Revista APTS Notícias (ed. 132/133)

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ANO XXXI - Nº 132/133

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

As máquinas podem transformar o seguro, proporcionar novas experiências e potencializar negócios

APTS Notícias homenageia a memória de Osmar Bertacini


ÍNDICE

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Capa Time de especialistas reunidos pela APTS aponta que o setor de seguros será um dos mais impactados pela aplicação da Inteligência Artificial

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Análise Evento da Associação de Mulheres do Mercado de Seguros (AMMS) analisa a situação da mulher no mercado de trabalho

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Palavra do Presidente

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Registro

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Memória

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yy Revista APTS Notícias homenageia memória do presidente Osmar Bertacini

Especial

yy Octavio Milliet é eleito presidente da APTS

Destaque

yy Nilton Molina explica por que a reforma da Previdência Social é necessária yy Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro aponta oportunidades para o setor

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Mercado

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Em Foco

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A s so ciação Paulis ta dos Té cnicos d e S e guro DIRETORIA EXECUTIVA: Presidente: Octavio J. Milliet Secretário: Luiz Macoto Sakamoto Tesoureiro: Evaldir Barboza de Paula CONSELHO ADMINISTRATIVO Efetivos: Alexandre Del Fiori, Hélio Opipari Junior e José Luis Schneedorf Ferreira da Silva Suplentes: Cesar Bertacini, Adevaldo Calegari e Alexandre Milanese Camillo

Órgão oficial da ASSOCIAÇÃO PAULISTA DOS TÉCNICOS DE SEGURO Redação e Publicidade: Largo do Paissandu, 72 - 17º andar - Conj. 1704 São Paulo - SP - CEP 01034-901 www.apts.org.br e-mail: apts@apts.org.br Edição e Assessoria de Comunicação: Prisma Comunicação Integrada Jornalista Responsável: Márcia Alves (Mtb 20.338) madlis@uol.com.br Design gráfico: Marco Betti marcoantoniobetti@gmail.com

yy Artigo de Walter Polido traz as principais novidades da 4ª edição atualizada do livro sobre Programas de Seguros de Riscos Ambientais

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PA L AV R A D O PRES I D EN T E

Conhecimento: é o que a APTS tem a oferecer

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om muita honra aceitei ocupar a presidência da APTS, lugar que pertencia ao meu querido e saudoso amigo Osmar Bertacini e, antes dele, a outro idealista, Luis López Vázquez. Como associado há mais 30 anos e até então membro da diretoria da atual gestão, senti-me no dever de assumir essa missão em respeito à APTS e à memória de Bertacini, por quem eu tinha grande admiração.

Ao longo de sua trajetória de 36 anos de existência, a APTS tem se dedicado à disseminação do conhecimento em seguros, proporcionando aos profissionais do setor oportunidades de atualização e reciclagem. Nos seus eventos, a APTS antecipa as principais discussões do mercado, com temas contemporâneos e de interesse do mercado, analisados pelos mais renomados especialistas. O trabalho da APTS, que é tão importante para o desenvolvimento do setor de seguros, não pode parar. Precisa, mais do que nunca, ser apoiado, estimulado e ganhar força com o engajamento de mais pessoas. Compartilho os mesmos propósitos de meus antecessores, que enxergavam no conhecimento o caminho para a evolução do seguro. Por isso, além de concluir o planejamento traçado por essa gestão, eu e toda a diretoria estamos empenhados em revitalizar a APTS, sobretudo na área de eventos. O mercado tem um longo caminho pela frente para alcançar todo o seu potencial de desenvolvimento, e a APTS está pronta para colaborar, provendo conhecimento. Boa Leitura!

Octavio Milliet

Presidente da APTS

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REGISTRO

UCS celebra 15 anos e elege diretoria Em abril, a União dos Corretores de Seguros (UCS) completou 15 anos de existência. A marca foi celebrada na noite de 23 de abril, na Charles Pizza Grill, com a presença dos associados e convidados. O presidente da APTS, Octavio Miliet, prestigiou a comemoração e também levou os cumprimentos da entidade ao novo presidente Ezaqueu Bueno, eleito na ocasião. Ele substituirá no cargo Mara Borges Sutto.

APTS prestigia almoço do CVG-SP O diretor tesoureiro Evaldir Barboza de Paula representou a APTS no almoço promovido pelo CVG-SP, dia 11 de abril, no Terraço Itália. Convidado pelo presidente do CVG-SP, Silas Kasahaya, o presidente do Conselho de Administração da Mongeral Aegon Seguros e Previdência, Nilton Molina, analisou os “Impactos da Reforma da Prev id ê n cia Social para os negócios de seguro de via e previdência comple mentar”.

Milliet no almoço do CCS-SP O presidente da APTS participou de almoço do Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP), dia 2 de abril, no Terraço Itália. No encontro, exclusivo para associados da entidade, o mentor do CCS-SP, Evaldir Barboza de Paula, que também é diretor tesoureiro da APTS, conduziu os debates sobre temas de interesse dos corretores de seguros, como o futuro de profissão, novas tecnologias e especialização.

Prê mio Se g u r ador B r asil A 16ª edição do Prêmio Segurador Brasil, realizado na noite de 28 de março, no Circolo Italiano, contou com a presença do secretário da APTS, Luiz Macoto Sakamoto, e do diretor tesoureiro Evaldir Barboza de Paula. Durante o evento, foi realizada uma homenagem à memória do presidente da APTS, Osmar Bertacini, falecido em janeiro.

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Promovida pela Brasil Notícias Editora e Comunicação Empresarial, responsável pela publicação da Revista Segurador Brasil, a premiação reconhece as empresas que mais destacaram nos quesitos melhor desempenho, liderança e maior crescimento de vendas.

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ANÁLISE

Mulheres ainda lutam por mais oportunidades Evento da AMMS debateu estudos que revelam a desigualdade de gênero nos postos de comando das corporações.

Elisa Pirani e (atrás, sentadas) Daniela de Carvalho Mucilo e Guadalupe Nascimento

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ão é por falta de ambição profissional e tampouco de capacidade que as mulheres não ocupam os cargos mais altos nas corporações na mesma proporção que os homens. Por que o sexo feminino é pouco representativo nos postos de comando? A resposta para esta questão norteou o debate "A Igualdade de Gênero como meio de Desenvolvimento da Sociedade", promovido pela Associação das Mulheres do Mercado de Seguros (AMMS), dia 28 de março, no audiAPTS  EDICÃO 132/133

tório da Escola Nacional de Seguros (ENS), em São Paulo (SP). No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o evento reuniu mulheres poderosas para analisar e discutir a situação feminina no mercado de trabalho: Elisa Pirani, sócia do escritório da McKinsey de São Paulo, Daniela de Carvalho Mucilo, diretora do Instituto Brasileiro de Direito de Família - IBDFAM (Seccional São Paulo), e Guadalupe Nascimento, Conselheira da AMMS.

Evolução lenta Com base em estudos da McKinsey ao longo da última década, Elisa Pirani concluiu que apesar dos avanços, as mulheres ainda estão longe de conquistar a paridade na liderança das empresas, principalmente nos comitês executivos. Um estudo da consultoria realizado em 2017 mostra que enquanto a França se destaca com 39% de mulheres no conselho de administração, o Brasil aparece com apenas 8%. Já nos comitês executi5


ANÁLISE vos, o país com maior percentual é a Suécia, com 23%. “A evolução é mais lenta em cargos de tomada de decisão – em que há mais correlação com resultado”, diz. Um levantamento da McKinsey realizado com 872 mulheres de 341 empresas revelou que a partir dos cargos de entrada até os mais altos, a presença feminina cai gradativamente, sobretudo as mulheres negras. No nível de entrada, as mulheres brancas somam 31%, as negras 17%, contra 36% de homens brancos e 16% de negros. Na última etapa, o nível executivo, as mulheres somam 18% (brancas) e 3% (negras), contra 67% de homens brancos 12% de negros. Na faixa etária de 50 anos as mulheres estão mais presentes nos cargos de comando. Em nível global, no cargo de analista, por exemplo, apenas 7% das mulheres têm mais de 50 anos. No mercado de seguros brasileiro esse índice é de 14%. A proporção é parecida nos cargos de especialista e gerente e maior no cargo de diretor, com a participação de 22%. Mas, mesmo no nível executivo, 65% das mulheres têm maior participação em funções de suporte. “Mulheres no nível executivo têm pouca representatividade em funções de linha e enfrentam um caminho mais difícil para chegar a CEO”, diz Elisa.

