ANÁLISE ECONÔMICA DO PÓLO AGROFLORESTAL HÉLIO PIMENTA – PERÍODO 2005/2006

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE DEPARTAMENTO DE ECONOMIA CURSO DE ECONOMIA

ANÁLISE ECONÔMICA DO PÓLO AGROFLORESTAL HÉLIO PIMENTA – PERÍODO 2005/2006

FRANCISCO DE ASSIS MEDEIROS JUNIOR

ORIENTADOR: DR. RAIMUNDO CLÁUDIO GOMES MACIEL

RIO BRANCO – AC, JULHO DE 2010.


FRANCISCO DE ASSIS MEDEIROS JUNIOR

ANÁLISE ECONÔMICA DO POLO AGROFLORESTAL HÉLIO PIMENTA PERÍODO 2005/2006

Monografia apresentada ao Departamento de Economia da Universidade Federal do Acre, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Economia.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Raimundo Cláudio Gomes Maciel

RIO BRANCO - ACRE, JULHO DE 2010.


Aos meus pais, Francisco de Assis Medeiros e Marlene Vitorino da Silva Medeiros, pelo apoio e dedica巽達o que sempre tiveram por mim. Aos meus irm達os por sempre acreditarem em mim. Em especial, o meu irm達o Hiran Vitorino da Silva (in memory).


AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me acompanhado até aqui e por ter me concedido mais essa vitória. Aos meus pais, Sr. Assis Medeiros e Sra. Marlene Vitorino, por todo amor e dedicação que tiveram ao longo de toda a minha vida. Aos meus irmãos por sempre estarem ao meu lado em todos os momentos que precisei. Ao Departamento de Economia e todo quadro de professores do Curso de Ciências Econômicas por todo conhecimento adquirido, em particular ao professor Robinson que acompanhou os primeiros passos do meu projeto de pesquisa. Ao meu orientador professor Dr. Raimundo Claudio Maciel, pela valiosa orientação, ensinamentos e conselhos, além ter me proporcionado a oportunidade de trabalhar com pesquisa, abrindo as portas do Projeto ASPF com parceria do ZEAS. Aos meus grandes amigos do projeto ASPF/ZEAS, Cláudia, Keyze, Plínio e Saulo, pela amizade e grandes momentos que passamos juntos dentro e fora de campo. A toda equipe do Projeto ASPF e ao ZEAS pelos dados e informações concedidas, as quais foram primordiais para que esse trabalho pudesse ser concluído. E, por fim, aos colegas de curso, pela amizade e apoio ao longo de nossa formação.


RESUMO

Após o processo de ocupação econômica extremamente prejudicial à região amazônica na década de 70, a Agricultura Familiar tem sido bastante difundida. O modelo familiar de agricultura tem como característica principal a direção e execução do processo produtivo conduzido pelos próprios familiares. Assim, os Pólos Agroflorestais surgem como alternativa de sustentabilidade para a região, principalmente ao Estado do Acre, criando condições para que as famílias assentadas possam se manter. O presente projeto objetiva estudar o Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta, avaliando o desempenho econômico e os benefícios que a implantação do Pólo trouxe as famílias que lá residem, através de um método de pesquisa desenvolvido pelo Projeto de Análise Econômica da Produção Familiar Rural (ASPF) que faz parte do Departamento de Economia da Universidade Federal do Acre (UFAC) com parceria do ZEAS (Zoneamento, Econômico, Ambiental, Social e Cultural) da Prefeitura de Rio Branco – Acre. Dentre os resultados encontrados, é mister citar o baixo índice de capitalização, ocasionado pela carência de tecnologia e técnicas ainda rudimentares no processo produtivo. Outro ponto importante a se destacar é a complementação da renda, através de transferências governamentais e assalariamento fora do lote, que as unidades de produção necessitam para tornarem economicamente viáveis. No entanto, apesar dos problemas encontrados, as famílias estão conseguindo se manter e viver em um nível de vida melhor que os moradores da periferia da cidade.

Palavras-Chave: Agricultura Familiar; Processo Produtivo; Pólos Agroflorestais.


ABSTRACT

After the process of economic occupation extremely damaging to the Amazon region in the 70's, one of the most debated topics today is the Family Farm. The familiar model of agriculture has as main feature the direction and execution of the production process led by family members themselves. Thus, the Poles are an alternative Agroforestry for sustainability for the region, especially the state of Acre, creating conditions so that families can stay seated. This project aims to study the Pole Agroforestry Helium Pepper, assessing economic performance and the benefits that the deployment of the Pole brought the families that live there, through a research method developed by Project Economic Analysis of Rural Family Production (OSPF) that part of the Department of Economics, Federal University of Acre (UFAC) in partnership with the Zeas (Zoning, Economic, Environmental, Social and Cultural) of the Municipality of Rio Branco - Acre. Among the findings, it is essential to cite the low rate of capital accumulation, caused by the lack of even rudimentary technology and techniques in the production process. Another important point to highlight is the completion of income through government transfers and wage off the lot, the production units need to be economically viable. However, despite the problems encountered, families are managing to stay and live in a better standard of living that residents of the city's outskirts.

Keywords: Family Farming, Production Process; Poles Agroforestry.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Localização do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta, Rio Branco-Ac .............. 26 Figura 2 - Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta – Divisão por Lotes ................................. 27 Figura 3 - Uso da Mangueira......................................................................................... 37 Figura 4 - Uso da Mangueira......................................................................................... 37 Figura 5 - Uso da Estufa................................................................................................ 37 Figura 6 - Uso da Estufa................................................................................................ 37 Figura 7 - Chácara ......................................................................................................... 41


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Desempenho Econômico mediano por UPF, Pólo Hélio Pimenta, 2005/2006, Acre-Brasil .................................................................................................................... 43 Tabela 2 – Evolução da Geração de Renda Bruta por linha de exploração, Pólo Hélio Pimenta, 2005/2006, Acre-Brasil .................................................................................. 44 Tabela 3 – Evolução do desempenho econômico dos principais produtos, Pólo Hélio Pimenta, 2005/2006, Acre-Brasil .................................................................................. 45


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Percentual de ocorrência dos tipos de capitais fixos – máquinas, equipamentos e ferramentas em mais da metade das UPFs, Pólo Hélio Pimenta, 2005/2006, Acre-Brasil. ................................................................................................ 35 Gráfico 2 – Principais componentes do Custo Total (CT) mediano, por UPF, Pólo Hélio Pimenta, 2005/2006, Acre-Brasil .................................................................................. 36 Gráfico 3 - Percentual de ocorrência dos tipos de capitais fixos – benfeitorias, em mais da metade das UPFs, Pólo Hélio Pimenta, 2005/2006, Acre-Brasil .............................. 36 Gráfico 4 – Percentual de UPFs que pegaram algum tipo de crédito bancário, Hélio Pimenta, 2005/2006, Acre-Brasil .................................................................................. 38 Gráfico 5 - Relação entre Renda Bruta Total, Custo Total, Pólo Hélio Pimenta, 2005/2006, Acre-Brasil ................................................................................................. 39 Gráfico 6 - Ocorrência dos tipos de renda por UPFs (%), Pólo Hélio Pimenta, 2005/2006, Acre-Brasil ................................................................................................. 40 Gráfico 7 - Percentual de ocupação da força de trabalho familiar, Pólo Hélio Pimenta, 2005/2006, Acre-Brasil ................................................................................................. 42


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 12 CAPÍTULO 1 - SÍNTESE DO PROCESSO DE COLONIZAÇÃO NA AMAZÔNIA E NO TERRITÓRIO ACREANO .................................................................................... 14 1.1.

A colonização na Amazônia ........................................................................... 14

1.2.

Conseqüências do Processo de Colonização na Região Amazônica ............... 15

1.3.

A ocupação territorial: o caso do Acre ............................................................ 16

1.4.

A chegada do INCRA e os Projetos de Colonização no Estado do Acre......... 18

1.5.

Desenvolvimento Sustentável: Crescimento sem destruição ........................... 18

1.6.

Políticas Agrárias no Brasil ............................................................................ 19

1.7.

Agricultura Familiar Rural: Conceituação e Caracterização ........................... 21

1.8.

Pólos Agroflorestais como alternativa de Desenvolvimento Sustentável ........ 23

CAPÍTULO 2 – MATERIAL E MÉTODOS ................................................................ 26 2.1.

Objeto de Estudo ............................................................................................ 26

2.2. Metodologia de Avaliação socioeconômica do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta...................................................................................................................... 27 2.3.

Dimensionamento da Amostra ........................................................................ 27

2.4.

Aplicação dos Questionários........................................................................... 28

2.5.

Pesquisa de Preços .......................................................................................... 28

2.6.

Crítica dos Questionários ................................................................................ 28

2.7.

Sistematização e análise das informações coletadas ....................................... 29

2.8.

