Catagena_Edição 201 ipad

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An

os

www.areliquia.com.br / jornalareliquia.blogspot.com / facebook.com “A Relíquia” / twitter.com/areliquia

INFORMATIVO DOS ANTIQUÁRIOS, LEILOEIROS, GALERISTAS E COLECIONADORES ANO XVI - Nº 201 - MARÇO DE 2014 - RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO - DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA

Cartagena Cidade-fortaleza, Cartagena, também chamada de Cartagena das Índias, foi edificada na Colômbia, à beira do mar do Caribe, para servir de abrigo às frotas que, enviadas pelos Reis

LEILÕES DE MARÇO

Católicos, deveriam transportar em seu regresso à Espanha os preciosos metais acumulados durante séculos pelos habitantes da porção noroeste da América do Sul. Páginas 16, 17 e 18.

Antonio Dias na Fundação Iberê Camargo

RIO DE JANEIRO • ANTONIO FERREIRA • CAPADÓCIA • ERNANI • LEVY LEILOEIRO • MIGUEL SALLES • ONZE DINHEIROS

SÃO PAULO • CASA 8 • VICTOR HUGO

PORTO ALEGRE • PONTO DE ARTE

Instalação:Satélites, 2002, bronze, 180 x 450 cm, Col. do Artista

No ano do centenário de Iberê Camargo, a Fundação que leva o nome do artista, em Porto Alegre, abre o calendário de 2014 com uma grande exposição de Antonio Dias, nome fundamental da arte brasileira. Criada especialmente para o espaço, “Antonio Dias Potência da Pintura”, será inaugurada no dia 13 de março. Páginas 22 e 23.

FERNANDO BRAGA

O tédio nas feiras de arte páginas 6 e 7

Os museus mais visitados do mundo página 20

Leiloeiro Público


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Marรงo de 2014

A RELร QUIA

Shopping dos Antiquรกrios Rua Siqueira Campos, 143 - Slj. 153 - Copacabana - RJ

Tel.: (21) 2235-8015 / 3579-3710 / 9607-2692 / 9605-4724 www.portaldotempoantiguidades.com.br / portaldotempoantiguidades@hotmail.com


A RELÍQUIA

Março de 2014 - 3

Grande Leilão de Arte Presencial e online, outono de 2014 www.ernanileiloeiro.com.br

Lote 70 - Excepcional imagem em madeira policromada e dourada, representando Sant’Anna Mestra, com Nossa Senhora em pé ao seu lado. Classicamente representadas, as santas trazem vestes ricamente bordadas e distribuídas em largos pregueados, Acompanha resplendores dourado. Brasil séc. XVIII. Medindo 35 cm altura

Lote 50 - Excepcional fruteira do artista SASPORTAS, em bronze ormolú com 4 figuras de querubins e prato em cristal BACCARAT, lapidado e lavrado com brasão da República. Relíquia remanescente do extinto Palácio Monroe, que na época era sede do Senado Federal. Assinado

Lote 80 - Magnífica imagem brasileira esculpida em madeira policromada e dourada, representando Santo Antônio em tradicional postura, vestes franciscana, segurando o menino Jesus em seu braço esquerdo em cima de um livro, e em sua mão direita um cajado. Ambos com resplendores prateado. Brasil séc.XVIII. Medindo 67cm de altura

Lote 60 - Raríssima imagem brasileira esculpida em madeira policromada e dourada representando São Joaquim. Apresenta-se de pé, e suas vestes fartamente pregueadas e movimentadas, com a mão esquerda ao peito e a direita com cajado. Acompanha magnífico resplendor prateado. Brasil séc. XVIII. Medindo 70 cm de altura

Importante e Rara coleção de paliteiros de banquete, em grande parte prata portuguesa, dos meados do século XIX. Lotes variados

EXPOSIÇÃO: Dias 15, 16 e 17 de março Sábado, Domingo e Segunda-feira Das 14 às 21 horas LEILÃO: A partir do dia 18 de março Terça-feira às 20 horas LOCAL: Espaço Ernani Arte e Cultura

Catálogo, fotos, preços, lances prévios e lances em tempo real no site do leiloeiro. www.ernanileiloeiro.com.br PRÓXIMOS EVENTOS NO ESPAÇO ERNANI

Espaço Ernani Arte e Cultura Rua São Clemente, 385 Botafogo - Rio de Janeiro

Em abril: Grande leilão de artes, antiguidades e joias. Exposição: dias 26 e 27 / Leilão: dias 28, 29 e 30 Em maio: Grande leilão de artes. Exposição: dias 24, 25 e 26 / Leilão: dias 27, 28 e 29 Em junho: Evento Copa do Mundo, exposição de arte, transmissão ao vivo e festa. Venha assistir conosco!

Tel.: (21) 2539-2637 2539-2638 horacioernani@gmail.com


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Março de 2014

COMPRO OBRAS DE:

LEOPOLDO GOTUZZO ÂNGELO GUIDO LIBINDO FERRÁS PEDRO WEINGARTNER ADO MALAGOLI AUGUSTO LUIZ DE FREITAS FRANCISCO STOCKINGER

DISCAR (51) 3330.4763 8421.9306 e-mail: karam@saladearte.com.br Rua Cel. Bordini, 907 - Moinhos de Vento CEP 90440-001 - Porto Alegre/RS

A RELÍQUIA Circulação Nacional Publicação mensal da Sabor do Saber Editora

Compro Pinturas de artistas paranaenses Alfredo An dersen A. Nisio Theodoro de Bon a Maria Amélia Assumpção Miguel Bakun Guido Viaro Freysleben Traple

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FUNDADORES

Litiere C. Oliveira Luiz Carlos Marinho

FEIRAS DE ARTE E ANTIGUIDADES

EDITOR

ART AND ANTIQUES FAIRS

Litiere C. Oliveira

- Reg.Prof. MTb 15109

e-mail: litiere@areliquia.com.br RIO DE JANEIRO Publicidade: Rua Siquira Campos, 143 - Sl 73 - Copacabana - RJ Tel.: 21 2265-9945 Redação / Arquivo / Distribuição Rua Esteves Júnior 9, casa 01 Laranjeiras - CEP 22231.160 - Rio de Janeiro Tel.: 21 2265-0188 / Tel / Fax: 2265-9945 Cel.: 9613-2737 / 8899-0188 e-mail: jornalareliquia@gmail.com SÃO PAULO Representante: Juliano Alves Tel: (11) 5666-6240 / 995981145 / 97389-3445 e-mail: areliquiasp@gmail.com PORTO ALEGRE Representante: Elisa Moog Tel: 51 2112-8038 / 9955-9962 DIAGRAMAÇÃO Felipe A. Oliveira CONSELHO EDITORIAL Itamar Musse, Fernando Braga, Luis Octávio Louro Gomes, Manuel Machado, Paulo Roberto S. Silva e Francisco P. Cunha, Ricardo Kimaid, Roberto Haddad, Rudinel Vicente do Couto, Hebert Gomes, Pedro Arruda e Virgínia Arruda COLABORADORES João Ubaldo Ribeiro ( ABL), Ferreira Gullar, Ledo Ivo (ABL), Paulo Coelho (ABL), Antônio C. Austregésilo de Athayde, Rosângela de Araujo Ainbinder, Ana Beatriz Gomes, Tatiana Maria Dourado, Rachel Brenner, Luiz Marinho, Paulo Scherer Tiragem desta edição: 15.000 exemplares Os conceitos e opiniões emitidas em colunas e matérias assinadas, são de responsabilidade única e exclusiva de seus autores.

Variados tipos de porcelana e cristal, joias, prataria, tapetes, objetos Art-Noveau e Art-Déco, entre outros, em exposição nas barracas montadas There is a wide variety of porcelain, crystal, jewellery, silverware and carpets, amongst other objects of interest. These are displayed and sold at stalls around the market tower.