Elisa Pirani

com o estudo, 52% das mulheres afirmaram que fazem a maioria dos trabalhos domésticos contra 22% dos homens. Mesmo quando são elas as principais provedoras da casa, 43% assumem as tarefas domésticas, contra 12% dos homens. Homens e mulheres têm o mesmo interesse em serem promovidos no trabalho. Mas, elas não alcançam esse objetivo e não é por falta de ambição. De acordo com o estudo, as mulheres têm chances 18% menores de promoção que os homens.

Elas também pedem promoção com a mesma frequência, mas apenas eles são promovidos sem pedir. O estudo indica que 13% das mulheres foram promovidas sem pedir contra 17% dos homens. Um estudo da HBR reforça o ponto de que mulheres e homens têm comportamento similares no trabalho. A principal hipótese para a desigualdade de gênero é que, talvez, esses comportamentos sejam percebidos de forma diferente por vieses inconscientes. “Nós trabalhamos muito, construímos uma carreira sólida, cada dia é uma luta. Mas, precisamos divulgar o que fazemos no trabalho, sem nos diminuirmos”, diz. Na visão de Elisa, as empresas deveriam investir mais na diversidade, pois, assim poderiam atrair os melhores talentos. Considerando que o mercado de trabalho enfrentará a escassez de 85 milhões de profissionais altamente qualificados até 2030, vale destacar que as mulheres, mais que os homens, estão investindo em suas carreiras. No Brasil, as mulheres representam 57% dos estudantes universitários, 54% dos mestrandos e 53% dos doutorandos. “A diversidade traz maior valor e melhor performance às empresas. Por isso, recomendo às empresas que tenham mais mulheres em seus times”, diz.

Desvantagem De acordo com estudo da McKinsey and Leanin Org Women in the Workplace, o gênero impacta as oportunidades criadas para as mulheres e no dia a dia no trabalho. A pesquisa apurou que 37% das mulheres entrevistadas acreditam que não receberam aumento ou chance de promoção por causa do gênero, enquanto apenas 8% dos homens pensam assim. "Ref leti sobre isso. Somos poucas sentadas à mesa. Não posso me acostumar ao fato de que sou a única mulher sentada à mesa", diz. A dupla jornada pode ser um fator que pesa contra a ascensão feminina no mercado de trabalho. De acordo 6

Plateia predominantemente feminina APTS  EDICÃO 132/133


MEMÓRIA

APTS perde seu presidente e maior benfeitor Osmar Bertacini sempre manifestou sua admiração e carinho pela entidade que atua na disseminação do conhecimento em seguros.

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Associação Paulista dos Técnicos de Seguro (APTS) sofreu uma grande perda no início deste ano com o falecimento do seu presidente Osmar Bertacini. Vítima de uma complicação cirúrgica, ele partiu repentinamente no dia 8 de janeiro, aos 76 anos de idade, causando grande comoção ao mercado de seguros. Para a APTS, mais do que a ausência de sua principal liderança, a morte de Bertacini significou também a perda de seu maior benfeitor e admirador. Ele amava a entidade e fazia questão de manifestar esse sentimento publicamente. Com intensa participação associativa, era membro de diversas entidades do setor, mas não escondia sua predileção pela APTS. “Tenho muito carinho pela APTS, que é para mim uma entidade especial”, disse ele na última reunião de diretoria, realizada no dia 17 dezembro, nas dependências da sua empresa, a Humana Seguros. Naquele dia ele estava especialmente feliz com a notícia de que a APTS havia, enfim, saneado suas finanças, depois de um longo período de dificuldades, e, por isso, já fazia planos para 2019. Também estava satisfeito com o sucesso da série de eventos sobre novas tecnologias, realizada ao longo do ano em parceria com a Escola Nacional de Seguros (ENS). Na reunião, ele sugeriu novos eventos, agoAPTS  EDICÃO 132/133

ra com foco em seguro de vida, sua outra paixão, observando a tendência de crescimento desse ramo. Os 56 anos de carreira de Bertacini em seguros foram dedicados exclusivamente ao seguro de vida. Trabalhou como empregado em uma única empresa, a Companhia Internacional de

Seguros (CIS), ao longo de 22 anos. Em seguida, habilitou-se corretor de seguros e atuou por seis anos na Libra Corretora. Em 1992, fundou a Humana Seguros, uma das maiores assessorias de seguros do país. Bertacini cumpria a sua segunda gestão à frente da APTS, iniciada 7


MEMÓRIA em 2015. Detentor de um grande caráter, carisma e grande sensibilidade, ele tomou para si, quase quatro anos atrás, a responsabilidade de manter a entidade em atividade. O então presidente e fundador Luis López Vázquez, falecido em 2017, já não tinha forças para comandar os trabalhos e, por isso e pelo grande apreço que tinha pela APTS, Bertacini assumiu a missão. Ele, que já havia presidido a associação por duas gestões na década de 90, retornou ao cargo.

Os ensinamentos Os desafios estimulavam o dirigente. Ele gostava de transmitir sua experiência e exemplo aos mais jovens. “Não se deixem levar pela idade, continuem trabalhando, porque o trabalho faz bem, enobrece. Eu poderia estar descansando, mas me sinto confortável em fazer o que gosto. Enquanto Deus permitir, continuarei trabalhando em prol do mercado de seguros”, disse ele durante a sua última posse na APTS. Outros ensinamentos: “Nunca pense em fazer mal a alguém, porque tudo o que fazemos retorna para nós mesmos”. “Não coloque o dinheiro na frente de seus objetivos. O dinheiro é apenas consequência de um trabalho sério e honesto”. Profissional renomado, extremamente querido e respeitado no setor, o presidente da APTS era figura popular. Ele brincava com essa fama adotando o famoso bordão “Para quem não me conhece, meu nome é Osmar Bertacini...”. Dizia sempre que seu maior patrimônio eram os amigos. Uma prova de sua notoriedade no setor ocorreu em 1993, na posse do seu primeiro mandato na APTS, quando ele lotou o Hilton Hotel com mais de 400 convidados. Em 2015, o número ficou próximo a esse patamar e só não foi maior porque as dependências do Circolo Italiano não comportavam mais gente. Um fato marcante da sua última posse festiva, em 2015, foi a comovente demonstração de gratidão ao fundador Vázquez, que já naquele tempo estava debilitado por proble8

mas de saúde. Na sua festa, Bertacini preparou uma surpresa para Vázquez, trazendo o filho dele, Luis Octávio Vázquez, e a nora para lhe entregarem uma placa e f lores. A cena memorável gravada em vídeo tornou-se um alento para o ex-presidente, que até os seus últimos dias de vida fazia questão de revê-la. Outro nobre gesto de Bertacini foi nomear Vázquez como presidente emérito. Bertacini era mais que o presidente da APTS, ele era a própria APTS. Sua dedicação e amor à entidade eram tão intensos que sua imagem se tornou indissociável. Por quê? Ele gostava de contar que por pouco não foi um dos fundadores da APTS. No dia do almoço de fundação, 7 de abril de 1983, por causa de um compromisso não pode comparecer. Mas, não era apenas por isso que ele amava a APTS. Era também pelo nobre propósito da entidade de disseminar conhecimento técnico, mantendo-se firme nessa missão, apesar das dificuldades inerentes às pequenas entidades independentes.

