Edição Zero

Page 1

www.revistaaperitivo.com.br

Novembro de 2010 ANO 01 - Zero

e mais... a volta de Vinil

Lisboa

VerĂŁo em cores

o Estranho Mundo

de JosĂŠ Mojica Marins Todas as faces do maior mestre do terror do cinema nacional.



editorial

expediente

Oi, tudo bem? Olá, Galera! Estamos Chegando! Seja bem-vindo à Edição Zero da Revista Aperitivo, uma revista que, acredite, é sua. A Aperitivo chega ao mercado não para fugir do que existe por aí, mas, sim, para fazer do jeito que você quer. Nossa missão? Falar de um tudo e, principalmente, te ouvir. Ter em nossas páginas pequenos Aperitivos do mundo, porém, na verdade, buscar aquilo que você quer saber. Nossa intenção? Conversar contigo. Ter matérias, ações, notícias, etc., que nos permita manter contato. A Aperitivo, saiba desde já, não quer nunca esgotar e falar tudo de um determinado assunto: queremos lhe mostrar as coisas que rolam por aí, mas deixar sempre, a você, o espaço para também falar, ensinar, discutir, aprender. Para tanto, queremos que você nos fale: o que você quer saber? Comente, critique, elogie (não se sinta pressionado...), indique os temas que você faz questão de ver no site ou aqui e, claro, dê sua opinião sobre o que quiser. Enfim, estamos à sua disposição para bater um papo. Ok? Agora vamos lá, com vocês: a Edição Zero. E, nessa nossa edição de estreia, a APERITIVO ZERO, você vai começar a viajar por esse nosso mundo “aperitívico”. Pra começar, falamos de colorida Moda pro Verão, do mundo “Xing Ling”, de eletrônicos e afins, da Guerra contra às Sacolinhas Plásticas, o Retorno do Vinil, os porquês do poder do Vinho e, de quebra, uma matéria imperdível sobre o mestre brasileiro do terror: Zé do Caixão. E muito mais, claro. Agora, que já falamos de tudo e já nos apresentamos, não falta mais nada. Só resta desejar boa leitura, boa diversão e, por que não, bons aperitivos. André Geniselli Editor

ATHENA A Revista Aperitivo é uma produção da Athena Comunicação. Revista Aperitivo Editor André Geniselli Editor de Arte Ciro Godoy Redação André Geniselli Ciro Godoy Denis Henrique Paulo Barros Silmara Andrade Administração Silmara Andrade Marketing Paulo Barros Web/Mídias Sociais Denis Henrique

A Revista Aperitivo é uma revista cultural, gratuita, distribuída nas faculdades de Barueri, Osasco e São Paulo. Tiragem: 10.000 exemplares.

Athena Comunicação / Revista Aperitivo Contato Endereço: Rua das Esmeraldas, 296 Jd. Mutinga, Osasco, CEP: 06286-010, SP. Telefone: (11) 8252-4208 e-mail: contato@revistaaperitivo.com.br www.revistaaperitivo.com.br


índice 6 Twittando Imagem Marcela Alves

7 TECNOLOGIA (Ching Ling)

8

CINEMA

(3D)

José Mojica Marins a cabeça por tras da criatura

18

10 Cultura (Bueno Aires)

11 HAPPY HOUR (Vinho)

14 MÚSICA

Capital do Livro 2011

(Vinil)

18 CAPA (Zé do Caixão)

23 BEM ESTAR (Isotônicos)

24 ARTE / Estilo

a velha novidade

(Cores de Verão)

26 ECOLOGIA (Sacola)

28 TURISMO (Portugal)

mal costume

30 É O FIM

Lisboa

Imagens Aperitivo

(Meu amigo)



Twitter + Arte Não dá pra dizer que Sampa não está num momento artístico. A cidade que nunca para anda respirando arte. Culpa das Bienais...

aperitivo_on A principal culpada é a Bienal de Artes de São Paulo, que rola, de 25 de setembro a 12 de dezembro, no Pavilhão da Bienal no Ibirapuera. A Bienal do Ibirapuera está na sua 29ª edição e reúne alguns dos maiores artistas do planeta. E de todos os estilos, claro. Nessa edição, o tema da Bienal é a mistura entre arte e política. “Há sempre um copo de mar para um homem navegar”, é o lema da mostra. Mas e aí, será que tem como separar a arte da política? Como cada um pode “misturar” o outro? Respostas, claro, nos corredores da 29º Bienal de Artes de São Paulo. Outra Bienal que agitou a cidade foi a Bienal de Graffitti que aconteceu no MuBE. A mostra reuniu o melhor do grafite em Sampa. Espaço pra arte de rua, cheia de cores e detalhes, ganhar espaço em galerias e museus. Sucesso absoluto, como não poderia deixar de ser. Agora, que mais rola? Será que é só Bienal que tem em Sampa quando o assunto é arte? Nananinanão... Dicas é o que não falta pra SP.

Imagens Aperitivo/Divulgação

Acontece no museu da Língua Portuguesa a exposição “Fernando Pessoa – Plural com o o Universo”, que é imperdível. Imperdível, pois fala do genial poeta português e ainda, de quebra, cheia de novidades e inovações. Programa pra lá de indicado. E, pra quem se interessa, o exposição fica em cartaz até o fim de janeiro de 2011 e o museu fica perto da Estação da Luz.

Caro amigo: esse espaço é seu. Ajude a fazer a sua revista, a sua APERITIVO:

@aperitivo_on Siga-nos no Twitter, em Aperitivo_on, no Facebook e no Orkut! E diga sempre o que quer...