RIO DE JANEIRO

BRASÍLIA

BELO HORIZONTE

SÁBADO - SATURDAY

Todo último final de semana de cada mês - Shopping Gilberto Salomão

• Feira de Antiguidades Tom Jobim Sábados, 10 às 17h - Av. Bernardo Monteiro - Santa Efigênia

• Shopping Cassino Atlântico Av. Atlântica, 4240 - Copacabana - Feira de Arte e Antiguidades em ambiente com ar condicionado e música • Feira do Troca - Pça XV, em frente às Barcas (Bric-à-brac onde também se pode encontrar antiguidades). DOMINGO - SUNDAY • Praça Santos Dumont (em frente ao Jóquei) - Jardim Botânico • Feira de Antiguidades de Petrópolis - Praça Visconde de Mauá • Feira de Antiguidades Downtown - Av. das Américas, 500 Barra da Tijuca

SÃO PAULO SÁBADO - SATURDAY • Feira de Antiguidades da Praça Benedito Calixto - Pinheiros DOMINGO - SUNDAY • Feira de Antiguidades do MASP - Vão Livre do Museu de Arte de São Paulo - Av. Paulista • Feira de Antiguidades do Bixiga - Praça Dom Orione - Bixiga • Feira de Antiguidades do MuBE (Museu Brasileiro da Escultura) - Av. Europa, 218 Jardins

PORTO ALEGRE • Feira do Caminho dos Antiquários - Pça. Daltro Filho - Sábados, 10 às 16h • Brique da Redenção - Domingos, 9 às 18h - Av. José Bonifácio sn. - Bom Fim • Feira do 5ª Avenida -Av. Mostardeiro, 120 - Todos sábados das 10h às 18h

SÃO LUÍS • Feira de Antiguidades de São Luís - Todo último sábado do mes no Tropical Shopping.Av. Colares Moreira, 440 - Renascença 2


A RELร QUIA

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A RELÍQUIA

6 - Março de 2014

Todas as imagens (c) Andy Freeberg

Andy Freeberg: o tédio nas feiras de arte epois do grande sucesso da exposição "Guardians", o fotógrafo norte-americano Andy Freeberg chama a atenção por outra mostra - "Art Fare", montada com fotos que registram a apatia que acomete os vendedores de obras de arte nas galerias, nos estandes de feiras e salões de arte. Se em "Guardians" Freeberg focou sua lente nas mulheres "guardiãs" das principais obras de arte dos museus de Moscou (Russia), nesta última ele fotografou homens e mulheres em momentos de tédio nos estandes vazios. "Guardians" passou por importantes cidades do mundo, entre elas Moscou, Nova York, Londres, Miami, Los Angeles e Houston. Nessa mostra Andy Freeberg nos dá uma pausa para contemplar a vida dessas mulheres e como elas se relacionam com a obra de arte em exposição. Na verdade, a obra de arte torna-se periférica, com o foco direcionado para a meditação desses personagens confortavelmente sentados. Uma guardiã pode ter uma estranha semelhança com um qua-

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dro de Vermeer, outra tem cabelo rosa que quase coincide com o seu vestido. Em seu site, Freeberg oferece histórias sobre essas guardiãs da arte: "Uma mulher na Galeria Estatal Tretyakov do Museu de Moscou disse que muitas vezes retorna lá no seu dia de folga para se sentar em frente a uma pintura que a lembra de sua casa de infân-

cia", escreve ele. "Outra guarda viaja três horas em cada sentido para o trabalho, uma vez que em casa ela iria apenas sentar em sua varanda e se queixar de suas doenças, como as mulheres velhas fazem. Ela prefere estar no museu apreciando as pessoas admirando as obras, num local rodeado pela história de seu país." >>>

Fotos da exposição Guardians: “Retrato de Família de Pyotr Konchalovsky”, State Tretyakov Gallery, 2008 (à direita)


A RELÍQUIA Para a atual exposição (Art Fare), foi nas feiras de arte que Freeberg descobriu o ambiente ideal para praticar este voyeurismo artístico. Em meio a obras de arte nos estandes vazios, ele registra a apatia que acomete as pessoas, marchands e afins, colecionadores e artistas concentrados em seus aparelhos eletrônicos, ignorando as peças expostas, insensíveis às obras contemporâneas e indiferentes ao talento dos artistas. É quase uma crítica velada ao mercado de arte. Nas Galerias, os proprietários e seus funcionários ficam geralmente escondidos atrás de mesas e grandes escritórios fechados. "Mas diz Freeberg - nas principais feiras de arte que visitei, como Armory Show, em Nova York, e Art Basel, em Miami e na Suíça, eles estão plenamente visíveis em seus estandes. Como num palco, você pode ver os negociantes de arte encontrar com colecionadores, vendendo e negociando, falando em telefones celulares, trabalhando em laptops". Ele explica: "Fui atraído não só pelas pessoas, mas também pelas combinações de arte, roupas, equipamentos e posturas. Encontrei iluminação, figurino, cenografia para fotografar estes dioramas vivos, em que o próprio mundo da arte atua."

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Nascido em Nova York, inicialmente Andy Freeberg era um observador de uma sofisticada cultura da cidade, e depois com a faculdade em Michigan, onde estudou. Começou a carreira de fotógrafo profissional em Nova York tirando retratos para publicações como The Village Voice, Rolling Stone, Time e Fortune, fotografando os gostos de Michael Jackson, Bill Gates, e Neil Young.


A RELÍQUIA

8 - Março de 2014

RICARDO KIMAID

Caçadores de Obras Primas Ultimamente tenho ido pouco ao cinema, face à escassez de bons filmes, e também por comodidade, pois em pouco tempo após os lançamentos, esses filmes estarão disponíveis nas locadoras, nos sites ou nos canais de televisão; é mais prático, não? Bem, no último fim de semana, alfinetado pela minha querida esposa, encaramos esse programa para assistir o filme "Caçadores de obras de Arte", cujo tema aborda os saques de Hitler e seus seguidores aos museus e aos grandes colecionadores de arte, especialmente os de origem judaica. O filme é baseado em fatos reais, e discorre num cenário bem convincente dos últimos anos da II Grande Guerra, onde um grupo de guardiões especialistas, restauradores e historiadores das artes plásticas, liderada por um americano, Frank Stokes, se empenham em recuperar milhares de obras de artes roubadas, que estavam sendo guardadas em minas desativadas, para que num futuro próximo fossem exibidas num projeto ambicioso: um mega museu que levaria o nome de Hitler. Bem, e daí? Se não sou cinéfilo, por que estou abordando esse assunto? Explico: num determinado trecho do filme, em pleno clima de guerra, a alta corte americana questionava ao Tenente Stokes (George Clooney) se valia a pena colocar em risco vidas humanas para recu-

Leilão de Março de 2014 Presencial e on-line

Porcelanas, pratarias, imagens, marfins, quadros, lustres, móveis, bronzes, tapetes, relógios, opalinas, faqueiros, aparelhos de jantar, toalhas de mesa, etc

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Exposição:

Dias 08, 09 e 10 de março de 2014 Sábado, das 15 às 20 horas

Leilão:

Noite única - 11 de março de 2014 às 19 horas Local: Rua Edmundo Lins, 18 - apt. 801 Copacabana - Rio de Janeiro

Tel: (21) 2553-0791 e 99974-4409 www.cristinagoston.com.br cristina.goston@terra.com.br