Os amigos O atual diretor secretário da APTS, Luiz Macoto Sakamoto, destaca essa relação. “Ele tinha um grande carinho pela APTS, tanto que, em alguns momentos de dificuldades, chamou para si a responsabilidade de manter a associação em atividade. Por isso, temos de continuar essa luta em sua memória”, diz. Macoto lamenta a perda. “Perdemos um grande amigo, uma pessoa muito querida e sensível e um grande técnico de seguros. Os ensinamentos dele servirão de inspiração para continuarmos a vida aqui”. O diretor financeiro, Evaldir Barboza de Paula, também ressalta a dedicação de Bertacini à APTS. “O Osmar era um entusiasta e vivia a APTS diariamente, sendo reconhecido em todos os eventos do mercado como o seu presidente. Ele e a entidade tornaram-se uma só pessoa. O mercado de seguros jamais encontrará

alguém com tamanha dedicação, que negligenciava seus próprios negócios para estar sempre disponível para as entidades que dirigia ou representava, que não eram poucas, em especial a APTS. Não será fácil superar a sua falta, mas vamos nos espelhar nos seus exemplos de como sermos ainda melhores em nossas vidas”. Adevaldo Calegari, ex-mentor do Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP), tornou-se amigo de Bertacini mais de quarenta anos atrás, desde que trabalharam juntos na seguradora Internacional, e chegou a ser seu sócio na Humana. Ele publicou nas redes sociais uma mensagem comovente. “Tínhamos uma verdadeira amizade, que nada cobra, nada reivindica, apenas apoia e ajuda. É preciso lembrar das muitas alegrias e realizações, entender a fragilidade da vida e nosso compromisso com o Criador. Seus ensinamentos, sua alegria, sua força e vontade nos deixam um legado de fé e amor”. Se Bertacini era querido pelos profissionais do mercado, era ainda mais por seus colaboradores, como Amélia Cerqueira, seu braço direito, que trabalhou com ele desde o tempo da Internacional de Seguros. Na APTS, Cirlene Siqueira, administradora, e Márcia Alves, jornalista, também atuaram por muitos anos ao seu lado. “Ele se preocupava com o bem-estar de cada um e estava sempre disposto a ajudar, nem que fosse apenas com conselhos otimistas”, diz Cirlene. “Era um grande amigo e incentivador do meu trabalho. Era também uma das pessoas mais generosas que conheci em toda a minha vida. Gostava de ajudar as pessoas, anonimamente. Na APTS, eu o conhecia há mais de 25 anos, acompanhei todas as suas gestões e compartilhava o amor que ele dedicava à APTS. Sua partida inesperada foi um grande choque. Mas, ele deixou um grande legado de ações e bons exemplos que não serão esquecidos. Foi um privilégio tê-lo como chefe e, principalmente, como amigo. Desejo que tenha muita luz nessa nova jornada”, diz Márcia Alves. APTS  EDICÃO 132/133


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MEMÓRIA 14

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16 1 – Posse na primeira gestão da APTS, em 1993 2 - Com o seu antecessor na presidência da APTS, em 1993 3 – No Café de Negócios da APTS com então presidente do IRB, Demóstenes Madureira P. Filho

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4 – Evento sobre seguro saúde, em 1994, lotou auditório 5 – Ao lado de Adevaldo Calegari, seu então

Fotos do acervo de Bertacini, da sua juventude e algumas do período que trabalhou na CIS, na década de 80

sócio na Humana Seguros, recebendo o Prêmio Seguros e Riscos 6 – Inaugurando sua foto na Galeria dos Presidentes da APTS 7 – Ex-presidentes da APTS na comemoração de 25 anos da entidade 8 – Bertacini ao lado das colaboradoras Cirlene Siqueira e Márcia Alves 9 – Posse na presidência da APTS, em 2015 10 – Ao lado de Amélia Cerqueira, sua assessora na Humana Seguros 11 – Na posse, em 2015, homenagem ao expresidente Luis López Vázquez 12 – No encontro com os Amigos da CIS, Bertacini mostra seu acervo de fotos antigas 13 – Junto com a família Rocha Miranda, fundadora da CIS 14 – Bertacini comemora os 90 anos de sua sogra, em 2016 15 – Ao completar 55 anos de carreira em seguros, Bertacini ganha 11 placas 16 – Junto com os diretores da APTS, Luiz Macoto Sakamoto e Evaldir Barboza de Paula, em evento da APTS, em 2018 17 – Reunião diretoria da APTS, em dezembro de 2018

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Inteligência Artificial no seguro a transformação já começou

O USO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL (IA) res, a IA pode proporcionar novas experiênno seguro está apenas começando, mas já é

cias e potencializar negócios? Existem limi-

possível prever mudanças profundas em di- tes para a aplicação de IA? Os robôs poderão versas etapas da operação e na experiência substituir os profissionais de seguros? do segurado. Máquinas que emulam algumas

Estas e outras questões foram debatidas no

faculdades cognitivas, como falar, ouvir, en- evento “Inteligência Artificial no Seguro”, proxergar, interpretar, estão prontas para realizar movido pela APTS em parceria com a Escola diversas atividades nas empresas de seguros, Nacional de Seguros (ENS), em outro. O evencom maior precisão, rapidez e menor custo.

to foi o quarto evento da série “Tecnologias

Diante de uma nova geração de consumido- disruptivas e seus impactos seguro”. APTS  EDICÃO 132/133

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C A PA

POR QUE O SEGURO PRECISA DA IA? Como as ferramentas oferecidas pela plataforma Watson, da IBM, podem melhorar a experiência dos segurados.

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mundo digital produz cada vez mais dados. A casa e o carro conectados, a pulseira que mede batimentos cardíacos, os smartphones, fotos, mensagens, tudo isso gera diariamente mais de 2,5 quintilhões de bytes. Estima-se que 90% de todos os dados do mundo, atualmente, foram gerados nos últimos dois anos. Mas, a maior parte desse gigantesco volume de informações não está estruturado em bancos de dados. “Por isso, precisamos da Inteligência Artificial”, disse Roberto Celestino, Líder de Vendas de Watson na IBM. De acordo com Celestino, a IBM democratizou a IA por meio de sua plataforma Watson. O conceito da IA, que é imitar a inteligência humana, foi ‘quebrado’ pela IBM em pedacinhos, como peças de Lego, para emular algumas das faculdades cognitivas, como falar, ouvir, enxergar, interpretar e ler. “A plataforma Watson é composta por várias dessas pecinhas e cada uma pode ser usada separadamente ou combinadas para criar soluções”, explicou. Um exemplo de pecinha que forma a plataforma é a ferramenta que extrai informações de personalidade de um indivíduo, como a intelectualidade ou o interesse pelas artes, apenas com base em algum texto que ele tenha escrito. Outra ferramenta é usada para o reconhecimento e classificação de imagens, como, por exemplo, na identificação de modelos de veículos, características, sinistros etc. Já a ferramenta para a criação de agente virtual pode ser incorporada a negócios para acelerar vendas, tirar dúvidas ou facilitar algum processo de operação. 12

Roberto Celestino

Segundo Celestino, o assistente virtual substituiu o help desk, reduzindo custos, melhorando a experiência do cliente e resolvendo problemas de forma rápida. Um exemplo de assistente virtual é a Bia, do banco Bradesco, que, segundo Celestino, foi criada, a princípio, para responder as dúvidas dos próprios funcionários sobre produtos e processos de transações. “A primeira versão do Watson trouxe uma gigantesca agilidade e aumentou o índice de satisfação de 60% para 85%, levando o Bradesco a expandir o uso para os clientes finais”, disse. Outros bancos têm ido pelo mesmo caminho, como o Banco do Brasil e o Original, que também adotaram assistentes virtuais. “Isso torna a inteligência artificial tangível e transforma a experiência do cliente”, disse. Mas não apenas os bancos estão se beneficiando da IA. Celestino comentou a agilidade conquistada pelo escritório de advocacia Urbano Vitalino, um dos maiores do Nordeste, que passou a usar essa tecnologia para interpretar o grande volume de dados de contratos e estruturá-los em um banco de dados tradicional. O uso do assistente virtual também tem apresentado bons resultados no mercado de seguros. Segundo Celestino, a SulAmérica, por exemplo, conseguiu reduzir em 90% o tempo de resposta às dúvidas de corretores de seguros, que antes esperavam até 15 minutos no chat. A Sompo utilizou conceito semelhante para auxiliar os corretores no processo de cotações. “Tudo isso traz benefícios ao processo de vendas de seguradoras”, disse. Celestino avalia que a IA está apenas começando no setor de seguros e poderá ser incorporada a diversas etapas operacionais, como a gestão e interpretação de dados. Outra possibilidade é a identificação das principais características de personalidade de pessoas para oferecer seguros persoAPTS  EDICÃO 132/133


nalizados. “O mais importante é melhorar a experiência do usuário final, seja corretor, seja o segurado, reduzindo o tempo de atendimento”, disse.