#euquero Ou, se preferir, mande sua sugestão de pauta, de piada, de receita ou do que for para

euquero@revistaaperitivo.com.br


Tecnologia Ching Ling Celular com GPS, TV, duas câmeras, WI-FI além de suportar dois números de telefone móvel e mais um infinidade de funções as vezes pouco uteis, quanto você pagaria por um aparelho com tudo isso? Se você não se preocupa com a procedência ou qualidade, ele pode sair por míseros 270 reais. Por essa pechincha só pode ser um celular “made in China”, que chegam como similares de grandes marcas que podem custar até mais de mil reais. Alta tecnologia sempre foi sinônimo de grandes empresas e de países do primeiro mundo. Produtos caros, para poucos que tinham condições de bancar o desejo do consumo. Aos demais restava a opção dos produtos do “Paraguai” - vendidos lá, mas vindos da China -, produtos mais acessíveis, mas de qualidade pra lá de duvidosa e tecnologia precária. Mas os tempos mudaram: hoje a impressão é que quase tudo no mundo é fabricado na China. A mão de obra barata dos mais de 1 bilhão de chineses atraíram empresas do mundo todo, que, usando a estrutura de fabricas estatais, fabricam de guardachuva de poucos reais – e para

poucas chuvas - à computadores de última tecnologia. No país oriental se fabrica de tudo o que se possa imaginar. Esse cruzamento dos diferentes níveis de tecnologias acabam por oferecer aos consumidores alta tecnologia a preço que cabe no bolso de qualquer um. O exemplo mais latente disso é a invasão dos celulares Xing Lings, facilmente encontrados a venda na internet , mas principalmente no paraíso dos eletrônicos da capital paulista, a rua Santa Ifigênia. Celulares com funções que vão muito além da original função do equipamento - em ser telefone móvel . De cara, o que torna essas “geringonças” tecnológicas atrativas é a capacidade de suportar duas linhas telefônicas, ou melhor, dois chips de operadoras de celular diferentes, TV analógica - digital por enquanto não, além de até duas câmeras para

foto e vídeo – tudo bem que, basicamente, em resolução sofrível. Tecnologia 3G ainda não é a realidade desses aparelhos, mas muitos deles possuem acesso à internet sem fio, em WI-FI – outros celulares “originais” também possuem, porém, é fato, que não em tantos modelos assim. Tocadores de MP3 e vídeo são mais que esperados, a sensação, no entanto, fica por conta dos GPS e telas touch screen que permite que se possa controlar todas essas funções sem um teclado mecânico - que se mostram como pontos incríveis para aparelhos tão acessíveis. Obviamente a qualidade e precisão dos Xing Lings ficam aquém do celulares de grandes marcas, mas o que você queria por essa pechincha? ap por Ciro Godoy ciro.godoy@revistaaperitivo.com.br

Tecnologia

Imagens Aperitivo

REVISTA APERITIVO - Novembro de 2010

07


Imagens Aperitivo/Divulgação

cinema REVISTA APERITIVO - Novembro de 2010

08

3D: moda ou revolução? Não adianta negar, nem remar contra a maré. O momento é mesmo das produções em 3D, mas até que ponto isso transformará a produção cinematográfica? Ou será que tudo isso não passa de moda? O cinema – e quiçá o mundoandam mesmo em passos de revolução. Não precisa nem ser o mais cinéfilo dos homens para perceber que há um movimento quase uníssono: o 3D. Lançamentos espetaculares, corridas intermináveis por ingressos, remakes de obras consagradas e bilheterias exorbitantes. Esse tem sido a rotina das produções em 3D ao redor do planeta. Aliado às produções digitais, essas já comuns às telonas, a transformação imposta pelos filmes tridimensionais é óbvia e recorrente. Todavia há quem rejeite a novidade e mantenha-se fiel à tradição, ficando longe dos óculos especiais. Mania? Só tradição? Isso é de cada um, claro, porém se há duas considerações normais quando o assunto é 3D elas são que o “filme em 3D está mudando mesmo o que se espera numa sala de cinema” e “que ainda há um enorme caminho a

se percorrer para melhorar, de fato, a tecnologia”. É isso o que diz, por exemplo, o estudante Diogo Silva, 21, que curte principalmente as animações em 3D, mas que pondera que ainda precisa melhorar em certos aspectos. Tem gente, ainda, como lembra Diogo, que nem confortável fica com a sensação do 3D – muitas pessoas passam mal com a projeção em 3D. O que também não pode ser desprezado. Mas é evidente o fascínio que ele traz. Os mais entusiasmados pensam em quais filmes (do já antigo 2D?) deveriam ser refeitos. Outros tantos apontam, por exemplo, que o filme “Avatar” – que misturava atores reais com o mundo digital e que se transformou num dos símbolos dessa invasão 3D -, já é o marco definitivo para a nona revolução do cinema.

Agora, o que você acha? Realmente é esse o caminho, o 3D vai dominar o cinema? Essa tecnologia será para qualquer filme ou apenas para alguns gêneros? Mais: isso vai se transformar em algo comum ou é apenas moda, imposta pelos estúdios e fabricantes? Enfim, pra você, qual o futuro do 3D? ap por André Geniselli

andre.geniselli@revistaaperitivo.com.br

opinião Dê sua opinião, seu comentário, sua observação... diga o que você pensa sobre o “mundo em 3 dimensões”, pelo e-mail opiniao@revistaaperitivo. com.br, ou nos comentários do site, twitter, etc. Na próxima edição, as opiniões estarão aqui, na Aperitivo.