Pagamos aos proprietários uma semana após o leilão

perar as obras de arte que estavam sendo saqueadas pelos nazistas. Sua resposta à indagação continha um fator, um fatorzinho, que reitera tudo que venho tentando transmitir em minhas críticas à maneira como se trata a cultura nesse mundo contemporâneo. Firme, Stokes exalta o fato que não são somente as obras primas que estão em jogo, mas a cultura e a História, construídas durante séculos pelos artistas que hoje são reconhecidos como gênios. Muitas daquelas obras são uma síntese ilustrada e narrativa da época renascentista; como falar da "Madona" de Michelangelo de 1501, O "Jovem", de Rafael, o Autorretrato de Rubens, e depois Cezane, Édouard Manet, Degas e outros, se as mesmas não fossem recuperadas? Poderiam ter o mesmo destino de centenas de trabalhos que foram queimados, principalmente os modernistas como os de Picasso e Paul Klee, entre outros que não eram do agrado do Führer. Como falar dessas obras, se nem suas cinzas estão aí para ilustrar esse período tão rico culturalmente falando, e que hoje são provas vivas dessa época? Uma coisa não se pode negar: Hitler era um homem de sensibilidade artística apurada, basta verificar o apreço com que tratava os artistas, até mesmo os judeus que se destacavam pelo talento artístico. Aqueles que viajam e visitam os principais museus europeus, quando estão diante dessas obras primas, não imaginam que muitas delas poderiam ter sido queimadas, pois Hitler ordenou, perante o fracasso de suas tropas que já se desenhava, que explodissem as minas onde estocavam esses tesouros, e tocassem fogo em milhares dessas obras, o que felizmente não aconteceu. Ficamos livre de Hitler. Essas obras, esses gênios, essa história, resistiram a esse poderoso lunático, mas nem por isso devemos esmorecer na luta da preservação desse patrimônio, pois os movimentos novidadeiros patrocinados pela mídia de conveniências, lutam desesperadamente para criar entulhos culturais para as gerações futura. Fico imaginando, como se portarão as próximas gerações diante uma "peruca de arame", ou uma caixa contendo "trenas de madeira perfiladas", ou ainda "emplastres de cores de burro quando foge" debutando nas salas de museus ou paredes de colecionadores. Será que ficarão tão emocionados como no filme ficaram os historia-

Jornal A RELÍQUIA Para Assinar ou Anunciar

RIO DE JANEIRO: (21) 2265-0188

dores diante obras primas recuperadas? Não! Emoção é algo que hoje inexiste diante da porcariada que inundou o cenário da arte de um modo geral: no cinema, na música e nas artes plásticas. Se perguntarmos a um jovem quem foi Shakespeare, Da Vinci, Michelangelo, Chopin, é de se ter medo das respostas, pois nada se fala, escreve ou sai nas telinhas da TV que incentive a curiosidade cultural das novas gerações. Aqui mesmo no Rio de Janeiro, criou-se uma epidemia de construir novos museus, enquanto os já existentes e tradicionais minguam pela falta de verbas para sua conservação, fruto da cultura de fazer o novo em detrimento do antigo e histórico. Recentemente fui ao MAM (diga-se de passagem, uma das mais lindas arquiteturas no gênero) para assistir uma peça em um dos seus anexos, que leva o nome de uma operadora de telefonia. O Museu em si flutuava na penumbra do espaço e de sua importância junto aos passantes que circulavam em seu entorno. Verbas para construir Museu da Imagem e do Som, Cidade da Música, Museu do Futuro e Museu de Arte do Rio, ah, para isso aparece e sobra! É fácil chegar à conclusão da origem dos desmanches cultural disseminados pelas escolas, locais em que hoje nem o hino nacional é ensinado ou executado pelos alunos; é só procurar as "toupeiras" que exercem suas funções nos ministérios da cultura e educação. Brasil; país rico é país culto! Ricardo Kimaid ribakim@uol.com.br / www.rembrandt.com.br / tel 2273-3398

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A RELÍQUIA

Março de 2014 - 9

A Snob Antiguidades e a Scherer Antiques agora estão juntas. São 60 anos de tradição em dose dupla formando o mais carioca dos antiquários.

“As pessoas não sabem o que querem até você mostrar a elas” Paulo Scherer Direção geral Paulo Scherer

Scherer Antiques 20 anos

ANTIGUIDADES 60 anos

Shopping dos Antiquários

Rua Siqueira Campos, 143 - 2º piso - Lojas 110 e 111 - Copacabana Tel.: (21) 2549-9335 - Telefax: (21) 2256-2032 - Cel. (21) 99913-5849


A RELÍQUIA

10 - Março de 2014

Receita para fazer uma feira de arte primeiro passo para quem quer organizar uma feira de arte é abrir uma empresa e fazer o projeto, lógico , não necessariamente nessa ordem. Depois, o responsável precisa conseguir patrocínio, o mais difícil, mas se os organizadores forem amigos, coligados ou tiverem influência junto ao prefeito da sua cidade, podem conseguir dinheiro da prefeitura. É difícil, mas há exemplo, como dinheiro que veio da Secretária de Turismo, que nada ganha com o evento, porque o aumento da ocupação hoteleira e do fluxo de turistas não sofre nenhuma alteração, visto que quem frequenta esse tipo de evento é gente do mercado de arte, que viria à feira de qualquer jeito, com ou sem dinheiro da prefeitura. Dinheiro meu, seu, nosso, dinheiro do povo, dado sem licitação para viabilizar a realização de um evento privado que visa o lucro. Nem dinheiro de imposto a prefeitura ganhou, pois isentou de tributos a feira. No entanto, não é fácil conseguir dinheiro da prefeitura. O prefeito de sua cidade, para liberar a verba, pode exigir que você aceite, como sócios, alguns investidores indicados, como uma dupla de empresários conhecidos. Isso é muito importante nessa receita: o ingresso, depois de tudo organizado e com o dinheiro da prefeitura na mão, de investi-

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dores coligados ao prefeito, que colocam mais dinheiro e entram no negócio. Junto aos novos sócios vem uma série de benesses, como a liberação de impostos municipais e estaduais, espaço expositivo a preço de banana ou de graça mesmo, entre outras coisas mais. Com os novos sócios caindo de paraquedas no negócio já estruturado, atraindo mais a atenção da mídia, fica faltando o toque final para tudo dar certo. Você convoca uma coletiva de Imprensa, imprensa que engole qualquer história mesmo, e comunica que, em função da importância do projeto para a cidade e para o mercado de arte, e blá, blá, blá, além do dinheiro da prefeitura, os investidores, conscientes do potencial de lucro da feira foram convidados e aceitaram participar do projeto. Não pode dizer que os investidores foram impostos pelo prefeito. Pronto, agora é só tocar o negócio, convidar as galerias de arte e conseguir novos patrocinadores, porque aí fica mais fácil. Mas, há mais um detalhe de suma importância: mesmo existindo outras feiras de arte no Brasil, você não deve dizer que o formato da sua é igual ou parecido com o dessas outras feiras. Você pode até copiar o formato de uma feira mais tradicional de São Paulo, por exemplo, mas nunca vai ad-

mitir isso. Vai dizer que viajou o mundo todo, que visitou os mais importantes eventos desse tipo na Europa e nos Estados Unidos, para então elaborar um projeto original e maravilhoso baseado no que essas grandes feiras internacionais têm de melhor. Que beleza! Outro item fundamental na receita para fazer uma feira de arte diz respeito aos organizadores, que devem ser do mercado de arte, de preferência artistas plásticos desconhecidos, cujas obras ninguém ouviu falar, ou então curadores anônimos de exposições que ninguém viu, ou autores de livros que ninguém leu. Não importa, uma boa assessoria de imprensa enfeita o pavão, a mídia divulga e essas pessoas do nada viram celebridades. Essa é apenas um das receitas para se organizar uma feira de arte no Brasil. A mais fácil! Existem outras, mais trabalhosas, como você colocar dinheiro do seu próprio bolso, conseguir patrocínio direto ou através da Lei Rouanet, investir em publicidade, pagar os impostos devidos, escolher um bom local com um aluguel que compense o custo-benefício, convencer as galerias a pagarem bem pelos espaços etc. Mas, é claro que qualquer um vai preferir a primeira receita, quase uma fórmula mágica. (L.C.O.)

