Tlm. 91 092 1573 | 91 218 8570

CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO PRÉMIO NACIONAL DE BOAS PRÁTICAS LOCAIS – CATEGORIA AMBIENTE AVISO N.º 3

- ALTERAÇÃO AO ALVARÁ DE LOTEAMENTO N.º 375/80 de 18/09 - ADITAMENTO N.º 1/2012 -

SALPICARNE

Produtos de Salsicharia, Lda.

Nos termos do Art.º n.º 27º do decreto-lei n.º 555/99 de 16/12, e posteriores alterações, torna-se público que a Câmara Municipal de Valongo emitiu, em 18 de junho de 2012, o aditamento n.º 20/2012, em nome de Delfim Gomes, ao alvará de loteamento n.º 911/98, através do qual é aprovada a alteração ao loteamento sito na Rua D. Júlio Fernandes, na freguesia de Alfena, concelho de Valongo, por despacho de 2011/05/31, anexo ao processo de loteamento n.º 38-L/90, em nome de Delfim Gomes, e consta do seguinte: A alteração incide exclusivamente sobre o lote n.º 17 e consiste: • Eliminação do lote n.º 17, resultando assim a redução da área loteada, do n.º de lotes e da área total de lotes. Não há alteração da área total de construção fixada na operação de loteamento porquanto o lote em apreço não previa edificação. Valongo e Paços do Concelho, 18 de junho de 2012 O Presidente da Câmara Municipal, (Dr. João Paulo Rodrigues Baltazar)

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LUGAR DO BARREIRO – ALFENA • 4445 ERMESINDE Telefone 229 698 220 • Fax 2229 698 229


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A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012

Lazer

Efemérides

Coisas Boas

17 JULHO 1762 – Catarina II torna-se czarina da Rússia depois do assassinato do czar Pedro III da Rússia.

Palavras cruzadas

HORIZONTAIS

• 6 batatas grandes; • 1 pitada de sal; • 1/2 colher de margarina de soja; • 6 colheres de farinha de trigo; • 6 colheres de chá de fermento; • polpa de tomate; • orégãos; • azeitonas; • 150g de cogumelos.

1. Bebida (pl.); base. 2. Fileiras; utilize. 3. Galhofa; filtres; ultravioleta. 4. Enovela; textura. 5. Curva; bebida alcoólica. 6. Dólmen; ruim; antiga nota musical. 7. Satélite natural; ruminante. 8. Aja; gostem de alguém. 9. Fique sentido; elo. 10. Lugar de Ermesinde; aguardas.

VERTICAIS

SOLUÇÕES: HORIZONTAIS

VERTICAIS 1. Cardeal; as. 2. Alio; nua. 3. Fa; batata. 4. Escara; ume. 5. Zeus. 6. Retome; EP. 7. Sr; aba. 8. Eu; Ag; UMAR. 9. Sumiu; era. 10. Levantemos.

1. Cafes; pe. 2. Alas; use. 3. Ri; coes; UV. 4. Doba; trama. 5. Arco; gin. 6. Anta; ma; ut. 7. Lua; zebu. 8. Atue; amem. 9. Amue; aro. 10. Sa; esperas.

1. Candidato a papa; campeão. 2. Junto; despida. 3. Nota musical; tubérculo. 4. Ferida; alúmen. 5. O Júpiter dos Gregos. 6. Volte a tomar; empresa pública. 7. Senhor; banda. 8. Pronome pessoal; prata (s.q.); associação de defesa dos direitos da mulher. 9. Desapareceu; época; parcela. 10. Icemos.

Piza de batata

Anagrama Descubra que rua de Ermesinde se esconde dentro destas palavras com as letras desordenadas: IDU. Rua de Diu.

SOLUÇÕES:

Veja se sabe

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Cozem-se as batatas em água com sal. Amassam-se as batatas e adiciona-se a margarina, a farinha e o fermento. Depois colocam-se numa forma untada com farinha e margarina. Faz-se um molho com polpa de tomate, azeitonas e cogumelos. Coloca-se por cima da batata e salpica-se com orégãos. Leva-se ao forno cerca de 25 minutos. “A Voz de Ermesinde” prossegue neste número uma série de receitas vegetarianas de grau de dificuldade “muito fácil” ou “média”. A reprodução é permitida por http://www.centrovegetariano.org/receitas/, de acordo com os princípios do copyleft.

Sudoku

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01 - Canadiano distinguido com Prémio Nobel da Paz em 1957. (corrige erro do número anterior, relativamente ao ano, erradamente marcado como 1958).

SOLUÇÕES:

02 - Colonos calvinistas holandeses estabelecidos na África do Sul. 03 - Cineasta canadiano, autor de “A Mosca” (1986). 04 - Maior afluente do rio Sado. Nasce a noroeste de Évora. 05 - A que classe de animais pertence a codorniz? 06 - A que parte do mundo pertencem as Ilhas Salomão? 07 - Em que país fica a cidade de Donetsk? 08 - Qual é a capital da Somalilândia? 09 - A abreviatura Aql corresponde a qual constelação? 10 - Elemento de transição metálico prateado, n.º 75 da Tabela Periódica (Re).