REVISTA APERITIVO - Novembro de 2010

cultura

A capital do Tango... e do Livro

10

Imagens Divulgação

Buenos Aires, capital da Argentina, já se prepara para ser em 2011 a capital mundial do livro. Bandeiras da Argentina pelas ruas, uma multidão animada comemorando nos principais pontos turísticos de Buenos Aires e um título mundial. Ok, você já sabe que nossos Hermanos não ganharam a Copa do mundo da África do Sul, mas eles tês sim um motivo pra lá de especial para sairem às ruas e gritar que serão o centro do mundo: em 2011 a capital argentina, Buenos Aires, será a Capital Mundial do Livro, escolhida pela UNESCO. E, como se já não fosse motivo suficiente, para felicidade dos compatriotas de Maradona, Messi e cia., esse é um título que o Brasil – ainda – não tem. Quer mais motivos para comemorar? O título de “Capital do Livro” é dado pela UNESCO desde 2001 para várias cidades mundo afora, que contribuem para a proteção e disseminação da educação

e da literatura. O “mandato” de cada cidade começa no dia 23 de abril, o dia do Livro e dos direitos autorais e se estende por um ano todo, com eventos e trabalhos que buscam promover a literatura e a educação na região. Em 2010, por exemplo, a cidade escolhida é Liubliana, a capital da Eslovênia, com aproximadamente 280 mil habitantes e um vasto arsenal de bibliotecas, acervos e índices positivos em educação e qualidade de vida. Buenos Aires será a segunda cidade sul-americana a ocupar o posto, diga-se. Em 2007, Bogotá, na Colômbia, foi a “escolhlida”. Mas, para quem quer acirrar a disputa contra nossos vizinhos, vale a lembrança de que a capital portenha é mesmo um belo exemplo no que diz respeito a leitura. Só para termos ideia, segundo pesquisa da UNESCO,

cada argentino lê, em média, cerca de 5,8 livros por ano, já o brasileiro, aproximadamente, 4,7 livros, considerando os exemplares didáticos e para-didáticos -- se levarmos em conta a leitura por escolha própria esse número pode chegar a 2,8 na Argentina e 1,3 no Brasil. E, claro, o que não falta são opções para apreciar um bom livro em Buenos Aires. Como resistir, por exemplo, a um livro de Jorge Luis Borges em sua terra, ainda mais em luxuosas e confortáveis livrarias, praças e parques pra lá de especiais e tudo num clima cinematográfico? Difícil mesmo... De fato, Buenos Aires é uma boa capital para o mundo dos Livros. Mas eles que se cuidem, nós estamos chegando... ap por Paulo Barros

paulo.barros@revistaaperitivo.com.br


Vinhos. Precisa de mais? Ok, cada um tem sua preferência, mas, provavelmente, ele, o vinho, é a bebida mais apreciada no planeta. Desde tempos antigos, diga-se. E tinha como ser outra? Complexidade. Talvez seja essa a característica mais clara para quem gosta de um bom vinho. Afinal de contas, é díficil imaginar outro ponto que defina uma bebida que tem, entre outras formas de análise, o paladar, o aroma, as notas estruturais, o tipo de composição, a harmonização com outras delícias, tempo de envelhecimento, safra, engarrafamento, tipo de rolha e, para muitos, ainda o fator preço.

Imagem Aperitivo

happy hour

REVISTA APERITIVO - Novembrode 2010

11


happy hour

Por falar em preço, enganase quem acha que para se beber um bom vinho é necessário gastar mundos e fundos. Nada disso. Segundo especialistas, é possível beber bem, sem gastar tanto assim. Por cerca de 30 reais, eles dizem ser possível encontrar um exemplar de bom gosto. Nada mal, portanto, se comparado aos exemplares mais sofisticados que custam verdadeiras fortunas.

E, como se não bastasse, ainda faz bem à saúde. Claro, quando bebido com moderação, ok? Aí a gente pode até esquecer que é clichê e concordar: há um vinho especial para cada situação. Ou, pelo menos, um que se enquadre melhor. Seja tinto, branco, rosé ou espumante. Seja seco, doce, suave. Seja como for, há sempre um vinho. Para quem curte, aliás, é aí que mora o prazer: a diversidade.

Mas, verdade seja dita, não há no mundo outra bebida tão capaz de mexer com a imaginação popular. Aquele ambientezinho frio, com a pessoa que se gosta, com uma mesa de queijos, por exemplo, pede um bom vinho, certo? E um almoço em família, com toda a turma reunida em torno da mesa? Também, claro.

Ou seja, provavelmente Mário Quintana, em seu livro “Espelho Mágico” recheado de ótimos poemas, tenha razão: “Só um vinho é deveras excelente: Aquele que tu bebes calmamente/com o teu mais velho e silencioso amigo…” ap por André Geniselli

andre.geniselli@revistaaperitivo.com.br

12

Vinhos Tintos: Os vinhos tintos, geralmente, são os preferidos dos homens. Pelo sabor mais intenso e marcante, sobretudo. Até por isso, combinam bem com o clima mais ameno, com a temperatura mais baixa, do inverno, por exemplo. Eles, basicamente, se dividem entre os mais forte e encorpados e os mais suaves e doces. Para os mais fortes, indica-se pratos mais fortes, como molhos e carnes. Pros suaves, algo mais suave também.

Vinhos Brancos: A Preferência das mulheres, pelo sabor menos marcante e intenso e o valor alcoólico menor, casa muito bem com o tempo mais quente. É também a pedida certa para pratos com carnes brancas e peixes. E, não se esqueça, devem ser servidos gelados. Vinhos Rosé: Ótima opção para pratos leves e, claro, para momentos especiais em que se quer apenas, um belo Aperitivo.

