BRILHO DO SOL - ABRIL.2012

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Chegados a dois mil e doze, vamos sentindo cada vez mais as dificuldades que a conjuntura socioeconómica nos proporciona. É altura de dificuldades, mas também altura de unirmos esforços e termos confiança que seremos capazes de, como até agora, pelos nossos filhos ou educandos, alunos, formandos, utentes ou clientes, conseguirmos ultrapassar os problemas do dia-a-dia. Que eles merecem tudo, é sabido! Talvez nós todos merecêssemos também um pouco mais… É também este o Ano Europeu do Envelhecimento Activo e Solidariedade entre gerações. A todos os clientes do SAD uma palavra de carinho e de coragem! Há ainda muita vida para juntar a esses anos! Neste tempo de Páscoa, tempo de aleluias, é hora de renascer mais fortes e ultrapassar unidos o que possa parecer inultrapassável. É tempo de abandonarmos o nosso conforto e mostrar a todos que somos capazes de merecer os verdadeiros milagres que todos os dias acontecem à nossa volta e que grande parte das vezes nem damos atenção! Nós, todos nós, somos parte integrante desta obra e sobretudo das vidas de muitas pessoas que contam connosco para aceder a tudo aquilo a que têm direito! Não os desiludamos!

António Ribeiro


Centro de Ensino Especial Atividade Assistida por Animais No dia 28 de Fevereiro de 2012, durante a manhã, a Ânimas – Associação Portuguesa para a Intervenção com animais de ajuda social - realizou no Centro de Ensino Especial, uma atividade assistida por animais, neste caso, um cão. Nesta atividade, participaram os alunos do CEE, alguns clientes do Centro de Atividades Ocupacionais, e uma cliente do Serviço de Apoio Domiciliário. A atividade foi pensada para alunos de sala de bem-estar, por ser uma atividade que lhes proporciona momentos diferentes e adequados às suas capacidades. Para esta atividade realizada na Instituição, estiveram presentes dois voluntários da Ânimas. A Ânimas é uma IPSS sem fins lucrativos que visa: • ceder de forma gratuita cães de serviço (que auxiliam indivíduos com incapacidade motora) – que realizam tarefas como abrir portas, recolher objetos do chão ou de locais inacessíveis, acender luzes, despir certas peças de vestuário; • ceder de forma gratuita cães para surdos - que alertam para o toque de uma campainha, para o choro de um recém-nascido, para o alarme de incêndio; • promover programas de atividades assistidas por animais – ações lúdicas, normalmente realizadas em contexto institucional, com o fim de proporcionar momentos de bem-estar a indivíduos de qualquer idade com ou sem patologia • promover terapia assistida por animais – uma metodologia de intervenção, realizada por profissionais de saúde, em que o animal é considerado parte integrante do processo terapêutico; • realizar ações de formação – cursos, seminários, congressos; • realizar trabalhos de investigação no âmbito da utilização de Cães de Assistência. Na nossa opinião, a atividade foi muito positiva, por abranger uma população mais limitada. Observaram-se reações como aproximação/toque ao cão, iniciativa comunicativa, resposta de agrado/desagrado, pedidos de recorrência, troca de opiniões, turnos de interação, entre outras. O facto de a atividade ter sido aberta a clientes de outras valências revelou-se um aspeto positivo, visto aumentar as interações entre clientes e funcionários, trocas de opiniões, tornando a atividade mais dinâmica. Os voluntários trouxeram um cão de raça labrador, considerado de grande porte. Uma vez que a população apresenta grandes limitações motoras, sugeriram, se houvesse uma próxima atividade deste género, trazer um cão de pequeno porte para poder ser colocado em cima dos alunos, e mais próximo da face. Será, com certeza, uma atividade a repetir!! O CEE - Sofia Fernandes (Assistente Social) Carina Leite (Terapeuta da Fala)