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2º grande leilão da temporada 2014 ESTAMOS CAPTANDO PARA O LEILÃO DE MARÇO Oferecemos para você: ● ● ● ● ● ● ● ●

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A RELÍQUIA

Março de 2014 - 11

ONZE DINHEIROS Escritório de Arte

Paulo Roberto de Souza e Silva e Francisco Eduardo de Oliveira Pereira da Cunha

Leilão Coleção de Dinorah e Caio de Freitas

GUIGNARD, Alberto da Veiga (1896 / 1962) - “Ouro Preto” ost - 33 x 55 cm

EXPOSIÇÃO: Dias 08, 09 e 10 de março de 2014 Sábado, Domingo e Segunda-feira Das 15 às 20 horas

LEILÃO: Presencial e online simultâneo Noite única - 11 de março de 2014 Terça-feira às 19 horas

ENDEREÇO: Rua Edmundo Lins, 18 - apt. 801 - Copacabana - Rio de Janeiro Tel.: (21) 99994-7394 / 98293-0136 / 98420-3228 / 98420-3126 E-mail: cristinagoston@galeriaalphaville.com.br Catálogo online disponível a partir do dia 08 de março. Novo site: www.cristinagoston.com.br Leiloeira: Cristina Goston


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A RELÍQUIA

Março de 2014

ANTONIO FERREIRA LEILOEIRO

PÚBLICO

Leilão de Março

9º Leilão de Artes Barata Ribeiro

Quadros, Porcelanas, Cristais, Móveis e curiosidades em geral.

Exposição - 21 de Março das 11:00 às 19:00 horas e 22 de Março de 2014 das 11:00 às 16:00 horas

Exposição: Dias 21 e 22 de março de 2014 sexta-feira de 10 às 19h e sábado de 10 às 17h

Leilão:

Leilão - 25, 26 e 27 de Março de 2014 a partir das 17:00 horas

Dias 24, 25 e 26 de março de 2014 segunda, terça e quarta-feira às 19h

Endereço: Rua Barata Ribeiro, 383 - salas 701, 801 e 802 Copacabana - RJ

Sede: Rua Frei Caneca, 165 e 173 - Centro - RJ Tel: (21)2509-4149 / (21) 99896-9120 / (21) 7897-3283 / (21) 98162-2529. Email: capadocia173@gmail.com Site: www.capadociantiguidades.com.br

Escritório: Rua Barata Ribeiro, 383 - Lojas 701, 801 e 802 Copacabana - Rio de Janeiro - RJ Telefones: (21) - 3586-3393 - 3092-7229 - 998145-3393 - 99379-1639 e-mail: leiloeiro@antonioferreira.com.br - Site: www.antonioferrira.com.br

CAPTAÇÃO PERMANENTE DE PEÇAS PARA LEILÃO Realização:

Estamos captando peças para o próximo leilão!

Rua da Paciência, 461 - Rio Vermelho - Salvador - BA Tel: (71) 3334-5316 Tel/fax: 3334-8224 / Cel:(71)9988-0691

E-mail: itamarmusse@uol.com.br

Itamar Musse Desde 1918 Antiquário

Francisco Silveira Orestes Bencardino


A RELÍQUIA

Março de 2014 - 13

GRANDE LEILÃO DE ARTE

Leilão de Março Quadros europeus e nacionais - pratas marfins esculturas - estatuetas - móveis cristais - imagens

Estamos captando peças para o próximo leilão Paul Ponsard (1882-1915) - Imponente escultura francesa em bronze e marfim, com base em mármore, representando D'Artagnan. Assinada. Alt. bronze 50,5cm

Leilão online e presencial, com transmissão de áudio e vídeo ao vivo: Acesse e cadastre-se: www.iarremate.com.br/valdirteixeira Todos os lotes com fotos e descrição nos sites: www.valdirteixeiraleiloeiro.com.br e www.iarremate.com.br/valdirteixeira

Rua Assunção, 210 - Botafogo - RJ - CEP. 22251-030 Tel/Fax: 2539-4907 / 2537-4040 / 8205-3736 Email-leiloeiro@vadirteixeiraleiloeiro.com.br www.valdirteixeiraleiloeiro.com.br

Feira de Antiguidades do Shopping Cassino Atlântico 17 Anos ANTIGUIDADES - JOIAS - PRATARIAS - MURANO PORCELANAS - ESCULTURAS - PINTURAS CRISTAIS - TAPETES - ARTIGOS DE DECORAÇÃO CURIOSIDADES E NOVIDADES TODOS OS SÁBADOS DAS 11:00H ÀS 18:00H Av. Atlântica, 4240 - Copacabana - RJ Estacionamento pela N. S. de Copacabana, 1417

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A RELÍQ

14 - Março de 2014

Leilão da coleção de Din ONZE DI

ALPHA

Relógio de mesa de porcelana possivelmente de Sèvres, guarnição de bronze cinzelado com brazão

GALER

EXPOSIÇ 08, 09 e 10 de m Sábado, Domingo e das 15 às 2

Santa Rosa, Tomás (1909 - 1956) - "Figuras" óleo sobre cartão - 25 x 30 cm

Relógio de mesa "West Clox Baby Bem", frente de prata. Altura: 30 cm

Serviço de cristal lapidação "bico de jaca", composto de 94 peças

Escola Europeia - "Galos" - ost 38 x 55 cm

Par de cadeiras estofadas com gobelain floral

Dunquerque com marqueterie, porta de vidro e aplicações em bronze 84 x 32 cm - Altura: 1,10 m

Sala de jantar, estilo inglês, mesa elástica (1,80 x 1,00 m) com 2 tábuas extensoras (0,35 x 1,00 m cada) e 8 cadeiras

LEILÃO Presencial e onlin Noite única - 11 de Terça-feira às

ENDERE Rua Edmundo Lins, Copacabana - Ri Tel.: 99994-7394 98420-3228 / 9 E-mail: cristinagoston@ga Catálogo online disponível a p Novo site: www.cristi

Santa Rosa, Tomás (1909 - 1956) - "Abstrato" - datado 1941 - guache - 50 x 45 cm

Vitrine com 2 portas de vidro, pés de garra sobre bola - 122 x 37 cm. Altura: 1,25 m

Leiloeira Púb


ELÍQUIA

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Março de 2014

Martin St-Amant - Wikipwdia - CC-BY-SA-3.0

Cartagena das Índias Fortaleza de São Felipe de Barajas

ntecipando-se aos portugueses, os espanhóis encontraram no Novo Mundo, no século XVI, grandes tesouros de ouro, prata e pedras preciosas. A apropriação dessas riquezas não foi, a princípio, fruto da mineração, mas da dominação do México e do Peru, onde os potentados indígenas viviam em palácios ricamente adornados com valiosíssimos objetos, o mesmo ocorrendo nos templos dedicados a seus deuses. Cidade-fortaleza, Cartagena, também chamada de Cartagena das Índias, foi edificada na Colômbia, à beira do mar das Antilhas, para servir de abrigo às frotas que, enviadas pelos Reis Católicos, deveriam transportar em seu regresso à Espanha os preciosos metais acumulados durante séculos pelos habitantes da porção noroeste da América do Sul. Após trezentos anos de lutas contra flibusteiros de várias nacionalidades, Cartagena - berço da independência da Colômbia se converteria numa pitoresca cidade debruçada sobre o mar, onde não faltam atrativos para os visitantes, os quais podem admirar, além de velhas fortalezas ou muralhas arruinadas, os vestígios da arquitetura colonial espanhola com suas típicas casas pintada de branco. A ocupação espanhola da parte noroeste da América do Sul na primeira metade do século XVI teve como resultado quase que imediato a localização de imensas riquezas minerais concentradas sobretudo no Peru e regiões vizinhas. Ouro, prata e pedras preciosas passaram a ser arrecadadas pelos colonizadores mediante a violenta espoliação dos tesouros conservados pelos povos indígenas durante centenas de anos. A remessa do produto dessa pilhagem para a Espanha exigiu a utilização de um porto abrigado e bem fortificado, aonde os navios chegados da Europa pudessem, a salvo da fúria do mar, descarregar as mercadorias que de lá traziam - e que consistiam principalmente de alimentos, roupas e armas - e receber, de volta, os metais preciosos destinados a abarrotar os reais cofres espanhóis. Na região costeira, banhada pelo mar das Anti-