Custos de Produção ........................................................................................ 29

2.9.

Resultados Econômicos .................................................................................. 30

2.9.1. Resultado Bruto (RB)................................................................................... 30 2.9.2. Renda Bruta Total (RBT) ............................................................................. 31 2.9.3. Margem bruta familiar (MBF) ..................................................................... 31 2.9.4. Nível de Vida (NV) ...................................................................................... 31 2.9.5. Medidas de eficiência ou relação ................................................................. 32 a) Índice de eficiência econômica – ....................................................................... 32 b) Relação MBF/RB - ............................................................................................ 32 c) Relação MBF/Qh/d - .......................................................................................... 32


d) Termo de Intercâmbio (TI) - .............................................................................. 32 e) Índice de Trabalho Familiar (ITF): .................................................................... 33 f) Índice de Capitalização (IK):.............................................................................. 33 g) Índice de Assalariamento (IA) ........................................................................... 33 CAPÍTULO 3 – AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ECONÔMICO DAS FAMÍLIAS DO PÓLO HÉLIO PIMENTA ...................................................................................... 35 CONCLUSÕES ............................................................................................................ 47 BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 49


INTRODUÇÃO

Nos dias atuais, um dos assuntos mais debatidos é o Desenvolvimento Sustentável, o qual possui como definição mais aceita o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das gerações futuras. A Amazônia tem sido alvo principal desses debates, tendo em vista possuir uma biodiversidade única e uma das mais ricas do mundo, além da grande variação de seus recursos naturais. A exemplo de outros Estados da Amazônia, o Acre na tentativa de incorporar a sustentabilidade em suas políticas de desenvolvimento, formulou os Sistemas Agroflorestais como uma alternativa de uso sustentado do ecossistema da região. Assim, a partir de 1993, a Prefeitura Municipal de Rio Branco, implanta no Estado um novo modelo de assentamento denominado Pólo Agroflorestal. Neste sentido, o presente trabalho baseia-se na tentativa de avaliar o Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta, enquanto alternativa de emprego e renda as famílias assentadas, oriundas da periferia da cidade, em áreas até então improdutivas no contorno da cidade de Rio Branco, representando uma política de desenvolvimento sustentável adotada pelo Estado. O objetivo da pesquisa é de analisar o desempenho econômico das famílias que vivem no Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta. Na análise são mensurados os resultados econômicos (medidas de resultados econômicos e medidas de eficiência ou de relação), a fim de gerar informações sobre a situação econômica das famílias que vivem no projeto. O problema a ser solucionado com a pesquisa é: As famílias do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta estão conseguindo se reproduzir socialmente a partir dessa nova modalidade de assentamento? Trabalha-se com a hipótese que as unidades de produção estão conseguindo se reproduzir socialmente através dessa nova modalidade de assentamento, baseado na agricultura familiar, onde a gestão é feita pelos proprietários e o trabalho é fundamentalmente familiar O presente trabalho está dividido em três capítulos. O primeiro capítulo trata da colonização efetuada na Amazônia a partir da década de 70, fazendo um retrospecto histórico de como agricultura familiar se originou, ou seja, num processo de expropriação que teve início do ciclo da borracha quando vieram os nordestinos até a


criação dos projetos de assentamento coordenados pelo INCRA. Além de fazer breves explanações sobre Desenvolvimento Sustentável e Reforma Agrária. O segundo capitulo discorre sobre os procedimentos metodológicos, criado pelo projeto ASPF – Análise Socioeconômica dos Sistemas de Produção Familiar Rural no Estado do Acre, uma metodologia própria e específica que utiliza medidas e indicadores de resultado econômico.

E por último, no terceiro capítulo, mostra os resultados

obtidos na pesquisa, com a avaliação econômica.


CAPÍTULO 1 - SÍNTESE DO PROCESSO DE COLONIZAÇÃO NA AMAZÔNIA E NO TERRITÓRIO ACREANO

Durante a década de 70, o nordeste brasileiro encontrava-se como uma região problema, não somente pelas questões das secas, mas também pelo fato das grandes tensões sociais oriundas pelas acentuadas concentrações fundiárias. Tal fato levou o governo do ex-presidente, General Emílio Garrastazu Médici (1969/1974) a usar colonização como uma alternativa para o problema, haja vista que conforme sua argumentação alocaria “os homens sem terra do Nordeste nas terras sem homens da Amazônia”. Sendo assim, a estrutura fundiária do Nordeste não precisaria ser alterada ao passo que por meio destes fatores o governo tentava solucionar o problema de escassez de mão-de-obra nas áreas exploradas da Amazônia. (Faria, 1998)

1.1. A colonização na Amazônia

A partir da segunda metade do séc. XIX período de profundas transformações, as relações entre a ciência e a tecnologia imprimiram um ritmo mais intenso ao desenvolvimento industrial. Sendo que a relação do papel da ciência, frente a tecnologia cada vez mais avançada, abre os espaços para a utilização de novos materiais, incluindo, em conseqüência novas matérias-primas no circuito da produção de mercadorias. A Amazônia apresentava o maior reservatório mundial de árvores lactíferas, todavia, era de difícil acesso, foi por isso que sua ocupação ocorreu inicialmente, no baixo curso dos Rios, mas quando os seringueiros percebiam que a produção dessa área caía, eles adentravam cada vez mais no interior da floresta. (Mendonça, 2002) A borracha, porém, apresentou grandes dificuldades na sua utilização, em virtude de sua própria estrutura química. Somente com os avanços apresentados pela indústria química, foram superados os problemas que a borracha apresentava, quando submetida ao calor ou frio, que inviabilizada seu uso para diversos produtos. No entanto, em 1844, na Inglaterra, registraram a patente do processo de vulcanização, o qual consiste em um método de moldagem que envolve a operação de dar forma ao artefato, que facilitaria a ampla utilização da borracha pela indústria. (Mendonça, 2002)


Segundo Bayma (2003, p. 16),

Durante a segunda metade do Século XIX, a borracha se tornou matéria-prima indispensável à nascente indústria de bens de consumo na Europa e nos Estados Unidos, sob a forma, principalmente, de componentes industriais e pneumáticos. Produzida inicialmente nos arredores de Belém, esta atividade se propagou rapidamente por todo o interior da região amazônica.

Mendonça (2002) aponta o processo de expansão capitalista como fator determinante as transformações na região amazônica. Segundo o autor, muitos são os motivos da corrente migratória do Nordeste para a Amazônia, como por exemplo: a crise da economia algodoeira, o fenômeno das secas, o desemprego estrutural, as ilusões de enriquecimento rápido a que o “boom” da borracha submetia o nordestino, pela propaganda e arregimentação realizada por seringalista do Pará e do Amazonas etc.

1.2. Conseqüências do Processo de Colonização na Região Amazônica

Segundo Meireles Filho (1986), o aspecto social da região foi alterado, tendo em vista o grande êxodo para a região, o qual provocou um grande aumento da população, principalmente nas cidades, pois os projetos de colonização inadequados para a região não garantiram a estabilidade do homem no campo, comprometendo as liberdades individuais da cidadania local, resultando no aumenta da pobreza e da migração campocidade. Tal fato que se agravou cada dia mais em virtude das cidades não comportarem e não possuírem infra-estrutura apropriada para um aumento populacional e muito menos um mercado de trabalho suficiente para demandar tanta mão-de-obra. O desmatamento foi sem dúvida a maior transformação ocorrida na região. Suas principais causas foram à abertura de estradas, ampliação de pastagens realizadas nas terras adquiridas pelos sulistas que transformaram os seringais em pastos, acréscimo populacional, tanto nas áreas rurais como nas áreas urbanas. (Meireles Filho, 1986). Meireles Filho (1986) fala também sobre a questão fundiária, afirmando que o governo foi insensato ao abrir novas fronteiras e ao divulgar a idéia de terra para todos sem antes ter organizado a estrutura fundiária regional, originando assim o interesse na “terra mercadoria” por parte de capitalistas e introduzindo personagens como grileiros e posseiros.