AS MÁQUINAS PODERÃO SUBSTITUIR OS PROFISSIONAIS ? Milhares de empregos serão perdidos por causa da Inteligência Artificial, ao mesmo tempo que novos surgirão.

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tecnologia pode causar a perda de milhares de empregos, mas, também pode gerar milhares de novos postos de trabalho. “Depende do ponto de vista”, acredita de Celso Malachias, diretor da DNA Hunter. Ele, que se autoqualifica como um head hunter que gosta de inovação, mencionou algumas das tecnologias que desempregam, como os robôs que trabalham em linha de produção, a colheitadeira automática na agricultura, os drones para monitoramento de plantações e vigilância e o blockchain em cartórios ou na venda de criptomoedas. Em seguida, apontou as tecnologias que geram empregos: as mesmas mencionadas anteriormente. “Depende de como olhamos, se como ameaça ou oportunidade”, disse. Para Malachias, o desafio é adquirir conhecimento. “Se não gerarmos inovações, ficaremos desconectados, obsoletos”. Ele não duvida que a tecnologia mudará as relações profissionais, tanto que estudos indicam a tendência de menos empresas, com mais quantidade de negócios e ambiente APTS  EDICÃO 132/133

Celso Malachias

de trabalho compartilhado, sem vínculo. O trabalho será por projeto ou demanda. A inteligência artificial será responsável por essas mudanças, de acordo com a última edição do Fórum Econômico Mundial, bem como a internet de alta velocidade em todos os lugares, a ampla adoção de análise e big data e a tecnologia na nuvem (cloud). Diante desse quadro, a consultoria PwC da Inglaterra analisou os impactos da automação, constatando que a mais positiva será o aumento do PIB global. Em relação aos empregos, o impacto será gradativo: até 2020, 3% dos trabalhos estão em risco; em 2030, 30% e 44% para os trabalhadores com baixo nível educacional. Cerca de 1 milhão de empregos serão perdidos até 2022, segundo a pesquisa do Fórum Econômico Mundial com a participação de 12 segmentos da indústria, que representam 15 milhões de empregos. Mas, ao mesmo tempo, serão gerados 1,74 milhão de novos empregos. Em nível global, espera-se que 75 milhões de empregos sejam deslocados pela mudança na divisão do trabalho entre humanos e máquinas. Por outro lado, 133 milhões de novas atribuições poderão emergir adaptadas à nova divisão de trabalho entre humanos, máquinas e algoritmos. Segundo Malachias, a tendência é o deslocamento da base da pirâmide, na qual estão os trabalhos operacionais, e a abertura de oportunidades para novas funções e trabalhos mais intelectualizados e especializados. No mercado de seguros, uma pesquisa recente da Accenture mostrou que 79% dos executivos concordam que a IA irá revolucionar a maneira como interagem com clientes. Para eles, a tendência, que também se aplica aos corretores de seguros, é que o uso de dados possa garantir o melhor preço; o aprendizado de máquinas sirva para sugerir produ13


C A PA tos apropriados e coberturas ideais; e a Internet das Coisas ajude a identificar o potencial de rotatividade de clientes e melhorar a retenção. Para Malachias, o mundo está em transformação e as pessoas precisam se adaptar. Ele orientou os profissionais de seguros a ficarem atentos a essas mudanças e lerem os sinais. “Não é se seremos afetados, mas como e quanto seremos afetados pelas novas tecnologias”, disse. A seu ver, os profissionais precisam usar a tecnologia em seu favor, aprendendo, adquirindo o compondo. “Muitas vezes, não temos todos os requisitos, mas podemos nos juntar a alguém que tem”. Outra dica é se valer da tecnologia para entender o cliente (hábitos, personalidade, comportamento, horários etc.) e atendê-lo melhor. “Confiança continua sendo a base para estabelecer e evoluir qualquer forma de relacionamento. E esse comportamento humano é, e sempre será, fundamental”, disse.

Thomas Conti

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL X HUMANA As máquinas não conseguem imaginar, e isto as diferencia dos seres humanos. Mas é só uma questão de tempo.

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seguro é uma das áreas com maior possibilidade de aplicação da Inteligência Artificial, segundo Thomas Conti, professor auxiliar no Insper e doutorando em Economia. Ele apresentou uma “introdução realista” sobre o tema, tratando, primeiramente, de diferenciar a estatística da ciência de dados. No 14

caso da estatística, que sempre esteve na essência do seguro, o objetivo é resumir uma série de dados, de forma fidedigna. “Qual a chance de sinistro em um seguro? Se ocorrer o sinistro, qual será o valor médio da indenização? A seguradora precisa dessas respostas para não quebrar”, disse. A ciência de dados, por sua vez, vai além da estatística ao gerir e limpar a base de dados (o que corresponde a 90% do trabalho), programar rotinas de análise e comunicação e realizar previsões. Mas, Conti avalia que o maior desafio é tornar os dados úteis. “Digamos que foi criado nos Estados Unidos um algoritmo para a saúde e a ideia é trazê-lo para o Brasil. Mas, ao chegar aqui vemos as empresas ainda usando planilhas de Excel. Dá para usá-lo? Sim, mas vai demorar muito, ser impreciso e apresentar problemas. Por mais inteligente que a máquina seja, não saberá organizar um banco de dados”, disse. Conti explicou como a IA trabalha na base dados. O primeiro passo é separar uma parte da base dados e treinar o algoritmo de IA ou de machine learning. Os testes serão realizados centenas de vezes até que se descubra qual o algoritmo apresentou a melhor média. “Essa é a diferença da estatística: a manipulação dos dados. Hoje, é possível rodar milhões de testes e compará-los para se chegar à melhor previsão”, disse. Embora a IA seja antiga, Conti observa que somente agora existe capacidade computacional para se trabalhar os dados. As principais linguagens de programação em uso, a Python e a R, são gratuitas e podem ser instaladas em qualquer computador e isso explica a explosão de conhecimento sobre IA nos dias atuais. As ferramentas de IA podem ser utilizadas em três tipos de situações. No aprendizado supervisionado, o objetivo da máquina é aprender as regras relacionadas com as entradas APTS  EDICÃO 132/133


Tema Inteligência Artificial e alto nível dos palestrantes fizeram lotar o auditório da ENS

e saídas de dados. “Se quero saber se determinado segurado tem alta probabilidade de sofrer um sinistro, a máquina trabalhará a base de dados de sinistros e aprenderá a identificar essa situação”, disse. Conti apresentou diversos métodos de análise de dados, como o de regressão linear, por exemplo, e outros vários de classificação. Ele contou que usou esse método para criar um aplicativo que apontava a probabilidade de a pessoa votar em determinado candidato. No caso do aprendizado não supervisionado, a máquina precisa encontrar uma estrutura a partir dos dados e dos parâmetros fornecidos para o funcionamento do algoritmo. “Serve para quando não se sabe o quer. Por exemplo: numa base de dados de seguro saúde com 500 mil linhas, a máquina poderá formar três grupos, definindo seus próprios critérios, como a idade”, disse. Outro uso seria a definição das áreas de riscos de São Paulo, por exemplo, a partir das informações de sinistros. “A máquina poderia criar três grupos e estabelecer os critérios, como a distância, por exemplo”. Já no aprendizado semi-supervisionado, a base de dados é incompleta ou o problema não permite ter todas as informações. Então, a máquina poderá combinar as observações com a saída desejada e com observações sem essa saída. “Quando se tem um pedaço da base de dados que se sabe o objetivo e outro pedaço que não tem essa informação, então será preciso um algoritmo que use parte das informações que se tem e preencha o resto de forma ótima”, disse.