01 – Lester Bowles Pearson. 02 – Boéres. 03 – David Cronenberg. 04 – Rio Xarrama. 05 – Aves. 06 – Oceania. 07 – Ucrânia. 08 – Hargeisa. 09 – Águia. 10 – Rénio.

Provérbio Julho abafadiço fica a abelha no cortiço. (Provérbio português)

Diferenças

Em cada linha, horizontal ou vertical, têm que ficar todos os algarismos, de 1 a 9, sem nenhuma repetição. O mesmo para cada um dos nove pequenos quadrados em que se subdivide o quadrado grande. Alguns algarismos já estão colocados no local correcto.

Sudoku (soluções)

152

Descubra as 10 diferenças existentes nos desenhos SOLUÇÕES: 01. Cauda. 02. Casco. 03. Badalo. 04. Olho. 05. Orelha. 06. Malha. 07. Úbere. 08. Chifre. 09. Narina. 10. Perna. ILUSTRAÇÃO HTTP://WWW.PDCLIPART.ORG


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• A Voz de Ermesinde

Tecnologias

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A informática no reino de Liliput – a moda dos minicomputadores (1)

Minicomputador de 74 dólares com Android, Puppy ou Ubuntu A companhia liliputing acaba de lançar o computador MK802, um mini-PC com processador ARM AllWinner A10, de 1,5 GHz, 500 MB de RAM e 4GB de memória interna e porta HDMI, a qual oferece visualização de video a 1080p, permitindo esta configuração instalar um sistema operativo Android, mas também Puppy Linux ou mesmo Ubuntu, numa versão otimizada. O mini-computador pode ser ligado, por exemplo, a uma televisão. Com menos de 9 cm de comprimento e dimensões idênticas a uma pendrive (3,5 cm de largura e 1,2 cm de espessura), o MK802 vem, com uma porta microUSB, uma porta USB normal e um slot para microiSD, que permite estender a memória interna para 32 GB.

Fonte: http://www.lffl.org

Lançado Skype Linux 4.0 Foi lançado recentemente o novo Skype 4.0 com muitas melhorias na aplicação, principalmente na interface com o utilizador, e alguns novos recursos. Foram três anos de desenvolvimento até que finalmente deixou de ser beta. E com esse lançamento a Skype espera que os rumores sobre a morte do Skype Linux sejam finalmente deixados de lado. Download em http://skype.com/intl/enus/get-skype/on-your-computer/linux/

Aproveitando uma conjugação de fatores muito interessante – a miniaturização eletrónica das boards, o surgimento de processadores de muito baixo consumo de energia, a disponibilidade de pequenos discos muito rápidos SSD, os acessíveis recursos da net e a disponibilidade de sistemas operativos livres e gratuitos –, uma geração de novos minicomputadores tem vindo a fazer o seu aparecimento com uma cada vez maior frequência. Este é o primeiro de alguns artigos que apontam exemplos desta nova tendência na informática pessoal. LC (*)

Não pretendendo ser uma inventariação completa ou exaustiva das propostas de minicomputadores que nestes últimos tempos têm afluído ao mercado, aqui se pretendem apontar alguns dos exemplos,pondo a tónica em questões como o preço e a portabilidade. Convém contudo esclarecer que não se pretende aqui abordar quer o mercado dos portáteis – sejam eles os netbooks, pouco performantes, mas acessíveis e perfeitamente capazes das operações básicas e do manejo da net, sejam os ultrabooks (última tendência), com processadores muito mais potentes e capazes de quase tudo, mas também ligeiros e com grande autonomia, quer sejam as propostas dos tablets, a outra das grandes tendências atuais do mercado. A ideia aqui presente aproxima-se mais do conceito introduzido pela Apple com o seu Mac Mini (imagem abaixo), uma caixinha com as portas e ligações suficientes para receber os periféricos e torná-lo um computador funcional. muitas propostas que deixam o Mac Mini corado de inveja quanto à miniaturização e, sobretudo o preço. Uma das primeiras propostas a surgir neste segmento foi o Cotton Candy, cuja particularidade mais notória, logo à primeira vista é o facto de não ser maior do que uma pen USB e se assemelhar inclusive muito a ela. As suas dimensões não ultrapassam os 8 por 2,5 cm, sendo dotado de uma ligação USDB, uma HDMI, uma microSD e ainda capaz de comunicações via Bluetooth e Wifi. O Cotton Candy (imagens acima nesta coluna e abaixo, nesta página)

Fonte: http://rafaelneri.net/2012/06/skypelinux-4-0/

Latinoware 2012 – de 17 a 19 de outubro Já estão abertas as inscrições para a IX Conferência Latino-Americana de Software Livre – Latinoware 2012. O evento ocorrerá nos dias 17, 18 e 19 de outubro de 2012 no Parque Tecnológico Itaipu – PTI em Foz do Iguaçu – Paraná. A Latinoware 2012 surge com a proposta de divulgar o desenvolvimento e incentivar a utilização do Software Livre nos países da América Latina. O evento é uma iniciativa da ITAIPU Binacional, da Fundação PTI – Brasil, do Governo do Paraná, por meio da Companhia de Informática do Paraná – CELEPAR, do Serviço Federal de Processamento de Dados – SERPRO e outros parceiros. Os organizadores consideram que «a característica cooperativista do Software Livre é uma questão pontual e de grande importância para integração cultural, económica e tecnológica». Fonte: http://lapsi.latinoware.org