Espumantes: Eles, brancos e rosés, são especiais. E, c l a r o , para momentos especiais. O Champagne, por motivos óbvios, é o exemplo maior desse poder dos espumantes. Mas pra eles vale uma dica: apesar de ser pra lá de glamuroso agitar o champagne e abrí-lo com uma cascata, lembre-se que com a cascata uma boa parte das ‘borbulhas’ vai embora e com ele uma parte importante do sabor. Por isso, lembre-se: evite agitar seu valioso exemplar.

Imagens Aperitivo

REVISTA APERITIVO -Novembro de 2010

Mas se todos os tipos são bons, quais são especiais para cada situação?



REVISTA APERITIVO - Novembro de 2010

(Re)Descobrindo o Vinil

14

Tire seu fone do ouvido, desligue a música do seu celular, MP3 ou Ipod. Em meio à avalanche tecnológica do século 21 um vovô musical está voltando à cena com vigor de adolescente. Chame de ‘Bolachão’, LP – numa versão mais carinhosa pro seu nome categórico, o Long Play - ou simplesmente Vinil o que importa é que ele, o velho disco de vinil, voltou como a grande aposta do momento.


Lá fora a venda de discos tem aumentado nos últimos anos alcançando números expressivos como os 2,8 milhões de unidades vendidas nos EUA em 2009, segundo dados da Nielsen SoundScan, e, também, pela grande procura por novos aparelhos compatíveis ao LP. Em terras tupiniquins o que marca essa retomada é a reabertura da Polysom, a última fábrica de vinis a ser fechada no Brasil (isso em outubro de 2007) e que foi

reativada agora em 2010. Mas se você pensa que esse renascimento está ligado apenas a ‘tiozões’ saudosistas ou amantes da moda retrô está muito enganado. Jovens estão descobrindo agora um prazer diferente de se ouvir música com os LP’s, como conta a estudante Jennifer Oliveira, 22. “É diferente das outras mídias, estava acostumada a ouvir música no computador enquanto fazia outras coisas ou mesmo no celular, onde misturo diversos gêneros e com o Vinil é diferente, há todo um ritual de tirar o disco da capa colocar no toca discos descer a agulha, requer uma atenção especial só para ele, como se estivesse degustando a música”, diz. Jennifer confessa que foi influenciada pelo namorado que é DJ a experimentar essa forma diferente de ouvir música e que embora tenha estranhado no início,

hoje encara com naturalidade e mais: recomenda a todos que gostam de música. Apostando na diversidade de público consumidor de discos que João Augusto, produtor e dono da gravadora Deckdisc, comprou e reativou a Polysom como afirma em entrevista a Pedro Jansen da Revista da Cultura. “Essa onda retrô, por si só, não seria suficiente para fazer toda uma indústria crescer mais de 100% ao ano, como acontece com o vinil nos EUA. A questão é a seguinte: existem diversos tipos de público que estamos mirando: as pessoas que ouviam o vinil e gostavam, sentem falta e que, se o vinil voltar, vão gostar de ter; os xiitas, que só acreditam no vinil, e outros que ainda irão conhecer o formato.” ap por Denis Henrique

denis.henrique@revistaaperitivo.com.br

As Eras da Música

LP ou Long Play surgiu no inicio dos anos 1950 e reinou absoluto até metade dos anos 80. Foi dado como morte, mas agora ressurge.

Arte Aperitivo

CD ou Compact Disc toma de

assalto o mercado na segunda metade dos anos 80, reinou nos 90 e se vê ameaçado agora pelas novas tecnologias.

MP3 surge no fim dos anos 1990 e cresce com o boom da internet, já é o presente da musica e deve reinar no futuro também.

musica

Quem nunca ao menos viu uma dessas ‘raridades’ em um canto da casa ou nas estantes de algum sebo? Relíquia para alguns, velharia para outros, os antigos bolachões permaneceram na memória daqueles que viveram seu auge, mas sua tecnologia era considerada mais do que ultrapassada em meio as novidades lançadas todos os anos. Mas foi em meio a esse panorama que se deu a retomada.

REVISTA APERITIVO - Novembro de 2010

15




REVISTA APERITIVO - Novembro de 2010

capa

Imagem Divulgação

18

Outras faces de

Zé do Caix

José Mojica Marins deu um tempo em ser Zé do Caixão. Deixou de lado as prá coveiro do interior, seu principal personagem, e conseguiu, aos 74 anos de ida estereotipada em que Zé do Caixão é Mojica e Mojica é Zé do Caixão.


xão

áticas insanas relacionadas ao ade, se distanciar da imagem

Daiana Sousa Dênis Matos Marcela Alves

redacao@revistaaperitivo.com.br

H

oje o eterno alter ego do mestre tupiniquim do calafrio toca outros projetos, apresenta programas de TV – diferente dos que apresentava nos idos anos de 1980 -, dá uma de crítico de cinema vez por outra e, acreditem, ainda conserva ao menos uma das suas longas e históricas unhas – por sinal a do dedo polegar que, diferente da tradição do mindinho, que facilita a remoção de dejetos de ordem nasal, com o perdão da piada de boteco, serve como homenagem às antigas garras. Nem nas unhas Mojica quis ser lugar comum. Quem o encontra por aí, calvo, com óculos de grau, andar cadenciado e calça que figura acima do umbigo, não imagina estar diante de um dos personagens mais tenebrosos da estória do cinema brasileiro. Entre uma fanfarra maléfica e outra, nos filmes da trilogia de Zé do Caixão, Josefel Zanatas, nome de ‘batismo’ do coveiro, come carne vermelha na sexta-feira santa e é levado a um purgatório nada convencional – se é que existem purgatórios convencionais –, no qual os pretensos penitentes travam eterno combate, comendo uns aos outros - leia-se, inclusive, os órgãos genitais. À exceção do que acontece em sua trilogia, Zé do Caixão se arrisca em outras mídias.