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1.3. A ocupação territorial: o caso do Acre

Em 1903, a área que corresponde atualmente ao Estado do Acre, veio a ser incorporada ao território brasileiro, com a assinatura do Tratado de Petrópolis, depois de acontecimentos nordestinos

a

que

serviço

abrangeram de

a

seringalistas

frente brasileiros,

extrativista mesclada

por

pela direção provincial do

Amazonas e o governo boliviano. (Bayma, 2003). De acordo com Oliveira (1982), o povoamento do Acre aconteceu em virtude da extração gomífera, dirigida por elementos da rede mercantil que comandou desde o início tal atividade econômica. Quando o território foi incorporado ao Brasil, a maior parte dos seringais já estava plenamente constituída em imensos latifúndios geralmente se estendendo da margem de algum rio importante para o interior da floresta. Os governantes iniciaram os incentivos e as isenções fiscais e creditícias, latifundiários,

fazendeiros além de

para

empresários interessados em investir na

agropecuária extensiva. No caso do Acre, a ação fundamental para o início deste processo, competiu ao governo estadual, que iniciou uma campanha publicitária no centro-sul do país, visando atrair investidores para o Acre. Após ocorrer a grande migração de fazendeiros e pessoas destinadas a adquirir áreas no Acre, processos de transferência das terras, foram desconsiderados da situação de ocupantes, os habitantes nas áreas comercializadas como os posseiros, seringueiros ou colonos, remanescentes dos seringais nas áreas transacionadas por ambas as partes. Este fato tornou-se impossível de ignorar. No caso dos seringais ainda ativos que não fossem do interesse dos proprietários de terra em dar prosseguimento na exploração da borracha, as principais formas de forçar a desocupação foram: o corte do abastecimento aos seringueiros, a proibição de roçados e criações e até mesmo o uso de violência física por policiais militares. Tais métodos proporcionaram benefícios aos novos proprietários das terras, que se esquivaram do pagamento de indenizações pelas benfeitorias realizadas pelos seringueiros em suas devidas colocações. (Bayma, 2003). Para Mendonça (2002), a interferência do Governo estadual, na implantação de novas políticas de assistência ao homem do campo, a pecuária prosseguia aumentando, ocasionando grandes problemas aos seringueiros, os quais foram expulsos pelas próprias características da pecuária extensiva, que utiliza de desmatamentos para a formação de pastos.


Segundo Silva (1982), um dos métodos utilizados foi o desmatamento próximo da residência do seringueiro, deixando-o sem espaço para o plantio, objetivando sua expulsão. De acordo com Bayma (2003, p. 23),

A expulsão das terras e os movimentos itinerantes de população foram os fenômenos mais marcantes nos primeiros momentos da chegada dos “paulistas” ao Estado do Acre. Com as terras sendo gradativamente ocupadas e seringais vendidos e desmembrados, tomou corpo uma profunda confusão entre a população rural acreana, a partir da destruição aparente de seu modo de vida e cultural.

De acordo com o autor, mesmo atrasada, a sociedade e a cultura deixadas dos antigos seringais estavam em adaptação por parte dos seringueiros e trabalhadores rurais, que iam concomitantemente com as relações antigas, gerando novas formas, baseadas em um crescente acesso a meios de subsistência e de produção. Conforme Bayma (2003), sem estrutura física e recursos provenientes da venda da borracha produzida, para empregar na pequena produção, responsável pelo sustento de toda a família iniciou um intenso processo de êxodo rural. As periferias de Rio Branco e das principais cidades próximas aos grandes seringais foram ocupadas por seringueiros e produtores rurais, agora mão-de-obra barata. Duarte (1987, p. 68) sintetiza este êxodo rural da seguinte forma:

No caso do Acre, o que estamos analisando não foi o desenvolvimento de um progresso técnico no campo, na região, nem as circunstâncias favoráveis de transferências para a indústria que provocaram o fluxo. Foi a intensificação de investimento de capital na região, através da pecuária ou da especulação fundiária, que mudou o uso do solo e provocou as expulsões desta população.

A população expulsa de suas colocações e seringais não levaram em conta questões de propriedade e titulação das terras urbanas, passando a invadir as áreas periféricas da cidade. Tal processo resulta em uma população migrante marginalizada, sem assistência legal e qualquer qualificação para as atividades do meio urbano. A única forma de sobrevivência era proporcionada pela sua própria força-de-trabalho, a única mercadoria que poderia vender. (Mendonça, 2002).

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1.4. A chegada do INCRA e os Projetos de Colonização no Estado do Acre

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) foi criado em 1970, com o objetivo de realizar a reforma agrária, promover a colonização particular executar a colonização oficial, assim como desenvolver a zona rural através do cooperativismo e da eletrificação. (Bayma, 2003). Em 1977, o INCRA passa a implementar os “Projetos de Assentamentos Dirigidos” (PAD´S) Pedro Peixoto, Boa Esperança, Humaitá, Quixadá, Santa Luzia e Projeto Redenção I. O INCRA criou também, em 1982, os “Projetos de Assentamento Rápidos” (PAR´S) denominados Antimary, Capinarana, Aleluia e Mário Lobão, um pouco mais tarde criou por influência de um novo momento político, a colonização dirigiu-se para os “Projetos de Assentamento de Agricultores” (PA´S), criando os PA´s Figueira, Vista Alegre, São Pedro, Pavão, Carão, Petrolina, São João do Balanceio, Espinhara, Santo Antônio do Peixoto, Nazaré, Caramurú, Novo Destino e Benfinca. (Faria, 1998) O Governo do Estado do Acre passou a defender os interesses tradicionais do Acre, cumprindo várias ações para o fortalecimento da economia regional, principalmente da economia rural. O INCRA, ainda sob a orientação do Governo local, passa a ter uma ação restritiva quanto à transação de terras do Estado, alertando

quanto

às

escrituras

irregulares

e

buscando garantir o direito dos

posseiros. (Costa Filho, 1995).

1.5. Desenvolvimento Sustentável: Crescimento sem destruição

Conforme Bayma (2003), o desenvolvimento sustentável consiste em gerar um modelo econômico capaz de criar riquezas e bem estar, enquanto causa a união social e o bloqueio da destruição da natureza, isto é, utilizar recursos naturais sem comprometer sua produção, fazer uso da natureza sem devastá-la e ao mesmo tempo melhorar a qualidade de vida. Esse termo passou a ser utilizado em 1980, por um órgão privado de pesquisa, a Aliança Mundial para a Natureza (UICN). Após sete anos o conceito apareceu em um informe realizado pela Ministra Norueguense Gro Harlem Brundtland para a Organização das Nações Unidas – ONU, no qual dizia que um desenvolvimento


é duradouro quando responde às necessidades do presente sem colocar em perigo as capacidades das gerações futuras para fazer o mesmo. Desta forma, o desenvolvimento sustentável vem de impacto ao modelo costumeiro de produção e consumo ocidental, que ameaça o equilíbrio do planeta. É idealizado como aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras não atender as suas necessidades. (Bayma, 2003). Bayma (2003) aborda ainda que para se chegar a um modelo de sustentabilidade são necessárias algumas condições: 1. Um sistema econômico que gerem excedentes e com bases tecnológicas confiáveis; 2. Um sistema de produção que respeite as bases ecológicas; 3. Um sistema tecnológico que busque novas soluções; 4. Um sistema internacional que estimule padrões sustentáveis de comércio e financiamento; 5. Um sistema administrativo flexível e capaz de se auto-corrigir. O conceito de desenvolvimento sustentável apresenta uma série de dificuldades operacionais que envolvem disputas políticas e ideológicas em torno do que viria a ser sustentabilidade. Para este autor, são muitas as disparidades regionais, as diferenças dos sistemas econômicos, socioculturais e ambientais de cada região. O que permite concluir que não existe um modelo padrão de desenvolvimento sustentável e que o grande desafio é identificar às particularidades de cada região e buscar as melhores alternativas quanto às práticas sustentáveis. (Souza, 2008). Quando o assunto é Desenvolvimento Sustentável, o que se discute é a busca por um ponto de equilíbrio entre a sustentabilidade ambiental e a condição de vida dos colonos e moradores da região a ser explorada. A primeira, através de tecnologias que possibilitem o aumento produtivo das áreas exploradas sem a necessidade de abrir novas áreas a serem destinadas a exploração de produtos madeireiros, agropecuária e, a segunda, pela melhoria das condições de vida dos moradores. (Bayma, 2003).