A ideia seria aproveitar teclados, ratos, monitores e outros periféricos porventura disponíveis, sendo então o único dispêndio o da aquisição da caixinha fundamental. Uma pen que é um computador: o Cotton Candy Com o surgimento dos smartphones e a evolução dos leves e ágeis processadores ARM e outros, começaram então a surgir

vem armado com um processador ARM Cortex A9 duasl core, a 1,2 Ghz e uma carta gráfica Mali-400 MP quad-core, permitindo a descodificação de video MPEG.4 e H.264, a partir de de uma memória DRAM de 1Gb. O armazenamento pode ir até 64Gb por microSD. Pode ser nele instalado, por exemplo, um sistema operativo Android ou mesmo Ubuntu ou outra distribuição Linux que suporte os novos processadores ARM. O que significa que permite também correre ambientes Windows e Mac virtualizados. Fala-se num preço de cerca de 200 dólares para esta proposta. Entre as vantagens apontadas pelos seus criadores figuram: • Permite uma solução de baixo consumo no acesso à “nuvem”; • Acelera a adoção de smart screens; • Estende a vida útil do hardware (laptops, monitotes, TVs, set topo boxes, tablets acedendo aos últimos sistemas operativos, software e aplicações; • Permite uma experiência consistente em todos os ecrãs; • Permite criar um único ponto de armazenamento de informação; • Permite consolidar e organizar os conteúdos pessoais digitais; • Permite a partilha de informação de aparelhos móveis em grandes ecrãs e projetores – videos, filmes, fotos, jogos e outros; • Permite baixar consideravalmente o custo da informática pessoal, permitindo a mais pessoas ter um computador pessoal seguro. O Cotton Candy pode ser ligado a qualquer monitor ou televisão com HDMI, pode até ser ligado, por exemplo, a um portátil Mac e, através da porta USB, ter acesso imediato ao sistema operativo Android ou Ubuntu. E o mesmo, evidentemente, para um computador portátil com o sistema operativo Windows instalado. (*) Com base em informações recolhidas sobretudo no site http://www.lffl.org/ e nos sites dos respetivos fabricantes.


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Arte Nona

Entretanto

Salão de Banda Desenhada "BD ao Forte"

CARTAZ RICARDO REIS

Irá decorrer de 15 de outubro a 15 de dezembro de 2012, numa edição da Trienal Movimento Desenho 2012, e no espaço do Forte Bom Sucesso, em Lisboa, próximo da Torre de Belém, o salão BD ao Forte, iniciativa que deverá contar com a colaboração de autores de BD, estudiosos, críticos, divulgadores, editores e faneditores. GERALDES LINO (*)

Colecionador italiano de Tex recupera o ‘seu’ número 1 graças à intervenção da polícia postal A polícia postal de Rimini resolveu um caso muito particular de fraude na Internet, que devolveu o sorriso a um colecionador italiano de Tex Willer. Num site de leilão on line (ebay) tinha pago 1 500 euros pelo número 1 da série regular “La Mano Rossa” (A Mão Vermelha) a um vendedor calabrês de 40 anos, que vivia em Turim e que se veio a revelar um vigarista em série. Demorou cerca de um um ano, mas agora, Ambrogio Lattanzi, de 61 anos, possui finalmente nas suas mãos o número 1 de Tex, “La Mano Rossa”, de 1958. Após negociações difíceis, repetidos controlos para confirmar que era original e diversas trocas de e-mails, Blackwater ’72, a pessoa que tinha contactado num site de colecionadores, evaporou-se como fumo. O dinheiro já o tinha recebido 1 500 euros… A revista, no entanto, possuía-a realmente. O desonesto vendedor tinha-a vendido, contudo, a outras sete pessoas, pela mesma cifra. Àquele preço, nenhum ‘verdadeiro’ colecionador deixaria escapar a preciosidade, visto que o seu valor é estimado em cerca de 6 000 Euros. Em 1958 a revista foi posta à venda ao preço de 200 liras! Fonte: http://texwillerblog.com/ wordpress/?p=38380

«Trata-se de um evento partilhado por dezenas de instituições que apresentarão iniciativas acerca da temática do desenho nas suas mais variadas vertentes e abordagens». Assim começa o texto que André Oliveira me enviou, para apresentação do que se prevê ser a 1ª edição da Trienal Movimento Desenho 2012, a ter lugar no Forte do Bom Sucesso, em Belém (junto à Torre). Durante os dois meses de duração da trienal de 15 de outubro a 15 de dezembro de 2012 -, encaixar-se-á o pelouro da banda desenhada, sob o título BD ao Forte, numa realização assumida por André Oliveira. Que, obviamente, contará com a colaboração de autores de BD, estudiosos, críticos, divulgadores, editores e faneditores. O programa das atividades deste novel Salão BD – e a classificação tem a ver com o facto de o evento ter lugar num único espaço fechado – ainda está a ser alinhavado. Mas já consta a intenção