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Centro de Ensino Especial Nouvelle Cuisine – Casa da Música Esta atividade realizou-se no passado dia 10 de Janeiro de 2012 na Casa da Música no Porto e contou com a participação de alguns alunos do Centro de Ensino Especial e clientes do Centro de Atividades Ocupacionais, acompanhados pelo pessoal docente do Centro de Ensino, um técnico e auxiliares dos dois centros. Este grupo participou ativamente num workshop onde se desmitificaram as diversas funções que alguns instrumentos de cozinha podem desempenhar. Esta atividade teve como propósito estimular o sentido da audição, favorecendo a integração na comunidade e a promoção de experiências melódicas, rítmicas e sonoras diferentes. Para o efeito, os chefes de cozinha (formadores), devidamente apetrechados compuseram um menu musical. Essa pantagruélica tarefa foi elaborada com humor q.b. e uma quantidade generosa de pratos, tachos, colheres de pau, liquidificadores, varinhas mágicas, copos e outros utensílios que serviram para cozinhar sons e ritmos. Cada participante assumiu o papel de chefe de cozinha e produziu uma mistura sonora original, usufruindo de todos os instrumentos disponíveis e de todas as possibilidades de exploração. Assim, fez-se uma sessão teatralizada, servida com boa disposição e que permitiu a todos a exploração de ritmos e sons desencadeados com utensílios comuns. Deste modo, proporcionou-se uma importante via de expressão pessoal, favorecendo a partilha e a autoestima. De realçar o sentido de unidade e partilha entre os clientes dos dois centros, que se ajudaram mutuamente e interagiram com entusiasmo e eficácia. Convém destacar ainda a disponibilidade com que a Casa da Música recebeu este grupo, no âmbito da organização da atividade, adaptando o workshop às características, necessidades e interesses dos participantes e disponibilizando até um espaço para a alimentação. Este dia fantástico foi vivenciado com muita descontração, alegria, simpatia e claro… música!! Nunca mais vamos olhar para as frigideiras da mesma maneira!!

O CEE – Fernando Torres (Fisioterapeuta) Ana Pereira (Educadora de Infância)

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A IMPORTÂNCIA DA HIGIENE ORAL COMO FORMA DE DIMINUIR ALTERAÇÕES NO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO NA CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL

Carina Leite – Terapeuta da Fala RESUMO A criança/ jovem com Paralisia Cerebral (PC) pode apresentar, dependendo do local da lesão cerebral, alterações nas funções do sistema estomatognático (respiração, sucção, mastigação, deglutição e articulação verbal). Pelas características da patologia (alterações motoras globais e a nível oro-facial), a higiene oral é muitas vezes difícil e desvalorizada por parte dos cuidadores. Porém, cabe ao Higienista Oral conjuntamente com o Terapeuta da Fala alertar para a importância que a escovagem dentária tem nestas crianças/jovens, fornecer estratégias para tornar esta tarefa mais facilitada, como forma de prevenir doenças orais e alterações no sistema estomatognático. Assim, o objetivo desta revisão bibliográfica é alertar para a importância que a higiene oral tem nestas crianças/ jovens, como forma de prevenir alterações no sistema estomatognático. Palavras-chave: Higiene oral; saúde oral; paralisia cerebral; terapeuta da fala; higienista oral; sistema estomatognático; prevenção. INTRODUÇÃO A saúde oral, como parte integrante da saúde em geral, qualidade de vida e bem-estar, assume grande importância na vida das pessoas. Uma boa saúde oral passa, em grande parte, por uma boa higiene oral. Nas crianças com comprometimento motor, como é o caso da Paralisia Cerebral (PC), a higiene oral, e consequentemente a saúde oral é dificultada e, por isso descurada. A prevenção deve assumir-se como prática de trabalho dos profissionais de saúde, uma vez que os benefícios a longo prazo são notórios; apostando numa boa higienização dentária, previne-se doenças

orais, e consequentemente alterações no sistema estomatognático. Higienista Oral (HO) e Terapeuta da Fala (TF) deverão atuar em conjunto para maior benefício da criança/ jovem portadora de PC. Assim, o objetivo deste artigo é mostrar a importância que uma boa higiene oral tem na diminuição de alterações no sistema estomatognático da criança/ jovem com PC 1. A CRIANÇA/ JOVEM COM PARALISIA CEREBRAL A Paralisia Cerebral (PC) é uma perturbação da postura e do movimento, provocada por uma lesão não evolutiva do sistema nervoso central, durante o período precoce do desenvolvimento cerebral, limitado, em geral, aos três primeiros anos de vida (Eicher & Batshaw, 1993 in Arguelles, 2001). Apesar da lesão que provoca a PC não ser progressiva, as suas manifestações clínicas podem alterar-se com o passar do tempo devido à plasticidade (capacidade de reestruturação funcional e estrutural do sistema nervoso central depois de uma agressão) do cérebro em desenvolvimento (Arguelles, 2001). A incidência da PC situa-se à volta de dois por cada mil recém-nascidos vivos, e tem tendência para aumentar porque, apesar da evolução nos