1.6. Políticas Agrárias no Brasil

Segundo Guanziroli (2001), a Reforma Agrária, em meados de 60, era entendida como mudança da estrutura agrária brasileira, por meio da desocupação dos latifúndios improdutivos e aquisição de terras produtivas e seu remanejamento às famílias


trabalhadoras que dispõem de pouca ou nenhuma terra. Porém nos anos 70 e parte dos anos 80 o debate agrícola seguiu a tese de que a modificação da estrutura agrária brasileira estava sendo cumprida por meio da modernização das técnicas produtivas, aumentando a oferta dos produtos agrícolas de forma satisfatória com o nível da demanda, o que isentaria o país da necessidade de uma Reforma Agrária. Desta forma, o período militar caracterizou-se por incentivar a modernização da agricultura, especialmente na região Sul e Sudeste. Ao longo dos anos vários debates e visões surgiram sobre o assunto. Dentre elas podem ser citados a Reforma Agrária como a visão do “Novo Mundo Rural” defendida por Graziano da Silva (1999), que apesar de reconhecer algumas das vantagens da Reforma, considera muito limitada as possibilidades de criação de empregos agrícolas por meio de assentamentos. Sugere uma Reforma não essencialmente agrícola, voltada para atividades rurais como turismo rural e pesque e pague. Outros defendem a visão da Reforma como uma Política de Assentamento, onde contempla o rural não agrícola, mas não exclui o fomento às atividades agropecuárias. Nesta visão a Reforma Agrária continua sendo um instrumento de acesso aos trabalhadores a um bem essencial de produção, que é a terra. (Guanziroli, 2001). Guanziroli (2001) ao abordar os possíveis problemas para execução da Reforma Agrária, argumenta que além do desafio que é estimar o número de famílias que demandam terra e quem são os demandantes, está o objetivo de determinar a quantidade de terra que será necessária para fins de Reforma Agrária. Algumas estimativas apontam que os demandantes de terra em potenciais seriam todas as pessoas sem terra ocupadas na agricultura, tais como trabalhadores temporários ou permanentes, arrendatários, ocupantes e desempregados em geral. Conforme Guanziroli (2001), a partir dos demandantes potenciais (ou seja, o número mais amplo), efetuou-se uma triagem para detectar o número de famílias que realmente aspiram à terra. Após estudos sócio-econômicos considerou-se que o total de famílias, demandantes potenciais por terra, seria a soma de todos os ocupantes, parceiros e arrendatários, acrescidos de 25% dos assalariados permanentes e temporários, e uma parcela de proprietários responsáveis por estabelecimentos menores do que 10 hectares. Após estimar a quantidade aproximada de demandantes de terras potenciais, calculou-se a necessidade de área para ocupação das famílias demandantes. A área total necessária para se efetivar a Reforma Agrária no Brasil seria de quase 73 milhões de hectares em 2005. No entanto, ao se admitir uma evolução tecnológica em


direção ao aumento da produtividade da terra, torna-se possível esta área demandada decrescer. Guanziroli (2001), explica ainda que depois de estimado os demandantes de terra e a área total a ser efetivada a Reforma Agrária cabem agora avaliar se os assentamentos criados foram capazes de motivar e promover o desenvolvimento daqueles que lutaram pela terra, e se não, quais foram os principais obstáculos encontrados pelos beneficiários. Dentre os resultados encontrados que afetam e determinam os níveis de desenvolvimento dos assentamentos podem ser citados o Quadro Natural e o Entorno Socioeconômico como variáveis determinantes. O primeiro não se apresentou como um fator limitante, pelo contrário, na maioria dos casos, este fator contribuiu para potencializá-los. Embora alguns assentamentos apresentassem pequenos problemas relacionados ao quadro natural, estes foram minimizados pela forma como os agricultores se organizaram. As limitações mais comuns do quadro natural foram o relevo acidentado, a falta d´agua e a baixa qualidade físico-química dos solos. O Quadro Natural, portanto, demonstrou-se um dos fatores centrais a determinar o nível de desenvolvimento dos assentamentos. Em relação ao Entorno Socioeconômico, os estudos concluíram que todos aqueles de melhor nível de desenvolvimento possuem uma boa condição de acesso. Outro ponto importante é que os assentamentos inseridos em um contexto com maior presença da produção familiar, como nos casos de Santa Catarina, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná, têm melhores condições para se desenvolverem do que aqueles ilhados em meio a grande propriedade e poucas agroindústrias. (Guanziroli, 2001).

1.7. Agricultura Familiar Rural: Conceituação e Caracterização

Segundo Mendonça (2002), a agricultura familiar possui como característica principal o trabalho de forma não-assalariado de força-de-trabalho, onde a unidade produtiva é composta pelos próprios membros da família. O nível de exploração da unidade familiar depende do tamanho da família, originando assim a super utilização da força-de-trabalho. O alvo principal é acolher as necessidades de sustento da família, sendo o excedente comercializado no mercado.


Bayma (2003) define o universo da agricultura familiar através das seguintes características: A gestão da unidade produtiva é realizada por pessoas que mantêm entre si laços de parentesco e casamento; A maior parte dos trabalhos é realizada por membros da família; Os meios de produção (embora nem sempre a terra) pertencem à família. A direção dos trabalhos é exercida pelo produtor; Não realiza despesas em serviços de empreitada; Não dispõe de empregos permanentes, podendo dispor de um número médio de funcionários empregados temporariamente, menor ou igual a quatro, ou com um empregado permanente e número igual ao de empregados temporários menor ou igual a três.

Guanziroli (2001, p. 15), afirma que A expansão e o dinamismo da agricultura familiar basearam-se na garantia do acesso à terra que em cada país assumiu uma forma particular, desde a abertura da fronteira oeste americana aos farmers até a reforma agrária compulsória na Coréia e em Taiwan. Em todos estes países, além de contribuir para dinamizar o crescimento econômico, a agricultura familiar desempenhou um papel estratégico que tem sido relevado em muitas análises: o de garantir uma transição socialmente equilibrada entre uma economia de base rural para uma economia urbana e industrial.

Mendonça (2002), ressalta ainda que a agricultura familiar possui sua autonomia própria, sendo a mesma identificada pela capacidade de promover a subsistência do grupo familiar, em dois níveis complementares: a subsistência imediata, isto é, o atendimento as necessidades do grupo doméstico, e a reprodução da família pelas gerações subseqüentes. Da conjugação destes dois aspectos resultam suas características fundamentais a especificidade de seu sistema de produção e a centralização da constituição do patrimônio familiar. De acordo com Rego, Costa Filho e Braga (2003, p. 31),

Na delimitação do conceito de agricultura familiar, há um conjunto de trabalhos que procuram estabelecer uma metodologia que caracterize o perfil da agricultura familiar e seus respectivos sistemas de produção. Di Sabato e Guanziroli et al caracterizam o universo familiar pelos estabelecimentos que atendem, simultaneamente, às


seguintes condições: a) a direção dos trabalhos do estabelecimento era exercida pelo produtor; b) o trabalho familiar era superior ao trabalho contratado.

1.8. Pólos Agroflorestais como alternativa de Desenvolvimento Sustentável

Faria (1998), caracteriza os sistemas agroflorestais como o conjunto de árvores, arbustos, cultivos agrícolas e criação de animais de pequeno porte em uma única área. De acordo com o Centro de Trabalhadores da Amazônia – CTA (Cartilhas de Sistemas Agroflorestais, 1996), os SAF´S são sistemas que envolvem uma combinação integrada de árvores, arbustos, cultivos agrícolas e criação de animais admitindo através desta combinação integrada, alcançar uma melhor produtividade, principalmente pelos pequenos produtores que praticam uma agricultura com pouca modernidade. (Faria, 1998) Dentre as principais vantagens e desvantagens dos Sistemas Agroflorestais Andrade (2007, p. 12), citam-se:

Vantagens Biológicas, físicas e ambientais: melhor utilização do espaço; melhoria das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo; aumento da matéria orgânica; retenção e conservação de água do solo; aumento da produtividade; controle da erosão do solo; redução de variáveis microclimáticas; diminuição de risco de perdas de produção; tutor ou suporte para plantas trepadeiras; uso adequado do sombreamento. Vantagens econômicas e sociais: aumento da renda do produtor rural; maior variedade de produtos e/ou serviços; melhoria na alimentação do homem do campo, redução nos custos de implantação; melhoria na alimentação do homem do campo; redução de risco de insucesso; redução das necessidades de capinas; melhoria da distribuição de mão-de-obra. Desvantagens: aumento na competição entre os componentes vegetais (luz, nutriente, água); potencial para perda de nutrientes; danos mecânicos durante a colheita ou tratos culturais; habitat ou hospedeiros alternativos para pragas; dificuldade no planejamento; requer mão-de-obra diversificada; exige acompanhamento continuo no mercado; investimentos de longo prazo; mudanças nos hábitos tradicionais dos produtores (caso da seringueira); permite baixo nível de mecanização; exige programação para atividades durante o ano todo.

Para Souza, Pinto e Fiúza (2007, p. 07),

Quando os sistemas agroflorestais se associam a outros sistemas de produção, aumentam-se as possibilidades de contribuição com a qualidade de vida do pequeno agricultor, além de realçar a


sustentabilidade de todos os sistemas. Com isso, os SAF´s surgem como uma boa possibilidade para a sustentabilidade no meio agrícola, pois em seu bojo de ações, conjugam as características produtivas e a conservação dos recursos naturais.

Faria (1998, p. 41) destaca:

O Pólo pode ser considerado como um sistema agroflorestal pelo fato de se utilizar do uso consorciado de essências florestais com cultivos agrícolas e criações de pequenos animais. Porém, é importante observar que por se tratar de uma área em boa parte degradada, a reposição de árvores nativas foi realizada no início dos trabalhos. Dessa forma foram distribuídas aos produtores além das mudas de cultivos agrícolas, mudas de copaíba, cedro, cumaru, cerejeira, jatobá e mogno.

