katarsis

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Escola EB23/Sec.de Oliveira de Frades

Katársis II Uma revista de Filosofia, Psicologia, Poesia e outras coisas afins…. 50 Katársicos

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“ Às vezes precisamos de descer ao inferno para perceber que estávamos no paraíso.”


KATÁRSIS II

FICHA TÉCNICA

Editorial D

DIRECÇÃO E CONSELHO EDITORIAL

J Jorge Marques e Albertino Guedes P PROPRIEDADE

E EB23/S. De Oliveira de Frades C COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO

R Reprografia da Escola I IDEALIZAÇÂO DA CAPA

J Jorge Marques M MONTAGEM

J Jorge Marques e Albertino Guedes R REVISÂO DOS TEXTOS

Albertino Guedes e Jorge Marques 1ª Tiragem: 100 Exemplares AGRADECIMENTOS

A todos os alunos, funcionários e professores que participaram na revista, ao Conselho Executivo pela disponibilidade concedida; aos funcionários da reprografia pelo trabalho acrescido em tempo de aulas.

Finalmente foi publicada a Katarsis II, retomando o projecto de 2003. Na página da nossa escola poderão ver ou rever a capa da revista de então, revista esta que muitos dos nossos colegas provavelmente ainda guardam, perdida nalguma estante. Foram muitos os que me questionaram (novamente) sobre o nome da revista. Lembrei-os que a explicação já ocorrera três anos antes na primeira revista Katársis, mas resolvi adiantar nova explicação sobre o que significa e o porquê, não fosse a filosofia a disciplina dos porquês. Katársis significa purificação, libertação, purgação, enfim uma catarse libertadora. Platão abordou o termo neste sentido, embora outros autores como Aristóteles e Freud também o tenham feito. O primeiro considerava a tragédia, a poesia, a música, a arte em geral como forma privilegiada de purificar as tensões internas do homem. Os espectadores ao identificarem-se com as personagens, participavam activamente na acção sob forma imaginária e dessa forma libertavam-se das suas tensões. Já Freud utilizou o termo “catarse” para designar o “efeito salutar da chegada à consciência de uma recordação com forte carga emocional e que até aí estivera recalcada.” A criação artística, para este autor, funcionava como forma indirecta de libertação/satisfação/realização de determinados impulsos socialmente inaceitáveis e que através da arte se tornavam valorizados e consequentemente aceitáveis. Gostaria que esta nova edição despertasse outros docentes, alunos e outros a participarem neste projecto apresentando textos pessoais, desenhos, ideias, pois só assim haverá “matéria” para novos números. Jorge Marques

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KATÁRSIS II

O Livro

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Livro, a obra literária, é uma verdadeira obra de arte. Este possibilita inúmeras leituras, entradas, saídas, sem contudo se deixar aprisionar. É também através dele que o autor partilha o modo como experiencia o seu mundo e a sua vida, comunicando aos homens o seu pensamento e o seu sentir, usando uma série de características próprias, uma arte de combinações possíveis, de fórmulas, uma certa estratégia, pelas quais se representa ao jogo da imaginação fecundante e activa dos leitores (como diz Bronowski: “O artista cria a obra, mas o espectador recria-a.”). O livro encerra em si mesmo uma reflexão, imaginação e interrogação sobre as possibilidades oferecidas a um a um discurso consigo mesmo, evocando quase sempre uma «máscara» do real ou imaginário, dentro de uma harmonia estabelecida pelo autor. Por conseguinte, ele escolhe os seus leitores, uma vez que detém em si uma pregnância distinta, uma ontologia própria, um dado modelo e, acima de tudo, revela uma harmonia que se refere a traços marcantes do autor e do seu pensamento. Com efeito, a obra literária tem sempre algo de individual, algo particularmente inerente a cada autor, revelando sempre algo de enigmático e, contudo, «sobrevivendo» à interpretação que pretende obter uma resposta. Ao resistir o enigma mostra a sua virtude, permitindo renovar sempre uma nova resposta e, neste sentido o livro é paradoxalmente revelação e enigma. O homem procura constantemente reinventar algo sobre os livros já existentes ou como diz Humberto Eco: “ Os livros falam sempre de outros livros e qualquer história conta uma história já contada», pois a criação torna-se imprescindível quer ao seu desenvolvimento quer à sua felicidade; poder-se-ia dizer até que o livro é uma das possibilidades de felicidade, realização ou satisfação (equilíbrio) concedida aos homens, e do mesmo modo que a pintura é a arte de proporcionar a alegria com forma e