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cuidados médicos neonatais e da prevenção durante a gravidez, cada vez mais sobrevivem bebés com muito baixo peso ao nascimento (Hagberg et al., 1989 in Arguelles, 2001). São vários os fatores que originam PC, desde o período pré-natal até ao período pós-natal, sendo o mais frequente a prematuridade (Arguelles, 2001). Conforme o local da lesão cerebral, a criança/ jovem com PC poderá apresentar alterações em todos ou em apenas algumas das funções do sistema estomatognático: respiração, sucção, mastigação, deglutição e articulação verbal. Estas alterações podem ficar agravadas pela falta de cuidados de higiene oral, que leva à perda de dentes e ao aumento de doenças periodontais, sendo por isso de extrema importância a integração do Higienista Oral (HO) e do Terapeuta da Fala (TF) na equipa multidisciplinar. 2. A HIGIENE ORAL NA CRIANÇA/ JOVEM COM PARALISIA CEREBRAL Devido ao comprometimento motor que a criança/ jovem com PC apresenta, esta fica dependente de outrem para a realização da maioria suas atividades de vida diária. Ações que exigem maior motricidade fina, ou seja maior controlo motor, são geralmente as que dificultam a criança de realizar tarefas básicas, como alimentação, vestir e higiene pessoal. Desta forma, a criança/ jovem depara-se com a necessidade de uma terceira pessoa para auxílio ou total realização destas mesmas atividades. Ao nível da saúde oral, parecem existir significativas dificuldades por parte do cuidador na manutenção de bons hábitos de higienização oral. Por diversos fatores, esta é muitas vezes não valorizada nas crianças com PC. A incapacidade motora que dificulta a abertura oral e a presença de movimentos involuntários dificultam a escovagem dos dentes nas crianças/ jovens com PC (Aguiar et al., 2000). Para além destes fatores, um estudo realizado por Bruto (1990) veio demonstrar que 76% dos pais nunca receberam orientações sobre como ajudar a manter a saúde oral das crianças/ jovens com PC. Por outro lado, Aguiar (2000 in Oliveira et al., 2004) refere que a falta de educação, motivação e interesse da família, aliado aos escassos profissionais especializados no atendimento desta população nos seus consultórios, levam a que

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estas crianças apresentem um risco elevado de aparecimento de doenças orais. Correia (2006) acrescenta ainda que o acesso à saúde em geral para estas crianças é dificultado, e que estas dificuldades ficam muito mais marcadas no que concerne a saúde oral. Descuidos na higiene oral são a principal causa de doenças orais, tais como cárie dental e doença periodontal, que por sua vez podem levar à perda de elementos dentários (Camargo, 2005). Exemplos de fatores responsáveis pelo aparecimento de cáries nas crianças/ jovens com PC, são anatomia dentária, ação física e química da saliva e ação mecânica da língua, lábios e bochechas (Aguiar, 1992 citado por Oliveira et al., 2004).. Filho (1998 citado por Resende et al., 2007) refere ainda que a necessidade de alimentação à base de pastosos, a higiene dentária precária, a deglutição atípica, o uso prolongado de chupeta e/ou biberão e de medicamentos que contêm sacarose ou que provocam xerostomia são fatores que levam a que as crianças/ jovens com PC fiquem mais sensíveis a alterações na sua saúde oral, aumentando a prevalência e a gravidade das cáries e doenças periodontais. As crianças com necessidades especiais, nomeadamente as portadoras de PC, estão mais propensas ao aparecimento de mais cáries, à extração de dentes e a doenças periodontais, em comparação às crianças ditas normais (Nunn & Murray, 1987 in Oliveira et al., 2004; Camargo, 2005). Tal como referido anteriormente, as alterações dentárias são características da PC. A má higienização oral é principal causa de doenças orais que por sua vez podem levar ao edentulismo, ou seja, ausência de dentes. Consequentemente às alterações e ausências dentárias, o bom funcionamento do sistema estomatognático estará posto em causa. 3. A IMPORTÂNCIA DA HIGIENE ORAL COMO FORMA DE DIMINUIR ALTERAÇÕES NO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO NA CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL O sistema estomatognático é composto por dois grupos de estruturas bucais: as estruturas estáticas ou passivas (arcos osteodentários, maxila e mandíbula, relacionados entre si pela articulação