Nas palavras de Souza (2008, p. 08), Os PAs tinham como principal proposta fixar as populações no meio rural por meio de acesso a terra, à moradia, à geração de trabalho e renda, conjugada com ações de preservação ambiental. Diferentemente dos assentamentos tradicionais, estes PAs deveriam ser localizados próximos aos centros urbanos, possuir uma boa infraestrutura (eletrificação e telefonia rural e vias de acesso em boas condições durante o ano inteiro) e acesso aos serviços de educação e saúde.

Souza (2008) destaca ainda que desde a primeira experiência iniciada em 1993 até os dias atuais, foram implantados sete pólos agroflorestais no município de Rio Branco. Destes, cinco são geridos pelo município (Hélio Pimenta; Geraldo Mesquita; Benfica; Geraldo Fleming; Custódio Freire) e dois pelo Governo do Estado (Wilson Pinheiro e Dom Moacir). A SEMAG (Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento de Rio Branco) explica que as condições que levaram a prefeitura a criar os pólos dizem respeito a dois fatores determinantes. O primeiro refere-se a questão de o perfil da população da periferia de Rio Branco apresentar a existência de inúmeras famílias de origem rural, as quais não se adaptaram ao cotidiano econômico urbano e o segundo aborda sobre o desperdício e a má utilização de áreas rurais degradadas, no entorno da zona urbana. (Faria, 1998). Sendo assim a prefeitura ao criar os pólos teve a intenção de promover um encontro dessas famílias de ex-seringueiros com tais áreas então improdutivas nos


arredores da cidade por meio de uma intervenção do poder público, objetivando ocasionar um efeito inverso ao êxodo rural, possibilitando assim a volta de família e exseringueiros e ex-agricultores ao campo e a recuperação destas áreas. (Faria, 1998). Salienta-se ainda que o sistema agroflorestal é uma prática que devolve a fertilidade ao solo através do acúmulo da decomposição da matéria orgânica como folhagens e galhos, além da proteção que as árvores exercem contra a erosão, incidência solar e o impacto das chuvas. Desta forma a opção por um sistema agroflorestal foi acertada.

A SEMAG esclarece ainda que os pólos agroflorestais são formas de

assentamento planejada desde a localização da área a qual deve ser próximo ao mercado do consumidor, até a potencialidades hídricas e condições de fertilidade do solo. (Faria, 1998). A previsão de assentados em cada pólo foi em média de 35 famílias, ocupando um lote de terra com área em média de 6 há. Segundo dados da Secretaria de Estado de Produção (SEPRO) tiveram prioridade aquelas famílias carentes que os pais estavam desempregados e eram oriundas da zona rural com alguma experiência no cultivo de frutas tropicais, criação de pequenos animais e produção de cereais. (Souza, Pinto e Fiúza, 2008).


CAPÍTULO 2 – MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Objeto de Estudo

O presente trabalho possui como objetivo a análise do desempenho econômico das famílias que vivem nnoo Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta, localizado na Estrada de Porto Acre Km 20 – sentido Rio Branco/Porto Acre no município de Rio Branco – Acre, com uma área aproximada de 1.384, Acre, 1.384,742 742 ha, criado em 02/12/2002 com cerca de 37 famílias assentadas. A pesquisa foi aplicada levando em consideração o ano agrícola compreendido entre maio de 2005 a abril de 2006 2006. (ZEAS, ZEAS, 2008 e Franke 2005).

Figura 1 - Localização do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta, Rio Branco Branco-Ac

Fonte: ASPF/ZEAS ZEAS (2008).


Figura 2 - Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta – Divisão por Lotes

Fonte: ASPF/ZEAS ZEAS (2008).

2.2. Metodologia de Avaliação socioeconômica do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta

O presente estudo utilizou a metodologia do Projeto de Análise Socioeconômica dos Sistemas de Produção Familiar Rural no Estado do Acre (ASPF)1, Projeto vinculado ao Centro de Ciências Jurídicas, Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Acre (UFAC) com parceira ddoo Zoneamento Econômico Ambiental Ambiental, Social e Cultural – ZEAS, da Prefeitura Municipal de Rio Branco Acre.

2.3. Dimensionamento da Amostra

O critério utilizado foi um censo, onde todas as famílias assentadas foram entrevistadas. Destaca-se se que o Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta possui apenas 35

1

Para maiores informações sobre o Projeto ASPF, Visite te o site: http://www.ufac.br/projetos/aspf/index.htm


lotes, no entanto, em 02 lotes haviam duas famílias assentadas que possuíam unidades de produção diferente, totalizando assim em 37 famílias avaliadas.

2.4. Aplicação dos Questionários

A aplicação dos questionários ocorreu no mês de Abril/2007, e contou com ajuda de 05 estagiários estudantes do curso de economia e 01 coordenador de campo também Economista. Foram aplicados 37 questionários contendo cada questionário 42 páginas e levantamento fotográfico do local e dos produtores (patrimônio, produção, ramais e etc).

2.5. Pesquisa de Preços

Foram pesquisados os preços das mercadorias que os produtores compram, a qual ocorreu no mês de Junho/2007, no centro comercial de Rio Branco, onde os produtores geralmente fazem suas compras. Foram coletados os preços de todos os itens contidos nos questionários, com o objetivo de atribuir valor monetário às informações contidas nos questionários.

2.6. Crítica dos Questionários

Com o término das entrevistas, começou o trabalho de críticas aos questionários preenchidos, cuja finalidade foi de padronizar os termos e códigos dos questionários e excluir dados absurdos e substituí-los pela média dos questionários aplicados, com informações mais coerentes.


2.7. Sistematização e análise das informações coletadas

Depois de criticados os questionários. Teve início no mês de Dezembro/2007 a digitação dos dados coletados para um programa específico do ASPF, que faz a análise sócio-econômica. Já no mês de Janeiro/2008, os questionários foram criticados e digitados novamente para correção dos erros de digitação se houvesse.

2.8. Custos de Produção

Segundo a metodologia utilizada pelo ASPF, “os custos de produção são representados pelas entradas de bens e serviços econômicos de um sistema de produção, que compreendem os meios de produção, os meios de consumo, os serviços e a força de trabalho”. (ASPF, 2008). Custos totais de produção (CT) Correspondem a todos os encargos ou sacrifícios econômicos suportados pelo produtor para criar o valor total do produto. Referidos a um sistema de produção, extrativista, por exemplo, os custos equivalem ao valor monetário das entradas econômicas do sistema. Os custos totais compreendem a soma dos custos fixos (CF) e dos custos variáveis (CV). Os primeiros têm a sua magnitude independente do volume da produção, os segundos variam com o volume da produção. Os custos totais de produção (CTs) de um sistema de produção de uma unidade de produção familiar rural serão determinados pela fórmula: CTs = CF + CV

(1)

Sabendo que: CF = CFe + CFc

(2)

Reescrevendo a equação (1), considerando a equação (2), temos: CTs = CFe + CFc + CV

(3)

Fazendo: CFe + CV = Ce

(4)


Obtêm-se a seguinte equação: CTs = Ce + CFc

(5)

Onde: CTs = custos totais dos sistemas de produção CV = custos variáveis CFe = custos fixos específicos CFc = custos fixos comuns Ce = custos específicos

2.9. Resultados Econômicos

De acordo com ASPF (2008), medidas de resultado econômico são índices que, dados os custos de produção permitem medir o desempenho econômico do sistema de produção. Desempenho econômico é a diferença entre os valores de saída e os de entrada, as diversas relações entre valores de saída e de entrada e as flutuações dos valores de saída do sistema de produção. As principais medidas aqui utilizadas são as seguintes:

2.9.1. Resultado Bruto (RB)

Entende-se por renda bruta ou resultado bruto o valor da produção destinada ao mercado.

RB

Qv.pp

sendo: RB = renda bruta Qv = quantidade do produto vendida pp = preço unitário ao produtor

(6)


2.9.2. Renda Bruta Total (RBT)

Somatório da renda Bruta (RB) da produção com a renda oriunda das transferências de renda (bolsa escola, família etc.) e do assalariamento fora da UPF. A RBT é calculada para o conjunto da UPF e dos membros da família. RBT = RB + RT + RA

(7)

sendo, RB = renda bruta RT = renda das transferências monetárias RA = renda de assalariamento fora da UPF

2.9.3. Margem bruta familiar (MBF)

É o resultado líquido específico e próprio para indicar o valor monetário disponível para a subsistência da família, inclusive uma eventual elevação do nível de vida, se o montante for suficiente. Em situações favoráveis, poderá ser suficiente para ressarcir custos fixos, especialmente a exigência mínima de reposição do patrimônio. Cumpridas estas funções, a disponibilidade restante pode ser usada como capital de giro.