de uma exposição permanente de pranchas dos autores que, em princípio, irão colaborar numa edição especial da publicação “Zona”, que se intitulará Zona Desenha. Está prevista uma outra exposição – esta de ilustração e mais pequena – dedicada ao tema "O Soldado Nacional ao Longo dos Tempos", que servirá de elo de ligação ao espaço do Museu dos Combatentes, alojado no Forte do Bom Sucesso. Como o espaço cedido para o evento dispõe de várias salas, André Oliveira precisa de colaborações diversas, e por isso apela a toda a comunidade bedéfila que lhe apresente propostas, seja de workshops, seja de lançamento de projetos associados à BD – livros, fanzines, webzines, álbuns, fanálbuns. Todos os interessados em participar no Salão BD ao Forte – autores (argumentistas, desenhadores, coloristas, artefinalistas), editores comerciais, faneditores, estudiosos, críticos, divulgadores, colecionadores, bloguistas –, deverão contactar o organizador, a fim de iniciar conversações para se

poder elaborar o programa final, através do seguinte endereço eletrónico oficina.bd@gmail.com. O programa do evento Trienal Movimento Desenho pode ser consultado no endereço: http:/ /www.trienalmovimento.org. (*) Blogue Divulgando Banda Desenhada – http://divulgandobd.blogspot.pt/

Conferências de Banda Desenhada em Portugal Vão realizar-se em Lisboa, a 28 e 29 de setembro, na Biblioteca Municipal Orlando, em Telheiras, as 2ªs CBDPT – Conferências de Banda Desenhada em Portugal. Trata-se de um evento de invulgar dimensão cultural e prestigiador da BD. Como é lógico, há a necessidade de os especialistas - em especial os historiadores e investigadores interessados em participar, se inscreverem e o prazo-limite para o envio de propostas é já o próximo dia 1 de julho. Pretende-se com a iniciativa «aprofundar a investigação multidisciplinar possível no estudo da banda desenhada e de outras áreas que lhe estão intrinsecamente associadas (a ilustração, a caricatura, o cartoon editorial ou mesmo a animação», como escreve o criador e coordenador deste evento multidisciplinar, Pedro Vieira de Moura. Segundo o texto inserto no blogue das CBDPT, «estão abertas as inscrições a todos aqueles que desejem apresentar uma comunicação em torno destes objectos artísticos. Não há quaisquer restrições de tipo académico, sendo possível a qualquer pessoa, independentemente do seu grau académico, apresentar a sua proposta, assim como de qualquer área disciplinar. Os temas são totalmente livres, não se fazendo qualquer restrição, ainda que seja desejável procurar uma maior incidência em matérias relacionadas com a produção portuguesa ou de expressão portuguesa. Apenas a título de identificação, porém, eis alguns temas que julgamos ser necessário abordar no contexto nacional: 1. Contextualização histórica-crítica de autores nacionais; 2. Levantamento bibliográfico e tratamento crítico de obras desconhecidas, secundarizadas ou marginais;

3 Representações coloniais e pós-coloniais, do colonizador e do colonizado, do Outro na banda desenhada portuguesa; 4. Políticas de representação sexual, étnica, e social; 5. Tendências estéticas, literárias e temáticas;

6. Práticas editoriais históricas e contemporâneas; 7. A materialidade da obra dos autores portugueses;

8. Transmedialidade e/ou Intertextualidades literárias e visuais; 9. A resposta das artes plásticas à banda desenhada (dos modernistas a R. Bértholo, dos Homeostéticos à contemporaneidade); 10. A porosidade entre a prática da banda desenhada e outras actividades (ilustração, animação, cartoon) em termos criativos, sociais e económicos. A organização das CBDPT, através do seu coordenador, está totalmente disponível para o aconselhamento, acompanhamento e/ou uma primeira abordagem crítica das propostas, caso o ou a proponente julgar necessário. Todas as propostas serão lidas por uma Comissão de Apreciação, cuja constituição e conduta é indicada abaixo. A Comissão reserva-se ao direito de declinar propostas, no caso de estas não cumprirem regras mínimas de clareza, pertinência e metodologia na abordagem dos temas propostos, à semelhança do procedimento habitual na selecção de comunicações para qualquer congresso ou conferência. Existe já hoje em dia uma bibliografia consolidada em torno de variadíssimos temas, autores, contextos editoriais, momentos históricos, tendências artísticas e tratamentos disciplinares, e a Comissão poderá aconselhar a leitura ou consulta de bibliografia especializada caso não esteja essa mesma referência indicada pelas propostas. No caso das propostas aceites, os autores deverão fazer a sua inscrição completa, submetendo alguns dados biográficos complementares. As regras de participação podem consultar-se na edição online de “A Voz de Ermesinde”: http://www.avozdeermesinde.com/ noticia.asp?idEdicao=249&id=8079&idSeccao=2645&Action=noticia.