capa

Colaboradores

REVISTA APERITIVO -Novembro de 2010

19


O lado herói do anti-herói

capa

Para os que achavam que Zé do Caixão, depois de concluir sua saga, iria tirar férias em algum país esquisito da Europa Oriental, a resposta é não. O destemido coveiro tem pela frente um novo desafio. Em Corpo Seco, novo filme do cineasta que, ainda sem patrocínio, está previsto para chegar às telas em 2011, trará novamente o personagem - até então acostumado a fazer maldades. A trama se baseia numa antiga lenda da cidade de Pouso Alegre, sul de Mina Gerais, que trata da vida de um sujeito tão insano quanto Zé do Caixão. No filme, o meliante é um terrível estuprador que, depois de morto por moradores da região, tem a alma rejeitada por Deus e pelo Diabo e o corpo, quando enterrado, repudiado

pela terra. De acordo com a história, aqueles que acompanharam o funeral puderam ver o cadáver emergir da terra e ficar exposto sobre a cova. Do além! Na cidade não há quem nunca tenha ouvido falar no ‘causo’. Muitos moradores, inclusive, o consideram verídico. Acreditam que o corpo apodrecido do falecido nunca tenha se decomposto, e que sua alma continua a assombrar a cidade. Sem dúvida, um caso que só mesmo o coveiro mais estranho que já existiu poderia resolver. E por ironia do destino, Zé do Caixão vira a casaca e enfrenta o malfeitor.

REVISTA APERITIVO - Novembro de 2010

Caixão sobre rodas

20

Ele já foi até carro. No final da década de 1960, a Volkswagen fabricou o VW 1600. Lançado para concorrer com o Corcel, da Ford, o VW ganhou notoriedade por ser "diferente". O formato de caixote e as maçanetas semelhantes a alças de caixão deram um ar, no mínimo, lutuoso ao veículo. Convidado pela Volkswagen para fazer os comerciais do carro à época, Mojica/Zé do Caixão e seu então empresário, sorrateiros de longa data, pediram à montadora o dobro do valor proposto — além de exigirem um carro para o diretor. Resultado: a Volks não aceitou e, para má sorte do coveiro, a população começou a

associar o carro a Zé do Caixão sem precisar de propaganda. Mas Zé — o carro — não viveu por muito tempo. Aliás, não nasceu mais. A produção do veículo se iniciou em 1968 e parou em 1971. Seu insucesso foi, provavelmente, ocasionado por ele ter quatro portas — o que, naquela época, fazia o veículo ser associado a táxis.

“Fiquei triste quando ele deixou de ser produzido e contente por saber que é bem conservado na mão de colecionadores. Hoje é um carro precioso e quem tem sabe o seu valor”, diz seu Zé sobre o xará.

Imagens Aperitivo/Divulgação


Esta noite levarei sua alma, seu pandeiro e seu reco-reco

Não foi só nas estradas e nas telas que Mojica foi Zé do Caixão e Zé do Caixão foi Mojica. Esta troca intensa de personalidade ultrapassou os limites da ficção. Em muitas ocasiões o diretor, sem conseguir se separar da própria cria, levou Zé do Caixão para casa. De acordo com a biografia Maldito: a Vida e o Cinema de José Mojica Marins, o Zé do Caixão, dos jornalistas André Barcinski e Ivan Finotti, o diretor, nos idos de 1987, passou por uma das tantas fases drásticas de sua vida. Numa mescla de problemas, bebidas e ausências na terapia, chegou a incorporar Zé do Caixão no próprio lar, tornando-se violento e ameaçador à mulher e às filhas. A então esposa Nilce trancava as meninas no quarto e pedia, de joelhos, para que o marido parasse de proferir sandices do tipo “quero beber teu sangue e quero ver teus miolos espalhados pelo chão”. Fato ou não, Mojica hoje figura, aparentemente, no lado do bem – amém! Ainda assim, ele não consegue se dissociar com facilidade de Zé do Caixão. Do cômico ao trágico, o personagem é o único recorte que muitos fazem do diretor. As peripécias do mefistofélico coveiro atingiram, recentemente, níveis inimagináveis, consagrando-o numa festa bem abrasileirada: o carnaval.

Mas o que importa mesmo é que suas aventuras nesse meio tempo viraram história em quadrinhos. Sim, o livro Prontuário 666 – os anos de cárcere de Zé do Caixão, de autoria de Samuel Casal e Adriana Brunstein, ilustrador e roteirista, respectivamente, narra as terríveis experiências que Zé protagonizou na cadeia, ou “zoológico humano”, como costumava se referir ao local. Prontuário consegue transmitir as ideologias e clichês do folclórico personagem, de maneira criativa e original, tornando-se um ótimo prefácio para o terrível e assombroso mundo de Zé do Caixão.

Por isso, ninguém mais apropriado do que Zé do Caixão para ser o destaque da escola. Por meio dos filmes de terror e suspense, o samba Esta noite levarei sua alma promete homenagear José Mojica, maior referência do gênero no Brasil. O que poucos sabem é que o cineasta gosta de carnaval e que, na década de 60, chegou a interpretar uma marchinha intitulada Castelo dos horrores, na qual cantava “Eu moro no castelo dos horrores / Não tenho medo de assombração / Ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô eu sou o Zé do Caixão”. Nada resta a não ser pedir às forças do além que o ajudem nessa festiva empreitada.