MBF RB-(CV-Cftf)

(8)

sendo: RB = renda bruta CV = custos variáveis Cftf = custo real da força de trabalho familiar

2.9.4. Nível de Vida (NV)

É a totalidade do valor apropriado pelo produtor familiar, inclusive valores imputados, deduzidas as obrigações financeiras com empréstimos. É, portanto, o valor que determina o padrão de vida da família.


NV

(MBF

AC

Cjicc)

AA

(9)

sendo: Cjicc = juros imputados ao capital circulante. AC = Autoconsumo AA = Amortização anual

2.9.5. Medidas de eficiência ou relação

a) Índice de eficiência econômica – é a relação que indica a capacidade de a unidade de produção familiar gerar valor por unidade de custo. É um indicador de benefício/custo do conjunto da unidade de produção. IEE > 1, a situação é de lucro; IEE < 1, a situação é de prejuízo; IEE = 1, a situação é de equilíbrio.

b) Relação MBF/RB - é a relação mais apropriada para medir a eficiência econômica da produção familiar, pois mostra que proporção de valor a unidade de produção tornará disponível para a família por cada unidade de valor produzido. Uma relação superior a 50% é considerada favorável.

c) Relação MBF/Qh/d - é o índice de remuneração da força de trabalho familiar. Mostra a quantia de margem bruta gerada por unidade de trabalho familiar (1 h/d = 1 jornada de trabalho). O valor deve ser comparado com o preço de mercado da força de trabalho. Qh/d = quantidade de força de trabalho utilizada no ciclo produtivo da linha de exploração ou a quantidade total anual de força de trabalho familiar utilizada pela unidade de produção.

d) Termo de Intercâmbio (TI) - é a relação entre o valor dos bens de consumo comprados e o valor total da produção. Indica qual a proporção da renda bruta, em bens de consumo, precisa ser gasta para gerar o valor total da produção. Essa relação revela,


aproximadamente, em que medida o excedente produzido pelo pequeno produtor está sendo apropriado na circulação, isto é, a montante e a jusante do processo de produção.

TI = Vbcc/RB

(10)

sendo: TI = termo de intercâmbio Vbcc = valor dos bens de consumo comprados RB = renda bruta total

e) Índice de Trabalho Familiar (ITF): é a participação da força de trabalho familiar no trabalho total. É considerada unidade de produção familiar aquela que apresenta ITF > 50%. É dado pela relação: ITF

(11)

Qftf/Qftt

Sendo: ITF = índice de trabalho familiar Qftf = quantidade anual da força de trabalho familiar empregada no sistema de produção (h/d) Qftt = quantidade anual total de força de trabalho empregada no sistema de produção (h/d)

f) Índice de Capitalização (IK): é a relação que indica a intensidade de capital. Assim, um IK > 1 significa que gasta-se no processo produtivo mais com capital fixo e circulante do que com força de trabalho, familiar ou contratada.

IK Kc/Vftt

(12)

Sendo: IK = índice de capitalização Kc = capital constante

g) Índice de Assalariamento (IA): é a proporção da força de trabalho familiar que se assalaria fora da unidade de produção. IA

Qftv(Qftv

Qftf)

(13)


Sendo: IA = índice de assalariamento Qftv = quantidade anual de força de trabalho vendida Qftf = quantidade anual de força de trabalho empregada no sistema de produção


CAPÍTULO 3 – AVALIAÇÃO DO DESEMPE DESEMPENHO HO ECONÔMICO DAS FAMÍLIAS DO PÓLO HÉLIO PIMENTA Cumpre observar preliminarmente que este capítulo analisa o desempenho econômico dos produtores do Pólo Agroflorestal A groflorestal Hélio H élio Pimenta Pim enta no período de maio de 2005 a abril de 2006, apresentando as medidas de resultado definidas na metodologia. Esta seção inicia com uma análise referente aos indicadores que definem a produção familiar propriamente dita (índice de trabalho familiar, índice de assalariamento e índice de capitalização), faz faz-se,, também, comentários sobre a aquisição de empréstimos bancários. Após A pós isso, é realizada a análise econômica com a utilização dos dados da composição da renda, dos custos de produção e das medidas de eficiência econômica. Apóss a aplicação dos questionários e tabulação dos dados o Pólo Hélio Pimenta apresentou um índice de capitalização (IK) de 0,48 0,48, ou seja, as unidades prod produtivas utivas têm gastado mais com força de trabalho familiar ou contratada do que com capital fixo ou circulante. Depreende-se Depreende se então que as atividades produtivas têm sido menos intensivas em capital, isto é, é, a força de trabalho demandada para as atividades têm sido maior, o que significa um atraso na produtividade ou liberação da força de trabalho, a qual poderia ser direcionada para outras atividades produtivas. Esse baixo índice de capitalização tem a ver com o baixo nível tecnológico e/ou rusticidade do proce processo produtivo nas UPFs. Confirmados pelos tipos de equipamentos predominantemente manuais, baixa utilização de insumos, sobretudo os modernos. De acordo com o gráfico 1, os equipamentos mais utilizados na produção ainda continuam sendo a Enxada e o Terçado Terçado. Gráfico 1 – Percentual de ocorrência dos tipos de capitais fixos – máquinas, equipamentos e ferramentas em mais da metade das UPFs, Pólo Hélio Pimenta, 2005/2006, Acre Acre-Brasil.

89%

89%

Enxada

86%

Terçado 59%

57%

Alicate Bomba d'agua Pulverizador (bomba)

Fonte: ASPF/ZEAS ZEAS (2008)


O baixo nível tecnológico é ratificado pelos gráficos 2 e 3. A pesquisa revela que a estrut estrutura ura do custo total está dividida em em 45% 45% de custo variável e 55% 55% de custo fixo. V ale notar, então, que apesar dos custos fixos apresentarem maior composição na Vale estrutura dos custos totais, o índice de capitalização foi menor que 1, ou seja, as unidades de produção ainda tem gastado mais ccom mão-de de-obra obra do que com os próprios capitais fixos. Gráfico 2 – Principais componentes do Custo Total (CT) mediano, por UPF, Pólo Hélio Pimenta, 2005/2006, Acre Acre--Brasil

45% CF

55%

CV

Obs.: CF – Custo Fixo; F CV – Custo Variável Fonte: ASPF/ZEAS ZEAS (2008).

Gráfico 3 - Percentual de ocorrência dos tipos de capitais fixos – benfeitorias, em mais da metade das UPFs, Pólo Hélio Pimenta, 2005/2006, Acre Acre-Brasil Brasil

97% Açude 65%

62%

Horta 54%

Cerca Cacimba de Vertente

Fonte: ASPF/ZEAS ZEAS (2008).

Outro fator a ser mencionado que agrava o IK, é a falta de conhecimento quando o assunto são técnicas mais eficientes no processo produtivo das diferentes linhas de exploração. Durante D urante a pesquisa, foram foram questionados alguns produtores sobre novas técnicas ou ou técnicas mais hábeis em relação à produção das hortaliças, como o preparo da sementeira, do canteiro, das covas, espaçamento das plantas, escolha da variedade a


ser cultivada, preparo e conservação do solo, época de plantio, adubação, irrigação e colheit Foi questionado ainda sobre o combate a pragas e verificou-se colheita. verificou a falta de conhecimento da maior parte que ainda utilizam de métodos rudimentares. Podem ser citados como exemplo a “capina” ainda feita por muitos com o uso de terçado e enxada e a “irrigação” feita com irrigadores ou mangueira. Figura 4 - Uso da Mangueira

Fonte: ASPF ASPF/ZEAS (2008) (200

Figura 3 - Uso da Mangueira

Fonte: ASPF ASPF/ZEAS /ZEAS (2008)

Por outro lado , constatou constatou-se se também que algumas UPFs já utilizam no cultivo das hortaliças o uso de de. Segundo o Departamento de Agricultura da UFLA (Universidade Federal de Lavras) quando se utiliza hortaliças em ambiente protegido, podem ser obtidas boas produtividades o ano inteiro, pois, mesmo, em inverno rigoroso, excesso de chuvas, é possível ter produção em época de melhores preços, entressafra, além de permitir colheitas mais pre precoces coces e como não chove no interior das Estufas e a irrigação é controlada, tem tem-se se menor perda de adubos por lixiviação.