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• A Voz de Ermesinde

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Arte Nona

O ajudante de cangalheiro (9/10) autor: PAULO PINTO


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Serviços

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Farmácias de Serviço Permanente

Telefones CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE

De 01/07/12 a 03/08/12

• Educação Pré-Escolar (Teresa Braga Lino) (Creche, Creche Familiar, Jardim de Infância)

• População Idosa (Anabela Sousa) (Lar de Idosos, Apoio Domiciliário) • Serviços de Administração (Júlia Almeida) Tel.s 22 974 7194; 22 975 1464; 22 975 7615; 22 973 1118; Fax 22 973 3854 Rua Rodrigues de Freitas, 2200 4445-637 Ermesinde • Formação Profissional e Emprego (Albertina Alves) (Centro de Formação, Centro Novas Oportunidades, Empresas de Inserção, Gabinete de Inserção Profissional) • Gestão da Qualidade (Sérgio Garcia) Tel. 22 975 8774 Largo António Silva Moreira, 921 4445-280 Ermesinde • Jornal “A Voz de Ermesinde” (Fernanda Lage) Tel.s 22 975 7611; 22 975 8526; Fax. 22 975 9006 Largo António da Silva Moreira Canório, Casa 2 4445-208 Ermesinde

Telefones

ECA

Telefones de Utilidade Pública

ERMESINDE CIDADE ABERTA

• Sede Tel. 22 974 7194 Largo António Silva Moreira, 921 4445-280 Ermesinde • Centro de Animação Saibreiras (Manuela Martins) Tel. 22 973 4943; 22 975 9945; Fax. 22 975 9944 Travessa João de Deus, s/n 4445-475 Ermesinde • Centro de Ocupação Juvenil (Manuela Martins) Tel. 22 978 9923; 22 978 9924; Fax. 22 978 9925 Rua José Joaquim Ribeiro Teles, 201 4445-485 Ermesinde

Auxílio e Emergência

Saúde

Avarias - Água - Eletricidade de Ermesinde ......... 22 974 0779 Avarias - Água - Eletricidade de Valongo ............. 22 422 2423 B. Voluntários de Ermesinde ...................................... 22 978 3040 B.Voluntários de Valongo .......................................... 22 422 0002 Polícia de Segurança Pública de Ermesinde ................... 22 977 4340 Polícia de Segurança Pública de Valongo ............... 22 422 1795 Polícia Judiciária - Piquete ...................................... 22 203 9146 Guarda Nacional Republicana - Alfena .................... 22 968 6211 Guarda Nacional Republicana - Campo .................. 22 411 0530 Número Nacional de Socorro (grátis) ...................................... 112 SOS Criança (9.30-18.30h) .................................... 800 202 651 Linha Vida ............................................................. 800 255 255 SOS Grávida ............................................................. 21 395 2143 Criança Maltratada (13-20h) ................................... 21 343 3333

Centro Saúde de Ermesinde ................................. 22 973 2057 Centro de Saúde de Alfena .......................................... 22 967 3349 Centro de Saúde de Ermesinde (Bela).................... 22 969 8520 Centro de Saúde de Valongo ....................................... 22 422 3571 Clínica Médica LC ................................................... 22 974 8887 Clínica Médica Central de Ermesinde ....................... 22 975 2420 Clínica de Alfena ...................................................... 22 967 0896 Clínica Médica da Bela ............................................. 22 968 9338 Clínica da Palmilheira ................................................ 22 972 0600 CERMA.......................................................................... 22 972 5481 Clinigandra .......................................... 22 978 9169 / 22 978 9170 Delegação de Saúde de Valongo .............................. 22 973 2057 Diagnóstico Completo .................................................. 22 971 2928 Farmácia de Alfena ...................................................... 22 967 0041 Farmácia Nova de Alfena .......................................... 22 967 0705 Farmácia Ascensão (Gandra) ....................................... 22 978 3550 Farmácia Confiança ......................................................... 22 971 0101 Farmácia Garcês (Cabeda) ............................................. 22 967 0593 Farmácia MAG ................................................................. 22 971 0228 Farmácia de Sampaio ...................................................... 22 974 1060 Farmácia Santa Joana ..................................................... 22 977 3430 Farmácia Sousa Torres .................................................. 22 972 2122 Farmácia da Palmilheira ............................................... 22 972 2617 Farmácia da Travagem ................................................... 22 974 0328 Farmácia da Formiga ...................................................... 22 975 9750 Hospital Valongo .......... 22 422 0019 / 22 422 2804 / 22 422 2812 Ortopedia (Nortopédica) ................................................ 22 971 7785 Hospital de S. João ......................................................... 22 551 2100 Hospital de S. António .................................................. 22 207 7500 Hospital Maria Pia – crianças ..................................... 22 608 9900

Serviços Locais de venda de "A Voz de Ermesinde" • Papelaria Central da Cancela - R. Elias Garcia; • Papelaria Cruzeiro 2 - R. D. António Castro Meireles; • Papelaria Troufas - R. D. Afonso Henriques - Gandra; • Café Campelo - Sampaio; • A Nossa Papelaria - Gandra; • Quiosque Flor de Ermesinde - Praça 1º de Maio; • Papelaria Monteiro - R. 5 de Outubro.