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KATÁRSIS II cores, também a escrita pode ser mirada por outra via, isto é, como fonte de prazer e alegria onde a biblioteca é uma espécie de câmara mágica. A felicidade será o sentimento (estético) que o livro em si desperta e que no fundo poderíamos chamar, tal como o escritor e poeta Jorge Luís Borges: o momento estético. Os livros são essencialmente expressivos, parecem quererem dizer-nos algo, como que procuram desdobrar-se para se tornarem sensíveis à nossa captação, ao nosso sentir; todavia, é fundamental nesta captação a compreensão da linguagem do texto, pois sem ela tornam-se numa forma vazia e desinteressante e não a fonte de onde brota ou faz brotar prazer de uma forma quase ilimitada, sublime, proporcionando vários tipos de contentamento. Os livros são, de facto, extremamente importantes, no entanto, essa importância só tem sentido devido ao leitor, pois ele é indispensável, uma vez que a sua existência e consequentemente o seu valor só começa quando o leitor os abre. Além disso, seria absurdo pensar que o livro seja muito mais que um simples livro. Este exige o leitor e é esta relação de cumplicidade que o vai tornar ilimitado, remetendo para uma infinita possibilidade quer de leituras, quer de novas ideias. A minha leitura de uma obra literária não é certamente igual à de qualquer outro leitor. Como tal, o livro é assumidamente um projecto inacabado que é essencialmente produção e nunca um produto. O Homem e os livros mantêm desde há muito, uma relação de cumplicidade ou mesmo de necessidade e hoje em dia são companheiros inseparáveis, sendo inimaginável viver sem livros, pois eles são como uma espécie de respiração do nosso espírito, representam a memória do nosso passado e são a condição de preservação da nossa cultura e desenvolvimento. Pensamos o livro, inventamo-lo, analisamo-lo; estes actos são absolutamente normais e necessários, são o respirar da nossa inteligência, da nossa criatividade. Diz-se que todo o homem tem como desejo íntimo escrever um livro ou realizar uma obra de arte e convenhamos que “não há arte sem homem, mas talvez não haja homem sem arte”, tal como afirma René Huyghe. Isto poderá significar o seu desejo de imortalidade através da realização da sua obra. Com efeito, será também condição de felicidade, pois como disse Hegel: “ Ser feliz é reconhecer-se a si na obra feita.”

Jorge Marques (Prof. de Filosofia)

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Se os macacos soubessem aborrecer-se, poderiam tornar-se homens. Von Goethe Essa dificuldade de existir que se chama aborrecimento. Maine de Biran O aborrecimento tira-nos tudo, até a coragem de nos matarmos. Sthendal O aborrecimento entrou no mundo pela mão da preguiça. La Bruyére O aborrecimento é o alicerce da vida, foi o aborrecimento que inventou os jogos, as distracções, os romances e o amor. Miguel de Unamo O aborrecimento é uma doença de que o trabalho é o remédio. Duque de Lévis Há pessoas tão aborrecidas que nos fazem perder um dia inteiro em cinco minutos. Jules Rernard

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Lágrima A lágrima É gota De água Salgada Temperada De dor Aliviada Por amor.

O corpo foi uma tela Neste instante o corpo foi uma tela e o pintor foi a vida por inventar porque o nu puro que se via nela era galáxia perdida, planeta a explorar. Nada se via e explorou-se o silêncio, a viva tela rasgou-se lentamente e uma palavra gemeu com cio de tanto desejo de querer ser gente. Ser palavra retratada fora das telas de Bonnard, Foutrier, Rubens e Renoir, semente prolífera das espécies mais belas, Apenas um corpo desfolhado, exposto ao ar, ao vento. Planície verdejante, fértil, não já tela, mas vida-gente a despontar. Prof.ª Anabela Bacelo

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Conhecimento O que conheço, enfim? Muito pouco, nada, talvez… Apenas sei que algo apreendi Neste meu papel activo Dentro da minha pequenez. A origem é discutível Entre sensibilidade e entendimento, É alvo de sabedoria, Fundamentado na gnosiologia, Disciplina do conhecimento.

O que conheço, enfim? Pouco, nada, que incerteza! Mas, na razão da minha mente Apreendo sensivelmente, Que em ambos existe… Alguma certeza. Dalila Sousa -11º NA

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Educação e o trabalho

educacionais parecem estar ultrapassados quer na sua concepção, quer nas possibilidades de trajectos que oferecem ou ainda no estágio tecnológico em que proporcionam, embora que haja excepções. A estrutura educacional e o modelo de oferta têm que ser construídos de forma bastante flexível para atender a diferentes situações no tempo e no espaço, considerando tanto as rápidas mudanças tecnológicas e as necessidades da vida como as tendências regionais e do mercado internacional. Por conseguinte, existe uma grande necessidade da estrutura educacional ser actualizada de acordo com as novas necessidades do mercado, mas não só o sistema de educação, pois também nós devemos procurar entender o mercado de trabalho e as suas necessidades actuais. É fulcral, nos tempos que correm, escolher de acordo com as necessidades do país e em termos de oferta empresarial, pois que importa tirar um curso superior se depois não tivermos colocação no mercado de trabalho?