A

Antigo mapa da cidade recém-criada e sem paredes (c.1550) / Gravura colorida / Baptista Boazio

lhas e compreendida entre os rios Madalena e Atrato, habitavam os índios turbacos, temidos pela sua ferocidade. O nobre Pedro Heredia firmou, em 1532, na cidade de Medina do Campo, as capitulações - que eram uma espécie de contrato - para a conquista e posse da área situada entre as desembocaduras daqueles dois rios. Comandando

uma pequena frota, ele desembarcou num local ao sul da foz do Madalena e fez edificar aí o primitivo núcleo da cidade de Cartagena no dia 20 de janeiro de 1533. Foi batizada em homenagem a Cartagena, na Espanha. A fim de que fosse evitado qualquer tipo de confusão com o burgo de igual nome situado na própria metrópole, nas proximidades de Múrcia, a cidade fundada na Colômbia ficou sendo conhecida, durante muito tempo, pela denominação de Cartagena das Índias. A primeira preocupação dos colonos, logo depois do desembarque, consistiu em erigir sólidas fortificações destinadas a protegê-los dos ataques dos selvagens e, também, das incursões dos corsários franceses e ingleses que, já naquela época, costumavam pilhar os navios que encontravam e atacar os mais desenvolvidos pontos da costa habitados pelos espanhóis. Para esse fim foram construídos no século XVI os primeiros fortes, que receberam os nomes de El Roquerón, La Caleta, Ponta de Icacos e Manga, iniciando-se ainda o de São Felipe, que se tornaria, com posteriores acréscimos, a mais notável obra de arquitetura militar edificada pela Espanha em terras americanas. W. Commors / Ealmagro

Trecho da antiga muralha


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Março de 2014 - 17 W. Commors/Einer

Torre leste da Fortaleza de São Felipe de Barajas

Cartagena constituiu assim uma vasta série de fortificações sob cuja proteção se desenvolveu um núcleo urbano florescente, dotado de um entreposto comercial onde eram armazenadas as mercadorias chegadas da Península Ibérica. Nas viagens de retorno esses navios eram carregados com os metais preciosos retirados das minas, dos palácios e dos templos sulamericanos pertencentes à coroa espanhola. No século XVII surgiu nova mercadoria - o escravo negro. Trazido da Guiné, ele começou a ser de-

Igreja de São Pedro Claver, em Cartagena

sembarcado em grande quantidade em Cartagena, onde, depois de vendido, tomava o rumo de Guaiaquil, Callao e Lima, para ser usado nos rudes trabalhos das minas ou da construção de cidades, fortalezas, estradas e palácios destinados aos conquistadores. Pedro de Claver, missionário jesuíta que atingiria a santidade por seu trabalho em favor de um tratamento humano em relação aos escravos, acabaria entrando para a história do país como Apóstolo dos Negros. Falecido em 1654, seu corpo está seW. Commors/Pedro Szekely

Vista da fachada principal do Teatro Heredia

pultado na capela da igreja de Cartagena que leva o seu nome. A partir de 1543 Cartagena sofreu constantes ataques de corsários ou piratas de origem francesa e inglesa, alguns dos quais, como ocorreu em 1586 com Francis Drake, conseguiram vencer a resistência oposta pelas fortalezas e ocupar a cidade, de onde só saíram depois de completado o saque total e após o recebimento de pesado resgate que foi pago em ouro, prata e pedras preciosas, além de grande quantidade da rica moeda da época. Contudo, algumas investidas fracassaram, sendo a mais famosa delas a derrota que D. Blas de Lezo infligiu ao almirante inglês Edward Vernon em 28 de abril de 1741. A cidade sofreu um ataque de grande escala pelas tropas coloniais britânicas e norte-americanas, lideradas pelo almirante Vernon (1648-1757). Os atacantes chegaram a Cartagena com uma frota massiva de 186 navios e 23.600 homens, incluindo 12 mil de infantaria. Contra eles, estavam seis navios espanhóis e menos de três mil homens. Esta ação ficou conhecida como Sítio de Cartagena de Índias. O cerco foi interrompido devido ao início da estação chuvosa tropical, depois de semanas de intenso combate em que os grupos de desembarque britânicos foram repelidos com sucesso pelas forças espanholas e indígenas, lideradas pelo comandante General Blas de Lezo, que acabaria por morrer na batalha. Durante todo o período colonial Cartagena manteve sua posição de principal porto não só da Colômbia como de toda a costa norte da América do Sul, apesar de suas comunicações com o interior serem feitas através de estradas rústicas e mal construídas, fato que contribuía para retardar as ligações entre o porto e as ricas zonas de mineração do Peru, do Equador e da Bolívia. Continua na página seguinte


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Continuação da página anterior Ao iniciar-se o século XIX - e aproveitando o período das guerras napoleônicas na Europa, que afetaram profundamente a Espanha - os patriotas residentes em Cartagena proclamaram, em 11 de novembro de 1811, sua independência política. A reação das forças coloniais espanholas, fortalecidas alguns anos após com a derrota final de Napoleão, não tardaria. Em 1815, a cidade era retomada, e só seis anos depois conseguiriam os colombianos libertá-la, definitivamente, do domínio espanhol. A independência da Colômbia não trouxe para Cartagena as vantagens que seria de esperar. Ao contrário, já em 1840 se notava sua decadência, e até mesmo seu porto - que fora sua principal fonte de riqueza e progresso - começou a ser suplantado, a partir daquele ano, pelo de Barranquilla, cidade mais ao norte, localizada às margens do rio Madalena e que se tornaria o principal porto colombiano até nossos dias. A Cartagena dos dias de hoje é uma cidade que conseguiu recuperar grande parte de seu primitivo fastígio, graças, sobretudo, à exploração dos campos petrolíferos localizados no Vale do Madalena. O petróleo surgiu ai, em grande quantidade, a partir de 1917. Um oleoduto construído em 1926 liga Barrancabernia (zona da extração do óleo) ao porto de Cartagena e está fixado o ponto de atracação dos petroleiros. Capital do Departamento de Bolívar, em Cartagena estão estabelecidas várias refinarias de petróleo, fábrica de fertilizantes, salinas e diversas indústrias. Os antigos fortes de Cartagena foram transformados em monumentos nacionais, destacando-se entre eles o de São Fernando que, localizado na extremidade da praia de Boccachica, guardou, ao longo dos séculos, a entrada da baía de Cartagena; o forte de São Felipe de Barajas, construção de 1657; o de La Tenaza; o de São Sebastião del Pastelillo e outros menos importantes. Para o turismo, que é uma de suas principais fontes de receita, Cartagena dispõe de excelente infraestrutura hoteleira. Além dos bairros antigos - onde ainda se encontram restos das velhas muralhas da cidade e uma série de construções que remontam à época colonial, tais como o Convento da Popa, localizado na colina do mesmo nome e da qual se descortina impressionante vista da velha cidade - o visitante pode apreciar ainda a Igreja de São Pedro Claver, com seus pátios e galerias anexos e a capela onde morreu e está sepultado o santo; o Clube Naval, junto ao Forte de Santa Cruz e a Escola Naval da Colômbia, situados ambos na ilha de Manzanillo; a Torre do Relógio - um dos monumentos típicos da cidade - cuja Porta do Relógio, em sua parte inferior, era elemento constituinte da antiga muralha; a praça dos touros e o estádio de beisebol (um dos esportes mais populares do pais); as várias edificações coloniais ainda existentes na Praça da Carretas e entre as quais se distingue o Palácio da Inquisição (sede do Santo Ofício) com seu portal todo executado em pedra lavrada, e as estátuas de Cristóvão Colombo - o descobridor do continente e de quem o país tomou o nome - e D. Blas de Lezo, o herói que