Jul 20 20112

Fases da Lua

Ago 201 20122

Lua Cheia: 3 ; Q. Minguante: 11 11;; 19;; Q. Crescente: 26 26.. Lua Nova: 19 Lua Cheia: 2, 31 31;; Q. Minguante: 9 ; 17;; Q. Crescente: 24 24.. Lua Nova: 17

Ficha de Assinante A VOZ DE

ERMESINDE Nome ______________________________ _________________________________ Morada _________________________________ __________________________________________________________________________________ Código Postal ____ - __ __________ ___________________________________ Nº. Contribuinte _________________ Telefone/Telemóvel______________ E-mail ______________________________ Ermesinde, ___/___/____ (Assinatura) ___________________ Assinatura Anual 12 núm./ 9 euros NIB 0036 0090 99100069476 62 R. Rodrigues Freitas, 2200 • 4445-637 Ermesinde Tel.: 229 747 194 • Fax: 229 733 854

Farmácias de Serviço

Dias

• Infância e Juventude (Fátima Brochado) (ATL, Actividades Extra-Curriculares)

Cartório Notarial de Ermesinde ..................................... 22 971 9700 Centro de Dia da Casa do Povo .................................. 22 971 1647 Centro de Exposições .................................................... 22 972 0382 Clube de Emprego ......................................................... 22 972 5312 Mercado Municipal de Ermesinde ............................ 22 975 0188 Mercado Municipal de Valongo ................................. 22 422 2374 Registo Civil de Ermesinde ........................................ 22 972 2719 Repartição de Finanças de Ermesinde...................... 22 978 5060 Segurança Social Ermesinde .................................. 22 973 7709 Posto de Turismo/Biblioteca Municipal................. 22 422 0903 Vallis Habita ............................................................... 22 422 9138 Edifício Faria Sampaio ........................................... 22 977 4590

Bancos Banco BPI ............................................................ 808 200 510 Banco Português Negócios .................................. 22 973 3740 Millenium BCP ............................................................. 22 003 7320 Banco Espírito Santo .................................................... 22 973 4787 Banco Internacional de Crédito ................................. 22 977 3100 Banco Internacional do Funchal ................................ 22 978 3480 Banco Santander Totta ....................................................... 22 978 3500 Caixa Geral de Depósitos ............................................ 22 978 3440 Crédito Predial Português ............................................ 22 978 3460 Montepio Geral .................................................................. 22 001 7870 Banco Nacional de Crédito ........................................... 22 600 2815

Transportes Central de Táxis de Ermesinde .......... 22 971 0483 – 22 971 3746 Táxis Unidos de Ermesinde ........... 22 971 5647 – 22 971 2435 Estação da CP Ermesinde ............................................ 22 971 2811 Evaristo Marques de Ascenção e Marques, Lda ............ 22 973 6384 Praça de Automóveis de Ermesinde .......................... 22 971 0139

Desporto Águias dos Montes da Costa ...................................... 22 975 2018 Centro de Atletismo de Ermesinde ........................... 22 974 6292 Clube Desportivo da Palmilheira .............................. 22 973 5352 Clube Propaganda de Natação (CPN) ....................... 22 978 3670 Ermesinde Sport Clube ................................................. 22 971 0677 Pavilhão Paroquial de Alfena ..................................... 22 967 1284 Pavilhão Municipal de Campo ................................... 22 242 5957 Pavilhão Municipal de Ermesinde ................................ 22 242 5956 Pavilhão Municipal de Sobrado ............................... 22 242 5958 Pavilhão Municipal de Valongo ................................. 22 242 5959 Piscina Municipal de Alfena ........................................ 22 242 5950 Piscina Municipal de Campo .................................... 22 242 5951 Piscina Municipal de Ermesinde ............................... 22 242 5952 Piscina Municipal de Sobrado ................................... 22 242 5953 Piscina Municipal de Valongo .................................... 22 242 5955 Campo Minigolfe Ermesinde ..................................... 91 619 1859 Campo Minigolfe Valongo .......................................... 91 750 8474

Cultura Arq. Hist./Museu Munic. Valongo/Posto Turismo ...... 22 242 6490 Biblioteca Municipal de Valongo ........................................ 22 421 9270 Centro Cultural de Alfena ................................................ 22 968 4545 Centro Cultural de Campo ............................................... 22 421 0431 Centro Cultural de Sobrado ............................................. 22 415 2070 Fórum Cultural de Ermesinde ........................................ 22 978 3320 Fórum Vallis Longus ................................................................ 22 240 2033 Nova Vila Beatriz (Biblioteca/CMIA) ............................ 22 977 4440 Museu da Lousa ............................................................... 22 421 1565

Comunicações Posto Público dos CTT Ermesinde ........................... 22 978 3250 Posto Público CTT Valongo ........................................ 22 422 7310 Posto Público CTT Macieiras Ermesinde ................... 22 977 3943 Posto Público CCT Alfena ........................................... 22 969 8470