Questão de interpretação Conti revelou sua fascinação diante do avanço da IA, citando os algoritmos que conseguem ganhar de mestres APTS  EDICÃO 132/133

do xadrez e as máquinas que detectam câncer. As máquinas são mais inteligentes que os humanos? Conti não acredita. Esta questão é discutida por Adnan Darwiche no livro “Human-Level intelligence or Animal-Like Abilities?”, no qual conclui que a habilidade das máquinas está mais próxima a de animais, porque os algoritmos são apenas rotinas que ajustam funções a um conjunto de dados. Para Conti, a inteligência da máquina é uma questão de interpretação. Enquanto os humanos observam, pensam numa intervenção, imaginando as formas possíveis de resolver o problema, a máquina ainda está na fase de observação, não tem ideia de intervenção. “Se eu não estivesse aqui, onde estaria? Um ser humano responde, a máquina não, porque trabalha com dados e não faz sentido para ela. A inteligência artificial ainda está na infância”, disse.

IA no seguro Desde que os dados sejam bons e bem organizados, a IA pode ter muitas aplicações no seguro, de forma robusta, segundo Conti. “Se não for assim, será apenas estatística”, disse. A IA pode ser usada para otimização de preços, cálculo de risco, previsão de valor de sinistro, detecção de fraudes, previsão do valor ao longo da vida do consumidor (CLV), chatbots e assistentes de apoio aos protocolos. A aplicação ao marketing e atendimento também oferece bons resultados na customização de mensagens, segmentação de consumidores e identificação do momento de consumo. 15


C A PA Um levantamento da consultoria Ernst & Young apontou que o seguro está entre os setores que mais utilizam algoritmo de precisão, com 36%. Porém, outros setores estão à frente, como o varejo (54%) e o automotivo (50%). Conti observa que startups estão impulsionando o uso da IA no mercado global de seguros. Entre os exemplos estão a Captricity, que transforma formulários preenchidos à mão em formulários digitais com 99,9% de precisão, e a Zendrive, um aplicativo que monitora como a pessoa está dirigindo, podendo levar a descontos no seguro. Alguns especialistas preveem a evolução da IA a ponto de romper a barreira da mera observação para intervenção. Este é o caso de Judea Pearl, um dos especialistas que teve participação ativa na base teórica da IA, autor do “The book of why”. Segundo ele, a IA conseguirá entender e imaginar como atuar, aproximando-se da inteligência humana. Conti discorda. “Pessoalmente, acredito que o algoritmo nunca irá conseguir organizar uma base de dados”, disse. Leonardo Rochadel

MAIS PODER AOS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO A Inteligência Artificial chega aos corretores de seguros na forma de leads qualificados.

“C

onstruímos uma máquina que utiliza a inteligência artificial para vender seguros”, anunciou Leonardo Rochadel, CEO fundador da O2O Bots. Mas, em vez de substituir o corretor, a inovação criada pela insurtech, que conta com o apoio da CNseg, serve justamente para facilitar o trabalho dos profissionais de venda de seguros. “Com o uso da inteligência 16

artificial, capturamos o usuário online, conversamos e entregamos oportunidades qualificadas para os corretores venderem mais”, explicou. Segundo ele, para cada real investido, a máquina entrega 100 reais em oportunidades de negócios. Por que inteligência artificial? “Porque o consumidor mudou e hoje, nove anos depois de ter o smartphone nas mãos, adquiriu novos hábitos e comportamentos”, respondeu Rochadel. Ele listou quatro das mais importantes mudanças do consumidor, começando pelo hábito de esperar respostas instantâneas a qualquer hora e em qualquer lugar. Por outro lado, o segurado não deseja mais receber a ligação do corretor a qualquer hora. “Antigamente, para crescer, bastava colocar todos da corretora para ligar para os clientes. Mas, hoje, é preciso enviar uma mensagem antes de telefonar”, disse. Diante dessas mudanças, Rochadel decidiu apostar em chatbots (robôs que conversam como se fossem humanos). Por quê? Em 2013, um investidor de sua empresa voltou da China convicto do fim dos aplicativos. “Os chineses não precisam instalar aplicativos no celular. Lá, o mercado desenvolveu o conceito de mini aplicativos, que rodam dentro de aplicativos de mensagens, os chamados chatbots”, disse. Para ele, uma prova de que essa tendência chegou ao Brasil é o sucesso do whatsapp. Os robôs criados pela O2O Bots com tecnologia nacional são treinados para vender. As máquinas utilizam inteligência artificial e a personalidade de inside sales. “Não são robôs de atendimento ou SAC, são robôs treinados para qualificar leads em grande escala e entregar oportunidades qualificadas para os corretores venderem APTS  EDICÃO 132/133


ras, recebidos por e-mail, e são direcionadas para conversar com a inteligência artificial, que os qualifica e oferece seguros”, disse. Segundo Rochadel, o robô foi treinado para evitar que o cliente abandone a compra, entregando a finalização da venda para o corretor, que se encarrega de telefonar para o cliente. Durante a conversa com o cliente, a máquina pode apresentar entre oito e dez tipos de seguros. “A máquina esquenta o lead, que deixa de ser qualificado para marketing e passa a ser um lead qualificado para a venda”, disse. Evaldir Barbosa de Paula e Osmar Bertacini, diretores da APTS, ao lado dos palestrantes Roberto “Entregamos para o corCelestino e Celso Malachias. Luiz Macoto Sakamoto (APTS) (último da foto). retor a capacidade de ligar para o cliente na hora certa, no momento em que mais. É como se entregássemos um exército de robôs para está mais receptivo para receber uma venda consultiva”, cada corretor de seguros”, disse. disse. Rochadel afirmou que a inteligência artificial já Rochadel explicou que os robôs têm conceito expan- consegue converter 97,32% das conversas em leads quadido. Isso significa que um robô pode atender milhares lificados de marketing e, destes, 28% em leads qualificade consumidores ao mesmo tempo. “Se tiver um usuário dos de venda. A taxa de conversão é de 46%. “Criamos conversando com uma plataforma, haverá um robô tra- uma plataforma que tem o propósito de empoderar os lhando. Mas, se no segundo seguinte houver 5 mil usuá- canais de distribuição de seguros”. rios conversando, haverá 5 mil robôs trabalhando, ou seja, a plataforma se ajusta à demanda”, disse. Os robôs, segundo ele, realizam as tarefas operacionais e repetitivas, deixando os corretores com mais tempo para se dedicarem às vendas. Até o momento, O2O Bots já mapeou mais de 30 processos operacionais e repetitivos, que poderão ser melhor executados pela inteligência artificial, como as cotações de seguros online, as renovações e até contratações. Rochadel apontou que a habilidade mais importante da máquina é o funil de vendas. Palestrantes Leonardo Rochadel e Thomas Conti ao lado dos diretores da APTS Osmar Bertacini “As pessoas clicam nos e Luiz Macoto Sakamoto links dos sites das corretoAPTS  EDICÃO 132/133

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ESPECIAL

Octavio Milliet assume presidência da APTS Eleito para concluir os últimos meses de mandato da atual gestão, ele tem planos para revitalizar a área de eventos da entidade.