temporomandibular; estão incluídos também outros ossos cranianos e osso hióide) e as estruturas dinâmicas ou ativas (músculos mastigatórios, supra e infra-hioideus, cervicais, faciais e linguais). Estas estruturas, responsáveis pelo funcionamento harmonioso da face, são equilibradas e controladas pelo sistema nervoso central (Marchesan, 1993; Tanigute, 1998; González, 2000). Considera-se, geralmente, as seguintes funções estomatognáticas: respiração, sucção, mastigação, deglutição e articulação. À exceção da respiração, estas funções são exclusivas do sistema estomatognático (Marchesan, 1993; Felício, 1999; Ferraz, 2001). O TF, como profissional da saúde responsável pela motricidade oro-facial, deve, por conseguinte, actuar ao nível da prevenção das alterações miofuncionais do sistema estomatognático. Como exposto anteriormente, as crianças/ jovens com PC padecem de escassos cuidados de higiene oral. Assim, estão expostas a uma maior incidência de perdas dentárias. O edentulismo, como resultado de uma higienização oral precária, provoca alterações na mastigação, deglutição e fala, essenciais para a vida de qualquer pessoa. Como profissionais de saúde, o TF e o HO são responsáveis por atuar ao nível da prevenção. Neste sentido, deverão, conjuntamente, informar e consciencializar os cuidadores, formais e informais, das consequências da ausência da higiene oral. O HO é o profissional mais habilitado para informar os cuidadores da importância da higiene oral como prevenção de patologias orais, assim como habilitar para a prática eficiente da escovagem dos dentes e gengivas das crianças/ jovens com PC. Por sua vez, o TF deverá contribuir e participar na prevenção de patologias orais, uma vez que estas podem levar a alterações na mastigação, deglutição e fala. É de todo o interesse dos pais e da criança/ jovem estarem informados das possíveis consequências, isto porque pode estar em causa a saúde de forma geral e a qualidade de vida. CONCLUSÃO A higiene oral assume grande importância na vida das pessoas, pela auto-estima e pelo bemestar que provoca. Contudo, esta é frequentemente descurada nas crianças portadoras de PC, apesar da

importância que assume na prevenção de doenças orais e de alterações no sistema estomatognático. Assim, torna-se fundamental estimular precocemente nestas crianças o gosto pela escovagem dos dentes e o uso do fio dentário, e ainda consciencializar os cuidadores para a importância que uma boa higiene oral tem tanto na saúde oral (Abreu et al., 2002, Pannuti et al., 2003 in Resende et al., 2007) como na prevenção de alterações no sistema estomatognático. Com este artigo, foi possível analisar de que forma a higiene oral influencia o sistema estomatognático, e concluir que o trabalho conjunto entre TF e HO traria imensos benefícios para a família e a criança/ jovem portadora de PC. Assim, considera-se que vários estudos poderiam ser realizados nesta área, nomeadamente a análise dos motivos que levam os cuidadores a descurar a higiene oral destas crianças/ jovens ou ainda a prevalência de alterações no sistema estomatognático (nomeadamente a mastigação) provocadas por uma precária escovagem dentária e consequente edentulismo. BIBLIOGRAFIA Aguiar, S. et al. (2000). Eficiência de um programa para a educação e a motivação da higiene buco-dental direcionado a excepcionais com deficiência mental e disfunções motoras. UNIMEP – Universidade Metodista de Piracicaba. 12(1 e 2): 16-23. Arguelles, P. (2001). Paralisia cerebral. Em: Puyuelo, M. et al., A fonoaudiologia na paralisia cerebral – diagnóstico e tratamento. Santos Editora. São Paulo. Bruto, M. (1990). A importância da educação para saúde bucal da criança portadora de paralisia cerebral: relato de uma experiência. Acedido em 6 de Fevereiro de 2008, em: http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&bas e=BBO&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=10863&indexSearc h=ID Camargo, M. (2005). Estudo da prevalência de cárie em pacientes portadores de paralisia cerebral. Dissertação de mestrado. Faculdade de odontologia. São Paulo. Correia, L. (2006). Saúde oral de crianças portadoras de deficiência no contexto do sistema único de saúde. Pesquisa brasileira odontopediatria e clínica integrada. 6(1): 7-8. Felício, C. (1999). Fonoaudiologia aplicada a casos odontológicos: motricidade oral e audiologia. Pancast. São Paulo. Ferraz, M. (2001). Manual prático de motricidade oral: avaliação e tratamento. Revinter. Rio de Janeiro. González, N. (2000). Componentes do aparelho estomatognático. Em: González, N. e Lopes, L., Fonoaudiologia e ortopedia maxilar na reabilitação orofacial. Santos Editora. São Paulo. Marchesan, I. (1993). Motricidade oral. Visão clínica do trabalho fonoaudiológico integrado com outras especialidades. Pancast. São Paulo. Oliveira, L. et al. (2004). Impacto de um programa de educação e motivação de higiene oral direcionado a crianças portadoras de necessidades especiais. Odontologia. Clín.-Cientif., Recife. 3(3): 187-192. Resende, V. et al. (2007). Fatores de risco para a cárie em dentes decíduos de portadores de necessidades especiais. Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa. 7(2): 111-117. Tanigute, C. (1998). Desenvolvimento das funções estomatognáticas. Em: Marchesan, I., Fundamentos em fonoaudiologia. Aspectos clínicos da motricidade oral. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro.