Figura 6 - Uso da Estufa

Figura 5 - Uso da Estufa

Fonte: ASPF ASPF/ZEAS (2008)

Fonte: ASPF ASPF/ZEAS /ZEAS (2008)


Vale ressaltar ainda que apenas 3% das UPFs tiveram acesso ao crédito bancário. O que também influencia o índice de capitalização. Diferente Diferente de outras unidades de produção familiar rural nenhuma das famílias entrevistadas tiveram acesso a linhas de crédito como PROCERA (Programa de Crédito Especial para a Reforma Agrária) PRONAF (Programa Nacional de Apoio e Fortalecimento da Agricultura Agrária), Familiar), entre outras, disponibilizados pelo Banco da Amazônia e Banco do Brasil Familiar), respectivamente. Uma das possíveis causas dessa pequena margem de produtores com acesso ao crédito bancário pode ser a falta de informação ou conhecimento ao se tratar do custo benefício dos juros do financiamento vs. rentabilidade da linha de exploração a ser beneficiada. Salienta-se se ainda, que mesmo esmo para aquelas UPFs que tiveram acesso ao crédito bancário, não significa que o recurso vai ser utilizado para a aquisição de novos capitais e revigoramento produtivo, uma vez que a pesquisa revela que o destino dos recursos foi 100% para uso comum e qu que, e, em muitos casos, são utilizados para diversos tipos de consumo das famílias. Gráfico 4 – Percentual de UPFs que pegaram algum tipo de crédito bancário, Hélio Pimenta, 2005/2006, Acre Acre--Brasil 3%

UPFs que fizeram empréstimo

97%

UPFS que não fizeram empréstimo

Fonte: ASPF/ZEAS ZEAS (2008)

Não obstante, verifica verifica-se no gráfico 5,, que os custos totais são maiores que a renda bruta proveniente da atividade produtiva, ou seja, as famílias que moram no Pólo Hélio Pimenta embolsam um remuneração proveniente do processo produtivo inferior às suas necessidades de gastos produtivos, sendo então necessário a complementação dessa renda com transferências governamentais e assal assalariamento ariamento para tornar as unidades produtivas viáveis.


Gráfico 5 - Relação entre Renda Bruta Total, Custo Total, Pólo Hélio Pimenta, 2005/2006, AcreBrasil 800,00 700,00 600,00 500,00 RT 400,00

RA RB

300,00 200,00 100,00 0,00 RBT

CT

Obs.: CT – Custo Total; RT – Renda de Transferências Governamentais; RA – Renda de Assalariamento; RB – Renda Bruta Fonte: ASPF/ZEAS (2008)

De acordo com o gráfico 6 a pesquisa revela que 48,65% da renda das unidades produtivas são oriundas destas transferências governamentais (bolsas oferecidas pelo governo federal, aposentadoria.). Isso demonstra certo grau de dependência destas transferências de renda, que surgiram para auxiliar a manutenção das famílias de baixa renda, no entanto, sem a finalidade de criar dependência. Revela ainda que 43,24% da renda é composta por membros das UPFs trabalhando fora do lote.


Gráfico 6 - Ocorrência dos tipos de renda por UPFs (%), Pólo Hélio Pimenta, 2005/2006, Acre AcreBrasil

86,49% RB RA

43,24%

48,65% 48,65%

RT

Obs.: RB – Renda Bruta; RA – Renda de Assalariamento; RT – Renda de Transferências Governamentais Fonte: ASPF/ZEAS ZEAS (2008)

Vale destacar que a pesquisa apresentou 48% das famílias entrevistadas com algum membro exercendo alguma atividade remunerada fora da unidade de produção. Uma das possíveis causas desse redirecionamento da força de trabalho familiar das unidades de produçã produçãoo para fora da unidade pode ser a baixa rentabilidade das atividades produtivas. E o que ocorre, na maioria das vezes, é a mudança da condição do lote de unidade produtiva para simples residência, fugindo do objetivo proposto do assentamento como pode ser visto na figura abaixo. Destaca Destaca-se se ainda que este desvio de foco na atividade agrícola provoca impactos na reprodução social das unidades de produção. Ora, uma família que não possui uma renda exclusivamente oriunda da agricultura tende a não criar seus filhos fi com as tradições culturais da vida no campo, onde a terra seria patrimônio de herança para as gerações futuras, e não só apenas um meio de produção, mais um modo de vida.


Figura 7 - Chácara

Fonte: ASPF ASPF/ZEAS /ZEAS (2008)

Salienta se, ainda, 62,81% da mão Salienta-se, mão-de de-obra obra familiar economicamente ativa está ocupada, ou seja, cerca de 37,19% está ociosa (ver gráfico 7). O que significa um percentual relativamente alto do índice de desocupação das famílias entrevistadas. Uma melhor gestão da mão mão-de de-obra obra familiar por partes dos chefes de família trariam melhor desempenho econômico em suas unidades de produção. Constata-se se também cerca de 24,32% de super-exploração supe exploração da força de trabalho familiar familiar, isto é, jornadas de trabalho mais longas que as 8 horas habituais, além da utilização da força de trabalho de crianças, jovens e idosos além de suas capacidades produtivas.


Gráfico 7 - Percentual de ocupação da força de trabalho familiar, Pólo Hélio Pime Pimenta, nta, 2005/2006, Acre Acre-Brasil

62,81%

FTFO FTFO+

24,32%

Obs Obs.: FTFO – Força de Trabalho rabalho Familiar Ocupada; cupada; FTFO+ - Utilização da Força orça de Trabalho rabalho Familiar amiliar Além lém da Disponibilidade isponibilidade Fonte: ASPF/ZEAS ZEAS (2008)

Contudo, apesar de toda dificuldade e necessidade das unidades de produção Contudo, de complementar a renda seja por transferências governamentais ou assalariamento fora do lote não compensa os produtores saírem de suas unidades de produção e se mudarem para a periferia da da cidade cidade,, pois de acordo com a tabela 1 o nível de vida (NV), em termos monetários, em decorrência de suas atividades produtivas, apresentou R$ 547,10, ou seja, mais de 1, 1,5 salárioss mínimo mensal estabelecido na época (R$ 380,00). 380,00) É importante salientar ai ainda que o valor apropriado pelas famílias observado pelo resultado apresentado pela MBF para aquisição de bens e serviços no mercado (subsistência) foi em mediana R$ 494,33. 494,33. Também maior que o salário mínimo estabelecido na época. Destaca se ainda que vale mais a pena o trabalhador rural investir em sua Destaca-se própria unidade de produção do que trabalhar fora do lote. Isso é ratificado pelo índice de remuneração remuneração da força de trabalho familiar (MBF/Qh/d)) que apresentou um resultado de R$ 52,76 (ver tabela 1). Ou seja, o produtor trabalhando em sua UPF recebe uma diária de R$ 52,76 enquanto que a diária média estabelecida na região é de apenas R$ 20,00.

Fazendo um comparativo com as famílias que vivem nas periferias urbanas urbanas, compensa mais continuar morando morando no pólo, já que se pode melhorar ainda mais as condições de vida dessa população. Além disso, verificamos que a maioria dos produtores possui pouca instrução educacional, o que dificultaria a inserção destes nno mercado de trabalho atual, o qual se encont encontra ra cada vez mais exigente em relação ao


perfil que o profissional deve apresentar.

Tabela 1 - Desempenho Econômico mediano por UPF, Pólo Hélio Pimenta, 2005/2006, Acre-Brasil

Indicadores Econômicos RB MBF AC NV IEE MBF/RB MBF/Qh/d TI

Unidade R$/mês R$/mês R$/mês R$/mês und. und. R$/dia und.

Valor 564,38 494,33 39,75 547,10 1,00 0,94 52,76 0,87

Obs.: Resultados medianos por UPF. Fonte: ASPF/ZEAS (2008)

No que tange ao valor do Termo de Intercâmbio a pesquisa revela que 87% da renda total tem sido destinada a compra de bens de consumo, o que significa que apenas 13% da renda das unidades de produção estão sendo empregadas no processo produtivo para investir e repor os fatores produtivos. Com relação à composição da Renda Bruta no Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta, as atividades Hortículas demonstraram maior peso com 70,16%, enquanto que a Agricultura apresentou 23,21% e as criações somente 6,63% na geração da renda de acordo com a tabela 2. É válido mencionar que um dos fatores determinantes para as Hortículas apresentarem maior participação na renda bruta total, seja o acesso a água. Pois, 97% das UPFs possuem Açude e ainda 54% possuem Cacimba de Vertente (gráfico 3). É mister frisar ainda a Cebolinha com 18,52%, a Macaxeira com 5,04% e a criação de aves/ovos com 3,77% como destaque de vendas de cada uma das atividades produtivas desempenhadas no Pólo. Não menos importante, é valido mencionar a distribuição das vendas uniformemente, sem maior concentração em apenas uma linha de exploração.