As profundas mudanças que se verificaram principalmente na segunda metade do século XX produziram transformações na prática social e no trabalho. A educação, que por muito tempo as desconheceu, não pode actualmente ficar alheia a elas. Por isso verificamos em todo o planeta uma grande inquietação nos meios ligados ao sector educacional, provocando ou promovendo reformas que buscam sua adequação às novas exigências do mundo do trabalho. A educação dita secundária ou secundária superior, a que corresponde o ensino médio em Portugal é a grande questão com que se debatem actualmente os sistemas educacionais. Como conciliar os objectivos de preparação para o prosseguimento de estudos, de preparação para o trabalho e de desenvolvimento pessoal? Que vínculos então se estabelecem entre a educação geral e a educação profissional? Os grandes desafios que esses sistemas enfrentam assumem na realidade características específicas de um país que está a passar por grandes transformações. Os sistemas

Urge abrir as nossas mentes e tentar levar Portugal a um nível superior, evocando os feitos dos nossos antepassados que tanto fizeram para estarmos no topo do mundo.

Delfim – 11º NA

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Composição a partir da Internet

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Não existe melhor cosmético para a beleza que a felicidade. Condessa de Blessington

Alguém disse que a beleza é uma promessa da felicidade, mas nunca ninguém garantiu que ela tivesse sido cumprida. Paul-Jean Toulet

A definição de belo é fácil: é aquilo que desespera. Paul Valéry

Não há nada de tão belo como aproximarmo-nos da Divindade e espalhar os seus raios pela raça humana. Beethoven

Só a Deus pertence a faculdade de pautar a beleza absoluta. Albrecht Durer Não existem mulheres feias, só existem aquelas que não sabem fazer-se belas. La Bruyére

Beleza, presente de um dia que o Céu nos oferece. Lamartine

Não há beleza perfeita que não contenha algo de estranho nas suas proporções. Francis Bacon

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As coisas mais belas são ditadas pela loucura e escritas pela razão. André Gide A beleza é a harmonia entre o acaso e o bem. Simone Weil

O belo desperta em mim uma nostalgia que é um elemento de apelo para o absoluto. Cardeal Daniélou Qualquer espécie de beleza é uma alegria que permanece. John Kats

A própria moda e os países determinam aquilo a que se chama beleza. Blaise Pascal

Quanto à beleza, pelo menos sabemos que acaba por morrer, e por isso, sabemos que existe. Lois-Ferdinand Céline

O belo é o esplendor da ordem. Aristóteles

O sol nada ganharia em beleza se apenas se mostrasse uma vez por ano. Tom Maccines

Nota: Composição a partir da Internet.

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CARAMULO Certa vez, nas faldas do Caramulo vi caminharem vacas Na estreita estrada de asfalto, ladeada de pedra e verde, Caminhavam vacas, no fim da tarde de O utono, fazia frio, Silvava o vento, ainda havia casas de pedra e colmo, Foi entĂŁo que percebi a dignidade da pastora De capucha de lĂŁ, guardando as vacas e os caprinos Repartindo os dias pelos socalcos da paisagem Foi num domingo, e relembro-me agora Do sem sentido de haver ali dias da semana. J. A.

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todo o nosso conhecimento está sustentado em apenas algumas crenças (crenças básicas) ou, então, para sabermos se o nosso conhecimento é formado por crenças consistentes e que se relacionam de forma relevante, rejeitando assim a ideia de que existem crençasmor. Como o próprio problema indica, existem (pelo menos) duas teorias que tentam explicar a fundamentação do conhecimento. A primeira, o coerentismo, que, para mim, não passa de uma falácia da petição de princípio, assume que o conhecimento é formado por um sistema coerente de crenças que, por outras palavras significa que é formado por crenças consistentes e que se relacionam de forma relevante, isto é, que explicam e implicam outras crenças. Os coerentistas também defendem que existe apenas um tipo de crenças e que todas elas estão justificadas em contraste umas com as outras e tendo em conta a totalidade das crenças. O principal objectivo do coerentismo é o de evitar a ignorância, deixando o problema do erro para segundo plano. A segunda, o fundacionismo divide-se em duas sub teorias: o fundacionismo cartesiano e o fundacionismo clássico. Ambos os tipos de fundacionismo defendem a existência de crenças que suportam todas as outras crenças e que se suportam a si próprias também, as chamadas crenças básicas. A diferença está nas crenças básicas: no fundacionismo cartesiano, essas crenças são a priori, enquanto que no clássico, as crenças básicas são a posteriori. Para o fundacionista cartesiano, Deus e o cogito (“Penso, logo, existo”) são as crenças básicas, as ideias claras e distintas, isto é, as ideias em que não existem quaisquer dúvidas em relação à sua verdade. Para o fundacionista clássico, as crenças básicas são empíricas, isto é, assentam na informação que nos é transmitida pelos

“Sonho, logo existo.” Será que o coerentismo responde melhor que o fundacionismo ao problema da fundamentação do conhecimento?