Administração Agência para a Vida Local ............................................. 22 973 1585 Câmara Municipal Valongo ........................................22 422 7900 Centro de Interpretação Ambiental ................................. 93 229 2306 Centro Monit. e Interpret. Ambiental. (VilaBeatriz) ...... 22 977 4440 Secção da CMV (Ermesinde) ....................................... 22 977 4590 Serviço do Cidadão e do Consumidor .......................... 22 972 5016 Gabinete do Munícipe (Linha Verde) ........................... 800 23 2 001 Depart. Educ., Ação Social, Juventude e Desporto ...... 22 421 9210 Casa Juventude Alfena ................................................. 22 240 1119 Espaço Internet ............................................................ 22 978 3320 Gabinete do Empresário .................................................... 22 973 0422 Serviço de Higiene Urbana.................................................... 22 422 66 95 Ecocentro de Valongo ................................................... 22 422 1805 Ecocentro de Ermesinde ............................................... 22 975 1109 Junta de Freguesia de Alfena ............................................ 22 967 2650 Junta de Freguesia de Sobrado ........................................ 22 411 1223 Junta de Freguesia do Campo ............................................ 22 411 0471 Junta de Freguesia de Ermesinde ................................. 22 973 7973 Junta de Freguesia de Valongo ......................................... 22 422 0271 Serviços Municipalizados de Valongo ......................... 22 977 4590 Centro Veterinário Municipal .................................. 22 422 3040 Edifício Polivalente Serviços Tecn. Municipais .... 22 421 9459

Ensino e Formação Cenfim ......................................................................................... 22 978 3170 Centro de Explicações de Ermesinde ...................................... 22 971 5108 Colégio de Ermesinde ........................................................... 22 977 3690 Ensino Recorrente Orient. Concelhia Valongo .............. 22 422 0044 Escola EB 2/3 D. António Ferreira Gomes .................. 22 973 3703/4 Escola EB2/3 de S. Lourenço ............................ 22 971 0035/22 972 1494 Escola Básica da Bela .......................................................... 22 967 0491 Escola Básica do Carvalhal ................................................. 22 971 6356 Escola Básica da Costa ........................................................ 22 972 2884 Escola Básica da Gandra .................................................... 22 971 8719 Escola Básica Montes da Costa ....................................... 22 975 1757 Escola Básica das Saibreiras .............................................. 22 972 0791 Escola Básica de Sampaio ................................................... 22 975 0110 Escola Secundária Alfena ............................................. 22 969 8860 Escola Secundária Ermesinde ........................................ 22 978 3710 Escola Secundária Valongo .................................. 22 422 1401/7 Estem – Escola de Tecnologia Mecânica .............................. 22 973 7436 Externato Maria Droste ........................................................... 22 971 0004 Externato de Santa Joana ........................................................ 22 973 2043 Instituto Bom Pastor ........................................................... 22 971 0558 Academia de Ensino Particular Lda ............................. 22 971 7666 Academia APPAM .......... 22 092 4475/91 896 3100/91 8963393 AACE - Associação Acad. e Cultural de Ermesinde ........... 22 974 8050 Universidade Sénior de Ermesinde .............................................. 93 902 6434

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 01 02 03

Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo Segunda Terça Quarta Quinta

Ascensão Confiança Formiga Garcês MAG Nova Alfena Palmilheira Sampaio Santa Joana Travagem Alfena Ascensão Confiança Formiga Garcês MAG Nova Alfena Palmilheira Sampaio Santa Joana Travagem Alfena Ascensão Confiança Formiga Garcês MAG Nova Alfena Palmilheira Sampaio Santa Joana Travagem Alfena

Marques Santos Vilardell Marques Cunha Outeiro Linho Sobrado Bessa Marques Santos Vilardell Marques Cunha Outeiro Linho Sobrado Bessa Central Vilardell Marques Cunha Outeiro Linho Sobrado Bessa Central Marques Santos Marques Cunha Outeiro Linho Sobrado Bessa Central Marques Santos Vilardell Outeiro Linho Sobrado Bessa Central Marques Santos Vilardell

FICHA TÉCNICA A VOZ DE

ERMESINDE JORNAL MENSAL • N.º ERC 101423 • N.º ISSN 1645-9393 Diretora: Fernanda Lage. Redação: Luís Chambel (CPJ 1467), Miguel Barros (CPJ 8455). Fotografia: Editor – Manuel Valdrez (CPJ 8936), Ursula Zangger (CPJ 1859). Maquetagem e Grafismo: LC, MB. Publicidade e Asssinaturas: Aurélio Lage, Lurdes Magalhães. Colaboradores: Afonso Lobão, A. Álvaro Sousa, Ana Marta Ferreira, Armando Soares, Cândida Bessa, Chelo Meneses, Diana Silva, Faria de Almeida, Filipe Cerqueira, Gil Monteiro, Glória Leitão, Gui Laginha, Jacinto Soares, Joana Gonçalves, João Dias Carrilho, Sara Teixeira, Joana Viterbo, José Quintanilha, Luís Dias, Luísa Gonçalves, Lurdes Figueiral, Manuel Augusto Dias, Manuel Conceição Pereira, Marta Ferreira, Nuno Afonso, Paulo Pinto, Reinaldo Beça, Rui Laiginha, Rui Sousa, Sara Amaral. Propriedade, Administração, Edição, Publicidade e Assinaturas: CENTRO SOCIAL DE ERMESINDE • Rua Rodrigues de Freitas, N.º 2200 • 4445-637 ERMESINDE • Pessoa Coletiva N.º 501 412 123 • Serviços de registos de imprensa e publicidade N.º 101 423. Telef. 229 747 194 - Fax: 229733854 Redação: Largo António da Silva Moreira, Casa 2, 4445-280 Ermesinde. Tels. 229 757 611, 229 758 526, Tlm. 93 877 0762. Fax 229 759 006. E-mail: avozdeermesinde@gmail.com Site:www.avozdeermesinde.com Impressão: DIÁRIO DO MINHO, Rua Cidade do Porto – Parque Industrial Grundig, Lote 5, Fração A, 4700-087 Braga. Telefone: 253 303 170. Fax: 253 303 171. Os artigos deste jornal podem ou não estar em sintonia com o pensamento da Direção; no entanto, são sempre da responsabilidade de quem os assina.