Zé do Caixão no chilindró O intervalo existente entre os filmes Esta noite encarnarei no teu cadáver, de 1968, e Encarnação do demônio, de 2008, foram vividos pelo personagem Zé do Cai-

capa

Lar, amargo lar

Como tudo nesse país acaba mesmo numa grande farra, com Zé do Caixão não poderia ser diferente. O maléfico agente funerário já está com as malas prontas para desembarcar em 2011 na cidade maravilhosa. A escola de samba Unidos da Tijuca, campeã do carnaval carioca de 2011, decidiu que seu próximo enredo irá abordar o medo da morte.

xão de modo bastante peculiar. No período que soma 40 anos, o coveiro maldito esteve recluso do convívio social - internado numa clínica para doentes mentais e preso na Penitenciária do Estado.

REVISTA APERITIVO -Novembro de 2010

21

Com o pandeiro nas mãos, presente nas telas, caricato nos quadrinhos ou inerte no esgoto, o surreal, o inadmissível, o genial, o bizarro, o lisérgico e o improvável sempre fizeram, e sempre farão, parte da vida e obra de Mojica e da estória de Zé do Caixão. Aguardem! ap



Sol forte, a pino. Verão sem o menor receio e umidade do ar em níveis críticos. A sede bate e muita gente corre pra febre dos isôtonicos, mas cuidado, saiba bem o que é que você está bebendo.

O cenário aí em cima ainda não é o maior dos mundos. Há quem não troque, nunca, por exemplo, nem na acadêmia, a velha garrafinha de água, ou o suquinho natural. Mas, vá lá, o mercado dos isôtonicos no Brasil vem

sim crescendo a cada dia e não há dúvidas quenão vai parar de crescer.

O que pouca gente sabe, no entanto, é que eles não devem ser bebidos em qualquer ocasião. E, é fato, sempre existem aqueles que pegam a isôtonico da vida pensando que vai fazer bem pro próprio corpo. Poré, é necessário cuidado. O isôtonico só deve ser ingerido em casos de atividade física. E

mesmo assim, apenas em algumas. Em casos de grande atividade física e, também, naquelas que fizerem o atleta perder mais de 2% do peso corporal. Nos demais casos, como corrida leve, etc., água basta. Explica-se. A bebida supracitada tem uma característica fundamental. Ela repõe as “energias” que o corpo perdeu, em excesso, nas atividades. No caso, essas “energias” são os carboidratos, sais minerais e vitaminas que estão presente na fórmula da composição. Aliás, caso seja mesmo necessário a ingestão dos isôtonicos, lembre-se algumas dicas: pra facilitar a absorção dos sais minerais e carboidratos, beba o líquido gelado e verifique qual é o mais adequado ao seu desgaste físico. Tudo para que o isôtonico cumpre sua função, você fica bem e nada dá errado. Assim, os isôtonicos nada mais são do que repositores do que perdemos em exercícios físicos. Ou seja, se não gastou não tem por que tomar. Pior: se não gastou nenhum dos nutrientes, o seu corpo irá acumular em excesso as mesmas substâncias. Prejuízo, portanto, pra você.

Mas ok, só a água ainda é pouco? Lembre-se, então, de um isôtonico natural que é uma delícia – e normalmente bem mais barato: a água de coco. Um isôtonico leve que é capaz de matar a sede, ajudar a recompor o organismo e ainda com um sabor pra lá de apurado. ap por André Geniselli

andre.geniselli@revistaaperitivo.com.br Arte Aperitivo

bem estar

Os cuidados com a sede

REVISTA APERITIVO Novembro de 2010

23


Imagens Divulgação

VERÃO SEM APAGÃO O inverno já deu seu tchauzinho e novamente nossos casacos, cachecois e botas voltam para o armário. Mas a chegada de um tempo mais quente não quer dizer que a elegância foi embora com o frio, pelo contrário, agora é que ela vai ficar ainda melhor com as cores que aparecem nas peças para alegrar nossos olhos. por Silmara Andrade

silmara.andrade@revistaaperitivo.com.br


Da cabeça aos pés

Olha o exagero! Embora os tons sejam alegres, e bem a cara das mulheres brasileiras, é preciso tomar cuidado. Não exagere na hora de montar o seu look. Uma boa combinação entre nuances claras ou pastéis e os objetos de cores mais vivas criam um contraste que fundamental e essencial para não deixar o visual carregado e indigesto.

cores mais fechadas, como é o caso do preto. Já à noite, podemos brincar um pouco mais com esses tons e alegrar o look com unhas e maquiagens mais chamativas. Entretanto, as cores fluorescentes devem vir acompanhadas do velho bom senso, pois

Os tons neons, que já foram tendência nos anos 1980 e marcaram uma época de extravagâncias, voltam com força total e prometem exibições mais ousadas nos modelitos da estação mais quente do ano. No entanto, não é só nas roupas que essas cores darão o ar da graça.

Os acessórios fluorescentes (relógios, pulseiras, brincos e óculos) também brincarão com os tons mais sóbrios das roupas. Além disso, os sapatos, as bolsas, as maquiagens e (não podemos esquecer) os esmaltes em tons multicoloridos darão mais frescor ao make up de mulheres ousadas e modernas.

Durante o dia, muitas vezes precisamos ser mais formais, então a dica é usar essas cores empregadas nos acessórios. No caso das roupas, o ideal é misturar uma peça florescente com uma de tecido mais rústico, como o jeans, ou neutralizar com outra peça mais apagada. Outra alternativa é apostar em roupas que tenham estampas em tons neons, mas que contrastam com

o equilíbrio em qualquer modelito é fundamental para não virar “blackout”. ap

estilo

Saem os tons pasteis e entram as cores flúor: rosas vibrantes, verdes exuberantes, amarelos vivazes, laranjas, azuis e vermelhos muito vivos. Divertidas, elas chegam para dar um “up” nos looks e ajudam a gente a dar aquela fugidinha do feijão com arroz.

