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m um certo momento, antes de nos despedirmos, ele fecha a noite com a seguinte informação: vim com um perfume especial para vocês. Humor. Não só o dele, mas era esse o nome do perfume. A coerência era perfeita, pois nunca esbarrei nele, fosse em um saguão de teatro, fosse na praça Roosevelt, sem que ele estivesse com um sorriso no rosto. E a vida
de um assessor de imprensa está longe de ser fácil. Para saber um pouco mais como anda essa relação tão complexa entre o teatro, artistas e a mídia convidamos Tuca Nortanicola para uma conversa. Logo de início, o assunto se torna sério. Sem qualquer tom de desalento ou desabafo, mais próximo ao da exposição de um fato, Tuca afirma ser extremamente difícil seu papel, pois não se trata de divulgar um trabalho,
mas de administrar as vaidades de artistas e jornalistas. Nunca é culpa de outro se o projeto não emplaca ou se a produção errou a mão no lidar com o espetáculo; sempre o responsável é o assessor de imprensa. Como se fosse simples divulgar algo. O artista, de certo modo, tem aprendido a entender esse papel, mas ainda permanece confuso sobre a amplitude de sua atuação junto ao mercado editorial.