Das várias teorias explicativas do conhecimento, irei apenas falar de duas que apoiam a existência de conhecimento: o fundacionismo e o coerentismo, sendo que o fundacionismo é dividido em duas grandes sub teorias, o fundacionismo cartesiano, apoiado e fundado por Descartes, e o fundacionismo clássico, que é apoiado por Hume, entre outros filósofos. Com este problema pretende-se saber se é mais plausível acreditar que existem crenças básicas que justificam e que são o suporte de justificação de todas as outras crenças (não-básicas), assim como delas próprias, dado que são tão evidentes que é impossível duvidar delas, ou então se é mais plausível acreditar que existe apenas um tipo de crenças e que o conhecimento é formado por um sistema coerente de crenças (conjunto de crenças consistentes, isto é, que podem ser simultaneamente verdadeiras, e coerentes, isto é, que estão relacionadas entre si de forma relevante), que se sustentam mutuamente, sem necessidade de qualquer fundamento. Neste caso, basta, então, que uma crença pertença a um sistema coerente de crenças para ser justificada. É importante debruçarmo-nos sobre este problema para sabermos se 13


KATÁRSIS II cinco sentidos. A afirmação de J. Locke, fundacionista clássico, que dizia que “o mais vivido dos pensamentos será sempre inferior à mais ténue das sensações” mostra bem o quão importante é os cinco sentidos para esta teoria. Para mim, o fundacionismo clássico é a teoria que fundamenta o conhecimento com mais sensatez pois, para mim, todo o conhecimento começa com a experiência. Para conhecermos qualquer coisa, é necessário, primeiro, ver, ouvir, afagar, cheirar ou degustar essa coisa, para podermos ter a certeza de que ela existe realmente. Nunca podemos ter a certeza de que sabemos qualquer coisa se não usarmos os nossos cinco sentidos, não faz sentido pensar que sabemos algo apenas através da razão. Outro facto que me leva a apoiar o fundacionismo clássico é o modo como tenta travar o problema da causalidade. Nós nunca poderemos saber que algo vai acontecer apenas porque é hábito que isso aconteça. Por exemplo, durante Inverno, nos países nórdicos, é costume nevar. Mas será que sabemos que no próximo Inverno irá nevar? Não! O aquecimento global pode aumentar drasticamente fazendo com que seja mais difícil a temperatura descer, por exemplo. É confirmado, assim, o facto de que nada pode ser previsto, pois qualquer fenómeno que seja, supostamente, previsto, pode não suceder. E, mesmo que suceda, não se pode dizer que se tinha conhecimento desse facto, pois não há nenhuma justificação para acções que ainda não se deram. Por fim, existe ainda um ponto que gostaria de acrescentar: os dois tipos de conhecimento que o fundacionismo clássico aceita. O primeiro, denominado por “conhecimento de ideias” ou “relações entre ideias”, vem reforçar a ideia de que nada é possível de ser conhecido sem a actuação de pelo menos um dos cinco sentidos, pois afirma que esses tipos de conhecimento são

tautológicos (por exemplo, a matemática e as proposições lógicas), fazendo com que não nos dêem novas informações em relação ao que conhecemos a posteriori. O segundo, denominado por “conhecimento de factos” já implica conhecimento de factos, como o próprio nome indica, pois, por exemplo, ninguém pode saber que uma bola de futebol é pesada apenas através da razão, e este ponto faz com que eu rejeite por completo o fundacionismo cartesiano. Uma das objecções mais frequentes que se aponta ao fundacionismo clássico, relaciona-se com o modo como rejeita o problema da causalidade. Não seria possível viver bem se não prevíssemos certos acontecimentos. Por exemplo, a NASA, ao lançar, para o espaço, vários satélites que estejam regulados a ficar em órbita à volta da Terra de modo a possibilitar as telecomunicações, prevê que eles não choquem entre eles, que não saiam de órbita e que não caiam para a Terra. No caso de não poder prever o futuro, seria muito difícil aos povos comunicar a longas distâncias, devido ao facto de não poderem saber quando é que os satélites deixarão de funcionar. No entanto, eu respondo que é a pura realidade. Nunca se poderá conhecer o futuro, pois não pode ser dada nenhuma justificação para crenças que ainda estão para acontecer. E, como são crenças futuras, não podemos saber de antemão se são verdadeiras. Portanto, a hipótese de se poder conhecer o futuro é, para mim, rejeitada. Concluo, então, que o conhecimento tem crenças básicas a posteriori, isto é, que apenas podemos conhecer algo se tivermos tido, pelo menos, contacto através dos cinco sentidos e que é impossível prever o futuro, por mais que nos custe. O futuro é uma incógnita, o passado já lá vai. Restanos aproveitar o presente.