REVISTA APERITIVO - Novembro de 2010

25


ecologia

Imagem Campanha Surfrider Fundation

Tá na hora de carregar essa idéia, não?

REVISTA APERITIVO - NOvembro de 2010

Elas parecem inofensivas, práticas e até nossas aliadas, mas, acredite, ela é uma vilã: a sacolinha plástica.

26

Muito tem se falado por ai sobre as tais sacolinhas plásticas. Vá lá, é verdade, que elas quebram um galhão na hora do mercado, porém também não dá pra negar: elas fazem um mal danado pro meio ambiente.

E pra comprovar esse mal, a lógica é simples: imagine que a sacolinha plástica, aquele ser inofensivo e tal, demora, em média, mais de 300 anos pra se decompor no meio ambiente. Beleza?

Depois, saiba que o consumo mundial desses saquinhos está estimado em mais de 500 bilhões ao ano. Agora, a questão que não quer calar: como deixar essa conta sustentável?

Se faltar motivos, veja 10 motivos anti-sacolinhas:

1 demoram mais de 300 anos para se decompor;

2 poluem as cidades, mananciais, lagos, represas, rios e mares;

3 entopem galerias e bueiros;

4 alteram a cadeia alimentar de diversas espécies marinhas;

5 mata, por ano, milhares de animais sufocados;

6 o plástico é aproximadamente 90% do lixo encontrado no mar; Imagens Aperitivo


Fora, ainda, que elas acabam permercados precisam oferecer poluindo rios, represas e lagos, sacolas ou caixas de materiais entupindo bueiros e galerias – reutilizáveis, oferecer desconto o que pode provocar enchentes para quem usar a própria sacola, ou, ainda, cobrar -, são parte imSaiba que o consumo o saquinho plástiportante na “sopa de lixo” que anda mundial desses co. Com o tempo pelos oceanos, alsaquinhos está – dependendo do tamanho do merterando cadeias estimado em mais cado, que vai de 1 alimentares e matando animais de 500 bilhões ao ano ano aos grandes e 3 anos para os memarinhos, etc. Ou seja, haja motivos nessa guerra nores – a intenção é recolher as sacolinhas plásticas e diminuir contra as sacolinhas. substancialmente a quantidade de saquinhos plásticos no amMas e aí, o que fazer? biente. Muito tem se falado a respeito, no entanto, a medida mais co- A discussão, todavia, não termina mum – e incentivada – tem sido assim. No Rio, diga-se, ainda há a adoção das “ecobags” – bolsas uma verdadeira cruzada contra mais resistentes que substituem a lei e muita gente defende que as sacolinhas. A maioria dos su- essa é uma lei que não se manterá, afinal, de contas, a praticipermercados já a oferecem. dade da sacolinha não pode ser Só que o assunto, que de fato desprezada. E, embora cause anda mesmo na boca do mundo, discussões, o modelo adotado já virou até tema de lei em al- pelos cariocas deverá, em breve guns cantos do mundo e, no Bra- se espalhar – que nem as sacolisil, entre outras cidades, no Rio nhas, talvez? – por todo o Brasil. de Janeiro. Nas terras fluminen- E, sejamos francos, não custa ses, por exemplo, agora, os su- carregar essa ideia.ap

GARANTA SEU FUTURO

por André Geniselli

andre.geniselli@revistaaperitivo.com.br

7 as sacolinhas impedem que o lixo orgânico decomponha nos lixões;

8 nos lixões elas ainda ajudam a liberar mais CO2;

9 são agentes importantes do aquecimento global;

10 mal acondicionadas podem acumular água e proliferar a dengue;

ESSE ESPAÇO É SEU. ANUNCIE NA REVISTA QUE VAI ATÉ O SEU PÚBLICO


turismo

Torre de Belém Lisboa

Lisboa ao

REVISTA APERITIVO - Novembro de 2010

Morar em outro país não é tão simples como vemos e imaginamos. Quando est para outro país, e achamos que tudo será maravilhoso e como planejamos. Mas

28

Existem vários fatores que devemos colocar na balança. No meu caso foi a vontade de conhecer novas culturas e viver novas experiências. Larguei família, amigos, pessoas que realmente gostam de mim para correr atrás de um sonho: especializar-me na área de Vídeo e Cinema Digital.

do centro. Aqui, tenho - ou tive - a grande sorte de arranjar um emprego, que é a forma de manter-me, com todos os custos de se viver por aqui.

O lugar escolhido foi Portugal pela facilidade da língua e o fato de não necessitar de visto para a entrada no país.

Fiz alguns cursos na área de Edição de Vídeo, porém ainda não terminei minha especialização. Já agora, digo que é uma dificuldade imensa você pagar aluguel, pagar transportes, vestir-se, alimentar-se e ainda ter que estudar...

Vivo atualmente em Odivelas, nas redondezas de Lisboa, que fica a aproximadamente 10 min.

Muitos vêm para Portugal com a intenção de ganhar dinheiro, dado que o Euro é bem valoriza-

do com relação à nossa e outras moedas. Embora isso emboque numa grande ilusão. Há casos até de necessitados. É onde bate a frustração de estar longe de seu país de origem. Meu caso é um pouco diferente. Vim para Portugal para estudar, conhecer outras línguas, outras culturas. Frequento grandes centros culturais, museus, costumo ir à Mostras de Cinema de vários países - que acontecem com grande frequência por aqui. Tenho contato com outras pessoas de diversos países da Europa e isso é fascinante.