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Centro de Atividades Ocupacionais Fomos cantar Janeiras! Como já é habitual, durante o Mês de Janeiro, os clientes do CAO, na companhia de alguns funcionários, percorreram o concelho de Barcelos, para celebrar as tradicionais Janeiras. Com cânticos alusivos à temática, animaram varias instituições públicas, como a Câmara Municipal de Barcelos, a Segurança Social e Bombeiros Voluntários de Barcelos, Barcelinhos e Viatodos. Visitaram também, diversas empresas nas freguesias de Vila Frescaínha de S. Pedro, S. Veríssimo, Galegos de S. Martinho e Santa Maria, Várzea, Lijó e Vila Boa. Agradecemos o contributo de todos.

Dia dos Afetos com afeto … Dia 13 e 14 de fevereiro, a propósito do dia de S. Valentim, os clientes do CAO celebraram o Dia dos Afetos. Percorreram novamente o concelho, para agradecer às entidades e empresas que colaboram com a APACI, oferecendo uma pequena lembrança realizada pelos próprios. O feedback foi muito positivo e todos agradeceram este gesto simples de amizade.

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Turquia na APACI

No dia 2 de fevereiro, um grupo de jovens com deficiência provenientes de instituições semelhantes à APACI, da cidade de Sinop, na Turquia, visitaram o CAO, no âmbito de um protocolo realizado com a Escola Secundária de Barcelos. Apesar das dificuldades de comunicação, devido à língua, os visitantes demonstraram muito entusiasmo em verificar o que era realizado pelos clientes no CAO e identificaram algumas atividades comuns. A visita terminou com um pequeno lanche. O grupo gostou tanto da instituição, que na semana seguinte, novos elementos do mesmo grupo, voltaram a S. Veríssimo para visitar o CAO.


Centro de Atividades Ocupacionais Projeto de escultura com novos artesãos O projeto de parceria com os artesãos do barro, do concelho de Barcelos, iniciado em janeiro de 2011, já deu novos frutos, isto é, novas peças. O objetivo desta ação é surgir uma peça, da parceria entre um ou mais clientes e um artesão, e que irá fazer parte de uma exposição no final do projeto. Cada peça terá o cunho de dois "artistas", o nosso cliente e o artesão. Relembramos que já tivemos a colaboração de Júlio Alonso, Joaquim Esteves e Jesus e Eduardo Pias no início do ano anterior. Em Novembro visitamos o atelier da Júlia Ramalho, da Laurinda Pias e Conceição Messias, Fernando Morgado e irmãos Mistério. Em janeiro continuamos o roteiro dos artesãos e voltamos às visitas, desta vez aos artesãos Baraças e Júlia Côta. Nelson Oliveira visitou as nossas instalações e criou as suas peças no CAO, em conjunto com os clientes. Em fevereiro visitamos Maria de Lourdes Ferreira, Carlos Dias, João Ferreira e Manuel Macedo. Na atualidade, já contamos com uma "coleção" de peças, graças ao contributo de vários artesãos de figurado e posteriormente contaremos com a colaboração de artesãos de olaria. Obrigada a todos os artesãos que já colaboraram connosco.

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Participação no torneio de natação regional do norte de inverno A ANDDI organizou em parceria com a nossa instituição o torneio de natação regional do norte de inverno. Este evento ocorreu no dia 24 de janeiro na Piscina Municipal de Barcelos. Participaram nas atividades os formandos Ana Raquel Silva, Joana Gonçalves, Vanessa Pereira, Hugo Pinheiro, José Francisco, Aleixo Pereira e Ruben Figueiredo.

Participação no torneio de futsal A ANDDI organizou em parceria com a nossa instituição o torneio de futsal que decorreu no pavilhão do parque da cidade. Nesta fase ficaram apuradas as equipas de APADIMP – PENAFIEL E APACIBARCELOS que seguirão para a fase distrital que se realizará em Sabrosa no dia 12 de Abril. De realçar que a equipa da casa – APACI – ficou em primeiro lugar.

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VISITA À RESULIMA No dia 30 de Janeiro de 2012 o grupo de formação profissional realizou uma visita à Resulima. Saímos do centro de formação às 9.30h e chegámos a Viana do Castelo às 10.30h. Quando chegámos fomos muito bem recebidos, divididos em dois grupos, cada um com a sua guia. A nossa guia explicou- nos que o lixo tem lugares completamente diferentes. Para o aterro sanitário ia um tipo de lixo e o separado ia para o outro lado. O aterro sanitário tem a área de 10 campos de futebol como o do Gil. Por cima do lixo colocam terra que é para o lixo não andar pelo ar e para que nem as gaivotas peguem nele. Depois fomos ver os locais do lixo separado. Deu para perceber que o papel, o plástico e o vidro que deitamos em contentores de cores diferentes nunca se juntam. Vai o papel para um lado, o plástico para o outro e o vidro para o outro. Os camiões que recolhem o lixo também são diferentes. O camião que recolhe o lixo para o aterro é amarelo e também branco, o camião que recolhe o lixo separado é branco e está dividido em duas partes; uma é para o papel e a outra é para o plástico. Os camiões entram e são pesados numa balança e depois é que vão despejar o lixo nos seus devidos lugares. Texto produzido pela formanda Ana Maria Carlos