Wikipwdia - CC-BY-SA-3.0

Paredes e canhões da cidade velha / Martin St-Amant W. Commors/Cbrough

Rua colonial em Cartagena

derrotou uma das mais fortes expedições de piratas ingleses. Além disso, há ainda a curiosa Casa do Pirata. A independência do país (1811), de que Cartagena foi palco, é lembrada pelo Parque do Centenário. Os cafés são muito frequentados. Convém lembrar que a Colômbia, além de possuir a melhor qualidade de café, é também, depois do Brasil, o maior produtor mundial de grãos. A maioria dos edifícios públicos mais modernos da cidade apresenta características arquitetônicas inspiradas em motivos coloniais, contrastando com os arranha-

céus construídos nas partes mais novas de Cartagena. No entanto, os visitantes preferem apreciar as antigas residências locais, com seus inúmeros vestígios de uma época já bastante remota. Cartagena é a cidade mais associada a piratas no caribe, e no mundo. O centro histórico de Cartagena, conhecido como a cidade fortificada, foi declarado Patrimônio Nacional da Colômbia, em 1959, e Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, em 1984. No ano de 2007, sua arquitetura militar foi reconhecida como a quarta maravilha da Colômbia.


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Os museus mais visitados do mundo m 2013 foi divulgada uma lista com os nomes dos museus de arte mais visitados do mundo, ou seja, todos os museus com qualquer forma de arte em exposição. A lista de 100 museus foi baseada em pesquisa da The Art Newspaper publicada no ano passado. Os Estados Unidos da América é o país com maior número de museus a constar nessa lista, com 21 instituições de arte entre as 100 mais visitadas. Por outro lado, Londres é a cidade recordista, com 10 museus na lista. O Brasil está representado com apenas uma instituição, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), que está na 51º posição. O museu mais visitado do mundo, como era de se esperar, é o Museu do Louvre, em Paris, com quase 10 milhões de visitantes por ano, seguido pelo Metropolitan de Nova Iorque, com pouco mais de seis milhões. Em seguida, Londres emplaca três museus em terceiro, quarto e quinto lugares: Museu Britânico (5.600.000

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Museu Britânico

Victória e Albert Museu

Museu D'Orsay

visitas), Galeria Nacional (4.900.000) e a Tate Modern (4.800.000). A Galeria Nacional de Washington*, D.C., aparece em 6º lugar, com mais de 4.600.000 visitantes.

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Inexplicavelmente a pesquisa deixa de fora alguns dos mais importantes museus de arte do mundo, como o Museu do Palácio, em Pequim, que recebe anualmente 7 milhões de visitantes, assim como os Museus do Vaticano, que atraem 4 milhões e 300 mil pessoas. Alguns museus, como os de História Natural, também são excluídos. A seguir a lista completa dos museus até a quinquagésima posição: 1º Museu do Louvre; 2º Metropolitan de N.Y.; 3º Museu Britânico; 4º Galeria Nacional de Londres; 5º Tate Modern; 6º Galeria Nacional de Washington, D.C.; 7º Centro Georges Pompidou, Paris (3.530.000); 8º Museu D'Orsay, Paris (3.022.012); 9º Museu do Prado, Madrid (2.800.000); 10º Museu Nacional da Coreia (2.730.204); 11º Museu Nacional Palace, Taiwan (2.574.504; 12º Museu Hermitage de São Petersburgo (2.500.000); 13º Museu Nacional de Tóquio (2.300.000); 14º Victória e Albert Museu, Londres (2.269.900); 15º Museu Nacional Cen-

tro de Arte Reina Sofia, Madrid (2.087.415); 16º Galeria Nacional de Retrato, Londres (1.961.843); 17º Instituto de Arte de Chicago (1.846.889); 18º Museu Memorial M. H. de Young, São Francisco, USA (1.840.812); 19º Palácio do Arsenal do Kremlin, Moscou (1.572.171); 20º Galeria Uffizi, Florença (1.530.318); 21º Museu Nacional de Arte Ocidental, Tóquio (1,513,249); 22º. Galeria Tate Britain, Londres (1,501,837); 23º Museu de Arte Mori, Tóquio (1,500,000); 24º Museu du quai Branly, Paris (1,496,438); 25º Museu Van Gogh, Amsterdã (1,451,139); 26º Galeria de Arte e Museu Kelvingrove, Glasgow (1,368,096); 27º Galeria de Arte de New South Wale, Sydney - Austrália (1,312,762); 28º Museu das Crianças de Indianápolis (1,300,000); 29º Galeria Estatal Tretyakov, Moscou (1,283,401); 30º Museu de Belas Artes de Houston (1,274,774); 31º Real Academia de Artes, Londres (1,267,784); 32º Guggenheim de Nova Iorque (1,263,111); 33º Galeria Saatchi, Londres (1,260,840); 34º Palácio Ducal de Veneza (1,216,799); 35º Galeria Nacional de Retratos de Washington (1,186,493); 36º Centro Getty, Los Angeles (1,153,903); 37º Museu Kunsthistorisches, Viena (1,140,959); 38º Academia de Belas Artes de Florença (1,130,136); 39º Museu Pergamon, Berlim (1,093,000 ); 40º Museu Picasso, Barcelona (1,061,106); 41º Museu Americano de Arte Smithsonian, Washington (1,002,300); 42º Centro Nacional de Arte, Tóquio (994,307); 43º Pinacoteca de Paris (972,000); 44º Galeria Freer e Sackler , Washington (968,649); 45º Museu de Belas Artes, Boston (926,545); 46º Museu de Arte de Dallas - USA (907,000); 47º Museu Guggenheim, Bilbao (905,048); 48º Museu Nacional de Arte, Pequim (900,000); 49º Galeria Nacional de Edimburgo (894,161); 50º Rijksmuseum, Amsterdã (864,252).