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Assembleia Geral Extraordinária (AGE) realizada pela Associação Paulista dos Técnicos de Seguro (APTS), no dia 13 de fevereiro, com a participação de diretores e associados, elegeu por aclamação Octavio J. Milliet para o cargo de presidente. Ele cumprirá o período final de mandato da atual gestão (2017/2019), que se encerra em setembro, ocupando a vaga deixada por Osmar Bertacini, falecido em janeiro. Na ordem de sucessão prevista no estatuto social da APTS, em caso de vacância na presidência cabe ao secretário ocupar o posto. Mas, por motivos particulares, o atual secretário Luiz Macoto Sakamoto não pode assumir. Com o apoio dos demais membros da diretoria, Milliet, que até então era membro do Conselho do Administrativo na atual gestão, aceitou a missão de conduzir a APTS até a próxima eleição. “É um desafio e também uma honra assumir o cargo que até então pertencia ao grande profissional Osmar Bertacini e, antes dele, ao Luis López Vázquez, outro espetacular idealista”. A AGE também empossou Adevaldo Calegari, ex-mentor do Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP), como membro do Conselho, na vaga de Milliet. Conto com apoio da diretoria para desenvolver projetos e dar uma nova energia para a APTS, que deverá seguir em frente na sua missão de disseminar o conhecimento técnico em seguros”, diz Mil18

liet. Milliet construiu carreira de 42 anos na corretagem de seguros, ocupando posições de destaque no mercado, como as presidências da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor) entre 1988 e 1993, do Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo (Sincor-SP) entre 1988 e 1992, do Codiseg (órgão que cuidava das ações de marketing do setor de seguros) entre 1988 e 1991, e da Escola Nacional de Seguros (ENS) entre 1991 e 1993. Ele também atuou como membro do Conselho Nacional Octavio José Milliet de Seguros Privados (CNSP) entre 1987 e 1988. Atualmente, exerce a função base a formação técnica em seguros e de diretor Ouvidor do Sincor-SP. a APTS tem acompanhado essa evoluAssociado da APTS há mais de 30 ção, oferecendo informação de qualianos, Milliet reconhece a importân- dade”, diz. cia da entidade. “A APTS é única no Apesar do curto mandato, que se enmercado, não apenas por sua indepen- cerra em setembro, o novo presidente dência, como também por seu foco tem planos para revitalizar a APTS, original na técnica de seguros. Hoje, sobretudo na área de eventos. Além inúmeros cargos e funções têm em sua do seminário sobre seguro para barraAPTS  EDICÃO 132


DIRE TORIA DA APTS GESTÃO 2017/2019

Presidente: Octavio José Milliet Secretário: Luiz Macoto Sakamoto Tesoureiro: Evaldir Barboza de Paula CONS E LHO A DMINISTR ATIVO

Efetivos: Alexandre Del Fiori, Hélio Opipari Junior e José Luis S. Ferreira da Silva. Suplentes: César Bertacini, Adevaldo Calegari e Alexandre M. Camillo

Após AGE, diretoria se reuniu com o novo presidente: (em sentido horário): Adevaldo Calegari, Alexandre Camillo, Luiz Macoto Sakamoto, Octavio Milliet, Evaldir Barboza de Paula e José Luis S. Ferreira da Silva

gens, que será realizado em abril, ele adiantou que uma das ideias é resgatar os consagrados eventos do meio-dia

(palestras e debates) em locais diferentes a cada edição. “Minha proposta é fazer a APTS ressurgir e crescer”, diz.

ESCOLHA A OPÇÃO CERTA. ESCOLHA O SEGURO FAIXA-PRETA. COM MAIS DE 130 ANOS DE TRADIÇÃO E QUALIDADE J A P O N E S A , A S O M P O FA Z T U D O P E L A S U A T R A N Q U I L I DA D E . E C O N T R ATA R U M S E G U R O PA R A O S E U C A R R O F I CO U A I N DA M A I S FÁC I L . O NOVO SEGURO AUTO DA SOMPO TEM MAIS OPÇÕES DE COBERTURAS, SERVIÇOS DIFERENCIADOS E SOB MEDIDA, PREÇO COMPETITIVO E PAGAMENTO EM ATÉ 10X NO CARTÃO DE CRÉDITO. CONSULTE S E U C O R R E TO R .

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D R E SGTI A S TQRUOE

Brasil precisa reformar a Previdência De acordo com Nilton Molina, se a reforma não for realizada, o retorno da inflação será apenas uma das consequências.

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A ntranik Photos

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e a reforma da Previdência Social não for realizada, o Brasil não vai quebrar. “Mas, os estados e municípios sim, podem quebrar”, disse Nilton Molina, presidente do Conselho de Administração da Mongeral Aegon Seguros e Previdência e do Instituto Longevidade Mongeral, durante sua participação no almoço promovido pelo CVG-SP, dia 11 de abril, no Terraço Itália. Ele prevê, ainda, consequências mais graves, como o retorno da inflação. “Causaria a desgraça do Brasil e nós, brasileiros, voltaríamos a ter um país sem nenhum horizonte”, afirmou. “Com certeza, a economia seria sufocada”, acrescentou Silas Kasahaya, presidente do CVG-SP. Molina analisou por que a Previdência precisa de mudanças. Uma das razões é a disparidade nas contribuições dos trabalhadores. Um trabalhador que ganha R$ 1 mil contribui com R$ 80 (8%), enquanto outro que ganha R$ 4.730 paga R$ 473 (10%). Mas, quem ganha entre R$ 25 mil e R$ 50 mil, por exemplo, contribui com apenas R$ 638, porque o cálculo é feito sobre o teto da previdência (R$ 5.380). “É um Robin Hood ao contrário, os pobres pagam mais que os ricos, e só isso já justifica a reforma”, disse. Outro motivo é que o Brasil é o único entre os países mais jovens com o maior gasto proporcional na Previdência em relação ao PIB. O país tem 8% de população com mais de 65 anos e gasta 12% do PIB. Enquanto o Japão, por exemplo, tem 26% de idosos e gasta 12%. Já os Estados Unidos, têm 15% de idosos e gasta 9%. “Temos de olhar o Brasil na base da pirâmide, onde estão os hipossuficientes, porque os que ga-

No almoço do CVG-SP, Molina deu uma boa notícia: "Vida e Previdência crescem, mesmo sem reforma"

nham acima de R$ 2.270 (salário médio do brasileiro) têm de poupar para a aposentadoria. E se não pouparem, não é culpa do Estado”, disse. A proposta de reforma paramétrica da Previdência Social que está em tramitação no Congresso, segundo Molina, é bastante simples e não afeta os mais pobres. Ela aumenta a contribuição para 20 anos e eleva a idade mínima de aposentadoria para 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres). “Mas, começará a valer somente daqui a dez anos, e isso a imprensa não explica com clareza”, disse. O resultado esperado é a redução do déficit no curto prazo e a estabilização no futuro. Já a reforma estruturante, que em parte foi inspirada na proposta da Fipe e tem o apoio do setor de seguros, cria um novo sistema baseado em quatro pilares somente para os novos trabalhadores nascidos a partir de 2005. Se-

gundo Molina, esse regime tem foco na base da pirâmide, pois sugere àqueles que ganham mais de R$ 2.200 a pouparem para a aposentadoria, usando parte do FGTS. “A gestão seria privada, com portabilidade e muita competição. Mas, este é o sistema que não conseguimos aprovar”, afirmou. A boa notícia é que, independentemente dos rumos da reforma da Previdência Social, os segmentos de seguro de vida e previdência complementar deverão liderar o crescimento do setor nos próximos 20 anos, segundo a previsão de Molina. Ele concluiu, ainda, que, por enquanto, o setor não deve criar expectativas. “A reforma da Previdência não vai colocar diretamente nenhum centavo no bolso do segurador ou do corretor de seguros. Ou seja, não é por causa da reforma que vamos vender mais. Não é tão simples assim”, disse. APTS  EDICÃO 132/133


Resseguro brasileiro tem espaço para crescer Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro discutiu diversas oportunidades.