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Visita à P&R têxteis O grupo de futebol fez uma visita à empresa P&R têxteis para agradecer o facto de a empresa ter oferecido os fatos de treino e equipamentos para a nossa equipa. A equipa, as treinadoras e a direção da APACI chegaram à empresa por volta das 10 horas do dia 26 de janeiro de 2012. Quando chegámos fomos logo recebidos pelo chefe da empresa e mais 3 colaboradoras. De seguida tiraram-nos uma fotografia do grupo e deram-nos uma folha para ajudar a conhecer melhor todos os procedimentos da fábrica. De seguida o Sr. Duarte Nuno Pinto fez-nos uma visita guiada pela fábrica. No final da visita tivemos a grande surpresa de vermos o nosso grupo exposto numa grande fotografia e não faltou um bom lanche. A D. Eduarda agradeceu em nome do grupo e da instituição e ofereceu umas lembranças da APACI. A Empresa ofereceu-nos camisolas e um chapéu. E assim acabou a visita. Texto produzido pelos formandos Hugo Pinheiro, Vitor Carvalho, Sérgio barbosa, Rui Maia, Tiago Gonçalves e Rafael Sousa.

Trabalho de investigação efetuado no centro de formação profissional Uma aluna da Escola Superior Agrária de Ponte de Lima realizou o seu estágio de final de curso no centro de formação profissional. O tema do seu trabalho foi a “Avaliação dos efeitos da horticultura terapêutica no âmbito da formação profissional de jovens com deficiência intelectual” e teve como objetivo avaliar o bem-estar e a melhoria da saúde física, mental e emocional dos jovens que frequentam o curso de agricultura biológica. Após os três meses de estudo e com base nos inquéritos aos jovens, aos formadores e as entrevistas aos familiares destes é possível afirmar que ao longo deste período houve algumas transformações tanto a nível pessoal, social, psicológico e até físico em todos os jovens em estudo. Para a grande maioria destes jovens a prática da agricultura é uma forma de esquecerem os seus medos, problemas e dificuldades a que são submetidos dia-a-dia. A prática das atividades agrícolas estimulou o trabalho em grupo e a cooperação mútua; atuou sobre conflitos e ensinou a respeitar a opinião do outro; desenvolveu o senso crítico, os potenciais e a criatividade; proporcionou o trabalho com independência e ao mesmo tempo aumentou a consciência do mundo à sua volta. Os jovens ganharam mais responsabilidades, competências e amigos. Graças a esta terapia a vida destes jovens mudou para melhor, verificou-se um aumento da sua qualidade de vida, e fez com que os seus familiares ficassem mais orgulhosos e lhes dessem o devido valor. Em conclusão, os jovens envolvidos neste estudo revelaramse bastante interessados neste projeto e manifestaram evoluções significativas em vários aspetos, nomeadamente a mudança de atitude e a capacidade para enfrentar novos desafios, apresentando um claro aumento na auto-estima devido ao facto da agricultura ser considerada um trabalho útil e importante para a sociedade em que estão inseridos.

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Centro de Recursos para a Inclusao