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Março de 2014 - 21

Thaís Campos - Interina

São Paulo: Arte & Estilo

Do Ukyio-ê a Yayoi Kusama Aberta ao público Cultura. A mostra no dia 25 de fevereinasceu de um interro, na Galeria Deco, a câmbio cultural São exposição "Do UkyioPaulo-Tokyo, do deê a Yayoi Kusama" partamento de pesdiscute o uso da graquisas de pintura javura na arte japoneponesa da Universisa, e percorre desde o dade de Arte Musasperíodo da era do hino, que promove Edo até a atualidade. exposições, residênCom obras de quatro Paisagem ao Entrdecer na Ilha de Tsukuda, de Kaisai cias artísticas e séculos em uma exworkshops, em que Yoshitoshi (1839-1892), 74x37cm posição, a mostra os artistas trazem a ocorre em parceria com a Musashino Art Univer- arte tradicional para o mundo contemporâneo. sity, (Tóquio/Japão). A antiga Escola de Arte ImEste programa foi escolhido para ser o projeto perial do Japão reúne obras originais criadas por internacional de intercâmbio da Universidade de mestres japoneses dos séculos XVIII e XIX, final da Arte Musashino (Kodaira City, Tokyo), que abrange era Edo (nome antigo de Tóquio), exibidas ao lado estudos de Pintura Japonesa, Escultura, Pintura a de produções contemporâneas de destacados artistas Óleo, Design de Comunicações Visuais, Fashion, japoneses e nipobrasileiros, tais como Yayoi Kusa- Desenho Industrial, Decoração, Craft Design (trama, Kazuo Wakabayashi, Takashi Fukushima e Ja- balhos em madeira, metal, cerâmica, têxtil e vidro). mes Kudo, entre outros. Alameda Eduardo Prado, Procurado pelo artista Futoshi Yoshizawa, ex723, c. 13 - São Paulo. Tel. (11) 2679-6721. aluno da Universidade de Musashino, o Ateliê Fidalga acolheu o projeto. Em seguida, o curador e Esculturas no Parque da Luz escultor Emanoel Araujo aceitou realizar uma mosO Parque da Luz, também conhecido como Jar- tra de artistas contemporâneos dos dois países, no dim da Luz, abriga uma exposição de longa dura- Museu Afro Brasil. A exposição reúne 12 brasileiros, ção com esculturas que integram o acervo da Pina- seis nikkeis e 13 japoneses. coteca do Estado de São Paulo. Na área de aproxi"Na escolha dos artistas brasileiros, pensamos na madamente 113 mil m² , cerca de 50 esculturas es- obra e como ela poderia dialogar com a tradição e a tão expostas, entre elas obras de Victor Brecheret, cultura japonesas, de uma maneira muito aberta, Leon Ferrari, Amílcar de Castro, José Resende, Mar- nada literal. Quando os artistas começaram a mancelo Nietsche e muitos outros. O parque foi criado dar as imagens das obras, vimos que os trabalhos como horto botânico por uma são muito monocromáticos e Ordem Régia da Coroa Portutêm uma harmonia", informa guesa em 19 de novembro de Sandra. 1798, sendo aberto ao público A artista exemplifica as em 1825 como Jardim Botâniaproximações: "Carla Chaim co, já no período do Brasil Imdialoga com a arte geométrica perial, tornando-se o primeiro brasileira, mas também com espaço de lazer da população o origami. O trabalho de paulistana. Em 1981, o parque Margarida Holler é superfoi tombado como patrimônio orgânico, muito corpóreo, histórico. mas remete a uma paisagem, entre a abstração e a figura"Entre dois Mundos ção, com um fazer muito Arte Contemporânea meditativo. Ding Musa faz Japão-Brasil" uma instalação com tijolos e Artistas contemporâneos jaespelhos, uma reflexão sobre poneses e brasileiros coma imagem e uma ideia de inpõem a exposição "Entre Dois finito, de repetição". Mundos - Arte ContemporâOs artistas: nea Japão-Brasil", com curaBrasileiros: Albano Afondoria de Emanoel Araujo, no so, Carla Chaim, Carlos NuMuseu Afro Brasil, instituição nes, Ding Musa, Felipe Cama, Sandra Cinto, sem título, 2010, serida Secretaria de Estado da Fernando Velázquez, Flávio grafia sobre vidro temperado

Cerqueira, Laura Gorski, Luiz Telles, Margarida Holler, Reginaldo Pereira e Sandra Cinto. Nikkeis: Ayao Okamoto, Futoshi Yoshizawa, James Kudo, Herman Tacasey, Nilson Sato, Roberto Okinaka. Japoneses, residentes no Japão: Akiko Hashimoto, Ami Inoue, Aguri Uchida, Aya Shima, Machi Miyamoto, Naoaki Yamamoto, Ryozo Kato, Shingo Tameso, Sho Tanaka, Takafumi Kijima, Takashi Kuribayashi, Yu Inagaki, Yuriko Nishino. Museu Afro Brasil, Av. Pedro Álvares Cabral, s/n - Parque Ibirapuera - Portão 10, São Paulo. Entrada gratuita

"Arte no Brasil: uma história na Pinacoteca São Paulo" Para quem ainda não viu, recomendo a nova exposição de longa duração "Arte no Brasil: uma história na Pinacoteca São Paulo", que ocupa todo o segundo andar do edifício da Avenida Tiradentes com obras do seu acervo. Ela sucede a mostra que foi aberta em 1998, no mesmo espaço, ao final do restauro do edifício, e que permaneceu em cartaz até dezembro de 2010. A exposição é composta por cerca de 500 obras, entre pinturas, esculturas, desenhos, gravuras e fotografias, de autoria de artistas fundamentais para a história da arte brasileira daquele período, como Debret, Taunay, Facchinetti, Almeida Junior, Eliseu Visconti, Pedro Alexandrino, Candido Portinari, Lasar Segall, entre outros. Deste total, cerca de 300 obras passaram por processo de Conservação e Restauro, ao longo do último ano, feito inteiramente pela equipe técnica do museu. O percurso expositivo se estenderá por 11 salas.

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A RELÍQUIA

22 - Março de 2014

Antonio Dias na Fundação Iberê Camargo o ano do centenário de Iberê Camargo, a Fundação que leva o nome do artista abre o calendário de 2014 em 14 de março com uma grande exposição de Antonio Dias, nome fundamental da arte brasileira, assinada pela curadoria do crítico e historiador de arte, Paulo Sergio Duarte. No dia 29 do mesmo mês, as pinturas realizadas por Iberê nos anos 1980, quando deixou o Rio e regressou a Porto Alegre, foram selecionadas por Lorenzo Mammi para Iberê Camargo: As Horas - O Tempo como Motivo. Com uma abordagem do conceito antropológico de "dádiva", o sempre surpreendente Nuno Ramos apresenta no dia 30 de maio Duas Dádivas, com a curadoria de Alberto Tassinari. No mesmo dia abre a coletiva Liberdade em Movimento, com proposta curatorial de Jacopo Visconti, que utiliza o movimento (do artista ou da própria obra) como estratégia criativa. Já 22 de agosto será dedicado à Arte Povera, um dos principais movimentos da história da arte do século XX, com Traçar o Espaço Marcar, o Tempo, que tem curadoria do italiano Gianfranco Maraniello, diretor da Instituição dos Museus de Bologna. O grande momento da Programação acontece no dia 18 de novembro, dia em que Iberê Camargo estaria completando 100 anos. O centenário vai receber uma homenagem à altura do mestre, um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, com obras e apresentações exibidas nos três andares expositivos do prédio, rampas, átrio e parte externa. A montagem das atividades e da mostra oficial tem curadoria do Comitê Curatorial da Fundação, integrado por Icleia Cattani, Jacques Lenhardt e Agnal-

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do Farias. A programação dedicada a Iberê vai se estender até março de 2015.

Antonio Dias Potência da Pintura Com abertura programada para convidados em 14 de março, a aventura cromática, a força do elemento pictórico e a contundência plástica da pintura de Antonio Dias, considerado como um elo entre o modernismo, o neoconcretismo e os artistas da década de 70, poderá ser conferida em Antonio Dias - Potência da Pintura, exposição concebida especialmente para a Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre. A mostra reunirá 28 obras recentes do artista (1999-2011) - 23 pinturas, esculturas, objetos e instalações divididas entre o terceiro e o quarto andar do prédio. O boneco "peludo", com o tamanho real de um homem, Seu Marido (2002), construído com latas de refrigerantes e recoberto por lycra amarela imitando pelos, e a tela História Resumida para Crianças (2005), receberão o pú-

blico já no átrio. Em seus múltiplos meios de expressão, que contemplam tela, instalações, performances, gravura, fotografia, um LP, vídeo, objetos, a pintura dos últimos 13 anos é o ponto evidenciado no recorte do crítico e historiador de arte Paulo Sergio Duarte, curador da exposição e grande especialista na obra do artista. "É uma exposição que eu mesmo espero ver, no sentido de me fazer perceber o que foi feito nestes últimos anos. Raramente tenho a oportunidade de ter quatro ou cinco telas recentes no meu atelier, são sempre poucos trabalhos e as exposições - proporcionalmente - são muitas. Às vezes, quando quero conviver mais com um trabalho, tenho que escondê-lo em outro atelier, para que eu possa ficar mais tempo pensando no que ele me propõe. Deste ponto de vista, a mostra é uma ocasião única também para mim. Isto foi possível graças à generosidade dos vários colecionadores e galeristas que emprestaram as obras", diz Antonio Dias. >>>