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saúde do mercado de seguros e resseguro é fundamental para garantir o bom funcionamento da economia de mercado”, disse o titular da Secretaria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia, Caio Megale, durante a abertura do 8º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro, realizado nos dias 8 e 9 de abril, com a presença de cerca de 750 profissionais. O evento foi organizado pela Federação Nacional das Empresas de Resseguros (Fenaber) e Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), com apoio institucional da Escola Nacional de Seguros (ENS). Já o presidente da Fenaber, Paulo Pereira, citou fatores que podem contribuir para a expansão do setor, como os riscos cibernéticos, a aprovação da nova Lei das Licitações e a simplificação regulatória. “Enquanto os resseguradores locais pagam no Brasil 40% de imposto e contribuição social, além de PIS e Cofins, o americano paga 34%, o suíço e o alemão pagam 30%, o inglês paga 20%, o irlandês paga 12% e o de Bermudas, zero”. Leandro Fonseca da Silva, diretor da Agência Nacional de Saúde (ANS), disse que o financiamento da saúde é um grande desafio, devido à escalada de custos no Brasil e no mundo. Ele apontou o resseguro como um caminho para enfrentar e superar esse entrave. O CEO de Resseguros da Swiss Re, Moses Ojeisekhoba, destacou oportunidades no Brasil em relação à produção agrícola, que tem potencial de demanda de US$ 200 bilhões para a indústria de seguros. Para ele, a tecnologia é uma aliada da APTS  EDICÃO 132/133

indústria para aumentar a penetração de produtos na sociedade. "A brecha de proteção só será reduzida com acessibilidade ao seguro, melhoria na distribuição e oferta de produtos que caibam nos bolsos dos segurados. É preciso ver a questão da facilidade e praticidade do produto, como é feito o pagamento do sinistro. Tenho certeza de que a tecnologia é a chave para fazer isso". Comparado aos Estados Unidos, que têm alta penetração de seguro de vida e de responsabilidade civil de automóvel, o Brasil fica aquém, segundo Rodrigo Botti, da Terra Brasis Resseguros. "No Brasil, temos o DPVAT, que apesar de funcionar bem, não tem nenhuma proteção adicional privada. Além disso, a proteção a acidentes de trabalho provém do sistema público e não do setor privado". Já em relação ao Canadá, que tem números próximos em termos de prêmio, o mix de vida e o de RC de automóvel são maiores que os do Brasil. Por outro lado, o mercado de saúde brasileiro é proporcionalmente maior." Botti também citou o potencial de

microsseguro no Brasil, que segundo ele, é enorme. “O setor de seguros tem grandes oportunidades". Antonio Trindade, CEO da Chubb e presidente da FenSeg, falou sobre o que é preciso fazer para aumentar a cultura de seguros no Brasil. "Primeiro devemos olhar para a educação. A falta de renda também é um fator limitador. Outro ponto é a questão regulatória. No Brasil, é complicado aprovar produtos, o que acaba restringindo seguradoras na oferta de produtos para nichos". Embora a A.M. Best tenha classificado o mercado brasileiro de resseguros em perspectiva negativa em seu mais recente relatório, de dezembro de 2018, o analista sênior Guilherme Simões avalia que "o pior já passou" e tudo indica que as condições macroeconômicas no país estejam caminhando na direção correta, embora que de maneira vagarosa. “As reformas, se realizadas, podem facilitar o crescimento no longo prazo e impulsionar a confiança interna e externa no país", disse ele no segundo dia de evento. 21


MERCADO

HDI Seguros lança Sompo promove workshop o HDI FLEX

A HDI Seguros traz ao mercado o HDI FLEX, produto voltado a veículos de até R$ 80 mil, faixa de preço que engloba a maioria dos carros populares. O seguro oferece proteção em caso de colisões e incêndio, com possibilidade de adicionar também Roubo e Furto, se assim preferir. O segurado pode, ainda, contratar coberturas adicionais, como danos corporais e materiais a terceiros envolvidos nas ocorrências, cobertura para o passageiro do veículo segurado, danos morais e acessórios. “Flexibilidade e liberdade de escolha são duas exigências do consumidor hoje e a HDI Seguros acompanha esse movimento”, afirma Fabio Leme, vice-presidente Técnico da HDI. “Com o HDI Flex, disponibilizamos soluções que se encaixam às necessidades dos nossos clientes, dando a eles a autonomia de utilizá-las quando acharem oportuno, uma abordagem empática típica da relação humanizada que estabelecemos em nossa atuação no mercado”, complementa o executivo. O pagamento do seguro ainda é facilitado, podendo ser feito em 10x sem juros no débito automático, em até 6x sem juros no crédito, ou em condições especiais no carnê. 22

A Sompo Seguros promoveu o Workshop Gerenciamento de Riscos P&C, nos dias 5, 8 e 9 de abril em sua sede na capital paulista, com o objetivo apresentar e levar a debate temas relacionados ao gerenciamento de riscos e prevenção de sinistros nas carteiras dessa área, a exemplo dos ramos Residencial, Condomínio, Empresarial e Grandes Riscos, entre outros. “Essa foi uma ótima oportunidade para avaliar novas tecnologias, compartilhar e difundir as melhores práticas em engenharia e gerenciamento, bem como ampliar e qualificar profissionais envolvidos no processo de inspeção e análise de riscos”, considera Cesar Yukio Nagasse, gerente da área de Gerenciamento de Riscos P&C. O evento contou com cerca de 150 participantes, entre subscritores, inspetores e analistas de sinistros, que tiveram a oportunidade de passar por um treinamento com a equipe de Gerenciamento de Riscos P&C sobre análise de riscos, o novo modelo de relatório de inspeção e o book de recomendações da Sompo, ministrado pelo engenheiro de riscos da área, Jairo Benedito Cardoso. Além disso, foram convidados para apresentar temas relacionados às suas áreas de atuação, especialistas de empresas como IRB Brasil RE, ABPEX - Academia Brasileira para Prevenção de Explosões, Blue Fire Engenharia e Consultoria, Icon Tecnologia Termográfica, Fike Corporation, RBENGE Engenharia e Critério Experts.

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Curso da ENS recebe nota máxima do MEC Graduação Tecnológica em Gestão de Seguros, ministrada no Rio de Janeiro (RJ) pela Escola Nacional de Seguros (ENS), foi referendada pelo Ministério da Educação (MEC) como um dos melhores cursos do País em sua categoria. Durante dois dias, uma comissão de avaliadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP/MEC) verificou, com rigor, todos os aspectos que envolvem a graduação. Ao final, foi atribuída ao curso a nota 5, que é o grau máximo. Essa já seria uma grande notícia, mas, desta vez, há um motivo maior a ser comemorado: o 5 foi concedido a todos os itens das cinco dimensões avaliadas! Para se ter um entendimento mais preciso da impor-

tância deste feito, atualmente, apenas outras quatro instituições de ensino do Brasil possuem esta avaliação geral. “Obtivemos o grau máximo em todos os quesitos, o que significa que estamos cumprindo rigorosamente com as exigências do órgão máximo da Educação no País”, destacou o presidente da ENS, Robert Bittar. “Quando recebemos a autorização para ofertar o curso obtivemos a nota 4. Agora, dois anos depois, conquistamos o 5 absoluto na primeira avaliação de reconhecimento”, comemorou o diretor de Ensino Superior, Mario Pinto. “Estamos muito satisfeitos por entregar à sociedade um produto de tanta qualidade”, disse o diretor geral Tarcísio Godoy.