Tabela 2 – Evolução da Geração de Renda Bruta por linha de exploração, Pólo Hélio Pimenta, 2005/2006, Acre-Brasil

Linha de Exploração Agricultura MACAXEIRA BANANA CAJU CUPUAÇU OUTROS Criações CRIAÇÃO DE AVES/Ovos CRIAÇÃO DE PEIXES CRIAÇÃO DE BOIS/Leite/Queijo Hortaliças CEBOLINHA ALFACE COENTRO COUVE MAXIXE RÚCULA OUTROS

Geração de Renda Bruta (%) Pólo Hélio Pimenta 92.078,91 20.010,00 12.995,00 12.000,00 10.362,00

36.711,91 26.296,00 14.962,00 7.200,00 4.134,00

278.271,00 73.460,00 42.832,00 39.672,00 26.941,00 20.436,00 17.220,00

57.710,00

23,21% 5,04% 3,28% 3,03% 2,61%

9,26% 6,63% 3,77% 1,82% 1,04%

70,16% 18,52% 10,80% 10,00% 6,79% 5,15% 4,34%

14,55%

Fonte: ASPF/ZEAS (2008)

Do ponto de vista econômico-financeiro, essa variedade na produção reflete em ótimos resultados durante todo ano, pois cada linha de exploração possui características próprias quanto ao ciclo de vida, época preferencial de plantio. Salientase ainda que para o produtor rural cada época do ano é propícia para a colheita de culturas específicas para assim poder vendê-las. A Alface, por exemplo, pode ser plantada durante todo o ano, enquanto o melhor período de plantio da Banana corresponde ao final da época seca, quando as chuvas ainda estão esparsas, já que as necessidades de água das mudas são menores nos três meses que se seguem o plantio. De acordo com a tabela 2, apesar das hortículas constituírem a maior margem de composição da renda bruta das unidades produtivas, a Macaxeira apresenta melhor desempenho econômico com 15,82 conforme explicita o IEE (Índice de Eficiência Econômica) na tabela 3. O desempenho econômico da macaxeira pode ser justificado pela facilidade e baixo custo no cultivo. Segundo a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), a mandioca tolera as condições de acidez do solo e o plantio da mandioca é recomendado de maio a outubro, entretanto, desde que haja


umidade suficiente, a mandioca pode ser plantada em qualquer época do ano, além disso, são recomendadas no máximo três capinas por ano. Destaca-se ainda a demanda pela macaxeira, por ser uma das matérias primas principais da gastronomia tradicional acreana. Vale frisar ainda, que todos os principais produtos do pólo apresentaram bons resultados, quanto ao Índice de Eficiência Econômica. Todos foram acima de 1, o que significa que toda a produção está com situação de lucro, trazendo retorno financeiro ao produtor. De forma geral, a situação do pólo encontra-se equilibrada, pois para cada R$ 1,00 de custo é gerado em torno de R$ 1,00 de renda (ver tabela 1). Ainda sobre o índice de remuneração da força de trabalho familiar (MBF/Qh/d), todos os produtos citados na tabela 3, com exceção da criação de aves, apresentaram um valor superior ao custo de oportunidade. Considerando que a média de remuneração no Pólo Hélio Pimenta é de R$ 52,76 (ver tabela 1) e o valor médio da diária na região de R$ 20,00.

Tabela 3 – Evolução do desempenho econômico dos principais produtos, Pólo Hélio Pimenta, 2005/2006, Acre-Brasil Custo Linha de MBF/Qh/d Preço MBF/RB IEE Unitário Qtde Pict Exploração (R$) (R$) (R$)

Macaxeira (S) Banana Criação de aves Cebolinha Alface Coentro Couve Maxixe

417,95 776,02 5,41 46,34 55,10 46,41 55,03 49,59

0,97 0,99 1,00 0,96 0,95 0,93 0,92 0,95

15,82 2,62 1,33 1,05 1,44 1,12 1,32 1,49

0,12 0,75 4,07 0,24 0,35 0,45 0,19 0,26

0,40 3,00 10,00 0,25 0,50 0,50 0,25 0,50

6100 250 103 7200 3000 2400 4800 2400

526,48 22,91 85,58 7.186,49 1937,58 2078,79 2982,57 1.139,92

Obs.: MBF/Qh/d - Remuneração diária da força de trabalho familiar; MBF - Margem Bruta Familiar; RB - Renda Bruta; IEE - Índice de Eficiência Econômica; S – Solteira; Qtde – Quantidade; Pict – Ponto de Igualação dos Custos Totais Fonte: ASPF/ZEAS (2008).

De acordo com a tabela 1, outro índice que apresentou ótimo resultado foi o MBF/RB, o qual indica que mais de 90% da renda bruta gerada é apropriada pelos produtores para aquisição de bens e serviços no mercado (subsistência), reposição dos


capitais fixos e, se possível acumulação. De acordo com ASPF (2008), tais resultados foram possíveis devido o tipo de produção predominante, ou seja, a horticultura, além das políticas públicas na região, tais como, a compra antecipada da produção, bem como o programa Fome Zero.


CONCLUSÕES

Desde o começo dos anos 90, vem aumentando cada vez mais os debates e interesses pela agricultura familiar rural. Interesse este que se materializou em políticas públicas, como o PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e na criação do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), além do revigoramento da Reforma Agrária. A formulação dessas políticas vem atendendo as reivindicações das organizações de trabalhadores rurais e à pressão dos movimentos sociais organizados, conjugado com a preocupação dos aspectos sociais e ambientas do processo de desenvolvimento, de acordo com o que vem se denominando a sustentabilidade do desenvolvimento rural, que busca o equilibro da dimensão econômica, social e ambiental. Como alternativa de desenvolvimento sustentável, nos anos 90, surgem os Pólos Agroflorestais que possuem como característica básica a relação íntima entre trabalho e gestão, a direção do processo produtivo conduzido pelos proprietários, a ênfase na diversificação produtiva e na durabilidade dos recursos e na qualidade de vida, a utilização de trabalho assalariado em caráter complementar e a tomada de decisões imediatas, ligadas ao alto grau de imprevisibilidade do processo produtivo. Partindo do princípio que desenvolvimento sustentável caracteriza-se por ser um modelo de desenvolvimento que busca satisfazer as necessidades presentes sem comprometer as necessidades futuras, os Pólos Agroflorestais foram criados também com esse objetivo de preservar o meio ambiente, gerando renda e emprego a uma parcela da população que estará utilizando os recursos naturais sem comprometer sua produção, buscando uma melhor qualidade de vida. Assim, o meio rural, sempre visto como fonte de problemas, cada dia mais tem demonstrado ser portador de soluções, vinculados a melhoria no padrão e qualidade de vida de muitas famílias. Isso é ratificado pelos resultados da pesquisa que apontaram a população do Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta com um nível de vida mais elevado que o da periferia da cidade. No presente estudo constatou-se um baixo índice de capitalização, ocasionando um grande dispêndio de mão-de-obra e atraso no processo produtivo, que poderá estar sendo usada de forma mais eficiente em diversas outras atividades, gerado pelo baixo nível tecnológico, rusticidade dos equipamentos de produção e de técnicas ainda bastante rudimentares.


Como alternativa para tornar o processo produtivo mais dinâmico, propõe-se cursos sobre as diversas formas de cultivo das mais variadas linhas de exploração, gestão de trabalho no campo, assim como, palestras sobre as várias linhas de financiamento bancário voltada para o trabalhador rural. Durante a pesquisa constatouse a falta de conhecimento dos produtores quanto o custo benefício dos empréstimos rurais. Os dados levantados revelaram que apenas 3% das unidades de produção tiveram acesso ao crédito bancário, e destes, 100% foi para uso comum, ou seja, nenhuma das UPFs utilizou o recurso para investimento na produção. Todavia, apesar do pouco conhecimento e escassez de instrumentos e técnicas avançadas no cultivo das linhas de exploração, de forma geral, o pólo apresentou bons resultados. Sobre o Índice de Eficiência Econômica (IEE), os principais produtos explorados no pólo trouxeram lucro ao produtor rural. Ainda sobre o IEE a pesquisa revelou que as unidades de produção encontram-se em estabilizadas Verificando a composição da renda bruta e os custos totais, fora observado que os custos são maiores que a renda bruta proveniente do processo produtivo sendo então necessário a complementação dessa renda com transferências governamentais e assalariamento para tornar as unidades produtivas viáveis. Destaca-se ainda que com todas as dificuldades enfrentadas no campo o Nível de Vida das famílias do pólo se apresentaram melhores do que aquelas que moram na periferia da cidade, ou seja, mais de 1,5 salário mínimo mensal estabelecido na época. Tendo em vista os dados apresentados nesta pesquisa, de forma geral, as famílias assentadas no Pólo Agroflorestal Hélio Pimenta estão conseguindo se manter através dessa nova modalidade de assentamento. Através de seus trabalhos nas mais diferentes linhas de exploração, os moradores do Pólo estão gerando renda para suas subsistências e pra compra dos materiais necessários para dar continuidade em seus processos produtivos. No entanto, existem algumas condições – tais como disponibilização de recursos e assistência técnica – que devem ser vistas com mais atenção pelas autoridades competentes que tratam das políticas públicas para aquela região, para que estas venham a ser implantadas de forma coesa a realidade das famílias da região estudada.


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