A APACI foi acreditada nos termos do Aviso nº 22914, como Centro de Recursos para a Inclusão pela Direção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC), integrando desde Setembro de 2008 a Rede Nacional de Centros de Recursos para a Inclusão. Esta estrutura visa promover os princípios de inclusão educativa e social e a promoção de igualdade de oportunidades, expressos na Declaração de Salamanca e no DL nº 3/2008, através de parcerias com Agrupamentos de Escolas, Escolas e outras entidades públicas ou privadas. O Centro de Recursos para a Inclusão (CRI) é um serviço da APACI que funciona mediante projetos quadrienais submetidos a aprovação do Ministério da Educação, e de planos de ação anuais. É destinado ao trabalho de parceria com Escolas de Ensino Regular, no apoio a crianças e jovens com necessidades Educativas Especiais (NEE) de carácter permanente. O objetivo geral do CRI é apoiar a inclusão das crianças e jovens com deficiências e incapacidade, em parceria com as estruturas da comunidade, no que se prende com o acesso ao ensino, à formação, ao trabalho, ao lazer, à participação social e à vida autónoma, promovendo o máximo potencial de cada indivíduo. O Centro de Recursos para a Inclusão da APACI (CRI) visa constituir um serviço para a comunidade e com a comunidade de forma a maximizar as competências dos alunos com deficiência ou incapacidade, promovendo o sucesso escolar, a formação e a inclusão social dos mesmos. Este funciona como uma estrutura de suporte especializado mobilizando os recursos humanos e materiais que dispõe em prol da construção de uma rede de trabalho de parcerias com os agrupamentos de escolas do concelho de Barcelos e Esposende. Os destinatários são Alunos com NEE, cujas idades se situem entre os seis e os dezoito anos, abrangendo um total de 121 alunos repartidos por 13 Agrupamentos de Escolas e por dois concelhos, Barcelos e Esposende. Atualmente apoiamos 5 Unidades de Apoio Especializado para a Educação a Alunos com Multideficiência (UEAM), ou seja, Cávado Sul, Várzea, Gonçalo Nunes, Vila Cova e Marinhas. Apoiamos também 3 Unidades de Ensino Estruturado para a Educação de Alunos com Perturbações do Espetro do Autismo (UEEA), ou seja, duas em Vale do Tamel (uma de 1º Ciclo e outra de 2º Ciclo) e a Unidade de Terras do Baixo Neiva (1º Ciclo). No que concerne os Recursos Humanos, dispomos da seguinte equipa: -1 Psicóloga, -1 Fisioterapeuta, -2 Terapeutas da Fala -2 Terapeutas Ocupacionais. Para além dos apoios terapêuticos, 45 alunos dos Agrupamentos estão a frequentar (uma vez por semana) o seu Plano Individual de Transição nas nossas estruturas do Centro de Formação Profissional e Centro de Atividades Ocupacionais. Elisa Tinoco (Psicóloga)

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Telefone/Fax: 253822113 Email: cpcj@cm-barcelos.pt Site: www.cm-barcelos.pt/ 15


Lar Residencial Ceia de Reis Mais um ano e mais uma Ceia de Reis. Esta atividade tem vindo a ser realizada nos últimos anos no Lar Residencial, estando mesmo a tornar-se a “tradicional Ceia de Reis”, pois é um momento agradável de confraternização entre os clientes, com os colaboradores e membro da Direção da APACI. É também nesta Ceia de Reis que é efetuada a troca de prendas.

Visita do Grupo de Jovens de Pedregais, Vila Verde No dia 3 de Março, Sábado, o Lar Residencial recebeu a visita do grupo de jovens de Pedregais de Vila Verde. Estes jovens já se tinham deslocado ao Lar Residencial da APACI em anos anteriores, pelo que, foi com muito agrado que os nossos clientes os receberam, estando bastante entusiasmados. Como os jovens já conheciam os nossos clientes trouxeram-lhes umas prendas personalizadas, deixando os clientes eufóricos com a surpresa. Este grupo de jovens também ofereceu à Instituição roupas e alimentos. O nosso Muito Obrigada e bem-haja por estas ações.

JUNTA DE FREGUESIA DE LIJÓ

Confecções Quinhamar, Lda.

LIJÓ - BARCELOS

Lugar de Fraião - T. S. Veríssimo • 4750 BARCELOS

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CENTRO DE RECURSOS LOCAL Todas as empresas procuram os mais altos padrões de qualidade e eficiência. A experiência provou que, com formação apropriada e apoio por parte das organizações, as pessoas com deficiência tornam-se empregados valorizados, tal como qualquer outro trabalhador. Todavia a contribuição que as pessoas com deficiência estão aptas a dar como membros da força de trabalho de uma organização, muitas vezes não é reconhecida. Tal deve-se mais à falta de conhecimentos e prevalência de preconceitos do que propriamente às limitações das próprias pessoas com deficiência. Uma empresa que assuma um papel ativo ao nível da responsabilidade social e promova a igualdade de oportunidades, projeta a sua imagem de forma positiva, refletindose no comportamento dos consumidores, dos funcionários e dos fornecedores. Vai ser com certeza o caso da Pastelaria O Regresso e da empresa Malhas Loureiro que no início do presente ano contrataram dois novos colaboradores que frequentaram o Centro de Formação Profissional e do serviço de Apoio à Colocação da APACI.