Autonomias, 2008, folha de ouro e cobre, grafite e acrílico sobre tela, 90 x 75 cm, Col. do Artista

Refém: John Wayne encontra H?r?m Al-Hash?d, 2007, Acrílico, óxido de ferro, folha de ouro e cobre sobre tela, 180 x 450 cm. Col. particular


A RELÍQUIA

Março de 2014 - 23

Língua franca, 2010, acrílico, óxido de ferro, folha de ouro e cobre sobre tela, 180 x 360 cm. Coleção Particular

Seu Marido, 2002, (c/colaboração da Coopa-Roca) latas vazias de bebidas, arame, lycra e motor elétrico, altura 180 cm. Col. do Artista

Para Paulo Sérgio, a pintura de Antonio Dias sempre desafia, produzindo simultaneamente superfície plana e volume. "A intensidade se divide e se movimenta de plano para plano. Diferencia-se porque cada momento da tela ao lado da tela, ao lado da outra tela, varia. Tem atritos, conflita entre si, essa briga interna, entre planos pacíficos, os vermelhos, por exemplo, que eclodem da sua verdade, evidente, e as superfícies ambíguas, que flutuam, nos cobres, dourados e verdes de malaquite". O processo para alcançar nuances tão ricas e únicas, com a dissolvição de cores segmentadas em porções de pinturas, já foi descrito por Antonio em entrevistas: "Às vezes é pigmento, na maior parte são minerais, mas é mais um material derramado, um banho de pós e aglutinantes que eu deixo escorrer na superfície. A única cor que é realmente tinta de pintura é o vermelho, que uso quase sempre chapado, sem marcas de pincel". Em Duas Torres (2002), criadas com latas de alimentos fundidas em bronze e apresentada na Fundação Iberê Camargo, Antonio Dias faz referência à tragédia de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos. "É um trabalho político explícito. Essas torres que

podemos abraçar, encerram nos seus corpos a nossa tristeza e a nossa impotência diante da história. São os melhores monumentos aos mortos de nossos dias, na sua dimensão modesta, firmeza material e fisionomia do resto; daquilo que é desprezado, uma escultura à altura do pensamento de Walter Benjamin. Melhor que qualquer Arco do Triunfo e chama ao soldado desconhecido", diz o curador Paulo Sergio Duarte em seu texto do catálogo da mostra. O deboche ganha forma com a obra Seu marido, cuja pele em tecido elástico amarelo foi confeccionada pela Coopa-Roca, uma cooperativa de artesanato e costura da comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro. "Ele é o retrato do homem contemporâneo. É grande, e exorbita na sua pele, tem pelos enormes, seria quase um gorila, não fosse amarelo. Seu membro é enorme, é um quinto membro, pois concorre com suas pernas. Vive sentado, nunca fica em pé, mas de vez em quando tem uns tremeliques. Excita-se, treme, mas depois se acalma. Essa imensa figura patética e tão divertida, sua existência quase inerte, realizada por espasmos, não tem um pouco de cada humano diante da imensidão do Ser? Esse deboche é quase um retrato", comenta o curador. Na instalação Satélites (2002), latas de queijo fundidas em bronze transformam-se em esculturas aéreas. "Esse microuniverso, de satélites sem planeta, sugere que o planeta somos nós. Ao observarmos, temos apenas nossos satélites que, por um momento, nos pertence", comenta Paulo Sergio. SERVIÇO Exposição Antonio Dias - Potência da Pintura ABERTURA: 13 de março, das 19h às 21h VISITAÇÃO: 14 de março a 18 de maio de 2014 LOCAL: Fundação Iberê Camargo, Av. Padre Cacique, 2000, Porto Alegre - RS. ENTRADA FRANCA


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26 - Março de 2014

Feijoada no Espaço Ernani leiloeiro Horacio Ernani realizou em seu Espaço Ernani Arte e Cultura, evento precarnavalesco com show da Escola de Samba Unidos da Tijuca. Muito samba, alegria e a feijoada preparada pelo chef Gê, assim foi temperada a 3ª edição da Feijoada do Ernani. Para deixar as convidadas ainda mais lindas, os participantes podiam customizar suas camisetas com a equipe do Instituto Zuzu Angel. Na ocasião, algumas peças foram leiloadas com o valor sendo revertido para instituições beneficentes, e 10% da renda das vendas de ingressos (camisetas) foi revertida para o Hospital Pró Criança Cardíaca.

O Celina de Farias, Suzana Galdeano, Dra Rosa Celia e Horacio Ernani

Carmem Boechat, Yolanda Pereira e Evangelista

Alexandre Ibitinga e Marcia Verissimo

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Ivan Paes e Terezinha Sodre

Roberta Fonseca e Claudio Castro

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Março de 2014 - 27

Um Palácio Renascentista em Miami

Q

uem vai à Flórida, nos EUA, imaginando encontrar apenas praias paradisíacas e um tipo de lazer ligado ao litoral, a famosa Disneyworld ou simplesmente Out Lets com grandes grifes, não sabe como está enganado. Em plena praia de Biscayne, num dos recantos mais belos de Miami, ergue-se um imponente palácio renascentista italiano todo decorado com objetos e requintes autênticos do luxo europeu. A impressão do visitante é a de ter recuado no tempo alguns séculos e estar na Itália da época do descobrimento da América. A construção do Palácio de Vizcaya partiu do sonho do norte-americano James Deering de morar em uma villa nos moldes da aristocracia europeia. Ele contratou mais de mil operários, que em apenas dois anos - de 1914 a 1916 - executaram o projeto de autoria dos arquitetos F. Burrall Hoffman Jr. (1882-1980) e Paul Chalfin (1873-1959). Os magníficos jardins, por sua vez, foram concebidos por Diego Suarez (1888-1974). O talento desses artistas, combinado e dirigido pelo próprio Deering, resultou numa verdadeira obra-prima da arquitetura e uma das mais belas edificações dos Estados Unidos, utilizada para grandes cerimônias, como o encontro do ex-presidente Ronald Reagan com o Papa João Paulo II em 1987, e a visita da Rainha Elizabeth II do Reino Unido em 1991. Todos os elementos decorativos, incluindo mo-

bílias, acessórios de luz, portas e lareiras, foram comprados por Deering em expedições de compras na Europa. Vizcaya contém uma das mais finas coleções de artes decorativas europeias do século XVI ao século XIX. O Palácio de Vizcaya guarda algumas preciosidades, como um Baco esculpido em mármore, do século II antes de Cristo; tapeçarias dos séculos XV e XVI; umbrais de mármore oriundos do Palácio Torlonia, de Roma; pinturas de autoria de John Singleton Coplay (17381815) e de Carreño de Miranda (1614-1684); portões e fontes do Palácio Pisani, de Veneza; além do chafariz barroco que ficava numa praça da ci-

dade italiana de Bossano de Sutri. Após a morte de James Deering, em 1925, o palácio passou a ser dirigido pelo Metropolitan Dade County Park and Recreation Department e mantido como uma espécie de fundação, sob a supervisão da American Association of Museums. O Palácio de Vizcaya fica na South Miami Avenue, 3.251, no bairro de Coconut Grove, e recebe visitantes no horário de 09h30min às 17h30min. Está incluído em quase todos os roteiros marítimos de Miami, além de ser explorado por um romântico serviço de gôndolas para ocasiões especiais como casamentos e aniversários.

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