David Silva n.º7 11.ºA

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KATÁRSIS II bem articulado e/ou por imagens bem encadeados, o emissor passou a dispor de uma poderosa arma capaz de fazer-nos alhear dos pensamentos e de limitar as nossas opções/escolhas. Como resultado de inúmeros desenvolvimentos o homem criou um objecto de comunicação quase “sagrado” que tem tanto de utilitário como de perverso: a televisão. Como utilitário é um órgão de comunicação que nos põe ao corrente do que se passa no mundo. O “rectângulo mágico” tem certamente um efeito verdadeiramente persuasivo sobre nós e esse aspecto parece-me que não suscita quaisquer discussões. Como perverso, a televisão, mostra-nos aquilo que quer “vender” e, como tal, temos de estar conscientes que esta pode não ser de todo verdadeira e que importa estarmos atentos, sermos críticos, de modo desenvolver “anticorpos” que nos defendam de uma eventual proliferação (in) consciente de teses, pontos de vista, seduções e incitações falaciosas de outrem. Este sofisticado meio de comunicação elevou a comunicação a um novo patamar, um patamar mais intenso e veloz e desenvolveu inúmeras estratégias no campo da persuasão. Todos nós, mesmo contra a nossa vontade, estamos sujeitos à publicidade e à propaganda. Os anúncios publicitários chamam-nos com um fascínio irresistível, apelando ao consumismo de forma sedutora, por vezes (maioritariamente) supérfluo, e é esta forma que as grandes indústrias da televisão encontram para ganhar mais dinheiro e mais adeptos. A televisão, como meio de comunicação, usa meios de indução/sedução e muitos de nós não nos apercebemos até que ponto somos manipulados, aos extremos a que chegam as «fábricas» de fazer despertar desejos, ilusões e impulsos. Brincam com a nossa ignorância e arrastam-nos como marionetas aos nossos “pobres” bolsos. Poderemos nós lutar contra os

“ A Televisão e a Comunicação”

Vivemos hoje numa sociedade marcada pela comunicação. Esta é vista, desde os primórdios da história do homem como o motor do desenvolvimento que transformou “animais selvagens” em seres humanos”. A comunicação e o conhecimento ganharam assim um estatuto marcante na sua evolução, uma vez que sem estes aspectos teria sido impossível atingir o patamar onde hoje nos encontramos. Com efeito, se não possuíssemos um meio de veicular todo o nosso conhecimento/ informação (a linguagem articulada), nunca teria acontecido o progresso humano e mesmo a própria sobrevivência. Com a linguagem simbólica o ser humano foi capaz de proporcionar à sua própria espécie uma base fundamental, no sentido de criar condições únicas para a sua evolução. Através da linguagem o homem passou a produzir um vasto leque de conhecimentos que transmitiu às gerações vindouras e dessa forma lançou as bases de um desenvolvimento cada vez mais complexo. A comunicação passou a usar inúmeras teias ou tecidos com diversas artimanhas no sentido de chamar a nossa atenção, de nos persuadir ou até de nos enganar. Através de um discurso 15


KATÁRSIS II diferentes ataques à nossa liberdade de escolha a que este gigante da comunicação (in) directamente nos apresenta diariamente? Claro que sim!

Se promovermos a nossa bagagem cultural teremos armas mais sólidas e incontestáveis no combate à deturpação

e introdução de mentiras dissimuladas. Por outro lado, aprendendo as bases da lógica, aperfeiçoando assim capacidades de análise de argumentos que fundamentam as teses (nossas e dos outros) a que todos os dias estamos sujeitos e procurando o seu valor lógico e a sua validade, estaremos mais capacitados para detectar eventuais falhas ou erros de raciocínio (falácias), denunciando-os. A televisão tornou-se um hábito tal, que já não imaginamos a vida quotidiana sem ela. Apelando essencialmente às nossas emoções encontra dessa forma um meio eficaz de cativar o auditório. O império da emoção tem como principal característica a capacidade de pautar de modo controlado e pouco visível a informação e a argumentação lógicoracional. Podemos observar este aspecto nas telenovelas, nos telejornais mais expressivos, nos programas de auditório e nas conversas do dia-a-dia. Apela-se, de alguma forma, ao irracionalismo. A ausência de capacidade de avaliar e julgar a estrutura interna dos argumentos que estão na base das teses, opiniões ou mesmo pontos de vista de quem se dirige a nós (o orador), faz de nós vítimas ingénuas e desprotegidas à mercê dos reis da eloquência. A televisão funciona como o espelho da sociedade e tal pode ser denotado/explícito pelos canais/programas com maior audiência, reflectindo a baixa cultura dos telespectadores e suas incapacidades de pensar de modo mais sofisticado. Por conseguinte, devemos aprender a defender-nos da propaganda abusiva de superstições e outros modos irracionais de ver a vida. A televisão é enganadora, ou seja, funciona de forma a “anularnos” progressivamente o espírito crítico, atrofia-nos o pensamento e impede-nos de usar adequadamente a razão. Bruna Machado – 11º NA