Nova edição do PRA Super Campeões Lançada durante a premiação do PRA Super Campeões, em Trancoso (BA), a nova campanha do Programa de Reconhecimento ao Corretor (PRA) da SulAmérica para 2019 desafiará e incentivará os seus mais de 30 mil parceiros a gerar ainda mais novos negócios em todos os segmentos de atuação da companhia. Como forma de coroar os melhores desempenhos, a seguradora reconhecerá os corretores com diversos prêmios ao longo do ano e duas viagens marcadas para 2020. “O PRA Corretor é o melhor programa de reconhecimento aos corretores no Brasil. Queremos incentivar nossos mais de 30 mil parceiros a gerarem cada vez mais negócios e baterem recordes em vendas ano após ano. Para isso, investimos em ferramentas, treinamentos, suporte e atendimento APTS  EDICÃO 132/133

para eles estarem ainda mais preparados para entender o comportamento de seus clientes e oferecer uma experiência de consumo diferenciada”, comenta o vice-presidente Comercial da SulAmérica, André Lauzana. Para a nova campanha do PRA Super Campeões os critérios de elegibilidade consideram, entre outros aspectos, o fato de que cada participante só concorre com outros corretores da mesma região. 23


EM FOCO

O futuro já chegou para os seguros de riscos ambientais

“Programa de Seguros de Riscos Ambientais no Brasil – Estágio de Desenvolvimento Atual” 4ª edição atualizada e ampliada Autor: Walter Polido - Professor, consultor e árbitro Venda pelo site da ENS: ens.edu.br

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esde a primeira reimpressão da terceira edição, em 2017, vários fatos ocorreram no país e no mundo, todos eles justificando a elaboração desta quarta versão do livro. O tema Seguro Ambiental se renova a cada dia e, ainda que o produto não seja de grande repercussão no Brasil, até este momento, não significa que ele se mantenha inerte, sem sofrer as influências da jurisprudência ambiental, assim como da evolução legislativa cotidiana e dos múltiplos interesses seguráveis. As modificações que ocorrem nas práticas de subscrição dos riscos no exterior acabam se antecipando no 24

Brasil, ainda que as exigências locais caminhem com passos mais lentos. Os clausulados de seguros comercializados no Brasil, não os de seguros ambientais, sofrem influência absoluta do Órgão Regulador, o qual determina a adoção dos produtos padronizados. Essa prática tem prejudicado consideravelmente o mercado nacional de seguros. Nesta quarta edição do livro, foram transpostas as novidades encontradas no mercado norte-americano em termos de clausulados de coberturas, sendo que de 2016 para cá até mesmo a nomenclatura empregada nos textos das apólices sofreu modificações substanciais. Por exemplo: as expressões “pree-

xisting pollution conditions” e “news pollution conditions” foram abandonadas e basicamente não existe mais a estipulação de dois limites separados. Incluímos novos temas que se relacionam aos riscos e aos seguros ambientais. Nesta quarta edição, foram adicionados os temas relativos aos Clubes de P&I, o Dano Social, Custos com Gerenciamento de Catástrofes, Cyber Risks, Barragens, Apólices Master brasileiras, entre outros. Os sinistros emblemáticos ocorridos no Brasil nos últimos anos, notadamente o rompimento das barragens de rejeitos do Fundão, da mineradora Samarco, em Mariana e da mina do APTS  EDICÃO 132/133


Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho – Minas Gerais, despertaram o tema seguro ambiental de forma expressiva, recolocando-o no contexto das discussões. Aparentemente respaldados através de apólices tradicionais do seguro de responsabilidade civil geral, com cobertura de poluição acidental e súbita, as discussões internas durante os ajustes dos sinistros não são menos tormentosas, até porque de fato a estrutura contratual mencionada não oferece garantias adequadas em face das características desse tipo de seguro, certamente inapropriadas para riscos ambientais. Houve completo esgotamento do modelo praticado pelo mercado segurador nacional em relação ao risco ambiental, o qual não pode ser garantido de forma plena através de uma apólice tradicional e clássica de Seguro de Responsabilidade Civil. A apólice de RC tradicional e sob a cláusula de poluição súbita e acidental não foi estruturada para garantir os riscos ambientais amplos, notadamente pelo fato de que exclui – taxativamente – a cobertura para os bens naturais. Ela só garante terceiras pessoas, com titularidade de bens conhecida e perfeitamente determinada, ficando de fora os danos de natureza difusa, assim como são os danos ambientais. Não há como contrapor essa realidade fática e contratualmente estabelecida. Sobre os aspectos legislativos, a produção normativa acerca da proteção do meio ambiente e visando de forma acentuada a responsabilização do agressor, constitui procedimento e tendência encontrados nas três esferas da administração pública. Essa quarta edição do livro não podia deixar de discorrer sobre a hermenêutica que vem sendo propugnada pela doutrina especializada e sob vários contornos, sendo que os ambientais e consumeristas têm prevalência acentuada. A questão da cobertura para multas e penalidades em geral voltou à discussão no mercado nacional de seguros, notadamente pelo fato de que o Órgão Regulador, através da Circular Susep n.º 553/2017, passou a admitir a cobertura dentro dos seguros D&O. APTS  EDICÃO 132/133

Walter Polido Professor, advogado, consultor e árbitro

Ordem natural das coisas, a mesma pretensão se voltará para os riscos ambientais, ainda pautada na agenda determinada pelo Projeto de Lei da Câmara n.º 29/2017 (do contrato de seguro), conforme o disposto no artigo 15, § I. A produção de petróleo e gás no Brasil tende a ser acelerada com a retomada da economia e a nova fase de desenvolvimento do país. O crescimento da energia eólica no país também será acentuado nos próximos anos. Os seguros deverão servir de instrumento econômico nessas operações, também com as coberturas de danos ambientais sobressaindo. Invariavelmente. A redução das emissões de gases deve ser perseguida pelos países, sem retrocesso. A era digital se sobressai. A chamada indústria 4.0 traz inúmeras e fantásticas novidades para a sociedade pós-moderna: inteligência artificial, robotização, internet das coisas, outras tantas que se multiplicam a cada dia. As mudanças climáticas, fator inexorável, conexas aos anseios de sustentabilidade na produção industrial, abraçam as novas tecnologias de forma visceral e comandarão os processos daqui para a frente, sem qualquer possibilidade de protelação. Neste particular, o processo de subscrição de riscos para fins de se-

guros já passa por este tipo de ferramenta, notadamente naquelas situações de riscos homogêneos e com coberturas estandardizadas. Não só os seguros ambientais, mas todos os demais segmentos são afetados pelos novos processos de inovação tecnológica. Além da facilitação encontrada na detecção prévia dos riscos e através dos mais variados dispositivos eletrônicos, além dos drones e outros mecanismos de captura de imagens aeroespaciais, entre outras categorias disponíveis, também na fase do ajustamento dos sinistros essas ferramentas se mostram insubstituíveis. A inovação modifica, ainda, os conceitos mais clássicos do seguro e o mercado nacional precisa se adaptar. O conceito de propriedade é muito mais f luido nos dias atuais. Protagoniza, no seu lugar, o interesse pela coisa, sendo voltado para a relação de posse, e não mais necessariamente da propriedade. Os veículos móveis de utilização pública representam essa situação perfeitamente: automóveis elétricos; bicicletas. Se aos usuários cabe a possível responsabilização pelos eventuais danos que lhes possam ser impingidos durante a utilização dos referidos bens, como não os garantir através de seguros não atrelados a um bem particularizado e cuja propriedade não está presente na relação usuário-segurado? Os seguros não podem ficar alheios a essas novas estruturas criadas pela sociedade de consumo. Essa discussão temática não irá se exaure com esses breves comentários, já que se expande e precisa alcançar o mercado segurador nacional de forma plena, urgentemente. A inovação requer mudanças procedimentais e conceituais de toda ordem, de caráter inadiável. O termo que melhor define esse cenário de mudanças e de tomada de consciência em face de tudo aquilo que existiu e daquilo que deve ser acolhido pelos diversos sistemas é a disrupção. A dinâmica desse processo modificador, inclusive, deve ser apreciada e renovada a cada avanço tecnológico experimentado, rapidamente. É o futuro, que já chegou. 25



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