Elsa Silva (Psicóloga)

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Qualidade Avaliação da satisfação Tendo a APACI na sua política da qualidade assumido o compromisso para com a satisfação das necessidades e expectativas legítimas dos seus clientes e famílias e outras partes interessadas, importa avaliar até que ponto os seus clientes, famílias, colaboradores, parceiros e fornecedores estão satisfeitos com a aprestação da Instituição. Esta avaliação é feita através dos questionários de avaliação da satisfação e cujos resultados passamos a descrever. Ao nível global, a APACI obteve os seguintes resultados relativamente ao ano de 2011: Resultados globais da avaliação de satisfação de clientes e familiares Centro de Actividades Ocupacionais Centro de Ensino Especial Centro de Formação Profissional Lar Residencial Serviço de Apoio Domiciliário Familiares Média da Instituição:

Resultados globais da avaliação de satisfação de colaboradores

Grau satisfação 72% 69,25% 85% 85,25% 75% 79,25% 78%

Grau satisfação

Satisfação na Comunicação

76%

Satisfação no Cumprimento do serviço

77%

Satisfação na acessibilidade física, temporal e relacional

74,05%

Satisfação na segurança, saúde e higiene

65,72%

Média da Instituição:

Resultados globais da avaliação de satisfação de parceiros

73%

Grau satisfação

Satisfação na Comunicação

76,18%

Satisfação no Cumprimento do serviço

80,00%

Satisfação na acessibilidade física, temporal e relacional

83,30%

Média da Instituição:

79,83%

Resultados globais da avaliação de satisfação de fornecedores

Grau satisfação

Satisfação na Comunicação

90,99%

Satisfação no Cumprimento do serviço

91,43%

Satisfação na acessibilidade física, temporal e relacional

87,89%

Média da Instituição:

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Uma missão – SORRIR «O Senhor falou-me, Ele que me formou desde o seio materno… para fazer de mim a luz das nações» (cf. Is 49, 1 e 6). Recusadas «oficialmente» as raízes cristãs da Europa, assistimos hoje a fenómenos crescentes de marginalização, de fundamentalismos e extremismos que a todos preocupam. Afectou-se profundamente o tecido familiar e reduziu-se o conceito de felicidade ao ter, à posse e consumo de bens. Nestas circunstâncias, onde está o valor de cada pessoa? Sobretudo daquela que se apresenta na sociedade como «desprovida de bens»? Sejam eles o da saúde, o do dinheiro, o da cultura, tantas vezes reduzido a um título académico? O texto do profeta Isaías acima citado lembra-nos duas grandes verdades que têm atravessado os séculos e que bem podem ser consideradas respostas para as crises do nosso tempo, mais de ordem civilizacional ou de valores do que de ordem apenas económica. Só que partem de algo fundamental a que temos de voltar: a existência de um Deus que nos cria por amor e para uma missão. Sim, nós vimos de Deus, somos fruto de um amor que precede mesmo o gesto criador dos nossos pais, um amor que se mantém ininterrupto durante toda a nossa história de vida temporal, dá sentido aos anseios e procuras e nos faz encontrar o que desejamos num «para sempre» feliz. Este amor implica uma missão: somos criados por amor para algo. Destas duas verdades nasceram, ao longo da história do cristianismo, inúmeras instituições que dão visibilidade ao amor de Deus, traduzindo-o no apoio aos mais necessitados. Falamos, então, das Misericórdias, da APACI, dos Centros Sociais e de tantas outras obras assistenciais em que os cristãos se organizam para mais facilmente fazerem sentir uns aos outros o amor que os move na vida. Provavelmente estaremos a pensar apenas naqueles que «servem» os outros, os tais necessitados. Gostaria de não alimentar este reducionismo para me situar diante dos tais necessitados e dizer que cada um deles é também criado por amor de Deus para uma missão. Qual? O mundo do sofrimento é muitas vezes marginalizado como algo indesejável e inconveniente. Pois bem, todos aqueles que sofrem deficiência física ou mental, ou a quem uma doença bate á porta, não são menos pessoas ou pessoas incompletas. Também têm uma missão. Que seria do nosso mundo, tantas vezes cruel, sem sinais de fragilidade que nos interpelam todos os dias?! E quem não inveja os sorrisos francos e intensos sem travões de inocentes? Ou quem não se interroga diante dos «gritos» inesperados que até podem «incomodar» as nossas «normais» rotinas? a passagem da gente da APACI, rua Direita abaixo, manifesta uma missão muito própria destes nossos irmãos: Sorrir. Sorrir, dizendo que o sorriso é possível apesar e no meio das crises. Sorrir, anunciando que o mundo se transforma e transforma as cruzes em madrugadas de ressurreição. Sorrir, dizendo a todos e a cada um que, no amor eterno de Deus, há lugar para a ternura, para a compaixão, para a fragilidade, para a dor… Não foi este o caminho que Jesus mostrou à humanidade? Um Calvário que dá sempre lugar ao anúncio da vitória da vida sobre a morte. E não será disso mesmo que a humanidade mais precisa hoje? P. Abílio Cardoso


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