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KATÁRSIS II

Será a comunicação um projecto Utópico? quer dizer que estejamos melhor informados ou preparados para lidar de forma crítica com a informação que nos é fornecida pelos diferentes media, uma vez que essa informação é frequentemente (se não maioritariamente) “filtrada” por interesses de várias ordens, tais como políticos, sociais, económicos, etc. Por seu lado, na perspectiva utópica de Wiener, o “homo comunicais” da “sociedade da comunicação” (onde impera o princípio da transparência social) teria a capacidade para efectuar o tratamento da informação que necessitaria para viver, assumindo aqui os média um papel fulcral. Tal “homo comunicans” é, a meu ver, bastante improvável na sociedade actual (na nossa “aldeia global”). A ideia de que a comunicação é partilha e o seu ideal é aproximar os homens, parece ser algo difícil de vislumbrar no panorama contemporâneo, pois são colocados inúmeros obstáculos à comunicação e são muitos os exemplos no panorama actual onde se vê claramente que há falta de comunicação. Em suma, na minha opinião o Projecto Utópico da Comunicação continua a ser exactamente isso: um projecto utópico, visto que, ainda assistimos diariamente a constantes atropelos à paz e à harmonia de muitos povos.

Ao longo deste texto, vou tentar “expor” algumas ideias do Projecto Utópico da Comunicação de Norbert Wiener e a sua actualidade. A partir de 1942 começam a surgir as primeiras teorias da comunicação e, entre elas, destaca-se o Projecto Utópico da Comunicação de Norbert Wiener. Este considera a comunicação um valor social, cujo principal objectivo é unificar indivíduos e combater a entropia e o ruído (gerados com a II Grande Guerra Mundial). Devido ao holocausto e aos efeitos da bomba atómica, considerou, conjuntamente com outros investigadores, que se estava em pleno naufrágio da sociedade e em plena desintegração do humanismo. Nasce daí a ideia utópica de uma sociedade de comunicação, com vista a minorar os problemas e melhorar a sociedade e o mundo. Portanto, Wiener pretende a criação de uma sociedade de comunicação, organizada segundo o princípio de transparência, onde os media tentam ser os principais agentes. Hoje em dia, vivemos num mundo em que a tecnologia e a circulação rápida e volumosa da informação fazem parte do nosso quotidiano, sendo por vezes difícil ao Homem “processar” toda a informação que chega até ele. No entanto, tal não

PROF. ALBERTINO GUEDES

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A REGIONALIZAÇÃO e o PODER

porque dessa forma deixa ele próprio de ter tanta importância e tanto impacto na sociedade. Como sabemos, a região de Lisboa que é a mais desenvolvida do país, onde há mais poder de compra, é lá que se concentra uma parte significativa da população e é lá que se situa o poder central. Por conseguinte, é a que mais beneficia com este modelo de estado e talvez por isso não seja de interesse maior num futuro próximo falar de regionalização.

Na minha opinião a regionalização poderia ser favorável ao nosso país, pois na eventualidade de dividirmos o nosso país em oito regiões poderíamos partir para uma verdadeira política de descentralização de poderes. Ao optarmos por esta política poderemos descentralizar poderes administrativos, jurídicos e económicos, poupando-nos assim tempo e dinheiro. O poder central tem no entanto algumas objecções quanto à regionalização .

Marisa, 10º TIG, N.º 18

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KATÁRSIS II

violência derivada do crescimento absurdo das grandes metrópoles. Todos nós sabemos que a ciência não pode parar, porque estão sempre a aparecer coisas novas, mistérios que requerem a explicação científica. No mundo de hoje pode-se dizer que se não houvesse ciência e tecnologia praticamente em tudo, teríamos uma vida muito menos facilitada. Todavia, também podemos dizer que ela, apesar de trabalhar quase sempre no sentido positivo e quase sempre com êxito, não quer dizer que não cause problemas, alguns bastante preocupantes. O homem criou, por exemplo, o armamento e com o seu desenvolvimento originou e continua a originar situações de grande calamidade destrutiva, tanto a nível humano, como ambiental. Concluindo, pode dizer-se que na ciência é urgente reavaliar a ética dos cientistas, pois eles são os elementos cruciais nesta matéria. E, se todos podemos e devemos colaborar no desenvolvimento de uma “boa ciência”, será crucial promover a preocupação e responsabilidade ética, no sentido de evitar a destruição do nosso mundo, porque afinal só este é certo.

A ciência teve nos últimos anos um grande avanço em termos de conhecimentos técnicos praticamente a todos os níveis. Os cientistas, geralmente, têm como preocupação fundamental resolver problemas colocados pela própria natureza e pelas necessidades humanas, sempre com o intuito de melhorarem a realidade envolvente. Por conseguinte, utilizam os seus conhecimentos e a sua argúcia de espírito no desenvolvimento de técnicas para produzir objectos utilitários que nos proporcionem um bem-estar geral. Certamente que são poucas as pessoas que nos nossos dias se imaginam a viver sem electricidade, sem um frigorífico, um automóvel, a televisão ou qualquer outro objecto comum. As coisas ao nível ciência modificaram-se, avançaram, e melhoraram certamente o nosso mundo. Contudo, nem tudo são rosas! Muitas das descobertas científicas tiveram aproveitamentos nefastos e vivemos hoje também à sombra de problemas graves promovidos pelo avanço científico, tais como: a poluição, o aquecimento global e, por exemplo, a escalada da