Imagens Aperitivo


29 E como é o povo Português? Essa é sempre uma pergunta que fazem quando falo com amigos e familiares no Brasil.

função das posturas e medidas administrativas aqui tomadas, na qual sem duvida não os favorecem bem.

Digamos que ‘frio’. Essa foi a primeira impressão quando cá cheguei. E ao longo dos meses fui notando que realmente existe uma frieza por aqui, embora, é claro, nunca possamos generalizar. O Português é um tanto desconfiado e sempre procura conhecer bem a pessoa (isto falando-se de i/emigrantes, seja qual for a nacionalidade) para depois sim dar a confiança -- mas sempre com um “olho no gato e um o outro no peixe”. Posso afirmar que aqui ainda ecoa um grande preconceito diante de um estrangeiro. O motivo, deriva entre as pessoas, muito em

Mas, verdade seja dita, quando gostam de um brasileiro é sempre aquela festa: futebol, piadas, as “cerveijolas” (como dizem por aqui), a curiosidade em saber de nossas mulheres, nossas praias... ou seja: acima de tudo, noto que há um enorme carisma pelo povo brasileiro e por nossa cultura em geral. O inverno Portugal é um dos países da Europa que tem o inverno mais ameno. Mesmo que baixa, a temperatura por aqui, não se compara aos outros países. Os meses de frio

acaso

intenso são de novembro a janeiro e podem chegar até 10 graus negativos. Mas uma coisa é fato: a cidade é mais bela e mais aconchegante no inverno. Com destaque às árvores, todas sem folhas, dando aquele charme. O Verão O verão aqui é onde tudo acontece. As pessoas ficam mais dispostas, crescem os mercados, os passeios, eventos culturais... Nada, porém, comparado ao verão brasileiro, é claro. E embora ainda o clima aqui seja melhor do que os outros países, prefiro e irei sempre preferir o verão da minha terra. Ah Brasil! Óh pátria amada! Saudades mil. ap

por Márcio Fernandes *Márcio Fernandes, 32, é jornalista, radialista e apaixonado por Cinema e Música. Mora em Portugal há 2 anos, mas é Paulista e adora o Brasil.

tamos temos essa vontade, ou o sonho de migrar s não é assim tão simples, é fato. a noite de Lisboa


Quer casar? Prepare-se…

por Ivan Querino

Algumas coisas são inevitáveis: um tombo, uma espinha na testa, a morte, um ‘pé na bunda’, enfim... e o casamento pode tranquilamente ser incluido nessa restrita lista. Nos últimos dias, recebi 3 convites de casamento de amigos que, hà 2 anos atrás – quando eu me casei –, diziam de boca cheia: “casar, jamais”. Um deles, inclusive, queria conversar em particular comigo para pedir algumas dicas, saber como é a vida de casado e o que deve ou não fazer para que o casamento dele dê certo, assim como o meu está dando. Diante dessa súplica, no mínimo engraçada – e nobre -, desse meu amigo que aqui, por motivos óbvios, chamarei apenas de “Zé”, decidi compartilhar com todos – homens e mulheres - algumas lições que aprendi como recém casado.

é o fim

Eles:

• Se você sempre abriu a porta do carro pra ela quando namoravam, continue abrindo. Um dia sem abrir e você vai ouvir a frase: “você tá diferente, que que tá acontecendo?”; • O mesmo vale para coisas que você não fazia: um jantar, lavar a louça, o café da manhã, quando fizer, virá a frase: “você tá diferente, que que tá acontecendo?”; • Evite sons nojentos. Tudo bem, você é macho, mas arroto ou coisas mais fedidas já é apelação. • Coloque na cabeça que sua mulher é um ser humano e tem necessidades fisiológicas como todos. Se você estava acostumado a vê-la sempre perfeita quando namoravam, prepare-se, ela é real. • Acostume-se a esperar - isso é uma arte – Se marcar algum compromisso às 20h, diga à ela que marcou às 19h e, provavelmente chegarão na hora marcada.

Elas:

• Futebol é sagrado, jamais digam: “ou a bola ou eu” • Evite perguntar ao seu marido qual vestido usar para sair, provavelmente ele vai dizer: “vai com o preto” mesmo se você não tiver um vestido preto. • Acostume-se a esperar – isso é uma arte – a lâmpada só será ascendida a noite, portanto não precisa ser trocada às 8h da manhã. • Deixe pelo menos 1 das 48 portas do guardaroupa para o seu marido. • Se tiver algo importante para falar, espere pelo menos 2 horas após o jogo do time dele, se o time perder, deixe pra falar no dia seguinte. • Não estranhe se seu marido não perceber a transformação no seu visual depois de cortar 1,5 cm de cabelo. Nós, homens, ainda não desenvolvemos essa capacidade.

O fato é que, as coisas mudam e são os pequenos detalhes que fazem da vida de casado um paraíso ou um inferno, dê valor ao que realmente importa, ceder é importante, ouvir é essencial e, já que o casamento é inevitável, faça com que sua felicidade seja também inevitável.

REVISTA APERITIVO - Novembro de 2010

Ouviu, Zé?

30


RESERVADO ESSE ESPAÇO É SEU. ANUNCIE NA REVISTA QUE VAI ONDE SEU PÚBLICO ESTÁ. ANUNCIE


ANUNCIE NA REVISTA QUE VAI ATÉ SEU PÚBLICO WWW.REVISTAAPERITIVO.COM.BR


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.