Emprego Centro de Emprego de Valongo .............................. 22 421 9230 Gabin. Inserção Prof. do Centro Social Ermesinde .. 22 975 8774 Gabin. Inserção Prof. Ermesinde Cidade Aberta ... 22 977 3943 Gabin. Inserção Prof. Junta Freguesia de Alfena ... 22 967 2650 Gabin. Inserção Prof. Fab. Igreja Paroq. Sobrado ... 91 676 6353 Gabin. Inserção Prof. CSParoq. S. Martinho Campo ... 22 411 0139 UNIVA ............................................................................. 22 421 9570

Tiragem Média do Mês Anterior: 1100


30 de junho de 2012

• A Voz de Ermesinde

Serviços

Agenda Exposições EXPOSIÇÃO PERMANENTE onte F er a, Campo Ponte Fer errr eir eira, Moinho da P – Núcleo Museológico da Panificação Exposição permanente que alberga instrumentos que retratam uma das indústrias mais importantes de Valongo, a panificação e o fabrico de biscoitos. Possui utensílios, maquinaria, fotografias e esquemas que descrevem o ciclo da panificação, desde o amanho da terra até ao fabrico do pão e do biscoito. Pode igualmente proceder-se à identificação dos principais cereais e descobrir os seus sucedâneos. (Agenda Área Metropolitana do Porto).

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01 Jul - 30 Jul Espetáculos e Conferências 7 DE JULHO, 21H30 Fórum Cultural de Ermesinde VI Conferência de Ermesinde Realizada mais uma vez, este ano, durante o período de realização da Feira do Livro do Concelho de Valongo, a VI Conferência de Ermesinde organizada pela associação cultural Ágorarte vai, nesta sexta edição, abordar a obra e a figura de José Régio (Eça de Queirós, D. António Ferreira Gomes, Camilo Castelo Branco, Sophia de Mello Breyner e Miguel Torga foram as figuras até agora homenageadas).

CONDURIL -

Feiras, festas populares e romarias FEIRA DO LIVRO DO CONCELHO DE VALONGO

6 DE JULHO A 15 DE JULHO Parque Urbano de Ermesinde IXX Edição da Feira do Livro do Concelho de Valongo, cujas atividades decorrerão este ano integralmente no espaço junto ao Fórum Cultural de Ermesinde. A Feira do Livro de 2012 conta mais uma vez com a presença do jornal “A Voz de Ermesinde”, que irá animar a apresentação dos livros “O Caracol”, de Renato Roque, dia 12 julho, às 16h00; “Ermesinde e a I República”, de Manuel Augusto Dias, dia 14 julho, às 21h30; e “Grandeza de Marx...”, de Sousa Dias, dia 15 julho, às 21h30.

CONSTRUTORA DURIENSE, S.A.


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A Voz de Ermesinde • 30 de junho de 2012

Última

Alunos de teatro do ENTREtanto fizeram terceira apresentação da Ação de Formação 2012 FOTOS URSULA ZANGGER

Os alunos da Ação de Formação em Teatro 2012 do ENTREtanto apresentaram no passado dia 15 de junho, no Centro Cultural de Campo, o terceiro espetáculo dos miniprojetos de teatro criados na Ação de Formação em Teatro 2012. O espetáculo, intitulado “Depois”, terá contado com a participação dos alunos Ada Sousa, Alberto Meira, Álvaro Sampaio, Ana Reis, Ana Rita Pinto, André Pinto, António Cabral, Carla Sousa, Catarina Pinto, Catarina Vaz, Diogo Oliveira, Fátima Barbosa, Jorge Delgado, Her nâni Azevedo, Inês Ferreira, Mariana Santos, Marie Sousa, Raquel Primo, Sílvia Araújo, Sofia Nunes, Sofia Príncipe, Tânia Seixas, Tiago Guimarães e Vítor Russo. A Ação de Formação em Teatro tem produção do ENTREtanto TEATRO e dos alunos e apoio à produção

de Isabel Ferreira. O espetáculo posterior de dos miniprojetos teve lugar ontem à noite também no Centro Cultural de Campo, e no formato de café teatro. De todas as apresentações dos miniprojetos de teatro a que assistimos até hoje, esta (de 15 de junho) terá sido a mais frágil, do ponto de vista da criação de um espetáculo que pudesse causar surpresa e encantamento. Destacam-se todavia, as demonstrações de voz nalguns monólogos, o domínio do corpo em situações de estátua, como a do “chafariz do Porto” ou do “robot”, ou do grupo de caminhantes. As “três mulheres sentadas de chapéu”, ou “a brasileira que trata as unhas enquanto o marido sai ou não sai”, além do grupo de “caminhantes” foram os miniprojetos que mais nos surpreenderam. LC


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