Eurico Gouveia 11º NA

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KATÁRSIS II

O ENSINO DA FILOSOFIA EM PORTUGAL

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á há muito que a disciplina de filosofia faz parte do desenho curricular do ensino

secundário. Sempre se reconheceu um lugar de destaque à filosofia e sempre se lhe reconheceu importância na formação dos jovens, quer a nível dos conhecimentos, quer a nível das atitudes. Tanto os alunos de “letras” como os de “ciências” e mesmo os dos cursos técnicos, como dantes se designavam, reconheciam e reconhecem a importância da filosofia como lugar crítico da razão por excelência. Apesar da própria UNESCO reconhecer a importância ímpar e insubstituível da filosofia e a sua estreita relação com a democracia e a cidadania, em Portugal, nestes últimos anos, volta e meia, “meia dúzia” de burocratas do nosso Ministério da Educação ou da propaganda (depende do prisma avaliativo da nossa situação crítica), questiona a importância da filosofia como disciplina central do ensino secundário. No final da década de 80, início da década de 90 lançou-se a ideia peregrina de substituir a disciplina de filosofia por uma disciplina de história das ideias; ideia felizmente abortada, porque a história das ideias não substituiria a peculiaridade da filosofia. Mais proximamente assistimos a novas ameaças concretas. No tempo do ministro David Justino a disciplina de filosofia deixou momentaneamente de ser opção no 12º ano. Depois de uma onda de indignados protestos, o Ministro veio a público justificar-se referindo que tudo não tinha passado de um lamentável lapso e que a disciplina continuaria a ser opção no 12º ano. Contudo a disciplina aparece como opção conjuntamente com outras 5, 6 disciplinas, o que na prática condicionou esta disciplina a um nicho residual por todo o país. Recentemente duas medidas anunciadas pelo Ministério da Educação procuram justificar tais receios. Uma é a eliminação dos exames de filosofia no 11º ano. A outra é a solicitação feita a mais de 350 cursos de ensino superior, que pediam a filosofia como prova de ingresso, para deixarem de o fazer. Nem mesmo os cursos superiores de filosofia podem pedir o exame de filosofia como prova de ingresso. Será que se trata mesmo do princípio do fim da filosofia no secundário?

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KATÁRSIS II Se a médio prazo não se teme a extinção pura e simples da disciplina do ensino secundário, nem que se transforme a filosofia numa disciplina de opção no 10º e 11º anos, contudo as últimas medidas ministeriais apontam para a retirada da sua tradicional centralidade no desenho curricular do secundário, excluindo-a do leque de disciplinas determinantes no percurso dos estudantes e no acesso ao ensino superior. Também não podemos excluir a hipótese de manter o nome da disciplina, mas esvaziando-a dos conteúdos filosóficos. Defender o lugar central que a filosofia sempre teve no ensino secundário e reconhecer a sua importância é defender a manutenção do exame de filosofia no 11º ano. Não podemos conceber um sistema de ensino que não reconheça valor intrínseco ao conhecimento e para tal não podemos conceber um sistema de ensino que não pugne pela existência de uma avaliação externa a nível nacional. Seria proveitoso para o ensino e para a melhoria das qualificações dos estudantes portugueses a existência de exames nacionais no final de todos os ciclos. Exames nacionais de língua portuguesa e matemática no final do 1º, 2º e 3º ciclos e a todas as disciplinas do secundário no ano terminal das mesmas. Bons exames nacionais com o objectivo de avaliarem um núcleo de competências e conhecimentos específicos de cada disciplina são extremamente importantes para o ensino em Portugal e todos os actores educativos sairiam a ganhar. Em primeiro lugar a existência de exames influenciariam os professores que iriam direccionar a sua prática lectiva à leccionação dos conteúdos cognitivos relevantes, obrigando-os a dar o seu melhor e a apostar na sua formação profissional. Mas influenciariam também os alunos, pois estes empenhar-se-iam mais e valorizavam mais o estudo. Além disso estariam mais preparados para a vida profissional onde irão encontrar rigor, exigência e trabalho. Favoreciam também as famílias, pois os alunos das famílias mais abastadas procurarão o saber nem que seja fora da escola pois sabem da importância central dos conhecimentos, e os alunos das famílias mais humildes encontrariam um melhor ensino dentro da própria escola, que é o único que têm. Ganharia também o país porque ficaria apetrechado de cidadãos mais competentes, empenhados e esforçados. O esvaziamento da disciplina de filosofia também não é um perigo menor. É bem real, principalmente quando se tenta substituir os conteúdos filosóficos por temas de sociologia, psicologia, antropologia e educação para a cidadania, e esta tendência reflectese em muitos manuais escolares e infelizmente nos que são mais adoptados pelas escolas bem como na prática lectiva de alguns professores. O actual programa de filosofia é o melhor dos últimos anos, mas há manuais que o desvirtuam por vezes, outros apresentam mesmo erros científicos, outros esvaziam a leccionação da disciplina de filosofia dos conteúdos filosóficos o que justificou a implementação das orientações para a leccionação do programa de filosofia (e outros manuais que são isto tudo ao mesmo tempo). Quando uma escola adopta um manual que se vem a concluir a posteriori ser mau, é um erro crasso o professor ficar agarrado na sua prática lectiva a esse manual só por ser o manual adoptado. Os prejudicados serão primariamente os alunos. Dá trabalho, mas há que encontrar informação noutras fontes e disponibilizálas aos alunos. É inconcebível que o manual mais adoptado em Portugal, criticado a posteriori por estar desajustado do programa, das sucessivas orientações e do exame nacional, quatro anos depois seja novamente editado como uma cópia fiel da primeira edição, a não ser no aspecto gráfico e no preço. No mínimo isto é desonestidade intelectual. A existência dos exames nacionais permitiria

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KATÁRSIS II também avaliar não só o programa das disciplinas e o seu cumprimento, mas igualmente a qualidade dos próprios manuais escolares. A filosofia tem valor em si. É e continua a ser uma das áreas centrais do conhecimento que pela sua natureza intrínseca contribui para a formação de cidadãos mais esclarecidos e mais preparados para responder de uma forma crítica e criativa aos vários desafios que a vida lhe coloca. A filosofia exige abertura de espírito e disponibilidade para pensar livremente e de uma forma rigorosa, exercitando as nossas capacidades argumentativas. Em vez de memorizar a disciplina no ensino dever-se-ia mesmo de alargar a sua influência. É neste sentido que surge o projecto “filosofia para crianças”. A “filosofia para crianças” é um programa de desenvolvimento de raciocínio, que através da prática do diálogo permite o desenvolvimento cognitivo, afectivo e social das crianças, fazendo desabrochar nestas uma atitude crítica, criativa e ética do seu pensamento. Não se trata de ensinar filosofia mas de ensinar a filosofar. A área de estudo acompanhado, como anteriormente já se aventou, era uma área ideal para se introduzir este projecto. Quem tem medo da filosofia? António Paulo Rodrigues – Prof. e Filosofia (A maior parte deste artigo já foi editado no Notícias de Vouzela no 16 de Fevereiro de 2007)

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KATÁRSIS II

A importância da argumentação

falácias, de modo a que as nossas ideias surtam o efeito desejado. Pode dizer-se que a argumentação está quase sempre presente nas nossas acções mais rotineiras. De facto, durante um dia são inúmeras as situações em que apresentamos os nossos pontos de vista, quer seja no trabalho, nas aulas ou mesmo em casa com os familiares. Ora, os argumentos não são todos iguais e nem todos têm o mesmo peso e, por isso, é importante saber estruturá-los correctamente, para que consigamos maior aceitação. O objectivo da argumentação é essencialmente a persuasão e num mundo cada vez mais competitivo, é um aspecto que devemos ter em conta. Podemos concluir dizendo que se não soubermos argumentar, a tarefa de convencer alguém afigura-se muito mais complicada.

A argumentação nos dias de hoje é um aspecto muito importante, da mesma forma que o terá sido na Grécia Antiga. Com efeito, o acto de apresentar argumentos plausíveis é a base fundamental de um diálogo, de modo a haver um consenso entre as partes intervenientes. Parece de extrema importância argumentar de forma correcta, pois se não estruturarmos o nosso discurso com coerência, certamente que a mensagem não terá o efeito desejado e com tal não vamos conseguir que as pessoas que pretendemos persuadir entendam com clareza as nossas ideias. Para que tal não aconteça, é importante expor os argumentos de uma forma correcta, sem

Delfim Almeida 11º NA

A argumentação na ordem do dia

contrapomos ideias, tomamos decisões com base em argumentação de outrem, ou que testamos cientificamente algo. A argumentação está ordem dia e é importante que ela esclareça de um modo preciso o que está em causa para que os interlocutores reconheçam ou não as razões do outro e assim contra argumentem ou aceitem os argumentos apresentados.

Em cada frase, em cada diálogo, ou até mesmo quando damos por nós a falar alto, buscamos sempre algo que justifique o porquê daquilo que acabamos por proferir e, quase obrigatoriamente vimo-nos forçados a argumentar para nós próprios, antes mesmo de o fazermos em relação ao nosso interlocutor. Por conseguinte, o argumento está presente em cada momento que dialogamos, que expomos o nosso ponto de vista, que

Dalila Sousa 11ºNa

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KATÁRSIS II

Escola EB 2,3/S de Oliveira de Frades Rua N. Sr.ª dos Milagres 3680-077 Oliveira de Frades Telefone | 232 760 360 Fax | 232 760365 www.eb23sof.com e-mail info@eps-oliveira-frades.rcts.pt

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